Fundação Paz na Terra Ano LXVIII - Nº 47 Natal/RN | R$ 7,00 Abril de 2020
SEMANA SANTA: Ritos e tradições
A ORDEM
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A ORDEM
ABRIL DE 2020
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A ORDEM
SUMÁRIO
EDITORIAL
MAIS FERVOR, FÉ E ESPERANÇA
Fundação Paz na Terra Ano LXVIII - Nº 47 Natal/RN | R$ 7,00 Abril de 2020
SEMANA SANTA: Ritos e tradições
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CAPA
ENTREVISTA - Nutricionista
dá orientações para aumentar imunidade PERSONALIDADE - Arquidiocese traz recomendações para celebrações da Semana Santa VIVER - Confira dicas de atividades catequéticas para fazer com as crianças
REPORTAGEM - Saneamento
básico: a casa comum ainda em risco
EXPEDIENTE
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
4 ABRIL DE 2020
CONSELHO CURADOR: Pe. Antônio Nunes Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra CONSELHO EDITORIAL: Pe. Rodrigo Paiva Luiza Gualberto Josineide Oliveira Jeferson Rocha Cione Cruz André Kinal Milton Dantas Vitória Élida
Há tempos em que os seres humanos são surpreendidos por fenômenos naturais, os mais diversos. Alguns se apresentam em forma de água caindo das nuvens para molhar e regar a terra; ou se pronunciam em retumbantes trovões e se fazem ver pelas altíssimas e perigosíssimas descargas elétricas de raios saindo das nuvens. Mas, outros, terríveis, chegam e se alojam nas criaturas silenciosamente e se pronunciam em forma de doenças infectocontagiosas, como a zika e, agora, o Covid-19, só pra citar dois. Mas, há mais de 2000 anos, o fenômeno chamado Jesus deixou na terra e na humanidade marcas indeléveis, visíveis, e ensinamentos ainda hoje rememorados e praticados e celebrados. Mesmo em meio à pandemia do Covid-19, os cristãos revivem e celebram os atos de Jesus que o conduziram ao julgamento, à condenação de morte de cruz, e à Ressurreição gloriosa, anunciando a salvação eterna. É a Semana Santa e o início da Páscoa. Em 2020, as celebrações mudam de forma, mas não da fórmula; de roteiro, mas não de ritos; são celebradas nas Igrejas sem as pessoas, mas as pessoas se unem pela oração e celebração nas residências, através de redes sociais e meios de comunicação. Não haverá presença de fiéis lotando as Igrejas na Semana Santa e início da Páscoa. Mas, com certeza, haverá mais fervor, fé e esperança nas celebrações e nas orações pela cura dos doentes! Jesus estará presente e rezando com você e por você!
EDIÇÃO E REDAÇÃO: Luiza Gualberto (DRT-RN 1752) Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) REVISÃO: Milton Dantas (LP 3.501/RN) CAPA: André kinal COLABORADORES: José Bezerra (DRT-RN 1210) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal
DIAGRAMAÇÃO: Akathistos Comunicação (47) 9 9618-3464
IMPRESSÃO: Gráfica Sul (84) 3211-2360
COMERCIAL: (84) 3615-2800
TIRAGEM: 3.000 exemplares
ASSINATURAS: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 – Tirol – Natal/RN (84) 3615-2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
A ORDEM PALAVRA DA IGREJA
DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO
pelas Vocações Francisco Papa
“
Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor; por isso será possível descobri-la e abraçála, quando o coração se abrir à gratidão e souber individuar a passagem de Deus pela nossa vida”
6 ABRIL DE 2020
A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou a mensagem do Papa Francisco para o 57º Dia Mundial das Vocações 2020, que será celebrado dia 3 de maio. A mensagem tem como tema: “As palavras da vocação”. Para agradecer aos sacerdotes e apoiar o seu ministério, o Pontífice escolheu a experiência de Jesus e Pedro durante a noite de tempestade, no lago de Tiberíades, e ressaltou quatro palavras-chave: gratidão, coragem, tribulação e louvor. Para Francisco, a imagem desta travessia do lago sugere “a viagem da nossa existência”. Segundo o Santo Padre, na aventura desta travessia, o Evangelho diz que não estamos sós. O Senhor caminha sobre as águas e convida Pedro a vir ao encontro Dele. Assim, destaca o Papa, a primeira palavra da vocação é gratidão. “Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor; por isso será possível descobri-la e abraçá-la, quando o coração se abrir à gratidão e souber individuar a passagem de Deus pela nossa vida”, recorda o Pontífice. Coragem é outra palavra selecionada pelo Papa. É a palavra que Jesus diz aos discípulos, quando, incrédulos e assustados, O veem caminhar sobre as águas. A mesma incredulidade, quando estamos para abraçar um estado de vida, que seja o matrimônio, o sacerdócio ordenado ou a vida consagrada. “O Senhor sabe que uma opção fundamental de vida exige coragem. Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: «Não tenhas medo! Eu estou contigo»”, escreveu. Segundo Francisco, toda a vocação requer empenho e aqui entram em jogo as tribulações, que o Papa prefere chamar “fadigas”. “Se nos deixarmos levar pelas responsabilidades que nos esperam ou pelas adversidades que surgirão, logo desviaremos o olhar de Jesus e, como Pedro, arriscamos naufragar”, destacou. Por fim, o louvor. Quando Jesus sobe para o barco, cessa o vento e aplacam-se as ondas. “É uma bela imagem daquilo que o Senhor realiza na nossa vida e nos tumultos da história, especialmente, quando estamos em meio à tempestade”, disse. O Pontífice então conclui: “Caríssimos, especialmente neste Dia de Oração pelas Vocações, mas também na ação pastoral ordinária das nossas comunidades, desejo que a Igreja percorra este caminho ao serviço das vocações, para que cada um possa descobrir com gratidão a chamada que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer «sim», vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro.” FONTE: Portal Vatican News
A VOZ DO PASTOR A ORDEM
Tempo Pascal:
VIDA NOVA NOS FOI DADA “Depois de vivermos e celebrarmos uma Semana Santa excepcional, com as igrejas de portas fechadas e sem participação dos fiéis, por causa do isolamento social, provocado pela COVID-19, somos chamados a olhar, com esperança, para o Ressuscitado”
Prezados leitores e leitoras! A partir do dia 12 de abril, Domingo de Páscoa, a Igreja viverá o Tempo Pascal. É o tempo por excelência da vida da Igreja. Ele se prolonga até o dia de Pentecostes, esse ano celebrado no dia 31 de maio. Serão cinquenta dias em que a Igreja se rejubila pela Ressurreição do Senhor. É o mistério pascal vivenciado por todos os batizados. De fato, Jesus Cristo, “existindo em forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo… Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome, para que, no Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra...” (Fl 2,6.9.10). Depois de vivermos e celebrarmos uma Semana Santa excepcional, com as igrejas de portas fechadas e sem participação dos fiéis, por causa do isolamento social, provocado pela COVID-19, somos chamados a olhar, com esperança, para o Ressuscitado. Ele é a nossa esperança, pois venceu a morte e nos dá vida nova. Ele mesmo tinha predito a sua Ressurreição: “A partir de então, Jesus começou a mostrar aos discípulos que era necessário ele ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar” (Mt 16,21; 17,22-23; cf. Mc 8,31; 9,31; Lc 9,22) e ainda proclama para Marta, irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25-26). Mas, será, sobretudo, São Paulo que nos apresentará uma teologia da Ressurreição, onde o ar-
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
gumento une Ressurreição de Cristo e nossa ressurreição. O Apóstolo declara, na Carta aos Romanos: “Se o Espírito daquele que ressuscitou Cristo está em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11). Na primeira Carta aos Coríntios, apresentando a Ressurreição de Cristo como ponto fundamental da fé e da pregação da Igreja, assim declara: “Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a vossa fé… Pois, se os mortos não ressuscitam, então Cristo também não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, a vossa fé não tem nenhum valor e ainda estais nos vossos pecados” (1Cor 15,12-14.1617). E depois, vem a declaração que se une ao que foi dito no início do capítulo 15: “Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20). Assim, caros irmãos e irmãs, somos chamados a deixar que a salvação trazida à humanidade pelo Senhor Jesus, crucificado-ressuscitado, seja realidade em nossa vida. Ele é a Páscoa para nós. “Por ele somos salvos” (1Cor 15,2). O triunfo do desígnio de Deus significa vida nova para o homem e a mulher. Vivamos, pois, o Tempo Pascal, buscando ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Boa Páscoa para todos!
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A ORDEM ENTREVISTA
Nutricionista orienta ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PARA FORTALECER A IMUNIDADE POR LUIZA GUALBERTO
A Ordem: Porque se fala que não existe um alimento milagroso para se prevenir contra o coronavírus? Karina Léllis: O contágio do coronavírus é feito através de gotículas de saliva, então não tem nenhum alimento que me impeça de ser infectado. O que pode acontecer é que uma vez infectado, um paciente que tenha uma boa imunidade, não apresente sintomas ou passe por esse vírus sem sequelas mais sérias. Prevenir, só através do contato físico. Por isso, a importância do isolamento social, uso do álcool em gel, higienização das mãos, além do cuidado e manutenção dos nossos utensílios de uso pessoal, assim como legumes, verduras e frutas. A Ordem: Suplementos, como vitamina C, própolis, entre outros, auxiliam nesse fortalecimento da imunidade?
