Murilo Urbaneto_Sete Orixás

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SETE ORIXÁS



MURILO CAMPOS URBANETO

SETE ORIXÁS UMBAMDA COMO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL BRASILEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado no Centro Universitário Senac, como exigência para obtenção do grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Ms. Ralf Flôres



Dedico esse trabalho de conclusĂŁo de curso ao Estado DemocrĂĄtico de Direito.


Agradecimentos Agradeço a Oxalá por me proporcionar todas as maravilhosas em minha vida; agradeço a meus pais, Valquiria Campos e Artur Urbaneto; por me aceitarem como sou e por me darem a oportunidade de realizar o curso que amo; agradeço também a minha avó Soely Campos, por estar junto a mim sempre, me dando muito amor e rezando por mim todos os dias ao sair de casa; agradeço ao meu avô, Artur Urbaneto, por me dar muito carinho e me proporcionar conforto no caminho da universidade; agradeço ao meu avô, Aldo Campos, pela estrutura familiar que tenho hoje; agradeço a todos os amigos que ficaram e que se foram pelos momentos felizes, de diversão e aprendizado, durante todo o curso, aliviando os momentos mais tensos da universidade; agradeço ao meu companheiro Alessandro Pedrazolli por estar sempre ao meu lado me motivando nos momentos difíceis desse final de curso; agradeço aos meus professores por me passarem todo conhecimento possível durante esses 5 anos de curso; agradeço ao meu orientador professor mestre Ralf Flôres e por fim agradeço ao Templo Espiritual de Umbanda Caboclo Pena Verde, pela inspiração e motivação do tema Proposto.

Carybé


Resumo O trabalho defende a Umbanda como patrimônio cultural imaterial brasileiro, mostrando suas origens e suas influências. O tema escolhido devese à falta de acesso e os preconceitos que giram entorno das religiões de matriz africana, espírita, entre outras. A proposta é trazer o mínimo de acesso e instigar a curiosidade das pessoas para o tema, a partir da criação de Sete Pavilhões, que representam sete orixás dentre as centenas de divindades existentes na Umbanda, cada pavilhão carrega características, cores e sensações que remetem a esses Orixás escolhidos.

Palavras Chave: Umbanda; Pavilhões; Orixás; Patrimônio Imaterial; Patrimonio Cultural

Carybé


Carybé


Sumário INTRODUÇÃO

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UMBAMDA 15 História 16 Orixás 17

ESTUDOS DE CASO

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PROJETO 37 Oxum 41 Obaluaê 47 Iemanjá 53 Iansã 59 Ogum 65 Oxalá e Exu 71



INTRODUÇÃO

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Introdução

As Religiões de matriz africana como o Candomblé e as religiões brasileiras como a Umbanda, são perseguidas, malvistas e intoleradas, desde sua chegada e criação no Brasil. A igreja católica sempre presente no Brasil desde a chegada dos primeiros portugueses reprimiram as religiões indígenas e não foi diferente com as religiões africanas trazidas pelos negros, para o território brasileiro, com o tráfico de escravos. As religiões africanas foram fortemente reprimidas pela igreja católica e eram consideradas pelas autoridades eclesiásticas como “primitivas”, por serem religiões que se baseiam na magia, seus sacerdotes manipulavam objetos, pedras, ervas entre outros ritos. Alguns batuques destas religiões eram permitidos pelo governo da época e pela igreja por serem considerados apenas folclóricos, e os próprios negros diziam que os batuques eram em homenagem a santos católicos na sua língua natal, porém essa permissão tinha um caráter político de manter as tradições dos diferentes grupos de negros, como suas rivalidades, assim, a organização de rebeliões teriam maior dificuldade de começar. Desse modo vemos que a religião dos brancos deveria ser entendida e aceita pelos negros, porém não havia interesse algum da classe dominante branca de entender a religião africana negra. 12


Hoje, ainda se vê muitas depredações contra terreiros, figuras notáveis de religiões cristãs maldizendo e incentivando o preconceito contra a religião e seus praticantes, pois ainda carregam essa bagagem preconceituosa e intolerante do passado, não mostrando interesse algum em conhecer e entender o diferente, ainda acreditando que são religiões diabólicas, de seres do mal, feitas para conseguirem tudo a qualquer custo a partir da magia e do sacrifício. Ao longo de todos esses anos em que essas religiões estão presentes no Brasil, elas já foram enraizadas em nossa cultura. Hoje o Candomblé e a Umbanda, são considerados Patrimônios Culturais e Imateriais Brasileiros e são extremamente difundidos pelo Brasil na obra de personalidades da Música e da Literatura, como Maria Bethânia, Clara Nunes e Jorge Amado. Não temos como negar a importância dessas culturas no dia a dia do brasileiro, contudo, mesmo com a ampla divulgação e com o fácil acesso a essas religiões e culturas, ainda pairam dúvidas e receios, por esse motivo, busco facilitar ainda mais o acesso dessa cultura, a partir desse trabalho de conclusão de curso. São 7 pavilhões projetados onde cada um representa um Orixá, que são Exu, Oxum, Ogum, Iansã, Iemajá, Obaluaê/Omolu e Oxalá, expondo para o público em geral suas cores, domínios, significados, atributos etc. Dentro de cada um o visitante poderá compreender melhor a religião, suas atividades e suas crenças. Uma das principais características desses pavilhões são que sejam móveis, itinerantes, para que possam ser levados e expostos em qualquer lugar do país.

