Hostel 7 de Abril - Intervenção edifício Jayme Loureiro

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HOSTEL 7

DE ABRIL

INTERVENÇÃO EDIFÍCIO JAYME LOUREIRO



MAYARA BEZERRA DE SOUSA

HOSTEL 7 DE ABRIL – INTERVENÇÃO EDIFÍCIO JAYME LOUREIRO

Trabalho de Conclusão de curso (TCC) apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Felipe Noto Coordenador: Valeria Fialho

SÃO PAULO 2018 3


SOUSA, MAYARA Hostel 7 de Abril - Intervenção edifício Jayme Loureiro, São Paulo - 2018 50 páginas Orientador: Prof. Felipe Noto Trabalho de Conclusão de Curso – Centro Universitário Senac 1.Hostel; 2. Hospedagem; 3. Arquitetura

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MAYARA BEZERRA DE SOUSA

HOSTEL 7 DE ABRIL – INTERVENÇÃO EDIFÍCIO JAYME LOUREIRO

Trabalho de Conclusão de curso (TCC) apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Felipe Noto Coordenadora: Valeria Fialho São Paulo,_ ___de________________de_______

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________ Prof. Felipe Noto Orientador

_____________________________________ Avaliador 1

_____________________________________ Avaliador 2 5


AGRADECIMENTOS


Primeiramente gostaria de agradecer a Deus e aos meus pais José Angelo e Karla Renata pela oportunidade de poder estudar em uma universidade como o Senac e pelo apoio durante esta jornada de 5 anos que agora está sendo concluída. Sem vocês, nada disso seria possível. Agradeço também ao meu namorado e sua família, e aos meus amigos, que durante todo esse tempo me incentivaram e me deram suporte no que eu precisasse, além das inúmeras experiências, dentro e fora do campus, que levarei por toda a vida. Por fim, agradeço ao meu orientador Felipe Noto e ao Centro Universitário Senac por todos os ensinamentos compartilhados, no qual influenciaram positivamente na conclusão deste trabalho.

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SUMÁRIO


1. RESUMO/ABSTRACT...............................................................................................................................................................................9 2. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................14 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...........................................................................................................................................15 2.2 FUNDAMENTAÇÃO HISTÓRICA.....................................................................................................................................17 3. REFERÊNCIAS............................................................................................................................................................................................18 3.1 REFERÊNCIAS NACIONAIS...........................................................................................................................................................19 3.2 REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS...............................................................................................................................23 3.3 ESTUDOS DE CASO...................................................................................................................................................................26 4. LEVANTAMENTO DE DADOS...................................................................................................................................................30 4.1 ESCOLHA DA REGIÃO..............................................................................................................................................................31 4.2 RUA 7 DE ABRIL...........................................................................................................................................................................36 4.3 HISTÓRIA DO EDIFÍCIO.........................................................................................................................................................39 4.4 DESENHOS ARQUITETÔNICOS DE 1927..............................................................................................................41 5. O PROJETO...................................................................................................................................................................................................42 5.1 IMPLANTAÇÃO..................................................................................................................................................................44 5.2 PLANTA TÉRREO............................................................................................................................................................46 5.2 PLANTA 1° PAVIMENTO............................................................................................................................................48 5.2 PLANTA 2° AO 5° PAVIMENTO............................................................................................................................50 5.2 PLANTA TERRAÇO.........................................................................................................................................................52 5.2 PLANTA COBERTURA................................................................................................................................................54 5.2 CORTES....................................................................................................................................................................................56 5.2 RELEITURA DA FACHADA ORIGINAL........................................................................................................59 6. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................................................................................................60