Karina Léllis: Fitoquímicos, nutrientes e alimentos melhoram a imunidade, para qualquer doença, seja bacteriana ou viral. A imunidade é o exército que vai combater essa infestação ou ataque desses microorganismos. No entanto, não é crença, é ciência. Para coronavírus, assim como outros, não impede a infestação. O que esses suplementos vão fazer é melhorar a nossa imunidade. Então, esses alimentos ajudam no fortalecimento do organismo, para o caso de adquirir alguma doença desse gênero, não apresentar sintomas ou sintomas mais leves. A Ordem: Que tipo de alimentos podemos consumir para fortalecer o sistema imunológico? Karina Léllis: Nesse momento, o que nos cabe é, ingerir alimentos que melhoram a nossa imunidade. São alimentos ricos em vitamina C, destacando as frutas cítricas. É o momento do limão, da laranja, do abacaxi, da goiaba e da acerola. Não pode faltar na nossa alimentação alimentos ricos em zinco. O
“Não existe alimento milagroso para se prevenir contra o coronavírus”. A afirmação é da nutricionista Karina Léllis, que aposta no fortalecimento do sistema imunológico para que o organismo lide bem com a Covid-19 e outros tipos de doenças virais. Segundo Karina, embora se tenha uma atenção maior nos idosos e crianças, existe uma população adulta doente, com obesidade, por exemplo, fruto de uma má alimentação, rotina corrida e falta de exercícios físicos. Na visão da nutricionista, o coronavírus serve de alerta para que todos, independente da faixa etária e/ou comorbidades, busquem um estilo de vida mais saudável. 8 ABRIL DE 2020
ENTREVISTA A ORDEM
feijão é uma leguminosa importante nesse período, assim como as oleaginosas. Também devemos consumir Ômega 3 e aí para nós cristãos nesse período da quaresma, o peixe é uma excelente opção, assim como azeite, leite de coco e abacate. Não pode faltar também os alimentos ricos em ácido fólico, que vão ajudar nos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa, destacando o consumo dos folhosos escuros. Também é preciso fazer o descanso e manter a hidratação. Não é hora de dietas restritivas; é o momento de aumentarmos a nossa imunidade, para que possamos passar por esse vírus sem uma sintomatologia de gravidade. A Ordem: O que fazer com a alimentação das crianças que estão em casa? Karina Léllis: É importante ter atenção a esse momento em que
as crianças estão em casa. Ressalto que os adultos têm que dar o exemplo aos filhos. Estudos mostram que as crianças tendem a copiar o hábito dos pais. É a hora de ingerir esses alimentos vivos. Ter as frutas como opção de lanche, sempre fazendo rodízio para elas não enjoarem. Ingerir o feijão também vai ser importante e aí vou ter o cuidado de deixar esse feijão de molho na véspera, com água e um limão espremido e cozinhá-lo, no dia seguinte, com jerimum, couve folha e brócolis. Uma boa tática para esse período são os dindins funcionais. Posso fazer dindim de uva roxa com beterraba, abacaxi com couve folha, de modo que possamos rodiziar uma fruta com um legume para me ajudar nesse processo. Também podemos fazer uso das sopas, liquidificando tudo e oferecendo à criança. Dá para reunir as crianças em casa e aproveitar esse momento para fazer oficinas de culinária.
“
Esse não é um momento para pânico. É, sim, um momento para prevenção, empatia e aprendizado”
DAYANNY CORTEZ
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A ORDEM GERAL
Padre João Maria
Anjo da Caridade
Por José Rodrigues - vice postulador da causa do Pe. João Maria Por Vivianne Holanda Fonoaudióloga e Especialista em Saúde Auditiva (HRAC-USP)
Oração ao Pe. João Maria
Por Comissão Pró-Beatificação do Pe. João Maria Diante do presente cenário de pandemia do novo coronavírus (COVID-19) pelo qual passa nossa sociedade, recordamos o exemplo do Servo de Deus, Padre João Maria, como um sinal de esperança para o povo de Deus. O “Anjo da Caridade”, como passou a ser conhecido, foi um combatente incansável no enfrentamento da pandemia de varíola, que acometeu a cidade do Natal entre 1904 e 1905, empregando todas as suas energias no cuidado com os enfermos e incentivando a cidade à prática da caridade e oração, de forma especial dedicando-se aos mais pobres e aos idosos, que eram, como hoje, os mais vulneráveis às crise epidemiológicas. O vigário da cidade socorreu os doentes levando medicação e alimento, mas também utilizando o jornal da Paróquia, “O oito de setembro”, para incentivar a população à oração constante. Portanto, exortamos o povo católico a, neste momento de crise, suplicar a intercessão do Servo de Deus, em favor de todos, mas especialmente dos mais vulneráveis. E seguindo o exemplo deste grande sacerdote, nos empenhemos em fazer a nossa parte pelo bem do próximo. Neste sentido, indicamos a seguinte oração como salutar exercício de piedade: Oração Ó, Senhor, nosso Deus, concedestes ao vosso Servo, Padre João Maria, incontáveis graças ao longo de sua vida sacerdotal, tornando-o servidor fidelíssimo de vossa Igreja, anjo da guarda da cidade de Natal, pastor zeloso dos pobres e enfermos. Fazei que, por sua intercessão, eu tenha coragem de viver as exigências evangélicas da pobreza em minha vida e da fidelidade à vossa Igreja todos os dias. Dignai-vos, Senhor, glorificar o vosso servo João Maria e concedei-me, por sua intercessão, a graça que ardentemente vos suplico (pedir a graça). Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Assim seja! (Rezar 1 Pai nosso, 1 Ave Maria e Glória)
10 ABRIL DE 2020
Cuidados com a voz Dicas e prevenção
A voz é a nossa grande forma de comunicação verbal e até mesmo expressões sentimentais. Quem nunca ficou com a voz trêmula, quando estava nervoso? Ou falou alto para dar uma bronca em alguém? Para alguns, ela é ainda mais importante; é o seu instrumento de trabalho, como por exemplo: os professores, cantores e atores. Se você ficasse um dia sem voz, como se sentiria? Alguns órgãos participam da produção da voz: o ar que vem dos pulmões faz “vibrar” as pregas vocais (também conhecidas como cordas vocais) que se encontram na altura da garganta, e aí, com a junção de boca, língua e lábios, esse som é moldado e emitido. Se as pregas vocais não funcionam bem devido alguma disfunção, doença ou abuso vocal, sintomas começam a aparecer, como: rouquidão, cansaço ao falar, dor ou dificuldade para deglutir, ardência na garganta, falhas ou até mesmo perda de voz, dentre outros sinais e sintomas. Sendo assim, como podemos cuidar da nossa voz? - Devemos ingerir água durante todo o dia; é fundamental e algo que podemos abusar; quanto mais, melhor! - Evite bebidas alcoólicas, refrigerantes, sucos ácidos, café… - Não fume! - Evite comidas apimentadas ou com muitos condimentos; coma bastante frutas. A maçã, por exemplo, é uma grande aliada; - Faça exercícios de aquecimento e desaquecimento vocal (procure um fonoaudiólogo); - Mantenha uma boa postura, faça alongamento muscular no corpo em geral e intensifique na região do pescoço e dos ombros; - Use roupas leves, evite roupas apertadas, principalmente na região do tórax e diafragma; - Se fala muito durante o dia por causa do trabalho ou é profissional da voz, os cuidados são redobrados; então, faça exercícios de aquecimento vocal antes de iniciar o trabalho, cuide bem da sua alimentação durante o dia, não coma muito antes de dormir, até para se evitar o refluxo gástrico e não esqueça de fazer repouso vocal ao fim do dia ou após o show, isso é de extrema importância! Cuide da sua voz com carinho, e se lembre: ela é a sua identidade também. Prevenção é tudo!
