Ana Laura Brito_Escola Nova

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Ana Laura Mardem Brito

ESCOLA NOVA

Relatório final, apresentado ao Centro Universitário Senac, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador(a): Prof. Dr. Nelson Urssi

SÃO PAULO 2018


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ANA LAURA MARDEM BRITO

ESCOLA NOVA

Relatório final, apresentado ao Centro Universitário Senac, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, ____ de ______________ de_____.

BANCA EXAMINADORA

___________________________ Prof. Dr. Nelson José Urssi Orientador

___________________________ Avaliador 1

___________________________ Avaliador 2


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Ao meu avô, José Gonçalves de Brito.


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AGRADECIMENTOS . A minha família, que sempre me apoiaram e sempre fizeram de tudo por mim. Em especial: Ao meu avô, Chefe Brito, que me ensinou o valor da família e dos estudos. A minha avó Luzia, que cuidou de mim, me educou e me pediu para voar alto. Ao meu pai Daniel, que sempre se preocupou com meu futuro e tornou o sonho de um diploma possível. (E muitos outros sonhos). A minha mãe Alessandra, por me ensinar grandes valores e por sempre acreditar em mim. A tia Denise, que me acolheu em sua casa e cuidou de mim como filha durante todos esses anos. A minha madrinha Débora, por ser uma segunda mãe tão maravilhosa. . Ao Senac e seus funcionários por prover um ambiente bem estruturado, limpo e agradável para o desenvolvimento de estudos acadêmicos. Em especial: Ao meu orientador Nelson, pela paciência e apoio moral nas horas difíceis, pela ótima orientação e ideias no desenvolvimento desse trabalho. A minha coordenadora, que sempre me concedeu sua total atenção em toda e qualquer dúvida que tive, e por demonstrar o amor que tem por sua profissão, mesmo em pequenas coisas. Aos meus professores, que nos ensinaram tanto ao longo desses 5 anos de curso. Em especial a profa. Myrna Nascimento, prof. Ralph Flores, prof. Ricardo Luis, prof. Carlos Medeiros, profa. Bebete Viégas, profa Ana Coelho, profa. Katia Pestana, prof. Paulo ‘PT’ Barreto, Prof. Fabio Robba, prof. Marcella Ocke, prof. Maurício Petrosino, que por diferentes razões marcaram de um jeito especial essa jornada. Por fim: Aos meus amigos, que passaram todo tipo de estresse e ansiedade comigo, mas também me deram forças e ótimos momentos juntos. Nós conseguimos!


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RESUMO Objetivo: Essa dissertação tem como objetivo desenvolver uma relação entre a escola como pedagogia, e a escola como espaço físico (arquitetura). Em que será introduzido as mudanças que vêm sendo sofridas na área da pedagogia, explicando a diferença entre um ensino tradicional e as novas propostas que se deram origem pelo movimento da Escola Nova. Tais mudanças serão discorridas ao longo dos capítulos, sendo exemplificadas por projetos já existentes, para dar fundamento a essa analogia. Será também destacado a importância da disseminação da cultura na formação de cidadãos mais solidários, com destaque na educação que preza por essa relação e no papel essencial da arquitetura para tornar isso possível, enfatizando como o espaço físico influencia diretamente em como lidamos com as etapas acadêmicas em nossas vidas. Buscando então uma conclusão sobre a importância da colaboração entre arquitetos e pedagogos para a criação desses espaços educacionais, onde a arquitetura deve criar ambientes que incentive nos alunos o espírito de colaboração, respeito, debate, participação e principalmente, autonomia.

Palavras-chave: Escola Nova, Educação, Arquitetura Escolar, Pedagogia, Mobiliário, Dinâmica, Construtivismo, Tradicional, Cultura, Aluno.


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ABSTRACT Purpose: This thesis aims to construct a solid relation between the school as a teaching system, and the school as a physic space (architecture). Explaining the difference to the traditional method of teaching and the new proposals that came with the “New School” movement. These changes will be presented throughout the chapters, and based on already existent projects, with the intention to back up it’s analogy. It will be highlighted the importance of culture’s dissemination on the education of more sympathetic citizens, and emphasizing the type of pedagogy that seeks for this relation, and how essential is a good architecture project to make it possible, emphasizing how the physic space affects directly on how we deal with our student life. Therefore, seeking a conclusion about the importance of a genuine collaboration between teachers and architects to create the ideal school, where architecture makes it possible to design an environment that motivates students to be collaborative, respectful, argumentative, participate, and most importantly, autonomous. Key words: New School, Education, Educational Architecture, Pedagogy, Layout, Dynamics, Progressive Education, Tradicional Education, Culture, Student.


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SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO

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PEDAGOGIA E O ESPAÇO ESCOLAR

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CONSTRUTIVISMO EM PRÁTICA

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O PAPEL DA ARQUITETURA

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ESTUDOS DE CASO

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PROPOSTA

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CONCLUSÕES FINAIS

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BIBLIOGRAFIA

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LISTA DE IMAGENS

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.1 Ensino Tradicional .2 Nova Proposta de Ensino

.1 Tópico I: Método .2 Tópico II: Estrutura Pedagogica .3 Tópico III:Princípios .4 Tópico IV: Infraestrutura

.1 Wish School (Brasil) .2 Lishin Elementary School Library (Tailândia)

.1 Implantação .2 Partido e Desenvolvimento .3 Projeto

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INTRODUÇÃO

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A educação vem ganhando mais e mais espaço na nossa sociedade desde os tempos mais antigos. Com essa valorização, suas atividades foram ganhando edifícios próprios, que deram lugar ao que antes acontecia em locais ao ar livre, ou até mesmo em prédios construídos para outros fins. Tais condições não eram favoráveis a uma educação de qualidade, mas podemos dizer que a mesma, foi buscando, cada vez mais, seu espaço ao longo dos anos. Um ponto importante na nossa história que acabou influenciando extremamente como nossas sociedades se formariam, foi a Revolução Industrial. Esse evento acabou mudando muito a nossa realidade, nesse caso, por ter expandido a educação a classes mais pobres, que agora tinham uma melhor condição financeira. Houve então uma grande migração para as áreas urbanas e surgiu a necessidade de capacitarem as pessoas para determinados ofícios. Infelizmente isso não significava que esta educação era de boa qualidade, sendo que essa mentalidade ainda molda nosso sistema educacional, onde o aluno é o aprendiz que só recebe informação e o professor ocupa o posto de mestre. É inegável que os edifícios concebidos especificamente para esse uso, vem sofrendo alterações de acordo com o desenvolvimento social que sofremos. Deixaram de ser em construções impróprias como residências e igrejas e começaram a ter seu próprio programa arquitetônico, ganhando ambientes específicos para este tipo de atividade, mesmo nem sempre sendo o mais correto. O importante é que cada mudança foi nos mostrando pontos que deveriam ser melhorados e inseridos em projetos futuros, até um dia chegarmos a algo considerado ideal. Um dos problemas que enfrentamos em tempos mais recentes, foi a demanda crescente que ocorreu no século XX, fazendo com que muitos projetos fossem pensados de forma geral, ignorando as necessidades específicas do local que seria inserido. O problema é que a individualidade de cada escola é de extrema importância para um bom projeto. Foi ainda no século XX, que chegou no Brasil o movimento “Escola Nova”, que tinha como ponto principal, educar de forma a ensinar aos alunos uma autonomia na