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RESUMO/ABSTRACT


RESUMO A proposta do trabalho tem como finalidade propor um projeto para a reabilitação de um edifício de valor histórico, o Edifício Jayme Loureiro, projetado por Ramos de Azevedo em 1927 e tem uso comercial atualmente. O novo perfil para o edifício seria de um Hostel, com características de quartos compartilhados e espaços para a socialização entre os hóspedes. A ideia principal é fazer com que o turista se sinta hospedado em um marco da cidade, e, para isso, será conservado as suas principais características, tais como os vazios internos e os elevadores com cabine de porta pantográfica. Além disso, por conta da sua localização privilegiada (Rua Sete de Abril - República), o térreo do edifício serviria como uma passagem direta à Galeria Metrópole, sendo composto também por lojas de porte pequeno, dando continuidade a linguagem do entorno. Ainda sobre a área pública do programa, além da gaIeria, o HosteI terá um PUB. Antes projetado para ficar no térreo do edifício, agora será implantado em seu terraço, como forma de agregar o antigo com o novo compondo sua fachada tombada. A nova estrutura foi feita com um material consideravelmente leve (malha estrutural em madeira com telhado de vidro) para não prejudicar a estrutura original. Para isso, a metodologia usada foi conhecer a história da cidade, a história do edifício e sua localizaçã e como o programa para um Hostel se agregaria ao mesmo; além de estudos sobre diferentes tipos de estrutura para fazer um anexo. Palavras Chaves: Hostel, Hospedagem, Patrimônio Histórico, Arquitetura e Urbanismo

ABSTRACT The purpose of this work is to propose a project for the rehabilitation of a building of historical value, the Jayme Loureiro Building, designed by Ramos de Azevedo in 1927 and currently commercially used. The new profile for the building would be a Hostel, with features of shared rooms and spaces for socializing among guests. The main idea is to make the tourist feel like staying in a city landmark, and for this, its main characteristics, such as internal voids and elevators with pantographic door cabin, will be preserved. In addition, due to its privileged location (Rua Sete de Abril - República), the ground floor of the building would serve as a direct walkway to the Metropolis Gallery, and also comprises small shops, giving continuity to the surrounding language. Also on the public area of ​​the program, in addition to the gallery, HosteI will have an PUB. Formerly designed to be located on the ground floor of the building, it will now be deployed on its terrace, as a way of adding the old one with the new one composing its fallen facade. The new structure was made of a considerably lightweight material (structural mesh in wood with glass roof) to not damage the original structure. For this, the methodology used was to know the history of the city, the history of the building and its location and how the program for a Hostel would be added to it; as well as studies on different types of structure to make an attachment. Keywords: Hostel, Lodging, Historical Heritage, Architecture and Urbanism

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Introdução/ Referencial Teórico:

Breve estudo sobre o turismo no Brasil, os tipos de hospedagens e a importância sobre a preservação da nossa história.

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Referencial Projetual:

Junção de referências e estudos de caso cujo as ideias serviram de apoio para o desenvolvimento do projeto.

Levantamento de Dados:

Escolha da região seguida da escolha do terreno e todas as informações necessárias para dar seguimento ao projeto.

ESTRUTURA


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Considerações Finais:

Conclusões relacionadas a todo o estudo no geral seguido da bibliografia.

Proposta:

Capítulo sobre o desenvolvimento do projeto, assim como o programa e necessidades, desenhos arquitetônicos, croquis e todas as suas características funcionais

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História do Edifício:

Informações sobre o patrimônio escolhido, edifício Jayme Loureiro. Contando desde a sua história até os desenhos arquitetônicos de 1927.

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INTRODUÇÃO


FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Antigamente, o turismo poderia ser considerado restrito à uma parte da população mundial, no qual apresentavam condições suficientes para usufruir desse setor. No entanto, essa ideia inicial vem mudando com o passar do tempo, e a indústria do turismo vem crescendo consideravelmente. O turismo é um setor econômico que vem se expandindo em todo o país, em virtude de seu papel relevante no desenvolvimento social e econômico, gerando renda e empregos. Dentre os diversos motivos que levam ao desenvolvimento da atividade turística, podemos considerar os principais como lazer, estudo, negócios e eventos. Segundo o Ministério do Turismo, o Brasil é um dos destinos mais escolhidos pelos estrangeiros, e, o Estado de São Paulo, é o 4° destino mais visitado para o Lazer e o 1° para Negócios/Convenções.

