Revista Boa Vida Edição 6

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Editorial Falar sobre saúde é sempre um privilégio. O dia a dia nos reserva incontáveis informações acerca desse assunto. Em cada pesquisa realizada ou em cada linha escrita, existe a certeza de um mundo fascinante. O corpo humano é uma máquina surpreendente, repleta de beleza e de sofisticação. A possibilidade de levar às pessoas informações importantes sobre a vida é extremamente prazeroso. Mas, pensar saúde também significa conhecer os males que afligem o ser humano. É preciso reconhecer que temos desaprendido a viver de forma saudável. Com a vida cada vez mais tumultuada, nos esquecemos de tirar o pé do acelerador e deixamos de olhar para nós mesmos. Esse pode ser um erro fatal. Não de imediato, mas em longo prazo. Cuidar do corpo e da mente – de dentro para fora – é fundamental. No entanto, temos sempre “pouco tempo” para cumprir essa tarefa tão importante. Criamos desculpas e distorcemos a expressão “aproveitar a vida”. Essa edição pretende mostrar que há sim, maneiras de vivenciar a nossa existência de forma plena e natural, retirando da terra, o alimento que certamente influencia no corpo e na alma. Não podemos perder a oportunidade de dizer que o grupo Boa Vida tem diversificado sua abordagem em mídias, dando lugar a uma vertente que cresce a cada dia: os veículos digitais. Além da revista, do site próprio e da coluna no Diário da Manhã, em jornal impresso, nós também estamos pensando estrategicamente no marketing digital empresarial. Garantir visibilidade por meio de uma assessoria de imagem eficaz é nossa nova especialidade. Boa Vida Comunicação para desenvolver o conteúdo de sites e redes sociais, garantindo o máximo de visibilidade profissional e empresarial. Junte-se a nós!

Expediente Editora e Jornalista responsável Aurélia Guilherme – 877/04/145 GO Reportagem Iure Queiroz Aurélia Guilherme Departamento comercial Nívia Guilherme - 62 8582 2233 Design, Diagramação e Projeto Gráfico Innovart Publicidade A proposta desta edição é esclarecer aos leitores sobre a necessidade de se informar sobre saúde, aproximando pacientes e especialistas na busca de uma vida saudável, preventiva e curativa. Editora Aquarius aureliaguilherme@gmail.com www.boavidaonline.com.br 62 3249 7015 62 8100 9086 Tiragem: 10.000 exemplares


Índice Sparaizzo

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Câncer e seus fatores de risco - Marcus Magnus Sampaio

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Transformação no HGG - modernidade, qualidade e humanização

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Síndrome do Tunel Carpal (STC) - Ricardo Pereira

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Lentes de Contato Dentais - Rildo Lasmar

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Endometriose Profunda - Corival Castro

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Degeneração Macular - Ericka Campos Freitas

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Síndrome do Pânico - Adelman Soares Asevêdo Filho

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Preenchimento Facial - Aline Reis

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Cateterismo Cardíaco - Silvio S. Pontes Câmara

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Arritmias Cardíacas - Patrícia da Fonseca Zarate

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Autismo - Fábio Borges Pessoa

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Cirurgia Plástica Responsável - Thiago Machado Pinto

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Cirurgia da Base do Crânio - Gustavo Jorge Magalhães

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Cuidados com o Couro Cabeludo - Lorena Dourado


Sparaizzo

o primeiro passo para interagir com um mundo natural e orgânico, livre de produtos químicos e artificiais, em meio à natureza. Um lugar para reaprender a comer,relaxar e se afastar dos problemas. Assim é o Sparaizzo, um SPA Vegano fora da cidade, mas perto de você. Por Aurélia Guilherme


H

á muito tempo procurava por um lugar que me desse motivos para ampliar meu entendimento da vida e do mundo. Sequer imaginei que bem pertinho de nós, nos arredores do Campus II,da UFG, existe um local mágico e de grande força energética, onde pude sair da rotina agitada, nervosa e inevitável que toda grande cidade nos impõe, para conhecer o conceito Vegano cru, praticado no Sparaizzo. O spa foi idealizado pela médica Homeopata Unicista, Pediatra, Infectologista e graduada em Nutrologia, aguardando para prestar a prova de título, Amélia Fortunato, profunda estudiosa da cura, baseada no entendimento da essência de cada um. Mas o que é a alimentação Vegana e como isso pode mudar a qualidade energética de um indivíduo? O Vegano é aquele indivíduo que não consome carnes e produtos derivados de animais, como ovos, leite, queijo, manteiga ou qualquer outro dessa fonte de origem.O Vegano cru vai um pouco mais além e não come nada que não seja comestível cru, nem mesmo se for cozido ou refogado. Segundo a doutora Amélia, com a filosofia implantada pelo Sparaizzo, os hóspedes adquirem o perfeito entendimento dos processos causadores da doença, inclusive as doenças de ordem emocional. Isso tem uma direta ligação com o tipo de alimento que costumamos ingerir. A maioria das pessoas tem uma alimentação desvitalizada, carregada de venenos e artificialidades, associada a um estilo de vida pouco saudável. A experiência que o Sparaizzo proporciona,nos abre a consciência do poder que o alimento in natura e livre de toda essa intoxicação tem, e tudo muda. A energia do alimento impulsiona nossa energia vital e é a base para a cura integral. O cardápio das refeições é uma deliciosa surpresa. Jamais imaginei sentir tanto sabor em um espaguete de abobrinha com tofu; em uma salada verde com um mix de grãos e um molho exótico e muito saboroso; na sobremesa, incríveis trufas com frutas secas. A diversidade do cardápio nos deixa seguros de que esse caminho natural, livre do açúcar, do adoçante, da farinha branca e de qualquer derivado animal é criativo, extremamente saboroso e, o que é melhor, altera positivamente todo o funcionamento do organismo. Alimentos da dieta crudívora Vegana são variados, orgânicos e nutritivos e incluem todas as frutas e vegetais crus; castanhas, sementes e grãos germinados; brotos, ervas frescas e especiarias cruas; algas. O fato é que é possível combinar centenas de receitas Veganas com todos esses produtos e desmistificar o clichê de que Vegano só come salada. Algumas preparações culinárias admitem alimentos amornados a um aquecimento menor do que 42 graus (temperatura que a mão suporta), óleo prensado a frio; leites e cremes crus feitos de castanhas; alimentos fermentados (missô, kimchee e chucrute, 7


Amplo salão de convivência integrativa para socialização e para atividades lúdicas e dinâmicas, como jogos e vídeos educativos, práticas de yoga, tai chi chuan, liang gong.

rejuvelac); frutas e legumes secos; cacau cru, e tantos outros. Encantada com o aprendizado de um fim de semana, senti que o caminho da alimentação natural e crua não tem volta, mesmo vivendo em uma agitada selva de concreto. Mas esse “portal” para o mundo natural está ao nosso alcance. É possível manter contato permanente com a equipe e o local. Além disso, a doutora Amélia nos orienta a ler, pesquisar, frequentar cursos e palestras para uma transição gradual, tranquila, com acompanhamento de um profissional da área. O pavão, que é a ave do Paraíso, o “animal de cem olhos”, símbolo da visão de Deus pela alma, ave associada à beleza e à perfeição. Representa a primavera, o nascimento, a longevidade e o amor. Por isso, o pavão é o símbolo do Sparaizzo, um local para se dar o primeiro passo para alcançar a saúde integral. 8

Somado a todos os benefícios físicos e mentais, saber que esse tipo de alimentação livra os animais da crueldade e do sacrifício, nos abre as janelas e as portas da evolução espiritual e nos motiva ainda mais a contribuir ativamente com o veganismo, que é totalmente ecológico.

Infraestrutura O Sparaizzo é mais do que um simples spa. Em meio ao gostoso abraço verde previsto pelo projeto de paisagismo atencioso e intimista, é possível vivenciar cada traço de uma filosofia inigualável que propõe um novo estilo de vida. O funcionamento integrado das várias nuances do spa, o cuidado multidisciplinar e uma infraestrutura de tirar o fôlego, fazem com que o local proporcione uma verdadeira imersão de vida saudável em quem está acostumado a viver freneticamente. As acomodações do spa são semelhantes as de um hotel cinco estrelas, com a vantagem de oferecer um clima naturalmente aconchegante, que respira saúde e bem-estar. Cada detalhe foi pensado para fazer com que o hóspede se desligue do corre-corre da cidade grande e aproveite sua estadia de fim de semana, de temporada


ou permanente colocando mente e corpo em perfeita sintonia. Os ambientes climatizados abusam do conforto e nos levam a um alto grau de tranquilidade. O caminho de pedras energéticas e água corrente não é apenas relaxante, ele também atrai energias positivas e inúmeros benefícios para o organismo. Na diversificada programação do spa, massagens terapêuticas no rosto, nos pés, nos ombros e em todo o corpo com óleos orgânicos (massagem ayurvédica) dão a pitada de sossego que a vida agitada necessita. A grande quantidade de pontos positivos não para por aí: os diferentes cursos de alimentação saudável, os banhos repousantes de ofurô, as insubstituíveis dicas e as infinitas informações sobre a alimentação Vegana fazem parte do melhor que a equipe Sparaizzo tem a oferecer. O conforto e a preocupação nos serviços de qualidade estão aliados a uma enorme responsabilidade socioambiental e a uma inegável característica sustentável do local. A própria cultura Vegana está intimamente ligada à sustentabilidade. A natureza é uma companheira a ser respeitada e sempre valorizada. E assim a vida se renova. Visite o site: www.sparaizzo.com.br e conheça melhor o projeto que pode dar novo sentido à vida natural e plena de saúde!

A Homeopata Unicista Amélia Fortunato, em sua recente visita à Índia ao lado de uma das maiores autoridades mundiais em homeopatia, o Professor Doutor Prafull Vijyakar, criador do Predictive Homeopathie, o tratamento que se utiliza do conhecimento das modernas ciências médicas (especialmente a genética, a fisiologia, a psicologia e a bioquímica), combinando-as com a homeopatia clássica, para uma nova perspectiva da doença. A doutora Amélia é sua discípula e uma de suas fiéis seguidoras.