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A ORDEM CAPA
Os Ritos da
SEMANA SANTA POR JEFERSON ROCHA
Durante este período, celebramos os mistérios da salvação, relembrando os passos de Jesus Cristo JÚLIO NETO
Missa de lava pés
A
semana Santa tem início no Domingo de Ramos, ainda na Quaresma. Nela, celebramos os mistérios da salvação, relembrando os passos de Jesus Cristo nos últimos dias de sua vida. As datas da celebração seguem o Calendário Lunar - sendo a Sexta-feira Santa cele-
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brada na lua cheia mais forte da primavera do hemisfério norte e, para nós do hemisfério sul, a lua mais cheia do outono. Para o Padre Elielson Cassimiro, coordenador arquidiocesano da Comissão de Liturgia e Sacramentos da Arquidiocese de Natal, não é um tempo ritual, mas sim,
de rever nossos atos e reviver a paixão, morte e ressurreição de Cristo: “Quando celebramos a nossa vida em Cristo, somos incorporados a Ele pelo batismo e configurados pela Confirmação/Crisma. Como manifestação desse pertencimento, temos acesso à Eucaristia, passamos a ser membros de Cristo, verbo desencarnado. Assim, a celebração reflete nossa vida solenemente, quando entramos de um modo mais intenso, mais profundo nesse grande mistério depois da preparação da Quaresma e do Tríduo. É tempo de rever, porque não se trata de uma vida somente ritual, mas do dia-dia, em que somos chamados a ser ‘Sal da Terra e Luz do Mundo”. Com apoio do Pe. Elielson, elaboramos um guia para explicar os ritos litúrgicos de cada dia da Semana Santa, para que possamos celebrar com mais clareza e fé: QUARESMA Muitas pessoas confundem com o encerramento do período da Quaresma que acontece, de fato, na Quinta-feira Santa, antes da missa da Ceia do Senhor.
SEGUNDA, TERÇA E QUARTA
DOMINGO DE RAMOS
CAPA A ORDEM
A Missa inicia fora da Igreja com a proclamação do Evangelho que narra a entrada do Senhor a Jerusalém, seguido de benção de Ramos e Procissão ou entrada solene. Os ramos podem ser levados à celebração pelos fiéis ou fornecidos pela própria Igreja, dependendo do costume de cada comunidade. Um detalhe importante é que os ramos que ficam após a missa são desidratados e, com eles, se fazem as cinzas que serão utilizadas no início da quaresma do ano seguinte. Chama-se também de missa estacional, porque sai de um ponto para a Igreja, onde vai ser celebrada a Eucaristia. Neste dia, também se faz a leitura da narrativa da Paixão de Cristo.
Não há celebrações especiais, mas as leituras são específicas, narrando os passos de Jesus para sua Paixão. Em algumas comunidades, se guarda a quarta-feira para o ofício de trevas, ao entardecer ou à noite, quando as pessoas se preparam para a prisão de Jesus.
Não há registros de que a Semana Santa tenha sido um ato único instituído formalmente pela igreja, mas sim, construído ao longo do tempo: Em Ato dos Apóstolos, por exemplo, há registros da fração do pão e do dia do Senhor, e há notícias do tempo preparatório nos séculos II e III. No período de conversão Cristã em massa, no Século IV, também houve a formalização do período de quarenta dias para serem batizados no sábado de páscoa.
JEJUM De acordo com o Código de Direito Canônico – livro das leis que orienta a Igreja Católica – é a «forma de penitência que consiste na privação de alimentos». A orientação tradicional é para pessoas com idade entre 18 e 59 anos para que façam apenas uma refeição completa durante o dia e, caso haja necessidade, pode-se tomar duas outras pequenas refeições, que não sejam iguais em quantidade à habitual. O jejum é obrigatório para os católicos na quarta-feira de cinzas e sexta-feira da paixão.