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busca de conhecimento. Uma resposta ao nosso desenvolvimento tecnológico, onde a informação é quase 100% acessível. O foco desse trabalho de conclusão é então, mostrar como estamos tentando mudar essa pedagogia mecânica, através da introdução de novos estudos e conceitos sobre quais são os pontos ideais para uma educação de boa qualidade. Para que possamos fazer essa diferenciação do ensino mecânico com as novas propostas, será apresentado o conceito de “ensino tradicional”, aquele que ainda vemos na maioria de nossas escolas e que é baseado nos conceitos mais antigos e digamos, ultrapassado. Em oposição, será introduzido o “ensino construtivista”, sendo este, aquele que traz os novos conceitos pedagógicos, que busca o dinamismo e principalmente a autonomia do aluno. Depois de apresentado um contexto mais teórico e pedagogo, será reforçado o papel crucial da arquitetura escolar, e como esses projetos devem refletir a nova pedagogia, que basicamente depende do edifício para que seja bem sucedida. Abrindo portas ao desenvolvimento de um projeto de uma escola, que reflete totalmente essa pedagogia progressista. O projeto será apresentado no capítulo 6, como produto da reflexão sobre quebrar com o tradicionalismo na nossa educação, buscando conceitos como a escola Montessoriana, Waldorf, Freiriana e Construtivista, por exemplo.

“Escola Nova surge no final do século XIX justamente para propor novos caminhos à educação, que se encontra em descompasso com o mundo no qual se acha inserida. Representa o esforço de superação da pedagogia da essência pela pedagogia da existência. Não se trata mais de submeter o homem a valores e dogmas tradicionais e eternos nem de educá-lo para a realização de sua ‘essência verdadeira’. A pedagogia da existência volta-se para a problemática do indivíduo único, diferenciado, que vive e interage em um mundo dinâmico”. (ARANHA, 1996, p. 167).


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PEDAGOGIA E O ESPAÇO ESCOLAR

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PEDAGOGIA E O ESPAÇO ESCOLAR

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ENSINO TRADICIONAL A concepção de “Pedagogia Tradicional” foi denominada no final do século

XIX, como algo renovador que buscava as novas propostas que surgiam na época. Ainda sendo até hoje o estilo de ensino mais presente em nossas escolas, fortes mudanças vêm acontecendo para que a forma de educar se adéque as demandas atuais e as novas formas de pensar. Na verdade, seria um pouco ousado afirmar com grande certeza a existência de um “sistema pedagogo puro”, ou seja, que nunca sofreu alterações ou influência ao passar do tempo. É claro que desde o início do século XIX aos tempos atuais, não só a educação como o ‘espaço escola’, sofreram várias modificações para acompanharem o desenvolvimento da nossa sociedade. Nesse contexto, foram organizados sistemas nacionais de ensino, inspirados na emergente sociedade burguesa, que buscava uma educação como “direito de todos e dever do Estado”. Quando assim simplificado, o desejo dessa burguesia passa-se por algo que devemos aplaudir e levar adiante, sendo que, interpretado por Gadotti em 1995 como algo que “ainda era elitista: só os mais capazes podiam prosseguir até a universidade”, percebemos que muitas falhas estão escondidas atrás de uma ideologia pensada com bom intuito: (…) A burguesia percebeu a necessidade de oferecer instrução, mínima, para a massa trabalhadora. Por isso, a educação se dirigiu para a formação do cidadão disciplinado. O surgimento dos sistemas nacionais de educação, no século XIX, é o resultado e a expressão que a burguesia, como classe ascendente, emprestou à educação. (Gadotti, 1995. p.90)

Em resumo, o ensino tradicional coloca o professor como o centro de todo o processo educativo, dando ao aluno, basicamente o papel de passividade. Prega a disciplina como parte fundamental para sucesso educativo, além de impor a memorização dos conteúdos para apropriação dos conhecimentos tidos como essenciais. (Infoescola)


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O professor em seu papel autoritário desenvolve o material, contendo o conteúdo que julga necessário e repassa ao aluno como verdade a ser absolvida geralmente através de uma aprendizagem mecânica, onde a ênfase no exercício, na repetição e na memorização visa disciplinar a mente, negando ao aluno o exercício de desenvolvimento a criatividade. Tais conteúdos são separados da experiência do aluno e das realidades sociais, criando uma impessoalidade com o estudando, sendo que cada um de nós, viemos de formações diferentes, algo que deveria ser para acrescentar em um ensino que preza a troca de informações e experiências entre alunos. Em outras palavras, ao aluno é negado a oportunidade de um ensino interativo, que os entusiasmem, uma vez que prega o silêncio como prova de atenção e aprendizado bem-sucedido. Medindo esse sucesso através de avaliações escritas que são classificadas por notas, sendo estas que teoricamente medirá a capacidade produtiva do aluno. (João Carlos Libâneo, 1992) Grosso modo, ou o aluno aprendia os conteúdos escolares porque era portador de uma inteligência inata, ou sua aprendizagem estava diretamente relacionada à quantidade, ou qualidade da experiência escolar em determinado conteúdo. (Denise Maria Maciel Leão)

Entretanto, como antes mencionado, nenhum sistema de ensino realmente pode ser considerado “puro”, devemos levar em consideração que mesmo com a proposta de um novo sistema, este herdaria alguns aspectos de escola tradicional. Por exemplo, a preocupação em transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade. Possibilitar que todo esse acervo cultural seja objeto de aprendizagem é um dos méritos da escola tradicional. É óbvio que os conteúdos escolares têm de ser valorizados e efetivamente ensinados ao aluno. O que se discute é a forma mais adequada de realizar este contato dos alunos com os conteúdos curriculares. (“Paradigmas Contemporâneos de Educação: Escola Tradicional e Escola Construtivista” por Denise M. M. Leão).


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2.2

NOVA PROPOSTA DE ENSINO Foi durante muito tempo, que o professor era tido como o mestre da verdade,

e o único portador de todo o conteúdo que aprendemos, mas hoje em dia, com a tecnologia desenvolvida e principalmente com o fácil contato com a internet, devemos aceitar que o acesso a essas informações ficaram indiscutivelmente mais fácil e principalmente, deixou de ser exclusivo dos professores. Atualmente, é muito fácil para qualquer um de nós esclarecermos as dúvidas que temos tendo em mãos um simples aparelho telefônico. O mundo mudou, e está mudando de forma bastante imprevisível. A inteligência artificial avança em todos os dispositivos, os objetos do cotidiano se conectam à rede, a realidade aumentada invade o dia a dia, os robôs começam a ter inteligência para trabalhar em áreas criativas, antes próprias só dos humanos. Há robôs ou aplicativos que escrevem histórias, que desenham novos edifícios, que se adaptam a cada aluno e lhes ensinam línguas. (José Moran. p. 65)

Mesmo apontando a esse fato, é essencial que não diminuamos o valor de um professor, poderíamos dizer que, seu papel é tão importante quantos antes, mas agora, em vez de ser a única fonte de saber, muitas vezes temida por seus alunos, o professor tornou-se aquele mediador do conhecimento, com o trabalho de guiar seu aluno através desse processo de aprendizagem, para que ele saiba o que procurar e entenda a importância de aprender. É aí que a escola construtivista se constrói. Como o próprio nome já diz, esse ensino acredita na construção do aprendizado, onde o conhecimento nunca é dado como algo definitivo e terminado. (Becker, 1993) Acredita-se numa relação de aluno e professor mais dinâmica, onde o mentor e seu aprendiz trabalham juntos para decidirem o que, e como ensinar. A grande diferença está no fato de que o foco desse método é no aluno, ele é o centro do aprendizado, onde o seu tutor é apenas o facilitador e orientador para que juntos conquistem o resultado que procuram.


