O coração dos goianos tá batendo com saúde.
NÚMERO RECORDE DE SATISFAÇÃO NOS HOSPITAIS ESTADUAIS
HUGO 2 NA REGIÃO NOROESTE DE GOIÂNIA
5 CREDEQS PARA TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS
AMES. AMBULATÓRIOS MÉDICOS DE ESPECIALIDADES.
Obras que transformam e melhoram a vida dos goianos. É assim que o Governo de Goiás vai seguir trabalhando.
Editorial Esta edição menciona as políticas públicas de saúde e o quanto foi acertada a decisão de transferir a gestão dos principais hospitais estaduais para as Organizações Sociais (OSs), cerca de dois anos e meio atrás. Esse é o assunto da nossa matéria de capa. O deputado federal Vilmar Rocha, que na época era Secretário da Casa Civil, relembra aqueles tempos de angústia e de como foi acertada a decisão de mudar tudo. A gestão burocrática e engessada do Estado cedeu seu lugar a uma gestão inteligente e despretensiosa. Muitas metas importantes já foram conquistadas. Abrimos as portas do HUGO, Hospital de Urgências de Goiânia para mostrar as profundas transformações da saúde que ocorreram por lá. E, se ainda assim houver dúvida sobre a nova cara do Hugo, vá e veja com os próprios olhos a beleza de hospital que temos agora. A evolução da medicina é mesmo fantástica. Estudos e pesquisas apontam técnicas e métodos inovadores capazes de nos surpreender a todo instante. É o caso, por exemplo, do estudo da memória celular, conhecida como Epigenética. Vários conceitos antigos sobre obesidade caem por terra com essa nova maneira de enxergar o corpo humano. A medicina é essa mistura de tecnologia com tradição que nos garante mais saúde. Seja ela física ou emocional. Seja para nos tratar de uma enfermidade, para definir traços das nossas características ou para nos devolver a autoestima. Esta edição é mais uma fonte de conhecimento sobre variados assuntos relacionados à saúde e à qualidade de vida e integra uma das várias plataformas da equipe Boa Vida. Além desta publicação, contamos com o Boa Vida Online, site com um conteúdo de encher os olhos www.boavidaonline.com.br Em breve o programa Boa Vida começa sua nova temporada na TV Brasil Central. Aguarde!
Expediente Editora e Jornalista responsável Aurélia Guilherme – 877/04/145 GO Reportagem Iure Queiroz Aurélia Guilherme Departamento comercial Nívia Guilherme - 62 8582 2233 Diagramação, Projeto Gráfico e Fotografia Innovart Publicidade A proposta desta edição é esclarecer aos leitores sobre a necessidade de se informar sobre saúde, aproximando pacientes e especialistas na busca de uma vida saudável, preventiva e curativa. Editora Aquarius aureliaguilherme@gmail.com www.boavidaonline.com.br 62 3249 7015 62 8100 9086 Junho/2014 Tiragem: 10.000 exemplares
Visite nosso site: www.boavidaonline.com.br Atualizadíssimo!
Índice Saúde Pública Vilmar Rocha
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A nova realidade do HUGO
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Melasma – Rossana Magalhães
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Catarata – Durval Moraes de Carvalho
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Psoríase – Lana Bezerra Fernandes
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Dor de Cabeça na Infância e na Adolescência – Hérida A. Costa
25
Apneia Obstrutiva do Sono – Cynthia Lima de Castro
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Polissonografia – Maria Ângela Tolentino
30
Lúpus Eritematoso – Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira
32
Plástica Ocular – Fausto da Paz Cazorla
34
Cirurgia Plástica de Abdome – Paulo Gonçalves Júnior
36
Tratamento da Doença de Parkinson por Estimulação Cerebral Luiz Gustavo da Cunha Peixoto
38
Obesidade Infantojuvenil – Renata Machado
40
Implante Dentário – Rildo Lasmar
42
Sinusite – Luiz Mário da Costa
44
Ceratocone – Rodrigo Paolini
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Gravidez Precoce e Gravidez Tardia – João Luiz Tarlé Rosa
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Câncer de Colo do Útero – Fabiana Garcia dos Santos
Saúde Pública Vilmar Rocha
Vilmar Rocha é um dos nomes mais respeitados da política de Goiás. Natural de Niquelândia, professor de Direito da UFG, autor de vários livros sobre política e deputado federal pelo quinto mandato, Vilmar esteve nos últimos três anos à frente de uma das secretarias mais importantes do Governo de Marconi Perillo. Na Casa Civil, ele teve força de articulação e de diálogo com todos os setores da sociedade e foi peça-chave em questões de difícil solução e que exigiram coragem, eficiência em uma força tarefa do governo, em áreas fundamentais do Estado, que estavam vivenciando o caos. A saúde foi uma delas. Em entrevista à Boa Vida, Vilmar Rocha relembra os tempos difíceis da saúde pública e como foi a participação da Casa Civil nesse processo, que revolucionou a saúde em Goiás. 1 - O senhor esteve à frente da Casa Civil no Governo de Goiás nos últimos três anos. De que forma o senhor pôde contribuir, à frente de uma pasta tão importante, na elaboração das políticas de saúde pública do atual governo? A secretaria da Casa Civil é uma secretaria estratégica no governo porque, por lá, passam todos os projetos de lei, decretos e atos do governador. Na Casa Civil são formatados, jurídica, política e administrativamente, as decisões do governo em todas as áreas, inclusive na área da saúde. Me lembro, como se fosse hoje, o quanto foi difícil decidir, formular e formatar os novos rumos da saúde e apostar em novas políticas para o setor. Vivenciamos noites de angústia e de ansiedade que felizmente não foram em vão: acertamos ao transferir a gestão dos grandes hospitais estaduais para as Organizações Sociais (OSs); ao criar o 6
Fundo Estadual de Saúde e ao realizar convênios com hospitais filantrópicos do Estado. Foram propostas do secretário de saúde, Antônio Faleiros, que aplaudimos e enxergamos como sendo os caminhos que desatariam as amarras que maculavam a gestão do governo e estavam impedindo o Estado de avançar nesse setor. 2 - Em meio a um bombardeio em críticas, o governador Marconi Perillo tomou a decisão de transferir a gestão de todos os grandes hospitais do Estado para Organizações Sociais. Qual o balanço que o senhor faz da gestão das OSs em hospitais como o Hugo, Materno Infantil, HDT e HGG? O resultado dessa nossa decisão é altamente positivo. A iniciativa de transferir o Hugo, o HGG, o HDT, o Materno Infantil (HMI), o Huapa e outros hospitais para as OSs foi recebida com desconfiança por parte do Ministério
Público, dos servidores da saúde, do Poder Judiciário e da imprensa. Mas o quadro era muito ruim. Os hospitais estavam um caos, a gestão era precária, muita burocracia impedindo uma gestão mais eficiente; faltavam remédios; os elevadores e muitos equipamentos estavam estragados; faltava pessoal; as unidades de saúde estavam em péssimas condições. O governo chegou à conclusão que a solução mais rápida e eficaz seria essa transferência para as OSs. Nós já tínhamos duas referências positivas de hospitais públicos de Goiás geridos por OSs e que estavam muito bem: o Crer e o Hospital de Urgências de Anápolis (Huana). O Crer é um hospital de referência nacional, já fez três ampliações e presta um serviço de excelência. O Huana, dirigido pela irmã Rita, também tem alta qualidade de gestão Vilmar Rocha, então Chefe da Casa Civil, recebe homenagem pela ajuda à Santa Casa de Anápolis. Na foto: Irmã Rita Cecília Coelho, Joel Piantino (assessor técnico do e atende com satisfação a população. hospital) e Marconi Perillo (governador de Goiás) Na época, como chefe da Casa Civil, foi extremamente difícil coordenar e ser o 12% do orçamento em saúde. Goiás é um dos Estados que interlocutor de todos os setores envolvidos. Imagine fazer mais investem nesta área, com quase R$ 1,6 bilhão, só no uma sustentação jurídica e administrativa para realizar essa ano passado. transferência e reforçar a posição da Secretaria da Saúde, correndo contra o tempo. Três anos atrás, o caos da saúde 4 - E como foi a realização desses convênios com entidades exigia decisões rápidas e habilidade para conter as forças filantrópicas, como a Associação de Combate ao Câncer, contrárias e seguir com austeridade total até alcançar a meta Santa Casa de Anápolis, Santa Casa de Goiânia, Hospital de transformar a realidade da saúde pública de Goiás. A de Queimaduras, entre outras? decisão do governador foi acertada. O novo modelo garantiu A Casa Civil tem participação direta na formatação mais eficiência nos atendimentos e rapidez nas decisões. e na realização desses convênios. Existem várias entidades Os hospitais estaduais saíram das manchetes negativas dos que já prestam um serviço relevante e de qualidade na área jornais. O Hugo, por exemplo, inaugurou recentemente 70 da saúde em Goiás. O que o governo tem feito é investir, novos leitos de UTI. O HGG passou por ampla reforma e ajudar e apoiar essas entidades, dando condições para houve crescimento de 20% no número de cirurgias de média que elas possam ampliar o atendimento e a qualidade e alta complexidade. O HMI aumentou em 37% o número de do serviço prestado para pessoas de baixa renda. Para o atendimentos. Não há mais problemas com equipamentos Hospital Araújo Jorge repassamos mais de R$ 6,5 milhões estragados e de falta de remédios. O serviço prestado é de para a compra de medicamentos. A Santa Casa de Goiânia qualidade e a população já percebe isso. recebeu outros R$ 6 milhões para custeio e mais R$ 19,8 milhões para revitalização de um bloco. A Santa Casa de 3 - A Casa Civil teve grande importância na criação e Anápolis também recebeu R$ 6,5 milhões. O Hospital na consolidação do Fundo Estadual de Saúde. Quais os de Queimaduras recebeu R$ 5,4 milhões para realizar avanços deste Fundo? Por que era necessário criá-lo? procedimentos em pessoas de baixa renda. Enfim, foram A proposta de reformular o Fundo Estadual de mais de 50 convênios e mais de R$ 53 milhões destinados a Saúde partiu da Secretaria de Saúde, mas havia objeções hospitais filantrópicos de todo o Estado. jurídicas, administrativas e orçamentárias por parte de outros setores do governo. Na Casa Civil, tivemos que 5 - O governo também está construindo dois grandes harmonizar as ponderações de cada secretaria envolvida hospitais: o Hugo 2 e o Hospital Regional de Uruaçu. O e dar um formato final ao texto, que foi encaminhado para senhor acredita que a conclusão dessas obras vai resolver votação na Assembleia. O Fundo foi uma grande iniciativa a questão do atendimento nos hospitais públicos de Goiás? do governo porque reduziu a burocracia no repasse dos Sim, novas unidades hospitalares são sempre uma recursos do Estado para os fornecedores, prestadores necessidade do Estado. Isso vai garantir a ampliação do de serviços e até para os Fundos Municipais de Saúde. A número de atendimentos, a modernização da rede pública reformulação do fundo e a sua reestruturação ajudaram estadual e a comodidade para os pacientes, que muitas vezes na melhoria da qualidade da saúde em Goiás. Com o precisam se deslocar até a capital em busca de atendimento. Fundo, os valores aplicados em saúde tem aumentado Só no Hugo 2 foram investidos mais de R$ 145 milhões, em progressivamente. Só em 2013, foram investidos mais de 7
Autor do livro “O Fascínio do Neopopulismo”, Vilmar Rocha faz uma profunda análise sobre os governos populistas do Brasil e da América Latina
(Legenda – Foto com Irmã Rita): Pesquisar nomes
uma obra de muita importância, não só para a população de Goiânia, mas para todos que chegam na cidade pela região Noroeste. O Hugo 2 será um hospital de referência, de alto padrão de atendimento e com diferenciais, como uma área exclusiva para atendimento de pacientes com queimaduras. E o Hospital de Uruaçu terá uma grande importância para a descentralização dos serviços de saúde, com abrangência sobre mais de 20 municípios da Região Norte de Goiás. 6 - Em outra área, mas que também envolve a saúde, estão os Credeqs. O que podemos esperar da conclusão dos primeiros Centros de Reabilitação de Dependentes Químicos? A questão das drogas e, principalmente do crack, é uma grande preocupação do governo e de toda a sociedade. Por onde andamos, sempre encontramos alguém que tenha uma pessoa da família ou um amigo envolvido com crack. O Governo tem atuado com firmeza no combate ao tráfico de drogas, mas também se mostra preocupado e sensível com a recuperação dos dependentes químicos. Esse foi um compromisso de campanha do governador Marconi Perillo e o primeiro Credeq será entregue em Aparecida. Só lá, foram investidos mais de R$ 19 milhões em uma obra que conta com áreas específicas para o tratamento e a recuperação 8
de pessoas de todas as idades. O objetivo do governo é que esses centros sejam referência, assim como o Crer, com um serviço de excelência e altos índices de sucesso. 7 - O Ipasgo, há três anos, também estava passando por muitas dificuldades. Em que situação o Instituto se encontra atualmente? O Ipasgo foi totalmente reestruturado. Ao assumir o mandato, o governador Marconi Perillo se deparou com uma situação de deficit acumulado que chegava a mais de R$ 400 milhões. De forma firme, ágil e eficiente, o governo conseguiu reverter a crise e alcançar, em três anos, um superavit de R$ 4 milhões. O Ipasgo também conseguiu, depois de controlado o deficit mensal, reduzir de 90 para 45 dias o prazo de pagamento dos prestadores de serviços. Hoje, os usuários do Instituto têm à sua disposição quase 4 mil profissionais cadastrados, em mais de mil estabelecimentos. Ações como essas demonstram a preocupação do governador Marconi Perillo e de toda a sua equipe com a questão da saúde. Goiás é muito melhor hoje do que há 15 anos. O Estado melhorou muito, se modernizou, progrediu e investiu no bem-estar do nosso povo. A prestação de serviços de qualidade na área de saúde, de educação, de segurança pública são fundamentais para o Estado que queremos para hoje e no futuro.