Desembarques Internacionais

Desembarques Domésticos

Receita Cambial

Desembarque Internacional de passageiros - Jan a Dez 2015 a 2017

Desembarque Nacional de passageiros - Jan a Dez 2015 a 2017

Gastos de turistas no Brasil (U$ milhões) - Jan a Dez 2015 a 2017

Fonte: http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/

O turismo no Brasil representa 3,7% do PIB brasileiro (dados retirados do Ministério do Turismo até o ano de 2012), no qual tem papel fundamental na sua economia e até mesmo na geração de novos empregos. Até 2012 foram totalizados em média de 2 milhões de empregados no setor do turismo, incluindo nessas informações serviços de hotelaria, agências de viagens, companhias aéreas, transporte, lazer, entre outros. Participação do Turismo na Economia Brasileira

Fonte: WTTC (2013)

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Com o crescimento do mercado de turismo recorrente ao barateamento das viagens junto ao melhoramento dos transportes e vias, é inevitável a necessidade de novas tipologias de hospedagem, visando atender diversas classes sociais. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ministério do Turismo, o interesse de turistas estrangeiros no Brasil por campings ou Hostels aumentou de 1,6% em 2004 para 6% em 2016, e vem ganhando cada vez mais espaço nos dias de hoje pela juventude. Distribuição dos tipos de Hospedagem

Fonte: Ministério do Turismo

Hostel é um tipo de hospedagem que se caracteriza pelos preços convidativos e pela socialização entre os hóspedes. Além disso, para que o estabelecimento seja considerado um Hostel, é necessário que a unidade de alojamento predominante seja o dormitório. Segundo estudos realizados pela EMBRATUR, um Albergue/Hostel é considerado “Meio de hospedagem peculiar de turismo social, integrado ao movimento alberguista nacional e internacional, que objetiva proporcionar acomodações comunitárias de curta duração e baixo custo com garantia de padrões mínimos de higiene, conforto e segurança (EMBRATUR, 1987) ”.

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FUNDAMENTAÇÃO HISTÓRICA Em uma pesquisa, foram encontradas mais de 60 opções de Hostels no Estado de São Paulo, cada um com as suas particularidades. Considerado o 4° destino mais visitado para o Lazer, São Paulo é um dos principais polos culturais do mundo, carregado por patrimônios históricos e paisagens arquitetônicas. A criação de um Hostel deve ser definida por uma estratégia. Dentre elas podemos encontrar Hostels sustentáveis, Hostels que possuem baladas ou comércio, Hostels familiares, entre outros. Como esse tipo de habitação não possui necessariamente uma regra, a variedade entre eles é infinita. Para este programa, a escolha foi por um Hostel voltado para o Patrimônio Histórico. Como seria para um turista se hospedar em um marco da cidade? A partir disto, foi feita uma pesquisa mais detalhada para o tipo de alojamento citado.

Fonte: http://www.saopaulo.sp.gov.br/tag/condephaat/

De acordo com o Ministério do Turismo, um “Hotel Histórico” é classificado da seguinte maneira: “Instalado em edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida. Entende-se como fatos histórico-culturais aqueles tidos como relevantes pela memória popular, independentemente de quando ocorreram, podendo o reconhecimento ser formal por parte do Estado brasileiro, ou informal, com base no conhecimento popular ou em estudos acadêmicos. ” O termo Patrimônio Histórico foi criado em 1937 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura, que consiste em proteger e preservar os bens históricos e culturais presentes no nosso país, desde edificações a monumentos. Já quando utilizamos o termo de “Bens Tombados”, isso significa que uma vez tombado, esses bens não podem ser demolidos ou reformados, entretanto, podem passar por um processo de restauração ou manutenção, sem que suas características originais desapareçam.

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REFERÊNCIAS


REFERÊNCIAS NACIONAIS Museu Rodin Bahia implantado no Palacete Comendador

Arquiteto: Brasil Arquitetura - Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci Ano da Obra: 2006 Local: Salvador, Bahia Fonte: https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto.aspx?idProject=2799&escritorio=brasil-arquitetura_&projeto=museu-rodin-bahia

Museu da Língua Portuguesa

Arquiteto: Pedro e Paulo Mendes da Rocha Ano da Obra: 1996 Local: Luz - São Paulo, SP Fonte: http://noticias.universia.com.br/cultura/noticia/2017/10/25/1156298/reconstrucao-museu-lingua-portuguesa-lanca-novo-site.html

