Revista Boa Vida Edição 4

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Editorial

Penso que esta edição está incrível! Talvez por me

encantar por tudo o que é moderno, tecnológico e científico, principalmente na medicina. Todos os dias, surgem novas possibilidades de salvar vidas!Veja a capa. Um transplante de córnea é algo surreal. Alguém morre, mas parte do corpo se mantém vivo em outra pessoa. É a mágica da doação de órgãos.

E a Oncologia? Hoje, a abordagem que se faz para

o câncer de mama é menos mutilante e dolorosa, com prognósticos muito mais promissores. Esse também é destaque da edição. Ainda falamos dos perigos da insuficiência renal, do tratamento da sinusite, dos riscos de um AVC, dos sinais da anemia, da perfeição do Sistema Imunológico e muito mais!

Essa maravilhosa medicina atual, além de nos dar

mais saúde e vitalidade, nos dá também mais beleza. Leia nossas matérias sobre tratamentos estéticos e sobre cirurgia plástica! Bingo! Nada como acompanhar os novos tempos e ser bem sucedido no corpo, na alma e no bolso. Só não pode ficar correndo atrás de dinheiro ao ponto de perder a saúde. Isso não pode!

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Esta é mais uma edição Boa Vida para a sua coleção.

Leia, conserve e pratique saúde! Sirva-se!

Expediente Editora e Jornalista responsável Aurélia Guilherme – 877/04/145 GO Reportagem Iure Queiroz Aurélia Guilherme Departamento comercial Nívia Guilherme - 62 8582 2233 Diagramação, Projeto Gráfico e Fotografia Innovart Publicidade Impressão Gráfica Gráfica Ellite A proposta desta edição é esclarecer aos leitores sobre a necessidade de se informar sobre saúde, aproximando pacientes e especialistas na busca de uma vida saudável, preventiva e curativa. Editora Aquarius aureliaguilherme@gmail.com www.boavidaonline.com.br 62 3249 7015 62 8100 9086 Tiragem: 10.000 exemplares

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Índice Transplante de Córnea Francisco Wellington Rodrigues

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Avanços no tratamento do câncer de mama - Marcus Magnus Sampaio

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Mastectomia - Deidimar Abreu

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Anemia - Adriano de Moraes Arantes

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Sinusite - Gustavo Jorge Magalhães

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Acidente Vascular Cerebral (AVC) - Marco Túlio Araújo Pedatella

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Preenchimento tridimensional com Ácido Hialurônico - Lana Bezerra Fernandes

26

Frontoplastia por videoendoscopia - Thiago Machado

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Catarata - Ricardo Antônio Pereira

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Tratamento a laser para microvarizes - Marcus Vinícius Cerqueira

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Braquioplastia - Álvaro Vítor Teixeira

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Perda de Peso - Michael Mohanna

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Visagismo: conhecimento e tecnologia personalizando sorrisos - Rildo Lasmar

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Rinoplastia - Paulo Cesar dos Reis

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Glaucoma - Francisco Eduardo Lima

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Insuficiência Renal - Ramon Ramos Filho

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Toxina Botulínica no Rejuvenescimento - Marcela Corrêa Caldas

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Infectologia - Werley de Almeida Freire

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Onde encontrar nossos especialistas



Transplante de Córnea Francisco Wellington Rodrigues

Oftalmologista - CRM-GO 6528

Um trauma na córnea ou doenças graves, como o ceratocone, podem levar à perda da visão. O Transplante de Córnea é uma alternativa, mesmo sendo um procedimento complexo, com riscos de complicações. O Oftalmologista Francisco Wellington Rodrigues, um dos especialistas em córnea pelo Banco de Olhos de Goiás, explica, neste artigo, o que um candidato ao transplante deve saber.


Passo a passo do Transplante de Córnea

“O primeiro órgão a ser transplantado com sucesso na história da medicina foi a córnea, em 1905. Mérito do oftalmologista austríaco Edward Zirm. A transparência da córnea é fundamental para que possamos enxergar. Doenças ou lesões que as tornam opaca, prejudicam a passagem da luz. Nesses casos, pode haver a indicação de um transplante, em que a córnea doente do receptor é substituída por outra transparente, vinda de um doador. Com o aperfeiçoamento da técnica cirúrgica e o aprimoramento nos métodos de captação e preservação das córneas, a incidência de complicações após a cirurgia de transplante diminuiu sensivelmente, sendo esta, a modalidade de transplante tecidual de maior sucesso. Porém, a indicação de um transplante de córnea é muito mais complexa do que simplesmente propor uma cirurgia de reposição de um componente ocular que está estragado. Para o sucesso do procedimento, é preciso observar o grau de informação do paciente e dos familiares; a distância de sua residência; o acesso ao serviço oftalmológico para o acompanhamento pósoperatório; as condições financeiras para aquisição da medicação pós-operatória e o comprometimento do paciente em cumprir as orientações médicas. E mais: já se sabe que o paciente bem informado antes da cirurgia é o que tem maiores chances de satisfação com o resultado do transplante. Ele deve ser alertado sobre os riscos da cirurgia; a necessidade de consultas frequentes, tanto as agendadas quanto as de emergência; o cuidado para não haver um trauma ocular; a provável repetição do transplante no futuro, uma vez que uma córnea transplantada raramente dura mais do que 20 anos e a possibilidade da recidiva da doença na córnea transplantada. Portanto, é fundamental estar bem

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informado sobre as prováveis complicações, adesão ao tratamento e acompanhamento pós operatório. Feito isso, junto ao especialista, decide-se sobre um Transplante de Córnea. Os avanços na cirurgia de Transplante de Córnea são constantes. O advento de técnicas lamelares, associadas à utilização do laser e de microcerátomos, abriram ampla discussão sobre as Ceratoplastias (cirurgias de transplante de córnea), tanto nos congressos médicos, como nas revistas científicas oftalmológicas. Todavia, a ceratoplastia penetrante ainda é a técnica mais realizada no Brasil, a mais reprodutível e a mais ensinada nas residências médicas. Isso ganha ainda mais importância, frente à carência de córneas na maior parte das regiões brasileiras. Apenas alguns estados conseguiram zerar a lista de espera. Mas, essa não é a realidade da maior parte do Brasil. Pacientes esperam anos por um transplante. Por isso, o uso racional das córneas é um dever dos oftalmologistas transplantadores. A indicação de um transplante de córnea vai além de uma simples indicação cirúrgica. É uma decisão que muda a vida de outro ser humano. Portanto, um transplante, na nossa modesta opinião, somente deveria ser indicado diante de uma forte evidência de que o procedimento daria um ganho na qualidade de vida do paciente. Existe um trabalho altamente positivo da Central de Transplante de Goiás, com campanhas esclarecedoras à sociedade sobre a necessidade de zerar a fila de espera por um transplante de córnea, com foco na qualidade de vida dos pacientes necessitados. Quem trabalha com transplante de córnea sabe que o sucesso nem sempre acontece. A cirurgia não é isenta de complicações. Muito pelo contrário. Não é do escopo desse artigo falar de todas as complicações de uma ceratoplastia, mas não podemos deixar de citar a rejeição, o glaucoma, as infecções e a falência tardia, bem como a cegueira permanente. Complicações que podem deixar o paciente com uma visão ainda pior do que antes do procedimento. Temos de pesar os prós e os contras, quando indicamos um transplante de córnea, de prognóstico duvidoso, em um paciente com doença corneana somente em um dos olhos. Qualquer procedimento envolvido deve ser muito bem esclarecido, para não gerar dúvidas e dissabores posteriores. Por esses motivos, a educação prévia do paciente é uma necessidade premente e obrigatória.

Aproveitamento da córnea Quando o tecido corneano é captado, retirase também uma amostra sanguínea do doador para


que sejam realizadas as sorologias para hepatite B, hepatite C e HIV, com a devida autorização da família. Quando alguma dessas sorologias é positiva deve-se, por lei, descartar o tecido desse doador para transplante. Se houver algum indício morfológico de infecção ou se detectar alguma tumoração (desconhecida até então) dentro do globo ocular, durante o processamento do tecido, este também não é liberado para o transplante. Em todas essas situações, utilizamos os tecidos para pesquisa, caso haja permissão prévia da família.

Doações Para aumentar o número de pessoas beneficiadas com um transplante de córnea, é preciso aumentar número de doações através de campanhas e agilizar todas as etapas do processo. Atualmente, os avanços tecnológicos, por meio de técnicas específicas, permitem fazer lamelas do tecido corneano e utilizar sua camada mais anterior ou posterior, conforme o tipo de doença da córnea do paciente. Dessa forma, surge a possibilidade de uma córnea servir a dois pacientes. A doação de órgãos ainda é um tabu para a sociedade. Precisamos conscientizar as pessoas a doar, como sendo um ato natural, mesmo em um momento de perda e de dor. Todas as religiões são favoráveis à doação de órgãos. Isso se traduz em sentimentos como solidariedade, reciprocidade e altruísmo. Lembrando que, com a morte encefálica ou com a morte cardíaca, a captação dos tecidos deve ser feita dentro de um prazo de até seis horas, a partir do óbito e de até 24 horas, se o corpo estiver sob refrigeração; Quem pode autorizar a doação deve ser um parente de primeiro ou de segundo graus, na linha direta (filho, pai, avô, neto) ou colateral (irmão ou esposa oficializada em cartório).”

Tipos de transplantes de córnea Transplante de Córnea Penetrante É a técnica mais utilizada e que permite substituir toda a camada da córnea, com possibilidade de corrigir todas as suas alterações. O tempo de recuperação varia de 12 a 18 meses.

Transplante Lamelar • Anterior Superficial - Técnica que remove apenas as camadas anteriores da córnea (no máximo

Pós operatório de transplante de córnea com vários pontos de sutura.

Pós operatório tardio de transplante de córnea

metade do órgão). Utiliza-se aparelhagem especializada (microcerátomo ou laser) para se obter uma superficie lisa e compatível entre doador e receptor. Está indicada para alterações superficiais (1/3 anterior) da córnea; para distrofias anteriores, como Reis-Buckler,cicatriz superficial ou irregularidades da superficie ocular; Nesta técnica a recuperação é mais rápida, sendo que geralmente não há necessidade de suturas. • Anterior Profundo - Técnica que remove aproximadamente 90% da espessura da córnea. É difícil de ser realizada, mas representa uma boa opção, quando a parte interna da córnea (endotélio) está saudável. A técnica mais utilizada é chamada de “Big Bubble” (Grande Bolha), pois ar é

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injetado na córnea para facilitar a separação entre as camadas superficiais e profundas. Nessa técnica, somente as duas camadas mais internas (endotélio e membrana de Descemet) permanecem, enquanto que as três camadas anteriores (epitélio, camada de Bowmann e estroma) são substituídas. Indicações (alterações da superficie da córnea): ceratocone, trauma superficial, cicatriz superficial, distrofias superficias ( ex; granular, ReisBuckler) Nesta técnica a recuperação é geralmente mais rápida (em torno de seis meses a um ano) e o risco de rejeição é menor.

Transplante Lamelar Posterior Outra inovação é o transplante lamelar posterior. Indicada para doenças que afetam o endotélio, como por exemplo a Distrofia de Fuchs, a distrofia endotelial, a ceratopatia bolhosa e outras. Técnicamente, se trata de um transplante mais difícil, porém há inumeras vantagens: • Mantém a estrutura ocular e sua resistência a traumas; • Mantém a superfície do próprio receptor e sua forma (topografia); • Menor indução de astigmatismo; • Menor erro refracional após a cirurgia; • Menor necessidade de pontos; • Recuperação mais rápida (geralmente de um a três meses).

O QUE FAZER PARA ENTRAR NA FILA DE TRANSPLANTE DE CÓRNEA? • A fila para um Transplante de Córnea é única. Se houver necessidade desse procedimento, o paciente deverá fazer uma consulta com um oftalmologista cadastrado no Sistema Nacional de Transplantes. • A equipe do médico oftalmologista faz a inscrição do paciente na fila única e o paciente pode acompanhar o andamento de seu caso pela internet para saber quando irá realizar o procedimento cirúrgico: - Acesse: snt.saude.gov.br - Clique em “Prontuário do Paciente” - Clique em “Cadastro Técnico de Córnea” - Digite seus dados e nº da inscrição RGCT (Solicite seu RGCT ao seu médico)

Francisco Wellington Rodrigues Oftalmologista CRM-GO 6528 Email - verfco.med@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG; • Residência médica em Oftalmologia pelo Instituto de Oftalmologia Tadeu Cvintal, São Paulo, SP; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa e de Catarata; • Professor de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC-GO; • Professor assistente do Serviço de Córnea – Subespecialização CEROF; • Mestrado em Genética Médica.

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Avanços no tratamento do câncer de mama Marcus Magnus Sampaio Oncologista Clínico - CRM-GO 7378

O câncer de mama é o tumor mais frequente entre as mulheres e também o mais letal. No Brasil, milhares de mulheres morrem por ano, vítimas da doença. Embora o cenário seja preocupante, existem importantes descobertas em torno do câncer de mama, como diz nessa entrevista o oncologista clínico Marcus Magnus Sampaio.

