Giovanna Farias Lima_Complexo Teatral Oficina

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GI OV ANNAF ARI ASLI MA


GIOVANNA FARIAS LIMA

C O M P L E X O T E AT R A L O F I C I N A

Orientador: Prof. Dr. Nelson José Urssi Projeto apresentado como requisito à conclusão do curso de Arquitetura & Urbanismo do Centro Universitário Senac.

São Paulo 2018



agradecimentos

Dedico este projeto àqueles que acreditaram no meu potencial e que tiveram empatia com minhas dificuldades. Aos meus colegas e orientador, agradeço a paciência.

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resumo

O distrito da República, localizado na região sul de São Paulo, conta com um bairro de caráter composto por diversas etnias popularmente conhecido como Bixiga. Possui um histórico de formação altamente diversificado, com imigrantes de regiões como a Calábria, ao sul da Itália, escravos e nordestinos que trouxeram junto a si uma rica carga cultural que se projetou também nos imóveis em suas fachadas e elementos de decoração. É uma região que dispõe de vários lotes retangulares e esguios, devido à primária configuração. Este trabalho tem como objetivo de estudo a criação do projeto de um anexo complementar ao atual Teatro Oficina, onde de acordo com estudos feitos sobre o teatro, há a necessidade e demanda da utilização do espaço para fazer a integração além do limite físico e visual do teatro.

Palavras chave: integração, continuidade, complexo, urbanidade

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SUMÁRIO 1 Introdução ................................................................................................................. 5 2 Fundamentação ...................................................................................................... 7 3 Levantamento de dados ...................................................................................... 10 4 O Teatro Oficina ...................................................................................................... 13 4.1 Histórico do Teatro ......................................................................................... 13 4.2 Tombamento ................................................................................................... 14 4.3 Convite de Zé Celso para projetar o Oficina ........................................... 18 5 Estudos de caso ................................................................................................... 24 5.1 Anhangabaú da feliz cidade ........................................................................ 24 5.2 Centro cultural e comercial Bixiga ........................................................... 27 6 O complexo teatral ............................................................................................... 30 6.1 Por que um equipamento cultural ............................................................. 30 6.2 Projeto pretendido para o lote .................................................................... 31 7 Considerações finais ........................................................................................... 54 8 Referências bibliográficas ................................................................................. 55 9 Lista de imagens ................................................................................................... 56

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1. introdução

O tecido urbano do Bixiga é composto de muitas aberturas, devido ao modo como foi feito a urbanização italiana e da distribuição dos lotes retangulares com medidas esguias – a maioria com 40 x 5 metros – que com essa configuração, acarretava em um espaço irregular no interior das quadras. O Teatro Oficina não ficou de fora desta configuração de lote, tendo suas medidas de aproximadamente 50 x 9 metros. O assunto de anexo complementar surgiu ao relembrar uma visita técnica no teatro que fiz em 2016 junto com meus colegas de classe. Enquanto aguardávamos o inicio da visita, nos sentamos no chão ao lado do teatro, pois não havia lugar para sentar. Com isso, tive a sensação de que poderia haver uma expansão do equipamento cultural existente, tanto no sentido físico quanto no visual. Expansão esta que utilizaria o lote ao lado do Teatro Oficina, que legalmente pertence ao Grupo Silvio Santos, e que tem o potencial de constituir um programa de necessidades e demanda para a região. Sem contar o fato de que não existe atualmente, uma integração do teatro com o seu entorno.

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1. introdução

Sobre a configuração espacial, contará com um complexo composto por diversos espaços, que irá receber determinado locação com base e de acordo com estudos de topografia além de outros itens essenciais. O intuito desejado neste projeto é conseguir criar a atmosfera de um espaço cultural composto por diversos usos, tais como um foyer com um café, destinado a receber os espectadores tanto do Teatro Oficina como de outros teatros que possuirão maior capacidade de assentos. Equipamentos que irão fazer seu papel de constituir uma imagem harmônica do complexo cultural adicionado ao importante bairro histórico do Bixiga. Como metodologia de pesquisa, utilizei de algumas questões que considero essenciais, principalmente a partir de levantamento de dados de diversas categorias tais como: estudo bibliográfico – leitura de livros e derivados sobre a temática do Teatro Oficina além do histórico da região em que se encontra atualmente –; qual a demanda e necessidade encontradas para, com isso, conseguir chegar à constituição de um programa que possa atender a estas questões percebidas de acordo com estudos aprofundados e seleção de prioridades percebidas pelo ponto de vista geral – uso para a população, transeuntes e corpo artístico do Oficina preliminarmente– como do ponto de vista pessoal, do entrevistador.