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UMBAMDA

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História A umbanda constitui-se, portanto, como uma forma religiosa intermediária entre os cultos populares já existentes. (Da Silva. 2005.)

Umbanda é uma religião originalmente brasileira e sua criação baseia-se nas religiões africanas, espíritas kardecistas e indígenas. A Umbanda iniciou-se quando kardecistas, de diferentes regiões do Brasil começaram a mesclar elementos das religiões indígenas e afro-brasileiras nos seus cultos. Na religião também se encontra elementos de práticas bantos, como o Cambone que seria o ajudante do médium incorporado no terreiro, essa característica veio da Cabula. É difícil dizer ao certo quando as primeiras entidades afro começaram a baixar dentro dos cultos kardecistas, mas a formação de um dos terreiros de Umbanda mais conhecidos pode nos situar um pouco do início da religião, esse terreiro pertencia a Zelio de Moraes e família e foi fundado em meados de 1920, no estado do Rio de Janeiro, na época o terreiro era registrado como espírita, por imposição legal. Segundo Diana Brown, pesquisadora da época sobre as origens da umbanda, “muitos integrantes desse grupo eram como Zélio. Kardecistas insatisfeitos, que empreenderam visitas a diversos centros de “macumba”[...] Eles passaram a preferir os espíritos e divindades africanas e indígenas presentes na macumba.” Nota-se que esse destaque nos cultos aos espíritos africanos e indígenas foi um dos fatores mais importantes para a criação dessa religião. Os pretos velhos e caboclos, que representavam os escravos e os índios brasileiros, são espíritos que tiveram destaque nessa religião. 16

Porém não se pode dizer que Umbanda surgiu de apenas um terreiro disseminador, foram registrados depois o aparecimento dos mesmos cultos em diferentes regiões brasileiras, e não há nada comprovado que houve comunicação entre eles. Logo depois desse período inicial da umbanda, o Brasil passou pelo período do Estado Novo (1937-1945), período esse que as culturas afros foram perseguidas e reprimidas. Nesse momento, os terreiros de Umbanda liderados pelos setores médios da sociedade diminuíram a influência afro dos cultos, segundo Renato Ortiz: “ao mesmo tempo que embranquecia os valores religiosos da macumba, considerados atrasados ou primitivos (e alvos de perseguição policial), empretecia os valores do kardecismo, considerado europeu por demais, distantes da nossa realidade.” No terreiro de umbanda a hierarquia religiosa organizou-se de forma menos burocrática que no candomblé. O líder é a mãe ou o pai de santo e são auxiliados pela mãe ou pai pequeno, cambones, e pelo corpo médium. Na Umbanda, diferentemente do Candomblé e do kardecismo, as divindades africanas, Orixás, são consideradas espíritos muito evoluídos, de luz, que vem ao nosso plano poucas vezes em forma de vibrações, não podem ser incorporados, quando um médium incorpora ele não está incorporando o orixá em si, mas sim uma entidade, caboclo, baiano, preto velho etc.


que está diretamente ligado a falange desse orixá, e dessa maneira falamos, então, que o médium recebeu um caboclo de Ogum ou o baiano de Iansã e assim sucessivamente. Na umbanda as entidades são organizadas a partir da teoria das linhas, existem sete linhas de orixás principais e cada linha é composta por falanges. O número 7 é determinado a partir de um valor cabalístico. Não existe um consenso entre os terreiros a respeito dos orixás que compõem essa linha, cada casa segue a sua linha e falange. Logo depois dos orixás encontramos os espíritos ou entidades menos evoluídas como caboclos e pretos velhos. Mais abaixo desses espíritos intermediários, encontram-se os exus e pombas-gira, que na Umbanda são espíritos que nas encarnações anteriores na Terra fizeram muito mal, porém procuram a luz para evoluírem e entram nas casas de Umbanda para ajudarem os encarnados. Na maioria das vezes são procurados para resolverem problemas amorosos e sexuais, mas isso de maneira nenhuma é uma regra, a energia dos exus está disponível para todas as pessoas para o aconselhamento de qualquer crise. A verdadeira Umbanda, quando levada a sério de maneira nenhuma aceita qualquer tipo de trabalho que é levado para prejudicar o próximo, apenas aconselham a pessoa aflita seguir sua vida, buscando sempre o melhor, o amor e a luz. Com essa breve narrativa, percebemos o valor da Umbanda como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, sua rica história, todas as influências que sofreu desde sua criação, envolvendo a cultura indígena do Brasil, dos pretos africanos que foram a base que construíram o país a custas de suas próprias vidas e a mistura com os europeus que mudaram a história do país com sua chegada. A Umbanda é uma religião legitimamente brasileira, criada em solo brasileiro, uma religião que representa a mais pura miscigenação do país.