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Pinacoteca

Arquiteto: Ramos de Azevedo Ano da Obra: 1900 Local: Luz - São Paulo, SP Fonte: http://cadeiravoadora.com.br/pinacoteca-do-estado-de-sao-paulo/

We Hostel Design

Reformado por: Felipe Hess, Rodrigo Marangoni e Ana Spina Casarão do ano de: 1926 Local: Vila Mariana - São Paulo, SP http://wehostel.com.br/

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Teatro Oficina

Arquiteta: Lina Bo Bardi Ano da Obra: 1982 Local: Bixiga - São Paulo, SP Fonte: http://espacocenografico.com.br/portfolio/arquitetura-teatro-oficina/

Cinemateca Brasileira

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Arquiteto: Alberto Kuhlman / Nelson Dupré Ano da Obra: 1940 / 2000 Local: Vila Clementino - São Paulo, SP Fonte: https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/nelson-dupre-centro-cultural-17-03-2009

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Teatro Engenho Central

Arquiteto: Brasil Arquitetura Ano da Obra: 2009 Local: Parque do Engenho Central - Piracicaba, SP Fonte: http://brasilarquitetura.com/#

The Hostel Vila Mariana

Arquiteto: NĂŁo encontrado Ano da Obra: 1926 Local: Vila Mariana - SĂŁo Paulo, SP https://www.thehostelvilamariana.com.br/pt-br/o-hostel?page_id=2704601

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REFERÊNCIAS INTERNACIONAIS Hostel FLOW

Arquiteto: PRTZN Arquitetura Ano da Obra: 2016 Local: Budapeste, Hungria Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/880352/hostel-flow-prtzn-architecture

The Hipstel

Hostel que fiquei hospedada em Barcelona Período da Obra: Século XIX Local: Barcelona, Espanha Fonte: https://www.hostelworld.com/hosteldetails.php/The-Hipstel/Barcelona/63401?datFrom=2018-06-06&dateTo=2018-06-09&number_of_guests=2&origin=microsite

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Intervenção Plaza de La Pescadaría

Arquiteto: Mariñas Arquitetos Ano da Obra: 2009 Local: Sevilla, Espanha Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-40215/intervencao-na-plaza-de-la-pescaderia-sevilha-marinas-arquitectos-asociados

Hi Munich City

Hostel que fiquei hospedada em Munique, originalmente era uma escola Período da Obra: Século XIX Local: Munique, Alemanha Fonte: https://www.hihostels.com/pt/hostels/munchen-city

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New Generation

Hostel que fiquei hospedada em Milão Ano da Obra: Não encontrado Local: Milão, Itália Fonte: https://pt.hostelbookers.com/albergues/italia/milao/102321/

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ESTUDOS DE CASO


HOSTEL SANTINI PRAGUE Em 2017 fui à Europa para um mochilão e tive a oportunidade de conhecer várias cidades. Em Praga, na República Checa, o Hostel Santini Prague foi a nossa opção de estadia. O edifício me chamou a atenção logo de cara, mesmo sendo muito antigo o prédio estava super bem conservado. O Hostel está localizado no maior e mais importante centro da cidade, e foi um dos principais motivos que fizeram seguir o tema para o trabalho de conclusão.

https://www.hostelsantiniprague.com/gallery

Sua localização previlegiada está a poucos minutos da famosa Ponte Carlos e o Castelo de Praga, além da Cidade Velha e outras incríveis arquiteturas, como a Casa Dançante de Frank Gehry. O edifício foi construído no século XVII e é de estilo barroco. Foi a antiga residência do arquiteto Jan Blazej Santini - Aichel. Após sofrer algumas restaurações, hoje quem optar por passar uma temporada em Praga, terá a opção de se hospedar em um palácio de mais de 300 anos. Seu interior é super bem organizado e adaptado para um Hostel, de ambientes que se misturam com o que é novo e antigo, criando uma atmosfera única. Mesmo tendo uma área não muito grande, o Hostel possui uma área comum muito agradável durante o dia (localizada no térreo) que se transforma em um PUB nos finais de semana.