1 - Por que em meio a tantas descobertas da ciência, a taxa de mortalidade em mulheres com câncer de mama é tão alta? O estilo de vida da mulher moderna: anticoncepcional, gestação tardia, a falta de amamentação, a terapia hormonal, o sedentarismo, a obesidade, o estresse, a alimentação inadequada influenciam na incidência de casos de câncer de mama. No entanto, o problema maior no Brasil tem sido o diagnóstico tardio. As mulheres precisam se conscientizar sobre a importância de monitorar periodicamente as mamas, sempre com máxima atenção a qualquer alteração que vá além das mudanças habituais decorrentes do momento do ciclo feminino. O hábito de se submeter a um check up ginecológico desde jovem é muito importante, principalmente quando há risco elevado de câncer de mama. Isso quer dizer que quem tem histórico familiar de câncer em uma das mamas em parente de primeiro grau antes dos 50 anos; ou em qualquer idade nas duas mamas; ou de ovário; ou ainda quem tem história familiar de câncer de mama masculino deve ter mais cuidado a partir dos 35 anos (ou até antes disso) e fazer um monitoramento periódico com um especialista em Oncologia. Mas, fora essas histórias familiares, exames clínicos são suficientes para pesquisar a saúde das mamas. Aos 45, 50 anos, exames de imagem, como a ultrassonografia e a mamografia digital são indicados. São exames de imagem muito modernos que permitem identificar tumores nodulares muito pequenos e

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microcalcificações frequentes nesses casos. Descoberto em estágio inicial, um câncer de mama teria chances de cura por volta de 95%. 2 - O senhor citou o câncer de mama nos homens. Fale um pouco sobre isso? É raro, mas existe. Cerca de 1% dos homens desenvolvem esses tumores. O processo é semelhante ao das mulheres. O diagnóstico quase sempre também é tardio, principalmente porque esse tipo de câncer é frequente nas mulheres e não em homens. Por isso, o desenvolvimento da doença pode não ser percebido. É preciso ter atenção às alterações no mamilo e em volta dele, como o aparecimento de algum nódulo ou retração da pele. Assim como nas mulheres, se descoberto no início, as chances de cura são praticamente de 100%. 3 - Que tipo de tratamento recebe um câncer de mama? Depende do estadiamento da doença, das características do tumor e das características da paciente. O tratamento pode ser localizado, com


cirurgia e com radioterapia, ou pode ser sistêmico, com quimioterapia, com hormonioterapia e com terapia biológica. Nos últimos anos, ocorreram importantes avanços na abordagem do câncer de mama e na classificação dos seus subtipos. A preocupação ao longo de todo o processo terapêutico, é combater o tumor com o menor dano possível à paciente. Leva-se em conta todas as características que envolvem o tumor e a paciente, em uma leitura bem individualizada. 4 - Depois dos exames clínico e de imagem, há necessidade de confirmação do diagnóstico? Sim, até este momento o nódulo é suspeito. É necessária a sua confirmação através de uma biopsia, quando retiramos parte do tecido afetado, através de uma pequena cirurgia ou através de agulhas (punção). Na cirurgia de biopsia, algumas mulheres optam por retirar todo o nódulo para não perder tempo. Pois bem, o tecido retirado é analisado para confirmar ou não o diagnóstico e, em caso positivo, analisar as razões que levaram à origem e ao crescimento do tumor. Submetemos as células tumorais a marcadores e a receptores hormonais, que determinam se os hormônios produzidos principalmente nos ovários, como o estrogênio e a progesterona, estão servindo de alimento para o tumor. Assim, é possível definir qual a melhor droga que combata a sua evolução. Nesta etapa, vamos conhecendo o inimigo em todas as suas vertentes, para nortear o caminho da cura ou do controle da doença. 5 - A cirurgia, a terapia e as drogas administradas durante o tratamento de câncer de mama podem estar associadas entre si? Sim, essa é uma doença complexa, nosso esforço é encontrar armas eficientes que diminuam a agressividade do tumor até que ele seja vencido. Por isso, vários tratamentos podem estar associados, dependendo de cada caso. Na cirurgia, o foco é localizado. Toda a área afetada com as células anormais é varrida, para que não sobre traço algum do tumor. Quando são pequenos, a cirurgia conservadora se restringe ao tumor, livrando o tecido da doença sem grandes danos à estética. Mas, se houver dúvidas à respeito de células anormais remanescentes, o cirurgião deve optar por retirar toda a mama, em um procedimento chamado de mastectomia. O prejuízo estético pode ser reparado simultaneamente com a cirurgia plástica em um mesmo ato cirúrgico. Ao final do procedimento a mama operada adquire um aspecto bem semelhante ao da mama sadia. Como esta é uma doença traiçoeira, para não restar dúvidas, em alguns casos, o tratamento é complementado com sessões de radioterapia, que se utiliza de equipamentos e de técnicas variadas para irradiar áreas prévia e cuidadosamente demarcadas.

Em casos selecionados, a radioterapia pode ser aplicada durante o próprio ato cirúrgico. Esta medida bem localizada visa destruir as possibilidades de ainda existirem células alteradas. Outro salto da ciência e que revolucionou o tratamento sistêmico vai além das já tradicionais hormonioterapia e quimioterapia. Para as pacientes que apresentam uma proteína, conhecida como HER2, um subtipo muito agressivo de tumor, frequente em cerca de 25% a 30% das mulheres que recebem um diagnóstico de câncer de mama, já estão disponíveis várias terapias anti-HER2, que tiram a força do tumor e dão a essas mulheres, um prognóstico muito mais positivo. Novas medicações também permitem prolongar o tratamento hormonal nos tumores em estádio mais avançado, permitindo traçar um esquema quimioterápico mais adequado para a paciente. Se o tumor evolui, a análise patológica pode ser repetida em novas biopsias, principalmente nas células metastáticas (quando há invasão de células tumorais a outras áreas do corpo), para não perder de vista as possibilidades de alterações do tumor, adequando o tratamento, se necessário. 6 - O que significa “estadiamento da doença”? É a forma como se classifica o momento em que se encontra a doença:


• Estádio 0: O tumor está restrito ao local de onde surgiu (carcinomas in situ); • Estádio 1: O tumor já se disseminou, mas ainda está bem localizado. Possui no máximo dois centímetros; • Estádio 2: a doença está mais disseminada, o tumor cresceu ainda mais. Nesta etapa, o seu tamanho está entre dois e cinco centímetros e já há algum comprometimento de ínguas na axila (carcinomas invasivos); • Estádio 3: a doença já invadiu toda a mama, o tumor está com mais de cinco centímetros, com ínguas muito comprometidas na axila (carcinomas invasivos); • Estádio 4: quando há mestástase e a doença invadiu outras partes do corpo, como os ossos, os pulmões ou o fígado. 7- Como a abordagem se difere nessas etapas? Em tumores de até dois centímetros, ou seja, nos estádios 0 e 1, a conduta inicial é localizada com cirurgia. Como disse anteriormente, a cirurgia pode ser conservadora ou radical, com a reconstrução imediata da mama. A radioterapia funciona como tratamento complementar, se necessário. Os linfonodos axilares são avaliados para que se faça um prognóstico e se utilize uma terapêutica conforme as caractérísticas da paciente e do tumor, levando-se em conta o risco de recorrência. A conduta sistêmica se baseia no teste que avalia os receptores hormonais para a hormonioterapia. Mas, se o HER2 for positivo, poderá ser indicada a terapia biológica anti-HER2. Os tumores maiores, mas que ainda não se disseminaram, recebem um tratamento sistêmico com quimioterapia para conter sua agressividade e diminuir seu tamanho, além do tratamento localizado. No estádio 4, a equipe deve se preocupar com o equilíbrio entre a terapia de contenção da

agressividade da doença, seus efeitos colaterais e a sobrevida do paciente. A qualidade de vida nessa fase pesa na decisão terapêutica, que na maioria dos casos, é sistêmica. 8 - O senhor faz uma leitura muito positiva frente a essa doença terrível... Vivemos a era do conhecimento e isso aumenta expressivamente as chances de cura do câncer de mama, com efeitos colaterais reduzidos. Os diagnósticos são cada vez mais precisos, os exames e as técnicas atuais têm grande poder de classificar tipos e subtipos de tumores e de traçar perfis genéticos das células cancerígenas para que possamos planejar o tratamento correto. As cirurgias são menos agressivas e menos mutilantes. Conserva-se mais pele, aréola e mamilo, além das próteses de maior qualidade e com perfis variados para uma reconstrução mamária bem satisfatória. A radioterapia evoluiu em seu poder de precisão, com menor carga de radiação e melhor delimitação do campo irradiado, diminuindo o efeito tóxico ao organismo. Há possibilidade de utiliza-la durante o ato cirúrgico, economizando as sessões futuras. Também estão surgindo vacinas que reforçam o Sistema Imunológico contra o tumor. Tão importante quanto todas essas inúmeras conquistas é formar uma equipe constituída de todas as especialidades que envolvem o tratamento do câncer e que seja antenada com o que vem sendo descoberto, extremamente bem treinada a fazer combinações em tratamentos individualizados e compromissada com o bem estar do paciente. Assim, podemos garantir resultados muito positivos, com menor sofrimento possível. São novos conceitos da Oncologia moderna, que nos abrem horizontes para um melhor prognóstico da doença, com maior índice de sobrevida.

Marcus Magnus Sampaio Oncologista Clínico CRM - GO 7378 E-mail: mmagsampaio@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, UFPR; • Residência em Clínica Médica, Hematologia, Hemoterapia e Oncologia pela Universidade Federal do Paraná, UFPR; • Mestrado em Biologia, área de concentração Genética Humana pela Universidade Federal de Goiás, UFG.

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Mastectomia Deidimar Abreu

Mastologista - CRM-GO 5822

O Câncer de mama apavora as mulheres, não apenas pela agressividade da doença, como também pelo tratamento que, em muitos casos, envolve a mastectomia. A Oncologia moderna faz nova leitura sobre os tumores da mama, oferecendo à mulher um caminho de cura e de preservação da sua imagem corporal. Um assunto para a mastologista Deidimar Abreu.

“Ao longo de muitos anos, os tumores malignos de mama, fossem de qualquer tamanho, significavam um inimigo tão poderoso que os cirurgiões preconizavam a mastectomia radical ( retirada total da mama), dos músculos peitorais abaixo dela e de todos os linfonodos da axila. Alguns retiravam inclusive, os linfonodos existentes na fossa supraclavicular. Restava um vazio da pele ondulada, apoiada nas costelas e nos músculos intercostais, um sentimento de mutilação e um grande impacto na vida das mulheres. A medicina entendia que esta era a única maneira de evitar que as células malignas se espalhassem para as estruturas vizinhas da mama. Tudo deveria ser retirado em um único bloco - tecidos adjacentes e o tumor primário, para evitar que sobrassem células tumorais nas imediações da lesão. Era o princípio da radicalidade oncológica, promover ressecções em bloco para tentar a cura. Mas a evolução da ciência passou a questionar a radicalidade desse procedimento e o exagero cirúrgico. As mastectomias radicais


eram realizadas, inclusive, em tumores pequenos. Técnicas mais econômicas foram surgindo norteadas pela evolução dos exames de imagem, permitindo rastrear tumores, com a exata localização e tamanho da lesão. Hoje é possível fazer um cerco completo ao redor das células malígnas em cirurgias de menor porte, com resultados estéticos incríveis, quando comparados com uma mastectomia radical. Esta, só passa a ser indicada para tumores muito grandes ou multifocais ou multicêntricos, pelo alto risco do tumor voltar a aparecer. Para essas mulheres com grandes tumores, muitas vezes indica-se um tratamento quimioterápico, para que eles diminuam de tamanho e, depois de alguns meses, possam ser retirados em uma cirurgia mais conservadora. Mesmo que a indicação seja de uma mastectomia total, a cirurgia plástica pode ser feita no mesmo ato cirúrgico, utilizando o músculo abdominal ou das costas na reconstrução da mama, expansores ou implantes de silicone. Um implante de silicone ajuda a igualar as mamas e melhorar ainda mais seu resultado. Com relação aos gânglios, uma técnica chamada linfonodo sentinela, consiste em injetar contraste colorido ou radioativo na mama, em região periareolar. Assim, é possível localizar e examinar os gânglios que têm células malignas acumuladas em

seu interior, já que esta é uma área de drenagem, um caminho natural de escape. Isso permite conservar gânglios saudáveis, evitando transtornos à paciente, como edema (inchaço) no braço operado, restrição de movimentos e susceptibilidade a infecções no local. Portanto, um diagnóstico de câncer de mama deve ser encarado de frente e com coragem. A paciente precisa estar informada sobre o seu tratamento para evitar conflitos desnecessários. Tratamentos individuais ou combinados trazem um prognóstico positivo, na medida em que se conhece cada vez mais essa doença. Os especialistas estão cientes de que é preciso atuar de forma implacável contra a doença e de forma humanizada com a paciente, atenuando suas dores, suas angústias e suas preocupações.”

Deidimar Abreu Mastologista CRM-GO 5822 E-mail: abreudeidimar@terra.com.br

• Graduação de Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG; • Título de Especialização em Mastologia, pela Sociedade Brasileira de Mastologia; • Mestre em Genética pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC-GO; • Professora Assistente I - Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, PUC-GO.

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Anemia Adriano de Moraes Arantes Hematologista - CRM-GO 12367

Palidez, falta de força, cansaço e desânimo são sinais frequentes em quem tem alguma deficiência no organismo, resultante da carência de um ou mais nutrientes essenciais ao sangue. Convidamos o Hematologista Adriano de Moraes Arantes para falar sobre Anemia, um grave problema de saúde pública, que atinge uma em cada quatro pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. 1 - Anemia pode ser considerada uma doença? Não, anemia é apenas um sinal de que algum problema está reduzindo o número e o tamanho de eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos) ou de hemoglobina (responsável pelo transporte do oxigênio dos pulmões para nutrir as células) circulantes no sangue. Isso nos leva a crer que a anemia está ligada a alguma doença de base responsável por essa alteração sanguínea. 2 - E como prossegue essa investigação no sangue? Depois do diagnóstico, feito com base nos dados de um exame de sangue chamado hemograma, consideramos o histórico do paciente para classificar a anemia em aguda ou crônica, adquirida ou hereditária. A anemia aguda acontece em uma hemorragia súbita, como em algum acidente ou cirurgia ou uma perda gradual de sangue durante vários meses, como em alguma hemorragia interna, como as hemorragias grastrointestinais, por exemplo. A anemia é crônica em doenças como a talassemia, anemia falciforme, alguns cânceres, doenças hepáticas, insuficiência renal crônica entre outras. Nessas situações, há falhas na produção de células sanguíneas ou na produção do hormônio eritropoetina no sangue; A anemia pode ser adquirida por uma nutrição pobre em ferro (anemia ferropriva) ou por perdas crônicas. O ferro é um nutriente importantíssimo na produção das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio que nutre todas as células do corpo. Mas a anemia também pode estar ligada à carência de zinco, de vitamina B12 ou de ácido fólico (anemia megaloblástica). No grupo de pessoas mais afetadas estão as crianças; as meninas adolescentes; as mulheres com perdas intensas de sangue no fluxo menstrual; as gestantes, que precisam de nutrientes extras; as lactantes (aleitamento materno) e os idosos. Mas os meninos adolescentes e os homens também podem ser afetados. 3 - Quais são as causas de anemia? Embora existam muitas causas de anemia com