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Outro ponto importante é o tratamento do aluno não de forma geral e sim, cada um com sua individualidade, respeitando seu próprio tempo, ritmo e principalmente as condições em que vivem fora da escola. A ideia é a formação de um cidadão e não apenas a retenção de conteúdos para uma futura aprovação em avaliações generalizadas nacionalmente. O mundo da co-criação, do coworking, da economia criativa, do design colaborativo, da cultura maker, comprova a força da colaboração, do compartilhamento, da sinergia para descobrir novas soluções, processos, produtos, organizações. As sociedades mais dinâmicas são as que incentivam a colaboração, o empreendedorismo e a criatividade. . (José Moran. p. 65)

Partindo do construtivismo, encontramos alguns métodos que também se opõem ao modo tradicional como: a Escola Montessoriana, com a famosa frase “ensina-me a fazer sozinho”; a Escola Waldorf, que visa o desenvolvimento integral da criança e não só intelectual; e a Escola Freiriana, onde visa o desenvolvimento crítico da criança pela prática. Nesse caso podermos destacar o pedagogo fundador Paulo Freire (1996, p. 22) que escreve, “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.”


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CONSTRUTIVISMO EM PRÁTICA

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CONSTRUTIVISMO EM PRÁTICA

Para exemplificar como funciona, na prática, são separados quatro tópicos que explica através de um estudo feito sobre dois projetos que seguem esse método pedagogo. Ambos contam com a participação do educador José Pacheco, sendo um em Portugal, que se chama a Escola da Ponte e outro em Cotia (São Paulo), chamado Projeto Âncora. Para apresentar os dois primeiros tópicos, o foco está no primeiro projeto, sendo assim, focado no segundo os dois últimos tópicos. Apesar disso, é de tamanha importância, entender que tanto um quanto o outro trabalham na mesma base, sendo que a escolha de serem assim apresentados foi para utilizar os depoimentos retirados de cada estudo separadamente.

Escola da Ponte A Escola Básica da Ponte está localizada no distrito de Porto, em Portugal e é desde a década de 70 que se diferencia do ensino tradicional, baseia-se na autonomia dos estudantes e orientadores, observando-se aqui o fato de não ter sido feito o uso da nomenclatura de professor, para que seja claro a seriedade em relação a essa pedagogia de autonomia que a escola se baseia. Dirigida pelo educador José Pacheco, é um espaço onde a palavra inovação faz de fato, sentido. A Escola da Ponte é uma mutação genética no sistema educativo mundial (Pacheco, 2007). Como foi dito muitas vezes por ele em palestras, inclusive feitas aqui no Brasil, se tornou professor “por vingança” dizendo que nunca deixaria um aluno seu passar pelo que ele experienciou em sua época de estudante, sendo uma criança da favela e estrábica (Conferências TED, 2015). Projeto Âncora Segundo informações do site do projeto, foi criado em 1995 pelo empresário Walter Steuerer e pela arquiteta e urbanista Regina Steuerer, tinha a missão de ser um espaço de aprendizagem, prática e multiplicação da cidadania.


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Apenas em 2011 que foi inaugurada como escola formal, recebendo ajuda do educador José Pacheco, responsável também pela Escola da Ponte. O projeto tem seu trabalho focado em dar assistência social a população através da educação. 3.1 TÓPICO I: MÉTODO A escola funciona no fundamento de que aulas devem ser erradicadas, onde, descrito por José Pacheco, foram muitas aulas dadas para entender que elas realmente não funcionam. É por isso então, que não encontraremos salas com cadeiras enfileiradas e direcionadas para a frente onde o professor, sozinho, leciona uma aula generalizada. Podemos dizer que o método é basicamente a autonomia e o trabalho em grupo. Para começar, cada visita que a escola recebe, o diretor pede a qualquer aluno disponível para que apresente o espaço por ele. Uma vez sendo guiado pela criança, ela geralmente te explicará de imediato o que se deve esperar pela frente, uma situação já descrita como “uma explicação que tinha por objetivo, imagino, amenizar a surpresa.” (Alves, 2012) Isso nos mostra como a criança ou adolescente é estimulado a ser autônomo e a estar a par de como aquele espaço em que estuda funciona. A explicação então, que provavelmente receberá, é que na escola não há aulas, não há séries, não há turmas, não há horários, sendo esses encarados como obstáculos ao aprendizado da criança. O motivo é baseado no método construtivista, onde o fundamento é o aluno te dizer o que quer aprender e que é errado ensinar a todos como se fossem um só (Pacheco, 2007).

“Obrigar cada um a ser um outro igual a todos, é negar a possibilidade de existir como pessoa livre e consciente. Na nossa escola todos trabalham com todos. Assim, nem um aluno é aluno de um professor mas sim de todos os professores, nem um professor é professor de alguns alunos, é professor de todos os alunos.” (escoladaponte.pt)


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Segundo ele, enquanto houver série, não há inclusão, é assim então que é proposto os seguintes métodos de estudo: As salas são substituídas por espaços de trabalho, onde estão disponibilizados diversos materiais didáticos, em que o aluno é livre para consultar quando quiser. Cada aluno estuda de acordo com seu tempo e seu ritmo, sendo que sempre que chegam na escola, junto com seu tutor, eles desenvolvem um roteiro de estudo para aquele dia e assim o seguem. A cada 15 dias, o aluno, assim como resolve seus roteiros diários, deve escolher um tema de interesse a ser estudado durante esse tempo. As avaliações são feitas no final desses 15 dias, para que o tutor veja se o aluno conseguiu aprender e se está pronto para seguir para outro tema. Tais avaliações são decididas como serão feitas pelas próprias crianças, de acordo com o que acham melhor para elas. É claro, que tudo decidido pelos alunos, contém a orientação dos professores para verificarem se são válidos e que no final do tempo letivo eles tenham aprendido todo o conteúdo que o sistema nacional de ensino julga necessário. Abaixo é explicado como o tempo letivo é dividido para que saibam quando o aluno está preparado para o ensino médio. É também, aprofundado um pouco mais no papel de cada um, na escola e nas atividades oferecidas. 3.2 TÓPICO II: ESTRUTURA PEDAGÓGICA O principal dessa estrutura é saber que todos os alunos trabalham com todos os orientadores, não importa seu “nível” dentro da escola. Esse nível está organizado em três ciclos: a iniciação, a consolidação e o aprofundamento. Para que um aluno passe de um para o outro, o que é avaliado é seu progresso de autonomia, diferente das avaliações do ensino tradicional baseado em notas. Outra diferença é que os grupos de alunos são feitos pelo tema de interesse comum entre eles, e não por idade ou capacidade intelectual. Nesses grupos, eles escolhem o professor tutor, que os orientará para alcançarem o objetivo determinado previamente por eles. É importante observar o papel de cada um, pelo fato de que a escola é tratada


