Revista Boa Vida Edição 2

Page 1



V VENHA VENHA PARA PARA A UNICRED. A UNICRED. A A INSTITUIÇÃO A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA FINANCEIRA Q QUE QUEÉÉSUA. SUA.

Mais Mais de 270 de 270mil mil profissionais profissionais da saúde da saúde em em todo todo o o país país escolheram escolheram a aUnicred Unicred como como sua sua instituição instituição financeira. financeira.

CINU IFORP

UNICRED UNICRED - O MAIOR - O MAIORSISTEMA SISTEMA COOPERATIVO COOPERATIVO DE CRÉDITO DEDOS CRÉDITO DOS PROFISSIONAIS PROFISSIONAIS DADA SAÚDE SAÚDE DO DOPAÍS. PAÍS.

TNOC ANIF

CONTE TAMBÉM CONTE TAMBÉM COM COMOS OS PRODUTOS PRODUTOS COMPLETOS COMPLETOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA FINANCEIRA E ASE VANTAGENS AS VANTAGENS DE DE UMAUMA COOPERATIVA COOPERATIVA QUE É SUA: QUE É SUA: ContaConta Corrente Corrente Cheque Cheque Especial Especial Financiamentos Financiamentos ee Empréstimos Empréstimos Aplicações Aplicações Financeiras Financeiras

RCINU .www

UNICREDUNICRED CENTRO CENTRO BRASILEIRA BRASILEIRA www.unicredgyn.com.br www.unicredgyn.com.br

MAIS DE 423 AGÊNCIAS MAIS COOPERATIVAS DE 423 AGÊNCIAS CO UNICRED EM TODO O BRASIL. UNICRED EM TODO O BRASIL

Débito Automático Débito AutomáticoProdutos Corporativos Internet Banking Assessoria Financeira Assessoria Financeira de Malote Cartão de crédito Cartão e débito de crédito Serviços e débito Seguros Seguros

Faz sentido operar uma instituição Produtoscom Corporativos que é sua. Internetfinanceira Banking Serviços de Malote



HOSPITAL ORTOPÉDICO DE GOIÂNIA

Nossa especialidade é cuidar da sua saúde! Ortopedia e Traumatologia Microcirurgia Reconstrutiva Oncologia Ortopédica Anestesiologia Cirurgia Geral

Cirurgia Oncológica Cirurgia Vídeolaparoscópica Clínica Médica Fisioterapia / Terapia Ocupacional Proctologia

Radiologia UTI Tomografia

Fundado em 1968. Sempre renovando para melhor atendê-lo. Avenida L, nº 470 - Setor Aeroporto - Goiânia - Goiás - CEP: 74.075-030 | www.hog.com.br | FONE: (62) 3254-5600 | FAX: (62) 3225-1984


Entre nós Começo essa edição da Revista Boa Vida com a seguinte constatação: vale mesmo a pena viver! Desafios, amores, decepções, filhos, alegrias, preocupações, trabalho, dinheiro, sexo, prazer.... é assim que todos nós vivemos. A diferença está em como nos comportamos diante das situações boas e más que vão surgindo. Algumas pessoas simplesmente adoecem quando algo as desagrada; outras tocam em frente e não olham para trás, fazem o melhor que podem sempre e, por isso, têm maiores chances de encontrar a felicidade nesta vida. Humor é fundamental. E é assim, com muito bom humor, que apresentamos mais uma edição da Revista Boa Vida, trazendo assuntos que são úteis na manutenção da sua saúde, com os profissionais mais antenados com a medicina moderna e curativa que se pratica no momento. Repare na perfeição do nosso corpo. É só dar a ele uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, ir ao médico sempre que algo parecer errado e ter o hábito de fazer exames para verificar se está tudo bem. Esta é a fórmula certa para ter alguma garantia de uma vida mais saudável. Soma-se a isso, o aperfeiçoamento do espírito e da mente. Se evoluímos o espírito, ficamos mais leves; se evoluímos a mente, conseguimos manter nossa consciência no presente; se evoluímos o coração, vamos ter sempre alguém para amar e, se evoluímos a pelve, nos libertamos das amarras. Como disse Bob Marley: “Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”. Pense nisso! Abrimos esta edição com o tema da capa: a Cirurgia Íntima, um procedimento estético que corrige alguma imperfeição da vagina e é capaz de mudar a vida de uma mulher de forma física e psicológica. Fomos até o cirurgião plástico Álvaro Vítor, um dos mais experientes neste tipo de procedimento, por isso, muito procurado por mulheres que resolvem dar um basta a tanto constrangimento. As capas da revista Boa Vida são sempre um desafio para mim. Acho que dizem muito e são um convite à leitura. Nesta edição, passamos horas refletindo sobre como falar deste tema de forma não apelativa ou vulgar. Foi então que surgiu a imagem tão marcante do filme “Beleza Americana”. É isso! A capa desta edição é uma homenagem à mulher moderna, que tem atitude e está a cada dia mais bonita e feliz consigo mesma. Esse,

definitivamente é o nosso melhor tempo. Que bom! Depois, trazemos uma sequência de entrevistas com especialistas que admiramos e que sabem muito bem driblar o estresse, saindo de uma alucinante rotina médica para momentos de puro prazer, equilibrando trabalho e lazer. E ainda uma série de artigos com grandes profissionais de diversas especialidades, nos presenteando com assuntos do nosso interesse. Todos acreditam na medicina preventiva e nos orientam a seguir esse caminho, mas quando a doença se instala, é preciso conhecer o inimigo e não perder tempo. Nossos consultores em saúde nos deixam totalmente informados e conscientes do alcance da medicina que se pratica em Goiás. Guarde bem sua revista, ela está rica em conhecimento sobre o seu corpo. Aproveite! Nesta edição, apresentamos também nossos novos colegas de trabalho, Victoria Acerbi e Iure Queiroz (foto). Trouxemos esses jovens jornalistas para a redação através do Instituto Euvaldo Lodi – IEL Goiás, que faz um trabalho incrível de integração entre universidade, estudante e mercado de trabalho. O IEL é um braço importante da Federação das Indústrias de Goiás, FIEG, e também uma mão amiga para o jovem, que se desenvolve e entra com melhores condições na competitividade profissional, como nos casos de Victória e Iure que já saem da universidade contratados. Mas, ainda como estagiários, eles foram dois parceiros importantes nesta edição. Acredito no jovem que quer vencer com a força do trabalho e da inteligência. Esses garotos vão longe!

Sirva-se desta edição!

Expediente Editora e Jornalista responsável

Aurélia Guilherme – 877/04/145 GO Jornalistas Estagiários

Projeto Gráfico

Iure Queiroz Victória Accerbi

Innovart Publicidade

Departamento comercial

A proposta desta edição é apenas esclarecer aos leitores sobre saúde e aproximar profissionais e pacientes na busca de uma saúde preventiva e curativa.

Nívia Guilherme 62 8582 2233 Diagramação

Innovart Publicidade 6

Fotografia

Catarina Carraro

Editora Aquarius aureliaguilherme@hotmail.com 62 8100 9086 Setembro/Outubro/Novembro/Dezembro 2012


Índice Cirurgia Plástica Vaginal Álvaro Vítor Teixeira

11

Gravidez – João Luiz Tarlé Rosa

15

Depressão Pós Parto - Cristina Mara Pereira Antunes

17

Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade - Fábio Borges Pessoa

21

Lifting Facial – Myrian de Castro

25

Córnea – Francisco Wellington Rodrigues

30

Catarata -Fausto da Paz Carzola

34

Alergia - Lorena de Castro Diniz

36

Saneamento Básico – Fernando Rodrigues

38

Saúde Capilar - Lorena Dourado

42

Prótese de Mama – Thiago Machado Pinto

44

Tabagismo - Roseliane Araújo

48

Quimioterapia - Marcus Magnus Sampaio

50

Obesidade Infantojuvenil - Renata Machado

52

Flacidez de Pele e Abdominoplastia– Luiz Carlos Borba Campos

54

Terapia de Casal – Berta Baltazar Elias

56

Embolização de Miomas– Luiz Otávio Corrêa

8

7


Cirurgia Plástica Vaginal Álvaro Vítor Teixeira Cirurgião Plástico - CRM – GO 5889

Para esculpir o corpo, um número cada dia maior de mulheres está em busca de contornos e volumes perfeitos até mesmo para a sua genitália. A cirurgia íntima já faz parte da rotina do cirurgião plástico Álvaro Vítor Teixeira, que diz em seu artigo, que esse é um reflexo do atual momento da mulher moderna e independente, que decide sobre seu corpo e quer ser feliz. “Algumas mulheres não se sentem à vontade com a sua genitália, principalmente aquelas que possuem os pequenos ou grandes lábios exageradamente pequenos ou grandes ou naquelas em que o monte de Vênus tem excesso ou falta de gordura. Elas se sentem tão constrangidas, que muitas se fecham e deixam de viver integralmente a sua sexualidade, o que pode se desdobrar em consequências devastadoras para o casal. Além da questão psicológica, existe ainda o fato de que, pequenos ou grandes lábios muito diminuídos ou aumentados, interferem fisicamente na qualidade da relação sexual. Em consultório, os relatos são de dor, limitação de movimentos e constrangimento provocados pela baixa auto-estima que ela desenvolve. A cirurgia íntima corrige essas alterações e representa uma conquista para essa nova mulher que decide sobre a sua própria vida e a sua aparência. Há cerca de 30 anos, essa técnica vem sendo utilizada em mulheres com deformidades genitais, portanto se tratava apenas de uma cirurgia reparadora. Hoje, a cirurgia íntima faz parte das opções estéticas que a cirurgia plástica oferece. E entre os casos mais frequentes, destacam-se: • A ninfoplastia ou labioplastia é a cirurgia íntima mais procurada. É um problema muito comum entre as brasileiras. Esse procedimento retira o excesso dos pequenos lábios da vagina, que quando estão hipertrofiados cobrem o clitóris, causando a dor e o desconforto, além de dificultar a penetração durante o ato sexual. No dia a dia, essas deformidades são percebidas quando se anda de bicicleta, quando se usa calça justa ou um biquini. As causas para o crescimento exagerado dos pequenos lábios podem ser genéticas ou podem ser de ordem hormonal, comum na puberdade ou como efeito colateral em mulheres que

8


fazem uso de anabolizantes nos treinos para ganho de massa muscular. Nesses casos, além do desenvolvimento dos pequenos lábios, há também um crescimento do clitóris. A ninfoplastia remodela toda essa região sem mexer no clitóris, que fica mais exposto e se mantém sensível. A cirurgia é simples, em menos de uma hora retira-se o excesso de pele por meio de um pequeno corte e faz-se a sutura, sem a necessidade de tirar os pontos, que são absorvíveis. A anestesia é local, com ou sem sedação e a paciente é liberada no mesmo dia. O pós-operatório é pouco doloroso. Recomenda-se o uso de compressas geladas no local e repouso por 24 horas, para evitar a abertura dos pontos e sangramentos. A mulher deve suspender as atividades físicas e as relações sexuais por trinta dias. O resultado é muito satisfatório, desde que a paciente escolha um cirurgião habilitado, faça todos os exames pré-operatórios e tenha os cuidados pós-operatórios. É incrível como um simples procedimento mexe com o lado psicológico da paciente; elas se sentem bonitas e com a auto-estima recuperada. Funciona como um resgate da mulher. Por ser uma cirurgia simples, pode estar associada a outros procedimentos estéticos. • Quando os grandes e pequenos lábios são muito pequenos, a vulva fica muito magra ao ponto da mulher sentir desconforto durante as relações sexuais, pela falta do amortecimento natural. O problema pode ser corrigido com um simples enxerto de gordura na região, retirada de outra parte do corpo. Se o caso é de excesso de gordura, a lipoaspiração com seringa resolve. • O monte de Vênus, a área onde ficam os pelos pubianos, pode ser bem proeminente em algumas mulheres, que se sentem constrangidas e com grande desconforto estético. O volume dessa área é percebido em roupas mais justas ou roupas de banho. Pode ser realizada uma lipoaspiração na região, com ou sem retirada de pele, com anestesia local, em um procedimento de cerca de 50 minutos. A paciente fica em estado de observação e volta para a casa no mesmo dia, com pósoperatório tranquilo e sem transtornos. A sensibilidade local pode ser temporariamente comprometida, mas a sensibilidade sexual se mantém perfeita, uma vez que não há manipulação dessas estruturas. A reparação estética da genitália atende a todas as mulheres adultas. Embora a procura por essa cirurgia esteja a cada dia maior, ainda existem muitas delas que sequer têm coragem de relatar o problema até mesmo para um médico. Em consultório, conversando com as pacientes que fizeram a correção estética da genitália, ouço com frequência: - Por que sofri tanto tempo com um problema tão simples de se resolver? E elas se despedem com uma expressão de felicidade”.

Álvaro Vítor Teixeira Cirurgião Plástico CRM – GO 5889 E-mail: alvarovitorteixeira@gmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade de Taubaté (UNITAU), SP; • Residência em Cirurgia Geral pelo Hospital Regional do Vale do ParaÍba, Taubaté-SP; • Residência em Cirurgia Pediátrica pelo Hospital Matarazzo, São Paulo-SP; • Residência em Cirurgia Plástica Estética pelo Núcleo de Cirurgia Plástica - Belo Horizonte-MG, e Cirurgia Plástica Reconstrutiva pelo Hospital Santa Helena, Contagem-MG; • Pós-Graduação em Medicina Estética pela Faculdade de Medicina Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ; • Especialista em Cirurgia Geral pelo Conselho Federal de Medicina (CFM); • Especialista em Cirurgia Plástica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB); • Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia - ABRAN; • Especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira AMB; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; • Membro Titular do Conselho Regional de Medicina – Goiás; • Membro Titular do Conselho Regional de Medicina – DF.

9


10


Gravidez

João Luiz Tarlé Rosa CRM - GO 7014 E-mail: jltarlerosa@gmail.com

“As intercorrências comuns na gravidez são causadas pelo uso do tabaco, álcool, cafeína, maconha, cocaína, anfetaminas, crack e ecstasy. Algumas drogas causam maiores danos do que outras, mas todas são perigosas ao feto”.

O Ginecologista e Obstetra João Luiz não resiste ao embalo do ritmo pesado dos grupos mais tradicionais do rock’in roll. Depois de sua extenuante rotina de partos, ele descansa sua mente mantendo alta sua produção de adrenalina. O doutor João Luiz canta e dança ao som dos mais famosos metaleiros, de sua valiosa coleção de vinil e, só para, com algum lamento, quando chega a hora de dormir. 11


Gravidez

João Luiz Tarlé Rosa

Ginecologista e Obstetra - CRM – GO 7014

1 – O casal que planeja ter filhos deve estar atento a algumas orientações médicas anteriores à gestação. Quais os cuidados a serem tomados neste momento? Do ponto de vista legal, desde 1997 foram estabelecidas novas diretrizes para as orientações pré-concepcionais. Em um primeiro momento, devem ser realizados exames laboratoriais para avaliar doenças e as condições maternas antes da gestação. Portanto, antes de constituir família, o casal deve fazer exames, como: o hemograma (capaz de detectar anemias ou infecções), a tipagem sanguínea do casal, a glicemia de jejum (grávidas diabéticas necessitam de acompanhamento especial, além de dietas especificas e outras orientações), as sorologias de infecções (possibilitam o diagnóstico de sífilis, rubéola, toxoplasmose, citomegalovirus, herpes, HIV, hepatites A, B e C). O exame de Doença de Chagas (muito indicado para o estado de Goiás), os testes para a prevenção do câncer ginecológico, a ultrassonografia pélvica (importante para o rastreamento de doenças ginecológicas) e os exames laboratoriais do parceiro (para detectar possíveis infecções por HIV e hepatites) também devem ser feitos. Depois de realizados os primeiros testes, é preciso investigar o risco genético da paciente, orientá-la de acordo com o que for identificado e programar cuidados especiais, se necessário. Logo após essa etapa, é importante discutir com a paciente ou mesmo com o casal, assuntos como: o intervalo entre os partos (com a indicada anticoncepção e o momento ideal para sua interrupção); os aspectos psicológicos,

familiares, sociais e financeiros envolvidos; os hábitos e o estado nutricional, bem como o estilo de vida; e, por fim, a importância da vigilância pré-natal precoce e regular. Durante esse momento pré-concepcional, também é realizado um registro do ciclo menstrual da mulher, além de suplementação com ácido fólico e polivitamínicos, em caso de necessidade. 2 – Sabe-se que os exames são de grande importância para uma gestação saudável e sem surpresas, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Existe um calendário a ser seguido para o pré-natal? Segundo a Organização Mundial de Saúde, bem como o Ministério da Saúde, é preciso que sejam realizadas no mínimo seis consultas em uma gestação de baixo risco. A primeira consulta deve ser feita o mais cedo possível. No pré-natal de baixo risco são aconselhados retornos mensais até a semana de número 32; quinzenais entre a 32ª e a 36ª semanas e retornos semanais, da 36ª semana até o parto. Já no pré-natal de alto risco, devem ser realizadas consultas mensais até a semana de número 28; quinzenais da 28ª a 36ª semanas e semanais da 36ª semana até o parto. 3 – Muitos dos exames realizados no momento préconcepcional são repetidos nas primeiras consultas do prénatal. É o caso do hemograma, da glicemia de jejum e das sorologias. Quais os outros exames realizados neste período de gestação? Além do hemograma, da glicemia de jejum e das sorologias para detectar infecções, são realizados exames simples de urina, pesquisas para a determinação do grupo sanguíneo, testes protoparasitológicos, análise de colpocitologia oncótica (para detectar o câncer de colo do útero) e o teste de tolerância à glicose simplificada (ideal para triagem de diabetes gestacional). A ultrassonografia deve ser solicitada, se possível, entre a 6ª e a 7ª semanas, por via endovaginal, para melhor datação da gestação e diagnóstico precoce, por exemplo, de gestação múltipla ou ectópica (fora da cavidade uterina). Se a primeira consulta for realizada próxima a 11ª semana, já é preciso solicitar a Ultrassonografia Morfológica do 1º trimestre, para avaliação da translucência nucal, do osso nasal e do ducto venoso (importantes na detecção da Síndrome de Down e outras anomalias cromossômicas). O passo seguinte é a Ultrassonografia Morfológica do 2º trimestre, que é o exame ultrassonográfico mais importante do pré-natal e deve ser oferecido rotineiramente à gestante. O período ideal para sua realização é entre a 20ª e a 24ª semanas de gestação. 4 – As gestantes se preocupam muito com o ganho de peso durante esse período. Qual é o ganho de peso aceitável durante a gravidez? Há alguma restrição a produtos diet/light, como os adoçantes artificiais?