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QUINTA - FEIRA
A ORDEM CAPA
Pela manhã, acontece, nas Catedrais, a Missa dos Santos Óleos ou do Crisma. Nela, o Bispo se reúne com todo seu presbitério e são consagrados os óleos usados nos sacramentos da iniciação cristã - Batismo, Crisma e o da Unção dos Enfermos - durante todo o ano, por todas as paróquias da Diocese. Além disso, os sacerdotes renovam suas promessas sacerdotais. À tarde (não pode passar das 19h), o início do Tríduo Pascal, com a Missa da Ceia do Senhor, onde se faz a memória da instituição de Eucaristia, com narração da última ceia e, após a homilia, se repete o gesto do Lava-pés. Na missa, os fiéis são convidados a entrar no mistério da morte e ressurreição de Cristo. Após a comunhão, começa o traslado do Santíssimo Sacramento, uma procissão com a reserva eucarística – nesse dia se consagra uma quantidade maior de pão para que possa ser comungada no dia seguinte – e não há uma benção final. A Igreja é despojada dos ornamentos, as imagens já estão cobertas em sua maioria, para que todos entrem no clima de despojamento, de entrega, assim como Jesus. Para a celebração, algumas paróquias sugerem que os fiéis levem pães que são abençoados e distribuídos com demais familiares que não puderam ir à celebração, repetindo o gesto de partilha feito por Jesus.
14 ABRIL DE 2020
SEXTA - FEIRA
É um dia de JEJUM e abstinência de carne. A celebração acontece às 15h e é a única, durante todo o ano, onde não há consagração do pão. Não há canto de entrada. Após a procissão, o padre se prostra diante do altar, em oração, depois segue com a oração do dia e as leituras – não há canto do glória nem ato penitencial, no intuito de uma sequência do dia anterior e mantendo o clima de respeito. Há a leitura da Paixão e Morte de Cristo e, após a homilia, o rito da Adoração da Cruz. Não é uma adoração ao elemento da cruz, mas à Cruz de Cristo, nossa redenção. A imagem do Crucificado está coberta com um pano ou véu vermelho e, durante a celebração, é descoberta em três etapas ao canto “Eis o lenho da Cruz, do qual pendeu a salvação do mundo” com resposta “Vinde, adoremos!”, pela assembleia. A adoração pode ser feita beijando uma cruz - única em cada igreja - ou ajoelhando-se. Em seguida, acontece a Oração Universal por todos os gêneros humanos, cristãos ou não. Nesse rito, há o costume de se ajoelhar entre os momentos de oração – movimento que não é obrigatório. Depois é feita a comunhão e uma oração de benção para encerrar. Os fiéis saem da igreja em silêncio.
CAPA A ORDEM
DOMINGO DE PÁSCOA
SÁBADO VIGÍLIA PASCAL
Nesse dia se faz memória da descida do senhor aos mortos – “desceu a mansão dos mortos”. A celebração acontece à noite e inicia sempre fora da igreja com a benção do Fogo Novo, seguida de preparação e acendimento do Círio Pascal pelo presidente da celebração. Há procissão de entrada e o celebrante exclama “Eis a luz de Cristo!” seguido da resposta da assembleia “Demos graças a Deus!”. A cada exclamação e parada, a chama do círio é espalhada entre as velas da assembleia, representando a luz do ressuscitado que invade as trevas. Após o rito da luz, há a Proclamação da Páscoa ou Precônio Pascal. Em seguida, a Liturgia da Palavra, com sete leituras do Antigo Testamento mais uma epístola de São Paulo aos Romanos - que relatam os passos fundamentais da história salvação – e o Evangelho. Entre as leituras e o Evangelho, proclama-se o Hino de Louvor, quando as luzes são acesas, tocam-se os sinos e acendem-se as velas do altar – tudo para simbolizar a alegria. Em seguida, vem a Liturgia Batismal com renovação das promessas, batismo - se houver – e aspersão da água benta. Em seguida, seguem a liturgia Eucarística, destacando que a celebração Eucarística é o ápice da Noite Pascoal, sucedida da benção final, encerrando o Tríduo Pascal. *Neste dia, pede-se que os fiéis levem uma vela para celebração que será utilizada para renovação das promessas. Além disso, algumas paróquias sugerem que se leve um pouco de Água que será abençoada para levem e abençoem suas casas.
Todos os dias anteriores são a preparação para esse grande dia – que se desdobra em oito dias, conhecidos como Oitava da Páscoa. O evangelho principal relata a visita de Maria Madalena e de alguns discípulos que veem o túmulo vazio e constatam a ressurreição de Cristo, como havia nas Escrituras. Tempo Pascal: Segue por 50 dias, encerrando com a Celebração do Pentecostes.
ABRIL DE 2020
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A ORDEM PERSONALIDADE
O Dom Eugênio
e as sementes de CEBs
16 ABRIL DE 2020
lhar a trajetória de Dom Eugênio de Araújo Sales nos permite refletir sobre a missão de um jovem sacerdote que desde os primeiros anos da década de 40 do século passado tentou responder com ações da Igreja a um mundo em transformação. Vivendo no Nordeste brasileiro, uma região de extrema pobreza e carência de assistência sacerdotal, o então Pe. Eugênio logo se juntou a outros sacerdotes e traçou estratégias de evangelização que permitam mostrar ao povo de Deus o rosto materno da Igreja. Preocupado com o analfabetismo, as precárias condições de saúde e subnutrição, o pastor foi ao encontro das ovelhas que viviam em condições de subdesenvolvimento nos centros urbanos, nas periferias e no meio rural, com o objetivo de ajudá-las a enxergar a própria realidade em vista da transformação. A ação pastoral desenvolvida na Igreja de Natal propiciou a criação de Centros Sociais no meio urbano e do Serviço de Assistência Rural-SAR, no campo, e a implementação do Movimento de Educação de Base-MEB. Estes se constituíram sementes de “um novo jeito de ser Igreja”, sensível aos clamores dos filhos e filhas de Deus. Longe da endogamia clerical, o timoneiro do Movimento de Natal procurou estabelecer uma rede de solidariedade tecida por leigos, teólogos e sociólogos a fim de formar líderes católicos que, no cumprimento da missão de batizados, se tornassem construtores da própria história. Com a fé e a coragem de um grande humanista, Dom Eugênio afirma: “a Igreja deve, portanto, assumir a encarnação concreta do Evangelho e usar uma linguagem compreensível para todas as pessoas. Pregação inteligível em uma área subdesenvolvida é a pregação social... a única linguagem compreensível é a do combate a injustiça, sensível às necessidades.” As lições de fé e política ensinadas por Dom Eugênio se constituíram em princípios de uma teologia inaugural que mais tarde alicerçou as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs): celebração da Palavra realizada por leigos e leigas, reflexão à luz da Bíblia, participação e envolvimento nas decisões da vida comunitária. Bem poderíamos atualizar tais iniciativas e entendê-las, hoje, como sinais de uma Igreja “em saída” como recomenda o Papa Francisco. Lograríamos a compreensão de que Dom Eugênio foi um dos pastores com “cheiro das ovelhas”.