O SPA oferece apartamentos confortáveis e acolhedores para hospedagem diária, semanal ou mensal, dependendo do interesse e da necessidade da pessoa. Já está em desenvolvimento a criação de programas para o atendimento de grupos, empresas, executivos, adolescentes, (acompanhados dos pais ou de responsáveis) e, os de melhor idade em caráter transitório ou permanente, para as famílias que não dispõem de tempo para cuidar dos idosos que não dependam de enfermeiras e com condições de se locomoverem sozinhos e que busquem por uma mudança no seu estilo de vida. 9


Câncer e seus fatores de risco

Marcus Magnus Sampaio Oncologia clínica – CRM-GO 7378

O atual envelhecimento da população é um fator que deve ser considerado quando o assunto é o surgimento do câncer. Se a vida reprodutiva humana chega ao fim, o organismo perde gradualmente seus mecanismos de defesa e se torna mais vulnerável aos fatores externos que podem causar a doença. O Oncologista Clínico Marcus Sampaio explica, em seu artigo, como ocorre esse processo. “A escritora americana, Susan Sontag, em um de seus textos divide as pessoas em dois tipos distintos, como se fossem duas cidadanias em reinos diferentes: o reino dos sãos e o reino dos doentes. Apesar de desejarmos nos manter apenas em um lado, de vez em quando temos que visitar o outro reino. Ela mesma veio a falecer por um quadro de leucemia, que aconteceu a partir de uma mielodisplasia, uma doença da medula óssea. O ciclo de vida é realmente curioso. Um indivíduo mais jovem talvez não tenha tido contato com alguma pessoa enferma na família e pode ter dificuldade para entender as consequências futuras de seus atos no presente. Entretanto, à medida em que se somam os anos, passamos a perceber melhor esses aspectos de nossa realidade. Aparentemente, cada geração elege a doença que acaba adquirindo maior relevância dentro do contexto emocional da sociedade. Foi assim com a peste e com a tuberculose, desafios do passado que já não causam o mesmo temor, embora a tuberculose não esteja erradicada e siga causando problemas pelo mundo. Nesse contexto, o câncer é seguramente uma das doenças que hoje geram maior preocupação e, por conseguinte, inúmeras especulações sobre as causas e até seus tratamentos, muitos desses, sem uma base científica adequada. De fato, o câncer vem tendo sua frequência aumentada na população mundial. As causas para esse aumento passam pelos hábitos de vida, que levam o indivíduo à exposição de agentes capazes de gerar 10

mutações em nossas células, sejam por agentes vivos, como bactérias e vírus, sejam por produtos químicos presentes na fumaça dos cigarros e na poluição ou ainda por outras fontes, como a radiação a que somos expostos de muitas formas diferentes. Mas, um dos fatores primordiais a ser lembrado é o envelhecimento da população. E, como o envelhecimento entra nessa equação? Hoje o ser humano tem maior expectativa de vida e, dessa forma, novos problemas vão surgindo. Muitos fatores contribuem para esse incremento na expectativa de vida, desde melhores hábitos no cotidiano, passando pelo acesso a alimentos com maior facilidade, disponibilidade de saneamento básico até melhores cuidados com a saúde. Porém, viver mais traz em si um desafio novo para a espécie humana. Como manter a máquina humana funcionando por mais tempo ou, dito de outra forma, como controlar as células normais, mantendoas ativas e funcionantes, se reproduzindo sem erros? Todo ser humano vem da união do espermatozóide e do óvulo na fecundação, que resultam em um número imenso de divisões celulares controladas, as quais fazem com que aumentemos em tamanho e, mais do que isso, tenhamos células e tecidos especialistas em cada uma das funções necessárias para sobrevivermos. O sistema de controle da reprodução celular é muito complexo e extremamente eficiente. Mas o que não estava especificado no projeto da natureza era a necessidade de mantermos esse mecanismo funcionando por muitos anos, já que a vida reprodutiva humana se


inicia a partir da adolescência e se estende por um período variável, que atualmente vai até por volta dos 40 anos nas mulheres e até cerca dos 60 anos nos homens, com as devidas exceções. A natureza e os processos evolutivos estão relacionados a uma maior probabilidade de sobreviver e de gerar filhos, sem a preocupação com o que acontece a partir do momento em que não há mais importância do ponto de vista reprodutivo. Daí que, com o tempo, os mecanismos de controle vão se deteriorando. Ao vivermos mais, ficamos mais expostos. Isso pode ser facilmente verificado pelas curvas de incidência com os casos novos de uma doença em uma determinada população. No caso do câncer, essa incidência é baixa na infância e na adolescência, mantendo-se baixa no período de adultos jovens e subindo acentuadamente a partir dos 60 anos. Nessa idade, a capacidade reprodutiva cai e não há pressão evolutiva alguma para selecionar mecanismos de controle de divisão das nossas células, por mais eficientes que elas sejam. Conjugado a isso, há maior tempo de exposição a inúmeros fatores que agridem o código genético, explicando a situação. Esse comentário vem, a propósito, de um artigo interessante publicado recentemente na revista Science, que avaliou os fatores de risco associados ao câncer, concluindo que, em boa parte dos casos, o fator preponderante é o número de divisões celulares em um determinado tecido e não os fatores externos. Dessa forma, o câncer aconteceria muitas vezes de forma acidental, ou seja, ao acaso (Tomasetti e Bert Vogelstein, Variation in cancer risk among tissues can be explained by the number of stem cell divisions, Science, 02/01/2015: Vol. 347 n. 6217). Houve certa celeuma por conta das conclusões, mas os autores apontaram que, uma boa parte dos casos, está relacionada ao tempo de exposição a um risco, no caso, divisões em sequência e o surgimento eventual de mutação gênica. Evidentemente isso não invalida os cuidados com prevenção e busca por diagnósticos precoces, que, aliás, já demonstraram que realmente aumentam a chance de cura e o tempo de vida dos pacientes. A conclusão interessante é que os caminhos a seguir na prevenção podem passar pelo aprimoramento dos sistemas de controle que nós já temos disponíveis em nossas células. Descobrir como isso acontece faz parte de um campo amplo de pesquisa científica atual e futura. Tomando o câncer de mama como exemplo, já sabemos que os fatores de risco considerados clássicos, como não ter filhos ou tê-los em pequeno número, baixa amamentação, início precoce da menstruação

ou menopausa tardia, entre outros, explicam menos de 50% dos casos. Já a hereditariedade responde por apenas 10%. A maioria dos casos entra no grupo em que um fator causal não pode ser isolado. Estimamos que sejam necessários vários eventos de mutação em uma mesma célula (aproximadamente seis eventos) para o desfecho do câncer ser possível. Daí, a importância do tempo, ou melhor dizendo, da idade. Vale ressaltar que, todo câncer é uma doença genética, ou seja, está relacionada ao controle genético das células, embora uma minoria (10% dos casos) seja hereditária, como no caso do câncer de mama. A questão da hereditariedade, por si só, é um assunto extenso, muito interessante e será abordado futuramente. Por fim, sabemos que o câncer tem papel preponderante no imaginário e na realidade das pessoas e está, em muito, relacionado com o aumento da expectativa de vida. A busca de um controle definitivo vem se tornando mais e mais factível à medida em que o conhecimento avança. Não é um caminho fácil mas é, sem dúvida, muito interessante.”

Marcus Magnus Sampaio Oncologista clínico CRM-GO 7378 E-mail: mmagsampaio@gmail.com

• Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, UFPR, PR; • Residência em Clínica Médica, Hematologia, Hemoterapia e Oncologia pela Universidade Federal do Paraná, UFPR, PR; • Mestrado em Biologia, área de concentração Genética Humana pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO. 11


Transformação no HGG: modernidade, qualidade e humanização Gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech) há quase três anos, o Hospital Alberto Rassi – HGG oferece tratamento humanizado e de qualidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Organização social revolucionou estrutura física e implantou novos projetos na unidade

A fachada do Hospital passou por revitalização arquitetônica e recebeu iluminação especial

O Hospital Alberto Rassi – HGG passou por uma verdadeira transformação desde que o Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech) assumiu a gestão em 2012. Nesta época, o Hospital enfrentava graves problemas de abastecimento e estrutura, sendo estes os principais desafios encontrados pela instituição. Além disso, a organização social humanizou o atendimento e proporcionou qualidade nos serviços ofertados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior obra realizada na unidade foi a construção de um novo Centro de Terapia Intensiva 12

(CTI), que ampliou de 10 para 40 leitos e oferece uma estrutura de ponta, com elementos de humanização, que permitem mais conforto ao paciente. Outras duas obras, também com o conceito de humanização, foram importantes nestes primeiros dois anos de gestão do Idtech: a Central Humanizada de Internação (CHI) onde os pacientes são acolhidos antes da internação com respeito e atenção que merecem e o Ambulatório de Medicina Avançada (AMA), que recebe em média 30 mil pessoas por mês, em busca de consultas especializadas com médicos ou equipe de multiprofissionais.


Climatizado, com consultórios informatizados, guichês humanizados e elevadores, o Ambulatório está bem distante da realidade que era encontrada anteriormente, de tumulto, calor e mau atendimento.

Qualidade Além da transformação estrutural, a qualidade do atendimento também superou as metas. Prova disso é a conquista da acreditação hospitalar, certificação conferida às instituições de saúde que cumprem rigorosos protocolos para a segurança do paciente. O título expedido pela Organização Nacional de Acreditação hospitalar (ONA) foi o primeiro entregue a um hospital público no Centro-Oeste. Recentemente, outro reconhecimento foi conferido ao HGG. O Programa de Tratamento de Deformidades Faciais (Proface) do Hospital Alberto Rassi – HGG conquistou uma das mais importantes premiações da área da saúde no Brasil: o Prêmio Saúde, da Editora Abril. Ao todo, 427 iniciativas foram inscritas no concurso, em que 90 jurados escolheram os projetos vencedores por todo o país. O programa chamado de “Reconstrutores de sorrisos”, que realiza o tratamento facial, como a correção de lábios leporinos e de deformidades nos maxilares, conseguiu zerar a fila de cirurgias, ou seja, o paciente não precisa aguardar a sua vez pelo procedimento.

Novo CTI com 40 leitos com tecnologia de ponta

Humanização Um hospital de sons, cores e sorrisos. Assim é o HGG mais humano. O Sarau do HGG leva semanalmente a música para o ambiente hospitalar, com o apoio de músicos voluntários. Já as artes plásticas estão em todos os locais. A cada trimestre, uma exposição diferente dá cores e formas para as paredes da unidade e além disso, os pacientes são convidados a participar de oficinas de arte no jardim do Hospital. Há ainda o Projeto Riso no HGG, quando mensalmente humoristas são convidados a “contaminar” a todos com alegria. De acordo com o coordenador executivo do Idtech, José Cláudio Romero, a busca pela excelência é uma constante. “O Hospital Alberto Rassi passou por profundas transformações em pouco tempo de gestão. Com o trabalho em equipe e apoio da Secretaria de Estado da Saúde, conseguimos oferecer mais humanização e qualidade aos usuários. E o trabalho não para. Nosso lema é construir sempre um HGG melhor para o SUS”, explica. Em visita à unidade, o secretário de Saúde do Estado, Leonardo Vilela, ficou entusiasmado com o que viu em sua primeira semana frente à pasta. “O hospital conseguiu aliar um corpo clínico de alta competência com instalações apropriadas, com equipamentos modernos, sobretudo atingir a motivação de toda equipe e ter compromisso com o paciente. Isso é um diferencial que faz, com certeza, o HGG uma referência na saúde pública de Goiás”, disse.

O Secretário Estadual de Saúde Leonardo Vilela é recebido pela diretoria do HGG e coordenação do Idtech

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Síndrome do Tunel Carpal (STC) Ricardo Pereira da Silva Cirurgia de Mãos - CRM-GO 7679

Nossas mãos são requisitadas e repetem os mesmos movimentos na maior parte do tempo, principalmente agora que estamos em plena era digital. Só quando aparecem os sinais de dor, inchaço e travamento é que nos damos conta do quanto elas nos fazem falta. Duas doenças muito frequentes são o assunto do Cirurgião de Mãos Ricardo Pereira: Síndrome do Túnel Carpal e Dedo em Gatilho.