12

Existe um padrão geral de aumento de peso


aceitável. Ele consiste em uma conta simples que deve levar em consideração o equivalente a 5% do peso inicial da mulher acrescido de 6 kg. Por exemplo, uma pessoa de 80 kg, teria um aumento de peso aceitável de até 10 kg. Na expectativa de não adquirir muito peso durante a gravidez, as mulheres costumam incluir os adoçantes artificiais em suas dietas. Sabe-se que o aspartame e o stevia são compatíveis com a gestação em doses habituais, porém o uso de aspartame durante a amamentação ainda é controverso. Não existem estudos suficientes sobre a sacarina e o ciclamato, por isso eles devem ser evitados. 5 – O uso de drogas lícitas no pré-natal, como o álcool e o cigarro, causam intercorrências sérias na gestação, com danos diretos ao feto. Quais os malefícios mais comuns causados pelo alcoolismo e tabagismo? Por vergonha ou desinformação, muitas gestantes omitem informações sobre esse assunto de seus médicos, mas é importante conversar com o especialista. As intercorrências mais comuns são causadas pelo uso do tabaco, álcool, cafeína, maconha, cocaína, anfetaminas, crack e ecstasy. Algumas drogas causam maiores danos do que outras, mas todas são perigosas ao feto. O fumo, por exemplo, reduz o peso do bebê ao nascer e aumenta o risco de mortalidade perinatal (morte do bebê entre a 28ª semana de gravidez e o 7º dia após o nascimento). Além disso, pode haver abortamento espontâneo, ocorrência de placentas prévias (quando a placenta está fixada à parede da parte inferior do útero) e parto prematuro. Foi notado também, em crianças de mães que fumaram na gravidez, níveis menores de desenvolvimento físico e mental (Q.I). Já em mães alcoólatras, há um padrão de malformações craniofaciais, do sistema nervoso central, do aparelho genitourinário, da pele, dos músculos e do esqueleto, além de alterações no desenvolvimento cardíaco do feto. 6 – E quanto as drogas ilícitas? De acordo com o relatório da Fundação Britânica do Pulmão, o uso de três cigarros de maconha tem o mesmo efeito de vinte cigarros normais em tecidos pulmonares. Na gestação, essa droga diminui a oxigenação e o desenvolvimento fetal e aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, atrasando o fluxo sanguíneo para

13


a placenta. O princípio ativo da maconha, o THC, é excretado no leite materno, assim como a cocaína, o que contra indica seu uso durante o período de amamentação. Porém, do ponto de vista de malformações (teratogenicidade), não existem evidências que seu uso provoque alguma alteração. Como a metabolização e eliminação da cocaína são mais lentas em fetos, crianças e gestantes, essa droga e suas derivações ficam mais tempo disponíveis no organismo. É o caso do uso do crack, que causa profunda alteração no que se refere ao peso do bebê no nascimento e aos sinais neurológicos do feto. Vários estudos apontam deficiência do desenvolvimento neuropsicomotor nos primeiros anos de vida, nos chamados crack babies. Também estão relacionados ao uso de cocaína e de crack na gestação, os seguintes problemas: abortamento espontâneo, trabalho de parto prematuro, descolamento prematuro de placenta, óbito fetal tardio, aumento da movimentação fetal, crescimento fetal intra-uterino retardado, crise hipertensiva do bebê e a síndrome de abstinência de cocaína no recém nascido. Além dessas intercorrências, também pode ocorrer que as fezes do feto (chamadas de mecônio) sejam liberadas para a cavidade do líquido amniótico.

optam pela cesariana por medo do parto normal e, quando são forçadas a continuar no trabalho de parto por via vaginal, podem dificultar o processo, além de favorecer algumas complicações.

7- A gestante tem o direito à escolha de sua via de parto, seja ela normal ou por cesariana. É dever do médico orientá-la sobre as vantagens e desvantagens de cada opção. Caso a mulher prefira realizar o parto cesariano, qual seria o momento ideal para que ele ocorra?

9 – Dentre os exames solicitados aos recém nascidos temos o teste da orelhinha que é importante, mas pouco conhecido das mães. Como é esse exame?

A cesariana eletiva normalmente é marcada em torno da 39ª semana de gestação ou após a confirmação de maturidade do feto. As razões mais comuns para optar pelo parto cesariano incluem o desejo de programar o momento de nascimento do filho, o de prevenir lesões perineais, as incontinências urinárias e fecais, além da preocupação em evitar traumas obstétricos ao feto. Algumas gestantes também

8 – O pós-parto é tão importante quanto o pré-natal e exige uma série de cuidados e recomendações. Quais são essas recomendações especiais para as pacientes que, após conversarem com seu obstetra, optaram por parto cesariano programado? Mesmo com baixos índices de mortalidade materna na cesárea moderna, os cuidados no pós-operatório devem ser rigorosos. Fazem parte das recomendações especiais do pós-parto: o repouso no leito nas primeiras horas, o uso de medicação sintomática e o uso de antibióticos em caso de necessidade de prevenção de infecções. Além dessas orientações, é importante que a paciente se force a andar após algumas horas da realização da cirurgia. Os cuidados com a higiene corporal e com a cicatriz cirúrgica devem ser rigorosos. Também são fundamentais as informações sobre a importância e sobre as técnicas de amamentação.

O teste da orelhinha é um exame não invasivo (sem cortes ou punções), totalmente indolor e rápido (dura menos de 5 minutos), que serve para a detecção precoce de deficiências auditivas. O teste pode ser realizado com o recém nascido acordado ou dormindo e é um dos exames essenciais para a saúde do bebê, assim como o teste do pezinho (capaz de descobrir doenças metabólicas, genéticas e/ou infecciosas que causam retardo mental) e o teste do olhinho (capaz de detectar e prevenir diversas patologias oculares).

João Luiz Tarlé Rosa

Ginecologista e Obstetra CRM – GO 7014 E-mail: jltarlerosa@gmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Ciências Médicas e Biológicas de Sorocaba, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), SP; • Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM); • Estágio em Reprodução Humana pelo Centro de Ciências Médicas e Biológicas de Sorocaba, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), SP.

14


Depressão pós-parto Cristina Mara Pereira Antunes Psicóloga e Psicoterapeuta de bebês, crianças, adolescentes e gestantes

- CRP-GO 14659

A temida depressão pós-parto é um problema que afeta até 15% das mulheres e é muito mais séria do que uma simples melancolia. São mulheres que, quando voltam para a casa, levam junto com o bebê, um turbilhão de emoções desagradáveis que se manifestam de diferentes formas. A psicoterapeuta Cristina Mara Pereira Antunes identifica o problema e diz, em seu artigo, que a terapia, associada aos medicamentos, reverte o problema. “Para a maioria das mulheres, a gravidez é motivo de alegria e a chegada do bebê é algo mágico, um sonho a ser realizado. O bebê nasceu; é hora de ir para casa, levando o mais novo integrante da família. Todos estão felizes, afinal, o bebê é perfeito. Mas, por que algumas mães ficam tristes, irritadas e desanimadas no pós-parto? Elas se recusam a receber visitas, se fecham e por qualquer motivo, provocam discussões com o parceiro que, diante de tantas mudanças na rotina, não consegue entender o comportamento dessa nova mulher. Até que ponto isso é somente uma tristeza e quando passa a ser uma depressão pós-parto? O nascimento de uma criança provoca uma queda brusca nos hormônios e este pode ser um dos motivos para essa perturbação no sistema nervoso de algumas mulheres. É preciso levar em conta também se ela tem história de depressão antes ou mesmo durante a gravidez. A verdade é que esse momento pode ser bem estressante; algumas podem estranhar seus sentimentos, mas isso normalmente passa em questão de duas ou três semanas e não se trata de uma depressão pós-parto e sim, de uma tristeza puerperal. Não há motivos para preocupação, basta esperar o organismo se equibrar. Já a depressão pós-parto começa algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher em uma tristeza enorme, se sentindo incapacitada, com dificuldade e falta de ânimo para realizar as atividades mais básicas do dia a dia. Esta é uma depressão que pode durar muito mais do que duas ou três semanas após o parto. Há muita falta de interesse em tudo o que a cerca. A mãe cuida menos do bebê, amamenta-o com menos frequência e não o estimula emocionalmente, como

pegar no colo, acarinhar, beijar e brincar. Além disso, a mãe pode apresentar sonolência excessiva, falta ou aumento de apetite, desinteresse pelo parceiro e pelo retorno ao trabalho depois da licença-maternidade. É uma tristeza relacionada a outros contextos da vida. Devido à mudança de rotina, após a chegada do bebê em uma família, a depressão pós-parto pode passar despercebida. Cabe ao parceiro, aos parentes e aos amigos que frequentam a casa, ficarem atentos às alterações no comportamento da mãe. É preciso ter cuidado também para não justificar suas atitudes baseando-se nas conturbadas noites mal dormidas. A irritação que esta ou qualquer outra situação gera é temporária, mas a depressão pósparto persiste por um tempo bem maior, interferindo no dia a dia da mulher. Uma vez identificada a depressão pós-parto, é preciso tratá-la com medicamentos prescritos por um psiquiatra e fazer psicoterapia com um psicólogo qualificado. Quando a mulher recebe ajuda profissional, ela aprende a lidar com o problema e descobre a melhor forma de estimular o seu potencial”.

Cristina Mara Pereira Antunes Psicóloga e Psicoterapeuta de bebês, crianças, adolescentes e gestantes

CRP – GO 14659 crismaraantunes@hotmail.com • Graduação em Psicologia pela Faculdade de Ciências Humanas (FUMEC), Belo Horizonte, MG.

15



TDAH - Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade

Fábio Borges Pessoa

“É importante que o diagnóstico seja feito na idade certa e que o tratamento se inicie o quanto antes. Uma pessoa portadora de TDAH pode realmente ser prejudicada na sua vida acadêmica, bem como, ter dificuldades na vida pessoal, familiar, social e profissional”.

CRM - GO 9861 E-mail: fabiopessoa@fillium.com.br

O neuropsiquiatra infantojuvenil Fábio Pessoa lida com crianças em tempo integral, mas, quando ele revê seus filhos, seu coração bate mais forte. Nesta foto, foi registrado um doce momento com o seu caçulinha, Santiago. Com este banho de amor, fica fácil se revigorar depois de um dia exaustivo de trabalho.


TDAH - Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade Fábio Borges Pessoa Neuropsiquiatra Infantojuvenil - CRM – GO 9861

1 - O Transtorno do deficit de atenção e hiperatividade – TDAH – é hoje uma das doenças mais estudadas na medicina, devido sua alta incidência; cerca de 5% da população mundial apresenta os seus sintomas. O que é o TDAH? TDAH é comprovadamente um transtorno neurobiológico e de caráter genético, que tem início na infância e que pode se manter na vida adulta. Nesses indivíduos, acredita-se que existam falhas na regulação (liberação e captação) de dopamina e/ou de noradrenalina; a quantidade insuficiente desses neurotransmissores em algumas regiões do cérebro, leva aos sintomas de falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico preciso é feito a partir dos 6 anos de idade, com auxílio dos pais e dos professores, uma vez que é possível observar prejuízo em função da alteração comportamental que já é visível. Atualmente não existem exames que auxiliem no diagnóstico desse transtorno. A Associação Americana de Psiquiatria, em seu Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais, elaborou uma lista de sintomas que norteiam cientificamente o diagnóstico, de tal forma que o paciente apresente pelo menos seis dos sintomas de desatenção e/ou seis dos sintomas de hiperatividade/impulsividade propostos. Além disso, os sintomas devem se manifestar em pelo menos dois ambientes diferentes (em casa e na escola, por exemplo) e por um período superior a seis meses (veja box na página seguinte). É importante que o diagnóstico seja feito na idade certa e que o tratamento se inicie o quanto antes. Uma pessoa portadora de TDAH pode realmente ser prejudicada na sua vida acadêmica, bem como, ter dificuldades na vida pessoal, familiar, social e profissional.

18

2 - Qual a diferença entre TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) e DDAHI (Distúrbio de Deficit de Atenção/Hiperatividade e Impulsividade)? Na verdade são nomenclaturas diferenciadas, mas que indicam a mesma doença. O quadro clínico do TDAH foi descrito pela primeira vez, em 1902, no Reino Unido, e de lá pra cá, os nomes foram se alterando. Mas hoje a nomenclatura oficial da doença é TDAH mesmo. 3 - Como os pais e professores podem diferenciar a hiperatividade da peraltice das crianças? Os pais e os professores têm papel fundamental na identificação do TDAH. Na verdade, a maioria das crianças saudáveis é mesmo muito ativa, inquieta e curiosa. É isso o que nós esperamos delas. Mas, quando existe um comportamento que as distanciam do restante do grupo é preciso ter um olhar diferenciado para ela. Tanto a desatenção quanto o comportamento hiperativo interferem de forma importante no estudo e no aprendizado, já que a criança não consegue se concentrar, possui dificuldades de se manter parada para receber uma informação, fala demais ou inadvertidamente. Mas, a dificuldade de aprendizado não significa que a criança não tenha inteligência ou que não consiga aprender. Fala-se inclusive que Einstein possa ter sido portador de TDAH. O que acontece é que ela apenas não está preparada, naquele momento, para receber determinada informação. A pessoa não tem culpa de ser desatenta e descuidada, de perder os materiais escolares com frequência, de ser muito agitada, de fazer brincadeiras inadequadas por não conseguir esperar a vez para entrar em ação. Isso faz com que os outros colegas comecem a deixá-la (o) de lado. Certo é que, sem tratamento, vão se acumulando os prejuízos sociais, emocionais e de aprendizado.


Características de pacientes TDAH com predomínio de desatenção e TDAH com predomínio de Hiperatividade e Impulsividade.

4 - Um tratamento tardio pode significar perda de qualidade de vida? Sim, os prejuízos emocionais ao longo do tempo vêm com uma carga extra na baixa auto-estima, na dificuldade em aceitar regras, nas vulnerabilidades frequentes da vida, que são armadilhas fáceis para um portador de TDAH. Quanto mais cedo intervirmos no ajuste neurobiológico, melhor. 5 - Como é o tratamento para o TDAH? Existem fases do problema? Todo TDAH deve receber algum tipo de tratamento psiquiátrico e terapêutico; certamente ele terá muitos benefícios. As etapas do tratamento passam pelo entendimento da família e do paciente sobre o que é esse transtorno e sobre as orientações a serem seguidas. Depois, dar início aos medicamentos psicoestimulantes que possuem uma excelente resposta na correção da disfunção neuroquímica, promovendo um ajuste na captação da dopamina e da noradrenalina e, consequentemente amenizando os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Em paralelo, é importante que haja um apoio psicoterápico, sobretudo nas orientações comportamentais, facilitando a reinserção da criança, adolescente ou adulto no contexto social, acadêmico, profissional e familiar. Embora não exista a cura para esse transtorno, enquanto os medicamentos eliminam os sintomas, a terapia ajuda o paciente a reverter a baixa auto-estima e a reorganizar sua vida, passando a conviver socialmente sem problemas. Aqueles com prejuízo em relação ao aprendizado, precisam ainda de acompanhamento de um psicopedagogo ou de um fonoaudiólogo. 6 - É verdade que muitas das crianças com TDAH podem ter também outra doença psiquiátrica associada? Sim, cerca de 70% dos pacientes com TDAH possuem também outro tipo de problema psiquiátrico, apresentando quadros depressivos, como o Transtorno Desafiador Opositor (TDO), o Transtorno de Ansiedade, ou Transtorno Bipolar de Humor, condições que devem ser tratadas paralelamente. Pesquisas mostram ainda, maior índice de abuso de substâncias (álcool e outras drogas) por parte do paciente portador de TDAH.

• Falta de atenção a detalhes ou erros na escola ou no trabalho por descuido; • Dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; • Dificuldade em escutar quando lhe dirigem a palavra; • Problemas em seguir as instruções ou terminar suas atividades escolares, deveres domésticos ou de trabalho; • Falta de organização nas tarefas e atividades diárias; • Antipatia ou falta de envolvimento em atividades que exijam esforço mental constante; • Perda frequente de objetos necessários para tarefas ou atividades (lápis, livros, brinquedos...); • Facilidade em se distrair por estímulos alheios às suas atividades; • Esquecimento em atividades diárias

Sintomas de hiperatividade/impulsividade que também podem estar presentes: • Agitação de mãos e/ou pés e inquietação na carteira escolar; • Abandono de sua carteira em sala de aula ou em outras situações em que há necessidade de permanecer sentado; • Atitudes inapropriadas determinadas situações;

para

• Dificuldade para brincar ou de se envolver silenciosamente em atividades de lazer; • Parecer estar frequentemente agitado; • Falar em demasia; • Dar respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido concluídas; • Dificuldade para aguardar a sua vez; • Interromper ou se meter em assuntos alheios. Caso seis ou mais dos sinais e sintomas acima forem observados e persistirem por pelo menos seis meses, deve-se procurar ajuda especializada.