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Vista aérea do novo HUGO
A nova realidade do HUGO É difícil acreditar, mas o novo Hospital de Urgências de Goiânia está entre as melhores unidades de saúde pública do país. Reconhecimento alcançado graças às mudanças drásticas que tiveram início com a administração do Instituto de Gestão em Saúde Gerir. A realidade atual do HUGO é tão surpreendente quanto uma história de conto de fadas. A única diferença é que é real. Ninguém deseja precisar dos seus serviços mas, como imprevistos podem acontecer, convidamos você a conhecer o novo HUGO. Em caso de urgências e emergências, é para lá que se deve ir. 9
Atual recepção do atendimento de Emergência
“Depois daquele terrível acidente em Iporá (GO), com duas vítimas fatais, José Mauro Leite Vilela, com múltiplas fraturas e ambos os pulmões perfurados, foi salvo graças ao atendimento de emergência que ele teve no Hospital de Urgências de Goiânia. Vivemos dias de angústia e de tensão e José, que Antiga recepção do atendimento de Emergência chegou quase sem vida em junho de 2013, foi aos poucos reagindo e respondendo ao tratamento. Os pulmões foram drenados, o baço foi retirado, foram realizadas várias cirurgias e também uma traqueostomia. Foram muitos os procedimentos de emergência. E pensar que quase o tiramos dali. Quando tudo aconteceu e levaram José Mauro para o HUGO, nunca imaginávamos um hospital daquele porte, nem tanto carinho, dedicação e atuação dos profissionais que nos atenderam. Acompanhamos de perto toda a evolução do tratamento, dia a dia. Aquele HUGO que tínhamos em mente, nada tem a ver com esse HUGO que conhecemos e convivemos por mais de 60 dias”. E não tem mesmo. Essa carta de agradecimento de Ana Cristina Vilela, esposa de José Mauro, retrata o reflexo do novo sistema de gestão adotado pelo Governo de Goiás que permitiu o surgimento de uma nova realidade no HUGO. O Hospital de Urgências de Goiânia, fundado em 1991, ganhou nova identidade a partir de 9 de Maio de 2012, com a chegada da Organização 10
Social (OS) do Instituto de Gestão em Saúde, Gerir. A administração moderna e ágil, transformou todo o cenário e a nova cara do HUGO foi se desenhando cuidadosa e surpreendentemente a cada novo dia. Em pouco mais de dois anos, aquele velho hospital cheio de problemas cedeu seu lugar a um novo, repleto de motivos para se orgulhar. Com um eficiente planejamento técnico
Recepção social do HUGO
Antiga sala de emergência
e financeiro, o Instituto Gerir oferece hoje profissionais altamente capacitados e serviços de excelência em saúde, com foco em atendimento ágil e humanizado.
Conhecimento Anualmente, a Residência Médica oferecida no HUGO forma profissionais nas áreas de Clínica Médica, Ortopedia, Neurologia, Terapia Intensiva, Cardiologia, Geriatria e Cirurgias Geral e do Trauma. Além de permitir uma especialização de qualidade com treinamento e supervisão reconhecidos, o programa amplia a quantidade de atendimentos e melhora o serviço prestado à população. O Instituto de Ensino e Pesquisa do hospital é outro grande responsável pela qualificação de colaboradores e por importantes descobertas, fatores que agregam mais resultados positivos para toda a unidade.
Atual sala de emergência
Reconhecimento O HUGO também é reconhecido pelo importante trabalho desenvolvido na área da microcirurgia, técnica cirúrgica extremamente delicada e especializada. Um exemplo é o reimplante de uma parte do corpo amputada em um acidente ou a confecção de grandes retalhos para reconstrução de partes do corpo. Com casos de sucesso e de destaque nacional por ser o primeiro hospital do Centro-Oeste a realizar cirurgias de reconstrução facial, o HUGO está entre as poucas unidades de saúde selecionadas no país para integrar o Programa SOS Emergências do Governo Federal.
Recepção Social Chegar a um hospital e se deparar com uma recepção bem cuidada, espaçosa e com pessoas treinadas para fazer o devido acolhimento, ajuda a amenizar o sofrimento de quem precisa. Pensando nisso, o HUGO oferece uma recepção social totalmente climatizada, com cadeiras confortáveis, televisores modernos e serviço de som. O piso desgastado e quebrado foi trocado por porcelanato, os banheiros foram ampliados e adequados às necessidades do público
Atual sala de emergência 11
Antiga lavanderia
Antiga lavanderia
Pronto Socorro A porta de entrada de pacientes de alta complexidade que chegam à unidade de saúde foi totalmente reformada e reforçada com novos equipamentos e leitos especiais de estabilização, que contam com a mesma tecnologia encontrada em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).
Enfermarias Nova Lavanderia / Central de Hotelaria
que procura atendimento, considerando também os Portadores de Necessidades Especiais. O HUGO está totalmente equipado com infraestrutura de conforto e qualidade para dar suporte adequado ao tempo de espera de familiares e visitantes.
Recepção de emergência Devidamente pensada e preparada para receber as demandas espontâneas, a atual recepção de emergências do HUGO está mais organizada e espaçosa. Além de facilitar e agilizar o socorro médico, o local também se destina aos atendimentos de retorno para exames e consultas médicas, e ainda possui guichês exclusivos para atendimento de urgência e de emergência. É nesse local que os pacientes são classificados quanto à gravidade médica e encaminhados para o tratamento mais adequado. 12
Para minimizar os transtornos de uma internação, que reflete tanto na condição física quanto na psicológica do paciente, o novo HUGO oferece ambientes confortáveis e aconchegantes durante esse difícil período. As enfermarias do HUGO foram totalmente reformadas e oferecem acomodação em quartos espaçosos, com modernas camas hospitalares, piso antiderrapante, televisores de LED e banheiro adequado aos padrões de acessibilidade. A combinação de cores das enfermarias foi elaborada pensando em oferecer um ambiente harmônico, aconchegante e tranquilo.
Lavanderia / Central de hotelaria A grandiosidade da transformação desse ambiente já é possível de ser percebida no nome que recebe. Anteriormente chamada de lavanderia do Hugo, hoje denomina-se Central de Hotelaria. O ambiente ultrapassado e obsoleto cedeu seu lugar a outro moderno e funcional. Estrutura física remodelada, equipamentos novos e enxoval completo justificam o novo status do departamento que recebeu ainda um serviço mais
Atual enfermaria
humanizado. A equipe de colaboradores é treinada Nova Lavanderia / constantemente para Central de Hotelaria executar seu trabalho considerando a dor dos pacientes abalados por traumas. As camareiras responsáveis pela distribuição de todo o enxoval do hospital são carinhosamente chamadas de “donas gentilezas”, uma alusão à maneira diferenciada como executam suas tarefas diariamente junto às pessoas internadas e seus familiares.
Antiga enfermaria
Ampliação Todo um andar, anteriormente ocupado pelo setor administrativo do hospital, foi transformado em enfermarias. Uma mudança comemorada. Só nesse piso, 70 novos leitos estão à disposição dos que precisam de tratamento de alta complexidade. Os acompanhantes também foram lembrados e, além de receberem cardápio especial com todas as refeições do dia, ainda podem assistir seus familiares acomodados em poltronas estofadas reclináveis. Mais que assistência médica de qualidade, os pacientes do HUGO têm à disposição ambiente confortável, organizado e acolhedor.
Nova Área de Circulação
Capela Depois de toda essa grande reforma pela qual o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) passou desde que o Instituto Gerir assumiu sua administração, a unidade de saúde ganhou também uma Capela Ecumênica. Com iluminação branda e ambiente silencioso, a capela recebe os que passam por momentos difíceis e buscam acolhida e introspecção na fé. A sala é reservada e oferece privacidade a todos que a utilizam para fazer suas orações, homenagens e também agradecimentos pela vida dos que aqui estão.
Pós-alta Geralmente, após receber alta, o paciente aguarda a chegada do seu transporte. Para que essa 13
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espera seja mais adequada, hoje o HUGO possui uma sala de pós-alta. Nesse espaço, os pacientes ficam acomodados em poltronas reclináveis confortáveis, assistem à programação variada de TV em televisor de LED e ainda contam com um lanche. Além disso, nessa sala especial, profissionais das áreas da psicologia e
do serviço social, acompanham o paciente, amparando-o emocionalmente nessa transição de retorno ao lar. Esse é o padrão do novo HUGO, e as transformações são constantes e diárias. Em um comparativo entre 2012 e 2013, o HUGO aumentou em 15% o seu número de atendimentos; realizou 28% a mais de exames laboratoriais; aumentou em torno de 30% os procedimentos cirúrgicos e em 19% as consultas de retorno; além da redução dos gastos aos cofres públicos. Resultados de uma gestão competente e compromissada em oferecer assistência de urgência e emergência equivalente aos índices mais elevados de exigência e conquistar o respeito e a admiração de todos os seus usuários. Os depoimentos a seguir atestam que existe um novo HUGO, melhor e mais humano. Jovens que renasceram e se recordam com tristeza das tragédias que quase lhes ceifaram a vida, mas que abrem sorrisos largos ao lembrarem do cuidado que receberam quando foram socorridas:
Lorrane Melo – 28 anos. Ficou dez dias internada, seis deles em UTI
Heloany Lopes Camargo – 23 anos. Ficou 81 dias internada em UTI
“Um milagre e a assistência ágil do HUGO salvaram a minha vida. Depois do susto que passei como vítima de assalto, fragmentos de bala ficaram alojados na minha boca. No hospital, passei por cirurgia, recebi um atendimento ímpar e fui assistida 24 horas por dia por um corpo clínico altamente capacitado. Hoje, além de estar viva, tenho a satisfação de continuar trabalhando como modelo, pois a equipe médica não deixou uma cicatriz sequer em meu rosto. Devo minha recuperação e minha vida a todos os profissionais do HUGO.”
“Me chamou a atenção o cuidado de todos comigo. Fiquei totalmente surpresa e hoje não tenho mais aquela má impressão que eu tinha do HUGO. Presenciei, durante quase três meses, gente tratando gente com amor e dedicação. Também vi um hospital com estrutura completa, excelente alimentação, leitos equipados e aparelhos modernos. Não me faltou nada. Tudo excelente! Graças a Deus e ao atendimento que tive, estou viva.”
Nova Capela do HUGO
Apoio:
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Melasma
Rossana Magalhães Dermatologista - CRM-GO - 5887
Melasma, as manchas castanhas, claras ou escuras que surgem na pele, e que devastam a autoestima, são de difícil tratamento, mas encontram excelentes resultados na tecnologia do laser. Melasma, em três perguntas para a Dermatologista Rossana Magalhães 1 - Nos fale sobre o Melasma? Melasma se manifesta geralmente na testa, no nariz e nas maçãs do rosto, na forma de manchas escuras, disformes e com forte tendência a aumentar de tamanho. Existem melasmas de localização superficial, média e profunda. Quanto mais profundo ele estiver na camada da pele, mais difícil será de ser removido. Genética, sol e hormônios. Embora a Dermatologia ainda tenha muito o que esclarecer, a soma desses três fatores são uma receita perfeita para a formação do Melasma, que atinge um número muito maior de mulheres do que de homens. As manchas de melasma são resultado do aumento da melanina, um pigmento acastanhado produzido por células do nosso organismo chamadas melanócitos. É a melanina que nos faz ficar bronzeados quando tomamos sol, pois os raios ultravioletas estimulam a sua produção. Acontece com frequência durante a gravidez e muito provavelmente essas manchas deverão ser tratadas pelo resto da vida. 2- Por que a dificuldade de tratamento? A dificuldade de tratamento depende da profundidade em que a melanina está depositada na pele. O ideal é tratar o melasma assim que ele surge nas camadas mais superficiais (epiderme) da pele. Há vários tratamentos, com excelentes respostas, se não deixarmos que o melasma invada as camadas mais profundas (derme) da pele. Isso dificulta um pouco mais o clareamento porque essas manchas, em muitos casos, se comportam de forma imprevisível; elas vão se desbotando com o tratamento e, de repente se tornam mais intensas. Em qualquer dos casos não há como reverter o problema se o paciente não se conscientizar de que a fotoproteção solar deve ser alta (acima de 30) e ser constante, mesmo em ambientes fechados. Além da luz do sol a luz das lâmpadas também pode manchar.
3- O que existe para tratar o Melasma? A Dermatologia encara o Melasma como um desafio. Esse é um problema crônico e que exige do(a) paciente muita disciplina e conscientização de que os fatores de risco para o Melasma são o gatilho para que o problema se manifeste novamente e ainda de forma mais evidente. E como o Melasma é um inimigo poderoso, vamos precisar combatê-lo com um tratamento em etapas: • Em casa, o(a) paciente vai precisar usar cremes de ação clareadora, à base de ácidos que servem para remover as células superficiais da pele e os pigmentos que nela se encontram, clareando o tom e para favorecer a penetração de outros princípios ativos dos produtos. Essas substâncias, prescritas por um dermatologista, inibem a formação de uma enzima responsável por produzir e distribuir a melanina, bloqueando a formação do pigmento que causa a mancha. O uso de antioxidantes também está recomendado para inibir a produção dos radicais livres envolvidos na pigmentação. É bom alertar que, nenhum desses procedimentos substitui o uso do filtro solar de alta proteção, devendo este ser renovado a cada três horas. • No consultório, os peelings são muito utilizados. A descamação da pele, que acontece depois de dois a três dias, vai removendo o pigmento aos poucos. O número de sessões depende da gravidade do Melasma. Durante esse tratamento, o(a) paciente deve redobrar seus cuidados com a exposição solar e evitar o calor excessivo para não piorar ainda mais o problema. • A Laserterapia desenvolveu um aparelho (Laser Spectra) projetado especialmente para atacar diretamente os melanócitos, que produzem a melanina em exagero nas manchas, reduzindo o tamanho das células do pigmento e dificultando o reaparecimento do Melasma. Os pulsos curtos e rápidos desse laser produzem menos efeitos térmicos, minimizando o processo inflamatório, mas com maior fragmentação da melanina, clareando a pele. As sessões são bem rápidas. O paciente sente apenas um leve formigamento na região onde o laser está sendo aplicado e uma pequena vermelhidão após a aplicação, que desaparece poucas horas depois. O tratamento inclui 10 sessões, uma por semana. O único cuidado pós-procedimento é a aplicação do protetor solar. O mesmo laser, com outro comprimento de onda, também está indicado para remover melanose solar (manchas de sol), sardas, alguns tipos de tatuagem e até micose de unha.
