2 A MINA, A BARRAGEM E A MINERADORA Instalada no distrito-sede, a Mina Córrego do Feijão integra o Complexo de Paraopeba do Sistema Sul, do qual também fazem parte as Minas de Jangada, em Brumadinho e Sarzedo, e as de Mar Azul e Capão Xavier, em Nova Lima. Ela pode ser acessada pela Rodovia BR-040, saindo de Belo Horizonte, em sentido Rio de Janeiro, por cerca de 13 quilômetros, até o Bairro Jardim Canadá. Desse ponto, segue-se por mais 28 quilômetros pela estrada municipal na Serra do Rola-Moça até a portaria. Além de absorver mão de obra da região, a mina exerce influência direta na sede, nos distritos e bairros rurais de Córrego do Feijão, Vila Ferteco, Parque da Cachoeira, Pires, Alberto Flores, Tejuco, Córrego Fundo, Casa Branca, Monte Cristo e Canta-Galo, além dos municípios de São Joaquim de Bicas e Mário Campos (ligados a Brumadinho pela Rodovia BR-381 e pelo Rio Paraopeba), entre outros. O empreendimento localiza-se na Microbacia do Ribeirão Ferro-Carvão. (Microbacia é uma pequena bacia hidrográfica delimitada por afluentes que deságuam num rio principal, no caso, o Rio Paraopeba.) A Mina Córrego do Feijão está situada no interior da Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte, da Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e da Estação Ecológica de Fechos. A criação dessas unidades de conservação ambiental, em 1994, deveu-se à necessidade de proteção dos mananciais, remanescentes florestais e serras dos impactos negativos decorrentes das atividades mineradoras. As áreas de preservação são administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e contam com conselhos consultivos. A primeira concessão de lavra da mina, que ocupa uma área de 216,779 hectares, foi outorgada à Companhia de Mineração de Ferro e Carvão S.A. em dezembro de 1945. Posteriormente, a concessão foi retificada, alterando-se o antigo nome para Ferteco Mineração S.A. (BRASIL, 1977)1. Novo decreto mantém a concessão em vigor por tempo indeterminado (BRASIL, 1991)2. A Ferteco era controlada integralmente pelo ThyssenKrupp Stahl AG (TKS), um dos maiores grupos siderúrgicos da Europa, de origem alemã. Quando foi comprada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), em abril de 2001, ela era a terceira maior produtora de minério de ferro do país e tinha reservas de hematita e itabirito avaliadas
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