O Túnel do Carpo se trata de um canal localizado no punho e é por onde passam o nervo mediano e os nove tendões responsáveis pela flexão dos dedos. Na anatomia desse túnel rígido ainda existem pequenos ossos e um ligamento transverso. Portanto, nervos, tendões, ligamentos e ossos passam por esse canal. Qualquer situação que faça gerar aumento da pressão local vai comprimir o nervo mediano e provocar a sensação de dormência, principalmente durante a noite, pela maior retenção de líquido que ocorre no corpo. Com o passar do tempo, a tendência é que ocorram também dores, perda da sensibilidade e uma crescente dificuldade de segurar objetos e de executar tarefas simples do cotidiano. É que o diâmetro desse canal só tem espaço para suas estruturas anatômicas. Inflamações causadas por algumas doenças, como artrite reumatóide, diabetes, hipotireoidismo, as oscilações hormonais (por isso o problema é frequente nas mulheres na fase do climatério) também são responsáveis por boa parte dos casos. E os traumas ou fraturas ou mesmo os movimentos repetitivos da era digital podem gerar um espessamento do tecido sinovial (responsável por revestir e nutrir os tendões). Isso vai aumentar a pressão dentro do túnel e gerar uma compressão sobre o nervo mediano. Os 14

sintomas aparecem em seguida, inicialmente em uma das mãos , 50% dos casos podem comprometer as duas mãos. Ouvindo as queixas dos pacientes e com alguns testes de compressão do nervo é possível dar o diagnóstico clínico, que é comprovado com um exame complementar, a eletroneuromiografia, que é capaz de medir a condução sensitiva e motora do nervo dentro do túnel. O tratamento se diferencia de acordo com o grau da pressão. Para os casos leves, a colocação de uma órtese, isto é, de um aparelho que mantém o punho em posição de extensão por cerca de duas semanas e o uso de anti-inflamatórios via oral podem ser suficientes. Em casos moderados, o tratamento é mais agressivo e criterioso. Aplica-se corticóide dentro do canal, para diminuir a inflamação das estruturas anatômicas, aliviando a pressão sobre nervo mediano. Em casos graves, quando o tratamento clínico não resolve, podemos optar pela cirurgia, que promove a abertura do ligamento transverso do carpo. É muito importante que essa abertura seja feita de forma cuidadosa e por profissional habilitado. Os resultados da cirurgia são bastante animadores, pois melhoram muito a qualidade de vida desses pacientes. Depois da cirurgia, nas primeiras semanas, já se observa uma


melhora da dormência e da dor desses pacientes que passam a dormir sem interrupções, além disso, há um aumento da forca. As recidivas podem acontecer quando os pacientes não recebem tratamento adequado. Por isso, é preciso evitar as doenças de base e ter um estilo saudável de vida”.

Dedo em Gatilho “Outro problema muito freqüente da mão é o Dedo em Gatilho , cientificamente chamado de Tenossinovite Estenosante. O paciente sofre um processo inflamatório crônico do tendão que mantém o dedo dobrado, mesmo quando se tenta abri-lo. O nome ‘Gatilho’, é em razão do surgimento de um nódulo na base do dedo afetado, que produz um estalido semelhante ao ruído de um gatilho. Isso dá a sensação de solavanco durante o deslizamento do tendão, quando o dedo se movimenta e quando o paciente força a abertura ou o fechamento da mão. Em consultório, os relatos são de que o “engatilhamento” acontece com maior freqüência ao acordar; devido ao aumento do inchaço e da inatividade durante a noite. A base do dedo e da palma da mão podem se tornar doloridas e o dedo pode ficar inchado e endurecido. O polegar, o dedo médio e o anelar são os mais vulneráveis, principalmente nas mulheres de meia idade. Mas, qualquer pessoa, até mesmo as crianças podem desenvolver o Dedo em Gatilho. Suas causas nem sempre são identificadas, mas sabe-se que atividades repetitivas, Diabetes e a herança genética deixam as pessoas mais propensas à doença. O diagnóstico é clínico e o tratamento para os casos leves e moderados consiste em manter o dedo afetado estendido e em repouso articular, durante a noite, por cerca de uma semana, com o uso de uma órtese (tala). Nos casos severos, a infiltração com cortisona diretamente sobre a polia A1 melhoram os

sintomas, principalmente se houver dor. Embora este procedimento seja simples e rápido, deve-se evitar a repetição da infiltração para evitar alguma infecção e o enfraquecimento do tendão com riscos de ruptura . A cirurgia é reservada quando todos os métodos anteriores falham ou quando o travamento do dedo se torna permanente. Em centro cirúrgico, um pequeno corte é feito na palma da mão para que a polia que envolve o tendão seja liberada. A anestesia é local com ou sem sedação e o paciente volta para a casa no mesmo dia. Os resultados são muito positivos e a cirurgia tem baixíssimo índice de complicação. Aos poucos, o paciente vai voltando a utilizar a mão.Inicialmente de forma mais contida, mas em poucas semanas vai estar completamente recuperado.

Ricardo Pereira da Silva Cirurgião de Mãos CRM-GO 7679 E-mail: rps1108@ig.com.br

• Graduação em medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Residência médica em Ortopedia e Traumatologia realizada no Hospital das Clínicas, UFG, GO; • Especialização em Cirurgia da Mão e Microcirurgia Reconstrutiva no IOT da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo , FMUSP, SP; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Microcirurgia reconstrutiva; • Médico assistente do grupo de Cirurgia da Mão e Microcirurgia Reconstrutiva do Hospital das Clínicas, UFG. 15


INFORME PUBLICITÁRIO



Endometriose Profunda Corival Castro Ginecologia e Obstetrícia CRM-GO 4786

Milhões de brasileiras em idade fértil sofrem com dores intensas todos os meses ao final de cada ciclo menstrual. Não bastasse isso, o sexo também é doloroso e engravidar se torna um desafio. Nove perguntas esclarecedoras sobre a Endometriose Profunda, a forma mais grave da doença para o Ginecologista e Obstetra, especialista em Reprodução Assistida Corival Castro. 1 - O que caracteriza a Endometriose Profunda? Por que ela é considerada a forma mais grave da doença? A endometriose ocorre quando o tecido que reveste internamente o útero (o endométrio) cresce e/ ou se desloca para outras partes do corpo da mulher, Esse tecido deslocado é chamado de implante. Na sua forma superficial, os implantes se espalham pelos órgãos pélvicos, mas não há formação de tumorações e não há penetração profunda nos outros órgãos do abdome. Em geral, há uma boa resposta ao tratamento clínico. Porém, na sua forma profunda, ocorre uma penetração grave dos implantes, com formação de tumorações pélvicas, cistos ovarianos e acometimento 18

de órgãos, como intestino, bexiga, vias urinárias e de nervos pélvicos. Nestes casos o tratamento clínico tem pouca eficácia e o sofrimento crônico passa a fazer parte do cotidiano dessas mulheres. A cirurgia, então, se faz necessária. 2 - Quais são os sintomas da Endometriose Profunda? Cólica menstrual progressiva e intensa, dor pélvica crônica persistente de variados graus, não raramente incapacitante. Além disso, há muita dor durante as relações, impedindo uma vida sexual normal. O acometimento profundo do intestino e da bexiga provoca dor e sangramento à evacuação e à micção, além de outras anormalidades no funcionamento intestinal e urinário.


3 - Como é feito o diagnóstico da endometriose profunda? Há algum tempo, a endometriose profunda era de difícil diagnóstico. Exames comuns, como a ultrassonografia e mesmo a laparoscopia, “padrãoouro” para a endometriose superficial, não eram suficientes para evidenciar o acometimento profundo. Por isso, o tratamento dessas pacientes era marcado por vários procedimentos cirúrgicos incompletos e sem sucesso no efetivo controle da doença, justamente por não haver como estabelecer sua correta localização durante a cirurgia. No entanto, nos últimos anos, a ressonância magnética e a ultrassonografia endovaginal, com preparo (esvaziamento) intestinal prévio, tem conseguido evidenciar a doença com precisão, de forma a direcionar o tratamento. Além disso, a abordagem cirúrgica especializada para endometriose, através da videolaparoscopia, vem sendo paulatinamente difundida no meio médico como a forma mais eficaz de tratamento. A cirurgia convencional por laparotomia,“barriga aberta”, não é a forma ideal de tratamento. O conceito atual de cirurgia minimamente invasiva, com equipe multidisciplinar de ginecologistas, proctologistas, urologistas e cirurgiões gerais, com estudo específico desta patologia vem trazendo finalmente, alívio e controle da doença, com procedimentos eficazes e que preservam, e até recuperam, a parte reprodutiva. Assim, estas mulheres, antes presas à dor e ao sofrimento de não poder engravidar, agora já podem ter, em muitos casos, a fertilidade restaurada e a dor resolvida. 4 - Essa forma da doença pode interferir no sucesso de uma gravidez mesmo quando são utilizadas as técnicas de Reprodução Assistida? Sim, de várias formas. Por exemplo, o acometimento dos ovários por tumorações ou seu encarceramento por aderências pode impedir a obtenção e a coleta de óvulos para o processo de fertilização in vitro. Assim, pode ser necessário realizar uma videolaparoscopia para se corrigir as anormalidades, para que se possa, depois, realizar a inseminação ou a fertilização in vitro. É verdade também que as taxas de gravidez diminuem em alguns casos de endometriose. 5 - Essa é uma doença que, até pouco tempo, estava cercada de mistérios e, nem sempre os medicamentos se mostravam eficazes. O que mudou no tratamento da Endometriose Profunda? O comportamento da endometriose e a forma com que ela invade e afeta os órgãos pélvicos é imprevisível

O ginecologista e obstetra Corival Castro foi escolhido entre poucos especialistas do país para um curso de imersão em cirurgia para Endometriose Profunda. À direita, os professores responsáveis pelo curso de vídeo cirurgia, os médicos Paulo Ayrosa e Helizabet Salomão.

e não obedecem a qualquer tipo de padrão. É realmente misterioso o fato de pacientes apresentarem sintomas em uma doença pouco evidente e também apresentarem a pelve totalmente tomada por tumorações, aderências e implantes com muito poucas queixas de dor. A resposta ao tratamento também é muito variável, muitas vezes a paciente tenta vários tipos de tratamentos até que se possa controlar os sintomas. A própria evolução da doença também pode variar muito, com casos de cura espontânea e de piora sem um motivo aparente. O que mudou no tratamento da endometriose profunda é o conceito que antes havia, de que a paciente tinha que se submeter a várias cirurgias, seja por videolaparoscopia ou por laparotomia. Na primeira, se diagnosticava a doença. Na segunda, se realizava uma tentativa quase sempre incompleta de tratamento das lesões, por não haver uma correta localização dos implantes. As tentativas, quase sempre paliativas de redução das dores, se limitavam a resultados superficiais e de pouca eficácia. O conceito atual é que o primeiro procedimento cirúrgico deve ser o mais completo ao retirar todos os focos superficiais e profundos da doença. Para isso, é feito um completo e eficiente mapeamento pré-operatório da mesma. O outro conceito atual é que esta cirurgia seja minimamente invasiva, realizada por videolaparoscopia de alta resolução, com instrumentos que permitam retirar as lesões, com mínimo dano às estruturas sadias, preservando ao máximo a função desses órgãos para recuperar seu funcionamento, com a precisão e a minuciosidade de um relojoeiro. 19


7 - Como é o procedimento? O procedimento é realizado por videolaparoscopia que permite total visualização do abdome por uma câmera de alta resolução. Utilizam-se instrumentos que geram energia elétrica bipolar, ultrassônica, laser ou plasma, todos, com objetivo de proporcionar corte e coagulação de tecidos da forma mais precisa possível. Primeiramente são desfeitas as aderências e se individualizam os órgãos pélvicos, depois se retiram os tumores ou nódulos endometrióticos, bem como os órgãos ou partes de órgãos destruídos pela doença. O ato cirúrgico requer anestesia geral e o tempo de internação pode variar de um a cinco dias, dependendo se a cirurgia se estender até o intestino.