Rossana Magalhães Dermatologista CRM-GO - 5887 E-mail: rossanaidl@uol.com.br
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Residência em Dermatologia pela Universidade de Santo Amaro, São Paulo, SP; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); • Membro Titular Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD); • Mestre em Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, USP, SP. 15
Catarata
Durval Moraes de Carvalho Oftalmologista - CRM-GO 752
Goiânia é reconhecida como um grande centro de Oftalmologia. Os estudos da catarata estão em estágio tão avançado, que têm servido de modelo para especialistas em todo o mundo. Catarata, na visão do oftalmologista Durval Moraes de Carvalho. “Apesar de a palavra Catarata ser largamente conhecida quando nos referimos à visão, muitos ainda pensam que ela não passa de uma ‘membrana’ que se forma sobre a superfície do olho. Na realidade, a catarata é uma alteração na transparência de uma lente chamada de cristalino, que provoca uma espécie de enevoamento gradativo da visão. Com o decorrer do tempo, a visão vai perdendo a sua nitidez. Localizado atrás da pupila dos olhos, bem no centro do eixo visual, o cristalino é totalmente flexível e transparente, da juventude aos 40 anos, tempo em que a natureza sabiamente permite que as pessoas consigam usufruir da visão de longe, de perto, à qualquer distância. Depois dessa idade, a esclerose vai se instalando e esta lente vai perdendo a elasticidade. Os pacientes costumam fazer piadas, dizendo que o braço está encurtando e a 16
ajuda dos óculos se torna cada vez mais necessária para enxergar de perto. Uma das razões seria que, quando envelhecemos, o fígado trabalha com sobrecarga e não consegue desempenhar com perfeição a sua função. Daí o metabolismo é alterado e as substâncias que deveriam chegar lá na lente do cristalino totalmente puras e transparentes, chegam alteradas e a visão vai embaçando. No início, apenas a densidade da lente é alterada, o que pode ser perfeitamente compensado com a mudança de grau dos óculos; mas esse sintoma é progressivo e, com o passar do tempo, além da mudança na densidade da lente, a opacificação vai se tornando mais evidente, até que se torna totalmente opaca (catarata muito madura). O cristalino é uma lente nobre, composta de proteína puríssima, mas muito sensível, facilmente pode opacificar sua transparência. Além da idade, um trauma, alguma inflamação e até mesmo uma gota de água que penetre na lente podem precipitar suas proteínas ao ponto de total perda de sua transparência e da visão. Se a opacificação acontecer nos dois olhos, a pessoa está cega. Em algumas regiões da Índia, até alguns anos atrás, a cirurgia de catarata era realizada com a introdução da ponta de um estilete para soltar a lente e empurrá-la para o fundo do olho. Esta era a forma que eles tinham de limpar o centro do olho, permitindo a visão com a natural falta de foco, pela falta do cristalino. No Brasil, até 1982, a lente opacificada era extraída com o olho aberto em 180 graus. Era preciso deixar a catarata ficar bem opaca antes de ser extraída, porque
tirávamos a lente opacificada e nada era reposto no lugar. O paciente enxergava sem foco ou teria de compensar a extração do cristalino com óculos de 12 graus, pesados e extremamente incômodos. Foi, a partir daí, que começamos a implantar uma lente artificial dentro do olho. Esse foi um enorme salto tecnológico no tratamento da Catarata. Inicialmente, tivemos muita dificuldade para posicionar e manter a lente no centro da pupila. Dois outros grandes desafios enfrentados: dissolver o núcleo endurecido da catarata utilizando o ultrassom para aspirá-lo através de incisão menor e fabricar a lente com material transparente e dobrável o suficiente para entrar em incisão cada vez menor. Com equipamentos e lentes de melhor qualidade, assistimos a primeira apresentação da cirurgia de catarata, sem a necessidade de dar um ponto sequer para fechar a incisão naturalmente pequena; vieram as lentes Bifocais; vieram as lentes Tóricas intraoculares para corrigir os astigmatismos; depois as Bifocais Tóricas; depois as lentes Suplementares, indicadas para serem implantadas em olhos que já foram operados de catarata, mas que o grau não ficou correto (a lente Suplementar é colocada sobre a outra que já havia sido implantada, complementando o grau anterior). E ainda surgiram as lentes Coloridas para proteger a retina. Ao longo desse tempo, as incisões foram se tornando cada vez menores e, isso só tem sido possível porque as lentes, os instrumentos e os aparelhos evoluíram e são mais precisos. Atualmente, o cirurgião faz pequena incisão com a ajuda do laser, que tem também a função de dissolver a catarata. Porém, a retirada das massas, o polimento e a introdução da lente ainda dependem da habilidade do especialista. Estamos estreando uma máquina que mantém ativamente a pressão interna do olho durante o processo de aspiração. Esse é outro grande avanço, por manter a pressão ocular estabilizada, evitando a hipotensão (pressão baixa) durante a cirurgia. Operando com anestesia tópica (instilando gel anestésico) e mantendo uma pressão ocular programada, o resultado cirúrgico fica muito previsível.
À esquerda da foto, os processos ciliares (fábrica do líquido), antes do laser. À direita, eles aparecem já fotocoagulados
Uma lente intraocular bifocal sobre a outra
Cirurgia simultânea de Catarata e Glaucoma Desde 1997, junto ao colega Francisco Eduardo, adquirimos o aparelho Endociclofotocoagulador, cuja ponteira de fibra óptica de um milímetro de diâmetro, permite visualizar e aplicar o laser dentro do olho, nas cirurgias de Catarata. Depois de algum tempo, operando com esse laser, percebemos que a fábrica de líquido diminuía a sua produção e, consequentemente, a pressão ocular poderia ser controlada sem a necessidade de uso de tantos colírios que cumprem esta função. Naquela época ainda não havia uma técnica eficaz que diminuísse a pressão ocular. Mas o reconhecimento da eficiência de nossa técnica aconteceu, quando o
Aspecto dos processos ciliares após a laser 17
Catarata total
nosso trabalho foi premiado no Festival de Filmes em Seattle, nos EUA. Com domínio sobre a quantidade ideal de produção do líquido para cada paciente e controle das possíveis complicações, os resultados têm motivado oftalmologistas nacionais e internacionais a seguir a nossa técnica, ao ponto de importarem só no Brasil mais de 28 aparelhos em 2013. Sendo assim, concluímos que a melhor oportunidade para se aplicar essa técnica em um olho com Glaucoma é durante a cirurgia da Catarata. Assim, podemos aproveitar o momento em que a Catarata é aspirada para entrar com a sonda através da pequena incisão, até alcançar a região desejada, por dentro da cápsula da catarata, sem precisar romper ou agredir outras regiões delicadas, como a retina ou alguma outra. Feito isso, o laser dá continuidade à cirurgia da Catarata, com a introdução da lente intraocular. É preciso entender que cada caso apresenta suas particularidades, suas indicações, suas dificuldades, seus resultados e a sua visão específica.”
Ajustes de uma lente suplementar sobre a outra
Durval Moraes de Carvalho Oftalmologista CRM-GO 752 E-mail: catarata@drdurval.med.br
• Graduação pela Santa Casa de São Paulo, SP; • Residência Santa Casa de São Paulo, SP; • Presidente da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares (SBCII) – Gestão de 2007 a 2009; • Autor dos livros: “Cirurgia de Catarata - Fixação e implantes Secundários” e “Visão Periférica e Futebol”. Endoscópio durante o tratamento do glaucoma 18
Psoríase
Lana Bezerra Fernandes Dermatologista - CRM-GO 12829
A Psoríase é uma doença inflamatória crônica, que afeta principalmente a pele, as articulações do corpo e as unhas, trazendo sintomas que podem levar à consequências desastrosas para a autoestima do paciente. É uma doença sem cura, não contagiosa, mas que encontra alívio com um tratamento adequado. A dermatologista Lana Bezerra, dedica boa parte do seu tempo aos estudos da Psoríase e nos explica os detalhes dessa doença.
1- Como acontece e como identificar a Psoríase? A Psoríase é uma dermatose de alta incidência no mundo, cerca de 3% da população têm o problema. A cada 28 dias, a pele normalmente passa por uma renovação celular. Nos portadores de Psoríase esse processo é acelerado. A célula nova surge antes mesmo da célula velha morrer e elas ficam sobrepostas em locais específicos, o que gera a descamação e a vermelhidão nas lesões geralmente localizadas nos joelhos, nos cotovelos e nas mãos, embora dependendo do tipo de Psoríase, todo o corpo possa ser afetado. 2 - Como o problema se manifesta? Existem vários tipos de Psoríase e todos se manifestam a partir do excesso de células. Essa grande quantidade celular forma escamas secas, esbranquiçadas ou prateadas; manchas vermelhas; deixa a pele ressecada e rachada, às vezes, com sangramento, coceira, queimação e dor; torna as unhas grossas; cria escamas no couro cabeludo, e causa inchaço e rigidez nas articulações. Esses sintomas dependem do tipo e da gravidade da Psoríase. Eles vão de um simples desconforto a alterações que levam a um impacto negativo na autoestima do paciente. É importante ressaltar que o contato com as lesões não é contagioso e as pessoas próximas dos portadores de Psoríase devem ser esclarecidas quanto a sua benignidade e suas causas para que não haja preconceito.
A dermatologista Lana Bezerra foi escolhida entre seis especialistas brasileiros para participar de um grupo de estudos na Espanha com uma das maiores autoridades sobre Psoríase no mundo: o professor e médico do Hospital de Santa Creu, em Barcelona, doutor Luiz Puig. 19
Dermatite descamativa na palma das mãos
Acometimento do couro cabeludo 3 - Quais são as causas da Psoríase? Esta é uma doença inflamatória crônica, sem uma causa específica. Ela está ligada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à susceptibilidade genética. Sabe-se também que muitos dos portadores têm ligação com problemas metabólicos, como a Obesidade, a Hipertensão arterial, a Dislipidemia (níveis elevados de gordura no sangue) e o Diabetes. Na presença dessas comorbidades, a doença poderia aparecer em quem tem predisposição, ou uma crise já existente poderia piorar. Da mesma forma, infecções bacterianas ou virais, cortes na pele, queimaduras e picadas de insetos, falta de luz solar, tempo frio, queimadura solar, excesso de bebida alcoólica, tabagismo e alguns medicamentos e, principalmente, estresse poderiam servir como um gatilho para o aparecimento dos sintomas, que desaparecem e reaparecem periodicamente, em ciclos que duram de algumas semanas a meses. 4 - Quais são os tipos da doença? • A Psoríase Vulgar é o tipo clássico e mais frequente, em que as lesões atingem principalmente o couro 20
Placas avermelhadas e descamativas em cotovelos
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cabeludo, os joelhos e os cotovelos; A Psoríase Ungueal afeta os dedos das mãos e dos pés e as unhas, que se tornam espessas e crescem de forma anormal, além de escamarem e perderem a cor. Há casos de descolamento e esfarelamento das unhas; Na Psoríase do Couro Cabeludo, surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco prateadas, principalmente após o paciente coçar o local. Assim como a caspa, flocos de pele morta se acumulam nos ombros e podem ser percebidos nas roupas. A Psoríase Palmoplantar é conhecida pelo espessamento da pele das palmas e plantas dos pés; As características da Psoríase Eritrodérmica são as manchas avermelhadas e descamativas cobrindo o corpo todo; A Psoríase Pustulosa vem em forma de pústulas (feridas com pus) em todo o corpo, mas também pode acontecer em áreas menores, com a planta dos pés e a palma das mãos; Por isso também é conhecida como Psoríase palmoplantar. Pouco tempo depois da pele se avermelhar, aparecem as bolhas cheias de pus, que após um ou dois dias secam e reaparecem em uma sequência de dias ou até semanas. Felizmente, esta é
uma forma rara da doença; • A Psoríase Gutata tem finas escamas e placas em forma de gotas, principalmente no tronco, braços, pernas e couro cabeludo do paciente. Geralmente, esse tipo de Psoríase tem predileção por crianças e jovens com menos de 30 anos e é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta; • A Psoríase Invertida prevalece nas áreas úmidas, onde a sudorese pode ser mais intensa, por isso, portadores de Psoríase e que são obesos sofrem ainda mais. As axilas, as virilhas, por debaixo dos seios e ao redor dos genitais são afetados por manchas inflamadas e avermelhadas; • Na Psoríase Artropática, as articulações são afetadas com a dor, a pele fica inflamada e descama. É menos grave do que a artrite reumatoide, mas pode causar rigidez progressiva. 5 - Como é o tratamento? Psoríase não tem cura, mas tem tratamento, que depende do tipo da doença, da gravidade do quadro e da resposta de cada paciente. Não há como prevenir a doença, embora seja possível controlar a reincidência. A maioria dos casos podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol. Para quem não tem tempo para exposições diárias ao sol, são preconizados banhos de ultravioleta A e B em alguns casos. Medicamentos por via oral só são introduzidos nos casos mais graves de psoríase refratária a outros tratamentos. Em casos mais graves, o tratamento pode ser sistêmico (imunomoduladores), auxiliado com fototerapia (radiação ultravioleta). 6 - As Terapias Biológicas podem ser uma opção de tratamento segura? As terapias biológicas são tratamentos imunológicos produzidos por engenharia genética. Estão indicadas para tratar doentes com psoríase moderada e grave e/ou
Recomendações • Hidrate muito bem a pele, para evitar seu ressecamento excessivo, que favorece a possibilidade de desenvolvimento de lesões; • Exponha-se com cuidado e moderadamente ao sol, mas antes passe um creme hidratante ou terapêutico. Você vai ter de usá-lo a vida inteira; • Evite a ingestão de bebidas alcoólicas; • Procure não se desgastar emocionalmente. O estresse tem papel importante no aparecimento das lesões. Como não é uma tarefa fácil, procure ajuda de um profissional se considerar necessário; • Não fuja de encontros sociais e de lazer por causa das lesões. Psoríase não é contagiosa e, se você se afastar de tudo e de todos, pode comprometer o estado emocional e aumentar o problema; • Visite regularmente o dermatologista e siga à risca suas orientações. Isso o ajudará no controle das crises.
artrite psoriásica que não tenham respondido a outros tratamentos. Estas terapias não curam a Psoríase, mas podem reduzir muito os seus sintomas, proporcionando uma melhora da qualidade de vida. As terapias biológicas podem ser utilizadas em monoterapia ou em terapia de associação com outros fármacos. Atualmente, existem várias medicações biológicas disponíveis para estes casos graves de artrite na Psoríase, inclusive na rede pública. No entanto, devido ao fato das terapias biológicas serem relativamente novas, a sua segurança em termos gerais, incluindo os potenciais efeitos secundários no sistema imunitário, ainda precisam ser acompanhadas de perto por um médico especialista.