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como um local de convivência mútua entre todos eles, sendo assim, o aluno, além de ter o papel de estudante, pode muito bem ensinar algum colega que tenha dificuldade, algo que ele já aprendeu. É comum ver-los oferecerem ajuda durante as “aulas”, assim como também é comum que algum deles ofereçam ajudas mais específicas como ensinar a tocar violão. O professor, tem ali o papel de tutor orientador, trabalhando juntos com os alunos de igual para igual. Essa igualdade, muitos podem entender como tirar a autoridade de professor, mas isso funciona exatamente porque ali eles se relacionam por respeito e não pressão autoritária. Se pensarmos a escola como uma cidade, todos ali trabalham como uma comunidade. O diretor também é tutor, aluno também é professor e o mais importante é que todos ali participam das decisões do espaço. São montadas assembleias, onde todos participam, apesar de que o aluno apresenta um papel central, para que possam discutir e desenvolver respostas para os problemas levantados. Ninguém melhor que os próprios alunos para saberem dizer os pontos negativos e positivos do lugar em que estudam. Outro ponto importante é as várias atividades propostas, além das matérias comuns. Para construir uma criança cidadã, solidária e manter seu interesse em aprender, eles apostam em atividades artísticas e culturais, como dança, música, natureza, esportes, etc. Retirado um trecho de um texto de apresentação do site da Escola da Ponte, podemos entender melhor como eles dividem essas atividades: “Em vez de disciplinas, o projeto pedagógico é dividido por seis dimensões, apoiadas por docentes, pedagogos e psicólogos: linguística (Língua Portuguesa, Inglesa, Francesa e Alemã), lógico-matemática (Matemática), naturalista (Estudo do Meio, Ciências da Natureza, Ciências Naturais, Físico-Química e Geografia), identitária (Estudo do Meio, História e Geografia de Portugal e História), artística (Expressão Musical, Dramática, Plástica e Motora, Educação Física, Educação Visual e Tecnológica – E.V.T., Educação Musical, Educação Visual, Educação Tecnológica e T.I.C.), pessoal e social (Formação Pessoal, Ensino Especial e Psicologia).”


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3.3 TÓPICO III: PRINCÍPIOS Em um depoimento dado a uma matéria produzida pelo Canal Futura, uma das alunas do Projeto Âncora descreve que eles trabalham em cima de cinco valores gerais: o respeito, a afetividade, a solidariedade, a honestidade e a coletividade. Em outras palavras, a intenção do projeto é a formação de cidadãos, pregando a relação humana baseada em respeito mútuo e total. Diferente do ensino tradicional que tenta bloquear as relações que o aluno tem fora da escola, eles trabalham com a criança em cima daquilo que é a realidade dela, ou seja, eles são incentivados a buscarem ajuda na escola, onde são formados grupos de apoio para oferecerem essa ajuda que muitas vezes é dada através do desenvolvimento de atividades que fazem bem a comunidade, para que o aluno se sinta incluído e engajado em projetos de bem. A criança é incentivada a chegar na escola com sonhos, como ‘acabar com o lixo no mundo’ e juntos com seu grupo eles chegam num acordo do que podem fazer para ajudar nisso, desenvolvendo um roteiro e depois a prática do projeto com esse objetivo, sendo um detalhe importante, que sempre matérias que consideramos “comuns” estão envolvidas nessas atividades, fazendo o aluno aprender por gosto e interesse. É tratando dessa realidade de cada um que a escola busca a necessidade individual de cada, já que é fato, que todo mundo é diferente um do outro e é impossível generalizar crianças por turmas de idade, por exemplo. É assim que se pratica a inclusão. Quando interrogado como as crianças que passam pelo projeto se lidam com as novas escolas ao entrarem no ensino médio, eles respondem que o que acontece na escola deles é que os alunos aprendem a aprender e por isso, no momento que mudam para instituições tradicionais já sabem como buscar conhecimento e métodos de estudo, assim sendo provado que aprenderam a serem autônomos. 3.4 TÓPICO IV: INFRAESTRUTURA É exatamente a infraestrutura que nos mostra claramente a diferença entre o


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tradicionalismo e o construtivismo. Tanto a Escola da Ponte, como o Projeto Âncora apresenta um programa de projeto bem diferente das instituições que somos acostumados. Onde haveriam pequenas salas fechadas, com cadeiras enfileiradas, há salões abertos, onde as crianças sentam em mesas coletivas espalhadas por esses espaços de trabalho. São ambientes tratados com música para controlar o barulho, com ventilação para o conforto de todos, lugares mais amplos para que ninguém se sinta enclausurado e na obrigação de estar ali. Pelo número de atividades exercidas, esses campos acadêmicos devem conter espaços específicos para cada uma delas, já que são atividades que pedem isso, como uma pista de skate, salas de músicas, espaço para hortas, quadras de esportes, auditório para teatro e o que mais a escola julgar necessário. Como exemplo maior, no Projeto Âncora foi montado um circo, todo equipado com o intuito de melhorar a relação entre eles através de atividades assim. Na mesma matéria antes mencionada, feita pelo Canal Cultura, eles descrevem o espaço como um projeto de arquitetura em que a escola foi pensada como uma cidade, onde o circo é sua praça e que acontece as atividades mais importantes, como as assembleias. 01. Imagem: Escola da Ponte (material didático disponível e estudo em grupo com o tutor José Pacheco).

Fonte: https://www.entretantoeducacao. com.br/o-que-e-escola-da-ponte/ 02. Imagem: Escola da Ponte (espaçoes amplos e sem hirearquia).

Fonte: https://www.jornaldaslajes.com.br/ integra/com-quase-40-anos-escola-da-ponte-continua-sendo-exemplo-para-o-mundo-/1675/


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03. Imagem: Projeto Âncora (encontro no circo para o primeiro dia de aula).

Fonte: http://projetoancorablog.blogspot.com/2012/02/o-inicio-de-uma-nova-fase.html 04. Imagem: Projeto Âncora (aluno estudando em ambiente diferente)

Fonte: https://www.projetoancora.org.br/blog/na-midia/noticias/projeto-ancora-no-fantastico.html 05. Imagem: Projeto Âncora (alunos cuidando da horta)

Fonte: http://projetoancorablog.blogspot.com/2011/12/cuidar-da-horta-faz-parte-do-dia-dia-de.html 06. Imagem: Projeto Âncora (escola vista de cima, com destaque no circo, espaço principal).

Fonte: https://projetodraft.com/o-projeto-ancora-inova-com-gestao-escolar-democratica-e-educacao-a-servico-da-cidadania/


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4 O PAPEL DA ARQUITETURA

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4. O PAPEL DA ARQUITETURA A ideologia de escola passou e vem passando por mudanças significativas desde seu primeiro surgimento. Vale destacar a relação de educação e escola como dois termos diferentes, mesmo que na maioria das vezes, correlacionados. No caso, a educação é algo presente na sociedade antes da criação das primeiras escolas, o que nos indica que tais atividades eram exercidas em construções feitas para outros fins ou simplesmente ao ar livre. (FAU-USP. “A Contribuição do Espaço para a Formação do Estudante” por Mario Fernando P. do Nascimento). Foi com o movimento Escola Nova que foi sendo exigido a criação de espaços específicos nos edifícios escolares, como pátios, auditórios, salas de alguma especialidade, etc. Isso se deu pela criação da Associação Brasileira de Educação (1924). Esse movimento buscava justamente ir contras as regras do ensino tradicional, como, por exemplo, colocando o aluno como o centro da educação. É analisando essa relação das mudanças que ocorrem nos sistemas de ensino que percebemos como elas estão diretamente ligadas a mudanças no projeto e layout das escolas, nos mostrando como a arquitetura define os métodos de ensino praticados nessas instituições. Foi essa ideia levantada pela Profa. Ingrid Hötte Ambrogi, em um artigo da Revista Mack. Arte, onde ela aponta essa relação de arquitetura e educação, “A filosofia escolanovista exigia que o ambiente da escola mudasse e passasse a contar com jogos e materiais diversos, o que alterava a disposição do mobiliário das salas de aula. Dessa forma, a concepção de espaço escolar sofre transformações, necessitando mais do que salas de aula; precisava de salas-ambiente e de novos espaços, como anfiteatros e oficinas. Para tanto, era preciso projetar edifícios escolares que viabilizassem a existência desses espaços.” (Ambrogi, 2005, p. 162)