A primeira cirurgia de endometriose profunda realizada no Hospital Materno Infantil, pelo ginecologista e obstetra Corival Castro e equipe. Foram mais de dez horas de trabalho árduo, com o apoio da diretoria, dos funcionários e da enfermagem. Ao final, todos comemoraram o sucesso do procedimento e o início desse serviço adequado e definitivo em pacientes do SUS.

8 - Como é o pós operatório? O pós-operatório é tranquilo pelo fato de a cirurgia ser minimamente invasiva e não envolver a abertura e fechamento do abdome. Há muito menos dor e o retorno às atividades normais varia de 15 a 30 dias enquanto que, na cirurgia convencional, o retorno acontece de 45 a 60 dias.

6 - A cirurgia pode ser considerada de alta complexidade? Sim, é uma cirurgia de alta complexidade. O cirurgião e toda a sua equipe precisam ter um intenso treinamento e estudo dessa doença em todas as suas peculiaridades, uma vez que se trata de um problema de comportamento especial e exclusivo, bem diferente das outras patologias. É complexa por acometer vários órgãos ao mesmo tempo e requerer cirurgiões de mais de uma especialidade; por ser de longa duração; por requerer assistência de terapia intensiva pós-operatória e, algumas vezes, transfusões sanguíneas. Finalmente, por requerer equipamentos e instrumentos especiais e de alto custo, não disponíveis em hospitais de nível primário ou mesmo intermediário.

9 - O que as mulheres podem esperar dessa cirurgia? Elas podem contar com uma grande probabilidade de retirada de todas as lesões com apenas uma cirurgia. A endometriose é uma doença que atinge a alma da mulher. Ela é a manifestação física de grande sofrimento interno, de origem profunda e que envolve o que a mulher tem de mais exclusivo e precioso na sua existência: a mãe, a mulher, a companheira e a esposa. Nunca haverá uma cirurgia e um remédio suficiente que dispensem o cuidado especial e um olhar profundo para dentro de cada mulher com esse problema. Todas as mulheres com Endometriose Profunda precisam também de um tratamento psicológico feito por profissional qualificado, em todas as etapas da abordagem dessa doença.

Corival Castro Ginecologista e Obstetra - CRM-GO 4786 E-mail: secretariadrcorival@hotmail.com • Graduação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ, RJ; • Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia; • Pós-graduado em Reprodução Humana • Membro da American Society for Reproductive Medicine, ASRM; • Membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, SBRH; • Coordenador da Residência Médica em Endoscopia Ginecológica do Hospital Materno Infantil; • Membro da Sociedade Brasileira de Endometriose, SBE; • Membro da American Association of Gynecologic Laparoscopists, AAGL. 20


Degeneração Macular Ericka Campos Freitas Oftalmologia CRM-GO 7565

A mácula, área responsável por cuidar de pequenos detalhes da visão quando olhamos para frente, sofre desgaste natural e gradual a partir dos 50 anos de idade. Pelo menos 27 por cento da população com mais de 75 anos vai desenvolver a doença. A oftalmologista Ericka Campos Freitas responde algumas questões sobre Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), a principal causa de cegueira depois da Catarata. 1 – O que é a Degeneração Macular e quais as formas da doença? A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), é uma doença degenerativa da retina central, conhecida por mácula, caracterizada pelo aparecimento de lesões amareladas, chamadas drusas, causadas por um acúmulo de lixo celular que acontece com o envelhecimento. As drusas vão aumentando em número e tamanho, o que promove a perda da visão central.

A doença pode se apresentar de duas formas: exsudativa (úmida) e não exsudativa (seca). A forma seca representa 90% dos casos, sua evolução é lenta, sendo responsável por apenas 10% dos casos de cegueira legal (visão bastante comprometida) pela DMRI. A forma úmida representa 10% dos casos, tem evolução rápida, com crescimento de membrana neovascular subretiniana, edema e hemorragia, sendo responsável por 90% dos casos de cegueira legal causada pela doença.

Retina central com drusas

DMRI ÚMIDA – Tecido Neovascular Subretiniano

Drusa ampliada (material de depósito ou lixo celular)

2 – Como se faz o diagnóstico? O diagnóstico é feito através do exame oftalmológico de rotina. Para o diagnóstico precoce, é recomendado o exame oftalmológico anual a partir dos 50 anos de idade. Exames como o mapeamento de retina, que evidencia o aparecimento das lesões maculares, complementando com a Angiofluoresceinografia (exame de contraste) para localização e extensão das lesões ativas, 21


“Todos querem viver muito, mas ninguém quer ficar velho”

assim como a Tomografia de Coerência Óptica da retina (OCT), que estuda a espessura da mácula e as características da membrana, são essenciais para o diagnóstico e o acompanhamento das lesões maculares.

maior. Esse quadro evolui para a perda da visão central, com aparecimento de mancha (escotoma) no campo visual central, impedindo a visão de detalhes na fisionomia das pessoas, por exemplo. Visão normal

3 – O que o estilo de vida tem a ver com o desgaste da mácula? O estilo de vida tem tudo a ver com o desgaste da mácula. São fatores de risco: alimentação industrializada, estresse, alcoolismo e tabagismo, todos esses relacionados com a oxidação dos tecidos e envelhecimento mais precoce. Hábitos saudáveis de alimentação e atividades físicas são importantes na prevenção. Vivemos em um país com intensa exposição solar ao longo da vida (aproximadamente 3600 horas por ano). A luz ultravioleta e a radiação azul também promovem o envelhecimento da mácula. Portanto, óculos solares e lentes filtrantes de boa qualidade devem ser utilizados para a nossa proteção desde a infância. Porém, o fator mais importante para o aumento dos casos da doença está relacionado ao crescimento significativo da expectativa de vida em nosso país nas últimas décadas. Hoje, vivemos muitos anos, com estimativa de 74 anos (IBGE, 2010). Em Goiás, a expectativa é de 78 anos. O número de centenários triplicou na última década.

Escotoma Central: Mancha escura no campo visual central

4 – Como enxerga um paciente, na medida em que a mácula se deteriora? O paciente nota a diminuição da acuidade visual central (metamorfopsia - imagem tortuosa); ocorre uma desorganização da imagem, que hora está menor, hora está

5 – Há como recuperar a acuidade visual? O problema promove baixa da visão, que se torna irreversível nos estágios finais da doença. Portanto, a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são muito importantes para a manutenção da visão.

Escotoma Central: Mancha escura no campo visual central 22

6 – Qual o tratamento para a forma seca da doença? E para a forma úmida? O único tratamento para a forma seca da doença consiste no uso de vitaminas e antioxidantes. O tratamento mais eficaz para a forma úmida é através das injeções intra-vítreas (intra-oculares) de medicamentos anti-angiogênicos, que são drogas antiproliferação neovascular. Essas substâncias vão atuar diminuindo o edema, os neovasos e as hemorragias. São realizadas aplicações seriadas para estabilização da doença. A terapia com base em células-tronco embrionárias estará presente em um futuro próximo, na tentativa de repor células novas e repopularizar a retina, que foi danificada.


7 – Como a visão é reabilitada? Apesar de todas essas terapias, a doença pode evoluir para a perda irreversível da visão central. Nesses casos, há de se recorrer à uma especialidade dentro da Oftalmologia, chamada de Visão Subnormal, responsável pela reabilitação dos pacientes com deficiência visual. Através de recursos ópticos e não-ópticos, a Visão Subnormal vai magnificar a visão residual dos pacientes para que eles se adaptem às atividades da vida diária, promovendo um estilo de vida independente. Recursos como lentes magnificadoras, aparelhos eletrônicos e treinamento podem desenvolver a independência do indivíduo em suas atividades, possibilitando um novo despertar da alegria de viver.

Recursos de visão subnormal

“Os maiores objetivos futuros da medicina para o idoso são a redução na morbidade e na incapacidade, principalmente na manutenção da visão, o mais importante dos sentidos na comunicação com o mundo.” Ericka Campos Freitas Oftalmologista - CRM-GO 7565 E-mail: draericka@brturbo.com.br • Graduação pela Faculdade de Medicina Souza Marquez, RJ; • Internato no Hospital da Força Aérea do Galeão, HFAG, RJ; • Especialização em Retina e Vítreo, Visão Subnormal e Catarata; • Residência Médica no Hospital de Olhos de Santa Beatriz, em Niterói, RJ; • Título de Especialização, pelo Conselho Brasileiro de Cirurgia de Olhos (CBCO) e Universidade Federal de Goiás, GO; • Fellowship em Visão Subnormal, no Schepens Eye Research Institute, Boston, Estados Unidos, EUA; • Mestrado em Ciências da Saúde, na área de baixa visão por Degeneração Macular Relacionada à Idade, pela Universidade Federal de Goiás, GO; • Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, CBO; • Membro da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares, SBCII; • Membro da Sociedade Brasileira de Glaucoma, SBG; • Membro da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato, Córnea e Refratometria, SOBLEC; • Membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, SBRV; • Membro da Sociedade Brasileira de Visão Subnormal, SBVSN. 23




Síndrome do Pânico Adelman Soares Asevêdo Filho Psiquiatria – CRM-GO 11959

A Síndrome do Pânico é um tipo de transtorno da ansiedade em que o indivíduo passa por crises de intenso medo e desespero, mesmo sem motivos aparentes. O Psiquiatra Adelman Soares Asevêdo Filho é autor do livro “Libertar”, uma coletânea de textos que nos leva a fazer uma leitura esclarecedora de problemas psiquiátricos muito frequentes na atualidade. Boa Vida reproduz parte do capítulo sobre a Síndrome do Pânico, um dos males da vida moderna. “Vivemos em um mundo tumultuado. Acordamos cedo, levamos os filhos à escola ou nos aprontamos rapidamente para a rotina diária. Trabalhamos incessantemente. Almoçamos correndo, voltamos ao trabalho e retornamos para casa, à noite, já cansados. Colocamo-nos em frente à televisão, comemos alguma coisa, mal conversamos com o parceiro ou filhos e vamos dormir. Ao final do mês, temos todas as contas para pagar, escola das crianças, financiamento do carro, cartão de crédito, água, luz, etc. O dinheiro quase sempre é insuficiente para pagar todas as despesas, o tempo não nos permite cumprir todas as obrigações no trabalho e, muito menos, em casa. Imaginemos anos e anos de incessante estresse bombardeando as nossas vidas. Passamos a nos sentir sufocados, ansiosos, nervosos e irritados demais. Ingredientes suficientes para o desenvolvimento de transtornos, como a ansiedade, a depressão e o pânico que, em sua grande maioria, têm início de forma lenta e gradual. Durante os primeiros meses, ou até anos, é possível perceber que a concentração e a memória não são as mesmas. Nos esquecemos onde colocamos as chaves do carro, de pagar uma conta ou outra, mas ainda nos sentimos razoavelmente bem. Com o passar do tempo, o incômodo se intensifica ao ponto de nos deixar com palpitações no peito. O coração parece explodir. A primeira suspeita é de alguma doença cardíaca, mas o médico faz o diagnóstico de um 26

estresse. Uma conclusão que não nos espanta. Até nos deixa tranquilos; afinal, estresse não mata! Saímos do consultório com uma orientação de mudança de estilo de vida. Alimentação mais saudável, atividade física e uma vida menos frenética. Tudo lindo! Tentamos seguir essas orientações por certo tempo, mas a correria da rotina diária nos leva novamente ao velho estilo de vida. Até que, surge uma nova crise. Dessa vez, o coração não é mais sentido só no peito. Quer sair pela boca! Uma sudorese intensa nos consome! Uma sensação de dormência nos braços e dor no peito! Será um infarto? Pronto socorro, soro na veia, novos exames. Em poucos minutos, o médico retorna e diz que os exames cardíacos estão normais! Mas, dá o diagnóstico de uma crise de pânico. É necessário procurar um psiquiatra. No caminho da consulta, imaginamos o psiquiatra, como uma pessoa de cabelos totalmente bagunçados, com olhar assustador, trajes nada convencionais. Na sala de espera, já nos sentimos mais calmos. As pessoas que estão aguardando atendimento são normais. Estão tranquilas. Saem do consultório sorridentes. Mesmo as mais preocupadas deixam a sala com um ar de esperança, um fôlego a mais, uma confiança que não demonstravam enquanto aguardavam. Chega a nossa vez. O médico não tem jeito de maluco, não é esquisito e se veste como um médico, ou como qualquer outra pessoa no exercício do seu trabalho. Perdemos o medo, e a consulta transcorre normalmente.