Lana Bezerra Fernandes Dermatologista CRM-GO 12829 E-mail lanabezerra@hotmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Residência em Dermatologia pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO. 21
Dor de Cabeça na Infância e na Adolescência Hérida Andrade Costa Neurologista - CRM-GO - 8364
Pais preocupados, dias letivos perdidos e queda do desempenho escolar: a dor de cabeça em crianças e em adolescentes é um sintoma bastante frequente. Felizmente, na grande maioria dos casos, se trata de um problema benigno. Mesmo assim, dor de cabeça nos pequenos ao ponto de incomodar pela intensidade ou pela frequência e que chama a atenção dos pais, deve ser sempre investigada, como nos conta a Neurologista Hérida Andrade Costa. 1- Quais são as razões que levam uma criança a ter dor de cabeça? A cefaleia (dor de cabeça) é mesmo uma queixa frequente de muitas crianças. Cerca de 70% delas reclamam de dor de cabeça em algum período de suas vidas. A cefaleia na criança apresenta várias causas, desde aquelas que são desencadeadas pela febre, até aquelas, cujas condições clínicas são de prognóstico reservado, como a cefaleia secundária aos tumores e as malformações vasculares cerebrais. Entre esses dois extremos se encontram as cefaleias primárias (quando a cefaleia é a própria doença e não o sintoma de outro problema), como a enxaqueca (migrânea) e a cefaleia do tipo tensional. As razões podem ter ligação com: histórico familiar; infecções (como gripe e sinusite); distúrbios de mastigação; bruxismo (ato de ranger os dentes); estresse; sono ineficiente ou algum problema de visão, que deve ser observado quando a criança está estudando ou quando ela passa bastante tempo usando o videogame ou o computador. Por isso, queixas frequentes de cefaleia nos pequenos não devem ser negligenciadas. 2- Existem alguns sinais que alertam os pais sobre a hora certa de procurar avaliação médica? Sim. Muitos pais costumam achar que dor de cabeça é um problema exclusivo de adultos, mas isso não é verdade. É preciso ficar muito atento a qualquer um desses sintomas: • Cefaleia súbita e de início súbito; • Mudanças nas características de uma cefaleia crônica; • Cefaleia crônica progressiva; • Dor localizada persistente em um único local; 22
• Cefaleia que desperta a criança do sono noturno; • Associação com qualquer sintoma neurológico, como: convulsão, perda de força ou alteração da sensibilidade, entre outros. Esses sinais são considerados sintomas de alarme, ou “red flags” e apontam a necessidade absoluta de procurar um especialista. 3 - Como é feita uma investigação médica? É preciso saber onde dói, como dói e desde quando dói. A descrição dos sintomas é feita pelos pais ou pela própria criança. Depois, deve ser realizado um exame médico neurológico minucioso. A intensidade, a frequência da dor e a região afetada da cabeça direcionam o diagnóstico. Por exemplo: a queixa de pressão na região dos olhos pode estar relacionada a infecções (sinusite) ou a esforço visual; a dor que atinge todo o crânio, pulsátil, com náuseas e intensa, costuma ser migranea (enxaqueca); dor persistente, por semanas ou por meses, acompanhada por vômitos ou alteração da visão, indica algum problema neurológico em desenvolvimento. É importante lembrar que problemas psiquiátricos (fobia escolar, transtornos de ansiedade e depressivos, transtorno do deficit de atenção e hiperatividade e até mesmo traumas em crianças vítimas de abuso) podem estar associados a muita dor de cabeça. Assim, interligando relatos do paciente e dos pais a um bom exame físico é possível deduzir a origem da cefaleia. 4 - O diagnóstico é apenas clínico? Na maioria dos casos, ouvindo bem o paciente e os pais e com um bom exame físico já temos grande noção da causa da cefaleia. Na suspeita de algo mais grave,
indica-se exames complementares laboratoriais ou de imagem (radiografias, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética). Dores de cabeça severas e progressivas na infância, alteração no equilíbrio ou nos olhos, casos de confusão e de letargia sugerem a existência de casos mais graves. Vômitos logo após pancadas na cabeça também podem ser sinal de perigo, pois podem indicar aumento de pressão intracraniana, indicando um hematoma. É preciso ficar atento também às dores de cabeça que estão acompanhadas de perda de peso e de cansaço progressivo, que podem sugerir infecções e inflamações do sistema nervoso (meningites, vasculites, doenças autoimunes, tumores, entre outros). 5 - A enxaqueca é um tipo de cefaleia muito comum nos adultos, que geralmente acomete apenas um lado da cabeça, é pulsátil e melhora em ambientes escuros. Como as crianças sentem a enxaqueca? Nos adultos a enxaqueca é de mais fácil caracterização, uma vez que temos uma Classificação e Critérios Diagnósticos das Cefaleias, Neuralgias Cranianas e Dores Faciais (ICHDII), publicada em 2004. Nesses critérios, temos a seguinte descrição: pelo menos cinco episódios prévios com dor de cabeça de mediana a intensa, com duração de 01 a 72 horas, localizada em apenas um dos lados da cabeça, mas podendo ser bilateral, pulsátil, se agravando com esforços físicos. Com presença de, no mínimo, um dos seguintes sintomas: náuseas e/ou vômitos e fonofobia e/ou fotofobia. O histórico do paciente, o exame físiconeurológico e os exames complementares devem afastar a possibilidade de cefaleia secundária. Um adulto responde bem a essas questões. Mas, e uma criança? Geralmente a criança tem dificuldades em relatar o caráter pulsátil, mas os pais podem, com facilidade, ver se ela piora com esforço físico ou se ela para de correr ou de pular durante
os ataques. O mesmo vale para a presença de fonofobia e/ ou de fotofobia, em que a criança pode não relatar quando questionada, mas os pais podem notar se, durante os ataques de cefaleia, ela procura lugares mais escuros e silenciosos. Existem outras diferenças marcantes da enxaqueca na infância. As crises são de menor duração, e fragmentadas no mesmo dia. Nem sempre a dor é unilateral ou pulsátil. É uma dor menos intensa que nos adultos. E o mais interessante é que geralmente as crianças com migrânea (enxaqueca) têm mais dores abdominais relacionadas, dores nos membros, enjôos ou náuseas, bruxismo e sonambulismo. Esses sintomas podem, inclusive, preceder as crises de dor de cabeça. 6- Quais são os princípios gerais do tratamento das cefaleias na criança? Como boa parte das pessoas não dá a devida atenção às queixas de cefaleia, muitas vezes a criança toma analgésicos indiscriminadamente. Mesmo nos adultos, o uso de analgésicos (do tipo paracetamol, dipirona ou ibuprofeno) deve ser feito com orientação médica. Quem faz uso constante e excessivo desses medicamentos diminui a produção natural de um analgésico chamado endorfina, tornando as crises ainda piores. Podem também ficar dependentes desses remédios. Portanto, todos (adultos e crianças) devem entender que analgésicos não são inofensivos e devem abolir a automedicação. Somente um especialista médico pode prescrever os medicamentos certos, na dosagem correta e no intervalo necessário. O tratamento depende do tipo de cefaleia. 7- Esses episódios de dor podem ser prevenidos? Sim. Por isso os pais devem ensinar a criança a perceber e a definir a dor. Eles também devem observar a alimentação dos filhos e não deixar que eles fiquem muito tempo em jejum ou que pulem alguma refeição; 23
ajudar no controle da ansiedade, incentivar as atividades físicas e determinar uma boa qualidade do sono. Portanto, mudanças no estilo de vida são essenciais. Não esquecer de que excessos de analgésicos não devem ser ingeridos, assim como o excesso nas atividades extracurriculares. É importante evitar o estresse; consumir mais água e dormir adequadamente. Se ainda assim não houver melhora, é importante procurar um neurologista que tenha conhecimento sobre cefaleia e revisar todo o caso. Há como fazer a prevenção da cefaleia com medicamentos e fazer um controle mais rigoroso das crises em um diário específico (diário da cefaleia). Essas medidas podem controlar o problema possibilitando que a criança tenha uma vida normal, mais produtiva e feliz. Quando o assunto é saúde infantil, vale citar a máxima: “As crianças tem estruturas mentais diferentes dos adultos. Elas não são adultos em miniatura; elas tem seus próprios caminhos para determinar a realidade e ver o mundo” (J. Piaget, 1896-1990)
Orientações para dor de cabeça em crianças e adolescentes: • Deve ser estabelecida uma rotina de hábitos para a criança e o adolescente com cefaleia, com horários determinados para dormir, se alimentar, brincar e estudar. As alterações nos horários do sono ou das refeições devem ser evitadas. Eles também não devem fazer jejum muito prolongado; • Observar minuciosamente os fatores desencadeantes da cefaleia, tais como: exposição ao sol, ingestão de bebidas muito geladas, muita ansiedade (principalmente no período de provas) ou se a dor surge na presença de um cheiro muito forte ou de um barulho muito alto. No que se refere à alimentação, vale observar separadamente aquilo que faz mal, e não criar uma lista de “alimentos proibidos”. É importante lembrar que as restrições são individuais. No entanto, existem alimentos que estão na lista negra do cardápio da maioria dos pacientes: leite, queijos, café, chocolates, cítricos, embutidos, comida asiática, refrigerante, adoçantes e bebidas alcoólicas. Uma vez descoberto um alimento desencadeante da cefaleia, deve-se evitar a sua ingestão; • É sempre bom observar se a criança não está passando por problemas de ordem emocional; se ela apresenta dificuldades de relacionamento social; ou/e se está com excesso de atividades extracurriculares; • Observar se a ingestão de analgésicos é superior a duas doses por semana. Isso pode agravar ainda mais a frequência e a intensidade da dor e a duração dos ataques. além disso, há riscos de dependência e de manifestações de abstinência;
Hérida Andrade Costa
Neurologista CRM-GO - 8364 E- mail: herida.costa@yahoo.com.br
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goias, GO; • Residência em Clinica Medica pela Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal. DF; • Residência em Neurologia Clinica pelo Sistema Único de Saúde, SUS, GO; • Membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia; • Membro da International Headache Society. 24
• As terapias comportamentais (cognitiva, de relaxamento ou biofeedback) podem atenuar as dores. Na literatura, encontramos revisões e estudos bem desenhados que não comprovam a eficácia de terapias complementares para a enxaqueca. Entretanto, em crianças com bronquite e cefaleia secundária, sabemos que a Homeopatia pode ser bastante útil; assim como a Acupuntura oferece alívio para a cefaleia por tensão muscular; • Em casa, os pais podem pedir que a criança se deite em um quarto silencioso, com temperatura e luz agradáveis. Pode ser colocado um pano úmido no local do incômodo, acompanhado de massagem na região temporal, até que a dor passe.
Apneia Obstrutiva do Sono Cynthia Lima de Castro
Otorrinolaringologista - CRM-GO - 8721
A Apneia Obstrutiva do Sono é um importante distúrbio noturno que altera a qualidade do sono de adultos e de crianças. Acontecem repetidas paradas respiratórias durante o sono, que podem até colocar a vida em perigo. A Otorrinolaringologista Cynthia Lima de Castro nos fala, neste artigo, sobre como reconhecer a Apneia Obstrutiva do Sono. “A Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é um distúrbio caracterizado pela obstrução da passagem do ar pelo nariz ou pela boca durante o sono, com perda parcial da respiração durantes as crises, dificultando o fluxo de oxigênio, ou com parada total da respiração, em cerca de 10 segundos, repetidas vezes a cada hora de sono. A partir de 5 paradas por hora, já consideramos que a pessoa seja portadora de Apneia do Sono. Muitas pessoas sequer sabem que possuem esse distúrbio. Mas é possível desconfiar disso se alguns desses sinais forem evidentes: ronco, com paradas visíveis da respiração durante o sono e sonolência excessiva durante o dia. Além dessas características, pacientes apneicos costumam acordar com sensação de sufocamento e, por isso, despertam repetidas vezes durante a noite. Em muitos casos, há ainda sudorese noturna. Pela manhã, a
cabeça dói, a boca está seca e é comum ter a percepção de que o sono não foi reparador. A fadiga se prolonga durante o dia. A paciência não é o forte de quem tem Apneia do Sono. São pessoas que se irritam facilmente. Outros sinais também podem ser observados, como a diminuição da libido e até a impotência sexual, bem como depressão; refluxo gastroesofágico; perda progressiva da memória e dificuldade de concentração. Portanto, na presença desses sinais e sintomas, procure um bom especialista para não permitir que este se torne um problema médico grave. A Apneia do Sono aumenta a probabilidade do paciente desenvolver doenças potencialmente letais, uma vez que está associada ao aumento do risco de Diabetes, Hipertensão, Insuficiência Cardíaca e Arritmia Cardíaca e até um Acidente Vascular Cerebral. 25
Crianças e adolescoentes com Apneia Obstrutiva do Sono têm o aprendizado e seu desenvolvimento comprometidos
Fatores agravantes da Apneia Obstrutiva do Sono: • Amídalas e adenoides muito grandes; • Obstrução crônica do nariz por causa de tumores, desvio de septo, pólipos nasais e hipertrofia dos cornetos; • Dormir de barriga para cima; • Queixo projetado um pouco para trás, que faz recuar a base da língua; • Álcool, tabaco, medicamentos à base de benzodiazepínicos. refluxo gastroesofágico e laringo faríngeo; • Obesidade, porque favorece a infiltração de gordura na faringe.
Para tanto, o paciente precisa: • Combater as causas da obstrução nasal e do refluxo gastroesofágico e do refluxo laringo faríngeo; • Perder peso; • Dormir de lado; • Evitar o uso de bebidas alcoólicas, calmantes, relaxantes musculares e cigarro algumas horas antes de dormir.
Recomendações A adoção de medidas simples pode ajudá-lo a dormir melhor e a evitar as crises de apneia. Veja alguns exemplos: • Procure estabelecer e respeitar os horários de dormir e de acordar; • Evite ingerir substâncias que contenham cafeína; • Não fume pelo menos nas 4 ou 5 horas que antecedem o momento de ir para a cama; • Não exagere no uso de bebidas alcoólicas, nem faça refeições pesadas antes de deitar; • Para melhor avaliação do problema e diagnóstico correto, procure um otorrinolaringologista. Ele poderá esclarecer suas dúvidas e definir qual o melhor tratamento para seu caso. 26
Um dos exames que determinam a doença é chamado de polissonografia e consiste no registro de diversos parâmetros fisiológicos durante o sono, como as atividades cerebral e muscular, movimentos oculares, respiração, teor de oxigênio, eletrocardiograma, registro de ronco e posição corporal, entre outros. O paciente dorme na clínica para que seu sono seja totalmente monitorado. Outro exame muito importante é a videonasolaringoscopia com manobra de Muller. Ele é capaz de fazer a avaliação da obstrução das vias aéreas superiores. Esse exame é parte do diagnóstico, pois através dele podemos avaliar Rinites, Sinusites, Desvio Septal, Polipose Nasal, Disfunção Véu Palatino, Refluxo Laringofaríngeo, Hipertrofia Amigdalianas, Hipertrofia dos Tecidos Linfoides da base de língua, Constrição do arcabouço laringo faríngeo, Tumores e muito mais. Os movimentos respiratórios desorganizados também podem acontecer com crianças, principalmente entre três e seis anos de idade. Nelas, apenas dois ou três segundos de parada respiratória já são suficientes para o sangue dar sinais de falta de oxigênio. Por isso, os pais devem sempre observar os filhos dormindo, conferir se eles roncam alto e se, de repente, param de respirar. É preciso evitar problemas futuros procurando um otorrinolaringologista. Na maioria dos casos de Apneia do Sono em crianças, as causas estão no tamanho aumentado da amígdala e da adenoide que podem obstruir a respiração. Recomenda-se a extração desses órgãos. Antigamente, por qualquer inflamação ou infecção de garganta, indicava-se a cirurgia de retirada da adenoide ou das amígdalas. Tratavam esses órgãos como se eles não fizessem falta ao organismo, mas isso não é verdade, eles têm uma função protetora, assim como o apêndice. Por isso, só quando eles estão ampliados ao ponto de obstruir a respiração é que a Tonsilectomia e Adenoidectomia estão indicadas. Nestes casos selecionados, é um procedimento que cura a apneia
obstrutiva na grande maioria dos pacientes, evitando as consequências que impediriam o bom desenvolvimento da criança e do adolescente. O hormônio de crescimento, por exemplo, é produzido durante o estágio mais profundo do sono. Se em repetidas vezes, esse sono for interrompido com uma sequência apneica, a produção desse hormônio pode ficar seriamente comprometida. Além do crescimento, todo o desenvolvimento da criança, de um modo geral, é prejudicado, inclusive a concentração e o aprendizado. Nos adultos, o tamanho das amígdalas e das adenoides também podem ser a causa da apneia, assim como malformações da mandíbula ou da faringe; hipertrofia da língua (como ocorre na síndrome de Down), tumores, hipotonia (relaxamento) dos músculos da faringe ou falta de coordenação dos músculos respiratórios. Em pessoas obesas, as paradas respiratórias durante o sono podem ser ainda mais frequentes. Há um excesso de tecido mole na garganta que se fecha, dificultando a respiração. Em muitos casos, o simples emagrecimento faz com que o problema desapareça. A idade também é um fator que leva à Apneia do Sono. Pessoas idosas geralmente têm perda muscular e neurológica da capacidade das vias respiratórias. Assim como algumas drogas depressoras, sendo as bebidas alcoólicas as mais comuns. Para tratar a apneia, é preciso mudar esse padrão respiratório, desobstruindo as vias respiratórias. Um tratamento considerado padrão ouro para o paciente apneico grave é o CPAP, uma máscara que se conecta a um compressor de ar que força a entrada de oxigênio pelas vias aéreas superiores. A pressão do ar é ajustada, de acordo com o registro da polissonografia de forma bem criteriosa para que se consiga realmente aliviar os sintomas e diminuir os riscos cardíacos. Os
Entrada do ar
Respiração interrompida
A seta azul demonstra onde ocorre a obstrução da passagem do ar
resultados são excelentes, mas há casos em que o CPAP não funciona. Para esses, a cirurgia pode ser indicada, quando há alguma anormalidade anatômica. Dependendo do formato e do tamanho da cabeça e do pescoço, o espaço de passagem do ar pode ficar prejudicado. É preciso corrigir ou remover o obstáculo para que o sono seja revigorante e o dia não se torne um fardo pesado. Quando a apneia é leve ou moderada, existem alguns aparelhos intraorais que têm a função de posicionar melhor a mandíbula, evitando a queda da língua para trás para que o ar passe sem dificuldades. Assim que saímos do ventre materno, não podemos mais deixar de respirar. Quem tem Apneia do Sono deve ter a preocupação de buscar um tratamento efetivo deste problema e só sossegar quando a respiração adquirir um ritmo regular, quando os roncos cessarem e o sono for tranquilo para o dia nascer feliz.”
