Revista Boa Vida Edição 3

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Entre nós A cada nova edição, mais histórias para contar. É incrível o que pode acontecer quando provocamos a vida e nos mexemos. Parece que nada é impossível quando se deseja com as vísceras que algo aconteça. Por isso, o amor e o ódio são forças tão poderosas. E, por falar em amor, seu símbolo maior, o coração, é o nosso tema de capa. Convidamos o cardiologista Raphael Freire para a entrevista que mostra o quanto a evolução tecnológica está do nosso lado. Já em uso na Europa e, em vias de ser aprovado no Brasil, os stents bioreabsorvíveis representam um divisor de águas no tratamento das coronárias entupidas. A história da evolução cardiológica e do Cateterismo Cardíaco está nesta excelente entrevista, que puxa as outras, todas com grandes especialistas, escolhidos entre os melhores de Goiás. Leia e aproveite em seu próprio benefício esta edição da revista Boa Vida. Há meses venho movimentando a minha energia em busca da realização de um novo desafio na TV. Sair do estúdio e tomar as ruas em busca da cidade, das pessoas e dos profissionais que estão ligados à saúde e à qualidade de vida. Que delícia! Mesmo tendo que “ralar” ainda mais. Os desafios são perfeitos para mim. Detesto uma vida quadrada e adoro quando desce redondo e ladeira abaixo. Muita emoção é pouco. Voltamos para a TV e escolhemos a TV Metrópole (canal 14 - NET) por alguns motivos: primeiro, porque TV por assinatura já é uma realidade de milhares de famílias e segundo, porque é a TV Metrópole. Na TV fechada, esta rede de comunicação apresenta um gráfico de crescimento incrível. Fechado! Ficamos por aqui. Nosso encontro na telinha é na NET

– canal 14 – TV Metrópole, aos domingos, das 21 às 22 horas, com reprise de segunda a sexta feiras. Temos ainda as pílulas Boa Vida, veiculadas duas vezes ao dia. Conto com você. Mas, caso não tenha acesso à NET, nosso trabalho da TV e da revista estão no site Boa Vida, outra novidade que trazemos. O site Boa Vida está completo. Com criação de Julio Carraro, leia-se Innovart Publicidade, partimos com tudo na web. Acreditando que a comunicação e a internet sejam inseparáveis, nosso site está uma delícia de ser navegado. Acesse: www.boavidaonline.com.br e tenha todos esses grandes especialistas em saúde e qualidade de vida à sua disposição, desvendando os mistérios da mente e do corpo humanos com muita clareza e simplicidade. A revista, a TV e o site são perfeitos para quem prioriza a saúde e a alegria. Nós estamos com você! Até a próxima!

Expediente Editora e Jornalista responsável

Aurélia Guilherme – 877/04/145 GO Reportagem

Emmanuel Tomaz Iure Queiroz Victória Acerbi Aurélia Guilherme Departamento comercial

Nívia Guilherme - 62 8582 2233 Diagramação e Fotografia

Innovart Publicidade

Projeto Gráfico

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Gráfica Ellite

A proposta desta edição é esclarecer aos leitores sobre a necessidade de se informar sobre saúde, aproximando pacientes e especialistas na busca de uma vida saudável, preventiva e curativa.

Editora Aquarius aureliaguilherme@gmail.com www.boavidaonline.com.br 62 3249 7015 62 8100 9086


Índice Stents Bioreabsorvíveis Raphael Freire

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Cirurgia de Varizes a Laser - Wladimir Gonçalves

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Prolapso Retal e Incontinência Fecal - Jaime José Pereira Jr.

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Implantodontia e Lentes de Contato Dentais - Rildo Lasmar

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Quimioembolização Hepática - Luiz Otávio Corrêa

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Visão em Foco - Francisco Wellington Rodrigues

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Artrose e Reconstrução Articular de Joelhos e Quadril - Flávio Rabelo

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Tratamento por Ondas de Choque para Lesões Ortopédicas - Lindomar Guimarães

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Rejuvenescimento Facial sem Cirurgia - Marcela Corrêa Caldas

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Rejuvenescimento das Mãos - Lana Bezerra Fernandes

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Perdas Auditivas - Gustavo Jorge Magalhães

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Reprodução Assistida - Corival Castro

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Desordens da Mama - Deidimar Abreu

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Doenças Hipertensivas na Gravidez - João Luiz Tarlé Rosa

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Queda de Cabelo - Lorena Dourado

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Obesidade Grave - Leonardo Sebba

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Cirurgia Plástica de Retirada de Pele - Thiago Machado Pinto

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Onde encontrar nossos Especialistas


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Stents Bioreabsorvíveis

Raphael Freire CRM - GO 11866 E-mail: rafreire@cardiol.br

Podemos dizer que, ao longo da História, a Cardiologia tem nos brindado com descobertas que representam um divisor de águas no tratamento de muitas doenças cardíacas. Há menos de 50 anos, quem imaginaria que teríamos Cateterismo Cardíaco, marca-passo, ecocardiografia, cirurgia de revascularização, circulação extracorpórea, teste ergométrico, betabloqueadores e enzimas que possibilitam o tratamento e o diagnóstico precoce de tantas doenças do coração? Nossa geração experimenta a uma explosão de conhecimento da ciência a respeito das doenças cardiovasculares. Boa Vida entrevista o renomado Cardiologista Raphael de Alvarenga Freire, Especialista em Cardiologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC e Especialista em Cardiologia Intervencionista pela Sociedade Brasileira Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI. Raphael nos fala sobre as descobertas fantásticas da medicina cardíaca, desde os seus primórdios até os dias de hoje, em que Cirurgiões e Hemodinamicistas de todo país aguardam a liberação dos stents bioreabsorvíveis, uma revolucionária terapêutica das coronárias obstruídas. 7


Stents Bioreabsorvíveis Raphael Freire

Cardiologista - CRM - GO11866

1) Conte um pouco sobre a história da Hemodinâmica na medicina? O cateterismo cardíaco surgiu em 1844, com as informações sobre as primeiras experiências que foram feitas em cavalos. Claude Bernard introduziu, através da veia jugular e da artéria carótida do animal, um cateter até o lado direito e esquerdo do coração. Foram necessários 85 anos de pesquisa e práticas em animais, para que em 1929, Werner Forssman introduzisse um cateter através da veia do seu próprio braço, região do cotovelo. Utilizando-se da fluoroscopia (Raios X), ele avançou o cateter até a porção alta do lado direito do coração, o átrio direito. Tempos mais tarde, durante os anos 40 e 50, o cateterismo cardíaco direito que vinha se praticando tinha a finalidade diagnóstica. Embora o sueco Stig Radner tenha sido possivelmente o primeiro a visualizar as artérias coronárias humanas (1945), Gunnar Jönsson, em Estocolmo, foi o inventor da angiografia coronária não seletiva. Mas, somente em 1959, que Mason Sones pode introduzir uma técnica prática e segura de angiografia coronária seletiva. Isso quer dizer que ele conseguiu, através de um cateter introduzido pela artéria do braço, região do cotovelo, alcançar seletivamente - de forma separada e sequencial - cada uma das duas coronárias. 2) Assim surgiu o Cateterismo Cardíaco... Sim, o doutor Sones conseguiu, com essa técnica, fazer uma análise completa da anatomia coronariana, conseguindo identificar a doença obstrutiva, quando

presente. Esta técnica se chama cinecoronariografia, popularmente conhecida como cateterismo cardíaco. Este foi um grande marco histórico na cardiologia mundial, do ponto de vista do diagnóstico e de tratamento do paciente. Com as informações trazidas por esta técnica, a cirurgia cardíaca entrou em franco desenvolvimento; em meados de 1960, surgiu a técnica para a colocação de pontes de safena. Anos mais tarde, o procedimento começou a ser realizado pela via femoral (perna) e hoje também pode ser feito por punção da artéria braquial, região do cotovelo e por punção da artéria radial, região do punho. 3) A partir de quando a angioplastia coronária passou a ser usada para desobstruir uma artéria? O tratamento da doença arterial coronariana obstrutiva surgiu em 1977, quando Andréas Roland Grüntzig, em Zurique, introduziu delicadamente dentro da coronária, um fino cateter, tendo em sua extremidade um minúsculo balão que é posicionado sob a lesão a ser tratada e insuflado com pressão controlada. Foi um feito incrível, mas o tempo e o acúmulo de experiência nesta técnica de tratamento mostraram as suas limitações, representadas principalmente por quatro aspectos: - Lesões de alta complexidade; - Estenose (estreitamento) residual acima de 30%; - Oclusão aguda do vaso alvo durante a angioplastia; - Reestenose (retorno da lesão tratada) em curto espaço de tempo, seis meses ou menos.

Stent é esta pequena armação parecida com uma tela fina de metal cilíndrico que é colocada na artéria coronária, em local estreitado, imediatamente após essa artéria ter sido dilatada pela Angioplastia.

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Esse último aspecto, a reestenose representa o aspecto mais adverso para este tipo de tratamento. A primeira angioplastia no Brasil foi realizada em 1981. Os aspectos acima mencionados motivaram intensas pesquisas, com a finalidade de minimizar os resultados negativos, até chegarem ao Stent Coronariano, um novo e grande avanço tecnológico. 4) O que é exatamente um stent? O stent é uma pequena armação parecida com uma tela fina de metal cilíndrico que é colocada na artéria coronária, em local estreitado, imediatamente após essa artéria ter sido dilatada pela Angioplastia, com o objetivo de aumentar o fluxo sanguíneo para irrigar o tecido muscular do coração. Seu uso auxilia na prevenção de um novo estreitamento ou obstrução arterial. Neste procedimento, é introduzido um cateter, com um balão na ponta, por via de uma artéria do braço ou da perna até as coronárias. Uma imagem contrastada mostra a área ou as áreas estreitadas. O balão é inflado e a placa arteriosclerótica é compactada contra a parede do vaso, abrindo assim o seu lúmen. O problema é que cerca de 30% dessas dilatações voltam a estreitar a artéria, possivelmente devido à formação de tecido fibroso cicatricial sobre a placa compactada (ou esmagada). Usa-se o stent para manter o vaso aberto. 5) O surgimento do stent, finalmente fez da Angioplastia o método mais eficiente de desobstrução das coronárias? Nem tanto; estavam resolvidos três daqueles aspectos adversos mencionados anteriormente. Porém, a reestenose continuou sendo um desafio, o tendão de Aquiles da Cardiologia Intervencionista. Os stents passaram a ser feitos de diversos materiais metálicos, com malhas de desenhos e de espessuras diferentes e isso colaborou em uma pequena margem a diminuição do índice de reestenose. Mas, o grande salto da Cardiologia Intervencionista aconteceu em 1995, ao utilizar o próprio stent como veículo de liberação de fármacos (medicamentos) potencialmente capazes de evitar o processo de retorno da lesão tratada. Iniciaram as pesquisas direcionadas para o desenvolvimento de uma cobertura no stent, representando uma plataforma de ligação entre fármaco e o stent. Assim, surgiu uma terceira geração de stents, envolvidos em drogas que são levadas até o local da lesão, que absorve aos poucos todos os medicamentos. Se trata do stent farmacológico, uma espécie de esponja embebida com o remédio, a qual vai se desfazendo aos poucos e liberando a droga lentamente. Os stents farmacológicos que existem hoje no mercado variam o tempo de liberação do fármaco em cerca de 14 dias para algumas drogas e em até 40 dias para outros tipos de drogas. Os mais usados estão em torno de 28 a 30 dias de liberação do fármaco. Outros fármacos estão sendo pesquisados. Estes stents farmacológicos trouxeram um grande avanço no tratamento da reestenose, reduzindo-a de forma importante, em torno de 60%. Milhões de pessoas com doenças coronárias têm sido tratadas com stents farmacológicos, diminuindo significativamente a necessidade por pontes de safena, cirurgias de grande porte. 6) Para quem está indicada a implantação de stents? Os pacientes indicados para implantar o stent cardíaco são aqueles que estão na vigência de ter um ataque cardíaco; para aqueles que apresentam frequentes e fortes dores no peito, sem a devida resposta a medicamentos e para aqueles que apresentam circulação sanguínea severamente diminuída para uma determinada área do músculo cardíaco, devido a uma ou mais artérias estenosadas (estreitadas e/ou obstruídas). No entanto, o paciente necessita apresentar saúde suficiente para passar por este procedimento.

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7) Este pode ser considerado um procedimento complexo? Este procedimento é relativamente simples, utiliza-se anestesia local e o paciente normalmente recebe alta da UTI no dia seguinte. A implantação do stent iniciase com a administração de analgésicos e fármacos que diluem o sangue, objetivando prevenir a formação de coágulos. Em seguida, esta prótese é introduzida em uma artéria da virilha ou do braço, com a ajuda de um cateter balão, que é guiado até o local da obstrução. O balão infla (podendo ficar assim de 20 segundos a 3 minutos), fazendo com que os vasos sanguíneos se expandam, sendo, em seguida, desinflado, deixando o stent cardíaco no local anteriormente obstruído, para que o fluxo de sangue retorne ao fluxo normal. Após o fim do procedimento, o paciente deve permanecer deitado por algumas horas com compressão sobre a artéria femoral, prevenindo a formação de hematomas no local onde o cateter foi inserido. 8) O paciente sofre algum risco de rejeição ao stent? Este é um dos inconvenientes da tecnologia “metálica”. O metal não é absorvido pelo corpo e fica no organismo eternamente. A presença deste corpo estranho metálico tem sido relacionada a algumas complicações em médio e em longo prazos. O metal pode fraturar e desencadear um novo entupimento ou levar à formação de coágulos. O stent pode ainda inviabilizar a revascularização local, o que seria um problema, caso o paciente necessite de fazer uma ponte de safena no futuro. Além disso, o médico terá dificuldades de enxergar adequadamente o stent em um exame de imagem (angiotomografia coronária). O stent de metal também compromete as funções de contração e relaxamento do vaso (vasomotricidade). 9) Mas, pelo menos com o stent o sangue passa a fluir normalmente no local onde a artéria estava obstruída? Sim, o stent desobstrui de maneira imediata a artéria e a medicação atua na região para diminuir a probabilidade de voltar o entupimento. Mas, todos os stents apresentam um risco de formar tecido cicatricial, podendo levar a um novo estreitamento da artéria, mesmo com toda a evolução tecnológica dos stents farmacológicos.

Raphael Freire Cardiologista CRM - GO 11866 E-mail: rafreire@cardiol.br

• Especialista em Cardiologia Clínica pela SBC; • Especialista em Cardiologia Intervencionista pela SBHCI; • Fellow do Thoraxcenter de Roterdã - Holanda; • Atua como cardiologista nos hospitais: São Lucas, Samaritano e Neurológico em Goiânia.