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2. fundamentação

Como parte da fundamentação do projeto, foram estudados dois temas que de certa forma estão inseridos na mesma categoria de urbanismo e estudo do espaço. O primeiro é a pesquisa do jornalista e urbanista William H. Whyte intitulado ‘The Social Life of Small Urban Spaces’, que em tradução literal é ‘A Vida Social de Pequenos Espaços Urbanos’, e o segundo tema é o conceito de urbanidade e como espaços da cidade acolhem as pessoas, com foco no método de Kevin Lynch, urbanista e escritor. William Whyte andou pelas ruas da cidade de Nova York por mais de dezesseis anos. De modo mais discreto possível, ele assistia as pessoas e usava a técnica fotográfica time lapse para poder diagramar os percursos dos pedestres. O que surge através desta análise intuitiva, é uma perspectiva interessante do que é consideravelmente óbvio, mas muitas vezes despercebido, que é o comportamento das pessoas em espaços públicos. Em seu documentário, é mostrado o estudo minucioso dele sobre a funcionalidade – ou não – dos espaços públicos disponíveis em Nova York em razão das questões sociais e como é refletido na vida das pessoas. (ALBERTO, 2011)

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(fig. 1 William Whyte fazendo anotações ao lado de suas câmeras)


2. fundamentação

São listados sete itens importantes para entender o seu estudo, e que foram encontrados na trajetória pela cidade norte americana, que são: espaço sentável, rua, sol, comida, água, árvores e triangulação. (WHYTE, 1980) Os termos que pretendo aplicar ao projeto são o conceito de espaço sentável – que independente de não ter a oferta de mobiliário, o espaço disponível do terreno e como será configurado pode ser utilizado como lugar para sentar – e a rua, tendo como referência tirada do próprio documentário, o Paley Park em Nova York. A sua função vai além de um espaço para sentar com amigos e descansar no horário de almoço ou saída do trabalho, por exemplo. “Paley é um lugar intensamente urbano e uma de suas grandes qualidades é conseguir que aja um intenso fluxo de visitantes e admiradores.” (WHYTE, 1980)

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(fig. 2 - retirada do documentário | escadaria é usada como lugar para sentar)


2. fundamentação

Em relação ao segundo de tema estudo, a urbanidade, ela pode ser definida inicialmente pelo seguinte pensamento, onde vemos a atual sociedade em que o pensamento de segregação consegue cada vez mais magnitude, a urbanidade tem o papel de fazer com que a arquitetura não seja resumida em construção de muros cada vez mais altos, áridas áreas urbanas – que poderiam receber um projeto de urbanismo – além de grandes terrenos destinados a dar suporte aos estacionamentos, onde o carro possui maior importância que o indivíduo. Em sua pesquisa, Lynch sugere a hierarquia visual onde haja uma escolha dos elementos principais e a transformação em elementos perceptivos contínuos que segundo ele, é o ‘esqueleto da imagem da cidade’. (LYNCH, 1960) Baseado em cinco princípios, ele definiu a imagem da cidade que é explicado com mais detalhes em seu livro de mesmo título: Caminhos: elementos estruturadores Limites: elementos que fazem a quebra línea Bairros/distritos: limites administrativos Pontos nodais: foco para onde se vai e vem Marcos: elementos pontuais como torres, esculturas e edifícios entre outros. (LYNCH, 1960)

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3. levantamento de dados

A lei de zoneamento – que tem como função a ordenação do parcelamento, uso e ocupação de lotes e também de terras sem uma prévia regulamentação (Lei 272/2015) – do bairro da Bela Vista possui um caráter diversificado, com diferentes tipos de ocupação definidos pela prefeitura de São Paulo. Em uma esfera mais ampla, é possível apontar que o lote do Teatro Oficina está rodeado principalmente, de três tipos diferentes de zonas (GEOSAMPA, 2016). Definida por uma maior área há a Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana – ZEU – que são porções do território onde é prevista a promoção dos usos residenciais e não residenciais. Com a segunda maior área, há a Zona de Centralidade que são porções do território destinadas a promover os usos não residenciais com densidade construtiva e demográfica médias. (Lei 272/2015) A terceira maior porção do bairro é a Zona Especial de Preservação Cultural – ZEPEC – onde o foco desta zona se volta a bens com valores como histórico, artístico, arqueológico entre outros e que foram definidos como patrimônio cultural podendo obter diversas configurações (UNESCO, 2006)