Orixás Orixás são as manifestações do Deus maior, são divindades que manifestam a força da natureza, a energia da vida, o ar, a terra, o fogo, a água, as matas, as pedreiras, os entes. Orixás são vibrações, energias que atuam em campos de forças específicos da natureza. Orixá não é espírito desencarnado, embora a história dê, às vezes, esta falsa impressão. Há o momento em que a criatura se transforma em orixá, identificando-se, de maneira absoluta, com a natureza, voltando a ela, se confundindo com ela. (Mãe Stella.)

Orixás são as grandes divindades cultuadas na Umbanda e no Candomblé no Brasil, são a base dessas religiões. A partir de suas características, e do que é trazido para nós a partir das entidades pertencentes a falange de cada orixá é o que é ensinado para os crentes dessas religiões, para seguirem suas vidas e atingirem a harmonia espiritual e a integração com as forças da natureza, unindo o sagrado e o profano. Não tem inferno nem pecado e os Deuses em última instância, são os rios, o mar, a floresta o vento, a chuva. Oxumaré é o arco íris(...) (Carybé)

Crê-se na Umbanda que cada pessoa está ligada a um orixá desde o momento de seu nascimento, para isso existe o termo, Pai e Mãe de Cabeça, que regem sua vida, dando-lhe suas características e suas qualidades principais ao longo da existência de cada um, durante uma encarnação, o Pai e Mãe de cabeça podem mudar em outra encarnação daquele espirito, isso acontece por que é entendido que aquele espírito precisa voltar à terra para poder evoluir com as características de outro Orixá.

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Exu Exu é um orixá de múltiplos e contraditórios aspectos, o que torna difícil defini-lo de maneira coerente. De caráter irascível, ele gosta de suscitar dissenções e disputas, de provocar acidentes e calamidades públicas e privadas. É astucioso, grosseiro, vaidoso, indecente, a tal ponto que os primeiros missionários, assustados com essas características, compararam-no ao Diabo...) (VERGER. 1997.70)

Exu é o orixá mensageiro, da proteção humana, orixá dos caminhos, do movimento, da fertilização e da proteção, ele é o responsável por levar os pedidos dos homens aos deuses, sem ele, nada se faz, sem que lhe façam oferendas primeiro antes de qualquer outro orixá. Justo e vingativo, Exu possui seu lado bom, mostra-se serviçal e prestativos se tratado com consideração, caso contrário pode se esperar dele catástrofe e calamidade. É o mais humano dos orixás, suas ondas vibratórias, são as mais próximas de nosso mundo carnal. Seus locais de domínio são as estradas, encruzilhadas, cemitérios e portas (passagens), sua principal função é a comunicação, as mensagens. Esse orixá está associado a fertilização humana sua energia está presente na hora da relação sexual humana. Suas cores são o Vermelho e o Preto e suas oferendas são pimenta, álcool e farofa de dendê, seus símbolos são o tridente e objetos de madeira como formato fálico e está relacionado com o chacra sexual. Estão associados na Umbanda com entidades de Esquerda, juntamente com Pomba giras e Ciganos.

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Oxum Oxum é chamada de Ìyálóòde (Ialodê), título conferido à pessoas que ocupam o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade. Além disso, ele é a rainha de todos os rios e exerce seu poder a água doce, sem a qual a vida na terra seria impossível. O amor de Oxum pelo cobre, o metal mais precioso do pais ioruba nos tempos antigos, é mencionado nas saudações que lhe são dirigidas. (VERGER. 1997. 174 )

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Oxum é o orixá que rege os rios, cachoeiras e águas doces sem a qual não seria possível a vida, orixá de pura sensibilidade, emoção e afeto, está relacionada com a fertilização, gestação e o parto, ela é a divindade que rege esse período da criação humana, sua energia é a responsável por cuidar dos recémnascidos, e banhá-los com a energia das água doces. Também é responsável pela abundãncia material, espiritual e o amor próprio, é sempre representada com muitas jóias e pedrarias e sempre carrega um espelho consigo, o que representa sua vaidade e o amor por si mesma, suas energia e vibração são as que nos amparam em momentos de falta de confiança, autoestima e amor próprio. Seus pontos de energia (axés) são constituídos por pedras de rios e águas doces, sua principal cor é o amarelo, porém essa é uma característica que difere entre algumas casas de candomblé e umbanda, o objeto que a representa é o espelho, por ser símbolo de vaidade, está relacionada ao chacra cardíaco pois é o orixá da sensibilidade e do amor. Os médiuns quando a recebem, dançam como uma mulher vaidosa e sedutora. 19


Ogum Os templos dedicados a Ògún Ondó eram de estilo diferentes. Todos eles tinham em comum o telhado de cumeeira alta, com duas águas descendo quase até o chão, vistos de frente pareciam uma muralha elevada, tendo ao nível do solo, uma entrada cuja verga era tão baixa que só se podia penetra no interior do templo curvando-se muito, de maneira respeitosa, ou então rastejando-se como apoio dos cotovelos e joelhos. (VERGER. 1997.88)

Ogum, orixá da guerra e do fogo, ogum não é responsável pelo julgamento, mas sim responsável por aplicar a lei agindo com firmeza e ordenação. Ele atua entre a razão e a emoção. Divindade responsável por abrir e mostrar o caminho correto a seguir para a evolução dos seres, senhor dos caminhos, também é responsável pela proteção dos templos e casas. Na mitologia ele é o orixá que vai a frente, que abre os caminhos e desbloqueia passagem para os outros orixás. Os símbolos principais de Ogum, são a espada, lança e machado, pois ele é ferreiro responsável por manipular o ferro e criar armas para a guerra, suas principais cores são azul escuro e vermelho, seu elemento é fogo e seu domínio a estrada, ele simboliza a virilidade e a violência, sua oferenda é o inhame, está diretamente relacionada como chacra umbilical, responsável por quase todos os processos físicos, nos dá ânimo, maturação, confiança e potência é o chacra da personalidades.