Catequese
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A ORDEM
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A ORDEM REPORTAGEM
Igreja publica orientações SOBRE A CELEBRAÇÃO DA SEMANA SANTA
O arcebispo de Natal publicou orientações para o clero arquidiocesano, dia 25 de março JÚLIO NETO
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este ano, a Semana Santa é celebrada de maneira diferente. Os ritos não podem contar com a participação dos fiéis, no Brasil, em Roma e em outros países, que sofrem com a pandemia do novo coronavírus. O Papa Francisco, por exemplo, celebra os ritos no altar da Cátedra, na Basílica de São Pedro. No dia 25 de março, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, da Santa Sé, publicou um decreto com indicações e sugestões sobre as celebrações da Semana Santa. De acordo com o documento, como a data da Páscoa não pode ser transferida, “nos países afetados
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pela doença, onde estão previstas restrições aos encontros e movimentos de pessoas, os bispos e os presbíteros celebram os ritos da Semana Santa sem a participação do povo e em local adequado, evitando a concelebração e omitindo o abraço da paz”. O mesmo decreto orienta que as paróquias deixem os fiéis informados dos horários das celebrações e que sejam transmitidas pelos meios de comunicação. Também, no dia 25 de março, o arcebispo metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, publicou orientações ao clero sobre a Semana Santa.
REPORTAGEM A ORDEM
ORIENTAÇÕES AO CLERO ACERCA DAS CELEBRAÇÕES DA SEMANA SANTA Em tempo de COVID-19 Com base no decreto publicado no dia 19 de março e atualizado no último dia 25 do mesmo mês (Prot. N. 153/20), pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, determinamos o seguinte: Como a data da Páscoa não pode ser transferida e considerando os decretos publicados anteriormente, restringindo os encontros e movimentos de pessoas, os ritos da Semana Santa serão celebrados apenas na igreja Catedral e na igreja matriz de cada Paróquia e/ ou Área Pastoral, sem a participação do povo, a portas fechadas, com a presença de uma restrita equipe celebrativa de apoio; As celebrações devem – na medida do possível – ser transmitidas (ao vivo e não por meio de gravação) pelos meios eletrônicos de comunicação, e os fiéis devem ser devidamente informados acerca do horário de início das várias celebrações, para que possam se unir em oração em suas casas; Domingo de Ramos – A recordação da entrada do Senhor em Jerusalém seja celebrada na igreja Catedral, seguindo a segunda forma prevista no Missal Romano e, nas igrejas matrizes, adote-se o terceiro modo; Missa crismal – A Missa do Crisma ou dos Santos Óleos será adiada. A nova data será fixada e informada tão logo seja superado o tempo de pandemia; Quinta-feira Santa – Concede-se, a título excepcional, a todos os sacerdotes a faculdade de celebrar neste dia, em qualquer lugar adequado, a Missa sem o povo. O lava-pés seja omitido. No término da Missa, omite-se a procissão e o Santíssimo Sacramento seja conservado no sacrário. Os sacerdotes que não tenham a possibilidade de celebrar a Missa, em vez dela, rezarão as Vésperas (cf. Liturgia das Horas); Sexta-feira Santa – Na Catedral e nas igrejas matrizes, o Bispo e o pároco, respectivamente, celebrem a Paixão do Senhor. O rito de Adoração da Cruz, mediante o beijo, seja restrito ao presidente da celebração. À Oração universal, acrescente-se a seguinte intenção:
XI. Pelas vítimas da pandemia Oremos por todas as vítimas do novo coronavírus, sobretudo os mais vulneráveis, afim de que sejam livres de suas consequências, sejam consolados os que perderam seus entes queridos e logo se encontre a cura para a COVID-19. Deus eterno e todo-poderoso, autor da vida, ouvi as súplicas de vosso povo que implora o fim dessa nefasta pandemia. Protegei os mais vulneráveis, especialmente os idosos; sejam eles amparados por seus familiares e assistidos pelo Sistema de Saúde. Abençoai os esforços para encontrar a cura e uni, pelos laços da solidariedade, a humanidade inteira. Por Cristo, nosso Senhor. Vigília Pascal – Celebrada apenas na igreja Catedral e nas igrejas matrizes. No início da Vigília ou Celebração da Luz, omitem-se o acender e a bênção do fogo. O círio, já preparado antecipadamente, seja aceso de modo simples; omita-se a procissão e entoe-se o precônio pascal (Exsultet). Segue-se a Liturgia da Palavra. Para a Liturgia batismal, apenas se renovam as promessas batismais (cf. Missal Romano, pág. 288, n. 46). Segue-se a Liturgia eucarística. Aqueles que não podem de modo nenhum unir-se à Vigília Pascal celebrada na igreja, rezam o Ofício das Leituras indicado para o Domingo de Páscoa (cf. Liturgia das Horas); Os membros das casas religiosas e/ou mosteiros, com espírito de íntima união aos Mistérios de Cristo, procurem acompanhar todas as celebrações através dos meios de comunicação e da recitação da Liturgia das Horas; As procissões e outros atos comunitários de piedade popular relacionados às celebrações da Semana Santa ficam suspensos; Todas estas disposições foram expedidas De mandato Summi Pontificis pro hoc tantum anno 2020 (Por mandato do Sumo Pontífice apenas para este ano de 2020). Dado e passado nesta Arquiepiscopal cidade do Natal, aos 25 de março de 2020, Solenidade da Anunciação do Senhor.