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3. levantamento de dados

(fig. 3 – mapa de zoneamento do distrito República)

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3. levantamento de dados

(fig. 4 – planta de localização sem escala)

Além destas considerações de ZEPEC e sua importância cultural, o Oficina está localizado em uma quadra de Zona de Ocupação Especial – ZOE – que por definição são porções do território destinadas a abrigar atividades que precisam de cumprimento especial de uso e ocupação do solo, como grandes áreas de lazer, recreação e de esportes ou até mesmo aeroportos e centros de convenção. Como um dos pontos importantes do terreno em estudo, há a questão da topografia. São quatorze metros presentes, onde o ponto mais baixo é próximo à Rua Japurá e o mais alto localizado no cruzamento da Rua Santo Amaro com Rua Jaceguai. Atualmente, a área do terreno é ocupada por estacionamentos de empresas diferentes, além de possuir pouca oferta de área arborizada e sem qualidade paisagística. 14


4.1. histรณrico do teatro

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4.2. tombamento

Incluso na lista de unidades tombadas como patrimônio, está o Teatro Oficina. O seu nível de importância cultural foi identificado não apenas pelo olhar brasileiro, mas conseguiu atravessar a fronteira nacional sendo considerado o teatro mais importante dos últimos tempos pelo consagrado jornal britânico The Guardian, ficando na frente de importantes teatros como o Royal National Theatre, em Londres e o Teatro de Epidaurus, na Grécia. Nas palavras do crítico de arquitetura Rowan Moore: “O Teatro Oficina tem linhas de visão desafiadoras, assentos duros e não tem a estrutura que a maioria dos teatros deve ter, e por isso se torna muito mais intenso.” (MOORE, 2015)

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(fig. 5 – matéria do jornal The Guardian sobre o teatro)


4.2. tombamento

Com o intuito de impedir a demolição do teatro, desejada pelo empresário Silvio Santos, José Celso escreve uma carta em 1980 para o CONDEPHAAT (MACHADO, 2016) pedindo que haja o tombamento do imóvel. Nesta carta, ele evidencia a importância da produção cenográfica e teatral que acontece no lote da Rua Jaceguai desde 1961, ano que o grupo Oficina aluga o edifício. Comenta também o fato de que o prédio conserva elementos arquitetônicos característicos dos tradicionais casarões do Bixiga (CELSO, 1980) e que fazer sua preservação é fundamental para reprimir as demolições que se multiplicam no bairro do Bixiga. Em publicação no diário oficial do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – CONDEPHAAT – o secretário da cultura deixa resolvido que fica tombado como bem cultural de interesse histórico, o imóvel situado na Rua Jaceguai, 520 visto que possui grande importância para o cenário teatral que influencia fortemente até hoje o teatro moderno no Brasil. Esta resolução sobre o tombamento entrou em vigor na data de publicação, ou seja, em fevereiro de 1983.

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4.2. tombamento

Juntamente com a definição do Teatro Oficina se tornar um bem tombado, houve a delimitação da área envoltória, onde qualquer intervenção que venha a ser feita dentro do perímetro de 300 metros definido legalmente pelo órgão governante, tais como novas construções, reformas, demolições, instalação de anúncios, colocação de mobiliário urbano, dentre outras, deverá ser previamente aprovada, e o interessado precisa requerer a aprovação dos órgãos de preservação mediante a apresentação de pedido ou projeto.

18 (fig. 6 – planta com área envoltória do Oficina)


4.2. tombamento

(fig. 7 – foto da fachada sul do Teatro Oficina)

Lina Bo Bardi dizia que para conseguir o real tombamento, para segurar o teatro, era necessário pregar ferro na entrada como é feito em terreiros no estado da Bahia, para Ogum. Com isso, o grupo Oficina providenciou uma bigorna para ser colocada na fachada do prédio do teatro, dando de frente ao Minhocão. Em uma reunião realizada no Rio de Janeiro, no ano de 2010, o Conselho Consultivo do Patrimônio Histórico concedeu ao imóvel que abriga o grupo Oficina, um espaço de participação no livro do tombo Histórico e de Belas Artes.