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10) Está sendo anunciada para o final de 2013, o que seria a maior revolução na terapêutica das coronárias. Os stents bioreabsorvíveis. Estes seriam a solução para todos esses efeitos adversos dos stents anteriores? É bem provável que sim. O diferencial desses stents está na altíssima tecnologia do material utilizado e isso tem empolgado a Cardiologia pela sua eficiência. Nesse tipo de stent utiliza-se um polímero em sua composição que, em contato com a parede dos vasos reage quimicamente e é transformado, com o tempo, em água e dióxido de carbono. O organismo começa a absorver esse material seis meses após o implante. Depois de dois anos, toda a estrutura do stent é absorvida e desaparece do organismo sem qualquer efeito colateral. Assim, a presença de um corpo estranho permanente no organismo é descartada com o modelo bioreabsorvível. Pacientes mais jovens, com idade inferior a 50 anos, com placas mais moles são os candidatos ideais para o stent bioreabsorvível. São angioplastias ainda menos complexas, embora o procedimento seja semelhante aos demais. No Brasil, a expectativa é de que até o final de 2013 a nova tecnologia seja autorizada pela ANVISA para uso rotineiro. No Hospital Albert Einstein, muitas pessoas já foram beneficiadas, mas são casos utilizados em estudo científico para dados de pesquisa. Na Europa, os stents bioreabsorvíveis são largamente utilizados há cerca de um ano. Agora, é aguardar pela liberação do uso dessa evolução tecnológica para levar menos trauma e maior qualidade pós-desobstrução da artéria. Além disso, teremos eliminado os riscos de manter um corpo estranho permanente no local desobstruído, bem como evitar a reação inflamatória crônica na parede do vaso ou um coágulo (trombo) no local e, quem sabe um dia, eliminar a necessidade da terapia antiplaquetária (medicamentos anticoagulantes) que o paciente precisaria fazer uso em longo prazo. E para finalizar, como o stent vai ser absorvido depois de um tempo pelo organismo, não haverá riscos do metal interferir nas avaliações diagnósticas de imagem não invasivas, como ressonância magnética e tomografia computadorizada.


Cirurgia de Varizes a Laser

Wladimir Gonçalves CRM - GO 6518 E-mail: wladiangio@hotmail.com

Varizes são veias dilatadas, tortuosas e alongadas que as pessoas adquirem ao longo da vida, por questões hereditárias; por obesidade; por uso de contraceptivo oral; por terapia de reposição hormonal; por sedentarismo ou prática de atividade física de alto impacto ou quando são desencadeadas por gravidez. As mulheres são as maiores vítimas das varizes. Além das dores e do cansaço nas pernas, esteticamente esse problema não combina em nada com a mulher brasileira. Felizmente, a Flebologia, área da Angiologia e da Cirurgia Vascular que estuda as doenças das veias, se desenvolveu incrivelmente na última década. Surgiram novos conceitos e tratamentos que garantem excelentes resultados; das aplicações nos vasinhos às cirurgias. O uso do Laser Endovenoso, também conhecido, como Endolaser, modernizou o tratamento cirúrgico das varizes e o tornou menos invasivo.

Wladimir Gonçalves, graduado em medicina em 1992, é especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular desde 1997, pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) e membro da Sociedade Brasileira de Flebologia e Linfologia (SPFL). Nosso especialista faz o tratamento clínico e realiza as cirurgias de varizes em Goiânia e recebeu Boa Vida para responder sobre o tratamento de varizes a laser.

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Cirurgia de Varizes a Laser Wladimir Gonçalves

Angiologista e Cirurgião Vascular - CRM-GO 6518

1- Qual a função do laser nas cirurgias vasculares? Felizmente os avanços da Flebologia são tantos, que podemos oferecer um arsenal de opções no tratamento das varizes, com mínima invasão do corpo. Os procedimentos estão mais brandos, as cirurgias podem ser menos invasivas, com período de recuperação menor. O tratamento de varizes com laser se destina às veias de grande calibre, na insuficiência das veias safenas e veias perfurantes insuficientes. Ao contrário de uma cirurgia convencional, com o laser, essa veia não será removida e, sim, cauterizada. Com o calor, a veia se fecha, perdendo totalmente a função de servir de passagem para o sangue. Através de uma pequena punção, inserimos uma fina fibra óptica, que alcança todo o segmento doente, onde o laser é acionado. É como se evaporássemos todo o sangue retido nessa veia, mas sem danificar as suas

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ramificações. O organismo se encarrega de desviar o sangue que passava por ali para outras veias saudáveis. A que foi cauterizada será, ao longo do tempo, absorvida pelo organismo. 2- Como o senhor se guia para conduzir a fibra óptica? O eco-doppler colorido intra-operatório é fundamental durante todo o procedimento, para que possamos visualizar com todo cuidado os caminhos que levam ao segmento a ser tratado. O paciente deve estar em centro cirúrgico com aparelhagem adequada. A anestesia pode ser local com sedação ou loco-regional (peridural ou raqueana), dependendo de cada caso. 3- Na cirurgia convencional a safena doente é removida e na cirurgia com o Endolaser, é cauterizada e perde a sua função. Mas a safena é uma veia importante.


Ela não vai fazer falta ao organismo, principalmente se houver a necessidade de se fazer uma ponte de safena? Nossas veias são classificadas em profundas e superficiais. O sangue flui das veias superficiais para as veias profundas, que correm ao lado das artérias. As veias perfurantes atuam como comunicadoras entre os sistemas de veias superficiais e profundas. No interior das veias é que estão as válvulas, que permitem o fluxo sanguíneo sempre em direção ao coração. A veia mais importante do sistema venoso superficial é a Veia Safena Magna, que parte do pé e vai até a virilha. Ela é uma veia importante e tem características específicas que permitem substituir artérias entupidas em diversas regiões do nosso corpo, principalmente as artérias do coração, como as coronárias e artérias da própria perna. Mas, uma vez ineficiente para um bom fluxo sanguíneo, como já foi dito anteriormente, o organismo se encarrega de encaminhar o sangue por outras veias saudáveis. Além disso, em alguns casos, a safena está tão comprometida, que não terá utilidade alguma em uma cirurgia cardíaca. Sem contar, que ainda temos as artérias mamárias e as radiais para esta substituição. 4- Com o Endolaser é possível eliminar totalmente as veias doentes? Isso não é possível afirmar, mesmo porque, nas cirurgias com o Endolaser, sempre a combinamos com a técnica de mini-incisões nas veias tortuosas e muito superficiais. Mas, as veias que foram tratadas, sim. Essas foram cauterizadas e ocluídas. Todas as pessoas necessitam fazer um acompanhamento preventivo e rotineiro com um bom especialista e se informar das medidas importantes que visam uma circulação sanguínea ideal, como o controle do peso, praticar atividades físicas, não permanecer durante muito tempo sentado ou de pé, etc. Além disso, se inteirar dos tratamentos da atualidade e se utilizar deles, sempre que houver indicação médica. 5- O Endolaser está indicado para que tipo de paciente? Qualquer paciente que tiver problemas de refluxo (retorno indesejável do sangue) nas veias calibrosas; nas veias safenas e nas veias perfurantes

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insuficientes, principalmente as calibrosas e de difícil acesso e que deseja trata-las de forma menos invasiva, com rápida recuperação e com menos hematomas, pode se beneficiar do Endolaser. O método não tem contra-indicações por idade , é tecnicamente tranquilo e minimamente invasivo. Mesmo assim, a indicação do Endolaser sempre é criteriosa e deve ser feita por um especialista. 6- Mas existe algum possível efeito adverso? Quando nos cercamos de aparelhos de alta tecnologia, utilizamos técnicas aprimoradas, somadas à habilidade e à experiência do cirurgião, os riscos de efeitos adversos em procedimentos com o Endolaser são menores, mas existentes. Como na medicina nada é 100% garantido, em casos de varizes muito calibrosas, a energia do laser pode não conseguir fechá-las totalmente, o que poderia ocasionar uma recanalização dessas veias. Poderia haver também parestesia (dormência e perda da sensibilidade temporárias) ou mesmo alguma queimadura, em casos raros. Por isso, é sempre importante que o profissional seja devidamente habilitado no manuseio do Endolaser. 7- Há algum risco do laser manchar a pele permanentemente? Veja bem, o Endolaser, é um método interessante de tratamento para varizes mais profundas e distantes da superfície da pele. Nestes casos, não se formam manchas. Esse tipo de laser age por meio de liberação de calor. Nas veias superficiais, a indicação do Endolaser deve ser cuidadosa e criteriosa, pois além de haver a possibilidade de manchas, a pele pode sofrer queimaduras com cicatrizes inestéticas definitivas. É por isso que a indicação para as veias superficiais, que são aparentes, tem que ser muito bem avaliada.

8- O Endolaser pode acumular a função de atender a casos especiais, como em pacientes com quadro mais delicado de úlceras ou outras complicações, como linfedemas (inchaço dos membros inferiores por ausência ou deficiência do vaso linfático na perna)? Sim, o paciente com linfedema associado à insuficiência venosa (como refluxo em safenas ou em veias perfurantes insuficientes, de difícil acesso), tem grandes benefícios com o tratamento do Endolaser. A técnica é menos agressiva, quando comparada com a retirada convencional da safena, com ausência de lesões nos vasos linfáticos e nos tecidos circunjacentes. Em casos de úlceras venosas de perna, que são alimentadas por refluxo em veias safenas ou em veias perfurantes insuficientes de difícil acesso (principalmente nos casos de dermatofibrose), o Endolaser acelera o fechamento dessa úlcera. 9- O senhor considera que o uso do laser endovascular tenha modernizado o tratamento cirúrgico das varizes? A cirurgia convencional de varizes, quando bem realizada tem excelente resultado para a maioria dos casos. Entretanto, não há como desconsiderar as vantagens do procedimento com o Endolaser, como os aspectos minimamente invasivos, recuperação rápida, menor dor ou trauma pós-cirúrgico local, além do retorno precoce do paciente às atividades habituais. Isso é extremamente positivo. Contudo, o uso do laser em cirurgia de varizes tem indicações específicas e só deve ser realizado sob a responsablidade de um cirurgião vascular, com experiência no manuseio do Endolaser.

Wladimir Gonçalves Ginecologista e Obstetra CRM-GO 6518 E-mail: wladiangio@hotmail.com

• Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG; • Especialista em Angiologia e Cirurgia Vascular pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV); • Membro da Sociedade Brasileira de Flebologia e Linfologia.

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Prolapso Retal e Incontinência Fecal Jaime José Pereira Júnior Coloproctologista - CRM-GO 5083

O assoalho pélvico é uma estrutura complexa formada por músculos, membranas e ligamentos e que se localiza entre o osso púbis e o cóccix. Ao longo da vida, essa parte do corpo pode sofrer profundas transformações, principalmente nas mulheres. Idade, sucessivas gestações e algumas doenças enfraquecem toda essa rede de sustentação das nossas vísceras. As consequências podem ser devastadoras, tanto para o corpo quanto para o emocional feminino. Esses são assuntos que interessam principalmente às mulheres, com o Coloproctologista Jaime José Pereira: Prolapso retal “O prolapso retal é uma doença que projeta o reto para fora do corpo, causando grande desconforto para os indivíduos. Deve ser tratado assim que diagnosticado e normalmente surge em mulheres a partir dos 60 anos de idade, como resultado do enfraquecimento dos músculos e ligamentos que sustentam o reto. O diagnóstico é feito através da observação da região, do toque do músculo anal e de um exame radiológico do intestino grosso. As principais causas do prolapso retal são: enfraquecimento muscular depois do parto; doenças neurológicas; prisão de ventre; idade avançada; histerectomia; traumatismo pélvico-lombar; excesso de esforço para evacuar e/ou algumas infecções intestinais. Os sintomas constam de dificuldade para defecar; sensação de evacuação incompleta; cólicas abdominais; alteração do hábito intestinal; diarréia; sangramento no ânus; sensação de pressão e peso no reto; desconforto e sensação de ardor no ânus e aparecimento do reto na parte externa do ânus. O tratamento é essencialmente cirúrgico, principalmente em casos mais graves, com intervenções

eficientes e menos invasivas, proporcionando resultados satisfatórios. A fisioterapia é uma excelente método e colabora no fortalecimento da musculatura da região do assoalho pélvico, evitando a exteriorização do reto. O pompoar e a estimulação elétrica sacral são técnicas utilizadas e que garantem um reforço extra da estrutura muscular da área tratada. Recomenda-se o aumento do consumo de fibras na alimentação e a ingestão diária de muita água.” Incontinência fecal “Incontinência fecal é a incapacidade de controlar a eliminação das fezes. Esse distúrbio compromete a qualidade de vida e se manifesta mais nas mulheres do que nos homens. A causa desse problema pode ser natural ou adquirida, como consequência de enfermidades da região anal; do intestino preso; de cirurgias no períneo; de cirurgias para tratamento de câncer; de traumas provocados por acidentes e, como consequência da gravidez. A força de um trabalho de parto pode causar degeneração parcial do nervo pudendo. Por isso, a incontinência fecal ocorre com maior frequência nas mulheres. Outra causa importante desse mal é a prisão de ventre, que também é mais comum no sexo feminino. Doenças como: Acidente Vascular Cerebral (AVC); Diabetes e Esclerose Múltipla podem causar incontinência fecal. A idade avançada e a menopausa levam ao enfraquecimento dos músculos da contração perineal e também podem ser causa da Incontinência fecal. O diagnóstico é realizado por meio de um exame proctológico, que permite avaliar a flacidez dos músculos do ânus. Outra etapa do diagnóstico conta com a Retossigmoidoscopia, um exame endoscópico de imagem que visualiza a parte interna das porções mais baixas do intestino. O tratamento, quando clínico, consiste na correção do tipo de evacuação, através de dieta e de medicamentos para a diarréia ou para aumentar o bolo fecal, em casos de prisão de ventre. A fisioterapia do assoalho pélvico é fundamental. A interferência cirúrgica é recomendada apenas em casos selecionados.”

Jaime José Pereira Júnior Coloproctologista CRM-GO 5083 E-mail: clinicadointestino@uol.com.br

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Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG; Residência Médica pelo Hospital Geral de Goiânia, HGG; Estágio pelo Mount Sinai Hospital de Toronto, Canadá; Staff da Residência de Coloproctologia do Hospital Geral de Goiânia, HGG.

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Quimioembolização Hepática Luiz Otávio Corrêa Cirurgião Vascular e Radiologista Intervencionista CRM-GO 12048

A quimioembolização hepática é uma técnica cirúrgica minimamente invasiva, realizada pela especialidade médica chamada Radiologia Intervencionista, que permite tratar tumores no fígado sem cortes, levando medicamentos quimioterápicos diretamente ao local da lesão, por meio de cateterismo. O Cirurgião Vascular e Radiologista Intervencionista Luiz Otávio Corrêa nos explica esse procedimento, uma opção incrível e que deve ser considerada em casos específicos.

“A Radiologia Intervencionista é uma especialidade médica que merece nossa atenção, pois, utiliza de forma minimamente invasiva, o que há de mais avançado no tratamento de vários problemas de saúde. A quimioembolização hepática é uma das técnicas desta especialidade. Esse procedimento garante a pacientes com tumores e lesões no fígado, um tratamento menos agressivo e tem como objetivo a manutenção da qualidade de vida do doente. A técnica, relativamente nova, consiste na realização de uma minúscula incisão na virilha do paciente, por onde é introduzido um fino tubo denonimado cateter. Este é conduzido por dentro das artérias, até que alcance os vasos que levam sangue aos tumores do fígado. A alta tecnologia envolvida no procedimento prevê ainda a injeção de micropartículas, que contém medicamentos quimioterápicos. Esses minúsculos fragmentos são responsáveis pelo tratamento quimioterápico do câncer de fígado e também têm a função de bloquear os vasos que nutrem o tumor, fazendo com que ele pare de crescer e diminua de tamanho.