É possível dizer que discutir pedagogia sem falar sobre arquitetura anda cada vez mais difícil. Podemos perceber essa dependência no que foi relatado nos capítu-


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los anteriores. A arquitetura veio se tornando uma ferramenta para facilitar o controle disciplinar que o tradicionalismo exige. Podemos perceber isso ao analisar as configurações da maioria das escolas do nosso país: carteiras organizadas em filas simétricas, viradas sempre para lousa e geralmente um pequeno palco, onde o professor leciona as aulas. Os pisos são divididos em várias salas de tamanho padronizados, dispostas em filas ao longo de um corredor, que provavelmente acaba em um pátio comum. Essas tipologias facilitam a vigilância dos alunos, que são esperados para se comportarem de forma silenciosa e contida. O pátio acaba sendo o único lugar onde as crianças podem “agir livremente” nos horários recreativos especificados. Uma autora muito relevante para essa discussão é a arquiteta Mayumi Watanabe de Souza Lima (1934). Nascida no Japão, mas migrou para o Brasil quando era ainda criança, com a família. Aqui se formou na FAU-USP e trabalhou com grandes nomes, como Lina Bo Bardi e Vilanova Artigas. Autora do texto “A Criança e a Percepção do Espaço”, defende que a criação do espeço escolar deve considerar o envolvimento da população infantil que faz o seu uso. Parece óbvio, mas a escola tradicional ignora justamente isso, ao criar ambientes hostis, buscando um comportamento rígido e “adulto” em crianças. “Ainda em 1965, o Estado fornecia aos arquitetos, à guisa de orientação para os projetos de prédios escolares, uma relação mais ou menos extensa de ambientes e suas dimensões, na qual não faltariam as mesmas indicações para as salas de aula, explicitando a colocação de 40 carteiras, em fila.” (Mayumi Sousa Lima. p.74)

Ela ainda cita outros detalhes desse tipo de construção, como: salas de aula com 6m x 8m, luz natural à esquerda e quadro à frente das carteiras; localização estratégica da administração para vigia de alunos; o muro alto que impede interação com o mundo exterior. É então é levantado então uma questão importante, que foi citada no texto de Mayumi Sousa Lima: como os elementos construtivos do espaço são


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manipulados pelos alunos como instrumento de aprendizado. É com o movimento da Escola Nova que o programa escolar começa a pedir mais que apenas salas de aula, banheiros e administração. Começaram então a surgir a necessidade de espaços que apoiavam o que estava sendo ensinado, como salas multimídia, bibliotecas, auditórios, espaços musicais, área esportiva, até porque, o ensino estava começando a apontar para um lado mais cultural. Em uma palestra dada a Undime de Santa Catarina, pela arquiteta Doris Kowaltowski, ela indica vários pontos cruciais para o desenvolvimento de um projeto escolar baseado nessa nova ideologia de escola. Sendo eles: a) Conforto ambiental; b) Flexibilidade nas salas de aula; c) Transformar o único pátio em vários nichos pela escola, mudando de ambiente; d) Ensinar aos alunos como a construção funciona, ex: sustentabilidade; e) Colocar a teoria em prática através de jogos, espaços especiais, ambientes de apoio, áreas sociais, etc; f) Reconhecer que o “bem feito” não é luxo; g) Fazer desenhos didáticos pela escola, ex: paredes com desenhos da tabela periódica, ou desenho dos ângulos no chão; h) A utilização de fechamentos dinâmicos, eliminando o uso de grades e muros altos, que remetem a ambientes hostis; i) Criar ambiente variados, espaços dinâmicos, eliminando as plantas padronizadas com salas de aula iguais; e j) Manutenções constante, para que o ambiente não perca seu “brilho” e fique sempre limpo. Podemos dizer então que todas essas ideias se baseiam na importância levantada da interação do aluno com o ambiente em que estuda, e como isso interfere na formação de seres humano.


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08. Imagem: planta que exemplifica a escola construtivista

Fonte: Autor

Concretizado que as mudanças na pedagogia andam diretamente ligadas a projeto arquitetônico, podemos apontar a semelhança que essa nova configuração de planta tem com os nossos centros culturais de hoje. Se compararmos os programas que geralmente encontramos nesses centros com os programas exigidos por uma escola construtivista, podemos perceber que muito do que é pedido em um, é também pedido no outro. O que pode mudar é a proporção com que cada um aparece entre


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eles, como exemplo, haverá mais salas de estudos em uma escola do que em um centro. Essa analogia nos mostra que uma escola, que segue essa nova onda de pensamento, deve ser tratada como um espaço que propaga a cultura, até porque, como vimos nos exemplos antes aqui dados, elas prezam a cultura como forma de cidadania e de melhoramento da relação social humana. 09. Imagem: esquema de comparação dos programas

Fonte: Autor


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ESTUDOS DE CASO

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5. ESTUDOS DE CASO 5.1 WISH SCHOOL (BRASIL) A Wish Bilingual School foi projetada pelo grupo Garoa e fica localizada no bairro Tatuapé, em São Paulo. É um projeto do ano de 2016, realizado pela necessidade que tinham de criar uma sede que fosse um reflexo da sua pedagogia. Esta é brevemente explicada pelo próprio grupo, em sua descrição por eles, feita.

“A Wish é uma escola bilíngue de educação holística, que constrói sua pedagogia através de uma visão completa do indivíduo. Aspectos físicos, emocionas, sociais, culturais, corporais, criativos, intuitivos e espirituais são tão importantes quanto o intelecto racional. Para além do conteúdo das disciplinas, o entendimento das vontades e aptidões da criança são usados para resignificar e efetivar o aprendizado.” (Grupo Garoa)

Pela descrição e observação do projeto construído, fica claro que a escola traz uma pedagogia baseada no movimento da escola nova e suas vertentes, assim como os projetos citados anteriormente, “Escola da Ponte” e “Projeto Âncora”. A diferença é que todos os aspectos arquitetônicos da “Wish School” foram pensados como representação dessa forma de ensino, o que torna o espaço um grande exemplo de como a arquitetura tem um papel enorme nessas mudanças. Implantação Localizado em Tatuapé, foram dois terrenos, um baldio e no outro haviam dois galpões que foram aproveitados. Estes, moldaram o projeto, que exigia uma limpeza de excessos construtivos no local, e foram implantados novos elementos, que segundo a equipe era essencial “de forma a atualizar a tipologia industrial em uma ferramenta educacional.” Outro detalhe importante foi o fato de os dois terrenos ficarem colados com ambos os vizinhos, forçando-os a pensar em outros meios de iluminação.