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Iansã Quando se manifesta sobre um dos iniciados, ele está adornado, com uma cora semelhante, á dos reis africanos, cujas franjas de contas, escondem o seu rosto. Ela traz um alfanje em suas mãos e um espanta moscas feito de calda de cavalo da outra. Suas danças são guerreiras e, se Ogum está presente, ele se ela se engaja num duelo com ele, lembrança, sem dúvida, de suas antigas desavenças. Ela evoca também, através de seus movimentos sinuosos e rápidos, as tempestades e os ventos enfurecidos. (VERGER. 1997.170)

Iansã é o orixá dos ventos e das tempestades do movimento e renovação, dos raios, tufões, furacões e vendavais, sua energia é pulsante viva e vibrante. Ela está ligada as florestas aos animais e aos espíritos. Sua energia proporciona ao ser humano a capacidade de renovação, fibra e coragem nas buscas de meta e objetivos. Orixá do tempo atua em todas as direções. Seu elemento é o ar e seu principal domínio, são os cemitérios, pois juntamente com Obaluaiê/Omolu, é quem direciona os Eguns (espíritos) que estão perdidos e sem direcionamentos, negativos e desequilibrados. Suas cores são vermelhas, marrom e rosa, e igualmente com oxum essas cores podem mudar de terreiro para terreiro, sua oferenda é o acarajé e sua energia está diretamente ligada aos chacras frontal e da base (Kundalini).

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Iemanjá Rainha das águas que vem da casa de Olokum. Ela usa no mercado, um vestido de contas. Ela espera orgulhosamente sentada, diante do Rei. Rainha que vive nas profundezas das águas. Ela anda a Volta da cidade. Insatisfeita, derruba as pontes. Ela é proprietária de um fuzil de Cobre. Nossa mãe dos ceios chorosos. (VERGER. 1997. 191)

Iemanjá é o orixá dos mares, oceanos e águas salgadas, ela é considerada a mãe de todos os orixás, protetora dos que vivem no mar. Rege a geração e a maternidade, ela é a protetora da família da sua união e estabilidade, é a geradora do amor de pais e filhos e filhos e pais, rege os lares, ela é o sentido de união. No processo de geração do ser, Exu é o responsável pela fecundação, Oxum pela fertilidade da mulher e do tempo de gestação, e Iemanjá cuida da nova vida depois do parto, ela é quem recebe a criança no mundo, considerada a plasmadora de todas as cabeças, rege o orí, nos dá o sentido de viver e nos entrega para o orixá que regerá nossas vidas (orixás de Cabeça). Iemanjá é também o orixá da criatividade, que estimula as experiências criativas, a geração de novas ideias, investimentos em novos projetos. Um dos Orixás mais famosos da Umbanda, muito sincretizada com Nossa Senhora, sua imagem pode ser encontrada em diversos lares de pessoas de diversas religiões. Carybé

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Obaluaê/Omolu Uma parte das cerimonias para Obaluaê, e infanhim, passa-se no mercado. Isso se justifica pela presença nesse local de um de seus templos, que tem a mesma forma das barracas do mercado, isto é: quatro pilastras e um simples telhado, onde o lugar consagrado ao deus é coberto por uma grande panela de barro emborcada. (VERGER. 1997. 214)

Obaluaê é o orixá das doenças e consequentemente da saúde, traz no próprio corpo as marcas das doenças que carrega e por isso veste-se com palhas sobre o corpo inteiro. Ele tem o poder de cura e ao mesmo tempo de espalhar a peste. Nos rituais para esse orixá os fiéis espalham pelo terreiro e se banham com pipoca, alimento preferido da divindade e que representa as marcas do seu corpo. Obaluaê, é considerado o feiticeiro, sábio, sua energia é densa, pesada, e está ligada a terra, ele é o único orixá que está nas duas passagens do espírito, a de chegada a terra, nascimento, e a de partida, morte. Juntamente com Iansã seu domínio é o cemitério, ele que rege os caminhos dos espíritos de acordo com seu merecimento. Ele é quem estabelece o cordão energético que liga o espirito ao corpo. Senhor das passagens das almas, entre o plano espiritual e o plano da carne, e vice-versa.