Cynthia Lima de Castro Otorrinolaringologista CRM-GO - 8721 E-mail: cyn_castro@hotmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Sul Fluminense do Rio de Janeiro, RJ; • Residência em Otorrinolaringologia pela Universidade do Rio Janeiro, UNI Rio, RJ; • Títulos de Especialista Otorrinolaringologista pela Associação Médica Brasileira, AMB e pela Sborl em São Paulo, SP; • Membro Especialista da Sociedade de Otorrinolaringologia Brasileira; • Membro Especialista da Sociedade Interamerican Association Pediatric Otorhinolaryngology. 27
Polissonografia (Exame do Sono)
Maria Ângela Tolentino Neurofisiologista Clínica - CRM-GO 32.634
Dormir uma noite inteira pode ser o sonho de quase metade da população brasileira, segundo a Associação Brasileira do Sono. Existem mais de 100 distúrbios relacionados ao sono. A Neurofisiologista especialista em Medicina do Sono, Maria Ângela Tolentino, nos fala sobre a Polissonografia, exame destinado a avaliar a quantidade e a qualidade do sono, bem como os seus distúrbios. “Durante o sono, o cérebro suspende temporariamente a atividade perceptivo-sensorial e motora voluntária e isso é absolutamente necessário para a manutenção da nossa condição de equilíbrio orgânico. Só assim, conseguimos enfrentar o dia seguinte com disposição, mas, infelizmente, este não é um privilégio de todos. Cerca de 1/3 da população mundial tem sono de má qualidade em quase todas as noites. Imagine isso ao longo dos anos. É um sofrimento acordar com a sensação de cansaço e com a impressão de que a noite foi curta, ter que enfrentar o dia sem disposição, irritado ou cochilando em qualquer lugar, com dificuldade de concentração ou deficit de memória, com oscilação de humor, manifestações psicopatológicas, neurológicas, voz arrastada e aumento da sensibilidade dolorosa. Essas são algumas das consequências de quem não tem um sono adequadamente reparador. Cada fase da vida requer uma quantidade de horas de sono. Os recém-nascidos dormem de 10 a 18 horas por dia, enquanto as crianças de até cinco anos, de 10 a 12 horas. Já os adolescentes precisam dormir em média 10 horas e os jovens de 6 a 9 horas. Mas, a maioria da população adulta jovem necessita dormir de 6 a 8 horas, nos horários entre 22-23 horas às 6:00 horas da manhã. Não há como negar a influência do sono sobre as condições físicas, psicológicas e sociais das pessoas. Sua privação, tanto na Visão com glaucoma qualidade, quanto na quantidade de horas dormidas, altera 28
sensivelmente o cotidiano de qualquer indivíduo. O sono normal e seus distúrbios podem ser reconhecidos em um exame chamado Polissonografia. O exame avalia a arquitetura e diagnostica os vários distúrbios do sono, como sonambulismo, terror noturno, apneia do sono, ranger dos dentes (bruxismo), fibromialgia ou qualquer outra alteração que possa ser observada através de sensores colocados na superfície do corpo. Estes sensores registram parâmetros, como: a atividade elétrica cerebral (eletroencefalograma), o movimento dos olhos (eletro-oculograma), a atividade de diversos músculos (eletromiograma), os batimentos cardíacos (eletrocardiograma), a respiração, o ronco e o comportamento do corpo na cama (normalmente monitorados por microfones e uma câmera de infravermelho que permite visualizar o paciente dormindo, mesmo no escuro). Este é um exame bem simples que pode ser feito em qualquer idade (até mesmo em bebês) ou em qualquer pessoa que sofra de algum distúrbio do sono. Os impedimentos seriam um quadro gripal ou febril. Nesses casos é prudente evitar o exame, pois este pode intensificar alguns distúrbios, como por exemplo ronco e apneia. Não há necessidade de modificar hábitos cotidianos. Pelo contrário, tenta-se reproduzir as características habituais do paciente. Mas não recomendase a ingestão de qualquer bebida estimulante ou muita água antes de dormir. O paciente deve chegar à clínica para pernoitar no horário em que normalmente dorme e permanecer até o horário em que acorda. Desta forma podemos avaliar a arquitetura do sono e suas alterações. Não há necessidade de suspender os medicamentos habituais. O exame pode ser realizado também com CPAP (máscara que proporciona pressão positiva nas vias aéreas) para titulação da pressão e o tratamento de quadros de apnéia do sono. Depois que o paciente acorda, o especialista tem um mapeamento de todo o sono em mãos. Insônia ou sonolência excessiva, distúrbios respiratórios, sonodependentes e comportamento anormal durante o sono. Seja qual for o problema, com a Polissonografia teremos o diagnóstico. Grande parte dos pacientes com distúrbios do sono passam por todas as consequências das seguidas noites mal dormidas desconhecendo as causas do problema. Um sofrimento desnecessário, uma vez que existe uma diversidade grande de tratamentos que podem operar milagres nas noites insones.
A importância do sono nas diferentes fases da vida: Infância Alguns hormônios só são produzidos durante o sono. O hormônio do crescimento (GH) é um deles. Secretado no primeiro terço da noite, tanto nas crianças quanto nos adultos, o GH é essencial para o crescimento dos ossos e dos músculos. Portanto, leve a sério quando dizem que a criança cresce enquanto dorme. Além disso, na idade pré escolar, a criança que dorme mal tem um aprendizado de má qualidade. Os pais são orientados a observar o emocional da criança. Muitas dormem mal porque têm medo do escuro. Juventude Os jovens insistem em manter o péssimo hábito de trocar o dia pela noite. Eles adoram dormir tarde e não entendem que o relógio biológico vai ficar alterado, mesmo se eles acordarem tarde. Um sono de qualidade é importante. Algumas condições necessárias para permitir um sono mais saudável exigem total escuridão, para que nenhuma fase seja interrompida, uma vez que o cérebro tem estruturas que fazem a leitura do claro e do escuro. Portanto, mesmo que o adolescente acorde tarde, suas funções cognitivas, como raciocínio e memória serão prejudicadas e isso pode ser ruim, quando se está às voltas com o preparatório do vestibular. Além disso, depois dos 20 anos, apenas 10% do hormônio do crescimento é aproveitado pelo corpo. Daí, a necessidade de um sono regular. Essa substância produzida na parte posterior do cérebro continua tendo diversas funções anabólicas e metabólicas essenciais
à saúde, mesmo quando paramos de crescer, como garantir uma boa densidade óssea e manter a massa muscular, além de ser um dos responsáveis pela queima de gordura; o GH estimula ainda a síntese de proteínas e a renovação dos tecidos, importante para manter a juventude da pele. Idade adulta Para aguentar o dia a dia, só mesmo uma boa noite de sono para recarregar as baterias e manter a saúde física e mental. Dormir bem auxilia nas funções cardiovasculares, fortalece o sistema imunológico e ajuda a manter o peso. Quem não dorme direito está mais sujeito a gripes e resfriados, alteração da memória, da concentração e da capacidade de raciocínio. No idoso Com o envelhecimento, ocorrem diversas alterações na estrutura do sono. Seus ciclos tornamse mais curtos e o idoso acorda mais durante à noite. Assim, o tempo de sono noturno torna-se menor. Para compensar, ele cochila durante o dia. Mas, aqueles idosos que gastam mais energia durante o dia, em atividades físicas e sociais, dormem tão bem quanto qualquer adulto jovem durante a noite. Manter-se ativo durante o dia é fundamental para uma boa noite de sono. Portanto para ter qualidade de vida é necessário também uma boa qualidade de sono. Durmam bem e tenham uma vida melhor.”
Maria Ângela Tolentino Neurofisiologista Clínica CRM-GO 32.634 E-mail: mastolentino@gmail.com
• Graduação em medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), GO; • Residência em Neurofisiologia Clínica pelo Instituto de Neurologia de Goiânia (ING), GO; • Especialista em Medicina do Sono Universidade de Ottawa – Ontario, Canadá; • Especialista em Eletroneuromiografia (ENMG) pela Universidade de McMaster – Ontario, Canadá; • Mestre em Neuroinfectologia pela Universidade Federal de Goiás, GO; • Responsável pelo serviço de Neurofisiologia Clínica do Hospital Santa Helena, Goiânia, GO; • Membro titular da Academia Goiana de Medicina. 29
Lúpus Eritematoso Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira Reumatologista - CRM-GO 5827
Milhões de brasileiros possuem alguma doença reumática. São doenças incapacitantes e que apresentam sintomas que vão além das dores nos ossos e nas articulações. Nesta edição, a reumatologista Fábia Mara fala sobre o Lúpus, uma doença intrigante e que atinge nove mulheres para cada homem. “Existem milhões de brasileiros, crianças, jovens e adultos, com doenças reumáticas. Entre os mais de 300 tipos diferentes de doenças deste grupo, está o Lúpus, mais comum nas mulheres, na proporção de nove delas para cada homem atingido. Além de ser uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico sofre um desequilíbrio e forma anticorpos que agridem tecidos saudáveis do corpo, essa doença também é inflamatória e crônica. É isso mesmo! Difícil de acreditar que logo o Sistema Imunológico, que existe para defender a nossa saúde, se transforme em um grande autossabotador, ao agredir suas próprias estruturas, confundindo células, tecidos e órgãos como perigosos invasores que precisam ser eliminados. Ocorre uma inflamação nos tecidos das articulações, da pele, das mucosas e de órgãos vitais para a saúde, como os rins, o coração, os pulmões, os olhos, o intestino e até o sistema nervoso central. Atinge também o sangue, levando a diminuição importante da produção de glóbulos vermelhos e brancos. Existem dois tipos mais frequentes de Lúpus: • Lúpus cutâneo: é a forma mais branda da doença e não compromete os órgãos internos. • Lúpus Sistêmico: é a forma mais agressiva da doença e atinge, além da pele, os órgãos internos e as articulações, como citado anteriormente. O Lúpus se manifesta de forma variável em cada indivíduo, afetando desde um único órgão até vários órgãos ao mesmo tempo, mas a grande maioria apresenta dor e edema (inchaço) preferencialmente nas articulações dos dedos das mãos, dos punhos e dos joelhos. O paciente também pode se queixar de linfonodos (ínguas) aumentados, de feridas frequentes nas mucosas (da boca ou dos genitais), de fadiga, de dor no peito ao inspirar profundamente, de desconforto geral, de ansiedade, de mal-estar e de maior sensibilidade à luz do sol. A queda de cabelo é percebida no travesseiro, com chumaços de fios denunciando que a doença está em atividade. As lesões na pele são muito frequentes. É comum encontrar pacientes com manchas avermelhadas planas ou elevadas e em forma de asa de borboleta nas bochechas e no dorso do nariz. Essas são lesões clássicas. Mas o Lúpus pode ser o causador de lesões de pele com aspectos bem variados em qualquer parte do corpo. Como 30
há muita fotossensibilidade, as lesões costumam estar localizadas em áreas expostas à luz solar, deixando marcas ou cicatrizes, principalmente se as lesões forem mais profundas, como nos tipos subagudos ou discoide. No frio, a pele pode adquirir uma coloração irregular, e os dedos mudam de cor (fenômeno de Raynaud). Enfim, o Lúpus não é brincadeira. Cada paciente sente a doença de forma bem individualizada, com períodos de piora (atividade da doença) e de melhora (controle ou mesmo remissão da doença). O Lúpus pode variar de leve a grave, pode evoluir de forma contínua ou em crises, pode ser controlado, deixar sequelas (cicatrizes) irreversíveis e pode até mesmo levar a morte. Portanto, esta doença exige urgência de diagnóstico e de tratamento. Dentre os sinais e sintomas do Lúpus podemos destacar: • Rins: o paciente pode apresentar uma urina muito espumosa (por perda de proteína), pressão alta e inchaço generalizado. O rim corre sérios riscos de parar de funcionar (insuficiência renal) com urgência da diálise ou do transplante renal; • Cérebro e Sistema Nervoso: Queixas de cefaleias intensas, dormência, formigamento, convulsões, problemas de visão, alterações de personalidade; • Sangue: Os autoanticorpos destroem o núcleo das células saudáveis, causando a diminuição dos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Anemia, cansaço, sangramentos são indicativos dos prejuízos no sangue; • Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômitos; • Coração: ritmo cardíaco anormal (arritmias), inflamação do músculo cardíaco; • Pulmão: tosse com sangue e dificuldade para respirar. Esta é uma doença complexa, de difícil tratamento e que exige um diagnóstico preciso. São tantas as maneiras diferentes do Lúpus se manifestar que a doença pode ser confundida com outros problemas de saúde. Por exemplo: Gânglios (ínguas) inchados, acompanhados por febre, podem perfeitamente ser confundidos com os sintomas de infecções por vírus ou bactérias. E assim, outros sintomas podem ser mascarados por outras doenças. Um tratamento inadequado do Lúpus coloca a vida do indivíduo em risco. Sua causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que há participação genética, associada a fatores hormonais e a fatores desencadeadores ou precipitantes das crises, como a exposição ao sol, infecções, estresse emocional, cirurgias e gravidez. Mas, muito ainda há de ser investigado e que explique claramente os mecanismos de aparecimento e desenvolvimento do Lúpus.
Quanto ao tratamento, podemos comemorar. Há uma variedade de medicamentos com capacidade de controlar e modular o sistema imunológico, de modo a melhorar os sintomas e sinais do Lúpus. Existem analgésicos ou anti-inflamatórios não-hormonais, para dores e inchaço nas juntas e derrames de membranas que envolvem os pulmões e coração. A cloroquina é utilizada para quase todos os pacientes, ajudando principalmente na pele e nas articulações. Os corticoides são utilizados para tratamento de várias manifestações clínicas; sua dose varia dependendo da gravidade do caso (podendo ser em forma de pulsoterapia, que é a administração de medicamento intravenoso em dose alta). Os imunossupressores também são bastante utilizados e são muito importantes no controle e remissão da doença, bloqueando a sua evolução. Atualmente as medicações chamadas biológicas também estão sendo utilizadas no controle do Lúpus, algumas já disponíveis aos pacientes e outras em fase de investigação, através de pesquisas clínicas que acontecem em várias partes do mundo, inclusive aqui mesmo em Goiânia, trazendo benefícios àqueles pacientes que não melhoram com o tratamento convencional. Hoje, uma pessoa com Lúpus pode perfeitamente planejar uma vida normal, casar, desenvolver sua carreira profissional e muito mais. Mas para que isto aconteça, é importante que o paciente seja bastante disciplinado e estabeleça uma parceria com o seu médico. É preciso que haja total obediência aos prazos, bem como ao comparecimento às consultas, a realização dos exames no tempo correto e, sobretudo, a tomar a medicação da maneira como foi prescrita. O Lúpus é um problema crônico e que requer cuidados contínuos, mas não impede que o paciente disciplinado tenha uma vida de boa qualidade e que ele possa tocar em frente todos os planos que tinha antes de diagnosticar a doença.”