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MM GERDAU - MUSEU DAS MINAS E DO METAL Ocupado por um imóvel histórico na praça da liberdade, o Museu das Minas abriga um importante acervo sobre as principais atividades da região, a mineração e metalurgia. O edifício foi inaugurado em 1897 projetado para ser a Secretaria do Interior e foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).

O museu faz parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade e sua implantação é resultado da parceria entre o Governo do Estado de Minas Gerais e a EBX Investimentos. Na foto ao lado o edifício é chamado de Prédio Rosa, no qual sofreu uma intervenção importantíssima em 2010 no qual auxiliou no desenvolvimento do meu projeto.

O edifício foi totalmente restaurado e adequado para habilitar o projeto arquitetônico de Paulo Mendes da Rocha e o projeto museográfico de Marcello Dantas. A intervenção constitui em volumes envidraçados contendo elevadores e escadas, blocos em forma de U e um revestimento metálico.

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/404549978998919368/?lp=true

Foi usada a parte posterior do edifício para aumentar o pavimento, criando um pátio interno com um pé direito do edifício inteiro. Um dos pontos principais foi implementar um sistema de circulação eficiente

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Além da intervenção que serviu como uma importante referência, chegamos a parte que foi essencial para o desenvolvimento do meu anexo, a cobertura envidraçada com estrutura metálica de vigas-calha.

Fonte: http://www.mmgerdau.org.br/

Esse sistema é utilizado como elemento para coletar águas pluviais podendo também servir como suporte para coberturas. Unindo-se com o vidro, torna uma solução prática e eficiente para a iluminação local.

Fonte: http://www.construtorauni.com.br/portfolio/projeto/14/Gerdau+Museu+das+Minas+e+dos+Metais/Paulo+Mendes+da+Rocha+e+Pedro+Mendes+da+Rocha

Corte - Projeto Arquitetônico Museu das Minas

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LEVANTAMENTO DE DADOS


A REGIÃO A escolha do lote pode ter sido considerada como o partido do projeto. A partir de uma pesquisa pela localização dos Hostels na cidade de São Paulo, foi identificado que a maioria desse tipo de hospedagem estava localizado na Zona Oeste e Centro-Sul da cidade, mais especificamente os bairros: Alto de Pinheiros, Lapa, Vila Madalena, Pompeia, Jardim Paulista, Vila Mariana e Paraíso.

Fonte: https://www.hostelworld.com – Disposição dos Hostels existentes em SP de acordo com o site.

A partir dai, a ideia seria realocar esses turistas, trazendo-os para o Centro da cidade. Logo, podemos encontrar os seguintes distritos: Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Liberdade, República, Sé e Santa Cecília. Nos meados da década de 90, o centro de São Paulo passou por um processo de revitalização (ainda constante) em várias áres, dentre elas, a recuperação social, econômica, turística e cultural. Centros culturais como a Pinacoteca, Museu da Língua Portuguesa, Teatro Municipal, Sala São Paulo, entre outros, foram criados ou recuperados. Além disso, é nessa região que podemos encontrar inúmeros edifícios de valor cultural e histórico. Como definição da escolha pelo distrito para a implantação do projeto, foram selecionadas os seguintes requisitos: transporte e equipamentos urbanos presentes. Dentre as alternativas, a região da República foi a que mais se adequava com os requerimentos do projeto.

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A República teve origem no início do século XX e é chamada de Centro Novo da capital paulista. A região é atendida pela linha vermelha e amarela do metro, e seus principais equipamentos urbanos vem desde praças e edifícios históricos a shoppings e teatros.

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Feita a escolha da região, o próximo objetivo seria a escolha do edifício. Ele deveria ser considerado um patrimônio tombado em quaisquer grau de tombamento, desde que a reabilitação fosse possível. Além disso, deveria ser próximo a estação, para que o programa, que é voltado excepcionalmente para o turista, fizesse sentido nesse ponto da mobilidade. O trajeto foi mapeado saindo da Estação da República em sentido a Praça das Artes, pelas ruas: rua Sete de Abril, rua Bom José de Barros, rua Barão de Itapetininga, rua Conselheiro Crispiniano até chegar na rua São João.

No trajeto percorrido, foram selecionados oito edifícios em potencial, localizados na imagem abaixo.