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Oxalá Òrìsànlà ou Obàtálà, “o grande orixá” ou “o rei do pano branco”, ocupa uma posição única e inconteste do mais importante orixá e o mais elevado dos deuses Iorubas. Foi o primeiro a ser criado por Olodumaré, o deus supremo. Oxalá é também chamado de Òrìsà ou Obà-Ìgbò, o Orixá ou o rei dos igbôs. Tinha um caráter bastante obstinado e independente, o que causava inúmeros problemas. (VERGER. 1997. 252)

Oxalá é o mais significativo e importante Orixá dos Iorubas e consequentemente da Umbanda, ele foi o primeiro orixá criado por Olodumaré. Ele quem detém a força e a luz mais pura que vem da essência de Deus. Aquele que cria o seres e o mundo, as realidades e as dimensões. Esse orixá e sincretizado com Jesus Cristo na religião católica. Sua energia gera paz, serenidade, tranquilidade, perdão e compreensão. Ele é o mediador na situação de conflito. Rege o silêncio e a paz do ambiente. Seus dominios, são todos os lugares, sua cor é branca e seu elemento é o ar.

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ESTUDOS DE CASO

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Big - Serpentine A permeabilidade da estrutura, a leveza do desenho, são pontos que levo muito em consideração, para os meus projetos nesse trabalho e Bjarke Ingels realiza isso com maestria no seu pavilhão para a Serpentine Galery em 2016. Seus elementos vazados, sua cor e o material com que é feito, dão essas sensações de liberdade e fluidez.

Na direção leste-oeste, o Pavilhão é completamente opaco e material. Na direção nortesul, ele é inteiramente transparente e praticamente imaterial. Como resultado, presença se torna ausência, ortogonalidade se torna sinuosidade, estrutura se torna gesto, e caixa se torna bolha. (Ingels. 2016)

Fonte: Archdaily

Outro ponto que me cativa muito é o fato do complexo ser feito apenas com um elemento estrutural e em módulos, o que facilita ainda mais na questão itinerante dos pavilhões.

O pavilhão do BIG consiste em "tijolos" de fibra de vidro que permitem a entrada de luz e perspectivas visuais para o interior do pavilhão através das paredes. Os pisis e mobiliários são construídos em madeira que, juntamente com a fibra de vidro translúcida, garantem a cada superfície um brilho e uma textura linear. (Rory Stott. 2016).

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Fonte: Archdaily


Francis Kéré O Pavilhão de Francis Kéré foi o primeiro projeto por um arquiteto africano para a Serpentine Galery, ele diz que sua inspiração para o projeto é a tribo de onde nasceu, o pavilhão representa a grosso modo as copas das árvores de sua tribo. Em Burkina Faso, a árvore é um lugar onde as pessoas se reúnem, onde as atividades cotidianas se desenvolvem sob a sombra de seus ramos. (Kéré, 2017)

O fato de ser um arquiteto oriundo do continente africano atraiu muito atenção, já que no universo da arquitetura, são poucos os arquitetos conhecidos que vieram da África. Seu pavilhão carrega visivelmente elementos, texturas e cores de sua cultura, o que inspira a trazer mais dessa cultura para o projeto dos Pavilhões dos Orixás.

Os elementos de sombreamento de madeira alinham a parte inferior do telhado para criar um efeito dinâmico de sombra nos espaços interiores. Esta combinação de características promove um senso de liberdade e comunidade; como a sombra dos ramos de árvores, o Pavilhão se torna um lugar onde as pessoas podem se reunir e compartilhar suas experiências diárias. (Kéré. 2017)

O efeito dinâmico das sombras no interior e a cobertura que não encosta nas paredes que definem o espaço interno do pavilhão passam a sensação de permeabilidade de liberdade, deixando o público que o visita com maior contato com a natureza, o pavilhão passa a impressão de fazer parte da natureza ao redor, essa impressão é marcante principalmente por sua estrutura ser predominantemente em madeira. Os elementos vazados da estrutura de madeira permitem que ao anoitecer o visitante consiga ver certa movimentação no interior do complexo, transmitindo, leveza e transparência. No centro do Pavilhão há uma grande abertura na copa, criando uma conexão imediata com a natureza. Em tempos de chuva, a cobertura se torna um funil que canaliza a água para o coração da estrutura. A coleta da água pluvial atua simbolicamente, destacando a água como um recurso fundamental para a sobrevivência e prosperidade humana. (Kéré, 2017)

Esta última fala de Kéré na qual ele pensa na coleta e na importância da água chama muita atenção e ramete a alguns do orixás escolhidos para os pavilhões. Fonte: Archdaily

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Zaha Hadid - Chanel O Pavilhão Itinerante de Zara Hadid carrega um conceito muito importante para o projeto dos pavilhões, o de itinerancia, foi esse projeto realizado para a grife de alta costura Chanel, que conduziu a pensar nos Pavilhões dos Orixás como itinerantes, onde eles possam percorrer praças, parques etc. em diversas cidades do país.