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O primeiro passo da quimioembolização hepática compreende um estudo da região do fígado próximo ao tumor em questão. Para que isso seja executado da melhor maneira são usados cateteres e micro-cateteres, que chegam próximos ao tumor. Todo esse processo é feito por meio de um pequeno corte, sem maiores agressões ao organismo, ao contrário do que ocorre em uma intervenção cirúrgica tradicional. Outra característica que faz da quimioembolização um tratamento fascinante, diz respeito às micropartículas que são levadas até os vasos e que bloqueiam a passagem do sangue que alimenta o tumor. Com tamanhos que variam entre um décimo de milímetro a meio milímetro, a evolução da qualidade dessas micropartículas merece destaque. Há cerca de dez anos, essas partículas eram produzidas a partir de um material conhecido como polivinil álcool (PVA). No entanto, esse elemento causava a aglutinação dessas partículas, impossibilitando sua chegada aos vasos estreitos mais próximos ao tumor. Em uma nova versão, esse material foi substituído por partículas esféricas de trisacryl, que não permitem essa aglutinação, garantindo melhores resultados. Essa nova tecnologia aplicada às micropartículas também possibilita que elas sejam hidratadas com os quimioterápicos, como se fossem esponjas absorvendo o medicamento, para depois liberá-lo aos poucos, por cerca de três semanas, no local do tumor. A penetração desses medicamentos no tecido hepático chega a dois milímetros de profundidade, tornando a terapia oncológica mais forte. A quimioembolização hepática é indicada aos pacientes portadores de neoplasias malignas do fígado e que não podem ser submetidos à cirurgia

de retirada do tumor. Alguns motivos, como: a falta de condição clínica para a cirurgia hepática (quando a lesão é muito grande e a cirurgia é mais complexa); a grande quantidade de tumores; e a proximidade da lesão a grandes vasos que podem levar a uma hemorragia, agravam o risco do procedimento cirúrgico tradicional. Esses pacientes que não podem passar pela cirurgia de retirada do tumor e que se encontram na fila do transplante de fígado, conseguem através da quimioembolização, retardar o aumento do tumor e manter a função hepática normal, enquanto aguardam o transplante. Pacientes portadores de alguns tipos de metástase hepática, também são candidatos ao tratamento através da quimioembolização, com o objetivo de aumentar o nível de qualidade de vida, bem como minimizar os efeitos devastadores de uma disfunção hepática grave. As vantagens em um procedimento minimamente invasivo, como uma quimioembolização, se estendem também ao que diz respeito ao conforto do paciente. Como as esferas liberam continuamente o medicamento apenas no tumor, os efeitos colaterais, como dores e náuseas são atenuados, assim como a queda de cabelos, que é maior em uma quimioterapia tradicional. O tempo de internação também é significativamente menor. Com certeza esse é um ponto positivo no que se refere à qualidade de vida. De fato, a Radiologia Intervencionista emprega técnicas que dão ao paciente melhores condições após a intervenção médica. Diversas doenças graves podem ser tratadas sem grandes cirurgias. É a tecnologia trabalhando em favor da medicina e do ser humano como um todo.”

Luiz Otávio Corrêa Cirurgião Vascular e Radiologista Intervencionista CRM-GO 12048 E-mail: luizotavio.correa@gmail.com

• Especialista pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista; • Especialização em Cirurgia Geral e Vascular pela Santa Casa de São Paulo, SP; • Especialização em Cirurgia Endovascular pela Beneficência Portuguesa de São Paulo, SP; • Especialização em Radiologia Intervencionista pelo Dotter Interventional Institute, na Oregon Health & Science University, de Portland, nos Estados Unidos.

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Visão em Foco Francisco Wellington Rodrigues Oftalmologista CRM-GO 6528

O QUE É A CÓRNEA? A córnea é uma espécie de membrana transparente que envolve toda a frente do globo ocular, tendo como função enviar a luz para o interior do olho e permitir uma visão mais clara dos objetos. Através dessa membrana é possível visualizar a íris e a pupila, que são componentes importantes dos olhos. A córnea é responsável por dois terços do poder dióptrico, que é relativo ao foco da visão. Sua transparência é uma das

características que pode classificá-la como saudável. A curvatura também é determinante para a formação de uma boa imagem na retina, com foco e nitidez. A córnea é formada por cinco camadas: epitélio, membrana de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio. Essas camadas precisam estar em equilíbrio, com espessuras e curvaturas adequadas para não causar distúrbios na visão.

DISTÚRBIOS NA VISÃO As ametropias são distúrbios muito comuns da córnea e interferem diretamente na qualidade de definição do que se vê, dificultando a visão para perto ou para longe, distorcendo ou desfocando a imagem. São os chamados erros de refração, classificados em:

• MIOPIA:

Acontece quando a luz que entra no olho é focalizada incorretamente, fazendo com que os objetos distantes pareçam turvos. É caracterizada pela dificuldade para enxergar de longe;

• Hipermetropia: Acontece quando os raios luminosos são interceptados pela retina, antes de se formar a imagem, o que causa a dificuldade para enxergar de perto; • Astigmatismo: Acontece quando a córnea apresenta uma maior curvatura em uma direção, o que Presbiopia + hipermetropia:

Nas pessoas com hipermetropia, a presbiopia chega como se fosse uma avalanche. Tanto a presbiopia quanto a hipermetropia são graus positivos e se somam. Por exemplo: quem tem 1 grau de hipermetropia e 1 grau de presbiopia terá que corrigir a visão em 2 graus. Muitas vezes, só com a hipermetropia, a visão é satisfatória, mas a chegada da presbiopia é fatal e a correção terá que ser feita.

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distorce a visão para longe e para perto. A irregularidade na curvatura da córnea ou do cristalino (lente interna do olho) pode gerar o astigmatismo.

Presbiopia:

Popularmente conhecida como vista cansada, a presbiopia se caracteriza pela dificuldade que a pessoa possui para ver de perto. As imagens ficam desfocadas a uma distância de cerca de 35 centímetros, que é a distância ideal para enxergar adequadamente. Normalmente, esse distúrbio da visão ocorre a partir dos 40 anos de idade, em todas as pessoas, sem exceção. Isso acontece, pois com o passar dos anos, a elasticidade do cristalino perde a sua eficiência quando se quer observar um objeto de perto e o foco acaba se perdendo. Surge então, a necessidade do auxílio óptico para corrigir o distúrbio.

Presbiopia + miopia:

Na miopia, que é um grau negativo, a presbiopia ocorre de forma interessante. Os míopes têm dificuldade de enxergar de longe. Com a presbiopia, o grau do míope tem uma tendência a diminuir. É como se um problema compensasse o outro. Mas, infelizmente, esta é uma vantagem passageira, porque a presbiopia vai se manifestar de qualquer maneira, só que um pouco mais tarde.


DOENÇAS DA CÓRNEA • CERATOCONE: A córnea modifica gradualmente sua curvatura ao ponto de adquirir o formato de um cone. Pode afetar um ou ambos os olhos e provoca astigmatismo, com progressivas alterações no grau dos óculos. Em casos extremos, o transplante se faz necessário.

• ÚLCERA DA CÓRNEA: Uma lesão na córnea, seja por infecção ou por trauma, abre uma ferida em sua superfície, que se não tratada com medicamentos, se torna purulenta, com necessidade cirúrgica. A dor é moderada, o paciente se torna sensível à luz e produz lágrima em maior abundância.

raios ultravioletas, uso prolongado de lentes de contato e reação ao uso de colírio são razões para o aparecimento dessa infecção viral ou bacteriana. Provoca dor nos olhos, lacrimejamento e sensibilidade à luz. O tratamento à base de medicamentos resolve o problema.

• INFECÇÃO POR HERPES ZOSTER: Quando essa infecção ocorre, há um aumento de pressão intraocular, com riscos de aparecimento do glaucoma. A córnea pode inchar; o paciente sente dor e os olhos ficam vermelhos. Medicamentos podem combater os sintomas e o agravamento do quadro, diferentemente da Infecção por Herpes Simples, que apesar de ser um problema frequente, costuma desaparecer de forma natural.

• CERATITE PONTUADA SUPERFICIAL: Secura dos olhos, exposição constante à luz solar e seus

TRATAMENTOS Tratamento para presbiopia O tratamento para presbiopia pode ser feito através de:

LENTES DE ADIÇÃO

CIRURGIA

LENTES MULTIFOCAIS Por questões estéticas, algumas pessoas preferem as lentes multifocais, que são modernas, bonitas, práticas e eficientes. A evolução da qualidade e variedade de lentes aposentaram aqueles modelos de óculos bifocais, que pesam e envelhecem o semblante.

A cirurgia é a última alternativa para quem quer acabar com o desconforto da vista cansada. Consiste em uma cirurgia intraocular, na qual o cristalino transparente é retirado e substituído por uma lente difrativa. • É importante ressaltar que qualquer pessoa com mais de 40 anos pode se submeter à cirurgia de presbiopia, desde que não apresente doenças de fundo do olho, alterações na córnea ou qualquer processo inflamatório infeccioso; • Pessoas que possuem mais de 1 grau de astigmatismo não estão indicadas ao tratamento; • Os míopes naturalmente estão mais predispostos a ter descolamento de retina e, por isso, o procedimento cirúrgico torna-se limitado; • Os hipermetropes são os melhores candidatos à cirurgia de presbiopia; • Uma questão importante é lembrar que a visão para longe não pode ser sacrificada para que o paciente enxergue bem de perto; • Pacientes que se submetem à cirurgia de catarata e que também possuem presbiopia, podem corrigir ambos os problemas trocando a lente do cristalino por uma que permita a visão de longe e de perto.

MONOVISÃO BASCULAR A técnica da monovisão bascular consiste em identificar qual o olho dominante (aquele que enxerga melhor de longe) e, em quem não tem outro problema refrativo, pode ser colocada uma lente de contato para ver de perto no olho dominante e, assim, se corrige a vista cansada. No outro olho não há necessidade de correção. Quando o paciente usa algum grau para longe, no caso de hipermetropia, podem ser colocadas duas lentes: a que terá o grau para longe, que será a do olho dominante; e a outra, que terá grau para perto. LENTES BIFOCAIS Essas lentes permitem que a pessoa enxergue de perto e de longe com a mesma lente. No entanto, podem ter menor adaptação, já que é preciso que o olho tenha uma curvatura adequada e um grau baixo de astigmatismo.


Cirurgia Refrativa A Cirurgia Refrativa corrige os vícios de refração (problemas relacionados à miopia, hipermetropia e ao astigmatismo) e em alguns casos, também corrige a presbiopia. A cirurgia refrativa veio para minimizar essas deficiências visuais, proporcionando melhor qualidade de vida à população. A visão é formada na retina, situada no fundo do olho. O feixe de luz, que vem do ambiente externo, forma a imagem ao atravessar o globo ocular. Se neste percurso houver algum desvio, provocado pelo formato do olho, a imagem não será devidamente focada na retina. Essa falta de nitidez da visão é denominada de vício de refração, que pode ser compensado com o uso dos óculos e das lentes de contato, mas se o paciente tem como objetivo se libertar da dependência dos óculos no dia a dia, a cirurgia refrativa corrige totalmente a deficiência da visão ou pelo menos a maior parte dela. A cirugia refrativa pode ser realizada tanto na córnea, quanto no cristalino.

NA CÓRNEA As cirurgias realizadas na córnea, com a utilização do laser, têm como técnicas principais o PRK e o Lasik.

• A cirurgia de PRK (foto-ablação corneana) trata os erros refrativos através da remoção de tecidos da primeira camada da córnea, o epitélio. É uma cirurgia com alto grau de segurança, com regeneração da córnea em até cinco dias. • Na técnica do Lasik, o corte é feito na córnea, mas em uma espessura pré-determinada. Todas as cirurgias realizadas a laser têm como princípio a modelagem da córnea, ou seja, promover uma mudança na curvatura da mesma, com objetivo de alcançar o foco da imagem na retina.

NO CRISTALINO Erros refrativos também podem ser corrigidos através da substituição do cristalino por lentes premiuns ou lentes multifocais, que se diferem nas dioptrias (capacidade de um meio transparente modificar o trajeto da luz), pois quando o paciente necessita de correção para graus elevados ou muito baixos, o tratamento deve ser diferenciado. A técnica de substituição do cristalino por lentes difrativas é utilizada com frequência e faz parte do cotidiano dos especialistas da Europa, mas no Brasil ainda é um procedimento que gera controvérsias, principalmente quando se trata da presbiopia.

TRANSPLANTE DE CÓRNEA O transplante de córnea é um procedimento que prevê a substituição total ou parcial da córnea lesionada, depois que todos os outros tratamentos foram esgotados. Este seria o último recurso na recuperação da visão, com excelentes resultados, dependendo da patologia de origem. Antes da cirurgia são realizados testes que verificam a compatibilidade entre doador e receptor do órgão. Após a cirurgia, o paciente deve ter um acompanhamento especializado para a supervisão dos pontos que foram dados na córnea. Em média, são dados

de 16 a 24 pontos no órgão transplantado que, depois de cicatrizado, dá ao paciente uma boa visão em um tempo relativamente curto. Depois de um ano, o paciente pode até se submeter às cirurgias refrativas a laser. Um dos benefícios desse procedimento é que não há necessidade de tomar medicamentos contra rejeição para o resto da vida, como em outros tipos de transplantes. Caso haja alguma intercorrência no processo de aceitação do órgão, existem medicamentos que resolvem o problema e, em casos mais graves, é possível fazer um novo transplante.

Francisco Wellington Rodrigues Oftalmologista CRM-GO 6528 verfco.med@gmail.com • Formado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás; • Residência médica em Oftalmologia no Instituto de Oftalmologia Tadeu Cvintal, São Paulo; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa e Catarata; • Professor de Medicina da PUC-GO; • Professor assistente do serviço de córneasubespecialização CEROF; • Mestrado em Genética Médica.

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Artrose e Reconstrução Articular de Joelhos e Quadril Revisão Médica

Flávio Rabelo

O QUE É A ARTROSE? A artrose é uma doença que compromete a cartilagem articular e promove a sua degeneração, podendo ser de dois tipos: PRIMÁRIA: Sua causa é desconhecida e a doença afeta a cartilagem de uma junta anteriormente sadia;

Ortopedista | CRM-GO 1888

SECUNDÁRIA: É um processo degenerativo da cartilagem articular, precipitado por fatores, como: doença reumática pré-existente; joelhos tortos desde a adolescência; quadril com problemas congênitos ou adquiridos na infância; fraturas que comprometem as articulações e doenças que atingem a cabeça do fêmur (osteonecrose), um problema que acomete os vasos sanguíneos ósseos.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é feito pelo médico, através da história do paciente. Depois é feito o exame físico, quando observamos a marcha do paciente, os movimentos e a dor. Por fim, são pedidos exames radiológicos.

CAUSAS • • • • •

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Alcoolismo; Uso de corticóides; Hereditariedade; Obesidade; Idade


TRATAMENTOS

ESTÁGIO INICIAL: o tratamento é geralmente conservador, com medicamentos, fisioterapia, alongamento e fortalecimento da musculatura, perda de peso e mudança nos hábitos de vida. Se existe alguma patologia que esteja provocando a artrose, esta deve ser corrigida, clínica ou cirurgicamente.