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Fotos dos edifĂ­cios em potencial

Fonte: Fotos autorais

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Dentre esses oito, três foram separados em polos e estudados particularmente, como sua área e como o edifício comportaria o programa do Hostel.

Edifícios selecionados:

Tendo como finalistas os cinco edifícios acima, o próximo fundamento utilizado foi para a escolha do edifício mais antigo. Sendo assim, o selecionado foi o Edifício Glória de 1928 (4° edifício da esquerda para direita). Devido a questões do material do prédio ser inacessível, um novo estudo teve que ser feito. Foi optado por estudos mais aprofundados pelas ruas em si, e então, para começar uma nova pesquisa por edifícios tombados. Dentre o novo trajeto e as vias próximas a estação de metro, a rua escolhida foi a Rua Sete de Abril.

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RUA SETE DE ABRIL A região central de São Paulo é palco de uma série de contrastes sociais. Antes considerada como uma região nobre da cidade, hoje é vista como desordenada e um tanto caótica. Para amenizar o impacto que esse crescimento desordenado pode causar, foi desenvolvido pela Prefeitura de São Paulo, em 2015, um Projeto Piloto que transformou a intransitável rua Sete de Abril em um calçadão. A rua que, originalmente, era transitável apenas para pedestres e foi aberta para veículos. Agora, voltando ao ser perfil inicial.

Fonte: http://www.karlacunha.com.br/calcadao-na-rua-sete-de-abril/

A proposta visava privilegiar o pedestre, minimizando o tráfego de veículos e melhorando as condições de uso desse espaço. A rua apresentava problemas como irregularidade de piso, desordem das tampas de inspeção, largura restrita das calçadas, acúmulo de lixo nas áreas de borda e ausência de equipamentos urbanos como bancos, luminárias e lixeiras. A rua liga a Praça da República à rua Xavier de Toledo.

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Fonte Foto 1: https://midiaindependente.org/pt/red/2005/10/332403.shtml Fonte Foto 2: http://www.karlacunha.com.br/calcadao-na-rua-sete-de-abril/

“A ideia principal consiste em transformar a via em calçadão único, eliminando a divisão entre calçadas e leito carroçável e, a partir desta transformação, inicia-se a organização dos fluxos principais, estabelecendo, através de elementos de piso, as faixas compartilhadas, faixas exclusivas de pedestres, faixa de mobiliário urbano, piso tátil e linha de captação de águas. ”

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Fonte: http://www.karlacunha.com.br/calcadao-na-rua-sete-de-abril/

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HISTÓRIA DO EDIFÍCIO Definida a rua, o próximo passo seria semelhante ao inicial, trafegar a via e mapear os ediícios históricos encontrados nela. O prédio selecionado foi um belo edifício de grande porte e fachada que chama atenção pela sua estética antiga, localizado na rua Sete de Abril, número 235, nomeado Edifício Jayme Loureiro. Seu entorno é predominantemente comercial e sua distribuição em relação ao gabarito de altura é bem homogêneo, sendo acima de doze pavimentos.

O edifício foi projetado por Ramos de Azevedo, originalmente para ter uso residencial. Foi fundado em 1927 e conservado até hoje. Possui cinco andares acoplando sessenta salas. Passou por algumas reformas e atualmente seu uso é comercial. De carater familiar, a construção foi feita para o próprio Jayme Loureiro e hoje em dia é administrado pelo seu bisneto Fernando Figueiredo. O edifício foi tomado pelo Condephaat em 1994 e faz parte do patrimônio histórico da cidade. É muito bem conservado e carrega como uma das suas principais características elevadores com portas pantográficas. A construção possui no térreo restaurante e lojas, um caráter muito comum na região. Além disso, é vizinho da praça Dom José Gaspar e a Galeria Metrópole. A construção possui um total de 6.000m² de área.

Fonte: Fotos autorais

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O edifício pode ser considerado como um marco histórico da região. É constituído por um espaço amplo e um acabamento primoroso com mármore e vitrais, além de seus vazios internos, sendo uma forte característica da edificação.