19


7 - Existem muitos profissionais que afirmam que os medicamentos “entorpecem” os pacientes, os tornam “robotizados”, “zumbis” e que este é um meio artificial de controle da doença. O que o senhor tem a dizer sobre isso? E o que acontece quando medicamentos são prescritos sem uma real necessidade? Quando ocorre a prescrição de medicamento adequado para o controle dos sintomas do TDAH não se espera tais consequências. É fato que, alguns pacientes são mais sensíveis ao ajuste de doses, o qual deve ser feito individualmente, com base na observação clínica do paciente. A criança ou adolescente em uso de qualquer medicamento para TDAH deve reunir condições para desempenhar todas as suas atividades, sejam elas físicas ou psíquicas. Já nos casos em que a prescrição ocorre sem o diagnóstico preciso não se espera efetivamente qualquer benefício, além disso, poderá haver efeitos colaterais com maior intensidade. Dependendo do medicamento poderá aumentar a irritabilidade, instabilidade do sono, além de dores de cabeça e dores abdominais.

8 - Pacientes podem fazer o tratamento para a TDAH através do Sistema Único de Saúde - SUS? Sim, o diagnóstico e tratamento do TDAH são oferecidos pela rede pública. Geralmente, por já existir uma rede multiprofissional montada, os Hospitais-escola são uma boa referência, mas a procura pelo tratamento é maior do que a demanda e o atendimento fica prejudicado; muitas crianças não recebem o tratamento adequado. 9 - Goiânia já é uma referência no tratamento? Sim, Goiânia possui vários pediatras, neuropediatras e psiquiatras infantis, além dos psicólogos capacitados para acompanhar os pacientes com TDAH. O importante é montar essa rede de profissionais que cerca o paciente de todo o suporte, para que ele viva sem prejuízos significativos. Não podemos depositar todas as fichas do tratamento na medicação, mas é preciso estar sempre buscando todo o tipo de apoio possível, sem jamais virar as costas para os avanços que surgem em relação ao tratamento.

Fábio Borges Pessoa Neuropsiquiatra Infantojuvenil - CRM-GO 9861 E-mail: fabiopessoa@fillium.com.br Site: www.infanciaecomportamento.com.br

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal, (UFG), GO; • Residência médica em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal, (UFG), GO; • Pós-Graduação em Neuropsiquiatria da Infância e da Adolescência pelo Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal, (UFG), GO.

20


Miryan de Castro CRM – GO 7557 E-mail: clinica@myriandecastro.com.br

Lifting Facial

A cirurgiã plástica Myrian de Castro, em Sydney, na Austrália, onde visitou o Opera House e viajou até Hunter Valley, região produtora dos melhores vinhos australianos, aproveitando para enriquecer sua adega particular. Um cálice depois do trabalho e ela se sente livre de todo o estresse.

“Atualmente os procedimentos não são tão invasivos como os de antigamente, com a possibilidade do paciente se submeter a pequenas intervenções de tempos em tempos, para rejuvenescer a face de uma maneira mais natural”.


Lifting Facial Myrian de Castro

Cirurgiã Plástica - CRM – GO 7557

1 – O ramo de cirurgias estéticas tem crescido muito nas últimas décadas e constantemente somos apresentados a uma diversidade de procedimentos. Um deles é a ritidoplastia, mais conhecida como lifting facial. Em que consiste esse procedimento? E qual a diferença entre o lifting completo e o minilifting? Podemos definir o lifting facial como o levantamento da face através de um procedimento cirúrgico para retirada das rugas e das marcas da idade. Utilizando anestesia local, a técnica consiste em levantar os tecidos da face e do pescoço e retirar o excesso de pele, amenizando a flacidez que surge naturalmente com a idade e com os efeitos da gravidade. A diferença entre o lifting completo e o chamado lifting parcial ou mini-lifting é que o primeiro envolve o levantamento da testa, da região média do rosto e do pescoço, enquanto o segundo prioriza apenas uma dessas regiões. Na

22

maioria dos casos, o lifting pode estar associado à cirurgia de pálpebras, com a intenção de melhorar o aspecto cansado que possa existir na área dos olhos do paciente. 2 – Sabe-se que as técnicas utilizadas na cirurgia de lifting facial evoluíram muito nos últimos anos, proporcionando resultados cada vez mais naturais aos pacientes. Quais são as mudanças marcantes observadas em comparação ao passado? O tratamento facial como um todo sofreu mudanças significativas de 20 anos para cá. A principal delas é que atualmente os procedimentos não são tão invasivos como os de antigamente, com a possibilidade do paciente se submeter a pequenas intervenções de tempos em tempos, para rejuvenescer o rosto de uma maneira mais natural. Nas técnicas mais antigas da cirurgia de face, eram feitos grandes cortes, como no caso do lifting frontal (na região da testa), onde a incisão era feita de uma orelha à outra. Atualmente, esse mesmo procedimento é realizado fazendo-se pequenos cortes de aproximadamente um centímetro na região do couro cabeludo, o que proporciona cicatrizes pequenas e escondidas. Essa técnica utiliza a vídeoendoscopia para o tratamento de músculos onde estão as rugas profundas e para a elevação dos supercílios. A técnica consiste em introduzir no paciente uma cânula com uma câmera minúscula para que a área a ser operada seja identificada mais facilmente. Ao longo do tempo, surgiram também técnicas que trabalham na estrutura muscular localizada logo abaixo da pele, conhecida como Sistema Muscular Aponeurótico Superfical - SMAS. O resultado da elevação dessa estrutura muscular da face dá maior durabilidade e naturalidade ao efeito da cirurgia, enquanto nos procedimentos antigos o tratamento era concentrado apenas na retirada de excesso de pele da face. 3 – Qual é o perfil dos pacientes que procuram fazer o lifting facial? Uma característica marcante nas pessoas que nos procuram para o lifting facial é o desejo de que o procedimento seja bem natural e que não


denuncie a cirurgia plástica. Antigamente, as mulheres na faixa etária de 60 anos, com um rosto já bem marcado e fragilizado pela ação do tempo eram as nossas pacientes em potencial. Hoje, chegam ao consultório, homens e mulheres com idade a partir de 45 anos, com a intenção de suavizar as expressões, mesmo que não existam tantas rugas ou flacidez. São pacientes que não desejam resultados impactantes e que acham mais interessante fazer a intervenção mais jovens, gerando aquela sensação de frescor facial, sem denunciar uma grande cirurgia plástica. 4 – Como a senhora disse anteriormente, o novo homem se preocupa bem mais com a aparência e tem aderido aos procedimentos estéticos. Como tem sido essa participação masculina em cirurgias de lifting facial? As técnicas adotadas neles são diferentes do que é realizado em mulheres? O número de homens interessados em se submeter a cirurgias plásticas cresceu bastante. Com relação à região do rosto eles preferem pequenos procedimentos, como o mini-lifting e a cirurgia de pálpebras. As técnicas utilizadas nas intervenções de homens e mulheres são as mesmas, mas os cirurgiões plásticos tomam alguns cuidados com o paciente do sexo masculino, como a linha da barba e da costeleta ou as cicatrizes em homens calvos. Há de se considerar também que os homens são mais discretos e os resultados devem ser ainda mais sutis do que nas mulheres. 5 – Em alguns casos de cirurgia de lifting facial são aconselhados tratamentos complementares, como a aplicação de enxertos de gordura. Como é determinada a necessidade dessas intervenções adicionais? Toda cirurgia exige um planejamento prévio

23


minucioso em que analisamos a necessidade de se fazer ou não intervenções adicionais, como os enxertos de gordura, os peelings e as aplicações de laser. Estes tratamentos complementares podem ser realizados durante a cirurgia de face ou depois de um determinado tempo, dependendo da avaliação pré e pós cirúrgica. Os tratamentos alternativos são excelentes para pessoas mais jovens, mas vale a pena lembrar que em idade mais avançada, o rejuvenescimento é eficiente quando se combina cirurgia e tratamentos complementares. No caso dos enxertos de gordura, é feita uma lipoaspiração em outras partes do corpo. A gordura retirada é aplicada nos locais com depressão ou quando há necessidade de salientar uma parte da face. Por ter boa circulação sanguínea, o rosto é uma região que aceita bem esses enxertos de gordura. 6 – Como é o pós-operatório do procedimento? O paciente que se submete à cirurgia de lifting facial deve ter um período de repouso inicial de pelo menos 15 dias. Durante os dois primeiros dias, ele deve permanecer com a cabeça enfaixada. A alimentação é líquido-pastosa, nos primeiros oito dias, para não forçar a mastigação e preservar

Myrian de Castro Cirurgiã Plástica - CRM – GO 7557 clinica@myriandecastro.com.br www.myriandecastro.com.br

• Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), SP; • Residência em Cirurgia Geral pela Faculdade de Medicina da Cidade de São José do Rio Preto, SP; • Residência em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), SP; • Mestre em Técnica Operatória e Cirurgia Experimental pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal (UNIFESP), SP; • Mestre em Cirurgia Plástica pela Universidade Federal (UNIFESP), SP; • Especialista em Microcirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade (USP), SP; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; • Membro da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS); • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Microcirurgia.

24

os pontos dados no procedimento. Nesse período, aconselha-se a aplicação de compressas geladas nos olhos e pouca movimentação do rosto. A partir do 15º dia, o paciente já está liberado para dirigir e trabalhar, desde que não faça muito esforço físico. No geral, atividades físicas, exposição ao sol, banho de piscina, maquiagem e vida social são permitidas após 30 dias. Com 60 dias de cirurgia, o paciente já está totalmente recuperado, mas os resultados plenos só serão percebidos depois de alguns meses. 7- A cirurgia estética tem como preocupação uma finalização próxima à perfeição, com cicatrizes discretas e resultados visíveis. Na realização da cirurgia de lifting facial, qual a preocupação com as cicatrizes? Por se tratar de uma intervenção realizada no rosto, que é uma área totalmente exposta, existe uma preocupação adicional com a posição das cicatrizes. Elas devem estar escondidas, fora do campo de visão das pessoas. Em torno das orelhas, do couro cabeludo, da linha de cabelo ou das costeletas. De qualquer maneira, as cicatrizes são bastante finas e suturadas com muito cuidado para que fiquem camufladas da melhor maneira possível.


Francisco Wellington Rodrigues Córnea CRM – GO 6528 E-mail: fcowr1@gmail.com

“Lesões na córnea são frequentes e levam a doenças que prejudicam a qualidade da visão. No entanto, a maioria delas tem tratamento e em casos graves, o transplante é uma opção”.

O oftalmologista Francisco Wellington, quando termina suas atividades de consultório ou de centro cirúrgico, adota a leitura como um de seus hobbies, principalmente se o livro conta histórias empolgantes, como em “O Físico”, de Noah Gordon. A história da medicina é descrita desde os seus primórdios, quando se praticavam sangrias e amputações, em que a anestesia eram os aguardentes. Para ele são setecentas páginas de pura viagem.


Córnea Francisco Wellington Rodrigues

Oftalmologista - CRM - GO 6528

1 – A córnea é um órgão essencial para a formação da imagem no organismo humano. Como podemos conceituá-la e explicar sua função? A córnea é uma espécie de membrana transparente que envolve toda a frente do globo ocular. Ela envia a luz para o interior do olho, permitindo uma visão mais clara dos objetos. Através dessa membrana é possível visualizar a íris e a pupila, que são componentes importantes dos olhos. A córnea é responsável por dois terços do poder dióptrico, que é relativo ao foco da visão. Sua transparência é uma das características que pode classificá-la como saudável. A curvatura também é determinante para a formação de uma boa imagem na retina, com foco e nitidez. As alterações nessa curvatura prejudicam a visão, causando as ametropias, que são problemas conhecidos por todos nós (hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia). A córnea é formada por cinco camadas: epitélio, membrana de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio. Essas camadas precisam estar em equilíbrio, com espessuras e curvaturas adequadas para não causar distúrbios na visão. 2 – Que distúrbios são esses? O olho de uma pessoa que enxerga perfeitamente cria uma imagem nítida, já que a córnea e o cristalino refratam (desviam) a luz para centralizála sobre a retina. Embora a córnea possua uma forma básica, o cristalino se modifica, conforme a necessidade de focalizar objetos à distâncias variadas do olho. As ametropias são distúrbios muito comuns da córnea e interferem diretamente na qualidade de definição do que se vê, dificultando a visão para perto ou para longe, distorcendo ou desfocando a imagem. São os chamados

26

erros de refração, classificados em miopia (dificuldade para enxergar de longe), hipermetropia (dificuldade para enxergar de perto), astigmatismo (distorção da imagem) e presbiopia (visão desfocada), que podem ser corrigidos com óculos de grau, com lentes de contato ou com cirurgias refrativas, depois de realizado estudo prévio do estado físico e biológico da córnea. É um procedimento que devolve a visão de forma rápida, segura e eficaz. As intervenções são realizadas com a utilização de aparelhos a laser e não apresentam muitas restrições de candidatos, a não ser em pacientes míopes, que devem ser tratados de forma especial por estarem mais susceptíveis a um descolamento de retina, após a cirurgia. A preosbiopia também pode ser corrigida com a troca do cristalino por uma lente especial, desde que o paciente não tenha diagnóstico de doenças no fundo da estrutura ocular, alterações na córnea ou qualquer processo inflamatório infeccioso. Já aqueles que sofrem de astigmatismo, apresentam restrições cirúrgicas quando o grau é superior a 1. Os hipermétropes são os mais indicados para as cirurgias refrativas. 3 – E quanto as doenças que atingem a córnea? Lesões na córnea são frequentes e levam à doenças que prejudicam a qualidade da visão. No entanto, a maioria delas tem tratamento e em casos graves, o transplante de córnea é uma opção. As doenças mais frequentes são: • Ceratocone: A córnea modifica gradualmente sua curvatura ao ponto de adquirir o formato de um cone. Pode afetar um ou ambos os olhos e provoca astigmatismo, com progressivas alterações no grau dos óculos. Em casos extremos, o transplante se faz necessário. • Ceratite pontuada superficial: Infecção viral ou bacteriana, secura dos olhos, exposição constante à luz solar e seus raios ultravioletas, uso prolongado de lentes de contato ou reação ao uso de colírio são razões para o


aparecimento dessa doença, que provoca dor nos olhos, lacrimejamento e sensibilidade à luz. O tratamento à base de medicamentos resolve o problema. • Úlcera da córnea: Uma lesão na córnea, seja por infecção ou por trauma, abre uma ferida em sua superfície, que se não tratada com medicamentos, se torna purulenta, com necessidade cirúrgica. A dor é moderada, o paciente se torna sensível à luz e produz lágrima em maior abundância. • Infecção por herpes simples: Este pode ser um problema frequente e costuma desaparecer naturalmente. Mas, se isso não acontece e o caso se agrava, o oftalmologista pode receitar antivirais, embora isso possa não surtir o efeito desejado. Pode-se optar ainda por uma raspagem da córnea para diminuir o tempo do ciclo viral. • Infecção por herpes zoster: Esta é uma infecção que merece atenção, pois quando ocorre, há um aumento de pressão intra-ocular, com riscos de aparecimento do glaucoma. A córnea pode inchar; o paciente sente dor e os olhos ficam vermelhos. Medicamentos podem combater os sintomas e o agravamento do quadro. • Queratite (ceratite) ulcerativa periférica: Esta é uma doença que comumente aparece em pacientes que têm problemas de artrite reumatóide e outras doenças do tecido conjuntivo, provavelmente causada por uma reação autoimune. A doença deteriora a visão, aumenta a sensibilidade à luz e dá à pessoa a sensação de que há algum objeto no olho. Infelizmente não há tratamento. • Queratomalacia: Quando a córnea seca e se torna opaca provavelmente o paciente tem carência de vitamina A e de proteínas. Costuma aparecer principalmente em pessoas que se submetem a dietas de baixa caloria. Pode ser resolvida com medicamentos e mudança alimentar.