Cuidados mínimos que todo portador de Lúpus deve ter: • Protetor solar - O uso de filtro solar com proteção maior do que 30 a cada três horas, é recomendado para todos os pacientes com Lúpus, pois a luz ultravioleta presente nos raios solares pode desencadear atividade da doença. Ao sol, sempre usar chapéu, boné, sombrinhas ou roupa de manga comprida; a proteção deve ser redobrada em pacientes com lesões cutâneas, que pioram com o sol. Se proteger da luz é extremamente importante durante todo o dia, mesmo em dias nublados ou chuvosos. O mesmo deve ser feito com as luzes artificiais, como por exemplo: a tela do computador ou exposição à luz de lâmpadas fluorescentes; • Dieta - a dieta deve ser balanceada, evitando-se gordura de origem animal, frituras e manteiga. Recomendase dieta rica em cálcio, ou seja, com leite e seus derivados. Diminuição de massas e doces é indicada para pacientes que necessitam controlar o peso; • Atividades físicas - exercícios regulares como caminhada, natação, hidroginástica, bicicleta, dança são recomendados para diminuir o risco de doença coronária e o peso; melhorar o condicionamento cardiorrespiratório e musculoesquelético e prevenir a perda de massa óssea (osteoporose). O repouso é recomendado nas crises de atividade do Lúpus. O melhor tipo de exercício deve ser discutido com seu médico; • Evitar o tabagismo - o fumo é ainda mais nocivo no paciente com Lúpus, pois aumenta o risco de complicações cardiovasculares e piora o grau de atividade da doença; • Procurar o médico na presença de febre para investigar a origem do aumento de temperatura. Toda infecção em pacientes com Lúpus deve ser tratada adequada e rapidamente, para evitar complicações.
Fábia Mara Gonçalves Prates de Oliveira Reumatologista CRM-GO 5827 E-mai: cir.ambar.fm@gmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia; • Especialista em Reumatologia pela Associação Médica Brasileira; • Coordenadora da Residência de Reumatologia do Hospital Geral de Goiânia Alberto Rassi, HGG; • Sub-investigadora no Centro Internacional de Pesquisa - CIP, GO.
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Plástica Ocular Fausto da Paz Cazorla Oftalmologista - CRM-GO 10919
A oculoplástica é o ramo da Oftalmologia que estuda as pálpebras e os demais anexos oculares. A formação dos oftalmologistas neste ramo inclui, além dos 3 anos de residência médica, 2 anos de estudos direcionados apenas para esses procedimentos. Os profissionais normalmente estão aptos também a realizar cirurgias para tratamento de doenças das órbitas e do sistema lacrimal. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular – SBCPO – completa este ano 40 anos de existência. O oftalmologista Fausto da Paz Cazorla é o profissional escolhido para esclarecer esse assunto. 1- O que é a Blefaroplastia? A blefaroplastia é a cirurgia realizada para retirada de excesso de pele e gordura das pálpebras. De forma geral, ela promove o rejuvenescimento da região dos olhos, diminuindo as rugas, corrigindo prolapsos de gordura (conhecidas como “bolsas de gordura”) e mal posicionamentos palpebrais que podem comprometer a estética da face. Frequentemente é associada a outros procedimentos cirúrgicos, como por exemplo a correção de ptose (queda) da pálpebra e também do supercílio (sobrancelha), geralmente relacionados à idade. Pode ser associado também a outros procedimentos estéticos, como aplicação de toxina botulinica, preenchimentos, etc. 2 - Para quem está indicada a cirurgia? Existe uma idade mínima para o procedimento? Tanto homens quanto mulheres que desejam uma melhora estética da região dos olhos podem ser submetidos a esta cirurgia, e não há idade mínima para sua realização. O médico deve, juntamente com o paciente, avaliar a necessidade da cirurgia, e definir os possíveis procedimentos que podem ser realizados para obter o resultado desejado. 3 - Como é realizada a cirurgia? A cirurgia de blefaroplastia geralmente é realizada com anestesia local, com o paciente sedado por um médico anestesista que acompanha todo o procedimento. Na maioria dos casos, o paciente fica internado no hospital durante o período da
cirurgia e durante a recuperação anestésica, podendo voltar para casa no mesmo dia, sem a necessidade de internação por vários dias. Pode-se utilizar o bisturi comum (lâmina) ou o bisturi à laser. Geralmente se utiliza pontos para o fechamento das feridas cirúrgicas, mas existe a opção de se utilizar a cola biológica para tal fim. A maioria dos cirurgiões, no entanto, prefere o fechamento com fios. 4 - Quais as possíveis complicações da blefaroplastia? A blefaroplastia é uma cirurgia com baixa incidência de complicações. A complicação mais temida é o chamado “lagoftalmo”, que acontece quando a retirada de pele é realizada em excesso, e os olhos passam a ter dificuldade em se fechar. Isso pode acarretar diversos problemas oculares, ameaçando inclusive a visão. É recomendado que o médico tenha um cuidado especial para evitar esta complicação, planejando a cirurgia para que haja um bom resultado estético, mas sem comprometer a saúde dos olhos. 5 - Esta cirurgia deixa cicatrizes no paciente? Como há corte da pele para realização da cirurgia, consequentemente há cicatrizes. Porém, tais cortes são feitos em locais da pele que permitem que as cicatrizes fiquem muito pouco perceptíveis no pós-operatório. Além disso, a cicatrização é uma característica individual, em que cada pessoa tem uma evolução única, que deve ser acompanhada pelo médico responsável pela cirurgia. 6 - Como é o pós-operatório? O paciente necessita repouso durante os primeiros dias após a cirurgia. Quando há inchaço e hematoma é indicado o uso de compressas geladas. Os pontos são retirados aproximadamente após uma semana. Uma atenção especial deve ser dada a proteção contra o sol, que pode ocasionar manchas nas cicatrizes nesse período inicial do pós-operatório.
Exemplo de excesso de pele na pálpebra (ptose), que pode causar prejuízo visual
Fausto da Paz Cazorla
Oftalmologista CRM-GO 10919 E-mail: fausto.oftalmo@gmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás – UFG – GO; • Residência Médica pela Fundação Banco de Olhos de Goiás.
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Cirurgia Plástica de Abdome Paulo Gonçalves Júnior
Cirurgião Plástico - CRM-GO 10980 – RQE - 8909
Não há como manter a beleza de um abdome quando passamos por gestações seguidas ou por perdas drásticas de peso; quando envelhecemos ou quando a genética não é lá muito boa. A cirurgia plástica de abdome é um dos procedimentos mais realizados no Brasil. Existem técnicas isoladas e associadas que permitem realizar intervenções, maiores ou menores, de acordo com a necessidade de cada paciente. O cirurgião plástico Paulo Gonçalves fala sobre as opções cirúrgicas para modelar o abdome, nesta entrevista à Boa Vida. 1 – Para quem está indicada uma intervenção cirúrgica no abdome? A aparência natural do abdome fica alterada quando há excesso de gordura, flacidez e afastamento dos músculos abdominais (diástase). Esta é uma das maiores queixas de consultório. São pacientes descontentes com o resultado de uma gestação ou de um tratamento pós obesidade, com grande perda de peso ou mesmo com certa concentração de gordura em locais indesejáveis do abdome. As técnicas cirúrgicas aplicadas à região abdominal evoluíram tanto nas últimas décadas, que podemos oferecer um tratamento bem individualizado, associando procedimentos para que o resultado final fique natural e o mais próximo possível da expectativa do paciente. 2 – De que forma o abdome pode ser trabalhado? O abdome pode ser trabalhado com a Lipoaspiração, com a Miniabdominoplastia, com a Abdominoplastia clássica e com a Lipoabdominoplastia. Geralmente, esses são procedimentos que utilizam anestesia peridural ou geral e têm duração de até quatro horas, realizados em centro cirúrgico, com equipamentos adequados para emergências. Na maioria dos casos, o período de internação é de até 24 horas. • A gordura localizada no abdome, tanto na parte superior quanto na inferior, de difícil tratamento com dieta e com exercício físico, pode ser removida através da Lipoaspiração com incisões de 0,5 a 1 cm e cicatrizes mínimas. É importante que o/a paciente possua pele com bom tônus e com musculatura firme para um melhor resultado; • Para casos com pouca ou moderada flacidez, com ou sem alteração da musculatura, a Miniabdominoplastia 34
é uma boa indicação. Esta é uma cirurgia plástica abdominal de menor porte onde a área a ser tratada localiza-se entre o umbigo e a região púbica. É possível obter uma cicatriz reduzida, bem próxima à linha dos pelos pubianos. Pode ser associada à lipoaspiração para diminuir a gordura localizada no abdome, no mesmo procedimento; • A Abdominoplastia clássica ou tradicional é um procedimento realizado através de uma incisão na parte inferior do abdome – de preferência em um local onde a cicatriz fique escondida por roupas íntimas e de banho. Toda pele em excesso é retirada e é feita a junção dos músculos reto abdominais. O paciente que mais se beneficia desse método é aquele que possui grande flacidez de pele sem muita gordura localizada no abdome. • O estudo da vascularização do abdome e a evolução das técnicas cirúrgicas de descolamento, permitiram associar, de forma segura, a lipoaspiração à abdominoplastia. Assim surgiu a Lipoabdominoplastia. Através deste método, com incisões e cicatrizes semelhantes ao procedimento de abdominoplastia clássica, é possível aspirar o excesso de gordura (lipoaspiração), retirar toda flacidez da pele e ainda corrigir as alterações musculares em um mesmo tempo, harmonizando a silhueta do abdome. 3 – Como é o aspecto da cicatriz? As cicatrizes dependem da extensão do procedimento. Quanto menor a retirada de pele, menor o tamanho da cicatriz. É preciso que o/a paciente seja bem conscientizado de que vai haver uma troca. Melhorase o contorno do corpo, mas ganha-se uma cicatriz que pode, sim, ser extensa, às vezes de ponta a ponta da barriga (principalmente em pacientes que se submeteram à cirurgia bariátrica). Quanto à qualidade da cicatriz, é preciso considerar o tipo de pele do paciente, bem como sua tendência a formar cicatrizes hipertróficas ou queloide. Mas há medicamentos e medidas mecânicas, como fitas de silicone, que nos permitem maior controle e melhor resultado cicatricial. O objetivo é tentar obter uma cicatriz discreta ao longo do tempo e que possa ser escondida sob as roupas íntimas. 4 – É possível retirar as estrias no procedimento? Sim. Só é possível eliminar completamente estrias através da ressecção da pele afetada. Como grande parte das estrias abdominais estão localizadas nas áreas de maior flacidez, a maioria delas acaba sendo retirada, obtendo uma melhora acentuada nesse aspecto. 5 – E o umbigo? Após realização de uma Abdominoplastia, há mesmo uma preocupação em relação ao resultado da cicatriz umbilical. É que os pacientes têm a impressão de que o umbigo migra de lugar. Mas, na verdade, ele apenas volta ao seu local de origem. Quando ocorre aumento de peso corporal, tanto os músculos abdominais quanto a
pele da região ficam flácidos, frouxos e caídos. E o umbigo está no meio disso tudo. Em uma Abdominoplastia, toda a região abdominal é remodelada, inclusive o umbigo. 6 – É possível refazer o abdome logo após o parto? Não é aconselhável de maneira alguma. Depois de um parto, uma série de alterações físicas, hormonais e sanguíneas ainda vão Observe a musculatura do abdome antes da gravidez, durante a gravidez e após a gravidez: acontecer no corpo da mulher, é evidente a separação dos músculos. Essa musculatura não volta a sua posição inicial além da retenção de líquidos. A naturalmente em cerca de 30% das mulheres que já deram à luz. mulher está vivenciando o período de puerpério e não é aconselhável que 8 – Como é o pós-operatório? ela faça qualquer tipo de cirurgia estética; o ideal é que A recuperação vai depender da extensão se espere um período mínimo de seis meses. Mesmo da cirurgia. Em uma Abdominoplastia com plicatura porque, uma cirurgia estética só deve ser feita depois que (amarração) muscular, o período de recuperação é de cerca os recursos naturais se esgotaram. Depois do parto, dieta de um mês para voltar a dirigir e a trabalhar. Até que os e exercícios físicos direcionados podem devolver a beleza hematomas desapareçam deve-se evitar o sol. A retenção de um abdome. de líquido local pode demorar meses para desaparecer por completo, assim como o retorno da sensibilidade na 7 – E se, depois de uma abdominoplastia, a mulher região. A prática de atividades físicas mais intensas só após engravidar novamente? 60 dias, seguindo à risca todas as orientações médicas, até Não é o ideal, mas ela pode engravidar. É bom que a cicatrização interna e externa ocorra por completo. que se saiba que os músculos vão se afastar novamente, Depois disso, para não comprometer o resultado da porém, um pouco menos do que antes. A flacidez também cirurgia é preciso manter o peso e praticar atividade física será menor. para melhorar o tônus muscular do abdome. Vale lembrar que os pontos da sutura são bioabsorvíveis.