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sintomas semelhantes, estas podem ser bem distintas. Alguns exemplos: • Anemia falciforme: De origem genética, as células vermelhas do sangue são deformadas e perdem a capacidade plena de transportar oxigênio; • Anemia de fanconi: Também de origem genética. A medula óssea é deficiente na produção de células precursoras, podendo evoluir com falência da medula óssea; • Anemia ferropriva: deficiência de ferro por baixa oferta, dificuldade de absorção do mineral ou perdas crônicas; • Anemia perniciosa: o organismo possui deficiência de vitamina B12, secundária a doença autoimune, que está destruindo as células aprietais do estômago, o que dificulta a absorção da vitamina B12; • Anemia hemolítica: O próprio organismo destrói suas células vermelhas; • Anemia aplástica: A medula óssea tem dificuldade de produzir a quantidade suficiente de células da série vermelhas, leucócitos e plaquetas; • Anemia megaloblástica: As células vermelhas são maiores e a quantidade de plaquetas e de glóbulos brancos e de plaquetas podem ser menores. Pode ser secundaria a deficiência de Vitamina B12 ou ácido fólico. 4 - Quais são os sintomas da anemia? Em sangramentos de grande proporção, a queda da pressão arterial associada a sudorese, mal estar, tontura, taquicardia podem estar presentes, sem período de adaptação do organismo, se tornando sintomático rapidamente. Já nas anemias crônicas, a baixa na produção de hemoglobina obriga o organismo a compensar a dificuldade no fornecimento ideal de oxigênio a todas as células do corpo, mas lentamente o paciente pode começar a apresentar sintomas de taquicardia ou de palpitação, falta de ar, a pele pálida e mais ressecada, as mucosas (parte interna do olho e das gengivas) ficam esbranquiçadas, as unhas ficam descoloridas, queda de cabelo, a memória


falha, ela sente tonturas, fraqueza, dores musculares, dor nas pernas, inchaço dos tornozelos e sonolência. Pessoas com anemia sentem muito sono, porque o organismo precisa poupar energia para proteger os órgãos vitais, como o coração, os pulmões e o fígado. É a maneira como o corpo se adapta para suportar a baixa de oxigênio nas células. Por isso, se faz necessária uma minuciosa investigação para saber se o ferro está sendo bem absorvido pelo o organismo. Caso o fígado e o estômago não funcionem bem, a absorção desse mineral fica comprometida. Nem todos estes sintomas precisam estar presentes para o médico desconfiar de anemia. 5 - Por que a anemia é tão comum na gravidez? Porque, durante a gravidez, o organismo aumenta a sua necessidade de ferro; por isso orienta-se que a gestante aumente a sua ingestão de alimentos ricos neste mineral. Essa é uma condição que pode se agravar se, durante o parto, houver grande perda sanguínea. Nesses casos, a mulher pode adquirir uma anemia com necessidade inclusive de transfusão de sangue. É importante que, durante a gestação, se faça uma suplementação de ferro e de ácido fólico para prevenir ou tratar essa condição. 6 - A anemia pode trazer complicações mais sérias? Sim, a “fábrica” de células vermelhas não pode ser deficiente para que todas as outras células do corpo sejam bem abastecidas de oxigênio. A falta de ferro desequilibra todo esse processo. Quando a anemia é muito acentuada a produtividade no trabalho cai, bem como a capacidade de aprendizado; há perda significativa da habilidade cognitiva; o bebê nasce com peso baixo e com maior risco de morte. A parturiente anêmica também corre riscos quando a anemia é pronunciada. As crianças sofrem comprometimento na

capacidade física, de aprendizado, de atenção e de afetividade, na coordenação motora e de linguagem. 7 - Como é o tratamento da anemia? Em primeiro lugar é preciso determinar e tratar a doença de base que provocou a falta de produção ou a destruição das hemácias, para direcionar o tratamento. Suplementação de ferro ou sulfato ferroso por três a seis meses. A absorção do ferro é melhor, se o medicamento for ingerido com um copo de suco de alguma fruta cítrica, que é rica em ácido ascórbico. Alimentos de origem animal e vegetal são fontes de ferro, mas as de origem animal são melhor aproveitadas pelo organismo. As carnes vermelhas, principalmente o fígado de qualquer animal e outras vísceras (miúdos), como rim e coração; carnes de aves e de peixes, mariscos crus. Leites enriquecidos com ferro também ajudam no combate da anemia. Entre os alimentos ricos em ferro de origem vegetal estão os folhosos verde-escuros, como: agrião, couve, cheiro-verde (exceto espinafre); os leguminosos: feijões, fava, grão-debico, ervilha, lentilha; os grãos integrais ou enriquecidos; as nozes e as castanhas; o melado de cana, a rapadura, o açúcar mascavo. É importante enfatizar que a presença de frutas cítricas e alimentos ricos em proteínas durante a refeição, também ajudam na absorção de ferro proveniente destes alimentos. O leite materno é considerado fator protetor contra anemia por deficiência de ferro. Já se sabe que a anemia é mais evidente em crianças que tiveram pouco tempo de aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade. Depois desta fase, é preciso que haja uma alimentação suficiente para abastecer o organismo de ferro, para evitar consequências neuropsicomotoras, com deficit ao sistema nervoso central, que se desenvolve até os dois anos de idade. Em casos graves de anemia, recorre-se à transfusão sanguínea.

Adriano de Moraes Arantes Hematologista CRM-GO 12367 E-mail: arantesadriano@hotmail.com

• Graduação em medicina pela Universidade Federal de Goiás; • Residência médica pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP/EPM; • Especialização em Transplante de Medula Óssea pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP/ EPM; • Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP/EPM; • Especialista do Serviço de Transplante de Medula Óssea pelo Hospital Araújo Jorge/ACCG; • Responsável pelo Laboratório de Biologia Tumoral e Transplante de Medula Óssea pelo Hospital Araújo Jorge/ACCG.

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Sinusite Gustavo Jorge Magalhães

Otorrinolaringologista - CRM-GO 10818

Muitas pessoas terão crises de sinusite nos próximos meses. É só o clima ficar mais frio e seco, que os microorganismos fazem a festa. São fortes candidatos a esse transtorno, os pacientes com desvio de septo, pólipos nasais, rinite alérgica ou qualquer outro problema que impeça a livre ventilação dos seios da face. Esse mal tem cura, mas o diagnóstico e o tratamento devem ser eficientes, como diz neste artigo, o Otorrinolaringologista e Cirurgião da Face, Gustavo Jorge. “Os seios da face são os espaços aerados situados entre as cavidades do crânio, ao redor do nariz, dos olhos e das maçãs do rosto. Suas paredes são revestidas de muco, como o que é produzido no nariz, além de possuírem cílios que estão em constante vibração na passagem do ar. Este é um mecanismo de defesa do corpo, já que as impurezas ficam retidas alí, para depois serem expulsas pelo corpo. Assim, o ar é filtrado e nesse trajeto também é aquecido e umidificado até sua chegada aos pulmões. Se algum obstáculo anatômico ou adquirido dificulta a ventilação e/ou o acúmulo de muco nas cavidades dos seios da face, esse sistema entra em desequilíbrio. A secreção não é drenada como deveria ser, permanecendo estagnada nas cavidades paranasais, tornando-se um meio fértil de cultura para vírus, bactérias e fungos. Isso gera um processo inflamatório, que pode também ser infeccioso, o que chamamos de Sinusite, uma drenagem inadequada da secreção nasal. Sintomas, como congestão e dor facial, secreção nasal (o catarro tem cor amarelada, meio esverdeada), sensação de peso e de pressão na face, sensação de malestar e fadiga, além de perda do olfato seriam suficientes para evidenciar o problema em um exame clínico. Mas, o diagnóstico precisa ser devidamente comprovado, para um tratamento correto. Exames, como a Endoscopia nasal ou Rinoscopia, permitem que o especialista visualize todo o interior dos seios nasais; A Tomografia computadorizada identifica detalhes de uma inflamação ou de uma obstrução. Além disso, este exame mostra toda a anatomia do paciente, indicando a necessidade ou não de cirurgia corretiva, já que a maioria das pessoas apresenta alguma alteração ou crescimento de tecidos na área que pode bloquear as passagens, seja um aumento das adenóides ou das amígdalas ou dos cornetos

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(muito frequente nas crianças) ou ainda um desvio no septo. A sinusite pode ser aguda, quando os sintomas duram no máximo três meses. Várias crises seguidas de sinusite de menor duração representam risco de se tornar uma sinusite crônica. Nesta, os sintomas são duradouros e vão além de 12 semanas. Há casos raros de sinusite crônica complicada com comprometimento orbitário e intracraniano. A sinusite fúngica é de difícil tratamento. Fungos se instalam na cavidade nasal, se juntam e formam uma bola, podendo trazer sérias complicações. Uma sinusite que não melhora com os tratamentos convencionais deve ser sempre investigada quanto a presença de fungos. O tratamento visa tirar o paciente da crise, para depois afastar o que desencadeia o problema. • Para aliviar o congestionamento, pingar ou lavar o nariz algumas vezes por dia com solução salina de soro fisiológico ou de soro caseiro (uma colher de chá de sal para cada litro de água). Isso ajuda a dissolver as secreções. • Sprays nasais com corticóides ajudam a prevenir e tratar a inflamação e devem ser usados continuamente até que a crise seja afastada. Embora se trate de um corticóide, seus efeitos são localizados nos seios nasais, por isso apresentam baixo risco. • Corticosteróides orais ou injetáveis são medicamentos potentes para tirar o paciente de uma crise em estado avançado. Pelo alto risco de efeitos colaterais, devem


ser usados por breve período, apenas para tratar os sintomas. • Descongestionantes são vendidos em larga escala e sem alguns critérios que precisam ser considerados. Muitas pessoas fazem uso indiscriminado desses medicamentos, mas elas desconhecem que isso pode levar a um efeito rebote, trazendo um congestionamento ainda pior. • Os antibióticos são eficientes nas infecções por bactéria; usa-los na sinusite causada por outros microorganismos nem sempre dá resultados. • A cirurgia endoscópica (sinusectomia endoscópica) devolve a qualidade de vida ao paciente. Está indicada para casos crônicos, que não respondem ao tratamento localizado ou sistêmico. Utiliza-se anestesia local com sedação ou geral sem uso de tampão nasal, mas o paciente geralmente tem alta no mesmo dia. Através de um endoscópio (tubo fino e rígido com uma luz ligada na ponta) é possível visualizar a cavidade nasal e retirar o tecido ou retirar o pólipo que está obstruíndo a passagem do ar. O microdebridador é outra técnica que se utiliza de uma cânula de aspiração com uma lâmina, outro recurso utilizado na remoção de pólipos. Também já é possível se utilizar de um balão acoplado no endoscópio, que é conduzido até a obstrução. Lá é inflado para dilatar a passagem estreita do ar. Essa técnica é denominada de sinusplastia com balão. Portanto, é possivel encontrar a cura da sinusite, seja com medidas de autocuidado, com medicamentos localizados ou sistêmicos, seja com a cirurgia, para muitos, o último caminho para evitar as recidivas. Em todos os casos, o paciente deve se manter informado sobre todas as possibilidades de crise para evitá-las; ter um especialista que trate os sintomas e investigue a fundo as causas da sinusite e levar a sério o tratamento indicado. Não se automedique, apenas um especialista está apto a tratar um caso de sinusite.”

CONSEQUÊNCIAS DO USO INDISCRIMADO DE DESCONGESTIONANTE NASAL Esses medicamentos agem sobre a inflamação da mucosa da concha nasal e, realmente trazem um alívio imediato. Por isso, muitos pacientes fazem o uso crônico desses descongestionantes, que são novamente utilizados, assim que o nariz volta a entupir; O problema é que eles diminuem o calibre dos vasos não apenas do nariz, mas a vasoconstrição ocorre no organismo inteiro e pode ser a causa de problemas cardíacos e pulmonares. As crianças devem passar longe desses descongestionantes, porque eles podem provocar depressão do sistema cardiorrespiratório e morte.

MEDIDAS IMPORTANTES Além de adotar um estilo de vida saudável; é importante manter as narinas limpas e umidificadas com a ajuda de soro fisiológico ou de soro caseiro; tratar a rinite, o resfriado ou a gripe assim que os sintomas aparecerem; procurar um otorrinolaringologista e evitar sempre a automedicação.

Gustavo Jorge Magalhães Otorrinolaringologista CRM-GO 10818 E-mail: gustavojorge_orl@yahoo.com.br

• Graduação em Medicina pelo Centro Universitário Volta Redonda, no Rio de Janeiro-RJ; • Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro; • Pós-graduação no Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia; • Fellowship no House Ear Institute, em Los Angeles - Califórnia.

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Acidente Vascular Cerebral (AVC) Marco Túlio Araújo Pedatella

Neurologista - CRM-GO 10582

O Acidente Vascular Cerebral é uma emergência médica que pode matar ou tirar a independência de uma pessoa. Embora o socorro rápido e um bom acompanhamento pós AVC sejam importantes para a recuperação das sequelas, identificar os fatores de risco e modificar o estilo de vida podem prevenir esse transtorno, como nos explica o neurologista Marco Túlio Pedatella. “De repente, uma dor de cabeça violenta paralisou o paciente. Ele tentava se mover, mas era impossível movimentar os membros (braço e/ou perna), do lado oposto ao da dor. Quis gritar, a voz não saiu pela boca que entortava e salivava; a visão se desfocou... É bem provável que esse paciente esteja sofrendo um derrame cerebral, como popularmente chamam um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE). Não é hora de ponderar, e sim, de agir. O socorro deve ser imediato! Existem dois tipos de AVC. Em ambos os tipos, todo o sistema nervoso central pode ser comprometido. O quadro em torno da região afetada

se torna muito delicado para o cérebro, o tronco cerebral, o cerebelo e até mesmo, a medula espinhal, afetando funções que podem deixar a pessoa completamente dependente de forma súbita. Isso provoca mudanças sociais, financeiras e psicológicas importantes ao paciente e aos familiares. • O tipo de AVC mais comum é o Isquêmico. Isso ocorre pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral causando falta de circulação no seu território vascular. As causas principais da obstrução podem ser por placa aterosclerótica (“placa de gordura”) na parede do vaso ou coágulo oriundo do coração. Existem também outras causas, e até mesmo situações com causas indeterminadas. Quanto mais tempo se perde, maior pode ser a lesão cerebral. • O AVC hemorrágico é causado pela ruptura espontânea (não traumática) de um vaso, com extravazamento de sangue para o interior do cérebro (hemorragia intracerebral), para o sistema ventricular (hemorragia intraventricular) e/ou espaço subaracnoideo (espaço entre o crânio e o cérebro), causando o que chamamos de hemorragia subaracnóide. Em qualquer tipo de AVC, os danos no cérebro vão afetar o funcionamento do corpo. Tudo vai depender da região afetada, bem como a sua extensão. Há casos em que podem ocorrer danos transitórios com remissão dos sintomas completamente, e sem lesão neurológica definida em exames de imagem (Tomografia ou ressonância de crânio), chamados ataque isquêmico transitório. Muitas vezes precedem a um AVC isquêmico e servem de sinal de alerta. Na presença de alguns dos seguintes sinais: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação , tontura ou alteração no andar, dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente, deve-se procurar um pronto socorro o mais rápido possível.