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10. Imagem: Wish School - Corte

Fonte: archdaily.com.br

Partido Podemos observar que o ponto principal do projeto é focado na criança como sujeito ativo. A partir disso, foi criado uma planta que tratasse as barreiras físicas com dinamismo, fazendo com que fosse possível um movimento de contração e expansão, onde as pessoas que utilizam o espaço são incentivadas a uma apropriação imaginativa. Isso faz com que o lugar seja completamente atrativo aos alunos, que se sentem envolvidos completamente com o prédio e cria um ar de comunidade, onde todos trabalham e fazem decisões conjuntas sobre a espaço escolar. Isso tudo é possível com o desenvolvimento de painéis pivotantes que delimitam as salas como preferem. Estes ainda, contem prateleiras e armários que acabam servindo de apoio as atividades que acontecem durante os dias. O interessante, é que as salas de aulas são encaradas como pontos de apoio ao entorno e não como cômodos principais como nas escolas tradicionais. Isso é perceptível quando observamos que na escola não existem corredores, onde, segundo a equipe, “sua única função é o movimento contínuo de ir e vir”. Somados espaços de aprendizado formal e espaços de aprendizado informal, as salas e o seu espaço contíguo, cada qual com suas características, visam atender às diversas demandas de ambientes que a pedagogia aberta possa necessitar. (grupo Garoa)


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11. Imagem: Wish School - PainĂŠis Pivotantes


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12. Imagem: Wish School - salas abertas.

13. Imagem: Wish School - espaços dinâmicos.

14. Imagem: Wish School - painéis como apoio as atividades.

15. Imagem: Wish School - primeiro andar.

Fonte: archdaily.com.br


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38 16. Imagem: Planta Térreo Observações: . Quase imperceptível a passagem do externo para o interno, com grandes aberturas e desenho do piso. . Salas não ortogonais, espaços contínuos e, ao mesmo tempo distintos, sem delimitação clara de uso. . Entrada de luz natural através de aberturas no piso superior. . Bastante uso do verde, mesmo dentro do edifício. Toda a planta se torna uma grande espaço de convivência.


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39 17. Imagem: Planta 1º Andar Observações: . Quase toda a planta não tem divisórios, sendo um grande espaço de convivência, onde atividades acontecem em todos os pontos. . Grandes aberturas no piso que permite total interação com o térreo. . Os recortes de piso são cuidadosamente pensados para quebrarem com a forma ortogonal.W

Fonte: archdaily.com.br


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40 18. Imagem: Wish School - esquema

Fonte: archdaily.com.br

Ficha Técnica: Arquitetos: Garoa Localização: Rua São Gil, 159 - Tatuapé, São Paulo - SP, 03401-030, Brasil Autores: Alexandre Gervásio, Erico Botteselli, Lucas Thomé, Pedro De Bona Área: 1166.0 m2 Ano do Projeto: 2016 Fotografias: Pedro Napolitano Prata


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5.2 LISHIN ELEMENTARY SCHOOL LIBRARY (TAILÂNDIA) Localizada na cidade de Taichung, foi desenhada pelo escritório Tali Design. O projeto consiste, na verdade, em um redesenho de planta, que antes eram 3 salas de aulas colaborativas. O intuito era melhor a atmosfera de leitura na escola e essas salas foram escolhidas para dar lugar a nova biblioteca do campus. Segundo o próprio escritório, os objetivos eram, transformar o corredor que dava acesso à área de projeto de forma que se tornasse atrativo para quem estivesse passando, onde a solução foi criar prateleiras de livro, que fariam papel de parede. Conectar as três salas que funcionariam com diferentes funções, e por fim, transformar uma antiga sala de professor em uma ‘esquina de leitura’. As prateleiras são todas feitas de madeira e criam propositalmente uma forma que lembra árvores, que seriam um guia para as crianças chegarem ao mundo dos livros. 19. Imagem: Lishin School - Prateleiras de madeira, que lembram árvores

Fonte: archdaily.com


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O que há de importante para esse estudo nessa Escola, é o cuidado nítido que os arquitetos tiveram ao desenhar os espaços em cada detalhe. Cada móvel, parede, canto é pensado de forma que a criança aproveite todo a área, como se realmente saísse de um mundo criativo e imaginário. As prateleiras representam árvores, as menores representam as pedras em um riacho, as paredes são livros, as janelas são convites para sentar, as mesas para se agrupar e até os cantos viram áreas de leitura. 20. Imagem: Lishin School - Perspectiva do projeto

Fonte: archdaily.com 21. Imagem: Lishin School - ‘Double side book wall’

Fonte: archdaily.com


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22. Imagem: Lishin School - ‘Audiou-Visaul Teaching Area’

Fonte: archdaily.com 23. Imagem: Lishin School - ‘Reading Corner’

Fonte: archdaily.com


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24. Imagem: Lishin School - Planta

Fonte: archdaily.com


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6 PROPOSTA

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6 PROJETO Mediante todo o estudo aqui feito, fica evidente a necessidade de criar ambientes desenvolvidos exatamente para que quem o usufruiu possa tirar o máximo de proveito das instalações. O papel do arquiteto é extremamente importante no desenvolvimento das nossas sociedades e dos pontos principais é a criação de escolas. Desde que o homem surgiu, seu instinto é passar conhecimento aos próximos, por isso o ato de educar vem se desenvolvendo e se atualizando junto com nossos avanços. A proposta aqui, é criar uma escola que seja o reflexo da pedagogia construtivista, antes explicada. Um projeto que incentive o melhor dos seus usuários, que busque tornar a “escola” um lugar atrativo, onde os alunos tenham vontade de ir, de usar como seu, como um escape do mundo, onde eles aprendam mais do que matérias, aprendam um espírito de comunidade, respeito, cidadania, amizade e curiosidade sobre como as coisas funcionam. 6.1 IMPLANTAÇÃO A escolha do terreno a ser implantado o projeto, teve como objetivo principal que fosse de fácil acesso por transporte público, de preferência o mais próximo possível de estações de trem ou metrô. Foi então observado que o bairro Jurubatuba na Zona Sul de São Paulo, é uma área que vem se desenvolvendo, deixando de ser uma área completamente industrial como antes. Por isso, há uma boa quantidade de lotes sem uso, estacionamentos ou galpões abandonados. O terreno escolhido foi onde a empresa Marsen do Brasil atuava, mas em meados de 2014 foi demolida e atualmente funciona como um grande estacionamento descoberto. O ponto principal, é sua proximidade com a Estação Jurubatuba (CPTM), apenas 60m, onde há bastante verde na área e a única rua que precisa ser atravessada é sem saída, por isso há pouco movimento e de baixa velocidade. Ainda assim, tem fácil acesso para carros, por ficar do lado da Av. das Nações Unidas. Sua rua ainda permite que carros parem por pouco tempo, sem atrapalhar o trânsito.


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25. Imagem: Vista aérea da localização do terreno, tirada pelo google maps.


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26/27/28/29. Imagens: Fotos tiradas dentro do terreno.