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4.3. convite de Zé Celso para projetar o O�icina

Com projeto de Lina Bo Bardi e Edson Elito em 1984 (VARGAS, HAMBURGER, 2018) e anteriormente em 1983 com participação de Marcelo Suzuki, nascia a ideia de como será a nova imagem do Oficina: um palco longitudinal em desnível colocado ao lado da plateia que fica alojada em galerias constituídas de tubos de aço desmontáveis atualmente conhecidos. Via um telefonema feito pelo diretor e produtor Noilton Nunes, gerenciado por José Celso, Edson Elito recebe o convite de projetar a nova identidade visual do Teatro Oficina, onde com palavras do Noilton: “Edson, topa fazer o projeto do teatro com a Lina?”. Este foi o inicio da participação dele na tarefa de projetar o Teatro Oficina nos anos 1984. No ano seguinte do tombamento em bem patrimonial pelo CONDEPHAAT, ocorre a desapropriação do edifício e nesta mesma época, em 1982, há o primeiro estudo de projeto feito por Lina Bo Bardi e Marcelo Suzuki onde trouxeram o conceito de Rua, mas o projeto não foi levado adiante.

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4.3. convite de Zé Celso para projetar o O�icina

No início e durante o processo de concepção do projeto, Edson e Lina buscaram realizar as propostas de cenografia e delimitação espacial de Zé Celso (ELITO, 1999) entretanto, houve um processo complicado de incorporação de ideias. Isso se deve porque de um lado havia a visão de arquitetos onde, com formação modernista, conceitual de pureza dos elementos e do racionalismo, se fez presente. E do outro lado o dramaturgo Zé Celso com o simbolismo – onde é realçado um ideal estético sustentado na expressão poética e lírica – o estilo barroco – que em contraposição ao ideal clássico, se mostram tendências ao assimétrico, extravagante e à convocação de uma imagem emocional. A partir do programa que foi sendo criado, estavam presentes, principalmente, os conceitos de rua, de passagem, de passarela de ligação entre diferentes elementos: a Rua Jaceguai, o viaduto e os espaços residuais oriundos da construção do viaduto que possuíam um grande potencial de utilização e a imensa área livre nos fundos do lote do teatro. Nas palavras de Elito: “de espaço totalmente transparente em que todos os ambientes compusessem um espaço cênico unificado.” (ELITO, 1999). 21


4.3. convite de ZÊ Celso para projetar o O�icina

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4.3. convite de ZÊ Celso para projetar o O�icina

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4.3. convite de Zé Celso para projetar o O�icina

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(fig. 8 – foto do teatro | © Nelson Kon)


4.3. convite de Zé Celso para projetar o O�icina

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(fig. 9 – foto do teatro | © Nelson Kon)

(fig. 10 – foto do teatro | © Nelson Kon)


5.1. Anhangabaú da feliz cidade

Este projeto, feito pelo escritório JBMC arquitetura & urbanismo em 2005, teve base no programa de necessidades descrito pelo diretor artístico do Teatro Oficina, José Celso. O partido do projeto foi estabelecido preliminarmente na topografia e geografia do lugar. A proposta da nova topografia e das diversas possibilidades de circulação e interligações pelo meio urbano do conjunto criaram variados espaços como um anfiteatro ao ar livre, uma cachoeira, grandes áreas com vegetação, a ligação com a parte embaixo do Viaduto Jaceguai além de passarelas e terraços suspensos. Estes espaços criam a possibilidade da ação do teatro acontecer além do palco atual do grupo Oficina, onde o teatro de estádio e a universidade ganhem dimensões urbanas. O teatro estádio foi projetado com arquibancadas que simulam as curvas de nível dos sertões. A universidade popular incluída ao complexo foi dividida em cinco andares que foram projetados em formatos curvos orgânicos. Na questão do paisagismo, ele foi composto por espécies nativas da região e tem o objetivo de serem mantidas pelo projeto intitulado “Oficina de Floresta”, onde utilizaria mão de obra dos alunos da universidade popular.