Fonte: Archdaily

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Sou Fujimoto O Projeto para a Serpentine de Sou Fujimoto foi um dos mais belos e leves pavilhões já feitos para a galeria, Fujimoto utiliza do mesmo material para realizar todo o complexo, a estrutura metálica toda vazada, torna a obra incrivelmente permeável aos olhos do observador, podendo ver tudo o que se encontra do outro lado através dela. Um novo tipo de ambiente foi criado, onde o natural e o

Fonte: Archdaily

artificial se unem. A inspiração para o projeto do Pavilhão foi o conceito de que geometria e formas construídas poderiam se fundir ao natural e ao humano. (Fujimoto. 2013)

Alguns dizem que o projeto do Big de 2016 foi de certa forma inspirado no de Fujimoto, e algumas semelhanças conceituais realmente existem. Como já disse anteriormente a leveza, a permeabilidade, a textura, a liberdade e as cores são fatores importantíssimos para a composição do projeto, no trabalho de Fujimoto e de Ingels, consigo ver vários elementos que podem ajudar a realizar o que desejo. No trabalho do arquiteto japonês também encontra a forma irregular e que parece se dissolver no ambiente.

Fonte: Archdaily

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Anish Kapoor - Cloud Gate Anish Kapoor foi um dos artistas mais relevantes para o projeto, suas obras, seus desenhos e principalmente a escolha de materiais usadas por Kapoor inspiraram muito o projeto dos setes orixás, algumas obras de Kapoor também se confundem com os limites da arquitetura e da arte. A escolha do material veio principalmente das obras do artista indiano-britanico, a utilização de aço inoxidável foi de extrema importância, pois o aço inox permite uma maior liberdade de formas, o polimento do aço, que o torna muito reflexivo, também auxilia nas sensações e em algumas características dos pavilhões projetados. Outro fator importante é a manipulação da cor do material, podendo trazer as cores certas de cada orixá para os pavilhões.

Fonte: ArtNews.com

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Fonte: Massmoca.org

Fonte: designboom.com


Tatti Moreno

Tatti Moreno é um artista plástico e escultor Brasileiro responsável por representações de Orixás, dentre suas obras mais famosas encontra-se os Orixás do Dique do Tororó em Salvador - BA, que representam oito Orixás da Umbanda, sua representação das divindades iguala-se a de muitos outros artistas, expondo os orixás como figuras humanas assim como são descritos nas lendas Iorubas. Esse trabalho foi um dos que mais instigou a não representar os deuses de origem africana dessa maneira, mas sim representa-los mais subjetivamente, onde possam representar além de uma imagem divina, trazer sensações e diferentes experiências.

Foto de XANDO PEREIRA

Foto: Multiplus Histórias

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Carybé Carybé é uma grande inspiração de artista, suas obras foram de grande inspiração para a realização do trabalho, sua visão dos orixás como artista plástico orientou muito os caminhos a seguir para a realização dos pavilhões, todos as diferentes representações com diferentes materiais como os painéis dos Orixás que se encontram no museu afro da Bahia, os desenhos dos gradis nas praças e parques de Salvador e as aquarelas e croquis que produziu durante a vida. As aquerelas de Carybé são únicas e delas foram tiradas muitas informações das entidades. Todas as imagens que se encontram nesse trabalho são aquarelas e desenhos do artista Argentino radicado na Bahia. Carybé veio ao Brasil pela primeira vez em 1941 durante uma grande viagem por países de américa latina, nos anos 1950 mudou-se para o Brasil e se estabelece na cidade de Salvador onde conheceu a religiosidade baiana e começa seu grande trabalho pintando, desenhando e esculpindo a cultura brasileira o povo da Bahia e suas religiões. Carybé foi ilustrador de grandes autores brasileiros e internacionais, como Gabriel Garcia Marques e Jorge Amado, o qual ilustrou dentre muitas obras o gato malhado e andorinha sinhá.

Foto: Autor Desconhecido

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PROJETO

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Projeto O projeto dos sete pavilhões representa sete Orixás da Umbanda, os pavilhões têm como uma das características sua “itinerância”, para que possam ser implantados e contemplados em diferentes locais. Os pavilhões têm como partido trabalhar com cores, texturas, ambientes e elementos que acometam ao Orixá que lhe foi destinado, para que os visitantes tenham uma experiência espacial e participativa com o ambiente, desse modo os complexos poderão ser adentrados e tocados. A representação dos Orixas como figuras humanizadas são muito comuns, mas na Umbanda Orixás não representam só seres humanizados como dizem nas lendas, são diferentes energias que regem nossas vidas e representam a natureza, são as forças que encontramos na natureza que não conseguimos compreender somente com um tipo de interpretação. Os Orixás aqui não são representados como figuras humanas, eles terão formas que simbolizem de alguma maneira suas características e possam passar uma mensagem subjetiva e sensorial possibilitando uma nova releitura das divindades da Umbanda. Todos terão o aço inoxidável como principal material estrutural, por ser resistente ao clima e de fácil manipulação. Dois deles ficarão em uma base de concreto onde terá água na superfície, todos os outros terão como base o chão do lugar implantado. Por terem esse caráter móvel, não serão implantados em um local específico, porém devem ser instalados preferencialmente em parques e praças, para ter contato direto com a terra. 39


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Oxum

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Eu vi Mamãe Oxum, cantando na cachoeira Dançando toda faceira, tão linda como ela faz. E quando ela canta, Xangô senta na pedreira Oxóssi lá na ribeira, nem vento não venta mais. Aiê iê oh minha Mãe Aiê ê oh Mamãe Oxum Aiê ê oh moça bonita de mais Canta Oxum, alivia o meu coração, Me tira da solidão, me traz paz.