Lembrando sempre que “TEMPO AVC ISQUÊMICO AVC HEMORRÁGICO É CEREBRO”. Hoje, com até 4 horas e 30 minutos do inicio dos sintomas, temos como fazer uso de medicação que pode melhorar muito as consequências para a pessoa. Sabemos que as células perdidas no local da lesão se tornam inoperantes e a função cerebral comprometida, entretanto células adjacentes podem passar a exercer a função perdida, a chamada plasticidade neuronal. Os primeiros meses pós AVC são fundamentais 2-AVC para que o paciente possa ter uma 1- AVC hemorrágico Isquémico recuperação efetiva e conquiste - um vaso um coágulo mais qualidade de vida. sanguíneo bloqueia a É uma fase que exige uma se rompe, artéria que leva causando força tarefa do paciente e da equipe o sangue para o hemorragia no multidisciplinar de profissionais da cérebro. cérebro. saúde: fisioterapeutas, médicos, terapeuta ocupacional, psicólogos e fonoaudiólogos que acompanham o paciente na adaptação da nova vida. Com a ajuda profissional, disciplina, um AVC. É fundamental ter controle adequado coragem e vontade de viver, é possível recuperar dos fatores de risco como: diabetes, hipertensão, parte dos movimentos e da fala, tornando-se mais colesterol elevado, obesidade, sedentarismo, abuso independente. Porém, isso depende do caso e demora do álcool, estresse, depressão e tabagismo. Hoje o algum tempo. As conquistas são diárias. É preciso ter AVC tem sido mais comum nas mulheres, devido aos paciência e persistência. fatores hormonais e ao uso de anticoncepcionais Não há como fugir do nosso histórico familiar, orais. Faça um check up regularmente e procure ter raça (negra e asiáticos), idade (mais comum em uma vida mais saudável, com a prática de atividade idosos). Mas muito pode ser feito para prevenir física e mais cuidados com os maus hábitos da vida.”

Marco Túlio Araújo Pedatella Neurologista CRM-GO 10582 E-mail: dr.marcotuliopedatella@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Montes Claros -MG; • Residência médica pelo Hospital Geral de Goiânia • Fellowship em Neurologia Vascular pelo Hospital Mãe de Deus - Porto Alegre; • Fellowship em Neurologia Vascular pelo Hospital Vall d’Hebron - Barcelona - Espanha; • Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia; • Membro da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares; • Membro da World Stroke Organization e American Heart Association.

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Preenchimento tridimensional com Ácido Hialurônico Lana Bezerra Fernandes Dermatologista - CRM-GO 12829

Vivemos a era das inovações tecnológicas que fascinam milhões de pessoas no mundo pelos efeitos especiais em filmes, fotografias, projetos de arquitetura e exames radiológicos que se utilizam de imagens tridimensionais. A última novidade vem da dermatologia, que também conquistou a terceira dimensão. A dermatologista Lana Bezerra nos fala, nesta edição, sobre o rejuvenescimento em 3D. “Quem imaginaria um dia um tratamento rejuvenescedor em três dimensões? A dermatologia moderna, que vem se praticando nos melhores centros médicos, chega ao plano profundo da pele tratando o relevo, os contornos e todas as estruturas que se modificam com o passar da idade. Vamos perdendo o recheio e é por isso que adquirimos o aspecto envelhecido. Ganha-se volume em alguns locais e perdese em outros.


Na face, os lábios carnudos e bem contornados da juventude se tornam finos, murchos e com contornos mal delineados. As bochechas caem, rugas profundas se formam ao redor das pálpebras, sem falar das mãos, que denunciam a idade pela aparência magra, com veias, tendões e cabeças ósseas ressaltadas. Faltava chegar às camadas mais profundas da pele. Como preencher de forma segura o volume perdido? O ácido hialurônico está presente naturalmente em nosso organismo. Está no tecido conjuntivo, presente em aproximadamente 50% da nossa pele, e suas partículas podem ser encontradas no líquido sinovial das articulações, nos olhos, na matriz extracelular, na cartilagem hialina e em várias outras estruturas do corpo. É ele o responsável por preencher os espaços entre as células da pele deixando o aspecto firme, liso e elástico. Com a diminuição do ácido hialurônico no organismo, perde-se também alguns benefícios, como a importante função de hidratação, manutenção da elasticidade e tonicidade. A ciência cosmetológica chegou à forma industrializada do àcido hialurônico, amenizando as características do envelhecimento cutâneo, preenchendo rugas e repondo a perda de volume de maneira segura e pontual. A dermatologia rejuvenescedora deu um salto de qualidade na busca da aparência perdida. Não faz muito tempo, os tratamentos seguros não alcançavam as estruturas cutâneas mais profundas. O ácido hialurônico é indicado para o aumento dos lábios, feito com muita suavidade para recuperar o contorno e o volume com naturalidade. Exageros trazem um efeito artificial. Esse tratamento consegue resultados excelentes também quando usado no

preenchimento de rugas, nas depressões, nos sulcos nasogeniano e labiogeniano (bigode chinês) e naquelas ruguinhas ao redor da boca, conhecidas como “código de barras”. O efeito do ácido hialurônico é muito natural e pode permanecer de 6 a 20 meses no organismo, variando de indivíduo para indivíduo e dependendo do tipo do produto. O procedimento não requer cortes e não deixa cicatrizes. A aplicação é realizada com anestesia local e o paciente participa ativamente diante de um espelho. Trabalhar com preenchedores é uma arte. É extremamente importante ter senso estético para evitar exageros. A linha entre o natural e o artificial é tênue. O segredo está no efeito sutil do tratamento. Pois bem, procedimentos para rejuvenescer em três dimensões consistem em tratar a textura da pele, relaxar algumas áreas musculares, preencher rugas e depressões. Largura, altura e profundidade cutâneas juntas. Uma combinação perfeita para suavizar as marcas do tempo. Uma conquista da dermatologia: o rejuvenescimento em 3D.”

Lana Bezerra Fernandes Dermatologista RM-GO 12829 E-mail lanabezerra@hotmail.com

• Graduação em Medicina, pela Universidade Federal de Goiás -UFG-GO; • Residência em Dermatologia pela Universidade Federal de Goiás -UFG-GO; • Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica; • Mestranda em Ciências da Saúde, UFG.

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Frontoplastia por videoendoscopia Thiago Machado

Cirurgião Plástico - CRM-GO 9386

Uma boa alternativa para se desfazer das rugas e da queda das estruturas musculares da face é a cirurgia plástica. Nos últimos anos, surgiram ferramentas incríveis até mesmo para adultos jovens, com a pele marcada por vícios de expressão. A Frontoplastia Videoendoscópica promove o rejuvenescimento de forma mais simples e menos agressiva. Este é um assunto para o cirurgião plástico Thiago Machado. “Ao longo da vida, vamos marcando nossas expressões faciais naturalmente. Os sentimentos, as preocupações e as emoções movimentam nossos músculos milhares de vezes todos os dias. Essa tensão muscular e os exageros nas expressões faciais são, em grande parte, responsáveis pelo surgimento das rugas em pessoas mais jovens. São pessoas que costumam fazer caretas ou franzir a testa enquanto falam. Isso

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acelera o surgimento das marcas do tempo e uma aparência mais velha que a idade real. À deterioração da musculatura provocada pelos vícios de expressão facial, soma-se o processo de envelhecimento natural e à genética. Aparecem os primeiros sinais de cansaço na face, principalmente se as sobrancelhas estiverem mal posicionadas. A Frontoplastia videoendoscópica trata as rugas


da fronte; ao redor dos olhos, os chamados “pés de galinha” e eleva a sobrancelha utilizando-se de incisões pequenas e minimamente invasivas para o acesso à fronte, à região temporal e à órbita lateral. O endoscópio promove a visualização de toda a fronte para que seja possível modificar e reposicionar a musculatura da testa, refazendo inclusive o levantamento das sobrancelhas. Com o endoscópio, também podemos alcançar as partes moles com menores riscos de complicações, a enervação local fica mais protegida e lesa-se menos folículos pilosos, minimizando os riscos de alopécia. Além disso, o tempo cirúrgico é menor, cerca de duas horas, a anestesia é local com sedação e a recuperação do paciente é mais rápida. As cicatrizes cirúrgicas se escondem no couro cabeludo e ficam praticamente imperceptíveis, mesmo em homens calvos. A cicatriz da Frontoplastia é mínima, quando comparada com a incisão coronal do lifting clássico. Os homens têm feito esse procedimento com muita frequência. Antigamente, só dispúnhamos da técnica tradicional, em que a linha de corte tem início na região acima da orelha, sobe até a testa, percorre todo o topo da cabeça para terminar atrás da outra orelha. Descola-se a pele da testa para que o excesso de pele seja removido e os músculos, tracionados. O cirurgião deve ser habilidoso e esconder a cicatriz entre os fios capilares. Com o videoendoscópio, as incisões são bem pequenas. A câmera do endoscópio, embutida em um lápis cirúrgico, visualiza com muita precisão os tecidos e os músculos que devem ser retirados ou levantados. Depois, sutura-se os pequenos cortes e preparamos o paciente para o pós-operatório, lavando-se bem a face para afastar contaminações. Costuma-se enfaixar a cabeça do paciente como outra medida de proteção. O trauma no local é bem inferior ao de uma cirurgia tradicional. O

paciente sente menos desconforto e dormência no local das incisões e a recuperação é mais rápida. O pós operatório da Frontoplastia por videoendoscopia é menos doloroso, a inflamação local é menor, mas mesmo assim há desconforto e dormência no local das incisões. Depois de dois dias, com alguns cuidados, o paciente pode começar a se mover. A volta ao trabalho pode ser feita depois de dez dias, evitando as atividades mais extenuantes. Exercícios físicos devem ser adiados para evitar grandes fluxos de sangue no rosto e prejudicar o resultado dos pontos, que serão removidos em até 15 dias. O paciente deve escolher um cirurgião habilitado e que seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Embora este seja um procedimento bastante seguro, podem surgir algumas complicações, como danificar os nervos que controlam os movimentos da testa, impedindo o paciente de mover as sobrancelhas. A espessura das cicatrizes pode não ser a ideal, podendo acontecer também a perda da sensibilidade no local das incisões, mas são situações que podem ser corrigidas. Para um resultado perfeito, depois de 30 ou 60 dias, pode-se melhorar ainda mais o resultado, indicando a toxina botulínica e o prenchimento das rugas mais marcadas para um efeito mais satisfatório. Tudo começa com um bom planejamento da cirurgia. É importante haver uma conversa aberta sobre expectativas, procedimento, pós operatório e o paciente deve informar ao especialista sobre todos os problemas de saúde, mesmo os mais simples, sobre medicamentos em uso e possíveis vícios. Quando se trata desta cirurgia plástica, se todos os cuidados forem seguidos à risca, é possível recuperar a imagem que tínhamos há dez anos com tanta naturalidade, que será difícil perceber a mão do cirurgião na nova imagem do paciente.”

Thiago Machado Cirurgião Plástico CRM-GO 9386 Email: contato@drthiagomachado.com.br www. drthiagomachado.com.br

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás - UFG-GO; • Residência em Cirurgia Geral, Pela Universidade Federal de Uberlância - UFU-MG; • Residência em Cirurgia Plástica, pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU-MG; • Fellowship em cirurgia Craniofacial, pela Beneficência Portuguesa de Niterói-RJ; • Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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Catarata Ricardo Antônio Pereira Oftalmologista - CRM-GO 5093

Dez perguntas sobre catarata, a maior causa de cegueira reversível no mundo, para o oftalmologista Ricardo Antônio Pereira. 1 - A catarata é a principal causa de comprometimento da visão e é muito comum, principalmente quando vamos ficando mais velhos. O que é a catarata? A catarata é mesmo uma causa muito frequente de perda da boa visão. Imagine subir uma serra e encontrar uma forte névoa no caminho. É assim que passa a enxergar uma pessoa em processo evolutivo de catarata. Perde-se o foco na medida em que o cristalino vai se tornando opaco. O cristalino é a lente clara e transparente do olho que permite que os raios de luz

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alcancem a retina para formar a imagem. O déficit visual pode ser maior ou menor, dependendo do local onde o cristalino está se opacificando. Além da perda da qualidade visual, o paciente com catarata pode ter hipersensibilidade à luz, mudança frequente da receita dos óculos, podendo apresentar visão dupla em um olho, visão noturna prejudicada, necessidade de mais luz para a leitura. Quando a região central do cristalino é mais afetada, a capacidade de enxergar fica ainda mais comprometida. 2 - Este é um problema natural da idade? O envelhecimento é a principal causa de formação da catarata, no entanto, algumas doenças ou situações podem dar origem à opacificação do cristalino. As alterações na composição química do cristalino podem ocorrer tanto em crianças quanto adultos. A história familiar; doenças como rubéola, toxoplasmose e infecções ocorridas durante a gestação com comprometimento para a mãe e para o feto (catarata congênita); doenças


crônicas, como o diabetes; uso de medicamentos, como corticóides; traumas oculares, inflamações oculares e exposição ao sol por longos períodos, sem a devida proteção, também são causas para o aparecimento da catarata. Mas, a causa mais comum está mesmo relacionada ao envelhecimento. 3 - Ao olhar para os olhos de uma pessoa com catarata, é possível perceber o cristalino opaco? É possível visualizar a catarata através da pupila, que pode se apresentar esbranquiçada ou amarelada, mas, o diagnóstico deve ser feito com a utilização de instrumento e profissional adequados. Só um minucioso exame feito pelo oftalmologista pode detectar a presença e a severidade da catarata ou outro problema que seja o responsável por deixar a visão embaçada e desconfortável.

CATARATA

Cristalino límpido

4 - A catarata pode cegar? Como é a progressão da doença? A evolução da doença leva mesmo à perda total da visão. A catarata, inclusive, é considerada a principal causa de cegueira reversível no Brasil e no mundo, especialmente em pessoas com mais de 60 anos. Mas não é possível prever a progressão da doença. Isso pode acontecer durante muitos anos ou poucos meses e até mesmo dias. Muitas vezes, o desenvolvimento varia de um olho para o outro em uma mesma época. Nas pessoas mais jovens e nos portadores de diabetes, a progressão pode ser rápida. 5 - Quando a cirurgia deve ser considerada? Quando o paciente sentir dificuldade nas atividades diárias. A necessidade visual é que vai ditar o momento de se remover a catarata. 6 - E essa história de ter que esperar a catarata amadurecer? Isso é mito. O paciente deve avaliar se sua visão lhe permite executar suas tarefas com conforto e segurança, como ler e dirigir, por exemplo. As necessidades pessoais devem ser discutidas com o oftalmologista para decidir a ocasião mais conveniente para a cirurgia. A avaliação é feita monocular. Cada olho é operado separadamente em um espaço mínimo de uma semana. Se os sintomas da catarata forem discretos, é possível que a simples mudança de grau dos óculos seja suficiente. Não há medicamento ou suplemento dietético, exercício ou dispositivo óptico, capazes de prevenir ou curar a

Catarata

catarata. Devemos nos proteger ao máximo contra a luz solar excessiva, com óculos de sol e lentes que filtram os raios ultravioletas. 7- O senhor considera a cirurgia de remoção da catarata como um procedimento simples e de pouco risco? Não podemos dizer que a cirurgia de catarata tem risco zero de complicação porque isso não existe. Mas, pode-se dizer que a Facectomia, como chamamos este procedimento, é um dos mais realizados no mundo, sendo 95% deles, sem complicação. Não existe procedimento sem riscos. 8 - Como é a técnica utilizada na Facectomia? A intervenção é rápida e com aplicação de anestesia local, sem necessidade de dormir no hospital. O objetivo do procedimento cirúrgico é substituir o cristalino opaco por uma lente artificial que recupere a função perdida. A lente intra-ocular implantada deve ter um grau que possibilite a recuperação da visão com o mínimo de grau residual possível. As lentes intra-oculares podem ser monofocais ou multifocais. Além de remover a catarata, podem corrigir a miopia, hipermetropia, astigmatismo e até mesmo a presbiopia. É uma cirurgia delicada, em que o oftalmologista se utiliza de microscópio e outro aparelhos computadorizados de alta tecnologia, assim como instrumental cirúrgico específico. 9- Como é o pós-operatório? O paciente operado de catarata pode retornar às suas atividades quase que imediatamente, exceto se forem atividades que possam trazer contaminação ocular.