• Queratopatia bolhosa: Acontece com mais frequência em pessoas idosas. Surge após cirurgias, como a de catarata, por exemplo. Pode ser tratada com medicamentos e uso de lentes de contato. 4 – Quais os exames capazes de diagnosticar essas doenças? Atualmente a oftalmologia pode contar com a alta tecnologia dos aparelhos que examinam os olhos e detectam qualquer distúrbio da córnea. São eles: a topografia da córnea, chamada de ceratoscopia e a microscopia ocular. A ceratoscopia consegue diagnosticar os problemas referentes às ametropias e a microscopia ocular se aprofunda na análise de lesões do endotélio e verifica se as células dessa parte da córnea estão funcionando normalmente. Já o diagnóstico do ceratocone é feito com base nas características clínicas e com exames objetivos, como a topografia corneana e a paquimetria ultrassônica. Vale lembrar que o paciente tem que cultivar o hábito de fazer exames de rotina com seu oftalmologista. O ideal é que isso se faça desde o nascimento, com o teste do olhinho. Uma pessoa adulta deve consultar um oftalmologista para verificar a acuidade visual ou mesmo o surgimento de alguma patologia pelo menos uma vez por ano. 5 – As lentes de contato são uma excelente opção, uma vez que corrigem a deficiência da visão, dispensando os óculos e a cirurgia. Quais as consequências do mau uso delas? Como utilizar esse recurso sem maiores prejuízos para os olhos? Essa é uma questão importante a ser tratada. Pela praticidade e eficiência que as lentes de contato oferecem, elas são excelentes para corrigir problemas na visão. A cada dia mais pessoas optam pelo seu uso, inclusive para fins estéticos. O problema é quando se faz mau uso delas. Observa-se em consultório, pacientes sem a higiene e os cuidados que as lentes exigem. Úlcera de córnea, conjuntivite alérgica, irritação ocular e até cegueira fazem parte da lista de problemas graves aos

27


olhos e que podem ser evitados, se o paciente seguir as orientações de um bom especialista e adquirir lentes que já foram testadas anteriormente. As lentes precisam se adequar à curvatura do olho de cada indivíduo, por isso, o tratamento é individual e não existe uma receita fechada para todos. No caso das lentes de contato, o paciente deve passar por um treinamento para aprender a usá-las. Esse momento também prevê a inclusão de informações sobre higienização, tempo que o paciente pode permanecer com a lente nos olhos e como ele deve colocá-las. Cada material tem sua meia vida, que compreende no tempo de validade dos óculos ou das lentes de contato. No caso dos óculos, o tempo aproximado para troca é de um ano. Já as lentes de contato devem ser substituídas após exames clínicos específicos, de dois em dois meses (lentes descartáveis) ou anualmente. Dessa forma, evitase infecções graves nos olhos e, consequentemente, a necessidade de transplantes de córneas no futuro. 6- O transplante é a opção mais radical para salvar a córnea. Como é realizado esse procedimento? O transplante de córnea é um procedimento que prevê a substituição total ou parcial da córnea lesionada, depois que todos os outros tratamentos foram esgotados. Este seria o último recurso na recuperação da visão, com excelentes resultados, dependendo da patologia de origem. Antes da cirurgia são realizados testes que verificam a compatibilidade entre doador e receptor do órgão. Após a cirurgia, o paciente deve ter acompanhamento especializado para supervisão dos pontos que foram dados na córnea. Em média são dados de 16 a 24 pontos no órgão transplantado que, depois de cicatrizado, dá ao paciente boa visão em um tempo relativamente curto. Ler, escrever, assistir a programas na TV e trabalhar são atividades que poderão ser feitas em poucos dias. Apenas as atividades físicas e o trabalho pesado exigem um tempo maior de recuperação, de aproximadamente 6 meses. É extremamente importante

Dr. Francisco Wellington Rodrigues Oftalmologista - CRM-GO 6528 E-mail: fcowr1@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Residência Médica em Oftalmologia pelo Instituto de Oftalmologia Tadeu Cvintal, São Paulo, SP; • Mestrado em Genética Médica; • Primeiro Tenente da Marinha do Brasil, tendo servido em Brasília, DF; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa e Catarata; • Professor de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC), GO; • Professor de Residência Médica da Fundação - Banco de Olhos de Goiás; • Professor assistente de Serviço de Córnea, subespecialização Cerof, Universidade Federal (UFG), GO.

28

que o paciente que se submeteu ao procedimento cirúrgico cumpra as orientações de higiene e de repouso para que o resultado seja satisfatório. Depois de um ano, o paciente pode até se submeter às cirurgias refrativas a laser. Um dos benefícios desse procedimento é que não há necessidade de tomar medicamentos contra rejeição para o resto da vida, como em outros tipos de transplantes. Caso haja alguma intercorrência no processo de aceitação do órgão, existem medicamentos que resolvem o problema e, em casos mais graves, é possível fazer novo transplante. 7 – Existe a possibilidade de transmissão de alguma doença pela córnea doada? Antes da doação é cumprido um protocolo de exames que garantem a qualidade dos tecidos oculares. Muitas pessoas têm receio dos riscos de transmissão do vírus HIV por meio do transplante de córnea. No entanto, caso seja detectado qualquer tipo de doença transmissível, as córneas não são transplantadas. Elas seguem para centros de pesquisas, nos quais serão estudadas e analisadas para contribuição de novas técnicas de transplante. Os Bancos de Olhos cumprem as “Normas Médicas Internacionais” e, no Brasil, cumprem as “Normas Técnicas para o Funcionamento dos Bancos de Olhos” - da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, que fiscalizam e controlam a qualidade dos tecidos oculares doados. Mais de 20 mil pessoas esperam por um transplante de córnea no Brasil, mas tem aumentado a conscientização de familiares sobre a importância de decidir pela doação de órgãos depois do falecimento de um parente. O ideal é que os tecidos oculares doados sejam retirados em aproximadamente seis horas após o falecimento. Por isso, o Banco de Olhos de sua cidade deve ser avisado rapidamente. Quando algum órgão doado dá vida a outra pessoa, a dor da perda de um ente querido é menor, além disso doar é sempre um gesto de amor.



Catarata Fausto da Paz Carzola Oftalmologista - CRM – GO 10919

A Catarata faz parte do processo natural do envelhecimento dos olhos, com a consequente diminuição da visão. Na maioria das vezes a doença se instala de forma lenta e progressiva, interferindo na qualidade de vida das pessoas. Entenda mais sobre a catarata com o oftalmologista Fausto Cazorla.

“A catarata é definida como a opacificação do cristalino (lente natural do olho), podendo causar a diminuição da visão. Esta redução é caracterizada como piora da acuidade visual (tanto na visão de longe, quanto de perto), além de redução da percepção de cores e sensibilidade a contrastes. A dor não é um sintoma característico dessa doença e a alteração que ocorre nas estruturas oculares geralmente não é perceptível externamente, ou seja, é preciso um exame oftalmológico para que seja realizado o diagnóstico. Em relação a essa “aparência externa”, a catarata é frequentemente confundida com outra doença ocular, o Pterígio, que tem sintomas diferentes (dor ocular, ardência, vermelhidão) e tratamento também distinto. Existem várias causas para o surgimento da catarata, como por exemplo: traumatismos, inflamações oculares e doenças sistêmicas. Mas, o tipo mais comum de catarata é a chamada “senil”. Isso significa que a catarata é uma alteração que ocorre, em maior ou menor grau, na grande maioria das pessoas, com o avançar da idade. Um fator de influência no desenvolvimento da catarata senil é a exposição excessiva à radiação ultravioleta; a proteção dos olhos com óculos escuros que apresentam filtro para estes raios é uma medida que pode, em parte, adiar o aparecimento da doença. No entanto, não há outras medidas práticas para se evitar o surgimento desse tipo de catarata, uma vez que ela faz parte do processo natural de envelhecimento do organismo.

30

Não há influência dos erros refracionais (miopia,

hipermetropia, astigmatismo) sobre o surgimento da catarata nos indivíduos. Outras doenças oculares, no entanto, podem estar relacionadas, tais como: glaucoma e alterações de córnea. As pessoas que apresentam essas doenças podem ter, inclusive, necessidade de tratamento precoce da catarata. O único tratamento para a catarata é através de procedimento cirúrgico. Durante a cirurgia, a catarata é fragmentada e aspirada através de microincisões. Essas incisões, na maioria das vezes, não necessitam de suturas para seu fechamento, são auto-selantes. Um mito que existe atualmente é o de que a cirurgia de catarata seja um procedimento “simples”. Isso não é verdade, haja visto a dificuldade que existe para seu aprendizado, quando a maioria dos cirurgiões necessita de dezenas ou até centenas de cirurgias para estarem aptos a realizá-la com rapidez e precisão. O que ocorre é que, em mãos de cirurgiões bem preparados, o procedimento pode ser realizado em poucos minutos, e isso leva algumas pessoas a acreditarem que a cirurgia é simples. Durante a cirurgia, o cristalino opacificado é retirado e em seu lugar é implantada uma lente, através das mesmas incisões utilizadas para retirar a catarata. Essa lente irá fazer o papel do cristalino, focalizando os raios de luz que entram no olho através da pupila. Nos últimos anos, vem ocorrendo uma grande evolução dessas lentes de implante intraocular. O desenvolvimento das técnicas de cálculo do grau da lente a ser implantada tornou possível que grande parte dos pacientes que necessitavam de óculos antes da cirurgia passassem a não usá-los após serem


operados. Outro avanço são as lentes que possibilitam boa visão, tanto para longe quanto para perto, tornando a maioria dos pacientes que implantam esses tipos de lentes, independentes dos óculos. Outra dúvida que muitos pacientes têm é sobre a possibilidade de a catarata aparecer novamente após a cirurgia. Não há chance do paciente que foi submetido a cirurgia voltar a ter a doença. O que pode ocorrer é a opacificação de uma cápsula sobre a qual fica apoiada a lente implantada durante a cirurgia. Essa cápsula normalmente é transparente, mas com o tempo ela pode se opacificar, causando algum grau de diminuição da visão, mas isso é facilmente tratado com uma aplicação a laser, não necessitando de nova cirurgia. A catarata hoje ainda é a maior causa de cegueira reversível no mundo. E, ao mesmo tempo em que há um alto grau de desenvolvimento das técnicas cirúrgicas, objetivando não só a cura da doença, mas também a melhora da qualidade de vida, ainda há no mundo milhões de pessoas que não têm acesso ao tratamento dessa patologia. No Brasil, nos últimos anos, tem havido uma maior atenção do governo em relação ao diagnóstico das doenças oculares. Com certeza ainda é possível reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade do atendimento dos pacientes que necessitam desse tratamento pela rede pública de saúde”.

Fausto da Paz Cazorla Oftalmologista CRM-GO 10919

O Nutrólogo André fausto.oftalmo@gmail.com Baylão é adepto da • Graduação em Medicina pela modulação hormonal,Federal Universidade (UFG), GO; tem uma dieta • Residência Médica pela Fundação de Olhos de Goiás; saudávelBanco e pratica • Especialização exercícios físicos com em Neuro-oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina regularidade. Assim, (UNIFESP), SP; é possível oferecer em Plástica Ocular pela • Especialização de Misericórdia, SP. ao corpo Santa tudo Casa o que é necessário para ter saúde e disposição. 31


INFORME PUBLICITÁRIO

Rejuvenescimento Minimamente Invasivo - REMIN Atualmente, tanto as mulheres quanto os homens estão em busca de uma pele mais jovem, sem rugas ou marcas da ação do tempo. Para acompanhar essa mudança no comportamento, os novos tratamentos estéticos têm concentrado suas forças no combate à flacidez da pele, dos músculos e das alterações do tecido gorduroso que acontecem com o avanço da idade. Os tratamentos combinados devolvem ao paciente um rosto mais jovem com o menor trauma possível.

1

O que é o REMIN? De acordo com o cirurgião oculoplástico Bernardo Magacho, REMIN significa Rejuvenescimento Minimamente Invasivo, que consiste na realização de procedimentos considerados saudáveis, sem muitos transtornos aos pacientes, com uma recuperação rápida e aspectos cada vez mais naturais nas intervenções. As técnicas adotadas pelo REMIN permitem melhorias em toda a estrutura do rosto, que possui vários tecidos além da pele:

1. Tecidos adiposos (gordura); 2. Tecidos ósseos ; 3. Tecidos musculares.

3 4 10 2

6

7

Por que optar pelo REMIN? Os aspectos de maior aprovação por quem opta por esses procedimentos são a rapidez durante a intervenção e os resultados obtidos. Na maioria dos casos, quando necessário, pode ser feita uma associação de técnicas minimamente invasivas e de resultado rápido, realizadas em um único dia ou, dependendo da disponibilidade do paciente, promover o rejuvenescimento em tempo planejado.

8

9

Principais procedimentos adotados pelo REMIN: 1. Mini Lifting: Consiste em levantar as estruturas flácidas dos tecidos da face, do pescoço e dos supercílios através de pequenos cortes; 2. Elevação e reposicionamento das maçãs do rosto: Tratamento com preenchimentos ou enxertos de gordura do próprio paciente ou outras substâncias; 3. Cirurgia palpebral a laser: Remove o excesso e queda da pele, dos músculos e das bolsas de gordura palpebrais por meio do laser. O procedimento também reavalia o posicionamento das sobrancelhas e trata as olheiras de uma maneira menos invasiva, proporcionando rápida

5


recuperação. Portanto, pode ser associado ao lifting de supercílios no tratamento periocular;

volvendo ao mesmo, o aspecto triangular da juventude com melhor delimitação e definição entre face e pescoço;

4. Associação de procedimento cirúrgico: Correção dos problemas refrativos, como a Miopia, o Astigmatismo e a Hipermetropia, através do laser;

9. Remoção da papada e das bolsas da gravidade: ”Reverter” as alterações fisiológicas de acúmulo de gordura na porção inferior da face e, ao mesmo tempo, redistribui-la nas partes mais superiores do rosto e nos locais onde houve grande absorção gordurosa;

5. Rejuvenescimento e recuperação da flacidez da pele do pescoço e do colo: Técnicas que prevêem o tratamento do tecido flácido na região do colo e do pescoço;

10. Tratamento das rugas de expressão: As marcas da idade podem ser atenuadas por meio da toxina botulínica e através de preenchimentos e enxertos. Também podem ser adotadas técnicas do mini lifting.

6. Tratamento de contorno, volume e eversão dos lábios: Técnica que permite repor ou aumentar a volumetria dos lábios, guardando as devidas proporções de uma estética saudável e natural;

Reestruturação Muscular

7. Rejuvenescimento da pele: Adota diferentes técnicas, como o Laser de CO2 fracionado e ultrapulsado e o chamado Peeling Profundo. Nos dois casos, a intenção é estimular a produção de colágeno e de elastina, com resultado eficiente. O Peeling Profundo, também conhecido como Lifting sem cortes, consegue reestruturar as camadas mais profundas da pele, através da utilização do fenol, proporcionando um resultado excelente e sem grandes incômodos ao paciente; 8. Delimitação do contorno mandibular e do contorno do queixo: Técnica que permite a harmonia facial do rosto, de-

Os métodos do REMIN prevêem uma reestruturação muscular nos casos de tratamentos da flacidez e queda da face e pescoço. Essa exploração do tecido muscular permite modificações em camadas profundas da região da face. Existem dois procedimentos principais que se enquadram nessa categoria: o Lifting e o Mini lifting. Ambos vão contra aos vetores de envelhecimento da face, sendo o primeiro, um tratamento de toda a face e pescoço e o segundo, um tratamento segmentar da face. A escolha vai depender da individualidade de cada rosto, além das expectativas e desejos do paciente.

Bernardo Magacho

CRM - GO 9933 www.drbernardomagacho.com.br

• • • • • • •

Graduado pela Universidade Federal Fluminense; Realizou residência pela Universidade Federal de Goiás; Fellowship em cirurgia plástica ocular, pela USP de Ribeirão Preto; Pós- Graduado em Medicina e Cirurgia Estética pela International Association of Aesthetic Medicine; Staff em cirurgia oculoplástica pela Universidade Federal de Goiás (CEROF: Centro de referência em oftalmologia); Membro do Capítulo Brasileiro de Medicina e Cirurgia Estética; Palestrante Nacional e Internacional.

33


Alergia Lorena de Castro Diniz

Alergista e Imunologista - CRM – GO 10999

No mundo moderno, cerca de um terço da população sofre com algum tipo de alergia provocada por substâncias que o organismo reconhece como invasivas e perigosas para a saúde. Como mecanismo de defesa, o sistema imunológico libera uma cadeia de reações extremamente incômodas para denunciar desde uma simples reação alérgica até um choque anafilático, com sérios riscos para o paciente. A especialista em alergia e imunologia, Lorena de Castro Diniz nos explica como é possível fazer o controle da alergia.