Paulo Gonçalves Júnior
Cirurgião Plástico - CRM-GO 10980 E-mail: contato@paulogoncalvesjr.com.br Site: www.paulogoncalvesjr.com.br
• Graduação em Medicina pela Universidade de Ribeirão Preto – SP; • Residência Médica em Cirurgia Geral pela Universidade de Ribeirão Preto – SP; • Especialização em Cirurgia Plástica pelo Serviço de Cirurgia Plástica Dr. Ewaldo Bolívar de Souza Pinto – UNISANTA – Santos – SP; • Título de especialista em Cirurgia Geral – CNRM/ MEC; • Título de Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e pela Associação Médica Brasileira (AMB); • Membro associado da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica; • Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia; • Cirurgião Plástico do CRER – Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo. 35
Tratamento da Doença de Parkinson por Estimulação Cerebral Luiz Gustavo de Cunha Peixoto Neurocirurgião - CRM-GO - 12877
O que Michael J. Fox e Paulo José têm em comum? Ambos são atores consagrados e que convivem há anos com a doença de Parkinson, um problema que pode comprometer desde a realização de atividades simples até as mais complexas. Para casos selecionados, a medicina traz um tratamento para essa doença através da estimulação cerebral de regiões profundas do cérebro que comandam os movimentos, semelhante ao procedimento de colocação de um marca-passo cardíaco, e que pode significar uma melhora significativa da rigidez, dos tremores e da lentidão dos movimentos. Entenda mais sobre o Tratamento Cirúrgico por Estimulação Cerebral para a Doença de Parkinson, com o Neurocirurgião Funcional, especialista em Dor, Estereotaxia e Neuromodulação, Luiz Gustavo da Cunha Peixoto. “A lentidão de movimentos (Bradicinesia), os tremores, a rigidez dos músculos (mesmo em repouso), e instabilidade postural são alguns sintomas de uma enfermidade descoberta em 1817, pelo médico inglês James Parkinson, e que hoje é tida como a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, após o Mal de Alzheimer. A doença pode vitimar jovens, como aconteceu com ator americano Michael J. Fox, mas sua prevalência maior se dá a partir dos 50 ou 60 anos de vida, como foi o caso do ator Paulo José. Esta doença neurodegenerativa sutil é provocada pela deficiência de um neurotransmissor responsável pela transmissão de sinais na cadeia de circuitos nervosos, chamado de dopamina. Isso desequilibra toda a circuitaria de neurônios ligados aos movimentos. Os músculos envolvidos em uma ação, perdem a sincronia. E isso é percebido, principalmente, nas formas de rigidez, tremores e lentidão dos movimentos. Embora as causas da doença ainda estejam envoltas em névoa, sabemos perfeitamente bem, como os movimentos do corpo são afetados. Procurar um especialista no início do problema pode fazer toda a diferença. Na presença dos sintomas típicos da doença, o diagnóstico clínico é certeiro. Os 36
exames de imagem apenas comprovam as evidências. Por isso, é importante investigar tremores inexplicados e contínuos. A doença pode se manifestar inicialmente de um lado do corpo. Outros sintomas são a lentidão ao caminhar e em movimentos voluntários, modificação da letra e do padrão da escrita. Um acompanhamento multiprofissional adequado em uma fase inicial da doença (até o quarto ano), comandado por um neurologista clínico é bastante efetivo. Mas sem tratamento, o problema vai tirando aos poucos a independência do paciente, que começa a precisar de ajuda. Em cerca de 10 ou 15 anos, a doença pode evoluir ao ponto de tornar o portador de Parkinson totalmente limitado nas tarefas do cotidiano. Além do declínio cognitivo, podem aparecer também alterações psiquiátricas e autonômicas severas (hipotensão, incontinência urinária e constipação intestinal) e psicose. Não há cura para a doença de Parkinson, mas os sintomas podem ser controlados com tratamentos específicos e individualizados. Isso vai determinar realmente a qualidade e a expectativa de vida dos indivíduos com Parkinson. As medicações para tratar os sintomas da doença de Parkinson evoluíram muito, mas a levodopa, criada
na década de 60, ainda é a principal medicação utilizada para alívio dos sintomas. Há alguns anos, os pacientes se queixavam de incômoda intolerância gástrica com a medicação. Hoje, existem apresentações da medicação com menos efeitos adversos e melhor tolerabilidade. Essas medicações têm o propósito de repor a dopamina sinteticamente (levodopa) ou inibir as enzimas que degradam esse neurotransmissor (selegilina) e, assim, atingir um nível ideal, reequilibrando o organismo. Para pacientes em fase intermediária da doença, geralmente após os quatro anos do início, que não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso e para os pacientes jovens com tremores incapacitantes, foi desenvolvida uma cirurgia chamada Estimulação Cerebral Profunda (DBS - Deep Brain Stimulation). Embora não seja curativa, esta cirurgia consegue diminuir os sintomas e hoje é consagrada como padrão ouro ou melhor terapia para pacientes com quatro ou mais anos de evolução da doença. Funciona da seguinte maneira: descobriu-se que a estimulação elétrica de alguns locais cerebrais com grande concentração de neurônios leva a uma melhora dos sintomas de rigidez e de tremores, uma vez que o cérebro funciona através de impulsos elétricos. Portanto, implantamos alguns eletrodos em regiões profundas do cérebro, onde está havendo um descompasso na produção de dopamina, provocado pela degeneração e a morte dos neurônios produtores deste neurotransmissor. Estes aparelhos são muito semelhantes aos marcapassos cardíacos, tanto em função quanto em tamanho. Uma bateria é introduzida no tórax para permitir o funcionamento dos eletrodos. Todo o processo é feito com ajuda tecnológica de um aparelho de estereotaxia que, por fusão de imagens da ressonância e da tomografia, nos dá com precisão a localização exata do alvo a ser tratado. Esta é uma técnica de alta complexidade, que, quando bem ajustada às necessidades do paciente, traz
excelentes resultados. Além disso, o procedimento é considerado de baixa agressividade, já que se utiliza de anestesia local para o implante do eletrodo no cérebro e, em uma segunda fase, anestesia geral, para o implante do neuroestimulador. Um ou dois dias de internação são suficientes para a realização do precedimento. A cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda tem também a vantagem de permitir uma reprogramação do neuroestimulador, ajustando-o conforme a necessidade do paciente. E, caso algo dê errado, basta desligar o estimulador. Cerca de seis milhões de pessoas no mundo sofrem com a doença de Parkinson. Mas as pesquisas nesta área da medicina não param. Novas abordagens estão sendo experimentadas todos os dias, na tentativa de reverter a morte de células cerebrais. O importante é estar atualizado com o assunto e procurar o melhor tratamento com um especialista habilitado. Não se renda ao Parkinson. A neurociência muito pode fazer pelas doenças do movimento.”
Luiz Gustavo de Cunha Peixoto Neurocirurgião CRM-GO - 12877 E- mail: mdr_peixoto@hotmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade de Ribeirão Preto, SP; • Residência em Neurocirurgia - Centro Médico de Campinas, SP; • Fellow em Neurocirurgia Funcional e Terapia Antálgica Hospital A. C. Camargo, São Paulo, SP; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Estereotaxia e Neurocirurgia Funcional. 37
Obesidade Infantojuvenil Renata Machado Endocrinologista Infantojuvenil CRM-GO 9070
A ciência amplia seus conhecimentos para explicar as razões pelas quais certas doenças, como a obesidade, nem sempre têm reflexos no material genético do óvulo ou do espermatozoide. Experiências vividas pelos nossos pais ou antepassados deixam marcas nas nossas células que podem ser transmitidas para as próximas gerações. Epigenética, foi o tema de mestrado, que a Endocrinologista Infantojuvenil Renata Machado defendeu com brilhantismo. Sua pesquisa gerou resultados inéditos na literatura médica e já chama a atenção da comunidade internacional. Ela foi convidada a apresentar os resultados de sua pesquisa de mestrado, no Congresso da Sociedade Americana de Genética Humana, em San Diego, EUA. Neste artigo, Renata Machado nos explica, à luz dessa ciência, as razões para o fenômeno da obesidade, que vão além da genética. “Embora tenham sido descritas algumas síndromes raras de obesidade causadas por mutações em genes individuais, a maior proporção de obesidade resulta de uma interação entre variantes em vários genes (genótipo suscetível) e um ambiente favorável. A dopamina (DA) é um neurotransmissor endógeno que modula uma série de funções fisiológicas incluindo o comportamento, o transporte iônico, o tônus vascular e a pressão arterial. A dopamina é o 38
principal neurotransmissor do circuito de recompensa, e atualmente considerada a ‘molécula do prazer’ ou ‘molécula antiestresse’. A ‘Síndrome da Recompensa Deficiente’ (DRS) é caracterizada como um estado com baixos níveis de dopamina que predispõe o paciente a comportamentos obsessivo-compulsivos e de impulsividade. A obesidade é parte da Síndrome da Recompensa Deficiente, já que o indivíduo come demais como forma de compensar o
‘defeito’ nos níveis de dopamina. Minha pesquisa de mestrado foi estudar variantes (alelos A1 e A2) do gene do receptor da dopamina (DRD2) e investigar a relação entre obesidade infantil e alterações do lipidograma em crianças, com a presença de variantes desse gene. Estudei 105 crianças, sendo 55 obesas e 50 de peso normal. Foi um trabalho que mostrou resultados inéditos na literatura médica. Os nossos resultados mostram pela primeira vez que o alelo A1 está associado ao colesterol elevado e ao aumento do HOMA ß ≥ 175, conferindo risco relativo de 1,5. O HOMA ß é um índice calculado a partir das dosagens de glicemia e de insulina e que, quando elevado, mostra que a secreção da célula beta não está adequada, o que no futuro pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes tipo 2. A compreensão de como variações genéticas afetam a tendência de tornar-se ou permanecer obeso é um passo importante na compreensão dos mecanismos que levam à obesidade. O reconhecimento de indivíduos predispostos através da determinação de polimorfismos de risco poderá orientar novos caminhos para o tratamento e para a prevenção das alterações do metabolismo dos carboidratos. Vislumbra-se que no futuro as crianças sofrerão intervenções de prevenção e tratamento a partir de seus genomas. Entretanto as pessoas com a variante A1 do gene DRD2 não estão destinadas a se tornarem obesas e diabéticas. Existe sim, um risco aumentado, mas quero ressaltar que ‘genética não é destino’. Não apenas a sequência do DNA é importante, mas também como esse DNA será ou não ‘ativo/disponível para ser lido’. É aqui que entra a Epigenética. O seu significado é: ‘controle sobre a genética’, modificações do genoma que são herdadas pelas próximas gerações, mas que não
alteram a sequência do DNA. A herança epigenética depende de pequenas mudanças químicas no DNA e em proteínas que envolvem o DNA. Por muitos anos, considerou-se que os genes eram os únicos responsáveis por passar as características biológicas de uma geração à outra. Existem evidências científicas mostrando que os hábitos da vida e o ambiente social em que uma pessoa está inserida podem modificar o funcionamento de seus genes. Exemplos práticos já comprovados cientificamente: • a prática intensa de exercício físico ‘libera’ a leitura dos genes de gasto de energia, fazendo o corpo aumentar o gasto calórico não apenas durante a prática de esportes. • Crianças que sofreram de desnutrição intrauterina tendem a ser adultos obesos. O ambiente intrauterino com carência de nutrientes modifica o metabolismo deste feto preparando-o para estocar mais gordura. Essas crianças têm maior apetite e, se não ficarem atentas, têm boas chances de se tornarem obesas até a idade adulta. • O excesso de cortisol, hormônio desencadeado pelo estresse, sobretudo de forma crônica, inicia e mantém os processos inflamatórios, que serão o gatilho para a obesidade, o aparecimento de tumores, de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, de depressão, de insônia, de baixa libido, de fadiga crônica e de outras. Mas este tema, complexo e fascinante, foi apenas um despertar da ciência. Saber que não somos vítimas de nossa composição genética foi um grande salto, mas muito ainda temos o que descobrir.”
Renata Machado
Endocrinologista Infantojuvenil - CRM-GO 9070 E-mail: drarenatamachado@gmail.com
• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia, MG; • Residência médica em Pediatria e Endocrinologia Pediátrica; • Título de Especialista em Pediatria e Certificado na Área de Atuação em Endocrinologia Pediátrica, pelas Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; • Professora convidada da PUC - Goiás nas áreas de endocrinologia e endocrinologia pediátrica; • Mestre em Genética pela PUC - Goiás. 39
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Sinusite Luiz Mário da Costa Otorrinolaringologia - CRM – GO 6688
Algumas pessoas estão mais susceptíveis a congestionamentos dos seios da face, com fácil evolução para um quadro de Sinusite. As razões pedem estar em possíveis alterações anatômicas, que estariam impedindo a drenagem do muco ou em processos infecciosos ou alérgicos, que facilitariam a instalação de microorganismos oportunistas. O Otorrinolaringologista Luiz Mário da Costa nos responde a 4 perguntas sobre a Sinusite. 1 – O que é a Sinusite? Os seios paranasais, mais conhecidos como seios da face, são as cavidades situadas ao redor do nariz, sendo revestidas por uma mucosa cilíndrica ciliada; o nariz é responsável pela filtragem, aquecimento e umidificação do ar que respiramos. Sobre a mucosa nasal, existe um muco que protege as nossas vias aéreas e que atua como uma barreira de proteção contra a entrada oportunista de partículas do ar, bactérias, vírus ou fungos. Sinusite é um processo inflamatório, que se instala nas mucosas dos seios da face, levando a uma série de sintomas, por alterar todo esse processo. A inflamação interrompe uma drenagem satisfatória do local, retendo a secreção, que se acumula e se torna cada vez mais viscosa, dificultando o movimento natural dos cílios. 2 – O que pode causar a Sinusite? As causas de todo esse processo inflamatório podem estar na invasão desses micro-organismos citados acima, em algum tipo de alergia ou em alterações anatômicas que o paciente possa ter, como desvio do septo; obstrução dos óstios sinusais, que são os canais de comunicação dos seios da face com o nariz; aumento do volume das conchas nasais e tantas outras alterações que 42
permitem a falha das defesas naturais e a instalação de inflamações e de infecções na região. 3 – Como o paciente se sente? O paciente se sente muito incomodado. A Sinusite aguda se manifesta com dores na área mais comprometida. A dor pode ser forte, em pontada, pulsátil ou dar a sensação de pressão ou peso na cabeça. Além disso, febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares e perda de apetite costumam também ser parte dos sintomas. O nariz entope com frequência, há dificuldade para respirar. A respiração bucal é uma consequência de todo esse congestionamento, com o agravante de ressecar e inflamar a garganta, facilitando a instalação da faringite. A falta de uma drenagem ideal propicia o acúmulo de secreções de coloração amarelada ou esverdeada, que descem por trás do nariz para a garganta, podendo ter mau cheiro e também ser a causa da halitose. Quando a sinusite não recebe um tratamento adequado pode se tornar crônica. 4 – Como é o tratamento? O tratamento clínico consiste na administração de antibióticos, anti-inflamatórios, antialérgicos e corticoides.
O tratamento cirúrgico é indicado para corrigir as obstruções do nariz e das regiões de comunicação dos seios da face com o nariz. Diante de certas alterações anatômicas, as medicações podem apenas resolver a crise, mas não são suficientes para resolver o problema. A cirurgia é realizada por dentro do nariz, sem qualquer abordagem externa, com o uso dos endoscópios que propiciam diferentes ângulos de visão. A anestesia é geral para os pacientes com problemas mais complexos,
mas pode ser local para os casos mais simples. A volta para casa acontece no mesmo dia, na maioria das vezes. Com a modernização dos medicamentos, dos métodos de diagnósticos, e dos equipamentos médicos podemos atualmente curar a maioria dos casos de Sinusites e livrar milhões de pessoas de uma doença que traz tanto desconforto e sofrimento.
Luiz Mário da Costa Otorrinolaringologia - CRM – GO 6688 E-mail: lmccosta@terra.com.br
• Graduação na Universidade de Medicina, Fundação Educacional Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ; • Realizou residência médica na Universidade Federal Fluminense, RJ; • Título de especialista em Otorrinolaringologia pela Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia; • Participante do Rhinology, nos anos de 2005, 2008 e 2010; • Participante do Sinus Forun, 2011, Nova York, EUA; • Participante dos encontros da Academia Americana de Otorrinolaringologia, em: 2006, Toronto, Canadá; 2007, Washington, EUA; 2008, Chicago, EUA; 2009, San Diego, EUA; 2010, Boston, EUA; 2011, San Francisco, EUA; 2012, Washington, EUA; 2013, Vancouver, Canadá; 2014, Orlando, EUA. 43
Ceratocone Rodrigo Paolini Oftalmologista - CRM-GO 11462
A córnea é a principal lente de foco do olho. A luz viaja pela córnea, passa pelo cristalino e chega à retina e depois ao cérebro para a formação das imagens. A superfície corneana normal é regular e asférica. Os raios de luz passam por ela e se dirigem para a retina para projetar uma imagem nítida e não distorcida. Ceratocone é uma das doenças mais comuns da córnea. O oftalmologista Rodrigo Paolini nos tira as dúvidas dessa doença degenerativa, mas que encontra tratamentos altamente tecnológicos.