ESTÁGIO MEDIANO:

em pacientes jovens, a preferência é pelas cirurgias realizadas para corrigir deformidades angulares, chamadas de osteotomias, tanto em nível de quadril, como de joelho;

ESTÁGIO GRAVE: a indicação é a prótese total do quadril ou de joelho. A decisão mais difícil seria no estágio grave da doença em pacientes jovens. Nesses casos, teríamos que levar em conta a profissão, seus hábitos de vida e um perfeito entendimento do paciente

sobre a prótese, que substitui as superfícies articulares desgastadas. Mas à medida em que vai sendo usada, também vai acontecer o desgaste dos componentes, sendo necessária a troca de alguns ou de todos eles.

VOCÊ SABIA? A sobrevida de uma prótese pode chegar a 20 ou 25 anos, dependendo da qualidade do material utilizado, da técnica cirúrgica e da maneira como é usada. Hoje, a prótese total do quadril e do joelho nos permite oferecer uma qualidade de vida muito boa aos pacientes portadores de artrose, restaurando o alinhamento e a função dos membros inferiores, com baixos riscos de complicações.

Av. L, 470 - Setor Aeroporto Goiânia - GO Tel: (62) 3212-8855 | 3254-5600 Site: http://www.hog.com.br

Revisão Médica

Flávio Rabelo Ortopedista do Hospital Ortopédico de Goiânia CRM-GO 1888

flaviorabelo@uol.com.br


Tratamento por Ondas de Choque para Lesões Ortopédicas O QUE É É uma opção terapêutica e não invasiva para vários problemas crônicos, de longa duração, do sistema músculo-esquelético.

COMO FUNCIONA As ondas de choque são ondas mecânicas geradas por uma tecnologia especial, que tem como função acelerar o processo da cura biológica em tendões, ossos e lesões da pele. Essa terapia consegue penetrar nos tecidos lesados e provocar um fenômeno de aumento da circulação, promovendo no tecido inflamado a liberação de substâncias promotoras de regeneração, como por exemplo, as células-tronco.

INDICAÇÕES • • • • • • • •

Esporão de calcâneo - Fascite plantar Tendinite crônica do Tendão de Aquiles Tendinite Calcificada do ombro Epicondilite do cotovelo - Cotovelo de Tenista Bursite patelar Pseudoartroses e retardo de consolidação de fraturas Feridas crônicas Outras indicações

APÓS O TRATAMENTO No local da aplicação podem surgir um pequeno inchaço ou equimose, que desaparece após alguns dias. A melhora clínica costuma acontecer em torno de 4 a 6 semanas. O seguimento clínico é de 6 meses.

RESULTADOS Desaparecimento da dor, alívio do processo inflamatório e melhora da movimentação das articulações, possibilitando o retorno às atividades profissionais e/ ou esportivas. Revisão Médica Lindomar Guimarães Ortopedista - CRM- GO 1794 lindomar@terra.com.br • Titular da Sociedade de Ortopediia e Traumatologia (SBOT); • Titular da Academia Goiana de Medicina.


AÇÃO HABIT

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O Cheque Mais Moradia e o Casa Legal são programas inovadores que estão ajudando a tirar do papel o sonho da casa própria em Goiás.

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Através do Cheque Mais Moradia, já foram entregues milhares de casas em todas as regiões do Estado. E com o Casa Legal, o Governo de Goiás está regularizando assentamentos irregulares de famílias carentes em várias cidades. Essas ações mostram um novo Goiás sendo construído com dignidade e respeito.

Cheque Mais Moradia: milhares casas entregues em dois anos Casa Legal: maior programa de regularização fundiária já realizado no Estado Flaterniana da Silva, dona de casa.

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Rejuvenescimento Facial sem Cirurgia Marcela Corrêa Caldas Dermatologista - CRM-GO 6822

Acne, rugas, flacidez, foto-envelhecimento, manchas... essas são queixas frequentes nos consultórios dermatológicos. Mas, felizmente para cada um desses problemas, existe um tratamento específico, com equipamentos modernos, substâncias, medicamentos e cremes. Nossa consultora em dermatologista, Marcela Caldas é especialista em rejuvenescimento e nos orienta para os caminhos por onde devemos ir para ter sempre uma pele linda, hidratada e viçosa.

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“Há poucas décadas, quando se pensava em um rejuvenescimento facial, a cirurgia plástica convencional estava em primeiro plano. Hoje, a dermatologia oferece recursos que retardam a ação do tempo, nos devolvendo uma pele firme e clara, limpa de cicatrizes, manchas, rugas e com aspecto visivelmente jovem. Entre os procedimentos de maior efeito, destacamos alguns que podem ser utilizados sozinhos ou combinados em uma força tarefa capaz de renovar a pele sem tantos sacrifícios. Destacamos alguns dos mais frequentes tratamentos dermatológicos: Toxina botulínica - Embora a toxina botulínica (produzida pela bactéria Clostridium botulinum) possa causar uma doença chamada botulismo, a dose necessária para o tratamento das rugas de expressão é muito pequena. Portanto, seu uso em procedimentos estéticos é bastante seguro. As substâncias capazes de paralisar os movimentos musculares já eram usadas na Oftalmologia e na Neurologia desde a década de 80 e, só alguns anos depois, a dermatologia percebeu que o procedimento poderia também ser de grande valia no combate às rugas. Assim, os movimentos musculares, que não têm a função fisiológica - nos sulcos perioculares ou “pés-de-galinha”, nas rugas entre as sobrancelhas e nas linhas horizontais da fronte, que são áreas que se movimentam inúmeras e repetidas vezes durante o dia -, são inibidos apenas nos locais onde a toxina é injetada. É possível obter a redução de rugas na face, no pescoço e no colo. Além da elevação da ponta nasal, a aplicação pode produzir a melhora do sorriso gengival, a elevação do ângulo da boca e sobrancelhas, a correção de assimetrias, e serve para combater a hiperidrose, a cefaléia e outros problemas. O período de relaxamento muscular permanece por quatro a seis meses e, depois disso, o músculo volta a se contrair normalmente como antes. Porém, recomenda-se um intervalo entre as aplicações não inferior a quatro meses. Menos do que isso, pelo uso continuado, há riscos da resposta não ser mais eficiente. Preenchimentos – As rugas da face são dinâmicas e estáticas. A toxina botulínica é apropriada para as rugas dinâmicas, aquelas que percebemos ao rir e ao chorar, mas esse procedimento não funciona nas rugas estáticas, as que podem ser notadas mesmo quando estamos com a face em repouso. Essas rugas são progressivas, aparecem com a maturidade e se agravam com os fatores externos, como a exposição solar, o estresse, o sedentarismo, a má alimentação, o álcool e o tabagismo, grandes vilões do envelhecimento celular. Para as rugas estáticas utilizamos os preenchedores. Existem diferentes substâncias que são aplicadas com o objetivo de sustentar a pele e amenizar rugas, sulcos, cicatrizes e depressões. Essas, são muito utilizadas em sulcos nasolabiais (bigode chinês), aumento de lábios, projeção do maxilar e do queixo, elevação do nariz e no preenchimento do dorso das mãos. Os preenchedores podem ser transitórios ou permanentes. Entre os preenchedores não definitivos estão o colágeno, a gordura autóloga, o ácido


hialurônico, a derme autóloga e o ácido polilático. Entre os preenchedores definitivos: o PMMA, o gel de poliacrilamida o metacrilato e a acrilamida com o ácido hialurônico. O ácido hialurônico é um preenchedor seguro e muito eficiente, produzido pelo próprio organismo e absorvido naturalmente em um período de seis meses a um ano. Peeling químico–Os peelings são altamente eficientes para atenuar linhas de expressão, flacidez, manchas, acne e olheiras. Consiste na aplicação de um ácido, com o objetivo de descamar a pele, obtendo assim a renovação celular e a produção de mais colágeno e elastina. Quando o peeling é superficial, está indicado para peles sem brilho, secas, cansadas e maltratadas, com manchas superficiais e ásperas, rugas e acne ativa. Utilizamos ácidos (retinóico, glicólico, tricloroacético, salicílico, resorcina) que descamam as camadas mais externas da pele (epiderme). O processo de cicatrização desencadeia a renovação celular e o aparecimento de novas camadas da pele, além de estimular a produção de colágeno e de elastina na derme, suavizando e revitalizando a aparência. Este é um método eficaz e rápido de rejuvenescimento. Quando o peeling é médio, ele tem uma penetração maior e está indicado para peles com rugas, manchas (face, braços e mãos), cicatrizes de acne, sulcos e marcas de expressão. Esse peeling remove toda epiderme e atinge e derme superficial e, por isso, provoca o aparecimento de crostas endurecidas que duram alguns dias. Embora o desconforto seja maior, o resultado é notável após uma única sessão. Deve-se evitar exposição desprotegida ao sol por cerca de duas semanas depois da aplicação. O peeling profundo atinge a derme média e profunda. Este peeling é bem mais radical e está indicado para a pele muito envelhecida marcada por rugas severas e cicatrizes profundas. A agressão é maior, e deve ser feito sob sedação. Este é um procedimento que exige um tempo de recuperação em casa, variando de duas a quatro semanas. O paciente deve seguir um esquema de cuidados com a pele, incluindo a realização de curativos especiais. A aparência do pós peeling impressiona, mas o resultado final compensa muito.

Peeling de cristal – Esta é uma técnica de esfoliação não cirúrgica, feita com aplicação de cristais de óxido de alumínio sobre a pele, compressão regulada, para controlar o nível de abrasão, que pode ser superficial ou mais profundo dependendo da necessidade do paciente. Também é possível combinar o peeling de cristal com algum tipo de peeling químico para potencializar os resultados. Luz Intensa Pulsada – Entre os tratamentos rejuvenescedores, a Luz Intensa Pulsada segue uma tecnologia de luz não ablativa. Isto significa que a lesão aparente é mínima e não há necessidade que o paciente interrompa suas atividades cotidianas. A Luz Intensa Pulsada promove a reparação da pele da face, do pescoço, do colo, dos braços e das mãos que foram danificados pela ação do tempo e pelo foto-envelhecimento. Assim como os aparelhos de laser, a luz emitida gera calor na pele para atingir o alvo certo: a melanina (sardas e manchas), os vasos sanguíneos (microvarizes da face e do colo) e o colágeno (flacidez e rugas). O tratamento se inicia superficialmente para depois chegar às camadas mais profundas, estimulando a produção de um novo colágeno. A pele fica com aspecto mais limpo, ganha viço e se torna mais tonificada, suavizando as rugas. Laser de CO2 Fracionado – Este é um Laser que possui alta afinidade pela água da pele e ao ser utilizado promove sua vaporização, com a consequente cicatrização e estímulo à formação de colágeno. O Laser de CO2 fracionado vai penetrar profundamente na pele, mas deixando áreas íntegras ao redor. Por isso o tempo de recuperação é muito curto (cerca de três a sete dias). O local onde a pele permaneceu íntegra recompõe rapidamente a região que foi lesada pelo laser, mas todas as áreas, íntegras ou lesadas, são aquecidas. Portanto, os benefícios se estendem de forma geral. O laser de CO2 fracionado rejuvenesce, estimula a cicatrização e a remodelação do colágeno, com a contração das fibras e a diminuição da flacidez e das cicatrizes de acne e das estrias. Por eliminar uma parte dessa pele lesada e estimular a formação de um tecido novo, o laser fracionado também atua eliminando algumas manchas na pele. Após o procedimento deve-se evitar o sol e utilizar fotoprotetor solar, com alta proteção UVA e UVB.”

Marcela Corrêa Caldas Dermatologista CRM - GO 6822 E-mail: dermaclean@outlook.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG-GO; • Pós Graduação em Dermatologia pelo serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Goiás, UFG-GO; • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Rejuvenescimento das Mãos Lana Bezerra Fernandes Dermatologista - CRM-GO 12829

As mãos estão sempre em evidência, mas na maior parte do tempo são deixadas de lado nos rituais de beleza, o que não acontece com a face, o pescoço e o colo. À falta de cuidados, somam-se o envelhecimento natural e as agressões externas. Se deixarmos, elas vão se tornando envelhecidas, magras, enrugadas e manchadas. Mas, sempre é tempo de recuperar a beleza das mãos. Veja no artigo da dermatologista Lana Bezerra Fernandes. “As mãos nos ajudam a ‘falar’ e a nos expressar melhor. Elas dão graça e, muitas vezes, leveza aos nossos gestos. Outras vezes, também demonstram delicadeza e elegância. É verdade, existe mesmo magia e poesia em nossas mãos. Mas, não há como escapar do envelhecimento. Nosso corpo é um reflexo da genética e da forma como nos cuidamos e permitimos as agressões externas. É comum negligenciarmos os cuidados que as mãos merecem. Quando estão envelhecidas, denunciam a idade e podem dar uma impressão equivocada de descuido, já que esta parte do corpo é bastante vulnerável ao fotoenvelhecimento. Por ser pobre em subcutâneo, também é uma área mais ressecada e susceptível às agressões do cotidiano, como quando utilizamos detergentes, sabonetes ou simplesmente quando frequentemente a colocamos em contato com a água. Sendo assim, é preciso ter atenção e cuidados especiais com as mãos. O envelhecimento é um fenômeno caracterizado pela perda da elasticidade da pele, pela queda de tecidos (pele, músculos, gordura), pelo crescimento das cartilagens e pela absorção óssea (aspecto esqueletizado e emagrecido). O dorso das mãos começa a evidenciar tendões, veias, além das manchas de sol e da idade, o que as deixam com aspecto cansado. A pele fina fica mais sensível e como os vasos sanguíneos se tornam frágeis, podem aparecer hematomas espontâneos, assim como a perda do subcutâneo leva ao risco de formação de púrpuras (extravasamento de sangue). Felizmente, para a pele das mãos, independente do tipo da lesão e do grau de envelhecimento, existem vários tratamentos. O ideal é que seja uma associação de tratamentos para uma melhor resposta final. Dentre os que existem,

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os mais usados para a recuperação e a revitalização das mãos são: -Peelings químicos: Há vários peelings para as mãos, porém somente após a avaliação dermatológica, do perfil e das condições clínicas do paciente, indica-se qual o mais adequado para aquela necessidade. O peeling de ácido retinóico é interessante, assim como o de ácido tricloroacético (ATA), que apresentam melhora significativa nas manchas e na textura da pele, podendo ser usados isoladamente ou em conjunto; - Laser e Luz Intensa Pulsada (LIP) - Utilizados para acabar ou amenizar as manchas ou melanose das mãos (manchas de sol), esses procedimentos também estimulam a produção de colágeno. Existem vários aparelhos e a melhor indicação depende de cada caso. Geralmente, os resultados desses tratamentos trazem grande satisfação ao paciente, quando usados no combate às manchas das mãos. O ideal é que sejam equipamentos em que podemos regular a freqüência, a fluência e a troca de parâmetros para cada tipo de pele e de lesão, podendo ser usado, inclusive, em peles negras. O número de sessões depende de cada caso; em alguns pacientes, apenas uma sessão já resolve. Durante o tratamento, no lugar das manchas, há formação de crostas que desaparecem depois de uma semana. Durante esse tempo, é necessário o uso de luvas protetoras e muito protetor solar. - Preenchedores: Ácido Hialurônico, Ácido Poli-L-Lático, Hidroxiapatita de Cálcio são os melhores produtos para restaurar o volume das mãos. Alguns deles, simplesmente aumentam o volume adequado a elas. Outros preenchedores, além de volumizar, também melhoram o aspecto da pele, deixando-a mais viçosa e firme. O procedimento é simples e pode ser realizado com anestesia local. Através de pequenos furinhos no dorso da mão, são introduzidas as microcânulas, que têm a função de transportar o produto que vai recuperar o volume do dorso da mão. Não são necessários incisões ou pontos. O paciente retorna para as suas atividades imediatamente, devendo apenas evitar trabalhos manuais pesados. O rejuvenescimento das mãos mexe com a vaidade e a autoestima das pessoas. Com a associação de cremes hidratantes, peelings e laser/foto-rejuvenescimento, as mãos ganham viço e o aspecto rejuvenescido, livres das manchas, com o volume certo e com as veias e tendões disfarçados. Portanto, não perca mais tempo, procure o seu dermatologista agora para começar a cuidar de suas mãos!”