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Usualmente colírios são utilizados conforme prescrição médica. Uma sequência de consultas são necessárias no pós operatório para avaliação do resultado. Seis em cada dez casos operados apresentam opacidade da cápsula posterior do cristalino tardiamente. Esta cápsula é preservada durante a cirurgia para servir de suporte para a lente intra-ocular. Nesses casos, utiliza-se um tipo

específico de laser que corta esta cápsula restaurando a visão. 10 - Depois de removida a catarata, a visão estará restabelecida sem riscos futuros? Eventualmente, a presença de problemas relacionados à retina e ao nervo ótico podem impedir a recuperação total da visão após a retirada da catarata.

Mau uso de colírios causa catarata Os colírios antiinflamatórios hormonais (com corticóide) podem causar catarata e glaucoma. Mesmo os colírios populares vasoconstritores, usados para reduzir irritações oculares, aumentam o risco de catarata pelo uso prolongado. Já os colírios antibióticos, quando usados por tempo prolongado, não causam catarata, mas aumentam a resistência bacteriana e predispõem a formação de úlceras na córnea e a outras infecções.

Uso prolongado de lentes de contato corretivas As lentes de contato foram feitas para o uso diário, de 12 a 14 horas. Usá-las além desse período, dormir com elas ou não intercalar seu uso com os óculos de grau podem gerar problemas, como olhos secos, irritabilidade e fadiga visual, ceratite, úlceras na córnea e até perda da visão. Mas, nada tem a ver com a catarata.

Tabagismo Os fumantes apresentam um risco duas vezes maior de desenvolver a catarata.

Expor-se ao sol, sem a devida proteção dos olhos A exposição do cristalino à radiação ultravioleta de maneira contínua está entre as causas do desenvolvimento da catarata. Ao comprar óculos escuros, verifique o nível de proteção contra a radiação ultravioleta (tanto UVA quanto UVB) que as lentes oferecem. Tal informação deve estar disponível no adesivo afixado aos óculos ou em livretos contendo informações técnicas sobre o produto.

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Ricardo Antônio Pereira Oftalmologista CRM-GO 5093 Email - ricardo@ipvisao.com.br

• Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará, PA; • Residência Médica pelo Hospital São Geraldo, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, MG; • Residência em Oftalmologia pelo Hospital da Fundação Banco de Olhos de Goiás, GO; • Pós Graduação em Oftalmologia; • Estágio em Glaucoma pelo Opthalmic Consultant of Boston, Estados Unidos, EUA; • Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília, DF; • Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia; • Membro da Academia Americana de Oftalmologia; • Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia; • Membro da Sociedade Americana de Catarata e Cirurgia Refrativa; • Membro da Sociedade Goiana de Oftalmologia; • Membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.


Tratamento a laser para microvarizes Marcus Vinícius Cerqueira Cirurgião Vascular - CRM-GO 9276 RQE 5155

Microvarizes são veias muito finas e avermelhadas, que fazem um caminho tortuoso sob a pele, tirando a beleza da face, do colo, dos seios, do abdome, das costas, das pernas e dos pés. O angiologista e cirurgião Vascular Marcus Vinícius das Neves Cerqueira nos fala do Laser Transdérmico, como uma alternativa eficiente no tratamento das microvarizes. “Difícil ter o controle sobre o aparecimento de um problema que, na maioria dos casos, é hereditário. As microvarizes são muito popular entre as mulheres, que são as maiores vítimas. As causas, além da hereditariedade, estão nos hormônios femininos, no uso de medicamentos contraceptivos e de reposição hormonal e nas gestações. São quatro mulheres vítimas para cada homem. Idade, obesidade, tabagismo, sedentarismo são agravantes que dificultam o retorno venoso em ambos os sexos. A escleroterapia é um tratamento tradicional das microvarizes. Uma técnica que envolve a injeção de solução esclerosante diretamente na veia, causando seu desaparecimento em algumas semanas. Mas, o laser tem avançado de forma incrível nas duas últimas décadas. E, se antes, essa forma de tratamento estava indicada apenas para as manchas da pele e para as veias faciais, hoje, novas tecnologias tornam possível sua utilização para o tratamento de varizes dos membros inferiores, com resultados comparáveis ou até melhores do que as técnicas convencionais. Os aparelhos de laser produzem feixes de raios que emitem comprimentos de onda com determinadas características que atravessam a pele, atingindo a hemoglobina dos vasos sanguíneos, sem causar dano algum. O aumento da temperatura do sangue destrói o vaso pela ação do calor. Há uma certa ardência localizada, mas é bem suportável.

O cirurgião tem total controle sobre a duração, o poder e o tamanho do feixe de luz emitido. Os riscos de formação de manchas ou de hematomas são mínimos e quando acontecem são reversíveis. Pois bem, o laser para pequenos vasos está indicado para pele mais clara; pode ser feito na própria clínica, em um procedimento com duração de até 20 minutos; não é preciso repouso, com retorno imediato às tarefas cotidianas, mas as atividades esportivas estão liberadas 2 horas após o procedimento. As restrições se limitam à exposição ao sol 30 dias antes do procedimento e 15 dias depois. Atualmente, a Angiologia e a Flebologia nos oferecem um arsenal de opções de tratamento das varizes e das microvarizes. O especialista avalia caso a caso e decide qual a melhor técnica, individual ou combinada, para garantir o melhor resultado. Todos esses métodos são definitivos, mas a hereditariedade e os outros fatores citados acima desencadeiam novamente o problema, só que em outros vasos. Não podemos deixar de citar a técnica utilizando laser endoluminal, que é hoje a melhor indicação para o tratamento de doença venosa associada ao refluxo de safena.”

Marcus Vinícius Cerqueira Cirurgião Vascular CRM-GO 9276 RQE 5155 E-mail: mvnc1976@gmail.com

• Graduação em medicina pela Universidade Federal do Pará, PA; • Especialista em cirurgia vascular pela SBACV - Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular; • Especialista em Cirurgia Vascular pelo MEC ; • Proficiência em Doppler Vascular pela AMB/ SBACV/CBR.

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Braquioplastia Álvaro Vítor Teixeira

Cirurgião Plástico - CRM – GO 5889

Perder peso, para quem está com muitos quilos a mais, é maravilhoso. O problema é a sobra de pele. A parte interna dos braços com excesso de pele acaba com a autoestima. Musculação, boa alimentação, nada resolve. Só mesmo a Braquioplastia, a cirurgia que promete braços torneados e sem flacidez, como nos conta o cirurgião plástico Álvaro Vítor Teixeira. “A população mundial vem sofrendo com uma epidemia da obesidade, fruto da alimentação desregrada, do sedentarismo e do emocional, que nem sempre em equilíbrio, aciona o gatilho da ansiedade por comida. Com isso, o ponteiro da balança está subindo em níveis intoleráveis para a saúde. Na contrapartida, o número de cirurgias bariátricas quase que dobrou nos últimos anos. Mas, com a perda de peso, surgem novas questões. Uma delas é: o que fazer com o excesso de pele remanescente em pessoas que emagreceram muito? A cirurgia plástica inovou suas técnicas para atender essa grande demanda, com resultados muito satisfatórios, seja no abdome, nas costas, nas mamas, na face e no pescoço, nas pernas e nos braços. A cirurgia plástica de retirada de pele resolve traumas estéticos, problemas de higiene e até de limitação sexual. Neste artigo, vamos destacar a Braquioplastia, um procedimento muito procurado, principalmente entre as mulheres, que se incomodam com a flacidez na parte interna dos braços. Mas, para muitas pessoas, as razões

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para a retirada de pele vão além da vaidade. O excesso de pele prejudica a mobilidade dos braços nas tarefas cotidianas, além das constantes assaduras nas dobras cutâneas. A intervenção pode ser considerada de médio porte e tem a finalidade de remodelar os braços, retirando toda a flacidez e gordura localizada, deixando os contornos mais suaves, resultando em uma aparência tonificada e mais jovial. Dependendo do caso, a Braquioplastia pode estar associada a outras cirurgias realizadas em obesos que perderam muitos quilos: como a cirurgia nas mamas ou a lipoaspiração. A técnica utilizada neste procedimento depende do grau de flacidez e de gordura nos braços. • Pequena flacidez de pele e acúmulo de gordura: para esses pacientes, está indicada uma lipoaspiração sem ressecção de pele e sem cicatrizes maiores, apenas 0,5 centímetro na axila e 0,5 centímetro na prega do cotovelo. A lipoaspiração pode levar a uma boa retração da pele, com excelentes resultados. • Excesso moderado de pele próximo à axila: a


lipoaspiração resolve o excesso de gordura acumulado e o lifting retira o excedente de pele através de uma pequena incisão transversa ao braço e localizada na axila, sendo visível apenas quando os braços são erguidos. • Braquioplastia tradicional: está indicada para quem tem grande excesso de pele e flacidez mais severa. Esta técnica exige incisões um pouco maiores, que vão da axila ao cotovelo. É um corte longitudinal, localizado na face interna do braço. Embora possam ser percebidas, as cicatrizes costumam se modificar com o tempo. Grandes cortes não implicam, necessariamente, em cicatrizes muito aparentes, desde que o paciente se cuide. São indicados tratamentos com cremes e com laser nas cicatrizes. No início elas são avermelhadas. Com o tempo se tornam esbranquiçadas e finas. Em boa parte dos casos, essas cicatrizes se tornam bem discretas, apesar de não poderem ser completamente apagadas. Porém existem pessoas com tendência a cicatrizes hipertróficas ou quelóide, e isso deve ser observado. A anestesia varia de acordo com o procedimento, pode ser local, peridural ou geral. Quando o paciente é bem avaliado e cumpre todas as exigências pré operatórias, a cirurgia é considerada de baixo risco de complicações. Tem duração de duas ou três horas e o período de internação geralmente é de 24 horas, quando é realizado anestesia peridural ou geral, mas em anestesia local, pode receber alta logo após a cirurgia. O paciente deixa o centro cirúrgico usando uma malha de contenção pelo tempo determinado pelo cirurgião. Independente da técnica utilizada, os cuidados são os mesmos. Logo após a cirurgia, a dieta é livre; o sol deve ser evitado por seis meses; não é permitido levantar os braços por um mês, bem como fazer academia ou carregar pesos acima de cinco quilos. Nas primeiras semanas, a região dos braços vai apresentar edemas (inchaço) e hematomas, que desaparecem com o tempo. Recomenda-

se a drenagem linfática, a ser iniciada no 1º pós-operatório. Com um mês, pode-se dormir de lado, fazer caminhadas, sem grandes excessos. Exercícios físicos plenos só depois de 60 dias. O resultado definitivo é considerado após o final do edema e do processo de cicatrização que ocorre de seis meses a um ano. A braquioplastia deixa os pacientes mais felizes. Eles relatam grande melhoria na auto estima e na qualidade de vida. As mulheres são as grandes beneficiadas, uma vez que, satisfeitas com a aparência dos braços, elas usam e abusam das roupas cavadas e decotadas. A mulher se sente mais feminina, mais bonita e pode dar adeus ao trauma do tchauzinho. Além disso, uma pessoa que apresenta grande flacidez nos braços, tem dificuldade em realizar tarefas simples, como dirigir e até mesmo passar desodorante. A higiene também passa a ser um ponto positivo da cirurgia: com menos pele, o suor é mais controlado e a manutenção da limpeza se torna mais fácil. Nesse quesito, são os homens que tiram grande proveito da cirurgia, mas todos os obesos emagrecidos têm a ganhar com essa intervenção, cada vez mais procurada.

Álvaro Vítor Teixeira Cirurgião Plástico CRM – GO 5889 E-mail: alvarovitorteixeira@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade de Taubaté UNITAU, Taubaté, SP; • Residência em Cirurgia Geral pelo Hospital de Regional do Vale do Paraíba,Taubaté, SP; • Residência em Cirurgia Pediátrica pelo Hospital Matarazzo, São Paulo, SP; • Residência em Cirurgia Plástica Estética pelo Núcleo de Cirurgia Plástica, Belo Horizonte, MG; • Residência em Cirurgia Plástica Reconstrutiva pelo Hospital Santa Helena - Contagem, MG; • Pós-graduação em Medicina Estética pela Faculdade de Medicina Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ; • Especialista em Cirurgia Geral pelo Conselho Federal de Medicina, CFM; • Especialista em Cirurgia Plástica pelo Conselho Federal de Medicina CFM; • Especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, SBCP; • Especialista em Cirurgia Plástica pela Associação Médica Brasileira, AMB; • Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia, ABRAN; • Especialista em Nutrologia pela Associação Médica Brasileira, AMB; • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, SBCP; • Membro do Conselho Regional de Medicina de Goiás, CRM-GO.

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Perda de Peso Michael Mohanna Nutrólogo - CRM-GO - 9321

Perder peso parece ser o objetivo de oito a cada dez pessoas. Mas, tão difícil quanto emagrecer é manter-se magro. Ter a orientação de um bom especialista e mudar definitivamente um estilo de vida são o caminho mais curto para um corpo bonito e saudável. Boa Vida abordou esse assunto com o médico nutrólogo Michael Mohanna.