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5.1. Anhangabaú da feliz cidade

(fig. 11 – planta de localização com projeção tridimensional do projeto)

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5.1. Anhangabaú da feliz cidade

(fig. 12 – planta de localização com projeção tridimensional do projeto)

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5.2. centro cultural e comercial Bixiga

Realizado pelo escritório Brasil Arquitetura e em parceria com o arquiteto Marcelo Suzuki em 2004, o projeto tinha dois pontos fundamentais para orientação onde o primeiro é a intenção de que o centro comercial fosse algo fora dos parâmetros atuais de shoppings existentes pelas cidades; queriam um espaço de comércio que trouxesse a vida urbana junto com as ruas e calçadas para dentro, algo como o Conjunto Nacional ou a Galeria do Rock e diversas outras galerias localizadas no centro de São Paulo, construídas nos anos 1950 e 1960. O segundo ponto é sobre um segundo teatro que fosse a alma do conjunto. (FERRAZ, 2007) Um teatro autônomo, com própria personalidade arquitetônica sem caráter de anexo ou um teatro a mais confinado dentro de um shopping center, numa área sem interesse comercial. Tinham intenção de manter um recuo de sete metros – como está na legislação de patrimônio do CONDEPHAAT – em relação ao Teatro Oficina para conseguir também entrada da luz natural e a preservação do pau Brasil ao lado da fachada oeste do teatro. Neste recuo, seria feito o plantio de mais vegetação configurando um jardim, por onde os dois teatros poderiam se interligar quando fosse do interesse dos dois teatros. (FERRAZ, 2007)

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5.2. centro cultural e comercial Bixiga

(fig. 13 – desenho do projeto)

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5.2. centro cultural e comercial Bixiga

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(fig. 14 – desenho do projeto)


6.1. Por que um equipamento cultural

A partir do entendimento das funções que o equipamento cultural pode proporcionar, foi desenvolvido o motivo da escolha de um anexo de caráter cultural. No primeiro momento de estudo do tema, vieram alguns pontos para justificativa, como a ausência de um complemento para fazer a integração do Teatro Oficina com o seu entorno – que atualmente são estacionamentos de infraestrutura básica – e chegar ao contexto desejado de equipamento existente + anexo + entorno. Utilizando-se de um parágrafo retirado da sessão temática da XVII edição do Enanpur – Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional – feito em São Paulo para adicionar o por que da escolha de colocar o anexo: “O equipamento cultural é um ponto de encontro entre artistas, técnicos do espetáculo e gestores; entre artistas e artistas; entre artistas e pensadores; entre artistas e público; entre público e obra e, finalmente, entre todos estes e a cidade em si. Este intercruzamento de diferentes fluxos e atores sociais ressalta a importância e a transversalidade da ação deste tipo de organização.” (SANTOS, DAVEL, 2107)

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6.2. projeto pretendido para o lote

Localizado no bairro Bela Vista, o terreno escolhido para o projeto possui um entorno composto por pontos culturais de variados portes. No primeiro momento de estudo do tema, vieram alguns pontos para justificativa, como a ausência de um complemento para fazer a integração do Teatro Oficina com o seu entorno – que atualmente são estacionamentos de infraestrutura básica – e chegar ao contexto desejado de equipamento existente + anexo + entorno. Uma questão que julguei importante é deixar o janelão de vidro do Oficina sem quaisquer tipo de construção que prejudique a vista interna do teatro, além de conseguir obter permeabilidade visual onde quem estiver do lado de fora do Oficina consiga ter visibilidade do que acontece no lado de dentro.

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6.2. projeto pretendido para o lote

Com o intuito de constituir a característica de fazer a integração física e visual do Teatro Oficina, o programa escolhido para o terreno é um complexo teatral composto de três tipos de teatros, sendo eles: o italiano, de bolso e arena além de um edifício onde acontecerão ensaios, manufatura de cenários além de outros usos do mundo cênico. Como justificativa de escolha do projeto para este terreno, é conseguir chegar em uma utilização do espaço além do limite físico do Teatro Oficina, além da integração do edifício com seu entorno atual.