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Fonte: autor


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6.2 PARTIDO E DESENVOLVIMENTO Como objetivo principal, estava a missão de construir espaços de estudos, mas extinguindo as salas de aula convencionais e corredores, onde sua função seria apenas passagem, e também que toda a escola fosse voltada para um lugar que seria o ponto principal para reuniões informais e compartilhamento de informações, como apresentações gerais, etc. Pensando nesse ponto principal, a ideia foi de criar um anfiteatro, que ficaria no centro da escola em um círculo secundário interno, sendo assim, o edifício adotaria a circunferência como volumetria. 30. Imagem: Croqui de estudo volumétrico

Fonte: autor


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O próximo passo então, era conseguir criar espaços de estudos que não fossem estáticos e que pudessem ser modificados de acordo com as necessidades que os alunos e tutores julgassem necessário para cada momento. A solução para isso foi criar divisórias pivotantes, que permitiriam esse dinamismo. São 7 divisórias em formato de um “V” bem aberto, que giram em um diâmetro de 8 metros. Nelas são acoplados armários e prateleiras para que sirvam de apoio as atividades, podendo conter materiais didáticos, guarda mochila, quadro negro, etc. 31. Imagem: Croqui divisórias pivotantes


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A planta principal acaba tendo poucas barreiras fixas, criando uma grande flexibilidade em sua ocupação. Para conversar com o interior, toda a parede limite exterior recebe cortes amplos, marcados por pequenas áreas verdes que se encontram tanto de fora, como dentro, e definem as passagens. Estas aberturas são criadas para que sua percepção de interno e externo seja amenizada, para que crie um fluxo constante e que não seja marcado por direções específicas. Isso é possível evitando as portas comuns, o que ainda proporciona uma melhor entrada de luz natural. A parte construída fica quase que central no terreno, de forma que seja possível dar a volta em todo o edifício. Isso permite a criação de vários nichos de pátios, dando mais opções de ambientes para os alunos. A implantação ainda conta com um volume secundário, onde funciona o foyer do auditório, quebrando com essa volumetria totalmente circular e ainda ajuda a definir os limites da escola, sendo útil para cortar um pouco do que antes seria um longo muro. 32. Imagem: Croqui do volume secundário

Outro ponto importante que completa as plantas, é o desenvolvimento de mobiliários diferentes, que dão uma flexibilidade ainda maior para a escola. Trazer esses mobiliários, acaba fazendo com que o aluno se sinta mais a vontade e cria nele um in-


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teresse em aproveitar aquilo, tanto para ler um livro ou fazer um trabalho, quanto para se reunir com amigos em intervalos. É certo dizer que todo m² do projeto é feito para ser um espaço de convivência e apropriação, onde o aluno e qualquer outra pessoa é convidado a usa-lo. Os pilares e as janelas são assentos, a grama é para ser pisada, as paredes devem ser murais didáticos, as escadas são arquibancadas e parte do piso do primeiro andar vira rede para deitar. 33. Imagem: Croquis dos mobiliários


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6.3 PROJETO O projeto consiste em dois volumes, o principal forma um circulo de 56 metros de diâmetro e onde fica todo o programa da escola. Implantando no meio do terreno de forma que seja possível que as pessoas possam dar a volta completa pelo lado de fora. O segundo volume da lugar ao foyer do auditório, como algo separado do bloco principal, o motivo é fazer com que o auditório possa ser usado por outras instituições e eventos em acordo com a direção da escola e por isso, sua entrada é separada. Ambos os blocos são de concretos armado. No circulo, a entrada de luz se da pelos recortes na fachada, que hora são passagens, outra, vedação de vidro. Sua fachada ainda recebe pequenos volumes que salta para fora, formando lugares para leitura na parede, o que ainda ajuda na entrada de luz também. A ventilação acontece nos recortes que virão passagens e pelo vazio central, definido por um circulo menor, onde se encontra o anfiteatro. Esse vazio pega o subsolo e os três andares, e tem uma cobertura própria que permite uma ventilação zenital de todo o espaço. No segundo volume, há pequenas aberturas em fita no concreto para que entre a quantidade de luz certa no ambiente, além de uma pequena faixa frontal que fornece vista para a entrada da escola (veja figura 32). O projeto se resolve em quatro níveis: térreo, com os espaços de estudo, anfiteatro, refeitório, pátios, entrada do auditório, etc; o subsolo, com o estacionamento, oficina e camarins/palco do auditório; o primeiro andar com a biblioteca, salas multimídia e administração; por fim, a cobertura, com a horta e onde também pode conter atividades ao ar livre. Em sintase, o espaço oferece um anfiteatro, um auditório para 400 pessoas, estacionamento, oficina, cultivo, sala de música, quadra poliesportiva, área para prática de lutas e dança, biblioteca, parquinho infantil e inúmeros espaços de convivência e estudo, com mobiliário próprio.


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34. Imagem: Esquema - Programa

35. Imagem: Esquema - Ventilação


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IMPLANTAÇÃO ESC.: 1/500


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PLANTA TÉRREO ESC.: 1/300 O partido do projeto era fazer de modo que todo a interior fosse extensão do exterior, e o exterior extensão do interior, de forma que a percepção de interno e externo fosse amenizada. Por isso, o nível térreo acaba recebendo a maior parte do programa. Sua distribuição se organiza de forma que temos 3 praças principais, duas na frente da escola e a terceira ao fundo do terreno, que é maior e onde está a quadra poliesportiva. Ao lado desta, foi criado uma pequena área com pisos próprios para aulas de lutas e danças ao ar livre, mas que também pode ser usado para brincadeiras diversas. O programa interno se resolve dentro de um volume circular, onde estão os painéis pivotantes que substituem as salas de aulas comuns. A área do refeitório se define a partir da forma curva de uma divisória de cobogó e seu layout avança até a parte externa, por um grande recorte na parede. Por causa da sua tipologia de planta ser bem aberta e ampla, foram criados dois volumes fechados, onde acontece aulas de música, para que o barulho não atrapalhe. A entrada desse volume é divida em uma secretaria, onde os pais são atendidos e em uma entrada direta para os alunos. Estas entradas ficam em frente ao acesso do foyer do auditório, que se encontra na segundo volume da planta. Volume este que ajuda a delimitar o limite da escola, resolvido em dois portões grandes, um de cada lado do foyer. O do lado esquerdo é o principal, que servirá de entrada aos alunos. O segundo portão do lado direito, é destinado a possíveis eventos que podem ocorrer no auditório. No limite frontal, com o lado direito encontra-se também a rampa que da acesso ao estacionamento no subsolo. Dentro do círculo principal, foi criado outro menor, onde fica o anfiteatro. Sua arquibancada começa no térreo e desce até o nível do subsolo, onde fica o palco. Em volta do círculo menor, foi projetada uma rampa que da acesso aos outros níveis. Há dois volumes que se destacam do círculo dando lugar aos banheiros. No maior deles, perto da quadra de esporte, é também um vestiário.


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PLANTA SUBSOLO ESC.: 1/300 É no subsolo que se encontra o auditório, com uma forma que se afina quando vai chegando perto do círculo menor, isso evita paralelismo das paredes, que é prejudicial a acústica. Na ponta maior, fica um salão de espera com banheiro, a escada que leva ao foyer no andar térreo e a entrada para os assentos. Sua capacidade é de mais ou menos 450 pessoas. Na ponta menor, encontra-se o palco e atrás, dois camarins. Essa ponta junta com o anfiteatro e por isso os camarins podem ser usados para ambos. Como o anfiteatro sobe 4 metros, embaixo da arquibancada funciona uma oficina, que pode ser acessada pelo lado esquerdo e direito do palco do anfiteatro. Ao lado direito do auditório, foi projetada um espaço onde estão as circulações verticais que levam ao piso superior, além de fazer a saída para o estacionamento.