“O contato do organismo com um alérgeno, substância estranha ao nosso organismo, como ácaros, baratas, mofo (fungos), pele e pelos de animais (gatos e cães), polens de flores, alimentos e medicamentos, pode não significar nada para alguns, mas para outros, o corpo tem uma reação exagerada e o sistema imunológico entra em ação. Nessas pessoas, o organismo sofre uma reação alérgica ao identificar o invasor, lançando substâncias de defesa (histaminas), que combatem o inimigo, mas também causam os sintomas da alergia. O nariz escorre e coça, os olhos lacrimejam, ficam irritados e inchados, aparecem urticárias e pruridos pelo corpo, o paciente sente falta de ar e a pele seca, como alguns dos sinais da reação do organismo que tem susceptibilidade à alergia, diante de um corpo estranho. Milhões de pessoas sofrem algum tipo de alergia, que pode ser apenas uma condição incômoda e inofensiva e até passar muito tempo sem se manifestar, mas pode também levar a um choque anafilático súbito, com desfecho trágico de morte, principalmente naqueles que são hipersensíveis a algum medicamento, alimento ou picada de inseto. A alergia está relacionada à hereditariedade, que é desencadeada por fatores ambientais. Em todas as idades, qualquer pessoa pode começar a ter o problema de um dia para o outro, mas é muito comum que as primeiras manifestações aconteçam já na infância. Sabe-se que, quando ambos os pais são alérgicos, 50% dos filhos nascem com predisposição genética a desenvolver algum tipo de alergia. Essa tendência cai para 30%, quando apenas um dos pais é alérgico. Mas é possível que uma criança nasça com predisposição para doenças alérgicas, mesmo quando os pais não são alérgicos. O estilo de vida mudou muito nas últimas décadas, estamos cada vez mais em contato com substâncias alergênicas, principalmente nas grandes cidades, em que o ambiente natural está carregado de poluentes e onde as pessoas se isolam quase que o dia todo em casa, na escola ou no trabalho, fechadas em ambientes abafados, aquecidos ou úmidos demais, compartilhando o mesmo espaço com animais domésticos e os áca-

34


ros, que sozinhos são responsáveis por boa parte dos casos de alergias respiratórias. A asma e a bronquite, muito comuns na infância, se manifestam de forma repentina, com crises recorrentes de falta de ar e sufocamento, tosse seca, chiado no peito, principalmente após contato com alérgenos, mudança de temperatura, exercícios físicos ou durante alguma situação de estresse. A intensidade é variável. As crises de asma, se não tratadas, prejudicam os pulmões e podem provocar a morte. Já a rinite se caracteriza pela inflamação das vias aéreas superiores, que provoca espirros intermináveis, coceira e obstrução nasal, além de dor de cabeça. Em maior ou menor grau, geralmente quem é asmático, também tem rinite e vice versa. A alimentação pode ser outro fator desencadeante do processo alérgico, com sintomas que podem surgir na pele, nos sistemas gastrointestinal e respiratório, reações que podem ser leves, como uma simples coceira nos lábios ou reações graves que podem comprometer vários órgãos. Por isso, todo o cuidado é necessário. Diferentemente da intolerância alimentar, que é uma resposta fisiológica adversa a um determinado alimento, sem envolvimento do sistema imunológico e sem riscos para o paciente, a alergia alimentar acontece por uma permeabilidade do sistema digestivo, que absorve determinadas proteínas alimentares capazes de produzir alergia, em quem tem predisposição genética. É um mecanismo fundamentalmente imunológico. Os alimentos mais citados como causadores de alergias alimentares são de natureza protéica, como leite, ovos, amendoim, castanhas, camarão, peixe e soja. Normalmente, os sintomas aparecem quase imediatamente após a ingestão do alimento, na forma de cólicas, vômitos e diarréia. Em outros casos, surgem manifestações cutâneas com o aparecimento de manchas avermelhadas, salientes, que causam muita coceira em várias partes do corpo. A alergia alimentar pode se manifestar também através da irritação das vias respiratórias e em situações mais graves, com um choque anafilático, em que há inchaço da língua, dificuldade respiratória, hipotensão, arritmia, reações que exigem cui-

dados médicos imediatos, uma vez que pode ser fatal. A dermatite de contato é uma reação inflamatória da pele, depois do contato direto com alguma substância irritante à pessoa. Muito comum nas mulheres pelo uso de bijuterias, maquiagens e químicas de cabelo. A reação pode ser imediata e de forma aguda ou lenta e recorrente, quando a alergia é crônica, muito frequente nas donas de casa que usam detergentes em contato direto com as mãos. A pele fica ressecada, irritada, com vermelhidão, coceira, ardência e descama. Na alergia medicamentosa por via oral, injetada ou aplicada na pele, da mesma forma que nos outros tipos de alergia, o sistema imunológico é ativado, ocorrendo uma verdadeira reação inflamatória do organismo, que varia desde uma erupção cutânea ligeira até ao inchaço súbito de várias partes do corpo, com baixa potencialmente grave da pressão arterial e risco de morte. A alergia não tem cura, mas pode ser controlada naturalmente pelo próprio organismo ou por uma higiene ambiental, alimentação saudável e rica em alimentos orgânicos, por uso de medicamentos e de vacinas. Dessa forma, a alergia pode permanecer em um longo período de latência, que ocorre quando o organismo do paciente se equilibra, porém, não é possível afirmar que o paciente não é mais alérgico. É importante o acompanhamento do médico especialista, que vai investigar as causas da alergia e recomendar os remédios mais adequados para controlar a doença. Existem novas versões de medicamentos que provocam menos efeitos colaterais. Embora nenhum medicamento esteja isento de uma reação adversa, com a tecnologia da indústria farmacêutica, esses eventos estão cada vez mais controlados”.

Lorena de Castro Diniz Alergista e Imunologista CRM – GO 10999

consultoriodralorena@hotmail.com • Título de Especialista em Alergia e Imunologia pela Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, ASBAI; • Especialista em Alergia e Imunologia pela Universidade (USP), SP; • Professora da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC), GO; • Diretora Secretária da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia Regional Goiás.

35


Saneamento Básico Fernando Rodrigues OAB - GO 16808 E-mail: fernando@fr.adv.br

Quase 100% da população goiana recebe a água tratada pela Saneago, porém no quesito saneamento, Goiás, assim como boa parte dos outros Estados, está longe de ser exemplo para o mundo. Em pleno século XXI, grande parte da população goiana não têm acesso à rede sanitária, segundo dados do Serviço Nacional de Informação sobre Saneamento. Quando o esgoto escorre pelas ruas a céu aberto ou quando está nos quintais, em fossas e em sumidouros, provoca um grande impacto ambiental, poluindo os rios, a agricultura, o subsolo e o lençol freático, além de contaminar a população, já sacrificada pela pobreza. Viver em contato direto com essa água parada, deteriorada e poluída pode levar a doenças, como febre tifóide, cólera, gastroenterite, poliomielite, hepatite A, verminoses, além de ser um ambiente ideal para a proliferação de mosquitos, que provocam a febre amarela, malária, dengue e até a morte. Para reverter essa realidade, a iniciativa privada assume esse serviço, marcando sua entrada na área de saneamento, em quatro municípios: Aparecida de Goiânia, Trindade, Rio Verde e Jataí. Boa Vida entrevistou o advogado Fernando Rodrigues (foto), especialista em direito público, que explica os detalhes desse tipo de concessão. 1 - Esse modelo de subdelegação seria uma espécie de “privatização”? Não, absolutamente. Quem está contratando os serviços de saneamento sanitário é a própria Saneago, por meio de uma subdelegação. Explicando melhor: o contrato de subdelegação funciona como uma concessão, mas a Saneago permanece como concessionária, terceirizando os serviços por meio de uma licitação. A empresa vencedora será responsável pela realização dos investimentos necessários para atingir a universalização dos serviços em seis anos, contados a partir de 2013, e vai prestar todo serviço de esgotamento sanitário, assumindo a infraestrutura e a manutenção por 30 anos, prazo de duração do contrato. Ao final deste contrato, todos os investimentos realizados e bens adquiridos nesse tempo se revertem à Saneago. Portanto, não se trata da venda do patrimônio público, não se trata de privatização. Esse não é um negócio que envolve venda ou compra de ativos públicos.

Fernando Rodrigues, advogado, especialista em direito público, defende a interferência da iniciativa privada junto à Saneago, como forma de universalizar o Saneamento Básico em Goiás

36

2 - Se não há compra e venda do ativo público, por que a concessão? A outorga não é o pagamento da venda do ativo público, mas sim, de investimentos que ainda estão sendo pagos pela Saneago. É um excelente negócio para a empresa privada, para o Estado, para o município e para a população. A história mostra que os serviços públicos, quando são administrados pela iniciativa privada, têm um salto de qualidade em todos os aspectos. Veja o caso das rodovias. As dez melhores do país são concessionadas. Na telefonia, basta nos lembrar do quanto pagávamos por uma linha doméstica. Depois que a iniciativa privada assumiu o controle administrativo no setor, em uma tarde, a linha é instalada. E, quanto aos celulares, é difícil encontrar alguém que não possua algum. 3 - Mas, em se tratando de Brasil, essa não é uma forma de facilitar o desvio de dinheiro público, em um negócio de cartas já marcadas?


Não nesse caso, uma vez que o município elaborou um plano de saneamento em que mostra como o serviço deve ser prestado nos próximos 30 anos, lembrando que a universalização do esgoto sanitário deve ser concluído, no prazo máximo de seis anos. O índice de atendimento deve ser mantido até o final da concessão. A empresa que ganhar a licitação terá que cumprir as metas desse investimento, que é privado. E, se é privado, não envolve dinheiro público. Isso diminui as possibilidades de corrupção. Além disso, o contrato será fiscalizado pela Agência Goiana de Regulação e pela própria Saneago. O Ministério Público também deve acompanhar o cumprimento das metas, garantindo os interesses da população. Com a parceria com a iniciativa privada, o Estado vai poder focar no abastecimento de água e melhorar ainda mais a prestação desse serviço.

Lixo, esgoto, insetos misturados à realidade da rotina de inúmeras famílias obrigadas a viver, em pleno século XXI, em total carência de saneamento básico, na maior parte do Estado de Goiás.

4 - O preço das tarifas de água e esgoto correm o risco de subir? Não. O modelo de contrato desenvolvido pela Saneago busca um parceiro privado que vai fazer os investimentos necessários, no menor prazo possível, mantendo a tarifa atual vigente. A garantia que a sociedade tem é contratual. 5 - Como ficarão os trabalhadores da Saneago, eles podem ser demitidos? Muito pelo contrário, haverá necessidade de novas contratações. Como existe a obrigatoriedade do cumprimento das metas de atendimento e de melhorar a qualidade dos serviços, o número de funcionários terá que aumentar. Portanto, surgirão novas ofertas de mão de obra qualificada, para que o padrão de atendimento à população, exigido por contrato, seja cumprido, caso contrário, serão aplicadas multas. As leis de concessões dos serviços públicos (8.987/1995 e 11.445/2007) regulam o saneamento básico e obrigam o setor público e o setor privado a executarem a prestação de serviço, de acordo com as metas estipuladas pelo município. Caso isso não ocorra, o contrato e o serviço serão retomados, sejam eles públicos ou privados. O temor do desemprego e do aumento das tarifas cobradas, nada mais são do que factóides criados por interesses corporativistas, pois é certo que, entre as empresas de saneamento analisadas, a Saneago é a segunda companhia que, relativamente gasta mais com a sua folha de pagamento, representando 33% da receita operacional líquida, enquanto a média setorial é de 21%. 6 - Por que a própria Saneago não assume esses investimentos? Como na grande maioria dos nossos Estados, as companhias estaduais, assim como a Saneago, estão com a sua capacidade de endividamento reduzida. Ao

contrário da iniciativa privada, que tem mais acesso às linhas de financiamento para projetos. A necessidade de universalização do esgoto nesses municípios é de aproximadamente R$ 1 bilhão. Com isso, o aporte do governo/Saneago seria de aproximadamente R$ 500 milhões, o que inviabiliza a captação desses recursos pelo Estado. Se o governo faz a opção pela parceria estratégica, vai poder investir esse dinheiro em outras áreas vitais para a sociedade, como a própria distribuição da água, saúde e educação. 7 - Por que apenas quatro cidades foram contempladas? Essas cidades foram escolhidas devido a uma iniciativa dos prefeitos, que buscaram junto à Saneago uma solução imediata para os problemas de saneamento. De acordo com o Instituto Trata Brasil, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o nível de atendimento de esgoto no Estado vem diminuindo a cada ano, sem conseguir alcançar sequer o índice de crescimento vegetativo. Com o enriquecimento e crescimento das cidades, certamente haverá aumento da demanda por esses serviços básicos e a tendência é o agravamento da situação. Os prefeitos dos outros municípios devem fazer o mesmo, uma vez que, o investimento em saneamento é refletido diretamente na saúde pública e na educação. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cada real investido em coleta e tratamento do esgoto, em um médio prazo, implica na redução de R$ 4 reais em gastos com a saúde. Além disso, trabalhadores e alunos saudáveis faltam menos ao trabalho e a escola. Portanto, uma cidade com saneamento básico proporciona às suas indústrias, empresas e escolas maior produtividade e aos seus habitantes mais saúde e educação.

37


Saúde Capilar Lorena Dourado

Dermatologista e Tricologista - CRM – GO 11663

Lisos, crespos, ondulados, os cabelos são um incrível aliado estético. Um cabelo bonito valoriza o rosto e é um indicativo de boa saúde. A dermatologista Lorena Dourado, especialista em Tricologia pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP, nos explica que é preciso entender a estrutura do cabelo, amenizar as agressões externas, usar bons produtos e dar ao organismo os nutrientes necessários para mantê-los fortes, refletindo saúde, viço e luminosidade. “Cabelos macios, saudáveis e brilhantes exigem mais do que bons produtos. Uma alimentação balanceada, rica em nutrientes é fundamental para a saúde dos fios. Pessoas desnutridas têm cabelos opacos e enfraquecidos, por isso os cuidados com a alimentação devem ser redobrados, não sendo aconselháveis perdas de peso bruscas e dietas sem proteína. Uma pessoa adulta possui cerca de 3 milhões de fios capilares que nascem, crescem e caem após um ciclo, que dura de dois a seis anos. A velocidade de crescimento dos fios em uma pessoa saudável é de cerca de um centímetro por mês. O cabelo cresce em qualquer pessoa, porém a duração do seu ciclo é que pode ser mais curta. Por isso, algumas pessoas se queixam de que o cabelo não cresce como elas gostariam. É que, nesses casos, os fios caem antes de ficarem longos. Fatores genéticos, doenças sistêmicas, medicações, idade, sexo e raça também influenciam no crescimento dos cabelos. A maior parte da composição do cabelo é de queratina (proteína), que confere resistência e elasticidade ao fio. A camada mais externa do fio chama-se cutícula, que quando está íntegra, consegue proteger os fios das agressões externas (sol, poluição, cloro). Os produtos químicos (tinturas, formol, alisamentos) e o hábito de usar secador quente e chapinha destroem a cutícula e expõem os fios as agressões externas. As escovas progressivas, com o intuito de devolver o brilho perdido pelos maus tratos à cutícula, se utilizam do formol em altas concentrações, mas essa substância não é alisante, apenas forma uma camada dura sobre o cabelo que, assim como na caramelização de uma “maçã do amor”, por fora o cabelo está alisado e bonito, mas estragado por dentro. A alta concentração do formol (geralmente mais de 20%) é muito irritante e pode provocar alergia no couro cabeludo. Além disso, o fato do formol se volatilizar (transformar-se em gás) gera riscos cancerígenos para quem o aspira. Outras substâncias químicas que funcionam como alisantes são à base de bissulfito de amônio, tioglicolato, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de guanidina e hidróxido de lítio. As escovas alisantes com tioglicolato em pequena concentração são menos agressivas para os fios e podem ser repetidas a cada três ou quatro meses. Os condicionadores devem ser usados no dia a dia, tanto os com enxágue quanto os do tipo leave-in, pois recobrem superficialmente a cutícula e facilitam o desembaraçar dos fios. Já as máscaras capilares conseguem penetrar na cutícula do fio, que ganha maior espessura e força. Ambos têm um papel importante nos cuidados com os cabelos, já que a cutícula é responsável por deixar os cabelos com brilho, sedosos e sem estática (não “arrepiados”). Também é aconselhável usar uma vez por semana ou quinzenalmente algum xampu anti-resíduo para limpar as escamas da cutícula. Dentro do fio encontra-se também a melanina, pigmento responsável por dar a cor aos cabelos. Quanto mais melanina o fio tiver, mais escuro é o tom do cabelo. Cabelos brancos são fios que perderam o pigmento com o envelhecimento. Acredita-se que exista uma quantidade limitada de pigmento, que vai sendo consumida com o passar da idade, um processo que pode ser acelerado por doenças que afetam a raiz dos cabelos. Portanto, a época de aparecimento dos cabelos brancos varia individualmente e tem caráter familiar e racial. E não adianta arrancar os fios brancos, pois eles vão nascer novamente da mesma cor. É um mito dizer que “arrancando um fio branco nascerão sete outros no lugar”. O que ocorre é um aumento gradual do número de fios brancos com a idade. Para quem assume o visual grisalho, os cuidados devem ser redobrados. O fio branco está mais susceptível às variações climáticas, como o sol forte e pode se tornar um pouco amarelado. Deve-se, portanto, manter os cabelos sempre bem hidratados e protegidos do sol. Alguns xampus realçam os brancos e os deixam mais brilhantes. E para aqueles que preferem escondê-los, as tinturas são a melhor saída. Existem vários tipos de tinturas:


• As Graduais são aquelas que vão cobrindo os fios brancos aos poucos, à medida que vão sendo reaplicadas, com tonalidades que vão do castanho-claro ao escuro. Essas tinturas são corantes metálicos que se depositam na superfície capilar e por isso, não podem estar associadas a outras técnicas químicas pelo risco de quebrar e danificar o fio; • As Temporárias são uma espécie de camuflagem ou maquiagem para o cabelo. São retiradas com uma única lavagem. Geralmente em forma de spray, como as tinturas feitas para as fantasias de carnaval e festas de crianças; • As Semipermanentes podem ser do tipo henna ou tonalizantes. Saem na medida em que se lava o cabelo (cerca de 10 lavagens). Ideal para quem tem até 30% dos cabelos brancos; • As Permanentes são as tinturas propriamente ditas. Não saem com as lavagens, somente com o crescimento do fio. Mais agressivas, uma vez que abrem a cutícula para penetrar no fio e impregnar de cor a queratina presente no cabelo. Depois disso, a cutícula não será mais reconstituída totalmente e o fio ficará mais frágil podendo se quebrar com mais facilidade, principalmente se for submetido a outras agressões. Os cremes condicionadores, que normalmente vêm junto com as tinturas amenizam um pouco os danos e ajudam na hidratação do cabelo. Como as tinturas possuem vários componentes que induzem ao aparecimento de alergias, recomenda-se que se faça um teste na pele e no cabelo, aplicando um pouco do produto em alguma área escondida do couro cabeludo e do cabelo. Caso a alergia apareça, suspenda o uso da tintura e procure um médico dermatologista, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), para orientações e tratamento. Lembrando que não é recomendada a realização de tinturas em gestantes, conforme as orientações da ANVISA.

lógicas. O tratamento depende da gravidade do quadro, podendo ser feito, na maioria dos casos com xampus antifúngicos (anti-seborréicos). O problema é que geralmente ressecam o cabelo com a frequência do uso, o que justifica a aplicação de cremes condicionantes nos fios (evitando aplicar diretamente no couro cabeludo). Dependendo do caso, medicamentos orais de efeito anti-inflamatório também são prescritos. Procure um dermatologista para que este faça seu diagnóstico e inicie seu tratamento da forma mais adequada às suas necessidades clínicas. Os cabelos podem ser lavados conforme a necessidade. Lavar não aumenta a queda. A frequência ideal é aquela que deixa o couro cabeludo limpo. Se com as lavagens frequentes, os fios ficarem ressecados deve-se usar cremes condicionantes. Quanto maior a frequência de lavagens, mais fraco deve ser o xampu. Se tiver os cabelos oleosos não use o condicionador em contato com as raízes. Use-o só nas pontas. A oleosidade ideal é aquela que se distribui pelos fios cobrindo os cabelos sem se acumular no couro cabeludo. A água quente, da mesma forma que resseca a pele, resseca o fio do cabelo. Procure lavá-lo com água mais morna ou fria. O secador e a chapinha, devido a alta temperatura, podem dar bolhas difusas nos fios, piorando a qualidade destes. Evite-os. Se usar o secador, o faça o mais distante dos fios e com o ar morno para frio. Se usar a chapinha, passe antes nos fios algum produto oleoso, como o silicone para facilitar o deslizamento do movimento e diminuir o tempo de contato entre o aparelho e o cabelo”.