1 - O que é a Nutrologia? A Nutrologia é uma especialidade médica que estuda a forma como os nutrientes agem no organismo e orienta o paciente quanto à prevenção, o diagnóstico e o tratamento dos distúrbios alimentares, que são mais frequentes do que se imagina. A obesidade é fruto da vida moderna, que praticamente obriga as pessoas a refeições rápidas e pouco nutritivas. Boa parte dos pacientes que engordam sofre de carências nutricionais e de acúmulo de gordura, um passo para adquirir doenças crônicas, como a hipertensão arterial, o diabetes, o colesterol alto, aumento de triglicerídeos, gordura no fígado e os problemas cardiovasculares. Pois bem, essa especialidade médica, reconhecida desde 1978 pelo Conselho Federal de Medicina, dá todo o suporte para o paciente rever seus conceitos de alimentação em um novo estilo de vida. Além de promover a reeducação alimentar, o médico nutrólogo também pode prescrever medicamentos, se houver necessidade. 2 - O grande problema da maioria das pessoas acima do peso é emagrecer e manter o peso ideal. Por que isso é tão difícil? Talvez o problema maior esteja no fato das pessoas buscarem metas absurdas, muito longe da realidade e mergulharem nas dietas da moda , muitas vezes restritivas e monótonas. A perda de peso vai acontecer, mas ninguém suporta por muito tempo o sonho de se manter magro abrindo mão do prazer do paladar. Além do mais, a maioria dessas dietas sem a orientação do especialista, não respeita as reais necessidades calóricas e nutricionais do paciente, que fica fraco, enlouquecido para acabar esse regime e voltar a comer o que gosta. Aos poucos, ele vai minando sua determinação

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de se manter magro e volta a engordar. Esse efeito sanfona, além de ser péssimo para a saúde, desanima o paciente, que se torna desiludido com a sua capacidade de se manter magro. 3 - Qual é a melhor dieta? A dieta ideal é a que permite que o paciente perca peso, sem perder a saúde, o humor e a alegria de viver. Isso não é como uma receita de bolo. As dietas devem ser individualizadas e respeitar as proporções corporais de cada um. Com ajuda especializada, o paciente é submetido a uma bateria de exames para que um programa seja desenvolvido e seguido. Será uma perda de peso responsável, restituindo as carências do corpo e diminuindo o que está em excesso. Vamos dar condições para o organismo se organizar com boa nutrição e atividade física de forma planejada. O metabolismo é avaliado para que seja ativado. Tudo com plena participação do paciente, que aprende a balancear os alimentos, a conhecê-los. Assim vamos assistindo acontecer a troca da massa gorda por uma massa mais magra, consequentemente ocorre um aumento do ritmo do metabolismo. Não é uma dieta milagrosa, mas, uma dieta consciente, balanceada e individualizada. 4 - E a atividade física? Sempre é importante. Reeducação alimentar e atividade física são a base de qualquer dieta saudável e duradoura. Não adianta ficar horas e horas na academia treinando, se a dieta estiver desequilibrada e desbalanceada. Assim o resultado esperado não acontece e o paciente pode desistir da sua meta. Com a ajuda do especialista, será traçado um programa de alimentação e de atividade física para que


o resultado esperado aconteça de acordo com os objetivos. Perder gordura e ganhar músculos exigem direcionamento de toda a alimentação e treino com esse propósito. Quando há necessidade, indica-se algum tipo de suplemento, para acelerar o metabolismo, ajudar na queima da gordura, ganhar massa magra e evitar a fadiga do músculo. Mas, cuidado. Há riscos de consumi-los quando não há orientação profissional; o que é bom para uns não necessariamente é bom para todos. Existem pessoas que não podem usar alguns tipos de suplementos. Efeitos indesejados, como gastrite, refluxo, problemas nos rins , no fígado, no coração, aceleração do batimento cardíaco, desmaios e insônia podem ocorrer, quando o suplemento é mal indicado. 5 - O que o senhor pensa sobre as medicações para emagrecer? As medicações podem ser importantes em um tratamento, desde que bem indicadas. Certos pacientes necessitam delas para um melhor controle de doenças como a hipertensão, o diabetes e o controle das taxas de colesterol e de ácido úrico. Para estas pessoas, somente a dieta e a atividade física não são suficientes para a recuperação da saúde. Mas, chamo a atenção para as drogas para emagrecer contrabandeadas e vendidas em sites. Essas são drogas que podem atuar no sistema nervoso, gerar depressão, pânico, ansiedade, arritmias cardíacas, doenças gastrointestinais, além de outros transtornos. Apenas um médico pode prescrevê-los e controlar os possíveis efeitos colaterais. 6 - O senhor acredita que um obeso, muitos quilos acima do ideal, consiga ser bem sucedido apenas com um programa de reeducação alimentar? Alterações hormonais, metabólicas e emocionais, sedentarismo e erros alimentares geralmente acompanham pessoas obesas e obesas graves. Este tipo de paciente necessita de uma equipe multidisciplinar para acompanha-lo e trata-lo. O sucesso do tratamento é considerado a partir do

momento que atingimos o equilíbrio de todas estas situações. Infelizmente, de cada 10 pacientes que emagrecem, apenas cerca de 10% a 20 % conseguem manter um peso saudável. A maioria engorda novamente porque traz de volta os antigos hábitos. Um programa de reeducação alimentar é para toda a vida. Saber se alimentar é fundamental para a saúde. E não se trata de um roteiro a ser seguido ou mesmo de uma obrigação diária e entediante. É acordar para uma forma de viver bem e com prazer. Nada é tão bom quanto ser saudável. É redescobrir um estilo amadurecido de vida. Pare de dizer “eu queria” e comece a dizer “eu vou.” E isso vale para todos. 7- Qual o conselho que o senhor dá para quem vive em constante guerra com a balança? Não é mesmo fácil emagrecer, obstáculos neste caminho serão frequentes. Busque aliados, especialistas que dêem suporte a esse desafio e com conhecimento suficiente para ajudar o paciente a vencer essas batalhas. É preciso estar firmemente empenhado nesta decisão de seguir as orientações médicas e fechar o ciclo das dietas malucas ou de outras maneiras extraordinárias para emagrecer. Assim evitase mais recaídas. Fazendo da forma correta e com prazer, o regime torna-se um hábito saudável. Nada é proibido! Busque o equilíbrio. 8 - E a fome emocional? Quando fazemos um planejamento individual em uma dieta, tudo é parte de um pacote, inclusive a fome emocional. Na reeducação alimentar, nós mudamos a forma de pensar e de agir. Comida não resolve a ansiedade, a tristeza, a solidão. Comida é fonte de nutrientes, o combustível do corpo. Saber diferenciar a fome real da fome emocional é um princípio. Alimento algum é proibido, sou contra desejos contidos. Os exageros sim, são proibidos, pois levam à compulsão alimentar. Aí, todo o trabalho pode ser perdido. Mas, consciente do que cada alimento faz pelo corpo, o paciente fará uma boa opção sobre o que vai comer. Portanto, boa alimentação, atividade física, mente equilibrada e autoconhecimento são adquiridos através de um programa individualizado de perda de peso. Aí está a chave para um emagrecimento saudável.

Michael Mohanna Nutrólogo CRM-GO - 9321 E-mail: dr.msmohanna@gmail.com

• Graduação em medicina pelo Centro Universitário de Volta Redonda, UNIFOA, Volta Redonda, RJ; • Pós-graduação em Nutrologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, SP; • Título de Especialista pela Associação Brasileira de Nutrologia, ABRAN.

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Informe Publicitário

Tipos de sorrisos para cada personalidade

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Oval - Organizado, perfeccionista, artista, abstrato, tímido, reservado.

Triangular - extrovertido, comunicativo, entusiasmado, dinâmico, impulsivo.

Retangular - Determinado, objetivo, explosivo, intenso, interativo, passional.

Quadrado - Diplomático, pacifico, místico, espiritualizado, conformista, discreto.



Rinoplastia Paulo Cesar dos Reis

Otorrinolaringologista e Cirurgia da Face - CRM-GO: 4989

O nariz tem grande influência na aparência e na auto estima de uma pessoa. Se está em desarmonia com a face, a Rinoplastia ou Cirurgia Plástica de Nariz pode ser considerada. Mas, esse é um procedimento cirúrgico que requer mãos hábeis, firmes e talentosas para reparar a estética sem danificar a função nasal. Rinoplastia ou cirurgia Plástica de Nariz é assunto para o Otorrinolaringologista e Cirurgião Facial Paulo Reis.

1 - A Rinoplastia é uma das cirurgias plásticas mais requisitadas no Brasil e é também considerada uma das mais complexas. Por que? O nariz possui estruturas de alta complexidade, com labirintos e curvas de medidas milimétricas. É fundamental que o especialista tenha um profundo conhecimento das funções nasais e total domínio das técnicas cirúrgicas. Muitos dos pacientes que nos chegam para corrigir a aparência do nariz, também possuem alguma alteração funcional, como desvios de septo, hipertrofia de cornetos relacionadas a rinites, sinusites crônicas, pólipos. Essas são alterações que podem e devem ser tratadas no mesmo ato cirúrgico em uma abordagem funcional integrada. Assim, mais do que um belo nariz, é preciso que ele funcione bem. 2 - Como é decidido o tipo de aparência que o nariz vai ficar? Em uma Rinoplastia três palavras são a base de um resultado bem sucedido: simetria, proporção e harmonia. A estrutura facial do paciente é criteriosamente estudada em todos os ângulos para identificar as alterações que serão feitas. O paciente participa ativamente desse processo, relatando seus desejos ao especialista, que analisa e decide sobre o formato final do nariz. É possível reduzir ou aumentar de tamanho, alterar a forma da ponta e do dorso, corrigir sequelas de traumatismos, diminuir o tamanho das narinas, melhorar a relação entre o nariz e o lábio superior e melhorar a forma de um nariz já operado previamente, além de melhorar a função respiratória, . O objetivo da rinoplastia moderna é a obtenção de um nariz bonito e funcional, perfeitamente adaptado à face do paciente. 3 – Como é o procedimento cirúrgico e qual o tipo de anestesia utilizada nesta cirurgia? Esta é uma cirurgia com duração de aproximadamente duas horas. A critério do especialista, a anestesia pode ser local, geral ou associadas. Depois disso, são feitas as incisões que permitem separar a pele da estrutura do osso e da cartilagem. Este é o momento de executar tudo o que foi planejado no pré-operatório. Os excessos de cartilagem ou osso são moldados ou retirados, a pele é readaptada sobre a nova estrutura e o novo nariz está esculpido. O período de internação vai de um período a um dia. 4 - Onde são feitas essas incisões e como será o resultado das cicatrizes? Na Rinoplastia, as incisões podem ser feitas por


dentro da cavidade nasal ou pode ser um procedimento aberto, com cicatrizes externas, mas que ficam praticamente imperceptíveis. Nesses casos, faz-se uma incisão pequena através da columela (faixa vertical de tecido que separa as narinas). Ao final, uma tala é aplicada no nariz para ajudá-lo a manter sua nova forma. 5 - O pós operatório é muito doloroso? Não, este procedimento é pouco doloroso. O paciente pode sentir certos incômodos, como pequenos sangramentos nas primeiras 48 horas, mas isso não é preocupante. O inchaço permanece durante algumas semanas; podem surgir alguns hematomas locais, onde o sangue ficou retido e alguma dificuldade respiratória. A evolução pós operatória depende da resposta individual. É preciso dar um tempo para o organismo se encarregar de dissipar todos os pequenos transtornos, mas o paciente pode retomar às suas atividades cotidianas após alguns dias, exceto as atividades mais extenuantes. 6 – Em quanto tempo é possível visualizar o resultado definitivo da cirurgia? Esse resultado dura quanto tempo? É importante ressaltar que o resultado da rinoplastia não é imediato, como muitas pessoas acreditam. O primeiro estágio do pós operatório diz respeito à semana logo após a retirada do curativo externo. Nessa etapa, os defeitos estéticos do nariz original já estão corrigidos, mas ainda há um inchaço. Depois de aproximadamente seis meses da realização da cirurgia, o inchaço já desapareceu, mas, o resultado definitivo só pode ser visualizado próximo ao aniversário de 12 meses do procedimento. Alguns pacientes podem atingir o resultado definitivo um pouco antes; outros, um pouco depois desse período.

RECOMENDAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS - Comunicar ao seu cirurgião, até a véspera da cirurgia, em caso de gripe, resfriado, coriza ou qualquer problema ligado à boca, ao nariz ou à garganta. - Evite bebidas alcoólicas ou refeições mais pesadas, na véspera da cirurgia. - Respeitar o jejum absoluto antes da cirurgia

RECOMENDAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS - Evite vento ou friagem nos três primeiros dias; - Evite sol por 90 dias; - Evite o uso de óculos. - Trocar o curativo externo tantas vezes quanto necessário. - Cuidados especiais para com o imobilizador: não traumatizar o curativo, evitar a umidade ou a tentação de “retirá-lo para ver como ficou o nariz”. - Obedecer à prescrição médica (receita). - Voltar ao consultório p/curativo, no dia e hora indicados. - Não se preocupar com as narinas obstruídas. - Qualquer dúvida, peça orientação apenas com o seu especialista Evite sensibilizar-se pelas opinião dos amigos nesta fase inicial.

Paulo Cesar dos Reis Otorrinolaringologista e Cirurgia da Face CRM-GO: 4989 E-mail: drpauloreis@gmail.com Site: www.drpauloreis.med.br

• Graduação em medicina pela Universidade Federal de Goias, UFG; • Especialização em Otorrinolaringologia pela Universidade de Brasília - UNB; • Pós Graduação em Cirurgia Plástica da Face - IBPG (Instituto Brasileiro de Pós Graduação- Faculdade Campo Real)- São Paulo - SP; • Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; • Membro da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face; • Membro da International Federation of Facial Plastic Surgery Societies - IFFPSS, Virgínia, EUA.

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Glaucoma Francisco Eduardo Lima

Oftalmologista - CRM-GO 6103

O glaucoma é uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. Estima-se que existam 66 milhões e 800 mil pessoas com glaucoma no mundo, sendo 6 milhões e 700 mil habitantes bilateralmente cegas. O presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma Francisco Eduardo Lima, profissional premiado e com larga experiência no tratamento da doença, é o convidado de Boa Vida para falar sobre o Glaucoma e as chances de manter a qualidade da visão. “Quando vemos um objeto, a imagem é transmitida do olho ao cérebro através do nervo da visão, ou seja, do nervo óptico. Esse nervo funciona como um cabo elétrico, contendo cerca de um milhão de fios que levam a mensagem visual lateral ou periférica e também a visão central, usada para leitura. O glaucoma destrói gradativamente esses “fios elétricos”, causando pontos cegos na área de visão ou de campo visual. As pessoas não sentem dor e sequer percebem as áreas cegas, até que considerável e irreversível dano ao nervo óptico tenha ocorrido. Se todo o nervo for destruído, isto resultará em cegueira total e definitiva.

Visão normal

Existem algumas causas para o desenvolvimento do glaucoma, mas a principal delas é a pressão intraocular elevada. Um líquido claro e transparente chamado humor aquoso circula dentro do olho continuamente, nutrindo as estruturas internas do órgão. Essa circulação interna pode ser comparada à torneira de uma pia constantemente aberta. Se o ralo da pia entupir, a água acumula e transborda. Se o sistema de drenagem do olho similarmente entope, a pressão intraocular aumenta e, com o tempo vem os danos irreversíveis ao nervo óptico. Entretanto, vale ressaltar que a pressão intraocular elevada nem sempre indica a presença de glaucoma. E ainda, pressão intraocular normal não significa necessariamente ausência de glaucoma. Muitas pessoas com a doença podem apresentar a pressão intraocular normal nos exames de rotina e apresentarem perda de campo visual. Todos os fatores que alteram a circulação e a nutrição do nervo óptico são determinantes na causa e no agravamento do glaucoma.