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Oxum é o orixá das águas doces, das forças das cachoeiras e do amor Próprio, com essas duas principais características foi desenvolvido o pavilhão que a representa. A partir de uma base de concreto sai uma enorme concha de aço inoxidável polido e de cor amarela, essa concha representa o espelho que xum sempre carrega consigo, o espelho onde observa a si mesma, o espelho que representa a vaidade e o amor próprio. O aço inox é imprescindível, devido ao seu polimento ele se torna reflexivo como um espelho, e a pessoa que se posicionar a frente da concha verá seu próprio reflexo, podendo

desta forma ter um momento de reflexão sobre si mesma. A base de concreto sob a concha é côncava e será um espelho de água doce com cascalho de rio ao fundo, o elemento água presente na concepção desse pavilhão é fundamental, pois como foi dito anteriormente, Oxum representa todas as águas doces do mundo sem a qual a vida não existiria e a falta desse elemento na composição do projeto deixa um buraco na sua compressão.

4,1

5,30

Esc: 1:50 44


8,75

3,0

7,00 Esc: 1:50

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4,1 0.20 Profundidade

Esc: 1:50 46


Obaluaê

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Salve Obaluaê, salve Obaluaê Que é meu santo protetor Me cubra com suas palhas, e nada terei temor Faça de mim instrumento, de harmonia e de amor Que não me falte humildade, que não me falte saúde Que eu partilhe o que é verdade Não fique com quem me ilude Que eu cuide de meus amigos, me dê forças pra lutar Salve Obaluaê.. Ê.. Ê Meu guia, meu Orixá camarada. Obaluaê Babalorixá ê Babalorixá, atotô Babalorixá ê Ê nirê nirê Baba Olorum chê chê, salerojá. Auê nirê nirê ô Meu padrinho é Obaluaê Orixá ê

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2.70

Esc: 1:75

Obaluaê/Omolu é o Orixá da Saúde e das doenças é o responsável pela cura dos que o procuram, porém também pode desgraçar a terra com epidemias. As lendas dessa divindade, Obaluaê foi abandonado por sua mãe, Nanã, pois nasceu coberto por varíolas e deformado, por esse fato ele vive se escondendo de vergonha de suas cicatrizes e de sua história. Seu pavilhão foi concebido a partir dessas características, os pilares de aço inoxidável, representam a floresta e conforme vão se aproximando do centro as distâncias entre si diminuem, impedindo a passagem. A cobertura também de aço inox curvase para baixo em direção ao centro, pois conforme a pessoa se aproxima do núcleo, além da dificuldade de passagem entres os pilares, terá que curvar-se como forma de respeito ao Orixá. 0.6 Espessura

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As formas do pavilhão se devem ao fato da divindade se esconder das pessoas pela sua timidez, e apenas deixar aproximar- se quem for merecedor de sua benção, no projeto é impossível chegar ao centro do pavilhão definitivamente e exatamente ao meio da cobertura encontrase uma abertura para entrada de luz, que juntamente com o reflexo produzido pelo aço, torna-se brilhante, o que representa o corpo por baixo das palhas de Obaluaê, um corpo que brilha ao sol com as feridas de uma vida de sofrimento.


0.2

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14,55


Iemanjรก

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Lê... Iemanjá Rainha das ondas, sereia do mar Como é lindo o canto de Iemanjá Faz até o pescador chorar Quem escuta a mãe d´água cantar Vai com ela pro fundo do mar Rainha das ondas, sereia do mar

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1,75 Esc: 1:50

O pavilhão também se encontra sobre uma base de concreto redonda, a base de Iemanjá igualmente a base de Oxum é côncava e tem um espelho de água salgada que representar o mar. Como o pavilhão está cobrindo boa parte do espelho d'água a luz sol se refrata da água reflete na cobertura reforçando a sensação de estar embaixo da água do mar.

2,30

Iemanjá, rainha do mar, dos oceanos e das águas salgadas, a mãe de todos os seres, aquela que acolhe quem mais precisa. Por essas características seu pavilhão foi concebido, ele forma uma cobertura de aço inoxidável polido de cor azul clara com ondulações que representam as marolas do mar, o fato de estar embaixo do pavilhão representa estar dentro do mar, acolhido pela maternidade e generosidade de Iemanjá.

0,20 Profundidade

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10,55

12,55

8,0

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Iansã

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Quando o céu clareou, e o dia raiou Fez o filho pensar A Mãe do tempo mandou, a nova era chegou Agora vamos plantar No humaitá Ogum bradou Seu Oxóssi atinou Iansã vai chegar O Ogã já firmou o atabaque afinou Agora vamos cantar A eparrei, ela é oya, ela é oya A eparrei, é Iansã, é Iansã. A eparrei, quando Iansã vai pra batalha Todos cavaleiros param só pra ver ela passar

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Iansã, Orixá dos ventos, dos raios e tempestades, guerreira, com personalidade forte, sempre carrega consigo uma espada para a luta e para afastar e direcionar os eguns. A partir disso seu pavilhão foi concebido, um pilar único sai do chão representando a espada de Iansã e funcionando através de um rolimã, como eixo rotacional, onde as pás estão fixadas por hastes. Na ponta dessas hastes também são colocados rolimãs, que possibilitam um segundo giro em torno de si mesmo, sendo ambos realizados pela força do vento. Os tamanhos das pás mudam de tamanho gradualmente, sendo que a menor fica a dois metros do chão, possibilitando a passagem de uma pessoa para dentro do complexo, onde a pessoa estará envolta pelas espadas de Iansã em movimento, possibilitando a sensação de segurança e proteção do Orixá.