Cuidados Básicos com as Mãos • Prefira sabonete de pH neutro para higienizar as mãos. Eles são menos agressivos; • Tenha sempre por perto um bom hidratante, todas as vezes que lavar as mãos e use-o sempre que lava-las. Hidratantes à base de uréia, óleo de silicone, manteiga de manga são boas opções, principalmente em peles mais ressecadas; • O uso do protetor solar é fundamental em ambientes externos durante o dia, bem como o uso de um bom hidratante durante a noite. Em mãos que já apresentam manchas, pode-se optar pelos ácidos noturnos, sem esquecer da devida fotoproteção durante o dia; • Evite o contato direto com a água e detergentes. Proteja as mãos com o uso de luvas de borracha flaneladas internamente para evitar fungos, bactérias e alergias de contato.

Lana Bezerra Fernandes Dermatologista - CRM-GO 12829 E-mail: lanabezerra@hotmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG-GO; • Pós Graduação em Dermatologia pelo serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Goiás, UFG-GO; • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Gotinhas que ajudam no combate à dengue

Gotinhas especiais que podem aliviar os

A

fórmula

desenvolvida

pelo

médico,

sintomas da dengue estão em franca produção no

pesquisador e professor da Faculdade de Medicina

Hospital de Medicina Alternativa (HMA) em Goiânia.

de São José do Rio Preto e mestre em Ciências da

Para driblar a doença que tem alcançado nesse ano

Saúde, Renan Marino possui componentes extraídos

índices alarmantes, a Secretaria de Estado da Saúde

de três elementos da natureza: o phosphoris que é um

de Goiás (SES-GO), apostou na fabricação de um

produto mineral que protege o fígado já que a dengue

medicamento homeopático que não é vacina, ou seja:

é considerada uma hepatite viral; o crotalus horridus

não previne a doença, mas permite que os sintomas

que atua para impedir que o quadro se desenvolva para

da dengue venham mais brandos, limitando, assim, as

dengue hemorrágica e o eupatorium perforatum, que é

complicações que levam ao óbito.

um vegetal que atenua as dores no corpo, nos olhos e

ossos.

De acordo com diretor do (HMA), Nestor

Carvalho Furtado, ao usar o medicamento conforme

prescrito, a pessoa não se desidrata tanto e recupera-se

que aderiram ao programa das gotas da dengue estão

melhor. “Isso porque é a desidratação que mais vitima o

ministrando as gotinhas na população. E os resultados

paciente”, diz.

são surpreendentes: “Já tive dengue e não havia tomado

Outra qualidade terapêutica do remédio é que

as gotas; fiquei muito mal, quase morri. Depois que

ele mantém as plaquetas sanguíneas em níveis seguros.

tomei o remédio contraí novamente a doença e senti,

Quando elas caem muito a doença evolui para o tipo

apenas, as dores na cabeça. Tive um pouco de diarreia,

hemorrágico, tornando-se ainda mais perigosa.

mas no outro dia estava bem e as minhas plaquetas

estavam em níveis normais”, relata a funcionária pública

Um componente específico das gotas da

dengue produzido com veneno da cobra cascavel

Em Goiás, desde março deste ano, 40 cidades

Margareth Marques de Moares.

tem a propriedade de inibir a queda das plaquetas e organizar o sistema do organismo que permite que

Campanha

não haja interferência no processo de coagulação do

sangue.Quando as plaquetas caem em níveis drásticos,

prevista para início de outubro. As gotas são gratuitas

a coagulação sanguínea fica comprometida e a pessoa

e distribuídas nos postos da saúde dos municípios. Elas

fica predisposta a desenvolver as temidas hemorragias.

são ministradas em 15 ml de água em copinhos de café.

“Duas gotas profiláticas a cada três meses

O tratamento também pode ser ministrado quando a

(em dose única),não impedem que o paciente contraia

pessoa já está doente para que a recuperação seja mais

a doença, mas permite que ele sinta com menor

rápida.

A segunda etapa profilática das gotinhas está

intensidade os sintomas. Em alguns casos a pessoa até adquire a dengue, mas passa despercebida”, completa

Saiba Mais

Nestor.

O Hospital de Medicina Alternativa fica na BR – 153,

As gotinhas são capazes de ajudar a diminuir as

Km. 08 – Bairro Santo Antônio – Goiânia - Goiás

dores comuns da doença que acometem o fundo dos olhos e os ossos. “As crises de náuseas e febre também

Maiores informações pelos telefones

ficam menos severas”, garante Nestor. As erupções

3201-3600 / 3601

avermelhadas na pele conhecidas como o ‘rashcutâneo’, também aparecem leves no corpo.

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Perdas Auditivas Gustavo Jorge Magalhães Otorrinolaringologista - CRM-GO 10818

O ouvido humano está ativo 24 horas por dia, até mesmo quando estamos dormindo ou sob o efeito de anestésicos ou sedativos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 15 milhões de brasileiros apresentam problemas de audição. As causas passam pela herança genética, doenças durante a gravidez, infecções na infância ou exposição frequente a ruídos. Ainda hoje, a deficiência auditiva é associada a um mal sem prevenção. Ledo engano. Existem alguns cuidados e hábitos simples que podem ajudar a preveni-la. Com a palavra, nosso consultor em Otorrinolaringologia Gustavo Jorge Magalhães. “Falar sobre perdas auditivas exige um entendimento inicial sobre o funcionamento do ouvido, que é dividido em três partes fundamentais: ouvido externo, ouvido médio e ouvido interno. O som ambiente chega pelo ouvido externo através de ondas sonoras, que seguem pelo canal auditivo e atingem o tímpano, que vibra e movimenta a cadeia ossicular (martelo, bigorna e estribo). Até chegar ao ouvido interno (cóclea), essas vibrações são amplificadas e conduzidas aos líquidos (endolinfas) presentes no local. Nesse momento, as vibrações se tornam impulsos elétricos que vão parar no cérebro que, a partir daí, analisa essas informações e conclui como sendo uma fonte sonora.

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Mas o ouvido humano não é capaz de ouvir todos os sons que o cercam. Agudos e graves muito intensos são imperceptíveis. Nós apenas conseguimos interpretar os sons que estão na frequência pertencente ao intervalo de 50 a 12.000 Hertz. Mas, em termos clínicos, é avaliada apenas a frequência sonora situada entre 250 e 8.000 Hertz. É dentro dessa frequência que se analisa a capacidade do ouvido em perceber sons graves e agudos, diferentemente de analisar a intensidade do som, que está diretamente associada ao volume de ruídos, medidos em decibéis. O ouvido humano suporta até 85 decibéis sem danos à nossa audição. Acima disso, quanto maior o tempo de exposição ao barulho, maior será a lesão e o prejuízo para os nossos ouvidos. Isso já foi confirmado cientificamente, por uma série de estudos e pesquisas. A exposição frequente a ruídos em alto volume pode mesmo causar perdas auditivas significativas. É o caso de escutar músicas com alto valor de pressão sonora em uma boate ou quando se faz uso dos fones de ouvido. Nessas situações, não poderemos precisar qual a real intensidade do som que chega ao ouvido. Portanto, para evitar danos à audição, é aconselhável diminuir o tempo de permanência no interior das casas noturnas e evitar a utilização de fones de ouvido. Insistir nesse erro é fatal para as células auditivas, pois quando essas são danificadas não serão mais repostas pelo organismo. Essas células se perdem definitivamente e a prova disso vem na forma do famoso zumbido no ouvido, cada dia mais frequente em quem se arrisca. O diagnóstico de perda auditiva também é frequente em pessoas de qualquer idade que exerçam atividades ligadas a aparelhos que produzem ruídos altos e constantes. É por esse motivo que a lei trabalhista determina um tempo com limite de permanência nesses locais. É preciso estar atento e utilizar equipamentos de proteção, como os tampões de ouvido que diminuem o impacto do barulho gerado pelos sons do ambiente. Para determinar como a intensidade dos sons do cotidiano afeta o nosso ouvido, existe um gráfico conhecido como audiograma. Classificamos quatro tipos de perda auditiva: neurossensorial, condutiva, mista ou neural. A perda neurossensorial resulta da falta ou dano da célula sensorial na cóclea (porção do ouvido interno onde se encontram os terminais nervosos responsáveis pela audição). A perda condutiva diz respeito a qualquer problema no ouvido externo ou médio que impede que o som seja conduzido adequadamente ao ouvido interno. A perda auditiva mista é a combinação das duas já citadas. Por fim, a perda neural ocorre quando o nervo auditivo não consegue enviar sinais ao cérebro. As causas de perda auditiva podem estar ligadas a doenças congênitas e a alguns tipos de meningite que afetam indiretamente o ouvido por meio de malformações e de infecções. Além disso, temos a surdez hereditária, na qual famílias têm genes com predisposição aos danos no aparelho auditivo. Essas são possíveis causas de perdas auditivas na infância. O diagnóstico precoce faz a diferença, pois a área da fala está diretamente relacionada a audição. Um bebê


que não ouve, não é capaz de replicar a fala dos pais e, consequentemente, não se desenvolve da maneira adequada. Existem exames com eficácia médica comprovada, como o teste da orelhinha, realizado por meio de computadores. Essa análise é realizada nos dias seguintes ao parto e é capaz de prevenir e solucionar males posteriores causados pelas perdas auditivas. Mas é a idade, a principal causa de perdas auditivas. Todos nós começamos a perder a nossa audição de forma gradativa a partir dos 30 anos e o problema começa a ser realmente percebido a partir dos 60 anos, quando há um declínio na capacidade de ouvir altas frequências de sons agudos, geralmente acima de 4.000 Hertz. E como a fala contém altas frequências de sons, isso significa dizer que a pessoa passa a ter dificuldade de ouvir o que os outros dizem. Faz parte de um processo natural do envelhecimento. Esse tipo de perda, em estágio inicial, não necessita de atenção especial. No entanto, se o paciente já se encontra em um estágio avançado de deterioração auditiva, é necessário um tratamento direcionado a cada caso. Se o ‘teste da orelhinha é realizado em laboratório, nos adultos, os exames clínicos de rotina devem ser realizados em ambulatório. São eles: a Audiometria e a Impedanciometria. Juntos, esses exames são capazes de quantificar qual o grau da perda auditiva e em qual frequência sonora está o problema de uma forma simples e rápida. Outro exame importante é o B.E.R.A. (Potenciais Auditivos de Tronco Encefálico, ou Audiometria de Tronco Cerebral), que avalia e registra a atividade elétrica que ocorre no nosso sistema auditivo, do ouvido interno até o córtex cerebral, em resposta a um estímulo sonoro. Utilizando-se de tecnologia wi-fi, atualmente este é o método mais utilizado e indicado na prática clínica e têm se tornado cada vez mais parte integral da bateria de testes audiológicos. É um exame não invasivo, indolor e independe da colaboração do paciente. No entanto, o teste mais avançado disponível atualmente é o Steady State, que consegue detectar e escanear em adultos e crianças o grau de prejuízo auditivo, e a localização exata da perda da frequência

sonora atingida. O tratamento das perdas auditivas depende do caso de cada paciente. Para perdas auditivas condutivas, a tímpanoplastia (correção do tímpano perfurado) é um dos procedimentos cirúrgicos existentes. Outra cirurgia para correção da perda de audição é estapedectomia, indicada aos pacientes que foram acometidos por uma doença hereditária muito comum em adultos jovens, um problema chamado de otosclerose. Esse procedimento consiste em colocar uma prótese no ouvido do paciente para que ele volte a ouvir. No caso de perdas auditivas neurossensoriais, são indicados os aparelhos de amplificação sonora individual, que são aparelhos modernos que ficam localizados atrás da orelha e servem para aumentar a capacidade auditiva do indivíduo. É importante ressaltar que, para que esse tratamento seja eficaz, o paciente não pode ter perdido totalmente a audição, pois ele se baseia no aumento do volume percebido pelo ouvido. A tecnologia atual permite que essas pequenas máquinas sejam discretas e altamente eficientes. Os implantes representam o que há de mais moderno no que diz respeito ao tratamento das perdas auditivas. Existem várias opções disponíveis, dentre as quais se destacam os implantes cocleares, indicados para perdas neurossensoriais profundas bilaterais (nos dois ouvidos). Eles geram resultados positivos impressionantes em pessoas que tiveram a audição totalmente prejudicada, seja por fatores hereditários, em crianças e adolescentes, ou por problemas auditivos adquiridos por jovens e adultos. Hoje em dia, podemos afirmar que quase todos os casos de perdas auditivas leves, moderadas ou profundas são reversíveis. Os novos aparatos e as técnicas inovadoras permitem que o paciente seja tratado de forma menos invasiva e com resultados muito eficientes. No entanto, é necessário destacar que o número de casos de perda ou danos à audição tem aumentado bastante. Essa não seria uma realidade, se a prevenção e alguns cuidados simples fossem aplicados no cotidiano, evitando assim, prejuízos em um futuro não tão distante”.

Gustavo Jorge Magalhães Otorrinolaringologista CRM-GO 10818 E-mail: : gustavojorge_orl@yahoo.com.br

• Graduado pelo Centro Universitário Volta Redonda, no Rio de Janeiro - RJ; • Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro - RJ; • Pós-graduação no Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia; • Fellowship no House Ear Institute, em Los Angeles - Califórnia.

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REPRODUÇÃO ASSISTIDA Corival Castro Ginecologista e Obstetra CRM-GO 4786

INFERTILIDADE FEMININA • Ausência de ovulação ou ovulação inadequada A mulher deve ficar atenta quando há irregularidades nos ciclos menstruais, principalmente quando ocorrem atrasos, pois são esses sinais que indicam problemas na ovulação.

• Doença das Trompas As doenças das trompas impedem definitivamente uma gravidez, pois provocam a obstrução das mesmas. Os principais agentes causadores do problema são o gonococos e a chlamydia. Um exemplo de doença das trompas é a doença inflamatória pélvica.

• Doenças no útero Quando há alterações no colo uterino e em seu muco, os espermatozóides são impedidos de nadar com eficiência e penetrar na cavidade uterina. Por isso, a avaliação do colo, no canal de entrada para o útero, tem importância fundamental na avaliação do casal infértil. Dentre as doenças do útero estão os miomas, as malformações e as infecções. Dependendo das características dos miomas e das malformações pode haver impossibilidade de implantação do feto e ocorrer abortos. No entanto, cada caso deve ser avaliado

individualmente pelo especialista.

