Trânsito IP é a chave para melhorar a qualidade da Internet do Brasil Do seriado via streaming aos jogos online, a Internet proporciona entretenimento ilimitado. É por meio dela que usufruímos de nossos momentos de trabalho, estudo e lazer, ainda mais intensamente por causa das medidas de distanciamento social necessárias para o combate à pandemia do coronavírus. Com atividades cotidianas mais online do que nunca, a Internet tem determinado a qualidade das nossas experiências. Portanto, vale o questionamento: como anda a qualidade da Internet no Brasil? De acordo com os resultados de 2020 da Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida sobre a Banda Larga Fixa no Brasil, realizada pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações, os serviços de Internet prestados pelas operadoras têm deixado um pouco a desejar. A média da satisfação foi de 6,51, de um total de 10 pontos, uma nota levemente pior do que no ano anterior. Essa percepção condiz com a posição do Brasil no cenário mundial. Quando se fala em qualidade da Internet, nosso Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar seus artigos para a Redação de RTI , e-mail: inforti@arandanet.com.br.
ranking não é dos melhores em várias pesquisas, a exemplo do estudo DQL - Digital Quality of Life Index 2020, do Surfshark, onde estamos classificados em 58 em uma lista de 85 países. O Índice DQL analisa cinco pilares principais da Internet: acessibilidade, qualidade, infraestrutura eletrônica, segurança e governo eletrônico. Na base desses pilares estão 12 indicadores inter-relacionados e funcionando juntos para fornecer uma medida geral da qualidade de vida digital. Os indicadores que compõem o pilar de qualidade da Internet são a velocidade de banda e a
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que dependem da latência da rede para proporcionar uma boa jogabilidade. Esse mercado, que já estava em crescimento, teve alta de 140% durante a pandemia, segundo pesquisa da Visa. O mercado de games deve ser levado em conta não só pela movimentação financeira bilionária, mas principalmente pelo número de adeptos dos jogos eletrônicos que teve aumento significativo e hoje representa 62% dos usuários de Internet no Brasil, segundo pesquisa da Kantar Ibope Media. Esses usuários estão espalhados por diferentes plataformas, sendo 74% no smartphone, 41% no computador, 40% no console, 18% no tablet e 11% no console portátil. Independentemente da plataforma utilizada, todos exigem um excelente roteamento de tráfego para manter a qualidade da conexão. Além dos jogos, a indústria de games promove campeonatos via streaming que reúnem milhões de pessoas. Prova disso foi a final do campeonato mundial de League of Legends em 2020, que alcançou uma média de audiência por minuto de mais de 23 milhões de pessoas, chegando a 45 milhões de usuários simultâneos. Esse público exige conectividade de qualidade com baixa latência nos jogos e streaming e acaba influenciando os demais usuários a contratarem determinado provedor de Internet com base em sua experiência pessoal. Portanto, melhorar o roteamento desse conteúdo é uma necessidade e não uma opção do provedor de Internet, que precisa oferecer um serviço diferenciado para ter destaque no mercado. Para isso, é preciso investir em trânsito IP de qualidade. Pixabay
EM REDE
Célio Mello, gerente de produto da Eletronet
estabilidade das redes móvel e fixa. Para melhorá-los, os provedores devem investir em infraestrutura de transporte de dados e trânsito IP de qualidade. É o serviço de trânsito IP que permite acesso diferenciado aos principais servidores de conteúdo (CDNs) espalhados pelo mundo. Com ele, o provedor de Internet acessa com máxima eficiência os servidores de games, streaming, clouds e demais conteúdos, como Netflix, Youtube, Amazon AWS, Microsoft Azure, entre outros. A qualidade desse serviço se reflete na experiência online, principalmente em jogos populares de multijogadores como Free Fire, League of Legends, Fortnite e tantos outros