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
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A ORDEM
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A ORDEM VIVER
Catequese com filhos em tempos de coronavĂrus Rotinas e atividades educativas devem ser mantidas pelos pais, mesmo com isolamento social
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VIVER A ORDEM
Durante este período de isolamento social, diversas atividades tiveram que ser paralisadas, entre elas, as de cunho religioso, como encontros, assembleias e formações. Tudo isso para que diminua o contágio do coronavírus, que acarreta a doença Covid-19. Os encontros de catequese estão entre essas atividades paralisadas e cabe aos pais e/ou responsáveis manter uma rotina com atividades educativas para as crianças. Segundo o portal Catequistas do Brasil, mesmo em casa, é possível desenvolver uma programação catequética com os pequenos. Listamos aqui algumas atividades propostas pelo site: Atividades com papel, lápis e caneta: A proposta é incentivar a criança a escrever ou desenhar o que mais quer fazer na Igreja quando terminar o período de quarentena. Segundo o portal Catequistas do Brasil, essa atividade é importante para identificar a relevância que as atividades possuem na vida de cada um. Caso a criança já tenha acesso à tecnologia e faça parte de algum grupo de catequese no whatsapp, pode enviar uma foto segurando o desenho para que os demais colegas possam ver. Essa também é uma forma da turma estar unida, mesmo que cada um esteja em sua casa. Atividade em família: Essa dinâmica pede a participação dos pais. Você vai separar uma Bíblia, duas jarras e uma bacia. A atividade tem o intuito de mostrar que nessa quarentena e durante todas as situações da vida, é preciso permitir preencher-se com o amor de Deus. A dinâmica começa com a leitura da passagem de João 4:10-14. Após a leitura, com uma jarra cheia de água e outra vazia colocada em cima de uma bacia ou recipiente, o catequizando vai colocando a água na jarra que está sem, até transbordar. A moral da dinâmica é mostrar que Jesus faz nossa
vida através do Espírito Santo, transbordar dentro de cada um, como fonte de água viva. Atividades usando a tecnologia: Essa atividade exige que a criança já esteja inserida em um grupo de catequese no whatsapp. A atividade pode ser proposta pelo próprio catequista. Um momento de oração, em grupo. Pode ser a recitação do terço e/ou outro tipo de oração, de modo que todos os catequizandos participem e rezem juntos. Por exemplo, caso escolha a recitação do terço, o catequista inicia, rezando a primeira dezena. Posta uma foto no grupo, escolhendo quem vai rezar o segundo mistério e assim, sucessivamente. Essa pode ser uma atividade diária, escolhendo um horário do dia para este momento de oração em grupo. Motivação para os catequistas: Durante este período de quarentena, os catequistas podem e devem manter o contato com seus catequizandos. Os catequistas podem ter contato frequente com a criança, para saber como está e propor algumas atividades. Pode sugerir um filme para a criança assistir durante a semana. O catequista também pode enviar um vídeo pelo whatsapp, sugerindo que a criança reflita e escreva um comentário sobre o que assistiu. O catequista pode ainda sugerir à família que leia o Evangelho de domingo com a criança e participe das celebrações dominicais, transmitidas pelo rádio, TV ou internet, além de propor ao catequizando que reze antes de dormir. Se for a realidade de sua Paróquia e dos catequizandos, pode propor um encontro virtual com a turma, utilizando plataformas de videoconferência. Confira outras atividades em: www.catequistasbrasil.com.br
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A ORDEM EM AÇÃO
Saneamento básico:
a casa comum ainda em risco
No Rio Grande do Norte, dados estão abaixo da média no atendimento total de esgotos Por Vitória Élida
24 ABRIL DE 2020
EM AÇÃO A ORDEM
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uando falamos em saneamento básico, imediatamente associamos aos esgotos e ao abastecimento de água nas cidades. Porém, o saneamento básico está relacionado a uma série de cuidados considerados fundamentais para a manutenção da qualidade de vida humana e do meio ambiente em geral. Segundo a Lei 11.445/07, o saneamento básico pode ser definido como “o conjunto de serviços, infraestruturas
e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas”. Dessa forma, a preocupação com a qualidade da água e de se sua distribuição é uma necessidade a fim de evitarmos proliferações de agentes infecciosos, possibilitando a qualidade de vida. Porém, ainda há muitas cidades sem acesso a esses serviços de direito, trazendo problemas às populações. Dados do Instituto Trata Brasil (ITB) relatam que mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgotos, e mais de 35 milhões não têm acesso à água potável. No Rio Grande do Norte esses dados estão abaixo da média nacional. Segundo o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), apenas 23,85% do Estado tem atendimento total de esgotos. De acordo com o Engenheiro Ambiental, Gilbrando Medeiros Trajano, esses números refletem uma série de consequências para a saúde pública. “Quando se tem as infraestruturas de saneamento consolidadas, os índices de saúde pública e qualidade de vida das pessoas tende a aumentar. Isso porque, quando não se tem locais dotados por essas infraestruturas umas das coisas que acontece é a proliferação de vetores, como ratos, baratas e mosquitos, como o Aedes aegypti”, comenta. Em 2016, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou uma Campanha da Fraternidade que desejava chamar a atenção para o déficit de