• Endometriose A endometriose é uma doença que pode causar infertilidade de várias formas. Pode afetar as tubas, o transporte do óvulo e do espermatozóide, prejudicar a ovulação e a fecundação e até aumentar as taxas de aborto. As técnicas de reprodução assistida como a inseminação e a fertilização in vitro, contornam os impedimentos causados pela endometriose e proporcionam boas taxas de gravidez.

• Fatores Imunológicos Os fatores imunológicos vêm ganhando espaço na medicina reprodutiva, na medida em que explicam vários casos de infertilidade e abortamentos “sem causa aparente”. Isso acaba levando a uma ansiedade intensa e a um sofrimento, muitas vezes, repetitivo, mesmo nos casais que conseguem engravidar espontaneamente. Vacinas contra linfócitos paternos e a imunossupressão são tratamentos específicos para obter a gestação e levála a termo.

INFERTILIDADE MASCULINA O fator masculino responde por quase metade dos casos de infertilidade. A melhor medida é a prevenção e o acompanhamento de qualquer fator de risco, desde a infância e a adolescência até a idade reprodutiva, pois o tratamento do paciente, nesses casos, praticamente não proporciona resultados satisfatórios de gravidez nem

melhoram a qualidade seminal. Uma vez que o homem está com sua fertilidade comprometida, o tratamento de fertilização mais eficaz é o próprio laboratório, que vai manipular os gametas, de forma a capturar e a selecionar os espermatozóides para sua utilização em inseminação ou fertilização in vitro.


TRATAMENTO ATRAVÉS DA REPRODUÇÃO ASSISTIDA • Coito Programado Dentre os tratamentos, esse é considerado o mais simples. Consiste em monitorar e determinar o dia exato da ovulação, através da ultrassonografia, orientando o casal a ter relação sexual no dia mais propício para engravidar.

• Indução da ovulação A indução da ovulação pode ser feita com o uso programado de medicamentos orais ou injetáveis, aumentando as chances de gravidez.

• Inseminação Artificial A inseminação artificial associa o método de indução da ovulação com a coleta do sêmen (por masturbação) no laboratório. É lá que se faz a seleção e o preparo dos espermatozóides que serão introduzidos no útero, no dia ideal da ovulação. Esse método, quando bem indicado, alcança cerca de 40 % de sucesso em até 3 ou, no máximo, 4 tentativas. A partir daí, quando não ocorre a gravidez, deve-se partir para outro método.

• Fertilização in vitro

A fertilização in vitro é uma técnica em que se promove, no laboratório, o encontro dos espermatozóides com os óvulos, para obter a fecundação. Depois de fertilizados, os melhores embriões são selecionados e transferidos de volta para o útero. Esse método é a grande arma para a solução de todos os casos de infertilidade em que se podem obter óvulos e espermatozóides do casal. É importante lembrar que nos casos em que o homem e/

ou a mulher não produzem seus próprios gametas, podese recorrer às doações de gametas primeiramente e posteriormente, partir para a fertilização in vitro.

• ICSI Consiste na injeção de um único espermatozóide, colhido naturalmente ou por extração testicular, diretamente dentro do óvulo, para depois implantá-lo no útero. Com isso, casos muito graves de infertilidade, podem ser beneficiados, propiciando um aumento importante nas taxas de sucesso de gravidez.

• Doação de gametas A doação compartilhada é a forma mais freqüente de doação e consiste numa boa alternativa, quando não há a produção de óvulos e/ou espermatozóides. No laboratório, quando um casal produz uma quantidade excedente de pré-embriões, estes podem ser congelados em nitrogênio líquido, sem que percam a vitalidade, em um procedimento chamado de criopreservação. Posteriormente, esses pré-embriões podem ser descongelados e transferidos para o útero, em novas tentativas de gravidez. Assim, pode-se repetir o tratamento, sem que seja novamente necessária a realização de todos os passos para a indução da ovulação, coleta de óvulos e fertilização. Os pré-embriões criopreservados poderão servir também como material de pesquisa ou podem ser doados, contribuindo para que outras mulheres possam engravidar.

Corival Castro Ginecologista e Obstetra CRM-GO 4786 corival@terra.com.br • Membro da American Society for Reproductive Medicine, ASRM; • Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, SBRH; • Diretor Associado da Clínica Humana de Medicina Reprodutiva; • Presidente da Comissão Auxiliar de Reprodução Humana da Sociedade Goiana de Ginecologia e Obstetrícia.


Desordens da Mama Deidimar Abreu Mastologista - CRM-GO 5822

O câncer de mama é o segundo tipo mais frequente de neoplasia maligna na mulher. Ele é responsável por 22% de novos casos a cada ano, de acordo com Instituto Nacional do Câncer (INCA). Mas, nem todo problema na mama é câncer. Porém, as dores mamárias podem surgir como um aviso do organismo, mas também, podem ser apenas desconfortos cíclicos naturais da mama. Saber a diferença entre nódulos e cistos e conhecer as formas de prevenção do câncer de mama é essencial no diagnóstico precoce da doença. Saiba um pouco mais sobre as desordens da mama com a mastologista Deidimar Abreu.

“Para entender os problemas da mama, é necessário saber sobre o seu funcionamento. A mama é formada por tecido glandular, tecido fibroso e gordura. Seu desenvolvimento se inicia por volta dos 10 anos de idade, com o aparecimento do broto mamário. Na adolescência, as mamas continuam o seu desenvolvimento e atingem a sua formação por volta dos 18 anos. Durante as várias etapas da vida da mulher, esse órgão pode sofrer alterações, que são determinadas pelo ciclo menstrual, pela gravidez, pela amamentação, pelo o uso de anticoncepcionais ou pela terapia de reposição hormonal. Dor Mamária Cíclica A dor mamária é um sintoma muito comum e as mulheres precisam estar atentas para classificá-la como normal ou perigosa. Existem dores na mama que são naturais da fisiologia feminina e podem aparecer frequentemente, pois estão ligadas ao ciclo menstrual. Geralmente, surgem nos dias que antecedem a menstruação e apresentam melhora ao final do fluxo menstrual. Isso acontece como consequência das alterações hormonais e pela maior retenção de líquido na segunda fase do ciclo menstrual, o que aumenta a sensibilidade, com possíveis dores. Chamamos esse tipo de desconforto de dores mamárias cíclicas, pois aparecem em períodos de tempo predeterminados. As dores mamárias que acontecem na segunda fase do ciclo menstrual e que são contínuas e/ou de forte intensidade merecem mais atenção. Isso se dá pelo fato de que as dores cíclicas só são consideradas normais se o grau de intensidade apresentar caráter leve ou moderado. Quando essa dor é muito intensa e acompanhada de algum outro sintoma (nódulo; vermelhidão na região mamária; saída de secreção pela mama ou febre) é fundamental procurar a opinião de um especialista. Dor Mamária Não Cíclica Existem também, as dores mamárias que não seguem o padrão cíclico dos períodos menstruais. Elas são denominadas de dores não cíclicas, podendo ocorrer em qualquer época da vida reprodutiva da mulher e atingindo uma região específica da mama. Essas dores, como não apresentam sinal de normalidade, devem ser investigadas a partir de um acompanhamento médico. Existem dois tipos de dores mamárias não cíclicas, que chamamos de dores “verdadeiras” e de dores extra mamárias. A dor mamária não cíclica “verdadeira” é assim chamada porque realmente aparece em uma região específica da própria mama. Já a dor extra mamária é percebida através da mama, mas na verdade, possui origem em outro local ou estrutura do corpo. Um exemplo de dor extra mamária é a fibromialgia, onde a dor generalizada tende a se localizar na região do tórax, mas

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alguns pacientes acabam se confundindo, acreditando que o desconforto vem da mama. Nódulos e Cistos Os nódulos e cistos também são considerados desordens da mama, relacionados às alterações hormonais no nosso organismo. Utiliza-se a nomenclatura “nódulo” para o que é sólido e “cístico” para o que é líquido. O nódulo pode ser maligno (tumor que se dá pela multiplicação desordenada das células) ou benigno. Dentre os nódulos benignos, o mais comum é o fibroadenoma e o seu desenvolvimento pode ser estimulado pelos hormônios endógenos, produzidos pelo próprio organismo ou por estímulos externos, como o uso de antinconcepcionais ou quando é realizada a reposição hormonal. A existência de nódulos deve ser investigada por meio da ultrassonografia, da mamografia, por punção e por biópsia. É importante lembrar que nem sempre há necessidade de retirar os nódulos, alguns são acompanhados por um longo período de tempo, dependendo da avaliação de cada caso. Porém, para acompanha-los é imprescindível uma biópsia confirmando que os mesmos são benignos. Os cistos podem aparecer em qualquer período da vida reprodutiva da mulher e em sua maioria são benignos. Eles surgem com maior frequência no período pré-menstrual, quando há maior retenção de líquidos. A sua formação está relacionada com o desuso da mama, ou seja, se a mulher não está gestante ou amamentando, os elementos da mama ficam atrofiados e por não serem utilizados, os cistos aparecem. Quando são assintomáticos, é realizado apenas o acompanhamento médico dos cistos, mas, quando medem acima de três centímetros, podem ser dolorosos, sendo algumas vezes necessário esvaziálos. Os cistos só são preocupantes quando existe uma lesão de consistência sólida em seu interior. Prevenção As dores mamárias, os cistos e os nódulos são problemas da mama que, dependendo da gravidade, podem estar relacionados ao câncer de mama. Para

prevenir o câncer de mama é necessário fazer a mamografia e o auto-exame. A mamografia, para rastreamento, em diagnóstico precoce, deve ser feita após os 40 anos, anualmente. Nos pacientes que já possuem casos de câncer de mama na família, o ideal é começar a mamografia já aos 30 anos de idade ou dez anos antes da idade em que o parente de primeiro grau foi diagnosticado (desde que não seja feita antes dos trinta anos de idade). O auto-exame da mama, ultimamente não anda sendo estimulado na prática clínica devido ao fato de gerar ansiedade ou falsa segurança. É claro que tem sua importância, porém estimulamos que a paciente procure um médico para ser examinada. Mas, caso a mulher queira se examinar, isto deve ser feito uma semana após o período menstrual e, quando a mulher não menstrua mais, o ideal é fazer no primeiro dia do mês. Podemos considerar que o câncer tem origem genética - uma lesão é herdada ou adquirida no DNA das células. A partir da lesão, há uma proliferação descontrolada das células. Esse descontrole celular pode ser causado por fatores de ordem pessoal (menstruação precoce; menopausa tardia; obesidade pós-menopausa e o fator da hereditariedade) ou de ordem externa (uso de bebidas alcoólicas; consumo exagerado de gordura saturada; consumo exagerado de carne vermelha; ingestão de pouca fibra; sedentarismo e uso de medicamentos a base de hormônio, anticoncepcionais orais ou repositores de hormônios na fase madura, pelo uso contínuo e prolongado, acima de 5 anos). Normalmente o câncer de mama não apresenta sintomas e, quando aparecem, é porque a doença já está em estágio avançado. Mas, de uma maneira geral, deve-se ter muita atenção quando há descarga mamilar sanguinolenta; linfonodos na axila; alteração de coloração da pele da mama e nódulos mamários. Geralmente, esses nódulos são endurecidos, indolores, e não somem após o período menstrual. O tratamento para o câncer de mama inclui cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia.”

Deidimar Abreu Mastologista CRM-GO 5822 E-mail: abreudeidimar@terra.com.br

• Formada pela Universidade Federal de Goiás – UFG; • Título de especialização em Mastologia, pela Sociedade Brasileira de Mastologia; • Mestre em Genética pela PUC- Goiás; • Professora concursada do curso de MedicinaFaculdade de Medicina- PUC – Goiás.

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Doenças Hipertensivas na Gravidez João Luiz Tarlé Rosa

Ginecologista e Obstetra - CRM-GO 7014

Problemas hipertensivos na gestação devem ser encarados com muita seriedade. Sete perguntas sobre hipertensão na gravidez para o Ginecologista e Obstetra João Luiz Tarlé Rosa. 1 – O que são doenças hipertensivas na gravidez e qual a importância delas? O aumento da pressão arterial diagnosticado durante a gestação em mulheres que nunca haviam apresentado antes o problema é classificado como Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG). Esse é um problema bastante comum em grávidas e se apresenta de duas formas: como pré-eclâmpsia e como eclâmpsia. A pré-eclâmpsia é o aumento da pressão arterial, acompanhada da eliminação de proteína pela urina. Normalmente, essa complicação começa depois da 20ª semana de gravidez. Quando não tratada adequadamente, pode culminar na própria eclâmpsia, a reta final da doença, que se caracteriza pela pressão muito elevada, acompanhada de sintomas mais graves,

como inchaço e convulsões. Nesse estágio da DHEG, a vida da mãe e a vida do bebê entram em risco. Há ainda a hipertensão crônica (pregressa) durante a gestação. Em cerca de 10% dos casos, a pré-eclampsia se associa à hipertensão crônica da gestante. Além de serem as complicações mais frequentes na gestação, esses distúrbios são a principal causa de morte materna e perinatal e também causam complicações que limitam a qualidade de vida dos recém-nascidos sobreviventes aos danos da hipóxia (falta de oxigenação) perinatal, com consequências neurológicas desastrosas para a criança. 2 – Quais são as principais causas da hipertensão na gravidez e como é feito seu diagnóstico? Não há apenas uma causa específica para a hipertensão na gravidez. No entanto, sabe-se que o problema é resultado, entre outros problemas, da má adaptação do organismo materno à condição de gestante. Outros motivos são a alimentação desequilibrada, com a ingestão excessiva de sal e o sedentarismo. É aconselhado, mesmo durante a gestação, que a mãe pratique atividades físicas moderadas e modifique sua alimentação, reduzindo o sal, como forma de prevenção. O diagnóstico é clínico e laboratorial e deve ser feito antes da 20ª semana de gestação para que comparações possam ser realizadas. A medida da pressão arterial precisa ser monitorada, respeitando os parâmetros de pressão diastólica (mínima) superior a 90 mmHg e da pressão sistólica (maxima) acima de 150 mmHg, além de pesquisar o edema (inchaço) e a dosagem de proteína na urina. 3 – Por que esses cuidados são tão importantes a partir da 20ª semana de gestação? Normalmente após a metade da gravidez desenvolve-se um aumento dos níveis de pressão e do edema (inchaço) principalmente nas mãos e nos pés e alguma perda de proteína pela urina (detectável em exames laboratoriais). A pré-eclâmpsia leve ou moderada evolui para pré-eclampsia grave, quando há aumento dos níveis de pressão arterial e da perda protéica urinária associada à diminuição da diurese (fluxo urinário),