Quanto à caspa, esta é uma das manifestações da Dermatite Seborréica, uma doença inflamatória que acomete regiões ricas em glândulas sebáceas, podendo ocorrer não só no couro cabeludo, mas em outras partes do corpo, como no rosto e no peito. Tem predomínio de ocorrência em homens. É recorrente, crônica e não contagiosa. Sua causa é desconhecida. Ocorre uma mudança no tipo de óleo produzido no couro cabeludo, por fatores genéticos, o que leva a uma proliferação de fungos e a uma inflamação local. Tensão emocional pode agravar o problema, bem como o alcoolismo e algumas doenças neuro-

Lorena Dourado

Dermatologista e Tricologista CRM – GO 11663 dourado.lorena@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Titular em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Especialista em Tricologia pela Faculdade de Medicina do ABC e pela Universidade de São Paulo (USP), SP.

39




Prótese de Mama Thiago Machado Pinto Cirurgião Plástico - CRM – GO 9386

Nas últimas décadas, a cirurgia plástica de mama ganhou bastante popularidade e no Brasil está entre as mais realizadas, quase tanto quanto a lipoaspiração. Com as conquistas femininas e a evolução desse tipo de cirurgia, os seios têm sido uma prioridade na vida de mulheres jovens e maduras. O cirurgião plástico, Thiago Machado, explica em seu artigo o que precisamos saber sobre a cirurgia plástica mamária. “A cirurgia plástica devolve a beleza aos seios, que são para a mulher o símbolo da feminilidade. O fato de não possuir seios atraentes afeta a auto-estima de muitas delas, mas hoje, com a evolução das técnicas e materiais cirúrgicos, é possível corrigir os estragos provocados pela idade, pela amamentação, pela oscilação de peso ou simplesmente ceder aos padrões atuais de mudança de volume e da forma das mamas. A mulher pode reduzilas (mamoplastia redutora), aumentá-las (mamoplastia de aumento) ou elevá-las (mastopexia), retirando o excesso de pele, reposicionando-as como na juventude. Nesse artigo, destacamos o aumento das mamas, um procedimento que vem sendo realizado por boa parte das mulheres modernas e independentes. Os padrões estéticos atuais provocam o desejo de ter seios fartos em boa parte das mulheres, mas há de se ter bom senso e aceitar as orientações do médico, que leva em consideração o biotipo da paciente, sua caixa torácica, sua qualidade de pele e sua preferência de volume. Hoje

42

existem próteses duráveis, de vários tamanhos e formas, que deixam os seios perfeitos, diferentes de algumas décadas atrás, quando a superfície dos implantes de silicone era rígida e lisa, o que poderia resultar em um aspecto mais artificial. As próteses atuais são texturizadas ou envolvidas em uma camada extra de polímero (poliuretano), que evita o endurecimento da cicatriz interna que se forma ao redor do implante, reduzindo as possibilidades de contratura capsular (quando a cápsula se torna espessa, enrijecendo os implantes ao ponto de deformá-los e torná-los perceptíveis ao toque). Felizmente, essa intercorrência tornou-se pouco frequente (cerca de 1% dos casos). Mas, assim como em outras cirurgias de colocação de implantes, seja em qualquer outra parte do corpo, caso a paciente desenvolva algum tipo de infecção ou alguma contratura capsular muito aparente no local da cirurgia, pode ser necessária a remoção do implante, retirando todo o tecido cicatricial, para que uma nova prótese seja substituída pela anterior. A retirada de um


implante mamário após a mamoplastia de aumento pode ser um tanto traumática para a mulher. Cabe ao cirurgião prover a paciente do máximo de informações sobre esse procedimento no pré-operatório, inclusive as possíveis complicações que podem ocorrer, mesmo sendo essa, uma cirurgia tranquila e de baixa intercorrência. As cicatrizes de uma mamoplastia de aumento podem ser posicionadas em três lugares diferentes: • Por debaixo dos seios, no sulco mamário (via inframamária), com pós-operatório um pouco mais rápido e tranquilo; • Em volta da aréola (via periareolar). A cicatriz é bem natural, em forma de semicírculo e fica exatamente na transição de cor entre a aréola e a pele da mama; • Nas axilas (via axilar). A cicatriz se localiza na prega axilar mais alta, e as mamas se mantêm sem cortes aparentes. No entanto, se houver necessidade de também retirar o excesso de pele, a via axilar está contraindicada, já que será necessária uma cicatriz na mama. Para retirar o excesso de pele, o corte é como nas mamoplastias redutoras, quando se leva em consideração o volume e o quanto a mama é flácida. Nesses casos, a cicatriz pode ser localizada ao redor da aréola (periareolar); ao redor da aréola e vertical (em forma de pirulito); ao redor da aréola vertical e no sulco mamário (em forma de “T” invertido). Na cirurgia de aumento da mama a cicatriz é menor, cerca de quatro centímetros. A qualidade estética da cicatriz (cor, relevo e largura) depende da técnica e do material que serão utilizados, mas as características de cicatrização da paciente são de fundamental importância. Na consulta pré-operatória, quando investigamos a saúde da paciente, pode-se analisar a qualidade de cicatrização através do corte da cesariana ou de qualquer outro que porventura a paciente possa ter. Alguns procedimentos como laser, peeling, medicação local injetada e uso de fita compressiva de silicone ajudam no resultado final. A colocação de prótese mamária é um procedimento que se utiliza da anestesia peridural ou da anestesia local, com sedação, com o tempo de internação de 24 horas. A paciente deve ter um pós-operatório com algumas restrições, como: repouso por dez dias, evitando movimentar os braços, fazer esforços e atividades físicas, tomar sol e dirigir. Os cuidados pós-operatórios com a cirurgia de implante mamário são relativamente simples, mas devem ser levados a sério. É importante que essa fase pós-cirúrgica seja seguida de perto pelo cirurgião e pela sua equipe, para que qualquer intercorrência seja tratada prontamente. A paciente fica em estado de observação e poderá receber a visita em domicílio de membros da equipe(fisioterapeuta, enfermeira), na primeira semana após a cirurgia. Em reconstrução das mamas de pacientes que as perderam após um tratamento de câncer ou após um trauma (queimadura grave ou mesmo um acidente, com perda de parte da mama), o tratamento depende do problema adquirido. Quando a perda de tecido é pequena a reconstrução é menos agressiva e provavelmente uma

cirurgia pode ser suficiente para alcançar o resultado satisfatório. Em casos de perda de todo conteúdo mamário, a reconstrução poderá ser feita com implante mamário em uma cirurgia em que usamos um músculo do dorso (músculo grande dorsal) para recobrir o implante; ou, sem utilizar implante, em uma cirurgia em que reconstruímos a mama com o excesso de pele e de gordura do abdome, abaixo da cicatriz umbilical. Existe ainda a possibilidade de utilizar a técnica da expansão dos tecidos, quando utilizamos um implante vazio, que funciona como expansor. Durante dez semanas, vamos expandindo a pele da mama, com injeção de líquido na bolsa que serve como implante. Depois desse tempo, numa nova cirurgia para colocar o implante final é agendada. A decisão sobre qual o melhor procedimento depende fundamentalmente das características da mama a ser reconstruída”.

Thiago Machado Pinto Cirurgião Plástico - CRM-GO 9386 E-mail: dr.thiagomachado@hotmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Residência em Cirurgia Geral pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG; • Residência em Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG; • Fellowship em Cirurgia Craniofacial na Beneficência Portuguesa de Niterói, RJ; • Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

43


Tabagismo Roseliane Araújo

Pneumologista - CRM – GO 16281

No Brasil, a cada ano, 200 mil pessoas morrem vítimas do tabagismo. São 23 mortes por hora. As substâncias tóxicas do cigarro são as culpadas por cerca de 85% dos óbitos causados por bronquite crônica e enfisema pulmonar, 90% dos casos de câncer no pulmão e de 30% das mortes causadas por outros tipos de câncer. É hora de parar de fumar e procurar ajuda especializada. Leia o artigo da pneumologista Roseliane Araújo e tome uma atitude.

44

“O vicio de fumar cigarro ou qualquer outro derivado do tabaco afeta diretamente a saúde e é a principal causa de morte evitável no mundo. O tabagismo gera dependência química e psicológica e é um fator de risco direto para mais de 50 doenças, entre elas, as doenças cardiovasculares, respiratórias e as neoplasias. Além de isolar cada vez mais o fumante do convívio social, o tabagismo foi incluído na classificação mundial de doenças, como causador de transtornos mentais e comportamentais. Seu potencial de dependência pode ser comparado ao de drogas ilícitas, como a cocaína e a heroína. São aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas presentes no cigarro e em seus derivados, que se dividem em toxinas da fase gasosa e toxinas da fase particulada. Na fase gasosa destacam-se: a amônia, as cetonas, o formaldeído, o acetaldeído e a acroleína. Já na fase particulada, as principais toxinas presentes são: o alcatrão e a nicotina. A queima do cigarro libera também o monóxido de carbono, que é uma substância capaz de diminuir o oxigênio do sangue. No pulmão, as substâncias citadas anteriormente, como as cetonas, os aldeídos, as acroleínas e as partículas que ficam em suspensão devido a queima do cigarro, levam à bronquite, ao enfisema pulmonar e ao câncer de pulmão. A indústria do tabaco, desde 1960, sabe que a nicotina presente no cigarro é altamente viciante e é a grande responsável pelos efeitos nocivos no coração e nos vasos sanguíneos de quem fuma. A nicotina tem ação vasoconstrictora, isto é, diminui o calibre das veias e das artérias, além de causar alteração no metabolismo do colesterol, que diminui o HDL (colesterol bom) e aumenta o LDL (colesterol ruim). Portanto, o fumante está muito mais sujeito ao Infarto do Miocárdio, ao Acidente Vascular Cerebral(AVC), às Tromboses e a uma doença inflamatória nos vasos, chamada Tromboangeíte Obliterante, que pode evoluir para a necessidade de amputação de membros do corpo. A nicotina, que é também cancerígena, é responsável por vários tipos diferentes de tumores malignos. Entre eles, destacamse os cânceres de pulmão, de boca, de laringe, de faringe, do esôfago, do pâncreas, do rim, da bexiga, do colo do útero, do estômago e do fígado. Depois que o indivíduo inala a nicotina, ela entra (através dos pulmões) diretamente na corrente sanguínea e se liga aos receptores cerebrais, liberando neurotransmissores chamados de endorfinas e de dopaminas, responsáveis pelo prazer que o individuo sente. Passado algum tempo, quando os níveis de nicotina começam a cair, diminui também a quantidade desses neurotransmissores, o que gera um desejo intenso de fumar novamente, para obter mais endorfinas e dopaminas. É nesse momento que se estabelece o ciclo vicioso do tabagismo. Alcatrão é um termo usado para definir um conjunto de partículas sólidas orgânicas e inorgânicas que são absorvidas pelo fumante quando o cigarro é aceso. Entre seus compostos encontram-se 43 substâncias cancerígenas, como por exemplo: Arsênico, Polônio 210, Carbono 14, DDT, Níquel, Chumbo, Benzopireno, Cádmio, Dibenzoacridina, Nitrosaminas, Formaldeído e Acroleínas. No entanto, a maior parte das substâncias tóxicas dos cigarros está sob a forma gasosa. Isso significa que, cigarros com especificação em sua embalagem de menor teor de alcatrão não são mais seguros para a saúde, pois além do alcatrão eles contém vários outros produtos tóxicos e cancerígenos. Charuto e cachimbo não são tragados, porém as substâncias tóxicas da fumaça são absorvidas pela mucosa


da boca, levando principalmente ao desenvolvimento de cânceres de boca, de esôfago e do pâncreas. Fumar um charuto equivale a consumir de 5 a 10 cigarros. Dois charutos por dia aumentam o risco em duas vezes para o câncer bucal e em seis vezes para os cânceres de laringe e de esôfago. Existem três razões que levam uma pessoa a fumar: a dependência química da nicotina, o prazer e o hábito. Parar de fumar nem sempre é possível apenas pelo desejo. A dependência química pode ser tratada com medicamento para aliviar os sintomas da falta da droga, a chamada síndrome de abstinência. O prazer e o hábito podem ser controlados com orientações específicas de especialistas para auxiliar o fumante a deixar o vício. Historicamente a mulher se tornou mais propensa ao tabagismo ao acumular o posto de dona de casa com o estressado mercado de trabalho e por adquirir hábitos semelhantes aos do homem. Paralelo a isso, fumar era tido como charmoso e estava associado ao glamour e à independência da mulher moderna. Só há muito pouco tempo, o costume de fumar adquiriu características de segregação social e se tornou deselegante. Os benefícios de abandonar o cigarro são inúmeros. A saúde agradece imediatamente e de forma constante e contínua a longo prazo. Além disso, parar de fumar melhora a auto-estima, propicia mais qualidade de vida, amplo convívio social e liberdade. Há ainda benefícios estéticos para a pele, cabelos e dentes. A curto prazo podemos destacar que, em cerca de 20 minutos depois de deixar o cigarro, a pressão arterial e os batimentos cardíacos retornam ao normal. Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no organismo se normalizam e em aproximadamente 24 horas ocorre uma redução do risco de ataques cardíacos. Com três

dias sem fumar, a pessoa já sente um relaxamento dos brônquios e um aumento da capacidade respiratória; e entre duas e 12 semanas, a circulação sanguínea do indivíduo já apresenta melhoras significativas. Com menos de nove meses de abandono do cigarro, o exfumante já é capaz de perceber uma redução de tosses, infecções e melhora da capacidade respiratória. Em um ano, a redução do risco de doença coronariana chega a 50%. A longo prazo, o ex-fumante que abandonou o vício há mais de 10 anos tem o risco de doença coronariana igual ao de quem nunca fumou. Assim como a pessoa que está sem fumar há mais de 15 anos tem o risco de desenvolver um câncer próximo ao de quem nunca colocou cigarro algum à boca. A maioria dos fumantes atuais quer parar de fumar, muitos já tentaram várias vezes sem sucesso. É possível identificar os motivos que levam a pessoa a fumar, o seu tipo e o seu grau de dependência e propor um tratamento individualizado, com o apoio de uma equipe multiprofissional especializada. A base do tratamento do fumante é a abordagem cognitiva comportamental, quando o individuo desenvolve estratégias e posturas diante do desafio de parar de fumar. Ao mesmo tempo, o médico e a equipe avaliam a necessidade de suporte medicamentoso, orientação nutricional e acompanhamento psicológico. Os medicamentos são apenas parte do processo e visam diminuir os sintomas desagradáveis da retirada da nicotina (síndrome de abstinência). Em alguns casos, sequer há necessidade deles. O importante é estabelecer um tratamento individualizado, de forma a atender as necessidades de cada paciente, minimizando os sintomas da abstinência e reforçando a auto-estima do individuo. Assim, pode ser mais fácil dizer adeus definitivamente ao vício de fumar”.

Roseliane Araújo

Pneumologista - CRM – GO 16281 E-mail: roselianearaujo@hotmail.com

• Graduação pela Santa Casa de Misericórdia, Vitória, ES; • Residência médica pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, SP; • Cursos e estágios em pneumologia pediatrica e reabilitação pulmonar pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), SP; • Curso de Terapia Intensiva pela Universidade de São Paulo (USP), SP; • Mestrado em Ciências da Saúde e Saúde Humana, com tese em asma grave de díficil controle pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, SP; • Capacitação em abordagem ao tabagista pela Secretaria de Saúde de São Paulo, SP; • Coordenadora do Programa de Tabagismo do Centro de Especialidades Médicas de Guarulhos, SP; • Professora de Pneumologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC), GO.

45


Alguns levam ao nascer do sol, outros nos aproximam do abraço que mora longe. Trilhamos caminhos de terra, asfalto, areia, pedra e até mesmo de folhas que caem das copas das árvores e anunciam uma nova estação. Existem caminhos que levam a noiva até o altar e o estudante até o seu futuro. Vias, atalhos, ruas e, por que não, as linhas de um livro ou as linhas da mão. São todos caminhos que nos inspiram olhar a diante para seguir em frente na busca do que nos traz o sorriso para os lábios.

E o que é melhor: estará sempre em nossas mãos

a escolha de qual caminho seguir. É a vida nos presenteando, dia após dia, com a oportunidade de ser feliz.