São quatro tipos de glaucoma: • Glaucoma primário de ângulo aberto: O paciente geralmente não apresenta sintomas. O paciente não sente dor e perde lentamente a visão, percebendo a perda quando o nervo óptico já está bastante lesado. Devido à ausência de sintomas, a melhor forma de diagnóstico desse tipo de glaucoma é o exame ocular periódico.

Visão com glaucoma

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• Glaucoma primário de ângulo fechado: Neste tipo de glaucoma o olho do paciente é menor do que a média e o ângulo formado entre a íris e a córnea é também menor que a média, condição conhecida


como ângulo estreito. Com a dilatação da pupila, este ângulo estreito pode fechar repentinamente, levando à crise aguda de glaucoma de ângulo fechado O paciente apresenta intensa dor de cabeça e dor ocular, náusea, vômito e redução da visão. O quadro pode, a princípio, ser confundido com infarto do miocárdio. A pressão intraocular torna-se muito elevada e pode lesar o nervo óptico de forma rápida e agressiva. Trata-se de uma emergência oftalmológica que, se não tratada rapidamente, leva à perda visual parcial ou mesmo total, de forma irreversível, em questão de horas. É importante ressaltar que, se o indivíduo tem predisposição a este tipo de glacoma, está contra indicada a dilatação da pupila, feita em exames oftamológicos de rotina. Esses colírios de dilatação contêm alguns remédios ansiolíticos que podem desencadear uma crise de glaucoma agudo de ângulo fechado. • Glaucoma congênito: Uma malformação no sistema de drenagem do humor aquoso que ocorre em recém nascidos e crianças. Os pais, geralmente, observam que a criança apresenta lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade, perda do brilho da região colorida do olho, aparentando coloração mais azulada e opaca e aumento do volume do globo ocular. Isso pode ocorrer em apenas um olho ou em ambos. • Glaucoma secundário: o aumento da pressão intraocular ocorre após doenças inflamatórias, catarata avançada, alteração dos pigmentos naturalmente existentes dentro dos olhos, hemorragia e obstrução de vasos intraoculares. Outra importante causa de glaucoma secundário é o uso de colírios de corticóide por tempo prolongado sem indicação e/ou acompanhamento do médico oftalmologista. Uma alteração importante ocorre quando a lente transparente que existe dentro dos olhos, o cristalino, se torna opaca (ao que se denomina catarata), e abaulada o suficiente para estreitar a passagem do humor aquoso para o sistema de drenagem, podendo causar a elevação da pressão intra-ocular. Nesses casos, a cirurgia de catarata resolve esses problemas. O diagnóstico do glaucoma é baseado no aspecto do disco óptico (ver figura) - a parte do nervo óptico visível ao exame de fundo de olho, na medida da pressão intra-ocular e no resultado da perimetria computadorizada - o conhecido exame do campo visual. A pressão intra-ocular varia no decorrer do dia, e um paciente com disco óptico com alterações suspeitas para o glaucoma pode não apresentar a pressão intraocular elevada no momento do exame.

Desenvolvimento do Glaucoma OLHO SAUDÁVEL

Fluxo de humor aquoso Canal de drenagem GLAUCOMA

Canal de drenagem bloqueado pelo acúmulo de fluidos

O aumento da pressão danifica os vasos sanguíneos e o nervo óptico

Outro aspecto a ser avaliado é a análise do campo visual, exame que detecta áreas cegas, resultantes da lesão de fibras do nervo óptico. Alguns tipos de glaucoma necessitam de outros equipamentos para diagnóstico e acompanhamento da doença, dentre eles o OCT (Analisador da camada de fibras nervosas), o ORA (Analisador de resposta ocular) e a Biomicroscopia ultra-sônica. O tratamento do glaucoma pode ser feito com o uso de medicamentos, com a realização de aplicações de laser ou com a cirurgia. Inicia-se com medicamentos (colíros ou comprimidos), com a finalidade de reduzir a pressão intra-ocular, seja pela diminuição da produção do humor aquoso, ou pelo aumento da saída desse líquido do olho. Dessa forma, haverá proteção do nervo óptco e, em consequência, a manutenção da visão do paciente. Trabeculoplastia, o procedimento a laser para tratamento do glaucoma, tem a finalidade de estimular o sistema de drenagem, escoando o humor aquoso e reduzindo a pressão intraocular, a exemplo do efeito de alguns colíros. Porém, o efeito do laser não é imediato. Serão necessárias de quatro a seis semanas para obter a redução da pressão intra-ocular.

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Iridectomia é outro procedimento à laser com indicação para pacientes que apresentam glaucoma de ângulo fechado, com risco ou antecedente de crise aguda. Através dele, cria-se um pequeno orifício na parte mais periférica da íris, permitindo a livre circulação do humor aquoso da câmara posterior para a câmara anterior, evitando o bloqueio pupilar e novas crises agudas. A Cirurgia Incisional ou trabeculectomia (o mesmo que cirurgia de filtração) está indicada quando o tratamento com colírios e com o laser não apresentaram as respostas esperadas. Após a cirurgia, o paciente observa uma pequena elevação, com aspecto de uma bolha, na parte superior do olho, ao olhar para baixo. O humor aquoso desloca-se para este novo compartimento, evitando o aumento da pressão intraocular. Outra alternativa cirúrgica é a Ciclofotocoagulação endoscópica com laser, em que é utilizado um equipamento que contém, em uma

mesma sonda, uma fibra óptica para visibilização das estruturas intraoculares, uma fonte de iluminação e um laser. Utilizando esses recursos, são feitas queimaduras na região produtora do humor aquoso, o epitélio ciliar secretor, visando diminuir a produção desse líquido. Esse procedimento pode ser realizado ao mesmo tempo que a cirurgia de catarata, e permite a redução da pressão intraocular, ao ponto de diminuir ou mesmo abolir o uso de colírios hipotensores. O Glaucoma é uma doença grave e, por isso, deve ter total adesão e rigor do paciente em tratamento. Cumprindo o que foi determinado, é possível manter a qualidade da visão. Para se proteger do glaucoma, é recomendado um exame oftalmológico anual em qualquer idade, principalmente, se depois dos 40 anos de idade. Diagnóstico precoce e acompanhamento rigoroso do caso evitam a perda irreversível da visão.”

Francisco Eduardo Lima Oftalmologista CRM-GO 6103 E-mail: dr@franciscolima.com Site: www.franciscolima.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás; • Residência em Oftalmologia pelo Massachusets Eye and Ear Infirmary, EUA; • Residência em Glaucoma e Catarata pela Harvard Medical School, EUA; • Doutorado em Medicina pela Universidade de São Paulo, SP; • Presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma.

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Insuficiência Renal Ramon Ramos Filho

Nefrologista - CRM-GO 6741

Os rins têm a função vital de filtrar o sangue, excretar o que deve ser desprezado e reter o que é importante para o organismo. Se os rins funcionam de forma precária ou deixam de funcionar, surge a chamada insuficiência renal. Boa Vida convidou o nefrologista Ramon Ramos Filho para explicar este assunto:

1 - O que é a Insuficiência Renal? É a incapacidade que os rins têm de realizar o trabalho de filtragem do sangue, mantendo alguns elementos importantes e eliminando outros, através da urina; de estimular a produção de glóbulos vermelhos, evitando a anemia; de regular a pressão arterial e de formar os ossos durante o crescimento e mantêlos saudáveis durante a vida. Pois bem, depois que o sangue chega pelas artérias e é processado nos rins, ele volta pelas veias totalmente purificado. As toxinas são liberadas para a bexiga, que termina o trabalho de eliminar o que não serve para o organismo. Se por algum motivo esse sistema for alterado, os rins passam a não cumprir essas funções com eficiência. É o que chamamos de Insuficiência renal. Isso pode ser passageiro, mas se for crônico essa filtragem fica tão comprometida, que será necessário substituí-la pela terapia renal substutiva (hemodiálise ou diálise peritoneal).

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2 - Essa incapacidade de filtrar o sangue, excretar o que não serve e regular a quantidade de água no corpo acontece simultaneamente nos dois rins? Sim, as doenças renais crônicas acontecem em ambos os rins. É um processo lento e progressivo que passa despercebido pela maioria dos pacientes. Mesmo funcionando com deficiência, o organismo se organiza para manter o equilíbrio metabólico. Mas quando a função renal chega a menos de 30%, podem aparecer sintomas, como: perda do apetite, perda de peso; diminuição da capacidade de concentrar a urina, com maior necessidade de urinar mais vezes durante a noite; inchaço e fraqueza nas pernas; cansaço; vômitos e a pele fica pálida. O tratamento conservador com dieta e medicamentos é prescrito, na esperança de não sobrecarregar os rins diminuindo a progressão da doença. Mas, quando essas medidas clínicas tornamse insuficientes para manter o equilíbrio metabólico e a função renal diminuir para menos de 10%, se


torna necessário iniciar o tratamento de terapia renal substitutiva. 3 - De que forma a hemodiálise faz o trabalho dos rins? Através de filtro, as substâncias nocivas ao corpo são retiradas e as substâncias necessárias são acrescentadas ao organismo humano. 4 - Um filtro artificial? Se for na Hemodiálise, o tipo de diálise mais frequente, sim. Uma máquina faz a limpeza do sangue da mesma forma que os rins. O paciente precisa comparecer ao hospital/clinica três vezes por semana, por um período de quatro horas. Deve-se realizar uma pequena cirurgia que deixa os vasos mais resistentes e acessíveis. Assim, o sangue será retirado, passando pela máquina de filtragem, eliminando as toxinas do organismo, para ser devolvido pela veia e fazer o trajeto de volta ao coração. Durante esse processo, o excesso de água e de sal que ficam retidos quando os rins não funcionam, também são eliminados do corpo. Porém, a máquina da hemodiálise é planejada apenas para filtrar e excretar as impurezas. Outras funções dos rins, como produzir hormônios e vitamina D, controlar a pressão arterial e mandar a medula óssea fabricar sangue devem ser corrigidas com medicamentos sob a forma de comprimidos ou injeções, para que o indivíduo tenha a melhor qualidade de vida possível. Na outra forma de diálise, a Diálise Peritoneal, não usamos uma máquina para que o sangue seja filtrado fora do corpo. Isso é feito através da circulação do peritônio, uma membrana que reveste a parede abdominal por dentro e que cobre as alças do intestino. Através de um cateter no abdome do paciente, injeta-se uma solução aquosa, que em contato com os pequenos vasos sanguíneos presentes no peritônio, retira as

substâncias tóxicas que não foram filtradas pelos rins. Este procedimento dura cerca de uma hora e é realizado quatro vezes por dia, todos os dias. Essa forma de diálise pode ser feita em casa pelo próprio paciente ou cuidador, depois de um treinamento especializado. A diálise pode ser feita por toda a vida sem problema algum, desde que o paciente se comprometa com as sessões, adaptando-se ao tratamento. 5 - Não há outra alternativa? Sim, um transplante renal. Em um transplante, o paciente recebe um novo rim. É uma alternativa para o doente renal crônico, mas há necessidade de utilizar medicamentos por toda a vida e de acompanhamento médico. 6 - Como é feito o Transplante do rim? Precisa-se de um rim de doador vivo ou de cadáver compatível com o paciente. Em um transplante com doador vivo, após exames para avaliar a saúde do doador e do receptor e se há compatibilidade entre ambos, é agendada a cirurgia de implante. Após a cirurgia o receptor permanece internado para que haja acompanhamento especializado e preparado para possíveis complicações. 7 - É possível viver bem com apenas um rim? Sim. Com um rim é possível viver normalmente. As cirurgias de nefrectomia e de implante do rim são procedimentos seguros. É preciso, que o transplantado tenha consciência de que é importante tomar a medicação para toda a vida, bem como manter acompanhamento médico. Enfim, é possível ter uma vida normal. O importante é seguir as orientações médicas; ter disciplina e se esforçar um pouquinho para viver bem e feliz. Mas isso, todos nós temos que fazer!

Ramon Ramos Filho Nefrologista CRM-GO 6741 E-mail: ramon@ih.com.br

• Graduação em Medicina pela Faculdade de Ciencias Medicas de Volta Redonda, RJ; • Residência em Nefrologia pelo Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto USP, SP; • Especialista em Nefrologia pela Sociedade Brasileira de Nefrologia; • Mestre pelo Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, IPTSSP UFG; • Membro da Sociedade Brasileira de Nefrologia; • Membro da Associacão Brasileira de Transplante de Orgãos; • Membro da American Society of Nephrology.

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Com programas sociais inovadores, o

Governo de Goiás está escrevendo uma nova história para os goianos. Restaurante Cidadão

Cheque Mais Moradia

Refeições saborosas e nutritivas por 1 real.

Mais de 62 mil casas em construção ou contratação.

Bolsa Futuro

Bolsa Universitária

Renda Cidadã

Passe Livre Estudantil

Meio milhão de goianos profissionalizados até o final de 2014.

Auxílio para comprar alimentos, material escolar e remédios.

Mais de 151 mil jovens atendidos até o fim do ano.

Transporte público gratuito para estudantes.

Nas oito unidades do Restaurante Cidadão, cerca de 11.300 refeições são servidas diariamente. Com o Cheque Mais Moradia, milhares de casas já foram entregues em todo o Estado. Através do Bolsa Futuro, meio milhão de goianos estarão profissionalizados até o fim de 2014. Até o final do ano, o Bolsa Universitária terá ajudado mais de 151 mil jovens a cursar uma faculdade. O Renda Cidadã auxilia 58 mil famílias goianas a comprar alimentos, material escolar e remédios. Com o Passe Livre Estudantil, todos os estudantes da Região Metropolitana terão passagens gratuitas.