Somos informados de que a nossa doença é comum, principalmente nos dias atuais tão tumultuados. O tratamento é devidamente explicado, assim como o tempo para a melhora e dicas importantes para abortar possíveis crises futuras. Ficamos tão mais calmos que falamos mais coisas, esclarecemos dúvidas, aliviamos angústias. Esse pequeno relato mostra o que de fato se passa com a maioria das pessoas que padecem de um transtorno de ansiedade. O medo de procurar o psiquiatra é comum, mas, não é o que mais impede o tratamento logo no início dos sintomas. O que acontece é que os sintomas iniciais são tão subjetivos – ansiedade, irritação preocupação – que realmente não acreditamos que possamos estar doentes. Fica a seguinte dúvida: até que ponto eu consigo controlar o que estou sentindo sozinho e a partir de que ponto eu preciso de ajuda médica? Como médico, penso que a procura por tratamento deve vir precocemente. Pois, nesse momento as orientações dadas são capazes de impedir o prosseguimento dos sintomas, não deixando que se transformem em algo mais sério, com sofrimento mais intenso. Sintomas leves podem ser controlados com mudanças de hábitos – alimentação, esporte, diminuição da carga de trabalho, relaxamentos e yoga. Sintomas mais graves indicam a necessidade de uso de medicações apropriadas. Em ambos os casos, a psicoterapia é útil e promove uma melhora incrível. É de fundamental importância analisarmos como estava a nossa vida antes do evento agudo da crise do pânico. Percebendo se estávamos funcionando

– trabalhando e vivendo – de uma forma mais acelerada do que o normal. Se estávamos exigindo demais de nós mesmos. Acontece que no dia a dia, não notamos o mal que o trabalho excessivo, a vida maçante, automatizada, a ausência de lazer pessoal e com a família podem nos causar. O estresse e outros problemas de saúde como a hipertensão arterial – decorrente do pouco caso com a nossa saúde física – vão se instalando aos poucos e só percebemos quando a bomba estoura. É necessário refletir sobre isso e dosar todas as coisas em nossa vida. Tudo que é demais não é benéfico. Trabalho demais, lazer demais, comida demais, atividade física demais, fazem mal. Quando realizamos algo em excesso, deixamos de cuidar de outras áreas da nossa vida. E precisamos ser saudáveis em cada uma delas, caso contrário, adoeceremos. Os nossos “corpos” mentais, físicos, espirituais, sociais – relacionados ao trabalho e vivências sociais – necessitam estar em equilíbrio. O excesso ou falta de atenção dada pode provocar desequilíbrio e, consequentemente, doença. O mais importante, então, é encontrar o equilíbrio antes que se manifeste o problema, mas caso ele já tenha se instalado, nada de pânico! É só reajustar a vida e tudo se encaixa direitinho! Muitas vezes – para falar a verdade, quase sempre – é preciso que a tribulação chegue até nós para que tomemos consciência da necessidade de mudança. Quem sabe, então, esse aparente problema seja o início de algo maravilhoso de que ainda não nos demos conta?”

Adelman Soares Asevêdo Filho Psiquiatra CRM-GO 11959 E-mail: adelmanasevedo@gmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade de Uberaba, MG; • Especialista em psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Associação Médica Brasileira; • Membro titular da Associação Brasileira de Psiquiatria. 27


Preenchimento Facial

Aline Reis CRM-GO 9055

Cuidar da pele é essencial para manter aparência rejuvenescida e quando vamos ficando mais velhos, perdemos volume em certas áreas da face e ganhamos vincos e rugas. O ácido hialurônico, em sua versão sintética, atua preenchendo os espaços perdidos. Veja nesse artigo da médica pós graduada em Dermatologia, Aline Reis. Preenchimento facial com ácido hialurônico, o ativo da vez: “A pele lisa e elástica da juventude possui grande quantidade de ácido hialurônico natural, uma substância produzida pelo organismo humano, que tem uma enorme capacidade de reter a água nas células cutâneas, garantindo hidratação e por consequência, o viço e a beleza da pele. Mas o avanço da idade diminui de forma gradativa a produção natural de ácido hialurônico. Como 28

consequência, ocorre a desidratação e a perda do viço e da gordura da pele. Aparecem os sinais de envelhecimento na forma de vincos, rugas, perda de gordura em determinadas áreas, exatamente onde há a falta do ácido hialurônico. Depois de décadas de estudos e de pesquisas, chegaram a uma substância, de origem não animal, sintetizada em laboratório, idêntica à produzida pelo


nosso corpo e que vem sendo amplamente utilizada nos consultórios dermatológicos, no combate aos sinais de envelhecimento. O ácido hialurônico sintético tem o mesmo propósito de atrair e de reter água e dar sustentação para as células. As células da face passam a receber mais nutrientes, como oxigênio e hormônios e, com isso, passam a ser estimuladas a se proliferar e a ocupar os espaços vagos, onde se formaram as rugas. O resultado é imediato. Os vincos, as rugas e as depressões desaparecem imediatamente após o procedimento, já que a substância vai ocupar o volume de colágeno e de gordura perdidos. Ou seja, ao usar um preenchedor sintético, como o ácido hialurônico, a pele renova a sua capacidade de hidratação. Mas seu efeito é temporário, dura de oito meses a um ano. Depois disso, o produto é naturalmente absorvido pelo corpo, sem qualquer prejuízo à saúde. O tratamento pode ser repetido sem problema algum, já que essa substância se integra perfeitamente bem com os tecidos, com riscos de rejeição praticamente nulos. Sua aplicação deve ser gradual, com pequenos retoques, até que se chegue ao ponto de equilíbrio. Existem diferentes tipos de ácido hialurônico, alguns mais densos, indicados para vincos profundos, outros fininhos, que aumentam os lábios com sutileza. Sua aplicação é bem tolerada, mesmo porque, uma pomada anestésica atenua o incômodo das picadas, mas a região pode ficar sensível e inchada por até dois dias. A aplicação dura em torno de 15 minutos. Além das marcas do tempo, o ácido hialurônico

sintético também está indicado para tratar as cicatrizes deprimidas pela acne e as marcas na pele resultantes de algum outro trauma. E ainda, quando injetado em microdoses, pode ser utilizado para promover uma profunda hidratação da pele. Associado a procedimentos, como microagulhamento, toxina botulínica, peelings, radiofrequência, lasers e outros, tem a sua eficácia aumentada, promovendo um rejuvenescimento seguro e eficaz. O resultado é natural e a pele ganha um aspecto saudável e mais rejuvenescido. O ácido hialurônico faz o papel de restaurar principalmente as ruguinhas que se formam ao redor da boca, chamadas popularmente de ‘código de barras’; ou o vinco nasogeniano, aquela marca, muitas vezes profunda que vai da narina ao canto da boca; nas rugas ao redor dos olhos (pés de galinha), entre as sobrancelhas, para melhorar o contorno da mandíbula e até o nariz, para levantar a ponta caída, nas bochechas e no queixo. Quanto ao volume perdido, a boca é um bom exemplo. Com a idade, os lábios ficam mais finos, mas podem ter a consistência recuperada, basta ter bom senso. Exagerar na dose de preenchedores deforma o semblante e projeta os lábios para frente, denunciando o procedimento. Um bom profissional entende a limitação das substâncias preenchedoras e não arrisca a saúde e a beleza do paciente. Sem mudanças drásticas, apenas camuflando e atenuando as marcas do tempo.”

Aline Reis CRM-GO 9055 E-mail: alinecsr@uol.com.br • Graduação em Medicina pelo Centro Universitário de Volta Redonda, UNIFOA, RJ; • Pós-Graduação em Dermatologia pelo Instituto de Pós-Graduação Souza Marques, RJ; • Fellow em Dermatologia pelo Hospital Universitaire Strasbourg, França; • Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

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Cateterismo Cardíaco

Silvio S. Pontes Câmara

Cardiologia – CRM-GO 12474

seja programado o tratamento adequado. As doenças das Valvas Cardíacas podem ser diagnosticadas e avaliadas através do Cateterismo Cardíaco onde as alterações da função são classificadas e mensuradas com exatidão. As miocardiopatias, ou seja, as doenças do músculo do coração, também podem ser identificadas pelo cateterismo bem como as doenças congênitas, presentes ao nascimento que, muitas vezes, são complexas e necessitam de um diagnóstico mais preciso.