Quimioterapia Marcus Magnus Sampaio Oncologista Clínico - CRM – GO 7378

Atualmente, a quimioterapia é uma das maiores aliadas do tratamento contra o câncer. Ela tem o objetivo de impedir a evolução das células cancerígenas e o desenvolvimento dos tumores malignos no organismo. Entenda sobre o tratamento da quimioterapia, no artigo do oncologista Marcus Magnus Sampaio. “A quimioterapia pode ser definida como a utilização de medicamentos para combater células tumorais e é utilizada desde o início do século XX. Naquela época, as primeiras substâncias usadas foram exploradas pelas guerras químicas, como armas de destruição em massa. Os indivíduos expostos a essas partículas tóxicas foram estudados e descobriu-se que houve alterações significativas em suas células sanguíneas. A partir daí, depois de diversas pesquisas, chegou-se a um consenso de que esses agentes químicos poderiam ser aproveitados no tratamento da diminuição das células cancerosas. No entanto, o uso da quimioterapia, como forma eficaz no combate ao câncer, só foi realmente considerado a partir da década de 60. Hoje, os quimioterápicos são a base do tratamento contra o câncer. Há aproximadamente dez anos, surgiram novas classes de medicamentos, como o grupo que abrange as terapias biológicas. Essas terapias se valem de anticorpos e moléculas pequenas, que agem como inibidores de transmissão de sinais dentro e fora das células tumorais, atuando em áreas específicas das células dos tumores. A terapia hormonal também é uma aliada importante do tratamento oncológico atual, pois com o bloqueio ou aumento da ação de alguns hormônios, os tumores podem diminuir e até desaparecer, contribuindo para

48

cura do câncer, como nos casos de câncer de mama e de câncer de próstata. Os medicamentos quimioterápicos podem ser aplicados de diversas formas, dentre as quais como comprimidos tomados por via oral ou soros administrados diretamente, por via intravenosa. Em alguns casos, o paciente pode escolher a maneira de administração dos remédios, de acordo com a sua comodidade. Os inúmeros quimioterápicos existentes podem agir de várias formas, interferindo nos mecanismos de divisão das células tumorais. Isso impede o crescimento do tumor e, consequentemente, o seu desenvolvimento. O paciente e o médico decidem juntos onde administrar os medicamentos, se em casa ou no ambulatório, porém existem casos em que uma internação se torna necessária. A verdade é que a maioria dos pacientes opta pelo tratamento na clínica, considerando que este é o local que possui acompanhamento especializado e permite manuseio profissional dos agentes químicos. Na quimioterapia, o bombardeio com potentes medicamentos ajuda a destruir as células tumorais, mas infelizmente, também debilita as células sadias, produzindo os temidos efeitos colaterais, como a queda de pelos do corpo e dos cabelos, além dos problemas intestinais e estomacais. No entanto, vale a pena lembrar que os medicamentos quimioterápicos agem


de forma diferente em cada paciente. Tudo depende do remédio que será usado, da resposta do organismo de cada doente e do tumor que está sendo tratado. A maior parte dos pacientes continua tendo uma vida praticamente normal durante a administração dos medicamentos, com excessão dos casos de pacientes mais debilitados, que exigem um certo isolamento após as aplicações para evitar contaminações e o aparecimento de doenças oportunistas. Por isso, é importante que o ambiente de tratamento seja adequado. No geral, o paciente não precisa se privar de atividades como ir ao cinema ou fazer compras, mas é conveniente evitar aglomerações. Alimentar-se bem é fundamental. Com relação ao trabalho, desde que não seja uma atividade que exija esforço físico e respeitando o período de recuperação pós-aplicações, o paciente em tratamento pode atuar de forma praticamente normal. O papel do oncologista clínico é planejar o tratamento do câncer junto com o paciente já nas primeiras consultas, para que a nova rotina seja adequada e o cronograma de tratamento, cumprido. A aplicação dos quimioterápicos costuma ocorrer a cada três semanas, mas cada caso é analisado separadamente e necessita de atenção diferenciada. Feito o planejamento inicial, começam as aplicações, com novas avaliações da equipe oncológica no meio e no final deste tratamento. A partir dai, são traçadas as diretrizes futuras, diante da resposta do paciente. A média de duração do tratamento quimioterápico é de seis a oito meses, dependendo do grau de agressividade do tumor e da condição física do paciente, além da resposta aos medicamentos aplicados. Muito se pergunta sobre a interação dos quimioterápicos com os remédios do dia-a-dia dos pacientes. Sabe-se que os medicamentos de uso mais habitual, como os de controle da pressão e os de diabetes, a princípio não interferem no tratamento quimioterápico. No entanto, a equipe oncológica deve estar ciente sobre quais os medicamentos de rotina estão sendo utilizados, para que uma análise mais minuciosa seja feita e reparada alguma possível incompatibilidade entre eles. É preciso chamar a atenção para a interação medicamentosa dos quimioterápicos com os chamados ‘remédios alternativos’, como a babosa, as tradicionais garrafadas e as misturas de ervas. Pouco se sabe sobre os efeitos positivos dessas substâncias. O uso delas pode causar uma interferência perigosa quando ingeridas junto com o tratamento oncológico. Algumas pessoas realmente acreditam que esses produtos naturais ajudam na cura

de tumores malignos, mas não existe comprovação científica sobre os seus efeitos, principalmente em pacientes debilitados pela doença e pelos fortes quimioterápicos. Essas substâncias podem atrapalhar o tratamento. A quimioterapia pode ser associada a outras intervenções e tratamentos. É o caso da radioterapia e da cirurgia de remoção do tumor. Essa associação de terapias é avaliada pela equipe oncológica de acordo com cada caso. Há tumores que exigem o tratamento combinado, mas também há aqueles que não necessitam de mais de uma terapia. Tudo depende do tipo de neoplasia e da resposta que o paciente terá com uma das alternativas adotadas. Em determinados casos, a associação de várias técnicas pode ser a melhor saída para a cura, mas em outros, ela não se mostra necessária. Vale ressaltar que, somente o médico é capaz de avaliar se há a urgência de combinação de terapias ou não”.

Marcus Magnus Sampaio Oncologista Clínico - CRM – GO 7378

E-mail: mmagsampaio@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), PR; • Residência em Clínica Médica, Hematologia, Hemoterapia e Oncologia Clínica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), PR; • Mestrado em Biologia, área de concentração Genética Humana pela Universidade Federal (UFG), GO.

49


Obesidade Renata Machado

Endocrinologista Infantojuvenil - CRM - GO 9070

Nos dias de hoje, grande parte das crianças e dos adolescentes não cultiva bons hábitos alimentares e não pratica atividades físicas regularmente. A consequência disso é o crescimento descontrolado do número de crianças e de adolescentes com sobrepeso e com obesidade. O problema é que o excesso de peso vem aliado a vários fatores de risco à saúde, como o diabetes e os problemas vasculares, cardíacos e psicológicos. É preciso reverter esse quadro com um tratamento que seja realmente eficaz. A endocrinologista infantojuvenil Renata Machado fala sobre esse assunto no artigo a seguir. “O mundo vive atualmente uma verdadeira epidemia de obesidade; as crianças e os adolescentes brasileiros são parte dessa realidade. Uma pesquisa realizada há três anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, revelou dados alarmantes. O levantamento constatou que 48% das mulheres e 50% dos homens brasileiros estão acima do peso. Os dados para as crianças e adolescentes são igualmente impressionantes. Ao comparar os gráficos de 40 anos atrás com os atuais, podemos atestar um aumento de excesso de peso de 3,7% para 21,7% nos meninos e de 7,6% para 19% nas meninas. Foram considerados obesos 6% dos meninos e 4% das meninas. Na faixa etária entre 5 e 9 anos houve um salto ainda maior. Na década de 70, o percentual de meninos era de 10,9% e 8,6% das meninas tinham sobrepeso; esses números subiram para 34,8% e 32% respectivamente. Já o número de obesos teve um aumento assustador nesse grupo etário, saltando de 4,1% para 16,6%. A predisposição genética é responsável pelo aparecimento da doença em 40% a 70% das pessoas. Existem aquelas que têm características predefinidas em seus genes e isso torna mais fácil o ganho de peso. Ao aliar essa facilidade em engordar a fatores, como a falta de exercícios físicos e a uma alimentação hipercalórica, as chances de sobrepeso ou de obesidade aumentam ainda mais. Durante muitos anos o tecido adiposo foi considerado apenas como local de reserva energética, protetor contra choques e isolante térmico. Na última década, esta visão foi radicalmente transformada após a descoberta de inúmeras substâncias secretadas pelas células gordurosas, dentre elas hormônios e substâncias inflamatórias. Hoje a obesidade é vista como uma doença relacionada a um estado crônico de inflamação, e é

50

justamente por meio da inflamação que a obesidade leva a uma série de complicações, como: doenças cardíacas, diabetes, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC) e alguns tipos de câncer. São essas complicações que elevam o risco de morte antes dos 55 anos de idade. Outra descoberta recente são os estudos que relacionam a obesidade com alterações no tipo de flora bacteriana gastrointestinal. Um desequilíbrio dessa flora bacteriana, pode interferir no processo de absorção dos alimentos, além de desencadear uma resposta inflamatória. A vida intra-uterina também interfere no desenvolvimento futuro da obesidade. Condições adversas durante a gestação levam o feto a sofrer um processo chamado de reprogramação ou imprinting. Nos casos de desnutrição intra-uterina, o corpo dele altera literalmente a expressão dos genes relacionados aos hormônios e ao gasto energético. Isso gera uma reprogramação, tornando-o um poupador de energia. Depois de nascer, esse bebê encontra um ambiente com abundância de alimentos e, como se programou para estocar mais gordura, tem uma chance maior de ganhar peso. Quando a mãe apresenta diabetes durante a gravidez,


o feto irá permanecer em um ambiente com excesso de açúcar e seu pâncreas irá produzir mais insulina do que o habitual. Esses bebês nascem grandes e com excesso de peso. O mundo moderno é altamente estressante não só para os adultos. É freqüente nos depararmos com jovens com problemas de relacionamentos, baixo rendimento escolar e instabilidade emocional. As crianças e adolescentes, muitas vezes, tentam compensar a ansiedade numa alimentação exagerada. Nesses casos se faz necessário o tratamento da criança e da família com um psicólogo ou eventualmente com um psiquiatra. A alegria de ser saudável e de ter uma autoestima positiva são essenciais para que o jovem não sofra prejuízos físicos e emocionais. Vale a pena destacar que é dever dos pais passar para os filhos qualquer informação e comportamentos que devem ser seguidos para ajudar a reverter as altas taxas de obesidade infantojuvenil e para prevenir as doenças que acompanham esse problema. O consumo excessivo de alimentos deve ser sempre evitado desde os primeiros anos de vida. A família precisa cultivar hábitos alimentares saudáveis e que isso seja uma regra para todos, a partir da informação e do conhecimento e não por uma imposição. Assim, a educação alimentar é facilmente conquistada. Os filhos sempre seguem os passos dos pais, que têm interferência direta na formação dos pequenos. Portanto, é importante que eles dêem o exemplo de uma alimentação saudável e de práticas esportivas. A saúde dos filhos é de responsabilidade dos pais até que eles atinjam a idade adulta. A decisão de ter um estilo de vida saudável deve ser colocada como prioridade e o compromisso com a saúde individual, uma necessidade permanente. O tratamento da obesidade infantojuvenil pode ser realizado com ou sem a associação de medicamentos, dependendo de cada caso. Todos devem ser orientados a ter uma dieta balanceada e a praticar atividades físicas. Quando necessário, após os 10 anos e na ausência de contra-

indicações, já está liberado o uso de medicamentos como a sibutramina e o orlistat. A sibutramina age diretamente no sistema nervoso central levando ao aumento de saciedade, enquanto o orlistat age no intestino reduzindo a absorção de gorduras. A indicação do uso de medicação só pode ser feita por profissional especializado na área. Os medicamentos auxiliam, sim, no emagrecimento, mas é importante destacar que o remédio não é milagroso e exige que a pessoa se comprometa a mudar sua atitude, evitando os comportamentos prejudiciais à saúde. Por isso, é preciso que toda a família se envolva no processo de mudança do estilo de vida para que a perda de peso seja eficiente e definitiva.’’

Como evitar a obesidade infantojuvenil: • Mantenha hábitos alimentares saudáveis para toda a família desde os primeiros anos de vida das crianças; • Incentive, desde a infância, a prática de atividades físicas; • Evite levar os filhos ao supermercado, pois a tendência é comprar mais do que o necessário; • Estipule um tempo limite para a internet, jogos de computador e videogames; • Fast food é um perigo. Mostre isso para seus filhos e evite ao máximo a ingestão desse tipo de alimento; • Não tenha guloseimas em casa. Dificulte o acesso a biscoitos, a chocolates e a refrigerantes. Assim, fica menos difícil o controle da alimentação dos jovens; • Adote o costume de se sentar à mesa para se alimentar, pois comer em frente à TV ou ao computador distrai o cérebro, fazendo com que mais alimentos sejam ingeridos.

Renata Machado

Endocrinologista Infantojuvenil CRM - GO 9070 email: drarenatamachado@gmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG; • Residência Médica em Pediatria e Endocrinologia Pediátrica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG; • Título de Especialista em Pediatria e Certificado de Área de Atuação em Endocrinologia Pediátrica, pela Sociedade Brasileira de Pediatria; • Título de Especialista em Pediatria e Certificado de Área de Atuação em Endocrinologia Pediátrica, pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; • Professora convidada da Pontifícia Universidade Católica (PUC), GO, nas áreas de Endocrinologia e Endocrinologia Pediátrica; • Mestranda em Genética pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), GO.

51


Flacidez de Pele e Abdominoplastia Luiz Carlos Borba Campos Cirurgião Plástico - CRM - GO 11090

Ter um abdômen sarado é um desejo unânime, mas infelizmente, de todos os locais do corpo, é na região abdominal, onde mais acumulamos gordura. Além disso, a idade, as perdas volumosas de peso e as gestações sucessivas promovem alterações na pele e na musculatura, que apenas a atividade física não resolve. A abdominoplastia é um procedimento da cirurgia plástica capaz de devolver a beleza e a firmeza de músculos e de pele e é um recurso que a cada dia mais homens e mulheres se submetem. Leia neste artigo do cirurgião plástico Luiz Carlos Borba Campos.

“Abdominoplastia ou dermolipectomia é uma cirurgia apropriada para a retirada de pele e de gordura do abdômen e para reaproximar os músculos abdominais, principalmente em quem passa por grandes perdas de peso ou por gestações sucessivas e não teve uma retração de pele satisfatória. Remodela-se toda a região abdominal e o paciente ganha uma silhueta mais fina e torneada. Além disso, o procedimento elimina a flacidez e as estrias localizadas na altura do corte cirúrgico. Para

52

um resultado perfeito, essa cirurgia precisa ser bem indicada e realizada por um profissional habilitado. Em algumas pessoas, apenas a atividade física é suficiente para dar boa forma ao abdômen; em outras, há mesmo necessidade de enfrentar o bisturi, mas é preciso antes, chegar ao peso ideal. Essa cirurgia não deve ser interpretada como um meio de perda de peso, mas sim, para eliminar gordura e retrair a pele que tenha perdido alguma elasticidade, remodelando a barriga e a cintura.


A abdominoplastia dura de duas a cinco horas, dependendo da extensão do trabalho. O paciente deve se poupar de esforços nos 14 dias subsequentes à cirurgia. É aconselhável não esticar o tronco ou levantar os braços acima da linha do ombro no primeiro mês e evitar esticar muito o abdômen, se mantendo ligeiramente curvado para frente para evitar a abertura dos pontos. A postura correta deve ser retomada pouco a pouco, sempre respeitando o limite da dor. É preciso se alimentar corretamente, usar a cinta modeladora em tempo integral e só retirá-la para o banho e ainda fazer a drenagem linfática manual. Durante este tempo, é normal haver um pouco de dor e de edema (inchaço) que podem ser amenizados com analgésicos. As atividades da vida diária dos pacientes podem aos poucos ser retomadas; a volta ao trabalho deve ocorrer cerca de 10 a 15 dias depois da cirurgia e o retorno à prática de exercícios físicos pode acontecer cerca de três meses depois. A cicatriz fica escondida atrás do biquíni ou da roupa íntima, tem o mesmo posicionamento da incisão feita na cesariana e pode ser disfarçada, pois está entre os pelos pubianos. A gordura é removida por lipoaspiração. Os músculos flácidos são fixados através de suturas e o excesso de pele, removido. Quanto aos riscos, toda cirurgia merece cuidados especiais, embora na abdominoplastia, complicações raramente acontecem. As condições de saúde do paciente devem ser minuciosamente avaliadas através do exame clínico e dos exames pré-operatórios. O centro cirúrgico precisa ter estrutura adequada, com anestesistas capacitados; geralmente a anestesia é peridural, quando se trabalha no baixo abdômen e geral, quando também se reaproxima os músculos abdominais. Complicações, como infecções e embolias após o procedimento são raras, quando o pós-operatório é cumprido à risca. O paciente deve abandonar o cigarro duas semanas antes da cirurgia. Isso torna a abdominoplastia muito mais segura”.