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com evidente aumento de inchaço e de dores na parte alta do abdome. Também são consequências deste problema: a coloração roxa ou azulada da boca e das unhas, a diminuição do crescimento fetal, dores de cabeça e transtornos visuais (pontos brilhando na vista). Ao chegar a esse ponto, já é configurada a iminência de eclâmpsia, situação que merece tratamento emergencial. Quando aparecem as convulsões, é sinal de que já se trata de um quadro de eclâmpsia e, neste caso, devemos excluir outras doenças convulsivas como a epilepsia. 4 – O que é a síndrome de HELLP? É uma situação clínica extremamente grave que ocorre em casos de pré-eclâmpsia e eclâmpsia. Temos sintomas e sinais associados à hemólise (diminuição das plaquetas e alteração nas enzimas hepáticas). O termo HELLP foi inicialmente utilizado em 1982, usando-se as iniciais Hemólise Elevadas Liver (testes de função hepática elevados) e Low (queda) Plaquetas. O tratamento da síndrome de HELLP é a correção dos distúrbios maternos, permitindo que a gestação seja interrompida de forma mais segura possível, independente da idade gestacional. Esta síndrome está associada a um mal desfecho materno e fetal, com complicações maternas para a mãe, como edema agudo de pulmão, falência cardíaca, insuficiência renal, coagulação intravascular disseminada com hemorragias importantes, ruptura do fígado e morte materna. 5- Como evolui a hipertensão crônica na gestação? A hipertensão na gestante é crônica quando ocorre antes de 20 semanas de gestação, quando já havia sido diagnosticada previamente a gestação e quando a hipertensão não desaparece até 6 semanas após o parto. Ela pode ser essencial (quando não se reconhece a causa),

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de origem renal, vascular (estreitamento que ocorre na aorta, o maior vaso do corpo humano responsável por levar sangue rico em oxigênio para todo o organismo.) e endócrina (doenças da suprarrenal). É importante conhecer os níveis pressóricos antes da gestação. Este diagnóstico é fácil de ser realizado pelo seu médico. Quanto à gravidade, esta pode ser classificada como complicada (com perda da função renal ou cardíaca) ou pré-eclâmpsia superajuntada (associação de sintomas da Hipertensão Arterial Crônica e da Doença Hipertensiva Específica da Gestação). 6 – Existe um perfil de mulheres que desenvolvem a hipertensão durante a gestação? Mulheres que engravidam tardiamente costumam ter maior chance de desenvolver o problema – aproximadamente 14% delas. Pacientes com histórico familiar de pré-eclâmpsia e eclâmpsia, ou pré-eclâmpsia em gestação anterior, com aumento de massa trofoblástica (tecido que constitui a parte da placenta derivada do embrião) também estão sujeitas ao problema. 7 – Como é feito o tratamento das síndromes hipertensivas da gestação?

da Gestação (DHEG), inicia-se tratamento para prevenção da pré-eclâmpsia. Nessa fase, pode ser feito o uso de aspirina em baixas doses e suplementação de cálcio, além de dieta com pouco sal e muita proteína. Uma vez confirmado o diagnóstico de pré-eclâmpsia, a paciente deve permanecer em repouso, deitada sempre do lado esquerdo – o que favorece a circulação no organismo materno e na circulação sanguínea do útero. O tratamento pode incluir ainda a sedação leve com finalidade de diminuir a reação vascular originária de fatores emocionais. O uso de hipotensores (remédios da hipertensão) será direcionado dependendo do quadro clínico da paciente, de maneira individualizada. Já o tratamento da eclâmpsia, prevê a internação em regime de urgência, incluindo o tratamento anticonvulsivante, a interrupção da gestação e o tratamento para os distúrbios metabólicos e respiratórios (devido ao acometimento de múltiplos órgãos). Muitos casos evoluem para tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). É preciso que a paciente faça o pré-natal da maneira correta e siga todas as orientações médicas, para que o diagnóstico das doenças hipertensivas na gravidez seja feito o quanto antes. O sucesso do tratamento depende diretamente de um diagnóstico precoce.

Uma vez identificado os fatores de predisposição e de Doença Hipertensiva Específica

João Luiz Tarlé Rosa Ginecologista e Obstetra CRM-GO 7014 E-mail: jltarlerosa@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pelo Centro de Ciências Médicas e Biológicas de Sorocaba, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), SP; • Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM); • Estágio em Reprodução Humana pelo Centro de Ciências Médicas e Biológicas de Sorocaba, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), SP.

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Queda de Cabelo Lorena Dourado

Dermatologista e Tricologista - CRM-GO 11663

Os hormônios, a emoção, a alimentação, a saúde e a genética interferem diretamente na quantidade de cabelos que temos ou deixamos de ter. Quando percebemos que no ralo do banheiro há um acúmulo maior de cabelos, é hora de procurar um especialista na área e prevenir a queda. Entenda mais sobre este assunto, que interessa tanto aos homens quanto às mulheres, com a Dermatologista e Tricologista (especialista em cabelos), Lorena Dourado.

“Os cabelos são formados por uma raiz e por um fio. Normalmente, cumprem um ciclo de nascimento, crescimento e queda para que sejam substituídos por outros. Dependendo da pessoa, esse ciclo pode ser maior ou menor. Por isso, algumas pessoas se queixam de que o cabelo não cresce como elas gostariam. É que nelas, os fios caem antes que se tornem longos. Temos cerca de 3 milhões de fios de cabelos, que crescem, em média, um centímetro por mês. Fatores de risco Entre as principais causas da queda de cabelo, destacamos as que estão ligadas às oscilações hormonais, aos fatores emocionais, às dietas que levam à perda de peso severa, ao estresse cirúrgico, às doenças que baixam a imunidade ou às doenças auto-imunes, ao alcoolismo e ainda aos fatores genéticos. Abaixo, destacamos essas causas, que são muito frequentes em consultório: Queda de cabelos no pós-parto: Alterações hormonais são a causa para a queda de cabelo que costuma acontecer depois do parto porque um grande número de folículos pilosos muda rapidamente de fase dentro do ciclo capilar, aumentando o número de fios que caem. É o que chamamos de Eflúvio Telógeno, que pode começar de maneira mais rara no final da gravidez, mas frequentemente costuma iniciar de dois a cinco meses após o parto, caracterizando-se por intensa queda de cabelo, que dura em média de um a cinco meses. Outras alterações hormonais: Além do pós-parto, as alterações hormonais que ocorrem no nosso corpo de um modo geral (como na adolescência e na menopausa) ou em doenças, como hipotireoidismo, merecem atenção, uma vez que os hormônios podem dizer muito sobre nossa saúde capilar. -Alimentação: As dietas com baixa ingestão de proteínas, deficiência de vitaminas, anemias e desnutrição podem provocar a queda de cabelo, assim como as grandes perdas de peso, uma queixa frequente em quem se submete às cirurgias bariátricas. - Doenças: Qualquer doença que leva à diminuição da imunidade, também pode gerar a queda dos cabelos. Algumas delas, como a Alopecia Areata, o Líquen Plano Pilar, a Alopecia Frontal Fibrosante, o Lúpus e outras, podem provocar a queda não só dos cabelos, mas dos pelos de todo o corpo.

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-Álcool: O bebedor crônico de álcool tem sérios riscos de sofrer de desnutrição, o que torna seus fios mais frágeis e mais vulneráveis à queda. -Estresse: Falecimentos, assaltos, sequestros e outros problemas que geram um estresse psicológico importante, podem levar a queda de cabelo, que pode durar alguns meses após o término do fator estressante. -Fatores genéticos: Dentre as causas de queda de cabelo a calvície ou alopecia androgenética é a mais frequente. Nesse tipo de queda capilar, os cabelos ficam progressivamente mais finos, depois começam a cair e param de nascer naquele local. Surge geralmente após a puberdade por ação hormonal e com uma variedade de formas clínicas. Pessoas com vários casos de calvície na família têm maiores chances de desenvolver a doença. Porém, existem outros fatores que interferem nesse tipo de queda. A calvície é mais frequente nos homens, e geralmente se manifesta no centro da cabeça e com um aumento das ‘entradas’. O mesmo já não acontece com os fios da região posterior e lateral da cabeça, que são mais resistentes à queda por serem menos sensíveis aos hormônios masculinos (testosterona), responsáveis pelo afinamento do fio capilar. Por isso, os fios da região posterior da cabeça são escolhidos como doadores para um possível transplante capilar. Nas mulheres, a calvície também é um problema frequente, que se caracteriza pelo afinamento e diminuição dos fios, principalmente na parte de cima da cabeça. Quando o couro cabeludo fica visível na parte da frente é hora de procurar um especialista. O Tratamento Existe um tratamento diferente para cada tipo de queda de cabelo. Em alguns casos são indicados medicamentos de aplicação no couro cabeludo, outras vezes, associamos medicamentos orais. Por isso, é importante procurar um Dermatologista com Título de

Como prevenir a queda de cabelo? 1-Manter os cabelos limpos. A frequência da lavagem depende da necessidade do couro cabeludo. Quando o couro cabeludo fica sujo tornase mais oleoso sujeito a apresentar caspa. A caspa intensa pode levar a queda de cabelo. 2-Não prenda os cabelos molhados isso pode estimular à formação da caspa e em alguns casos a queda capilar. Além de poder levar a quebra do fio. 3-Cuidado com a chapinha, ela pode gerar bolhas nos fios deixando-os mais frágeis. 4-Uma alimentação variada e balanceada ajuda a manter seu cabelo saudável com menor risco de queda. Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, para que o diagnóstico seja feito e se inicie o tratamento o quanto antes. Além de um completo exame físico, o diagnóstico é feito com a ajuda de exames como a dermatoscopia manual e digital (Trichoscan®) e o tricograma, que avalia a raiz dos cabelos e que determina a porcentagem de fios em processo de queda e a porcentagem de fios afinados. Também são feitos exames laboratoriais que excluem ou evidenciam deficiências vitamínicas, anemias e outras doenças que podem estar causando a queda de cabelo. Os tratamentos não medicamentosos incluem os lasers de diodo de baixa potência. Esses aparelhos são considerados complementares às terapias convencionais (orais e de aplicação) e promovem uma fotobioestimulação do cabelo, melhorando as raízes viáveis. Transplantes são indicados quando a pessoa tem uma área doadora boa (cabelos da região posterior da cabeça) e pode ser feito em quadros desde os mais iniciais até os mais extensos.”

Lorena Dourado Dermatologista e Tricologista CRM-GO 11663 dourado.lorena@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Titular em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Especialista em Tricologia pela Faculdade de Medicina do ABC e pela Universidade de São Paulo (USP), SP.

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Obesidade Grave Leonardo Sebba

Cirurgião do Aparelho Digestivo - CRM-GO 7610

O Brasil está entre os países com preocupante número de obesos graves. O último senso registra cerca de 70 milhões de brasileiros acima do peso, sendo que 7 milhões deles estão em estado crítico de obesidade. Neste artigo do Cirurgião do Aparelho Digestivo, Leonardo Sebba, a obesidade é vista como uma doença terrível e que precisa ser tratada. “A obesidade mórbida é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura no corpo, com consequências associadas à hipertensão arterial, diabetes, doenças nas articulações e no coração, derrame cerebral, insuficiência respiratória, apnéia do sono, varizes e trombose nas veias das pernas, perda de urina nas mulheres, impotência, infertilidade, vários tipos de câncer, principalmente os de mama, útero e intestino. Este é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo ocidental, atingindo cerca de um terço da população e com aumento progressivo da doença, sendo por isso, chamada de a ‘epidemia’ do terceiro milênio. No Brasil, cerca de 40% dos adultos são obesos. Ao contrário do que muitos pensam, a obesidade não é um problema moral ou de falta de vontade, mas um sério problema médico, geralmente mal tratado. É preciso analisar componentes genéticos, metabólicos, hormonais, comportamentais, culturais, psicológicos e sociais. As mudanças de hábitos alimentares e comportamentais, exercícios físicos e medicamentos, são formas conservadoras de tratamento da doença, mas que tem um alto índice de insucesso, quando se trata de um obeso grave, aquele que possui o Índice de Massa Corporal acima de 40. A Organização Mundial de Saúde graduou a obesidade obedecendo a seguinte fórmula:

IMC = Peso / altura² É consenso mundial, estabelecido pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, que o único tratamento realmente eficaz na perda e na manutenção do peso do obeso mórbido é o tratamento cirúrgico, quando não existem doenças com riscos inaceitáveis para a cirurgia, ou quando existem doenças endócrinas como causa da obesidade ou ainda distúrbios psiquiátricos graves, incluindo viciados em drogas e álcool. Os tipos de cirurgia utilizados atualmente levam em consideração o histórico de cada paciente, bem como suas condições físicas, psicológicas e as perspectivas de perda de peso. O paciente participa de toda a discussão

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em torno do tratamento, sendo informado sobre as técnicas, os procedimentos, o resultado almejado e que será necessário cooperar no pré e no pós-operatório, obedecendo todas as orientações da equipe médica para o sucesso do tratamento. Qualquer que seja a técnica escolhida, todas as cirurgias de restrição do estômago podem ser realizadas por via vídeo-laparoscópica, em que o acesso ao aparelho digestivo é feito através de 4 ou 5 furinhos no abdome, com menor trauma cirúrgico, menor dor e retorno precoce às atividades diárias. Podemos optar, dependendo de cada paciente, por técnicas como: Bypass Gástrico – Também conhecida como cirurgia de Fobi-Capella, é um processo cirúrgico que reduz drasticamente o tamanho e o volume do estômago. Com a cirurgia restritiva, o volume diário ingerido passa a ser em torno de 20% do volume pré-operatório, levando a uma grande diminuição do aporte calórico diário e a consequente perda de peso, diminuindo consequentemente a ingestão de alimentos. A técnica evoluiu bastante e hoje os cirurgiões já não utilizam mais o anel de silicone no novo estômago que antigamente era utilizado e provocava vômitos frequentes, dificuldade de adaptação à cirurgia e reoperações para a sua retirada. Com o uso de um grampeador cirúrgico, o estômago é dividido em dois segmentos: - Um de porção menor que servirá de novo estômago; - Outro maior que será excluído da passagem dos alimentos. Além da criação desse novo e pequeno reservatório gástrico, realiza-se um desvio da parte intestinal para que nem todo alimento ingerido seja absorvido. Esta técnica de derivação gástrica (Bypass Gástrico) é a mais realizada atualmente em todo o mundo. Podemos dizer que se trata de uma técnica bastante segura e com ótimos resultados, inclusive sendo a base atual da cirurgia de diabetes. Gastrectomia Vertical – Sleeve – Aqui o estômago do paciente é grampeado em forma de tubo, que vai do esôfago até o duodeno. Assim se reduz o estômago em até 80% do seu tamanho. O novo estômago fica com cerca de 150 a 250 mls e com a forma parecida com um tubo gástrico. Nessa redução, se retira parte do fundo gástrico, região que produz o hormônio grelina, responsável pela a sensação de fome. Assim, após a cirurgia, o apetite também diminui. A Gastrectomia Vertical ou Sleeve Gástrico vem sendo indicada cada vez com maior frequência para o tratamento da obesidade. Ela é uma alternativa para pacientes com extremos de idade (jovens e idosos), pacientes que possuem problemas intestinais e quadros de anemia. Derivação Biliopancreática com Switch Duodenal – Esta é uma cirurgia com alto grau de disabsorção intestinal. O organismo é impedido de absorver grande parte dos alimentos ingeridos. O


estômago é reduzido parcialmente com um grande desvio intestinal. É preciso um rigoroso controle pós operatório com suplementação de polivitamínicos, proteína, cálcio e ferro. Os resultados de perda de peso são excelentes e esta é uma excelente técnica para resolver os problemas de diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia (altas taxas de colesterol e triglicérides). Banda Gastrica Ajustável – Esta técnica instala uma cinta ajustável ao redor do estômago, estreitando-o e transformando-o em um formato de ampulheta. Embaixo da pele do abdome. A cinta é ajustada através de um botão que funciona como um portal de acesso para que o cirurgião, de acordo com a necessidade do paciente, possa injetar líquido estéril e, inflar a banda, aumentando ou diminuindo o calibre de esvaziamento da ampulheta. Quando encontrado o ponto de constricção gástrica ideal, o paciente come um pouco e precisa esperar até que o alimento passe pelo estreitamento do ajuste gátrico para comer novamente. As refeições serão de pequeno volume e o paciente terá a sensação de saciedade pelo estufamento da parte superior da ampulheta. A perda de peso é da ordem de 20% do peso inicial, uma perda modesta para um obeso mórbido. A técnica só deve ser aplicada a poucos casos selecionados, pois o paciente será portador de uma prótese no estômago por toda a vida. Balão Intragástrico – A introdução de um balão inflável de silicone dentro do estômago é um procedimento simples, realizado em ambulatório, com leve sedação, por via endoscópica. Logo após a sua introdução, o balão é inflado com cerca de 500 ml a 700 ml de soro fisiológico, corado com tintura de azul de metileno. Sem necessidade de internação, a finalidade é reduzir a capacidade do estômago e a ingestão de alimentos. O tempo máximo de permanência do balão é de seis meses e sua retirada também é por via laparoscópica. O objetivo do tratamento cirúrgico é principalmente minimizar ou eliminar as doenças associadas à obesidade, como também tentar resolver os problemas psicológicos e sociais causados pelas

dificuldades pessoais. A obesidade mórbida dificulta a vida de tal forma, que a higienização, a locomoção, as atividades sexual, social e profissional ficam muito comprometidas. O pós-operatório inicial exige dieta sacrificante, mas extremamente necessária para proteger a cicatrização. Aos poucos, o paciente vai se adaptando e com a orientação da equipe multidisciplinar e a vida volta ao normal. Na medida em que acontece a perda de peso uma nova realidade vai sendo desenhada na vida de cada um deles. As roupas, que antes eram extra G, passam a ser G e depois M. A cirurgia da obesidade é realmente o mais eficiente e gratificante método de tratamento para a obesidade mórbida”.