Há poucas décadas a medicina chegou ao Cateterismo Cardíaco, um exame que se utiliza de uma técnica incrível, que permite avaliar o funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco, bem como, salvar vidas, em situação de emergência, ao desobstruir artérias em um infarto agudo do miocárdio. Cateterismo Cardíaco é o assunto da entrevista com o Cardiologista Hemodinamicista Silvio Pontes Câmara. 1- O que é o cateterismo cardíaco? O Cateterismo Cardíaco, também conhecido como Cinecoronariografia, Angiografia Coronária ou Estudo Hemodinâmico, é um exame cardiológico invasivo que permite o diagnóstico de obstruções das artérias coronárias, avaliação do funcionamento das valvas cardíacas e do músculo do coração. 2- Quais os problemas cardíacos capazes de ser identificados com o Cateterismo? O Cateterismo Cardíaco é extremamente útil e, em alguns casos, essencial para o diagnóstico de muitas doenças. No caso das obstruções das coronárias, o exame permite identificar com precisão a artéria envolvida, a localização e o grau de obstrução, para que 32

3- Onde e como é realizado o exame? O Cateterismo Cardíaco é realizado no laboratório de Hemodinâmica, que conta com equipamento de alta tecnologia capaz de gerar imagem em tempo real, através de Raios X e injeção de contraste iodado. Essas imagens são digitalizadas e podem ser repetidas, gravadas e armazenadas. O laudo do exame é entregue ao paciente contendo as imagens na forma de fotos ou vídeos gravados em CD. O exame é realizado por médicos Cardiologistas treinados especificamente em Cardiologia Intervencionista e Hemodinâmica. O procedimento se faz pela inserção de cateteres nos vasos sanguíneos das pernas ou dos braços que são guiados até o coração para obtenção das imagens. Na quase totalidade das vezes não há necessidade de cortes cirúrgicos ou pontos, sendo o exame feito sob anestesia local, sedação e punção na pele e vaso sanguíneo. O preparo para o procedimento é simples e envolve entrevista, com atenção à presença de outras doenças, alergias, uso de medicamentos e orientações, além de jejum de 4 horas. 4- Qual o papel do Cateterismo Cardíaco no tratamento das doenças do coração? O Cateterismo Cardíaco tem um papel decisório no tratamento das doenças cardíacas. Nos casos eletivos, quando ele faz parte da investigação ou reavaliação de uma doença conhecida, o procedimento irá definir a programação, seja o tratamento apenas com medicamentos, seja através de Angioplastia com implante de Stents ou por cirurgia. No caso específico do Infarto Agudo do Miocárdio,


o Cateterismo Cardíaco é realizado de urgência e permite que se identifique a artéria “culpada” para realizar a Angioplastia com implante de Stent de imediato com altos índices de sucesso. 5- Qual o papel do Cateterismo Cardíaco na colocação de Stents Coronários. O Cateterismo Cardíaco teve um grande papel no desenvolvimento das técnicas de Angioplastia e de implante de Stents Coronários ao passar de um procedimento meramente diagnóstico, para opção de tratamento na década de 70. Hoje, é considerado o método terapêutico de eleição para grande maioria das doenças cardíacas. As Angioplastias Coronárias com implante de Stents permitem a desobstrução das artérias de forma minimamente invasiva e com índices de sucesso acima de 98%. O desenvolvimento tecnológico e os grandes investimentos das industrias do setor permitiram que se criassem Stents cada vez mais seguros, de fácil manipulação e com melhores resultados tanto imediatos, quanto em médio e em longo prazos, diminuindo os índices de reobstrução (reestenose). Hoje, temos disponíveis Stents Farmacológicos ou recobertos que liberam medicamentos no local da obstrução, Stents Bioabsorvíveis e outros.

6- Muitas pessoas ainda têm certo receio de se submeter a esse exame. Por que isso acontece? O desenvolvimento das técnicas de Cateterismo Cardíaco datam do início da década de 70. Naquela época os profissionais médicos eram verdadeiros heróis, pois trabalhavam com material rudimentar, muitas vezes experimentais e, mesmo assim, conseguiam salvar muitas vidas. Porém, as complicações não eram pouco frequentes, o que acabou por gerar certo receio em relação ao procedimento. Nesses mais de 40 anos os materiais foram aperfeiçoados, tornaram-se mais seguros e eficazes. As complicações são raras, com taxas menores que 1% e os benefícios são imensos, trazendo alívio e sobrevida a milhares de pacientes.

Dr. Silvio S. Pontes Câmara Cardiologista CRM – GO 12474 E-mail: silviopontes@hotmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina-UEL, PR; • Residência em Clínica Médica, Cardiologia e Cardiologia Intervencionista/Hemodinâmica pela Universidade de São Paulo, USP, Ribeirão Preto, SP; • Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia; • Membro Titular da Sociedade brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. 33


Arritmias Cardíacas

Patrícia da Fonseca Zarate Cardiologia – CRM-GO 13949

Arritmias cardíacas alteram o ritmo das batidas do coração e, se não tratadas corretamente, podem provocar doenças no coração e morte súbita (parada cardíaca). Assunto para a cardiologista Patrícia da Fonseca Zarate. “O coração é formado por duas bombas com sistema elétrico próprio, que permitem que as contrações aconteçam de forma organizada, garantindo um bombeamento de sangue adequado, conforme um ritmo e uma frequência, que variam ao longo do dia. Esse sistema elétrico possui uma espécie de bateria, capaz de gerar estímulo espontaneamente para uma frequência de batimento cardíaco de 60 a 100 vezes por minuto, oscilando um pouco para cima ou para baixo, dependendo da situação e do grau de condicionamento físico do paciente.A frequência cardíaca considerada normal é aquela que gera um fluxo sanguíneo necessário e sem necessidade de grande esforço. Qualquer alteração nesse sistema, pode ser considerada uma Arritmia Cardíaca. Se trata de uma Bradicardia, quando a frequência é menor do que 60 batimentos por minuto; e, quando a frequência acelera para mais de 100 batimentos por minuto, chamamos de Taquicardia. As Arritmias também podem ser classificadas, como: • Benignas, quando não alteram a função e o desempenho do coração e não trazem riscos maiores ao paciente. Podem ser controladas com medicações e melhoram com a atividade física. • Malignas são perigosas e pioram quando há algum tipo de estresse (físico, mental etc.). Essas, precisam ser monitoradas e controladas, pois oferecem risco de parada cardíaca, choque cardiogênico ou modificação na estrutura e na função do coração. Além disso, esse tipo de 34

arritmia pode favorecer a formação de coágulos sanguíneos dentro do coração, que podem se desprender e chegar ao cérebro, através da corrente sanguínea, com risco de gerar um acidente vascular cerebral isquêmico (AVC). Todas essas possibilidades de risco para o paciente com arritmia, seja ela benigna ou maligna, são minimizadas quando o paciente é devidamente tratado. O descompasso cardíaco provoca uma série de sintomas no paciente, que se queixa de palpitação e de pulso acelerado; sensação de nó na garganta, de fraqueza, de tontura, de desmaio, de cansaço fácil, de dor no peito, de falta de ar e de mal-estar geral. Mas, muitas vezes, as arritmias cardíacas não provocam sintomas e , assim como uma doença silenciosa, podem levar o paciente a uma morte súbita. A doença só é descoberta com exames específicos (holter 24h, teste ergométrico, estudo eletrofisiológico, entre outros) e com a avaliação de um especialista. As arritmias são mais frequentes em pessoas que já possuem problemas cardíacos e história familiar de cardiopatia, idosos (em quem podemos encontrar a fibrilação atrial, caracterizada pelo ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios, câmaras superiores do coração). Mas, pessoas de qualquer faixa etária não estão livres de ter o problema, até mesmo os bebês têm esse risco. O correto é mudar os hábitos alimentares, reduzir o colesterol e abandonar o sedentarismo. A recomendação médica é que ninguém inicie um programa de exercícios físicos sem realizar um eletrocardiograma ou passar por


uma avaliação específica com cardiologista. Quando a atividade física exige um esforço desproporcional, a avaliação deve ser ainda mais cuidadosa, com a realização de check-ups constantes, sobretudo antes do início das atividades, sejam essas motivadas por treinamento extensivo (atletas de todas as modalidades) ou por lazer. Esta é a premissa que os cardiologistas e, mais especificamente, os arritmologistas reforçam, tanto para os atletas de fim de semana, quanto para os chamados atletas de alto desempenho. Seja qual for o tipo de arritmia, suas causas devem ser tratadas, utilizando-se de medicações específicas, ablação (através de um cateter), implante de marca-passo ou cardiodesfibrilador implantável. A prevenção das arritmias cardíacas se inicia com hábitos saudáveis. Por vezes, basta adotar uma alimentação balanceada, evitar o tabagismo, excesso de bebidas alcoólicas e os energéticos, praticar atividades físicas, dar atenção à saúde emocional, controlar fatores, como hipertensão arterial, diabetes, colesterol elevado, obesidade e pelo menos uma vez por ano, consultar-se com um cardiologista para a realização de exames preventivos.”

Doenças Cardíacas adquiridas durante a gravidez “Mesmo com um coração saudável, é possível que surjam problemas cardíacos durante a gravidez: Sopro cardíaco – No pré-natal, o obstetra pode ouvir algum sopro, devido ao sangue extra que flui através do coração. Mas isso não é motivo de preocupação. Alguns sinais e sintomas podem indicar problemas com alguma válvula cardíaca; Arritmia cardíaca – Algumas mulheres de coração saudável podem desenvolver arritmias pela primeira vez durante a gravidez. O especialista pode perceber isso,durante o exame físico. Na maioria das vezes não há sintomas e nenhum tratamento é necessário. Mas, só depois de uma investigação específica, é que se tem certeza de que a mãe e o bebê estarão bem; A pressão arterial elevada – A hipertensão é uma complicação séria na gravidez. Normalmente, por volta da 20ª semana de gestação, cerca de 8% das mulheres grávidas desenvolvem hipertensão arterial. Por isso, é importante verificar com frequência a pressão arterial durante a gravidez. Essa desordem pode evoluir para pré-eclampsia, uma complicação séria, que exige interferência médica imediata para evitar que evolua para a Eclâmpsia, uma condição de risco de vida para a paciente, caracterizada por convulsões, seguidas do estado de coma.”

Patrícia da Fonseca Zarate Cardiologista CRM – GO 13949 E-mail: pfzmed@hotmail.com pfzmed@cardiol.br • Graduação de Medicina pela Universidade Estário de Sá, UNESA, RJ; • Residência Clinica Médica no Hospital Souza Aguiar, RJ; • Residência em Cardiologia pelo da Hospital de Força Aérea do Galeão, RJ.

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Autismo Fábio Borges Pessoa

Pediatria – CRM–GO 9861

Há uma realidade bem particular que define os portadores de Autismo e que os distancia do mundo que os rodeia. O autista geralmente sofre forte tendência ao isolamento e costuma bastar-se a si mesmo. São indivíduos que encontram sérias dificuldades de interatividade social e de comunicação. O médico pediatra Fábio Pessoa fala desse transtorno e nos dá a boa notícia de que tratamentos precoces e estímulos adequados melhoram as habilidades sociais do paciente autista e o insere de vez em nossa sociedade. 1- O autismo é um transtorno que afeta o desenvolvimento normal da linguagem, a sociabilidade e as habilidades de comunicação. Quais são as variantes do autismo e por que algumas pessoas desenvolvem o problema? Consensualmente, o termo empregado para o diagnóstico de indivíduos que apresentam prejuízo quanto a socialização e a comunicação, além da presença de interesses restritos e de comportamentos repetitivos, é o de Transtorno do Espectro do Autismo. A evidência de um atraso de linguagem não se faz necessária para a elaboração do diagnóstico, visto que alguns indivíduos autistas possuem com desenvolvimento apropriado de tal capacidade. Uma vez que os quadros clínicos são extremamente variados, a orientação recente da Academia Americana de Psiquiatria é definir o diagnóstico por gravidade em relação a interação social e a comunicação e não mais estabelecer subtipos do transtorno. Sabe-se que o Transtorno do Espectro do Autismo tem origem em variações genéticas de diversos genes, os quais interagem entre si e sofrem influência epigenética (memória celular) e de fatores ambientais. 2- Quais são os sinais clássicos de autismo? Os sinais do autismo devem ser percebidos antes 36

dos três anos de idade e, em alguns casos, antes dos 18 meses. O diagnóstico é eminentemente clínico, baseado na observação do paciente e em uma entrevista bem elaborada com os pais ou responsáveis. Assim, para o diagnóstico, é necessária a presença dos seguintes sinais: • Déficit social persistente: dificuldade em iniciar


ou manter um diálogo; não responder quando é chamado pelo nome ou em uma conversa direta; não demonstrar prazer em interações sociais e mostrar indiferença ou aversão ao contato físico, por exemplo. • Déficit na comunicação: pouco contato visual, dificuldade em expressar emoções; apontar para algum objeto como forma de mostrar interesse pelo mesmo; apresentar a fala muitas vezes com entonação, volume e ritmos anormais. • Déficit na manutenção e no desenvolvimento de relacionamentos: não perceber o desinteresse de outros em seu discurso; não expressar emoções corretamente, como rir em situações inapropriadas e fazer questionamentos socialmente inadequados; preferir ficar só e evitar atividades em grupo. • Interesses restritos e de comportamentos repetitivos: abrir e fechar portas ou janelas várias vezes; realizar movimentos repetitivos com as mãos ou pescoço; repetir a última palavra ouvida; referir-se a si mesmo pelo nome ao invés de usar o pronome “eu”; dependência exagerada de rotinas, pensamento rígido e obsessão ou excessiva preocupação com determinados assuntos; grande tolerância à dor.