saneamento básico no Brasil e suas consequências para a vida das pessoas, mostrando assim, o papel fundamental da Igreja nas discussões de temas relevantes para a sociedade. Esse ano, ao tratar sobre “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, a CNBB também destaca a importância de se promover atitudes responsáveis que garantam a dignidade humana. A falta de saneamento traz além de problemas ambientais, questões de ordem econômica e social. Um exemplo disso é a situação do abastecimento de pescados, “que é diminuída a partir do momento que não se tem um sistema de drenagem adequado, que lava a cidade, levando todas as impurezas encontradas, inclusive os esgotos, atuando diretamente na qualidade dos mananciais”, destaca Gilbrando Medeiros. Além disso, o Estado do Rio Grande do Norte sofre com a destinação de resíduos sólidos, visto que apresenta apenas dois aterros sanitários funcionando. Isso chama a atenção para aspectos sociais e ambientais importantes, como os lixões, que representam um risco para a qualidade da água que é captada de forma subterrânea, bem como aumenta a exposição a situações de risco por parte dos catadores. Diante desse cenário, é preciso que as populações assumam um papel de vigilância, a fim de acompanhar a esperada concretização dos Planos Municipais de Saneamento Básico, protegendo assim, a casa comum, que tanto sofre com o descaso.
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A ORDEM REPORTAGEM
Incenso: simbologia e significado Sentir o cheiro do incenso nos remete às celebrações solenes, na Igreja. Mas, por que a Igreja utiliza o incenso, especialmente nos momentos mais festivos? O seminarista Yago Carvalho, aluno do 4º ano do Curso de Teologia, no Seminário de São Pedro, explica as curiosidades acerca dessa substância aromática.
Por que a Igreja usa incenso nas missas? Pode usar em todas as missas? (Cosme Bezerra – Paróquia de Santa Rita de Cássia – Santa Cruz) O incenso simboliza nossas orações que se elevam a Deus, conforme atesta o salmo 141, 2. Aquilo que é incensado é sinônimo de sagrado, e pode ser utilizado em todas as Santas Missas. O incenso é utilizado durante a procissão de entrada, no começo da Santa Missa, para incensar o altar, antes da proclamação do Evangelho; na preparação das oferendas, para incensar a cruz, o altar, o sacerdote e os fiéis. Além de nos recordar a realidade celestial. A partir de quando a Igreja passou a utilizá-lo? (Fredson Wesllen – Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Canguaretama) Houve um grande processo, até chegarmos como o utilizamos nos tempos atuais. O seu início deu-se no século IV, pois tinha medo de confundir-se com práticas paganistas; no século IX começou a ser utilizado no início da Santa Missa, e, posteriormente, no séc. XI, o altar começou a ser incensado. Lembremos também de que foi um dos presentes recebidos pelo menino Jesus (Mt 2,11). Qual o significado do incenso? (Fernanda Santos – Paróquia de São João Bosco – Gramoré – Natal) O incenso é um sacramental utilizado para santificar, abençoar e venerar. A fumaça é um
símbolo do mistério de Deus. A medida em que se eleva, sua imagem e seu cheiro expressam a doçura da presença de Nosso Senhor. Conforme a sua fundamentação bíblica em Ap 8,34, como também em Ex 30,8, além de muitas outras passagens da Sagrada Escritura. De que o incenso é feito? (Adriano Israel – Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Ceará-Mirim) É feito de resinas aromáticas. Provém de árvores da família das bosuélias (boswellias), originárias do Oriente. Existem critérios para escolher a essência do incenso para utilizar nas celebrações? (Albanise Souza – Paróquia da Imaculada Conceição – Loteamento Aliança – Natal) Não. Vai de acordo com o gosto; porém são escolhidos os de agradável odor e aqueles que são confeccionados para utilização na Santa Missa, ou seja, fabricados na intenção de serem utilizados em celebrações litúrgicas. Por que, normalmente, o turíbulo com o incenso é balançado três vezes? (Adeize Bezerra – Paróquia de Santa Clara – Pitimbu – Natal) É uma norma que está contida na Introdução Geral do Missal Romano (IGMR). Alguns remetem o significado à Santíssima Trindade. Caso deseje se aprofundar, recomendo o olhar a IGMR nos números 276 e 277.
As perguntas sobre assuntos diversos da Igreja podem ser enviadas para o e-mail pascom@arquidiocesedenatal. org.br ou para o whatsapp do Setor de Comunicação da Arquidiocese, no número (84) 99675-7772, informando sempre que é o “Aprendendo com a Igreja”, da revista A Ordem. 26 ABRIL DE 2020
REPORTAGEM A ORDEM FOTOS: CEDIDAS
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A ORDEM
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