Leonardo Sebba Cirurgião do Aparelho Digestivo CRM-GO 7610 - E-mail: leonardosebba@uol.com.br

• Formado em Medicina pela Universidade Federal de Goiás - UFG; • Especialização em Cirurgia do Aparelho Digestivo e Cirurgia Geral; • Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica; • Coordenador do serviço de cirurgia da obesidade do Instituto do Aparelho Digestivo.

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Cirurgia Plástica de Retirada de Pele Thiago Machado Pinto Cirurgião Plástico - CRM-GO 9386

O obeso grave, quando perde muito peso, se depara com um grande problema: a sobra de pele. A gordura foi embora, mas a pele sem elasticidade, literalmente, despenca. Com a forte demanda da cirurgia bariátrica nos últimos anos, a cirurgia plástica desenvolveu novas técnicas capazes de solucionar as sobras de pele e reposicionar os músculos com excelentes resultados. O cirurgião plástico Thiago Machado nos conta como é a cirurgia de retirada de pele, depois de grande perda de peso.

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“Engana-se quem pensa que depois de uma cirurgia bariátrica, o paciente tenha apenas que se adaptar ao novo estilo de vida e perder peso. Muitos perdem 50 quilos, 100 quilos, 150 quilos ou até mais do que isso. Não há como esperar que, com o desaparecimento de tanto tecido adiposo (gordura), a pele consiga uma retração suficiente para modelar e harmonizar o novo corpo. A flacidez toma conta do abdome, das mamas, dos braços, das coxas e dos glúteos, provocando um enorme mal estar na pessoa que, além de não se sentir feliz esteticamente, permanece com as funções básicas do cotidiano prejudicadas, agora não mais pelo excesso de gordura, mas sim, pelo excesso de pele. Abdome - As reclamações mais frequentes em consultório dizem respeito principalmente ao avental que se forma no abdome, que em alguns pacientes pode chegar até abaixo dos joelhos. Eles se sentem inconformados com essa sobra de pele, que pode pesar dezenas de quilos. Imagine o alívio quando finalmente esse ex-obeso chega ao peso ideal em um corpo enxuto, sem os incômodos que o excesso de pele traz, como as dermatites localizadas, além do cheiro forte que exala das dobras. Pode-se retirar o excesso de pele e reforçar a musculatura abdominal, tornando o contorno corporal mais harmonioso. A abdominoplastia é uma das cirurgias plásticas mais frequentes depois de uma grande perda de peso. A técnica utilizada leva em consideração o peso e as condições clínicas em que o paciente se encontra, além da quantidade de pele pendente. Retira-se o excesso até o total remodelamento do contorno da linha da cintura, com a reaproximação dos músculos abdominais e reposicionamento do umbigo. O tamanho da cicatriz depende da complexidade do procedimento. Geralmente o corte é posicionado em local estratégico, abaixo da linha da cintura, em local mais discreto, escondido sob as roupas íntimas. Há casos em que a cicatriz se prolonga até as costas, na direção das nádegas; e nos pacientes com perda maciça de peso, adiciona-se ainda uma cicatriz vertical na linha média do abdome ou duas cicatrizes verticais na parte lateral do tronco. O novo umbigo também ganha cicatrizes em sua volta. A gordura retirada de uma lipoaspiração associada, pode ser devolvida ao paciente para os locais onde houve diminuição de volume, como nas nádegas, região que ganha novos contornos. Gluteoplastia ou lifting de nádegas - Os glúteos são formados basicamente por gordura e por músculos. Para compor o novo visual, depois da perda de volume e flacidez muscular, será preciso remodela-los e corrigindo as imperfeições com enxerto de gordura do próprio paciente, como foi dito anteriormente, com resultado bem natural e harmônico; Outra opção são as próteses de silicone, técnica que evoluiu com muita rapidez e que proporciona volume, definindo os glúteos no formato e na projeção desejadas; Podemos recorrer ainda à Gluteoplastia com retalho dermo-gorduroso, técnica bastante utilizada por pacientes que sofreram grande perda de peso e que apresentam grande excesso de pele. Depois de retirar as sobras de pele, a camada profunda da gordura é aproveitada para devolver o volume natural, reposicionando os glúteos.


Braquioplastia ou Lifting de Braços/ Lifting de coxas – Na cirurgia plástica dos braços, o paciente deve considerar que o novo contorno vem associado a uma cicatriz definitiva e evidente. Mas, essa troca é compensatória, uma vez que em países quentes como o nosso, geralmente os braços ficam expostos. Além disso, o cirurgião faz a ressecção de glândulas de suor e de pelos das axilas, proporcionando mais conforto e higiene do local. O mesmo acontece na face interna das coxas e na região abaixo dos culotes, que são locais de grande frouxidão de pele pendente em grandes perdas de peso, com consequências estéticas e funcionais terríveis para o ex-obeso. Tanto o atrito das pernas, quanto o dos braços, leva a alergias e dermatites, com grande incômodo aos pacientes. Dependendo do histórico de perda de peso, pode-se optar pela: Lipoaspiração/lipoescultura, quando há uma discreta perda de peso, sem tanto excesso de pele; Lipoescultura, com pequena incisão, em casos de excesso moderado de pele e de gordura; Lipoescultura com incisão ampliada para aqueles com grande quantidade de pele pedente e gordura. - Cirurgia plástica de mama em mulheres – As mamas, que são compostas basicamente de tecido mamário e gorduroso, perdem o seu conteúdo nas grandes perdas de peso, restando sobras de pele que podem ser preenchidas com o próprio tecido mamário em uma Mamoplastia convencional com simetria das mamas, em que utilizamos gordura da própria paciente, remodelando a mama ou em uma Mamoplastia com o uso de implantes de silicone. - Cirurgia plástica de mamas em homens ou Ginecomastia – As mamas masculinas também são formadas de tecido mamário e de gordura. Pode-se optar pela: Lipoescultura local – quando a ginecomastia é decorrente do acúmulo de gordura; Lipoescultura local e cicatriz na parte inferior da aréola – para pacientes com moderado volume de gordura e tecido mamário sem excesso de pele; Lipoescultura local e cicatriz no sulco mamário e na aréola em pacientes com mama de grandes volumes

com excesso de pele. O tamanho da aréola pode ser diminuído com essa técnica. O local e o tamanho da cicatriz variam dependendo de cada caso. O resultado é muito bem aceito, uma vez que o novo contorno do tórax traz grande benefício à auto-estima do homem. – Cirurgia de face e pescoço pós grande perda de peso – Lifting facial – Ritidoplastia – As flutuações de peso alteram todo o contorno facial, levando à perda de volume da face, que é responsável pela jovialidade do paciente. O lifting facial restaura a naturalidade do semblante, reposicionando a musculatura facial e o lifting cervical deixa o pescoço livre da pele pendente, removendo todo o excesso, por meio de uma lipoaspiração por baixo do queixo, para dar novo contorno à mandíbula e ao pescoço. Vale lembrar que um paciente ex-obeso grave, geralmente vem se recuperando de uma série de deficiências nutricionais que, caso não tenham sido revertidas durante o período de emagrecimento, podem interferir na qualidade da cicatrização e comprometer o resultado da cirurgia plástica. Por isso, tudo deve ser bem avaliado pelo cirurgião plástico para minimizar ao máximo as complicações e os resultados negativos. A flacidez de um ex-obeso é diferente da flacidez de um paciente que nunca teve um estiramento de pele tão grande. Portanto, cirurgia plástica alguma vai devolver a elastina e o colágeno que dão o viço de uma pele que não tenha sofrido um estiramento tão grande. Mas, mesmo assim, a diferença é muito positiva. O cirurgião plástico vai definir quais as cirurgias podem ser feitas e como elas serão combinadas, respeitando o intervalo de seis meses entre os procedimentos. No pós operatório de uma cirurgia plástica para retirada do excesso de pele, o paciente permanece por um ou dois dias internado, mas o repouso deve ser respeitado por um período de pelo menos 30 dias, limitando as atividades cotidianas a poucos movimentos e com o acompanhamento da equipe médica. Os cuidados evitam principalmente o alargamento das cicatrizes. Depois de um mês, a vida vai voltando ao normal e assistimos ao triunfo de uma pessoa recuperada em sua saúde e em sua auto-estima. É muito gratificante!”

Thiago Machado Pinto

Cirurgião Plástico - CRM-GO 9386 E-mail: dr.thiagomachado@hotmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal (UFG), GO; • Residência em Cirurgia Geral pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG; • Residência em Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), MG; • Fellowship em Cirurgia Craniofacial na Beneficência Portuguesa de Niterói, RJ; • Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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Onde Encontrar nossos Especialistas: Corival Castro

Ginecologia e Obstetrícia Hospital Fêmina Multiespecializado Alameda Cel. Joaquim de Bastos, 120, 4º andar Setor Marista, Goiânia, GO Fone: ( 62) 3281-2042 E-mail: drcorival@humanamedicinareprodutiva. com.br

Deidimar Cassia Batista Abreu

Mastologia Cebrom-Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia 5ª Avenida, 180, St. Universitário, Goiânia, GO Fone: (62) 3265-0400 E-mail: abreudeidimar@terra.com.br

Flávio Dorcilo Rabelo

Ortopedia e Traumatologia • Av. Dr. Ismerino S. de Carvalho (antiga Av. Z), 595, Sala 802 - St. Aeroporto, Goiânia, GO Fone: (62) 3225-8414 • Hospital Ortopédico de Goiânia Av. L, 470 - St. Aeroporto, Goiânia, GO Fone: (62) 3212-8855 | 3254-5600 E-mail: flaviorabelo@uol.com.br www.hog.com.br

Francisco Wellington Rodrigues Oftalmologia Ver – Excelência em Oftalmologista Av. Americano do Brasil, 260, 4º andar Setor Marista, Goiânia, GO Fone: (62) 3096-9696 E-mail: verfco.med@gmail.com Site: www.ver.med.br

Gustavo Jorge Magalhães

Otorrinolaringologia • Clínica Sinus Rua 9-A, 160 – Andar L - St. Aeroporto, Goiânia, GO Fone: (62) 3223-5810/ (62) 3212-2981 • Hospital de Olhos de Aparecida Av. Abel Ribeiro, Qd. 32, Centro, Aparecida de Goiânia, GO Fone: (62) 3097-2100 E-mail: gustavojorge_orl@yahoo.com.br www.clinicasinus.com.br

Jaime José Pereira Júnior

Colo-Proctologia e Colonoscopia Santofício Centro Clínico Rua 13, 19 - St. Oeste, Goiânia, GO Fone: (62) 3215-2897/ (62) 9973-4377 E-mail: clinicadointestino@uol.com.br

João Luiz Tarlé Rosa

Ginecologia e Obstetrícia Hospital Santa Catarina Rua 05, 641 St.Central, Goiânia, GO Fone: (62) 3945-9666 E-mail: jltarlerosa@gmail.com

Lana Bezerra Fernandes

Dermatologia Clinica Digestive Rua 1125,324 St. Marista, Goiânia, GO Fone: (62) 3942-7676/ (62) 8146-7177 E-mail: lanabezerra@hotmail.com

Leonardo Sebba

Cirurgia do Aparelho Digestivo e Cirurgia da Obesidade Instituto do Aparelho Digestivo Rua 34, esquina com Rua 13, 157 Setor Marista, Goiânia, GO Fone: (62) 4009-1919 E-mail: drleonardosebba@gmail.com

Lindomar Guimarães Oliveira

Ortopedia Clínica de Ortopedia e Fraturas Av. República do Líbano, 966 Setor Aeroporto, Goiânia, GO Fone: (62) 3212-2358/ (62) 3212-2511 E-mail: lindomar@terra.com.br

Luiz Otávio Corrêa Angiologia e Cirurgia Vascular CEBROM – Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia Quinta Avenida, 180 Setor Universitário, Goiânia, GO Fone: (62) 3265-0400 E-mail: luizotavio.correa@gmail.com Site: www.cebrom.com.br

Marcela Corrêa Caldas Dermatologia Clinica, Cirurgica e Estética Dermaclean-Dermatologia e Estética Rua T-28, 1471, Térreo Setor Bueno, Goiânia, GO Fone: (62) 3941-0688/3931-0388 E-mail: dermaclin@outlook.com www.dermaclean.net.br

Raphael de Alvarenga Freire Cardiologia Clínica e Intervencionista CDC-Centro Diagnóstico Clínico Av. D, 840, 3º Andar Setor Oeste, Goiânia, GO Fone: (62) 3251-2013 E-mail: rafreire@cardiol.br

Thiago Machado Pinto Cirurgia Plástica Bueno Medical Center Rua T-29, 358, 3º andar Setor Bueno, Goiânia, GO Fone: (62) 3541-0132 E-mail: dr.thiagomachado@hotmail.com

Wladimir Gonçalves Lorena Dourado

Dermatologia e Tricologia Bueno Medical Center Rua T-29, 358, 5º andar Setor Bueno, Goiânia, GO Fone: (62) 3274-1444 E-mail: dourado.lorena@gmail.com

Angiologia e Cirurgia Vascular Integra Centro Clínico Av.T-12, 263 Setor Bueno, Goiânia, GO Fone: (62) 3999-3708/ (62) 3541-7244/ (62) 8410-2876 E-mail: wladiangio@hotmail.com

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