Reconhecendo os sinais do autismo

É importante lembrar que cada paciente apresenta um determinado número de características, não se exigindo a presença de todas para se configurar o diagnóstico. Os autistas são muito diferentes entre si. 3- Em qual período da vida o transtorno se manifesta? O Transtorno do Espectro do Autismo deve ser diagnosticado antes dos três anos de idade. Mas ainda lactente, um bebê que ao ser amamentado não estabelece contato com a mãe pela exploração tátil ou pelo contato visual, deve ser melhor observado. Como o autismo representa uma alteração qualitativa do desenvolvimento do indivíduo, há adultos e idosos com o diagnóstico, independentemente do grau de gravidade. Portanto, o transtorno manifesta-se em todas as etapas da vida. 4- O que significa estar dentro do espectro? Estar dentro do espectro é apresentar padrões de comportamento específicos, que acarretam prejuízo, em quantidade suficiente para a elaboração do diagnóstico do autismo. Estar dentro do espectro é ser autista. 37


5- O que é a síndrome de Asperger? A Síndrome de Asperger representa uma forma leve do Espectro do Autismo. O diagnóstico normalmente é feito na fase escolar, uma vez que as crianças portadoras da Síndrome de Asperger desenvolvem a linguagem na época certa, porém a mesma mostra-se muito correta, com vocabulário amplo e sofisticado. Como muitos desses indivíduos têm inteligência acima da média, muitos pais tendem a caracterizar essa peculiaridade da linguagem como algo próprio da personalidade da criança. Além dessa característica da linguagem, outro comportamento presente é a fixação ou interesse muito específico por algum tema, como por exemplo: dinossauros, carros, aviões ou robôs. Uma criança Asperger é capaz de falar exaustivamente de um mesmo assunto, com enorme riqueza de detalhes, de tal forma que quem a escuta não consegue, muitas vezes, mudar o foco do diálogo e, mesmo demonstrando desinteresse evidente através de sua expressão facial, não faz com que a criança perceba a exaustão em ouvi-la. Há, por parte dos portadores da Síndrome de Asperger, prejuízo social com excesso de formalidade e inflexibilidade frente às convenções sociais. Magoam sem perceber, já que desconsideram muitas vezes, o ponto de vista da outra pessoa. São ingênuos e lhes falta empatia. Não entendem piadas ou metáforas, agem de forma literal e concreta. São em sua maioria desajeitados, com nítido prejuízo em sua coordenação motora. Mas há pontos positivos: os autistas são verdadeiros, honestos, confiáveis e determinados.

Fábio Borges Pessoa Pediatra

CRM–GO 9861 E-mail: fabiopessoa@fillium.com.br www.fillium.com.br • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Residência medica em Pediatria e Neonatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Pós graduação em Neuropsiquiatria da Infância e da Adolescência pelo Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Membro da Associação Brasileira de Neurologia, Psiquiatria Infantil e Profissões Afins, ABENEPI . 38

Enfim, eles são diferentes e merecem compreensão e auxílio. 6-Quais são os médicos que devem acompanhar um autista? Devido à importância do diagnóstico precoce do autismo, o pediatra tem grande importância no que tange a percepção dos primeiros sintomas e na orientação aos pais. Neuropediatras e psiquiatras da infância estão preparados para confirmar o diagnóstico e também acompanhar tais pacientes. 7- Como é o tratamento? Há cura para o autismo? O tratamento do autismo é multiprofissional. O médico é quem deve fazer o diagnóstico, mas o trabalho em equipe enriquece todo o processo de conceituação e definição de prioridades de trabalho relacionadas à característica individual de cada autista. Profissionais das áreas de psicologia, psicopedagogia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, musicoterapia, entre outros são importantes para trabalhar as limitações sociais, os aspectos de linguagem, o processo de aprendizagem formal, as dificuldades referentes à coordenação motora e à organização e assim possibilitar um melhor convívio por parte do autista em nossa sociedade. O tratamento e a estimulação devem ocorrer a longo prazo e devem ser adequados de acordo com a evolução do paciente. Não há remédio específico para o transtorno e ainda não há cura.



Cirurgia Plástica Responsável Dr. Thiago Machado Pinto Cirurgia Plástica – CRM-GO 9386

Um procedimento cirúrgico espontâneo deve ser encarado com muita responsabilidade, principalmente em se tratando de uma cirurgia plástica. É preciso refletir sobre riscos, expectativas, escolha do especialista e todos os outros aspectos que envolvem essa decisão. O cirurgião plástico Thiago Machado destaca os pontos fundamentais que devem ser levados em consideração em quem decide encarar o bisturi em nome da beleza.

“O conceito de beleza passa longe da idéia de perfeição. Características faciais ou corporais que não se encaixam na ditadura estética imposta pelos padrões atuais, como um nariz de traços fortes ou seios pouco volumosos, muitas vezes podem ser harmônicos e belos. Assim, na primeira consulta, é importante “ler” o paciente, entender qual seu objetivo e explicar de forma clara o que a Cirurgia Plástica pode oferecer. Para tanto, esse primeiro momento não deve ser apressado; a consulta deve ser calma e detalhada em que o paciente tem oportunidade de expressar sua ambição estética e o cirurgião explicar as possibilidades existentes de um provável resultado. O exame físico, em minha opinião, deve ser feito em frente ao espelho, para que ambos estejam olhando juntos para cada característica passível de ser melhorada. É de fundamental importância que cirurgião e paciente partam para o próximo passo com a mesma clareza do que pretendem alcançar. Existem pessoas que procuram o consultório com idéias equivocadas quanto a cirurgia plástica. Elas enxergam na própria aparência, características que não 40

condizem com a realidade (dismorfofobia), como alguém que possua um nariz bonito e harmônico, enxergá-lo enorme e feio. Os limites do bom senso estético, bem como o potencial de resultado, têm que ser esclarecidos a esses pacientes. Caso insistam em realizar procedimentos descabíveis ou buscarem incessantemente se parecer com algum modelo de beleza intangível, a cirurgia deve ser desaconselhada. No pré-operatório se faz o preparo para cirurgia de forma personalizada, pois cada pessoa tem suas particularidades. O paciente precisa revelar sobre sua saúde, se possui algum problema cardíaco, diabetes ou qualquer outra doença crônica ou hereditária. Essas doenças não impedem a realização do procedimento, mas exigem o consentimento de outro especialista. Nessa conversa franca, em que nada deve ser omitido, o paciente deve contar inclusive sobre o uso de drogas lícitas ou ilícitas e suspender seu uso pelo tempo determinado pelo especialista. Portanto, o álcool, o cigarro, a cocaína e outras drogas, as medicações que contenham ácido acetil salicílico, o Gingko Biloba, a vitamina E, as pílulas


anticoncepcionais, tratamentos hormonais e outros podem levar a possíveis complicações durante ou após a cirurgia. O protocolo pré-operatório é finalizado com exames laboratoriais, radiológicos e cardiológicos, para que tudo seja cercado da máxima segurança. Ainda nesse primeiro momento, devem ficar detalhadamente esclarecidos os cuidados pós operatórios. Limitação dos movimentos, inchaço, alteração na cor da pele, algum desconforto e outras alterações transitórias devem ser encaradas com naturalidade, pois já foram explicadas anteriormente. Os primeiros dias após um procedimento cirúrgico são geralmente mais desconfortáveis gerando algum grau de ansiedade e insegurança para o paciente. O acompanhamento da equipe especializada traz conforto, segurança e evita complicações. O homecare, do qual sou adepto, por considerar muito importante, aproxima o médico do paciente nesse delicado momento. Uma enfermeira especializada e uma fisioterapeuta, visitam o paciente em casa por três ou quatro vezes antes mesmo de seu retorno ao consultório. Hidratação, padrão respiratório, circulação dos membros, uso correto da malha cirúrgica, entre outros importantes pontos, são avaliados e o paciente é bem orientado. Saber o que esperar de um pós-operatório e ter a certeza da presença de uma equipe completa e treinada ao lado do paciente antes mesmo do procedimento é algo bastante tranqüilizador.

Na primeira consulta, o paciente deve saber que o acompanhamento no consultório continua por 12 a 24 meses. É muito importante trabalhar para que o potencial de resultado estético seja explorado ao máximo. Diferentes pessoas terão resultados diferentes, mas é fundamental otimizar todos os resultados individualmente, dentro das características genéticas de cada um. As cicatrizes, por exemplo, constituem aspecto importante a ser discutido com o paciente. Essas marcas serão camufladas para que fiquem minimamente evidentes. O potencial estético da cicatrização é individual e depende de fatores genéticos, mas é possível explicar a posição e o tamanho das cicatrizes. Durante o acompanhamento pós operatório atingiremos o melhor resultado que o organismo do paciente pode oferecer associando tratamentos locais para cada tipo de cicatriz. Nesse primeiro momento também será explicado sobre a anestesia que pode ser local, regional ou geral. E antes da cirurgia uma consulta é realizada com o médico anestesiologista que já trabalha e conhece os protocolos seguidos pelo cirurgião. Por fim, antes de se consultar é importante certificar que o médico tem referências e qualificação. O título de especialista é conferido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e registrado no Conselho Regional de Medicina. Assim é possível verificar no site (www.cirurgiaplastica.org.br) se o profissional é de fato qualificado.”