Luiz Carlos Borba Campos Cirurgião Plástico

CRM - GO 11090 Email - luizcbc2@hotmail.com www.luizcarloscampos.com.br

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Residência em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital Geral de Goiânia, GO; • Membro Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

53


Terapia de casal Berta Baltazar Elias

Psicóloga e Psicoterapeuta - CRP– GO 002695

O número de casais que se divorciam aumenta a cada nova década. Hoje é comum ser filho de pais separados. Mas, é possível contornar a rotina de um relacionamento amoroso com prazer e harmonia? A psicoterapeuta Berta Elias, faz um alerta aos ruídos da comunicação entre casais e como alcançar a inteligência emocional através de um exercício diário de valorização das qualidades do outro. “Ao contrário do que possa parecer, um número expressivo de pacientes que nos procura o faz, não por que tenha uma indicação específica para tratamento psicológico de doenças ou transtornos mentais do tipo depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, pânico, anorexia, mas por dificuldades em tomar decisões, em resolver problemas, em escolher entre alternativas, em seguir uma dieta, em lidar com pensamentos e inquietudes internas, em organizar e cumprir tarefas e em eleger prioridades. Esses são alguns exemplos genéricos de problemas que levam, com frequência, as pessoas a um

54

consultório. Mas, sem dúvida, as dificuldades de relacionamento entre casais são um dos problemas que mais mobiliza as pessoas na busca por ajuda especializada. As famosas crises conjugais são fruto, em sua maioria, de um padrão de comunicação deficiente, inadequado e disfuncional que pode culminar na desestabilização da união, fazendo o casamento sucumbir. Embora não tenhamos a pretensão de oferecer uma “receita de bolo” para relações satisfatórias e duradouras, isso não seria possível, podemos ficar atentos a alguns pontos importantes: 1) Seja responsável: É responsabilidade de cada um se fazer compreender, se fazer ouvir, se fazer respeitar. Enfim, ser feliz é uma responsabilidade intransferível. 2) Tenha expectativas realistas em relação ao parceiro e a vida a dois: É preciso dizer que príncipe encantado não existe ou que mulher naturalmente linda, bem humorada e sempre sexy, só no catálogo da Victoria Secret? 3) Se conheça: Saiba o que o mobiliza (o que lhe dá prazer ou o que lhe desagrada), quais


são seus limites (distinga o que é absolutamente essencial e indispensável, daquilo que é apenas acessório) e identifique seus pensamentos, entendendo como eles interferem no seu funcionamento. 4) Sinalize: É comum pensarmos ou agirmos como se o outro conhecesse nossa lógica interna (item 2). Esse é um erro gravíssimo nas relações. O mais grave! Assim como não somos capazes de adivinhar o que se passa na cabeça do outro, também não devemos esperar que ele faça o mesmo conosco. Frequentemente apregoado como uma demonstração de amor, o exercício de tentar adivinhar a lógica do outro é perigoso e deve ser evitado. É essencial que ofereçamos nosso “manual próprio de funcionamento”. Muitos o sonegam, como uma espécie de trunfo guardado nas mangas, um mistério que merece ser resguardado. Às vezes, por entender que seria muita exposição de si mesmo, correndo o risco de “ficar na mão” do outro. Nada disso! Ao sinalizarmos clara e honestamente os nossos sentimentos, deixamos evidente o que esperamos do outro. Nesse sentido, quanto mais claro for o sinal, melhor para o casal. Sinalizamos através de pedidos diretos, mas também, e mais comumente, através de sinais não verbais, como sorrisos, suspiros, um jeito de olhar ou um tom de voz, mas nem sempre gestos como esses têm o devido valor. Algumas atitudes valem mais do que mil palavras. Alguém dúvida? Em resumo, os sinais aumentam as chances de produzir no outro o comportamento que se deseja que ele emita. 5) Selecione: Uma mesma pessoa pode se comportar gentilmente com um parceiro e com grosserias com o outro. A diferença? Algumas pessoas têm o poder de valorizar as qualidades do outro e enaltecê-las. Como resposta, o parceiro é gentil e a relação se torna prazero-

Berta Baltazar Elias

Psicóloga e Psicoterapeuta CRP – GO 002695 E-mail: bertaelias@uol.com.br

• Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), GO; • Professora do Departamento de Saúde Mental e de Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Universidade Federal (UFG), GO.

sa; outras, só destacam o lado negativo do outro, ressaltando seus defeitos e falhas. Evidentemente, o retorno dessa forma de comunicação é naturalmente mais conturbado. O fato é que, nas relações desgastadas, há uma supervalorização do negativo, uma preocupação grande com os defeitos e falhas do outro, o que nos cega. Nem nos damos conta que, apesar de tudo, existem coisas boas acontecendo ali. Esteja atento às qualidades do parceiro. Ninguém tem só defeitos! 6) Reavalie: Em todas as situações, faça uma análise do seu comportamento. Ele produziu o efeito esperado? Se a resposta for negativa, mude suas estratégias. Casais com dificuldades de relacionamento devem tentar esses caminhos e, caso seja necessário, procurar ajuda profissional. Costumo comparar a vida a uma grande partida de xadrez. A psicoterapia oferece ao jogador uma posição privilegiada, fazendo com que ele enxergue o tabuleiro “por cima” para, após analisar cada jogada possível, seguramente mover as peças no sentido de obter o melhor resultado. E, em um relacionamento, uma pessoa segura é aquela que sabe que ela, e somente ela, é capaz de produzir determinados efeitos sobre o parceiro. É possível ficar bom nisso! Assim como no xadrez, tudo é uma questão de se exercitar”.


Embolização de miomas Luiz Otávio Corrêa

Cirurgião Vascular e Radiologista Intervencionista - CRM – GO 12048

A mulher possui grande tendência a ter miomas uterinos durante a vida; eles são tumores benignos que podem ser assintomáticos e passar despercebidos, mas também podem ser incômodos, alterar o ciclo menstrual e atingir grandes tamanhos. Dos tratamentos existentes, a embolização de mioma tem chamado a atenção pelo caráter minimamente invasivo e por preservar o útero. Saiba mais sobre esse assunto no artigo do cirurgião vascular e radiologista intervencionista, Luiz Otávio Corrêa, especialista pelo Dotter Interventional Institute, na Oregon Health & Science University, de Portland, Oregon, nos Estados Unidos.

“Mioma uterino é um problema amplamente discutido e conhecido das mulheres; trata-se de um tumor benigno, que se desenvolve na parede muscular do útero e que atinge grande parte da população feminina em idade reprodutiva, entre 30 e 50 anos. Apenas parte das mulheres portadoras de mioma(s) uterino(s) apresenta sintomas. Muitas permanecem assintomáticas e, portanto, sem a necessidade de qualquer tipo de tratamento. O sintoma principal notado pelas pacientes é a alteração do fluxo menstrual, que pode estar aumentado em volume de sangramento diário, no aumento do número de dias ou na combinação desses dois. Pode-se também, dependendo da região do útero e do tamanho do mioma, apresentar sintomas, como urgência miccional (dificuldade de prender a urina), aumento do número de vezes que se necessita urinar, obstipação intestinal, aumento de cólica menstrual, desconforto na região pélvica, aumento do volume abdominal, além de dor durante a relação sexual. Em um pequeno número de pacientes, os miomas podem ser responsáveis pela infertilidade e por problemas durante a gestação. Existem diferentes tipos de miomas, como podemos observar na ilustração ao lado: 1- Aqueles localizados em uma porção mais externa do útero, se projetando para a cavidade abdominal, são os miomas subserosos; 2- Quando estão restritos à parede muscular do útero são chamados miomas intramurais; 3- São submucosos, quando estão localizados na superfície mais interna do miométrio, projetando-se para o interior da cavidade uterina; 4- E são miomas pediculados, quando os miomas subserosos ou submucosos crescem ligados ao útero apenas por um pedículo. Quando o mioma pediculado cresce até se exteriorizar pelo canal vaginal (como no trajeto do parto normal), ele é chamado de ‘mioma parido’. Geralmente, os miomas são encontrados durante o exame clínico do ginecologista, que pode sentir o volume do útero aumentado, confirmando o diagnóstico com o exame de ultrassom pélvico. Mesmo sem muitas respostas à

56


respeito de como eles tratamento eficiente e Vantagens da Embolização do Mioma surgem e se desenvolminimamente invasivo, vem, sabe-se da estreita preservando-se o útero. Uterino: relação entre miomas e Chama-se Embolização • Procedimento minimamente invasivo; o estrogênio, hormônio da Artéria Uterina ou • Anestesia é local; produzido pelos ovários. Embolização do Mioma • Preserva o útero, dando à mulher a possibilidaOutras causas, como a Uterino, que consiste de de engravidar posteriormente; ação da progesterona, a na interrupção do fluxo • Rápida recuperação; mutação genética local, sanguíneo arterial para • Não deixa cicatrizes; ação de outros fatores os miomas. Através • Causa poucos traumas ao organismo da mulher. de crescimento, vascuda punção da artéria larização local também femoral, localizada são considerados fatona região da virilha, é res para o crescimento dos miomas. introduzido um fino catéter, que é conduzido por dentro Quando os miomas são sintomáticos é preciso das artérias até a artéria uterina, que fica na pelve. tratá-los com uma das opções abaixo: Na artéria uterina, partículas esféricas microscópicas O tratamento com remédio é baseado em análo- são injetadas e conduzidas pelo fluxo arterial até a gos hormonais, que são utilizados para a diminuição dos microcirculação dos miomas. Ali, essas micro-esferas se miomas e de seus sintomas. Mas, quando suspenso o tra- depositam, bloqueando o fluxo sanguíneo para os miomas tamento, o mioma volta a crescer, algumas vezes mais rá- uterinos. Com isso, a tendência é que eles morram, se pido do que antes da terapia. degenerem e as células musculares são substituídas por A Miomectomia é um procedimento cirúrgico, que células de cicatrização( fibrose ). Dessa forma, a evolução preserva a capacidade da mulher de engravidar, uma vez natural é que os miomas diminuam de tamanho e, em que apenas os miomas são removidos e o útero é preser- alguns casos, até desapareçam. vado. Pode ser realizado por via histeroscópica (o mioma Todo o procedimento é realizado sob anestesia loé extraído por via vaginal), por via laparoscópica (intro- cal e não precisa de pontos, pois não são feitos cortes. dução, através de incisões mínimas no abdome, de uma Os sintomas de sangramento desaparecem imemicrocâmera de vídeo e pequenos instrumentos que per- diatamente em mais de 90% das pacientes. Espera-se a remitem a extração do mioma) ou por via abdominal (incisão dução do tamanho dos miomas, e consequentemente de na parede abdominal para alcançar o útero e uma outra todo o volume uterino em 85% a 95% dos casos. incisão no útero para extrair o mioma). O sucesso do resultado da Embolização do Mioma A solução mais drástica para o tratamento dos Uterino está diretamente relacionado à todo um processo miomas uterinos é a histerectomia, em que o útero é re- de investigação, diagnóstico, correta seleção e indicação movido cirurgicamente, seja por via vaginal, laparoscópica do procedimento e acompanhamento pós-embolização. ou abdominal. Todo o processo pré e pós à Embolização do Mio Existe espaço para todas essas técnicas citadas, ma Uterino deve, necessariamente, ser feito em conjunto quando uma seleção criteriosa do problema da paciente com o ginecologista e o radiologista intervencionista. é realizada. Após uma criteriosa seleção das pacientes, por ser Nos últimos anos, a especialidade médica um procedimento minimamente invasivo e com alto índice chamada Radiologia Intervencionista (diferente da de sucesso e baixo risco de complicações, a Embolização radiologia diagnóstica), tem dado aos miomas um do Mioma Uterino tem sido cada vez mais utilizada para tratar este problema”.

Luiz Otávio Corrêa

Cirurgião Vascular e Radiologista Intervencionista CRM – GO 12048 E-mail: luizotavio.correa@gmail.com

• Especialista pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista; • Especialista em Cirurgia Geral e Vascular pela Santa Casa de São Paulo, SP; • Especialista em Cirurgia Endovascular pela Beneficência Portuguesa de São Paulo, SP.

57


Onde Encontrar nossos Especialistas: Álvaro Vítor Teixeira

Cirurgião Plástico Alameda Ricardo Paranhos, 974, Setor Marista, Goiânia, GO Clínica Rogério Ranulfo Fone: (62) 3281 8336 E-mail: alvarovitorteixeira@gmail.com

Bernardo Magacho

Oftalmologista e Cirurgião Oculoplástico Av. Americano do Brasil, 260, 3º andar, Setor Marista, Goiânia, GO Ver – Excelência em Oftalmologia Fone: (62) 3096 9696 Site: www.drbernardomagacho.com.br

Berta Baltazar Elias

Psicóloga e Psicoterapeuta Rua 123, 253, Setor Sul, Goiânia, GO Instituto Goiano de Neuropsiquiatria Fone: (62) 3278 3081 E-mail: bertaelias@uol.com.br

Cristina Mara Pereira Antunes

Psicóloga e Psicoterapeuta Fones: (62) 3545 4000/ (62) 8589 1970/ (62) 8258 1401 E-mail: crismaraantunes@hotmail.com

Fabio Borges Pessoa

Neuropsiquiatra da Infância e da Adolescência Alameda Ricardo Paranhos, 361, Setor Marista, Goiânia, GO Fillium – Centro Médico Fone: (62) 3933 4100 E-mail: fabiopessoa@fillium.com.br www.infanciaecomportamento.com.br

Fausto da Paz Carzola

Oftalmologista Av. Americano do Brasil, 260, Setor Marista, 4º andar, Goiânia, GO Ver – Excelência em Oftalmologia Fone: (62) 3096 9696 E-mail: fausto.oftalmo@gmail.com Site: www.ver.med.br

Luiz Otávio Corrêa

Fernando Rodrigues

Advogado Fernando Rodrigues Advogados Associados

Rua 1136, 39, Setor Marista, Goiânia, GO

Fone: (62) 3241 3021 E-mail: fernando@fr.adv.br Site: www.fr.adv.br

Francisco Wellington Rodrigues

Oftalmologista Av. Americano do Brasil, 260, 4º andar, Setor Marista, Goiânia, GO Ver – Excelência em Oftalmologia Fone: (62) 3096 9696 E-mail: fcowr1@gmail.com Site: www.ver.med.br

Angiologista e Cirurgião Vascular Quinta Avenida, 180, Setor Universitário, Goiânia, GO CEBROM - Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia Fone: (62) 3265 0400 E-mail: luizotavio.correa@gmail.com Site: www.cebrom.com.br

Marcus Magnus Sampaio

Oncologista Clínico Rua 22, 773, Setor Oeste, Goiânia, GO Oncovida Centro de Oncologia Fone: (62) 3941 3005/ (62) 3921 1273 E-mail: mmagsampaio@gmail.com

Myrian de Castro

João Luiz Tarlé Rosa Ginecologista e Obstetra

Rua 05, 641, Setor Central, Goiânia, GO

Hospital Santa Catarina Fone: (62) 3945 9666 E-mail: jltarlerosa@gmail.com

Cirurgiã Plástica e Especialista em Microcirurgia Av. 136, 797, 15º andar, Setor Sul, Goiânia, GO Edifício New York Fone: (62) 3274 1500 E-mail: clinica@myriandecastro.com.br Site: www.myriandecastro.com

Lorena de Castro Diniz

Alergista e Imunologista Rua T-29, 358, 5º andar, Setor Bueno, Goiânia, GO Bueno Medical Center Fone: (62) 3250 9030 E-mail: consultoriodralorena@hotmail.com

Lorena Dourado

Dermatologista e Tricologista Rua T-29, 358, 5º andar, Setor Bueno, Goiânia, GO Bueno Medical Center Fone: (62) 3274 1444 E-mail: dourado.lorena@gmail.com

Renata Machado

Endocrinologista Infantojuvenil Rua 107, Qd. F-32, Lt 37, Setor Sul, Goiânia, GO Centro Clínico do Hospital da Criança Fones: (62) 3983 8015 (62) 8600 8015 (62) 9913 4255 E-mail: drarenatamachado@gmail.com

Roseliane de Souza Araújo

Pneumologista e Tisiologista Rua 22, 773, Setor Oeste, Goiânia, GO Oncovida Centro de Oncologia Fone: (62) 3941 3005/ (62) 3921 1273 E-mail: roselianearaujo@hotmail.com

Luiz Carlos Borba Campos Cirurgião Plástico

Rua T-50, 540, Setor Bueno, Goiânia, GO

Vivre – Cirurgia Plástica e Dermatologia Fone: (62) 3541 3735/ (62) 3096 6677 E-mail: luizcbc2@hotmail.com Site: www.luizcarloscampos.com.br

Thiago Machado Pinto

Cirurgião Plástico Rua T-29, 358, 3º andar, Setor Bueno, Goiânia, GO Bueno Medical Center Fone: (62) 3541 0132

E-mail: dr.thiagomachado@hotmail.com

Onde Encontrar a sua Revista Boa Vida: Banca Tamandaré - Praça Tamandaré LR Revistaria - Goiânia Shopping JR Revistaria - Bouganville Shopping Vision Revistaria - Buriti Shopping

58

Vision Revistaria - Araguaia Shopping Banca Paulista - Av. T-5 esq. T-61 - Parque Vaca Brava Banca Praça do Sol - Praça do Sol



Se Goiás fosse um corpo humano, nossas indústrias seriam um órgão vital.

Sistema Fieg/Ascom

O Sistema FIEG faz Goiás um Estado melhor. Por meio de suas entidades (FIEG, Sesi, Senai, IEL e ICQ Brasil), promove melhor qualidade de vida ao trabalhador da indústria e seus dependentes, capacita e qualifica o cidadão para o mercado de trabalho, aproxima estudantes e empresas, certifica e aprimora práticas de gestão e unifica todos os setores em um melhor ambiente de negócios. Essa é a missão do Sistema FIEG. Trabalhar para a contínua evolução da indústria e bem estar dos seus trabalhadores e dependentes.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.