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1,9 2,15

4,2

1,65

2,4 2,65 2.9 3,15 3,4 3,65 3,9

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3,45 Esc: 1:10

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Ogum

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Hoje a lua é de Ogum Vamos todos festejar Com a benção de Olorum Ogum vem pra nos salvar Ogum estava de ronda, Ogum veio rondar Auê auê rompe mato e Ogum megê

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Ogum, Orixá ferreiro, ele quem manipula o ferro e faz os instrumentos para guerra, Ogum também conhecido como a divindade da guerra, ele que abre os caminhos no meio do caos, seu pavilhão foi concebido a partir dessas características, as várias estacas de aço inoxidável vermelho, postas de maneira desordenada, representam o caos da guerra, porém sempre a passagens entre o caos, passagens que Ogum abre com seu poder, com isso a pessoa pode permear o pavilhão da maneira que quiser entres as brechas das estacas de aço, que representam o ferro que Ogum manipula. Ogum é um orixá de personalidade forte representa a virilidade e a violência e com essa característica seu pavilhão não tem a mesma leveza e elegâncias dos outros, mas sim uma forma marcante, agressiva e bruta.

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6,95

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6,3

0,20

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Oxalรก e Exu

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Deu meia noite, a lua se escondeu Lá na encruzilhada Da sua gargalhada Sete Encruza apareceu.

Oxalá é quem governa o mundo Só ele sabe governar Foi ele quem nos deu a lua Que clareia a Umbanda e nossos Orixás Oxalá, Oxalá, Oxalá, salve seus filhos que vieram trabalhar

Deu meia noite, a lua se escondeu Lá na encruzilhada Dando a sua gargalhada Meia-Noite apareceu. É laruê, laruê é laruê É mojubá, mojubá é mojubá. Ele é odara dando a sua gargalhada Quem tem fé em Sete Encruza é só pedir que ele dá É laruê, laruê é laruê É mojubá, mojubá é mojubá. Ele é odara dando a sua gargalhada Quem tem fé em Meia Noite é só pedir que ele dá

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Oxalá, o grande Orixá criador de tudo e de todos, foi designado por Olodumaré para criar a humanidade que conhecemos, é a ele que devemos agradecer tudo o que nos é ofertado pela natureza, pai de todos os Orixás, o sábio, o conselheiro, o que todos procuram na hora que mais precisam e o que mais devemos respeito. Oxalá foi concebido a partir dessas características, seu pavilhão é o mais alto entre todos, o que representa seu poder e sua grandiosidade perante os outros, sua leve curvatura para baixo e seu formato côncavo mostram seu ar acolhedor, sua forma passa a sensação de que ele está crescendo e saindo da terra para abraçar o mundo com sua sabedoria. Exu, orixá do movimento, da vitalidade pura, guardião dos caminhos e das passagens. Aqui foi concebido de maneira simples que representa basicamente tudo o que é. Um objeto de formato fálico, aerodinâmico de aço inoxidável polido de cor preta. Sua forma e a maneira como está apoiado em sua base, passa, leveza e agilidade. Oxalá e Exu estão posicionados um a frente do outro, representando dois opostos, Exu e Oxalá estão muito relacionados, principalmente na lenda da criação dos Orixás e da humanidade. Exu sempre existiu, era o responsável por dar permissão da saída do mundo dos Orixás e Oxalá foi criado por Olodumaré para conceber o mundo, segundo a lenda, Oxalá queria descer do mundo dos Orixás para criar a terra, porém Exu exigiu uma oferenda para permitir a passagem, contudo Oxalá se recusou a dar a oferenda, Exu, revoltado com a arrogância de Oxalá pregoulhe uma peça, dando Leite de Dendezeiro para Oxalá beber, com isso o grande orixá ficou bêbado e dormiu, não cumprindo a missão dada por seu pai. 74

Esses dois Orixás representam dois lados opostos da Umbanda, a esquerda e a direita, o negativo e o positivo, porém sem um o outro não existiria, não são inimigos, são complementares, trabalham juntos pelo bem da humanidade, por isso foi decidido coloca-los juntos um a frente do outro.

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8,10

4,10

5,60

1,20 Esc: 1:50

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Planta

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Referêcias BIRMAN, Patricia, O que é Umbanda. Abril cultura/ brasiliense. 1985 SARACENI, Rubens. As sete linhas de Umbanda. Madras. 2003 __________, Rubens. Umbanda Sagrada. Madras. 2003 SILVA, Vagner Gonçalves da. Candomblé e Umbanda: caminhos da devoção Brasileira. Selo Negro. 2005. VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. Corrupio. 1997.

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