Dr. Thiago Machado Pinto Cirurgião Plástico CRM–GO 9386 E-mail: dr.thiagomachado@hotmail.com www.drthiagomachado.com.br • Graduação em medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Residência em Cirurgia Geral pela Universidade Federal de Uberlândia, UFU, MG; • Residência em Cirurgia Plástica, pela Universidade Federal de Uberlândia, UFU, MG; • Fellowship em Cirurgia Craniofacial na Beneficência Portuguesa de Niterói, RJ; • Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. 41


Cirurgia da Base do Crânio

Gustavo Jorge Magalhães Otorrinolaringologia CRM-GO 10818

Não faz muito tempo, lesões em algumas áreas cerebrais eram de difícil tratamento cirúrgico. Mas com a evolução da medicina, novas vias de acesso ao cérebro foram abrindo caminho para uma nova forma minimamente invasiva de tratar a doença. O Otorrinolaringologista Gustavo Jorge se ausentou por quatro meses, em Bergamo, na Itália, para adicionar em seu currículo um fellowship em Cirurgia da Base do Crânio e suas relações com a face, ouvido, junção cranio-cervical, órbitas e cavidade nasal. O que há de novo nessa abordagem? 1-O que a Otorrinolaringologia tem a ver com a Base do Crânio? A base crânio é a zona de transição entre o nariz, o ouvido e o cérebro. Portanto, o otorrinolaringologista trabalha nas áreas vizinhas à base do crânio todo o tempo do seu dia a dia cirúrgico. As cavidades nasais estão se tornando um caminho viável para acessar diferentes regiões do cérebro e facilitar cirurgias que, antes, exigiam grandes aberturas no crânio. 2- Por que a região da base do crânio é tão crítica? A base do crânio é um grande desafio por ser de difícil acesso, já que esta região está em meio a nervos cranianos, artérias e veias de grande importância ao corpo. E devido a essa anatomia ser extremamente complexa, o aprendizado também se torna um desafio. É fundamental que haja um profundo conhecimento multidisciplinar da anatomia e das técnicas microcirúrgicas, além de intenso treinamento para realizar uma cirurgia desse nível. 3- Quais as doenças que acometem a base do crânio? Diversas são as doenças que acometem a base do crânio. Entre elas os neurinomas do nervo 42

auditivo, tumores das meninges, tumores de hipófise, comunicações entre o nariz e o crânio e muitas outras. 4- Fale sobre os tumores do ouvido? Os tumores de ouvido mais comuns são os benignos, como os Colesteatomas,que destroem o ouvido na medida em que vão crescendo e geram muito desconforto aos pacientes, com mal cheiro e secreção abundantes. Há outros tumores, mas são menos comuns, como os Neurinomas, que acometem geralmente o nervo auditivo e necessitam de uma abordagem em base de crânio para a sua remoção. Os Neurinomas cursam com perda auditiva progressiva rápida, acompanhada de zumbidos e tonturas de acordo com o seu crescimento. Em casos raros, esses tumores também podem vir a acometer o nervo facial. 5- Como começou e o que mudou na abordagem cirúrgica da base do crânio? O acesso cirurgico à base do crânio não é novidade. Entretanto, os avanços no conhecimento tridimensional do funcionamento do cérebro (neurofisiologia), os acessos com uso dos microscópios na


década de 60 e da endoscopia na década de 90, além das possibilidades modernas de neuronavegação cerebral por imagem, bem como o surgimento de novas técnicas neurocirúrgicas revolucionaram esse procedimento, que se tornou minimamente invasivo. Se antes algumas áreas cerebrais eram intocáveis, hoje dificilmente uma doença na base do crânio não pode ser debelada. Mesmo assim, como todo o procedimento cirúrgico, os riscos variam de acordo a localização , a extensão e o tipo da lesão . Mas com toda essa evolução na abordagem cerebral, os acessos à lesão se tornaram mais simplificados, diminuímos os índices de seqüelas póscirurgicas, e com menor morbidades para os pacientes. Para se ter uma idéia, atualmente pode-se fazer cirurgias da hipófise por via nasal e remoção de tumores de ouvidos, sem danos ao nervo facial. Portanto, nas últimas décadas tivemos um avanço significativo na cirurgia da base do crânio, o paciente têm maior tempo de sobrevida, melhor qualidade de vida e melhor desempenho intelectual após intervenções delicadas no cérebro. 6- Qual o papel do neurocirurgião e do otorrinolaringologista nessa cirurgia? O ideal é a formação de uma equipe multidisciplinar entre o Otorrino e o Neurocirurgão. Cada um atuando dentro de sua área específica. Dentro da cavidade nasal e dos ouvidos, o otorrino têm grande familiaridade e, geralmente é ele o responsável pelo acesso ao cérebro, com a abertura da via para remoção da doença. Assim, ele abre o caminho pelo nariz e pelo ouvido para resolução da doença. Quando estamos dentro do crânio, é o neurocirurgião quem assume o bisturi e a manipulação do cérebro. 7- Qual a preparação que o paciente deve ter antes da cirurgia? A preparação vai depender da localização ,do tamanho e do tipo de tumor. Depois que a junta médica analisa o problema através da ressonância magnética , da

O Otorrinolaringologista Gustavo Jorge, com o professor doutor Giovanni Danesi, em Bergamo, na Itália, quando adicionou em seu currículo, um fellowship em Cirurgia da Base do Crânio

audiometria e da endoscopia nasal abre-se a discussão do caso entre o Otorrino e o Neurocirurgião para a decisão sobre o melhor caminho para o tratamento da lesão. 8- Que tipo de anestesia é empregada? Como são procedimentos complexos e de longa duração a anestesia geral é obrigatória. 9 – O paciente fica internado? A internação é obrigatória e dependendo da gravidade, uma UTI se faz necessária até a completa recuperação do paciente . 10- Como é o pós operatório e o prognóstico desse tratamento? O paciente deve permanecer em repouso até a completa recuperação para evitar complicações. Quanto ao prognóstico, mais uma vez as variantes são inúmeras. Mas pacientes bem conduzidos dentro das técnicas modernas, acompanhados de equipe qualificada, utilizando material médico de ponta e em ambiente hospitalar adequado, na grande maioria das vezes, há resolução completa da doença apresentada e sem seqüelas importantes para o paciente .

Gustavo Jorge Magalhães

Otorrinolaringologista - CRM-GO 10818 E-mail: contato@clinicasinus.com.br www.clinicasinus.com.br • Graduação em Medicina pelo Centro Universitário Volta Redonda, no Rio de Janeiro, RJ; • Residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro, RJ; • Pós-graduação no Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia, PR; • Fellowship no HouseEarInstitute, em Los Angeles – Califórnia; • Fellowship em base de Crânio no Hospital Giovanni XXIII de Bérgamo - Itália. 43


Cuidados com o Couro Cabeludo Lorena Dourado Dermatologia - CRM–GO 11663

Ter uma cabeleira saudável faz muita diferença. Por isso, é importante ter cuidados específicos com os fios para que se mantenham resistentes e sedosos. Mas, e o couro cabeludo? Nesta edição, a Dermatologista Lorena Dourado, especialista em Tricologia(ciência que estuda os cabelos) nos alerta para os cuidados que devemos ter com o couro cabeludo. 1 - Como deve ser a limpeza correta do couro cabeludo? Embora seja bem relaxante lavar os cabelos em água quente,esse é um hábito ruim para o couro cabeludo. A água quente, da mesma forma que resseca a pele, resseca o couro cabeludo. Como mecanismo compensatório, as glândulas da região são ativadas a produzir uma quantidade maior de gordura, podendo deixar o cabelo com aspecto oleoso. O ideal é que se lave os cabelos com água mais morna ou fria. Quanto à frequência, não há problema em lavar os cabelos todos os dias ou conforme a necessidade, quando a temperatura da água se mantém amena. A oleosidade ideal é aquela que se distribui pelos fios, mas que não se acumula no couro cabeludo. Este deve estar sempre limpo. Se com as lavagens, os fios se tornarem ressecados, recomenda-se usar cremes condicionantes em seguida. Quanto maior a frequência de lavagens, mais fraco deve ser o xampu. 2 - Algumas pessoas se queixam de descamação do couro cabeludo. Por que isso acontece? Algumas pessoas têm maior tendência a ter a pele e o couro cabeludo secos e descamativos. Mas, este problema pode ter várias outras causas provocadas pela exposição intensa ao sol, por processos alérgicos, por doenças (dermatite seborreica, psoríase, entre outras), ou, como dissemos anteriormente, pela alta temperatura da água. Deve-se usar xampus específicos para cabelos secos ou para processos descamativos do couro cabeludo, associados ao uso de condicionador, aplicado não só nos fios, mas inclusive no couro cabeludo. Depois, enxaguar, retirando todo o excesso do condicionador. Evitar a exposição solar intensa, sem a devida fotoproteção. As lavagens devem ser mais espaçadas e em água de temperatura morna ou fria. 3 - Qual a importância dos condicionadores e das máscaras hidratantes para os cabelos? Os condicionadores, tanto os com enxágue, quanto os do tipo leave-in, recobrem a cutícula, desembaraçando os fios. Assim como os xampus, esses produtos penetram superficialmente nos fios, deixando resíduos entre as escamas da cutícula. Recomendase uso de xampus anti-resíduo semanalmente ou quinzenalmente para retirada desses resíduos.


As máscaras capilares penetram na cutícula do fio dando maior espessura e força ao fio. Cada um tem a sua função específica e todos têm papel importante nos cuidados com os cabelos. 4 - Quais os danos do secador e da chapinha no couro cabeludo? Devido a alta temperatura, o secador e a chapinha podem provocar bolhas difusas, deixando os fios com uma pior qualidade. Já a chapinha pode causar queimaduras no couro cabeludo. Ambos devem ser evitados. Mas, se isso não for possível, mantenha o secador mais distante dos fios e do couro cabeludo e com ar mais morno ou frio. Se usar a chapinha, distribua antes um produto com efeito antitérmico e mais oleoso, como um silicone. Isso vai facilitar o movimento da chapinha e diminuir o tempo de contato com os fios. Preserve o couro cabeludo do calor da chapinha. 5 - E quanto aos produtos químicos? Alisantes, permanentes, tinturas e progressivas podem provocar o desenvolvimento de alergias, que se apresentam nas formas leves, com descamação e coceira, até aquelas mais intensas e graves com forte edema (inchaço). Por isso, é fundamental um teste cutâneo do produto antes da sua utilização. Uma pequena quantidade deve ser aplicada na área atrás da orelha, por exemplo, e em pequena mecha na parte escondida do cabelo. Comprovada a alergia, suspenda o uso e procure um médico dermatologista, com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) para orientações e tratamento. 6 - Qual a importância da alimentação na nutrição dos cabelos e do couro cabeludo? Quanto a alimentação é importante que se tenha

Dermatite seborreica (caspa) A caspa é uma das manifestações da Dermatite Seborréica, um tipo extremamente frequente de inflamação do couro cabeludo que costuma se manifestar após os 30 anos de vida. Diversos fatores fazem com que as glândulas sebáceas do couro cabeludo produzam um tipo diferente de gordura. Quando acumulada, gera a proliferação exagerada de fungos e, consequentemente, a inflamação. Apesar da presença desses microorganismos, sabe-se que a doença não é contagiosa. Tensão emocional pode agravar o problema, bem como o alcoolismo e algumas doenças neurológicas. Adoençanãotemcura,maspodesercontrolada através do uso de xampus antisseborréicos.O problema é que muitos pacientes se queixam que esses xampus geralmente ressecam o cabelo com a frequência do uso, o que justifica a aplicação de cremes condicionantes nos fios (evitando aplica-los diretamente no couro cabeludo). Dependendo do caso, medicamentos orais de efeito anti-inflamatório também são prescritos. Procure um dermatologista para que este faça seu diagnóstico e inicie seu tratamento da forma mais adequada para as suas necessidades clínicas. uma dieta balanceada. Pessoas desnutridas têm cabelos opacos. Evite perdas de peso bruscas e dietas sem proteínas. 7 - Quando é necessário procurar um dermatologista? Quando o couro cabeludo apresentar alterações, como coceira, descamação, inflamação, queda localizada ou espaçada de fios, formando falhas, ou qualquer outro problema, procure um dermatologista com título de especialista em dermatologia, para que seja feita uma avaliação e inicie, se necessário, o tratamento.

Lorena Dourado

Dermatologista CRM – GO 11663 E-mail: dourado.lorena@gmail.com • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Goiás, UFG, GO; • Titular em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; • Especialista em Tricologia pela Faculdade de Medicina do ABC e pela Universidade de São Paulo, USP, SP. 45





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