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PLANTA 1º ANDAR E PLANTA COBERTURA ESC.: 1/300 O segundo andar é resolvido em 3 partes que se ligam por passarelas. Na primeira parte fica a administração da escola, dividida em uma sala de reuniões e um espaço onde ficam as mesas e armários de arquivo. Ao lado direito foi criado um espaço onde tantos os funcionários, como os alunos podem utilizar para convivência, nele encontra-se banheiro, elevador e escada de emergência, e principalmente leva a rampa para a cobertura e a passarela de acesso à biblioteca. Na segunda parte está então a biblioteca, totalmente ampla, onde o próprio layout define os ambientes de leitura. As prateleiras de livros estão colocadas em um lado, criando um pequeno salão dividido por divisórias com prateleiras de madeira, com referência a biblioteca da Lishin Elementary School (capítulo 5). Na outra ponta da biblioteca, encontra-se uma segunda passarela que da acesso às salas multimídia na terceira parte. Nessa passarela foi amarrado uma rede firme que segue o piso e prende ao outro lado em dois pilares, onde os alunos podem deitar para descansarem, ou até mesmo ler. A terceira parte foi criada com o intuito de ser a única área da escola que terá salas mais reservadas, caso o aluno precise de local mais silencioso para concentração, ou salas que precisam de menos luz e pouco barulho, como a sala de projeção. Essas três partes foram definidas por recortes no piso para que haja um completa interação entre o térreo e o 1º andar, ajudando também na ventilação e iluminação do andar de baixo. A cobertura é resolvida em dois níveis. Ela foi pensada para que atividades ao ar livre aconteçam ali, assim como nas praças do térreo. A parte que cobre o círculo menor foi elevada em 1,5 metros, criando uma ventilação zenital. Nela ficará a horta da escola.


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CONCLUSÕES FINAIS

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7. CONCLUSÕES FINAIS Embora muito já evoluímos nas ideologias pedagogas, com tantos novos métodos criados para divergir do tradicionalismo na educação, infelizmente ainda é, este, o mais presente em nossas escolas. Por isso, a importância de discutir o assunto e principalmente juntar professores, pedagogos, alunos e arquitetos nessas discussões, é enorme. O conjunto desses grupos, pode chegar a resultados realmente impressionantes e capazes de tocar imensamente a vida de tantos jovens. É um fato em nosso país, que a educação tem mais falhas do que méritos. As nossas crianças e adolescentes, de modo geral, olham as escolas como uma obrigação que é imposta a eles. Estudam matérias que não tem nenhum interesse e só estão ali para marcar o horário obrigatório, de modo que assim que o sinal de saída toca, ficam aliviados por poderem sair dali. Projetos como o Âncora (capítulo 3) e a Wish School (capítulo 5), são grandes exemplos de como é possível fazer o ambiente escolar como algo atrativo e, especialmente, um lugar que os alunos sentem vontade de estar, mesmo depois do final do horário exigido. É exatamente nisso, que a proposta desse trabalho de conclusão se resume. Todo o projeto foi pensado para que desperte um grande interesse nos alunos e até mesmo professores, para que a escola se torne um local de escape, um lugar onde eles escolham ir e estar, e não como obrigação. Esse projeto se desenvolveu a partir da ideia de centro cultural. Isto, por causa de uma certa observação e reflexão sobre o programa e projeto dessa tipologia, ficando, assustadoramente claro, que centros culturais oferecem um ambiente muito mais agradável e equipado, como construções para educação e cultura, do que as próprias escolas. Centros culturais como CCBB Brasília e o Centro Cultural São Paulo, oferecem uma atmosfera muito mais atrativa aos jovens do que suas próprias escolas. Isso se deve, por eles serem alvos de uma arquitetura que busca exatamente o que a escola nova propõe. São lugares, que te convidam e ficar, a ler um livro, a aprender com as


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exposições, a simplesmente ser um escape das nossas cidades. São projetos que se diferenciam pela sua forma, pelo seu programa, pelo modo como é tratado. O quão incrível seria, como uma criança, como um adolescente, adulto ou idoso, se pudéssemos ter estudado ou, estar estudando em edifícios como os centros culturais das grandes cidades? Seria certamente muito mais agradável do que as pequenas salas enfileiradas, corredores e pátios secos, impostos a nós. Se através da arquitetura, construirmos escolas que oferecem espaços pensados para incentivar os alunos a se relacionarem bem entre si, a se interessarem por atividades culturais, esportivas, sociais; espaços criados onde o aluno se sinta seguro e o veja como apoio emocional, podemos transformar a ideia de escola como obrigação e punição, fazendo do edifício escolar interessante o suficiente para despertar a vontade nos alunos de o frequentarem. Por essa razão, é responsabilidade do arquiteto de proporcionar as condições necessárias para que os alunos sejam imergidos em um mundo colaborativo, com papel não mais de fonte de conhecimento, e sim de elaboração do mesmo. Numa sociedade globalizada como a nossa, onde a informação é transmitida de maneira intensa e muito rápida, o edifício escolar deve ser quase que uma resposta a isso. A reflexão de uma sociedade bem informada, extremamente dinâmica e conectada.


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BIBLIOGRAFIA

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II CONGRESSO NORDESTINO DE PEDAGOGIA ESPÍRITA. Palestra de José Pacheco. 2012. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kE6MlnwML8Y

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LISTA DE IMAGENS 01. Imagem: Escola da Ponte (material didático disponível e estudo em grupo com o tutor José Pacheco). 25 02. Imagem: Escola da Ponte (espaçoes amplos e sem hirearquia). 25 06. Imagem: Projeto Âncora (escola vista de cima, com destaque no circo, espaço principal). 26 03. Imagem: Projeto Âncora (encontro no circo para o primeiro dia de aula). 26 04. Imagem: Projeto Âncora (aluno estudando em ambiente diferente) 26 05. Imagem: Projeto Âncora (alunos cuidando da horta) 26 07. Imagem: planta que exemplifica a escola tradicional. 31 08. Imagem: planta que exemplifica a escola construtivista 31 09. Imagem: esquema de comparação dos programas 32 10. Imagem: Wish School - Corte 35 11. Imagem: Wish School - Painéis Pivotantes 36 12. Imagem: Wish School - salas abertas. 37 13. Imagem: Wish School - espaços dinâmicos. 37 14. Imagem: Wish School - painéis como apoio as atividades. 37 15. Imagem: Wish School - primeiro andar. 37 16. Imagem: Planta Térreo 38 17. Imagem: Planta 1º Andar 39 18. Imagem: Wish School - esquema 40 19. Imagem: Lishin School - Prateleiras de madeira 41 20. Imagem: Lishin School - Perspectiva do projeto 42 21. Imagem: Lishin School - ‘Double side book wall’ 42 22. Imagem: Lishin School - ‘Audiou-Visaul Teaching Area’ 43 23. Imagem: Lishin School - ‘Reading Corner’ 43 24. Imagem: Lishin School - Planta 44 25. Imagem: Vista aérea da localização do terreno, tirada pelo google maps. 47 26/27/28/29. Imagens: Fotos tiradas dentro do terreno. 48 30. Imagem: Croqui de estudo volumétrico 50 31. Imagem: Croqui divisórias pivotantes 51 32. Imagem: Croqui do volume secundário 52 33. Imagem: Croquis dos mobiliários 53 34. Imagem: Esquema - Programa 55 35. Imagem: Esquema - Ventilação 55

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