1 - O que é Ceratocone? O Ceratocone (do grego Keratokonos; kerato: córnea, konos: cone) é uma desordem degenerativa da córnea na qual alterações estruturais causam afinamento e um formato cônico, com aumento da curvatura corneana. Estima-se que sua incidência seja de 1 para 500 a 1 para 2000 pessoas. O Ceratocone geralmente ocorre bilateralmente e tipicamente começa na puberdade, progredindo até os 35 anos, apesar da existência de casos em idades mais precoces, como seis ou sete anos. No período que envolve essa faixa etária, a doença pode, a qualquer momento, progredir ou ficar estável. Não existe nenhuma maneira de prever se a progressão vai ocorrer e o quão rápida ela será. Geralmente, pacientes mais jovens e com doença mais avançada estão mais propensos à progressão e mais sujeitos à intervenção cirúrgica. 44
2 - Quais os fatores de risco? Estão envolvidos fatores genéticos e ambientais. Apesar disso, apenas de 13% a 15% dos pacientes têm história familiar positiva para Ceratocone. O principal fator ambiental é a alergia ocular e o ato de coçar os olhos. O Ceratocone também é mais comum em portadores de Síndrome de Down, Síndrome de Marfan, Prolapso da Válvula Mitral e outras desordens do tecido conectivo. 3 - Quais os sintomas? Geralmente os pacientes com Ceratocone apresentam uma diminuição da qualidade da visão associada a um aumento frequente do grau de seus óculos, principalmente em quem tem miopia e astigmatismo. Há a suspeita de Ceratocone, quando a criança ou adolescente tem aumento do grau de seus óculos maior do que o esperado, principalmente
astigmatismo. Além disso, há queixa de baixa de visão, associada à fotofobia (intolerância a luz). 4 - Como é feito o diagnóstico? O diagnóstico é realizado por exames que avaliam a superfície anterior da córnea (Topografia de Córnea). Atualmente, existem aparelhos modernos, que avaliam também a curvatura posterior da córnea. Outro exame recomendado é a paquimetria, a Tomografia de Córnea. 5 - O Ceratocone leva à cegueira? Apesar de alguns pacientes com Ceratocone serem legalmente cegos, ela é totalmente reversível com as diversas opções terapêuticas que temos hoje em dia. 6 - Como é o tratamento do Ceratocone? Existem duas linhas de tratamento do Ceratocone: a reabilitação visual e interrupção da progressão. Em relação à reabilitação visual, em casos iniciais, o paciente pode até ter uma boa visão com óculos, mas a maioria necessita de lentes de contato gás permeáveis para obter uma boa visão. Hoje em dia, existe uma grande diversidade de modelos de lentes de contato, sendo possível encontrar no Brasil as lentes esclerais, que são uma opção para os casos mais difíceis. Para os pacientes que não podem ou não conseguem se adaptar às lentes de contato, as opções são o anel intraestromal, para casos leves e moderados, e o Transplante de Córnea nos casos mais avançados. Para a interrupção da progressão, ou o tratamento propriamente dito do Ceratocone, é indicado o Cross-linking, que consiste na aplicação combinada de luz ultravioleta e riboflavina, com o objetivo de fortalecer as ligações covalentes entre as fibras de colágeno presentes na córnea, enrijecendo-a.
7 - O que há de novo no tratamento cirúrgico? O tratamento cirúrgico do Ceratocone está cada vez mais previsível, eficaz e com baixo índice de complicações. O implante de anel intra-estromal pode ser feito com auxílio de laser de femtosegundo, assim como os transplantes que, com o desenvolvimento das técnicas lamelares (principalmente o transplante lamelar anterior profundo pela técnica de “big bubble”, descrita por Anwar e Teichmann em 2002), em que é poupada uma parte da córnea não comprometida pela doença (endotélio), acabam diminuindo muito a chance de rejeição. Além disso, existem procedimentos que podem ser combinados: implante de anel com crosslinking, ceratectomia fotorefrativa(PRK) topoguiada, anel e lente fácica. Tudo depende de cada caso, mas esse conjunto de técnicas faz com que, atualmente, o tratamento seja cada vez mais personalizado e individualizado.
Rodrigo Paolini
Oftalmologista CRM-GO 11462 E-mail: rodrigopaolini@hotmail.com
• Graduação em Medicina pela: UFPA; • Residência em Oftalmologia: Fundação Banco de Olhos; • Especialização em Oftalmologia pela Fundação Banco de Olhos; • Sub especialização em Córnea, Doenças Externas e Cirurgia Refrativa pela Banco de Olhos / Hospital Oftalmológico de Sorocaba, SP; • Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia; • Preceptor da Residencia e Sub especialização em Córnea da Fundação Banco de Olhos, GO. 45
Gravidez precoce e Gravidez tardia João Luiz Tarlé Rosa Ginecologista e Obstetra - CRMGO 7014
Mulheres que engravidam muito jovens ou acima dos 35 anos devem ter maiores cuidados para uma gestação sadia. Nesta edição de Boa Vida, o ginecologista e obstetra João Luiz Tarle Rosa orienta a futura mamãe para que esse tempo seja pleno de alegria e saúde. Gravidez precoce
“O mundo de hoje praticamente empurra o jovem à prática de atividade sexual precoce. Sem a proteção adequada do casal, a gravidez pode acontecer e ser de alto risco, caso o corpo ainda não esteja plenamente formado. Por isso, o acompanhamento médico deve ser iniciado o quanto antes. Algumas garotas demoram para começar o pré natal. Eu entendo que uma gravidez precoce é mesmo um momento bem complicado para uma garota, revelar para a família, enfrentar as críticas, as acusações, a sociedade, a escola, mas não há outra saída. É um período que exige cuidados; a demora na primeira consulta pode levar a transtornos maiores.
Com um bom pré natal, pode-se evitar alguma ameaça de parto prematuro; a anemia, por falta de ferro; a pressão alta; a pré-eclampsia (perigosíssima para a mãe e o bebê); a depressão; que o bebê nasça abaixo do peso mínimo ideal (2,5 kg), entre outros transtornos. E se a garota tiver menos do que 16 anos; estatura abaixo de 1 metro e 50 centímetros; peso abaixo de 45 quilogramas, menstruado pela primeira vez há menos de três anos, os riscos são ainda potencializados. A adolescente deve ser bem orientada e amparada em todos os sentidos. Ela deve colaborar em promover mudanças de hábitos, como parar de fumar, de beber, de consumir drogas e se alimentar adequadamente. É necessário que se faça a suplementação de ácido fólico e complexos vitamínicos. Controlando a pressão arterial, o peso e verificando os exames de sangue, de urina e de ultrassonografia (importante para acompanhar o crescimento do bebê dentro da barriga e detectar precocemente eventuais problemas), a gravidez e o parto podem ser bem tranquilos. Brevemente tudo volta ao normal e o bebezinho só vai trazer alegria para toda a família!
seria de 1 em 1350 casos; entre 30 e 35 anos, seria de 1 para 1000 casos; entre 35 e 39 anos, seria de 1 para 800 casos; entre 40 e 44 anos, seria de 1 em 100 casos e entre 45 e 49 anos, seria de 1 caso de Síndrome de Down a cada 50 gestações. Assim, está comprovado que a idade representa um fator de risco na incidência dessa síndrome. Quanto a isso, o especialista deve orientar sua paciente com mais de 35 anos e que deseja ter filhos, para a importância de se cultivar bons hábitos, bem como realizar seus exames de rotina. Existem exames capazes de avaliar a saúde fetal. Os marcadores bioquímicos (alfafetoproteína, beta HCG), marcadores ecográficos (translucência nucal, fêmur mais curto, avaliação do ducto venoso, avaliação do nariz) e a identificação do cariótipo fetal via biópsia do vilocorial, amniocentese (colher o líquido
Gravidez depois dos 35 anos Essa é uma realidade mundial. O número de partos em mulheres acima dos 35 anos tem aumentado significativamente, independentemente do nível socioeconômico. A evolução da gestação e seus resultados parecem ser influenciados negativamente a partir dessa idade. Portanto, é necessário um acompanhamento mais cuidadoso pelo obstetra, pois uma gravidez em idade avançada está relacionada a maior incidência de complicações de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardíacas, reumáticas, renais, neurológicas, pulmonares e endócrinas (principalmente diabetes e tireoidopatias). Além disso, a gravidez em idade madura está também associada ao aumento da incidência de complicações obstétricas, como: a doença hipertensiva específica da gestação, pré-eclâmpsia, prematuridade, malformações fetais, apresentações fetais anômalas, abortamentos e síndromes hemorrágicas do terceiro trimestre (placenta prévia ou ‘baixa’, rotura uterina e descolamento prematuro de placenta). O risco fetal pelo risco genético também é uma realidade quando a mulher decide ter um filho nessa fase da vida. Para se ter uma ideia, a incidência de Síndrome de Down em uma gestante com idade entre 15 e 19 anos seria de 1 em 1850 casos; entre 20 e 24 anos, seria de 1 para 1600 casos; entre 25 e 29 anos, 47
da cavidade do feto) e cordocentese (colher o sangue fetal no cordão). Logicamente esses últimos exames invasivos somente devem ser realizados caso exista real necessidade, apesar do baixo índice de complicação dos mesmos. A partir dos 35 anos de idade a taxa de fertilidade da mulher cai gradativamente, devido ao “envelhecimento” das células do sistema reprodutor (óvulos). É como se o estoque preestabelecido de óvulos fosse perdendo a qualidade e se extinguindo com o tempo. Para evitar surpresas e problemas de infertilidade, o caminho é a prevenção. Como grande parte dos óvulos em mulheres com mais de 40 anos apresentam ‘defeitos’, a possibilidade de colher e congelar os óvulos em idade mais precoce (até 30 anos) para posterior utilização em uma fertilização de gestação programada deve ser considerada. A infertilidade é um fantasma para alguns
casais nesse período, sendo a fertilização in vitro (bebê de proveta) uma opção, muitas vezes, necessária. As dificuldades nestas gestações são amenizadas por um pre natal criterioso. A vantagem de uma gravidez em idade madura está no preparo emocional da mulher, que tem maior facilidade de seguir as orientações médicas do que uma mulher muito jovem. Além disso, hoje em dia, assistimos a uma geração de mulheres maduras em que a idade cronológica não corresponde com a idade biológica. São mulheres que se cuidam, que se alimentam melhor, que praticam atividade física, que fazem check ups regularmente, que possuem situação financeira mais equilibrada, o bebê é muito desejado, o casal está mais seguro diante das modificações na rotina com a vinda de um bebê, enfim todos esses fatores e um bom acompanhamento médico contribuem para uma gestação tranquila e sadia.”
João Luiz Tarlé Rosa
Ginecologista e Obstetra CRMGO 7014 E-mail: jltarlerosa@gmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Ciências Médicas e Biológicas de Sorocaba, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), SP; • Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM); • Estágio em Reprodução Humana pelo Centro de Ciências Médicas e Biológicas de Sorocaba, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), SP.
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Câncer de Colo do Útero Fabiana Garcia dos Santos Ginecologia e Obstetrícia - CRM-GO – 7132
O Câncer de colo do útero é o segundo tumor mais frequente nas mulheres, perdendo apenas para o Câncer de Mama. Existe uma relação estreita entre o HPV e o Câncer de Colo do Útero. Esse é o tema da Ginecologista e Obstetra Fabiana Garcia. “Não podemos dizer que o Papilomavírus humano (HPV) seja sinônimo de câncer, mas alguns dos mais de 100 tipos diferentes desse vírus, têm potencial oncogênico, quando não há tratamento adequado depois de sua contaminação. São as lesões adquiridas através desse vírus que evoluem para um tumor maligno. O fato é que mais de 95% dos casos de Câncer de Colo do Útero têm origem no HPV. Esse vírus está altamente disseminado no mundo. Além da via sexual, seu contágio se dá pelo compartilhamento de roupas íntimas, por meio de objetos e por mãos contaminadas. Embora muitas pessoas sejam resistentes ao HPV, não sofrendo suas consequências, em outras, a infecção pode persistir e se transformar em lesões pré cancerígenas. Ao longo do tempo, lentamente, essas células vão se desorganizando e sofrendo pequenas mutações até que se tornam malignas. A falta de um tratamento adequado as modifica ao ponto da malignidade invadir células sadias e aprofundar suas raízes em locais, como: colo uterino, vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. E quanto mais cedo for o início da vida sexual e maior a multiplicidade de parceiros, maior será a exposição ao Papilomavírus humano. A higiene íntima inadequada e um sistema imunológico deficiente também representam pontos de vulnerabilidade ao vírus. O que impressiona é que com tanta informação ainda existem tantas mulheres vítimas dessa doença. Se a evolução do Câncer de Colo Uterino é lenta; se suas chances de cura ficam próximas a 100%, quando o tumor é descoberto precocemente, ou seja, se há tempo suficiente para interferir no seu processo de desenvolvimento,
qual a razão para que ocorram mais de 20 mil mortes todos os anos? Basta um check up anual para as mulheres sexualmente ativas preservarem sua saúde ginecológica. Os exames de diagnóstico são precisos; para se ter uma ideia, um simples exame de Papanicolau identifica as alterações celulares compatíveis com a infecção pelo HPV, antes mesmo que existam alterações visíveis, como coceira, irritação e verrugas genitais, que, eventualmente, sangram. O tratamento vai depender do estágio e da extensão do tumor. Poderá ser necessária a cirurgia para a remoção do útero e dos gânglios próximos, e as terapias com radioterapia e/ou com quimioterapia para eliminar as células malignas e/ ou impedir seu desenvolvimento. No caso de existir infecção, convém esclarecer que o parceiro sexual também precisa ser tratado para garantir a erradicação do vírus e a proteção contra o câncer. A vacinação é outra medida de proteção importantíssima. As mulheres, principalmente as jovens que ainda não iniciaram a vida sexual, devem ser vacinadas. A vacina protege contra subtipos do HPV responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino e por 90% dos casos de verrugas genitais. São três doses, sendo a segunda depois de um mês e a terceira depois de seis meses, com reforço após cinco anos. Porém, a mulher que cumpre todo esse processo de vacinação, não está totalmente imune ao vírus. Os cuidados preventivos e as consultas periódicas ao ginecologista são de extrema importância para a saúde genital.”
Fabiana Garcia dos Santos Ginecologia e Obstetrícia CRM-GO – 7132 E-mail: fabiana-garcia@brturbo.com.br
• Graduação pela Universidade Sul Fluminense, RJ; • Residência Médica em Ginecologia e Obstreticia pelo Hospital Jarbas Passarinho, RJ. 49
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O corpo feminino foi modificado ao longo de nove meses. Agora toda a ajuda é bem vinda para uma recuperação breve e saudável.
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Seios No período de gestação e lactação é fundamental o uso de sutiãs de modelo e tamanho adequados para acomodar corretamente as mamas, naturalmente maiores e mais pesadas. O sutiã Saúde e Forma é confortável, tem boa base de sustentação e é ajustado para permitir acesso fácil ao bebê.
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