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Toxina Botulínica Marcela Corrêa Caldas Dermatologista - CRM-GO 6822

Nos dias atuais, é perfeitamente viável se manter rejuvenescido em qualquer fase da vida. Um dos melhores caminhos é recorrer à chamada dermatologia preventiva. A dematologista Marcela Corrêa Caldas responde às dúvidas mais frequentes sobre a toxina botulínica, a substância mais eficiente para amenizar rugas e marcas de expressão do rosto, do pescoço e do colo. 1 - A aplicação de toxina botulínica é um dos tratamentos estéticos mais realizados contra o envelhecimento. Do que se trata essa substância? É verdade. Hoje em dia não se fala em tratamento rejuvenescedor sem citar a toxina botulínica. Esse procedimento se popularizou de tal forma que a demanda não para de crescer. Com razão; essa substância é capaz de dar uma “esticadinha” no rosto sem o uso do bisturi. Com isso, é possível adiar a cirurgia plástica, revertendo os sinais da idade. A toxina botulínica foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 1992 e, de lá para cá, essa substância tem tido diversas indicações terapêuticas e estéticas. A toxina é produzida por uma bactéria chamada Clostridium botulinum. A toxina age no local onde o nervo faz contato com o músculo(placa neuromuscular), inibindo a musculatura ao ponto de as rugas e as linhas de expressão serem relaxadas ao perder a capacidade de contração. 2 - É possível evitar aquele efeito congelado da face? Sim, hoje as técnicas evoluíram bastante. Aquele efeito congelado se dava em razão do dermatologista paralisar o músculo que formava a ruga. A evolução das técnicas atuais têm como objetivo, apenas relaxar a musculatura. Assim, o paciente rejuvenesce de forma bem natural e as suas características são mantidas. Portanto, é preciso escolher um dermatologista habilidoso, antenado com as técnicas atuais e que seja membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Muitas pessoas, querem rejuvenescer exageradamente. Além disso, o profissional deve ter senso estético e não se exceder na dose injetada. 3 - Pessoas jovens podem usar? A toxina botulínica é um tratamento preventivo, portanto está indicado também para jovens que se preocupam acertadamente em não deixar que a ruga se aprofunde. As microinjeções são mais superficiais, podendo tratar toda a região do rosto e do pescoço, mantendo os movimentos da área .Médico e paciente devem ter bom senso e avaliar a real necessidade do procedimento. 4 - Quais são as regiões que podem ser tratadas com a toxina botulínica? Pode-se suavizar as linhas da testa, o vinco entre as sobrancelhas e os pés-de-galinha; levantar os cantos da boca; arquear as sobrancelhas; melhorar as rugas no colo e no pescoço e arrebitar levemente a ponta do nariz. 5 - É doloroso? A dor é suportável, a agulha é muito fina. Recorremos ainda a um creme anestésico para passar sobre a pele antes do procedimento. 6 - O resultado é imediato? Não. O efeito começa em 48 horas, mas o resultado final aparece mesmo depois do 14º dia. Por isso, em cerca de 15 dias, recomenda-se um retorno do paciente para algum retoque, se necessário. 7 - O efeito permanece por quanto tempo? Deve-se levar em conta a resposta de cada paciente, a quantidade da substância usada e a forma de aplicação. Em geral os efeitos da toxina botulínica variam de quatro a seis meses. Recomenda-se no máximo duas aplicações por ano. O prazo mínimo para nova aplicação deve ser respeitado para que o efeito não perca sua eficiência. Em se tratando de rejuvenescimento, ao utilizarmos corretamente todas as armas que a dermatologia moderna nos oferece, teremos sempre uma pele lisa e iluminada como tínhamos quando mais jovens.”

Marcela Corrêa Caldas Dermatologista CRM-GO 6822 E-mail: dermaclean@outlook.com Site: www.dermaclean.net.br

• Graduação em Medicina, pela Universidade Federal de Goiás - UFG-GO; • Pós Graduação em Dermatologia, pelo Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Goiás UFG-GO; • Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

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Infectologia Werley de Almeida Freire

Infectologista - CRM - GO 8515

Nosso corpo é vulnerável à ação dos virus, das bactérias, dos fungos ou dos parasitas. Ao invadir o organismo, esses microorganismos oportunistas se desenvolvem e se multiplicam, causando doenças infecciosas que podem ser graves, quando não tratadas. Perguntamos ao Infectologista Werley de Almeida Freire, como as infecções podem afetar a nossa saúde: “Nosso Sistema Imunológico está em constante luta pela nossa saúde, como em uma guerra, eliminando invasores que vem de todos os lugares, do ar, da terra e da água. Esse é um trabalho árduo, se imaginarmos a quantidade de germes que nos ataca todos os dias. Por exemplo: Ao cortar o dedo, vários tipos de bactérias e vírus ultrapassam a barreira de proteção da pele, entram no corpo e produzem um efeito colateral de inflamação local e dor. Os mecanismos de defesa do corpo partem para o combate. A região fica sensível, inflamada e cheia de pus. Este é o sinal para que o Sistema Imunológico encaminhe certos mecanismos de defesa até o local da lesão ou da infecção. Quando ocorre um deficit sanguíneo, os glóbulos brancos atravessam a parede dos vasos sanguíneos em direção à área inflamada , como uma resposta imunitária. Pois bem, além da pele, em nosso corpo existem várias outras barreiras de proteção natural: • As membranas mucosas: Secreções como, a saliva, a lágrima, o suor, a bile, os sucos digestivos têm o poder de destruir os microrganismos.

• As vias respiratórias: Por alí, os invasores enfrentam um filtro ao passar pelos cílios e seus batimentos coordenados; o muco que reveste os canais tortuosos do nariz também é uma barreira protetora, além da tosse são mecanismos de eliminação dos microorganismos. • O tubo gastrointestinal: O ácido do estômago e a atividade antibacteriana das enzimas do pâncreas, da bílis e das secreções intestinais são armas poderosas do Sistema Imunológico. • Mecanismos de defesa inespecíficos: A febre, assim como certos tipos de glóbulos brancos ajudam o sistema de defesa a livrar-se do agente agressor. • O aparelho geniturinário masculino: Este se encontra protegido pelo comprimento da uretra (cerca de 20 centímetros). Por isso, as bactérias não costumam entrar na uretra masculina, a menos que sejam ali introduzidas de forma não intencional, através de instrumentos cirúrgicos. As mulheres contam com a protecção do ambiente ácido da vagina. O efeito de arrastamento que a bexiga desencadeia no seu esvaziamento é outro dos mecanismos de defesa em ambos os sexos. Mas, pessoas debilitadas estão mais vulneráveis a certas infecções e o Sistema Imunológico pode falhar. Esta é uma situação que permite a multiplicação dos


microorganismos ao ponto das defesas humanas serem vencidas, com sérios riscos de vida para o paciente. Outra possibilidade é o Sistema Imunológico e os invasores entrarem em equilíbrio e não haver vencedor. Nesses casos, desenvolve-se uma infecção crônica. Há ainda casos em que a pessoa, com ou sem tratamento médico, consegue eliminar o microrganismo invasor. Este processo restabelece a saúde e costuma proporcionar uma imunidade duradoura face a outra infecção provocada pelo mesmo microrganismo. Em todos os casos, em algumas doenças, a presença de um médico Infectologista se faz necessária. São elas: Diarréia, Tétano, Raiva, Pneumonia, Meningites, Tuberculose, Furunculose, Infecção Urinária, Infecção Cirúrgica, Febre Amarela, Dengue, Toxoplasmose, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), Raiva, Calazar, Malária, Doenças por Fungos ou qualquer doença Febril. Nas infecções cirúrgicas, em algumas situações, o infectologista é um parceiro importante do médico cirurgião, na boa condução do tratamento e do prognóstico. Outra parceria importante é entre o Infectologista e o Pneumologista, para tratamento de Pneumonias Graves ou Tuberculose, ou entre o Infectologista e o Intensivista para o tratamento das Infecções Graves em UTI / Sepse. Outra recomendação: quando houver necessidade de se fazer determinada cirurgia deve-se consultar o Infectologista e a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da instituição para saber os riscos de se adquirir uma infecção no procedimento que será realizado. Se uma doença infecciosa é tratada inadequadamente, pode-se subestimar a gravidade do caso, mesmo na presença de sinais e sintomas que dão idéia de um quadro que está em evolução e que pode se complicar. Portanto, o paciente deverá ter um acompanhamento mais próximo do médico, muitas vezes com avaliação no consultório médico diariamente. Em

alguns casos, o risco de o problema se agravar é tão grande que o paciente merece acompanhamento constante em ambiente hospitalar. Com isso, evita-se mandar para casa alguém com um quadro infeccioso em evolução, por exemplo: casos de dengue que evoluem para Dengue Hemorrágica. Além disso, o infectologista não trata apenas a doença infecciosa com a prescrição de medicamentos, Os antibióticos, os agentes antimicóticos ou antivirais, podem auxiliar as defesas naturais do corpo humano. No entanto, se o sistema imunitário se encontrar gravemente enfraquecido, esses medicamentos não costumam ser eficazes. É preciso intervir nos fatores causais, como nos casos de infecção urinária, furunculose ou herpes de repetição. Em outros episódios deve-se ler nas entrelinhas e averiguar que aquele quadro, aparentemente simples, pode ser sinal de baixa imunidade, como o que ocorre no Diabetes e na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.”

SALMONELLA Pessoas com o estômago que não segrega ácido devidamente, são particularmente vulneráveis à tuberculose e à infecção causada pela bactéria Salmonella. O equilíbrio entre os diferentes tipos de microrganismos na flora intestinal residente também é importante para manter as defesas do organismo. Por vezes, um antibiótico tomado para uma infecção localizada em qualquer outra parte do corpo pode quebrar o equilíbrio entre a flora residente, permitindo assim, que aumente o número de microrganismos que causam doenças.

Werley de Almeida Freire Infectologista CRM - GO 8515 E-mail: werley_infecto@hotmail.com

• Realizou residência médica HC/HDT, Goiânia, GO; • Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia; • Infectologista e Chefe da CCIH do Hospital dos Acidentados; • Coordenador Médico da UTI do Hospital Amparo; • Coordenador da UTI Móvel - UTI Goiânia; • Titulado em Terapia Intensiva pela AMIB.

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Onde Encontrar nossos Especialistas: Adriano de Moraes Arantes Hematologia/ Hemoterapia Honcord – Hematologia/Oncologia/ Congelamento de Células Tronco Rua T-35 c/ T-53, 1.941 Setor Bueno, Goiânia-GO Fone – (62) 3239 6600 Email: arantesadriano@hotmail.com Site: www.honcord.com.br

Lana Bezerra Fernandes

Paulo Cesar dos Reis

Dermatologia Clínica Digestive Rua 1.125, 324 Setor Marista, Goânia-GO Fone- (62) 3942 7676 (62) 8146 7177 Email: lanabezerra@hotmail.com

Otorrinolaringologia/Cirurgia de Face Hospital Oftalmo Center Avenida Ismerino S. de Carvalho (Antiga Avenida Z), 470 Setor Aeroporto, Goiânia-GO Fone – (62) 3209 5555 (62) 3089 7019 Email: drpauloreis@gmail.com Site: www.drpauloreis.med.br

Marcela Corrêa Caldas

Cirurgia Plástica Clínica Afeto Avenida D. Qd E10, 248 Setor Oeste, Goiânia-GO Fone - (62) 3215-4454 Email: alvarovitorteixeira@gmail.com

Dermatologia Clinica, Cirurgica e Estética Dermaclean-Dermatologia e Estética Rua T-28, 1471, Térreo Setor Bueno, Goiânia, GO Fone: (62) 3941-0688/3931-0388 E-mail: dermaclean@outlook.com www.dermaclean.net.br

Deidimar Cássia Batista Abreu

Marco Túlio A. Pedatella

Álvaro Vítor Teixeira

Mastologia Cebrom – Centro Brasileiro de Radioterapia, Oncologia e Mastologia 5ª Avenida, 180 Setor Unversitário, Goiânia-GO Fone – (62) 3265 0400 Email: abreudeidimar@terra.com.br

Neurologia / Neurologia Vascular/ Ecografia Vascular Clínica Maior Idade Rua T-49, 35 Setor Bueno, Goiânia-GO Fone – (62) 3093 2262 Email: dr.marcotuliopedatella@gmail.com www.clinicasinus.com.br

Francisco Eduardo Lima

Marcus Vinícius Cerqueira

Oftalmologia CBCO -Centro Brasileiro de Cirurgia de Olhos Av. T-2, 401 Setor Bueno - Goiânia-GO Fone- 62-3252-5590 Email: dr@franciscolima.com Site: www.franciscolima.com

Francisco Wellington Rodrigues Oftalmologia VER – Excelência em Oftalmologia Avenida Americano do Brasil, 260, 4º andar Setor Marista, Goiânia, GO Fone – (62) 3096 9696 Email: verfco.med@gmail.com Site – www.ver.med.br

Gustavo Jorge Magalhães Otorrinolaringologista • Clínica Sinus – Ouvido, Nariz e Garganta Centro Médico Valéria Frota Rua 9-A, 160, Andar L, Setor Aeroporto, Goiânia – GO Fone – (62) 3223 5810 (62) 3212 2981 • Hospital de Olhos de Aparecida Avenida Abel Ribeiro, qd 32, Centro, Aparecida de Goiânia – GO Fone (62) 3097 2100 Email – gustavojorge_orl@yahoo.com.br Site – www.clinicasinus.com.br

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Angiologia / Cirurgia Vascular • Centro Clínico Integrado Rua Ivaí c/ rua Jaguarão, Qd 23, Lt 8/9, Vila Brasília, Aparecida de Goiânia-GO Fone (62) 3548 1564 • Ambar Centro Médico Rua 17-A, 1.248 Setor Aeroporto, Goiânia-GO Fone – (62) 3213 0693 (62) 3229 1926 • Hospital Lúcio Rebelo Avenida Edmundo Pinheiro de Abreu, 451 Setor Bela Vista, Goiâna-Go Email: mvnc1976@gmail.com

Ramon Ramos Filho Nefrologia Clínica de Doenças Renais – Nefrologia / Hemodiálise Rua R-3, 220, Setor Oeste – Goiânia-GO Fone – (62) 3946 9880 Email: ramon@ih.com.br

Ricardo Antônio Pereira Oftalmologia Instituto Panamericano da Visão Avenida T-8, 171, Setor Marista, Goiânia,GO (62) 3096-8000 (62) 3096 8107 (62) 3096 8108

Email: ricardo@ipvisao.com.br

Rildo Lasmar Implantodontia / Ortodontia / Restaurações Estéticas Instituto Rildo Lasmar de Odontologia Rua 4, 286 Setor Oeste, Goiânia-GO Fone – (62) 3214 2319 (62) 3229 3049 Email: ridolasmar@hotmail.com Site: www.institutorildolasmar.com.br

Thiago Machado Pinto

Oncologia Clínica Oncovida - Centro de Oncologia Rua 22, 773 Setor Oeste – Goiânia-GO Fone – (62) 3941 3005 (62) 3921 1273 Email – mmagsampaio@gmail.com

Cirurgia Plástica Instituto Cirúrgico Med Plastic Rua T-38, nº 106, Qd. 117, Lt. 12/13 Setor Bueno, Goânia-GO Fone (62) 3541 0132 Email: contato@drthiagomachado.com.br Site: www. drthiagomachado.com.br

Michael Mohanna

Werley de Almeida Freire

Marcus Magnus Sampaio

Nutrologia Clínica WM Cristini Dermatologia e Nutrologia Rua 1.132, Qd 258, Lt 08 Setor Marista, Goiânia-GO Fone – (62) 3579 5675 (62) 3241 9857 Email: dr.msmohanna@gmail.com

Infectologia Hospital dos Acidentados/clínica Santa Isabel Avenida Paranaíba, 652 Setor Central, Goiânia-GO Fone- (62) 3225 2500 Email: werley_infecto@hotmail.com



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www.sesigo.org.br Sistema Fieg/Ascom

Goiânia: 4002 6213 | Demais Localidades: 0800 642 1313


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