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(fig. 15 – foto aérea | terreno e oficina indicados com cores)


6.2. projeto pretendido para o lote

O teatro italiano possui sua entrada principal pelo nível 753, onde é possível ser acessada pela rampa com inicio no nível 755 que desce dois metros. Na entrada principal, há uma antessala onde acontece o acesso para a plateia inferior, que conta com 280 assentos, sendo quatro destinados às pessoas com deficiência (PcD). A entrada da doca para descarregamento dos equipamentos para peças, está no mesmo nível do acesso principal do teatro. No mezanino, que tem acesso pelas escadas laterais, há a plateia superior com 126 assentos, além da cabine de projeção e dois banheiros. Localizado no nível 747.5, há o fosso destinado à orquestra, quatro camarins e a quartelada - um equipamento hidráulico com divisões de piso com função de movimentar e demarcar o palco. Com quatro salas destinadas a receberem o material técnico das peças e figurinos, o nível 744.5 está localizado abaixo dos camarins e fosso da orquestra. O teatro de bolso possui capacidade de 51 assentos, onde dois são destinados à PcD. Possui dois camarins com acesso no mesmo nível do palco e da platéia. A entrada principal deste teatro encontra-se no nível 753, sendo também feito pela rampa. O teatro de arena tem seu acesso feito pela escadaria com patamar inicial no nível 755 ou pelos elevadores localizados ao lado da mesma. Com profundidade de três metros, conta com assentos circulares onde é possível acomodar cerca de 400 espectadores.

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6.2. projeto pretendido para o lote



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7. considerações �inais

Este trabalho compreendeu alguns pontos relevantes para entendimento de como ocorreu o desenvolvimento inicial do projeto em si, além de analisar pesquisas pertinentes tanto sobre o Teatro Oficina quanto o bairro em que o terreno escolhido para projeto está inserido. A primeira questão foi sobre a importância do bairro onde o terreno está localizado, que é o Bixiga. Como possui a área envoltória definida em 2009 pelo CONDEPHAAT e por contar com vários bens tombados ao redor, foi importante estudar os diversos impactos de intervenções que possam acarretar em dificuldades, como um aumento do tráfego de automóveis nas ruas ao redor e a própria topografia.

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8. referências bibliográ�icas

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- AGUIAR, Douglas. Urbanidade e a qualidade da cidade. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 141.08, Vitruvius, mar. 2012 - FERRAZ, Marcelo. Olho sobre o Bexiga. Arquitextos, São Paulo, ano 08, n. 087.00, Vitruvius, ago. 2007 - GALLMEISTER, Marília; MATZENBACHER, Carila. O talento cultural do Bixiga & o Anhangabaú da Feliz Cidade. Minha Cidade, São Paulo, ano 15, n. 180.05, Vitruvius, jul. 2015 - Gestão Urbana. Tipos de Zoneamento em São Paulo. Disponível em: <http://www.camara.sp.gov.br/zoneamento/dicionario/> - IPHAN. Teatro Oficina é tombado pelo Conselho do Patrimônio Cultural. Disponível em: <http://portal.iphan.gov.br/noticias/ detalhes/2876/teatro-oficina-e-tombado-pelo-conselho-dopatrimonio-cultural> - KATZ, Renina. Teatro Oficina (1967). Disponível em: <http:// www.flavioimperio.com.br/projeto/505891> - MACHADO, Rogerio Marcondes. Teatro oficina: patrimônio e teatro. Os processos de tombamento junto ao Condephaat e ao Iphan. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 188.00, Vitruvius, jan. 2016 - P.M. BARDI, Instituto Lina Bo. Lina Bo Bardi: Teatro Oficina. Lisboa, 1999: editorial Blau ltda. - SUCUPIRA, Fernanda. Teatro Oficina. Disponível em: <http:// memoriasdaditadura.org.br/grupos/teatro-oficina/index.html> - WHYTE, William H. The Social Life of Small Urban Spaces. Nova Iorque, 1980: The Municipal Art Society Of New York.


9. lista de imagens

Imagem 1: William Whyte fazendo anotações ao lado de suas câmeras Imagem 2: retirada do documentário “The Social Life of Small Urban Places” 1980 Imagem 3: mapa de zoneamento do distrito República tirado do site Geosampa Imagem 4: planta de localização sem escala Imagem 5: matéria do jornal The Guardian sobre o teatro Imagem 6: planta com área envoltória do Oficina Imagem 7: foto da fachada sul do Teatro Oficina Imagem 8: foto do Teatro Oficina tirada por Nelson Kon Imagem 9: foto do Teatro Oficina tirada por Nelson Kon Imagem 10: foto do Teatro Oficina tirada por Nelson Kon Imagem 11: planta de localização com projeção tridimensional do projeto Imagem 12: planta de localização com projeção tridimensional do projeto Imagem 13: desenho do projeto Imagem 14: desenho do projeto Imagem 15: foto aérea terreno e oficina indicados com cores

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