Fonte: Fotos autorais

Construído a mais de 80 anos, foi um dos primeiros edifícios de São Paulo a possuir elevador. Com cinco andares, o edifício abriga dois dos mais antigos elevadores da Atlas Schindles. São dois elevadores panorâmicos com porta pantográfica, o mesmo que costumamos ver em filmes de época e que ainda tem a tradiconal figura do ascensorista quem opera as portas, já como esses equipamentos não podem ser modernizados por serem tombados.

Fonte: Fotos autorais

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DESENHOS ARQUITETÔNICOS DE 1927 Foi disponibilizado pelo Edifício todo o arquivo original do projeto de Ramos de Azevedo do Edifício Jayme Loureiro. Desde plantas e corte, ao detalhamento da fachada.

Planta do Subsolo

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Planta do Térreo

Corte Longitudinal

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Planta Tipo

Detalhamento da Fachada

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O PROJETO


PROPOSTA O edifício carrega um grande potencial para acolher um projeto de um Hostel Histórico, justamente pela sua história e pelo seu porte. Além disso, por ser uma construção de uso residencial, originalmente, e logo depois obteve uso comercial, dar um novo uso ao edifício seria favorável. A ideia seria manter toda a estrutura original do prédio e suas principais características (malha estrutural, circulação vertical, fachada e vazios internos), e modular paredes novas para auxiliar no novo projeto. O térreo, que atualmente contém comércio, foi o que mais sofreu alterações. Nele abrigará de um lado toda a administração do Hostel, acolhimento dos hospedes, espaço web, guarda volumes, café e duas recepções, uma para a entrada do Hostel e uma que levará direto ao terraço, onde será projetado um anexo no edifício. Depósito/almoxarifado e a lavanderia foram reservadas para ficarem no subsolo da edificação. O outro lado abrigará lojas, para atrair a movimentação do público com essa característica comum da região com galeria no térro, levando para uma passagem direta a Galeria Metrópole. Para isso, a parede dos fundos do prédio que divide os terrenos será retirada, assim como 2 lojas que estarão nesse trecho. O Hostel foi projetado para alojar 160 hóspedes, e para isso o primeiro pavimento foi reservado para um refeitório grande, assim todos ficariam confortáveis. Na parte de trás foi projetado uma sala de jogos e um boliche. Os restantes dos pavimentos (2° ao 5°) foi reservado para ser toda a área habitacional, sendo dormitórios mistos compartilhados, dormitórios femininos e masculinos compartilhados, e suítes. O edifício possui dois elevadores originais da época, porém apenas o social funciona, já o elevador dos fundos (de serviço) está parado. Essa área se tornou uma área de acomodar entulhos. Portanto, neste caso, a ideia seria restaurar o elevador para que pudesse atender aos funcionários e a parte administrativa. Além disso, será implantado mais 2 elevadores nas laterais, um no térreo que levará direto ao terraço e um de carga. Por fim o terraço, de carater social, acolheria o projeto de um anexo ao edifício, onde será projetado uma Balada/PUB, com uma ideia de espaço livre e aberto, tendo acesso público. Para isso, será feita uma nova estrutura seguindo a mesma malha estrutural do prédio, sendo ela em madeira chumbada no concreto, assim evitaria atingir a estrutura original e daria estabilidade para à estrutura nova. Onde for laje permanecerá e onde for telhado será a nova cobertura envidraçada de vigas-calha.

ACESSO PRINCIPAL

ADMINISTRAÇÃO

USO COMUM

ÁREA HABITACIONAL

Recepção Hostel

Escritórios

Refeitório

Dorm. Femininos

Recepção PUB

Sala de reunião

Sala de Jogos

Dorm. Masculinos

Café

Copa

Boliche

Dorm. Mistos

Acolhimento

Sanitários/Vestiários

Área de Convívio

Suítes

Espaço Web

Sanitários Coletivos

ACESSO PRINCIPAL

ADMINISTRAÇÃO

USO COMUM

ÁREA HABITACIONAL

Recepção Hostel

Escritórios

Refeitório

Dorm. Femininos

Recepção PUB

Sala de reunião

Sala de Jogos

Dorm. Masculinos

Café

Copa

Boliche

Dorm. Mistos

Acolhimento

Sanitários/Vestiários

Área de Convívio

Suítes

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IMPLANTAÇÃO | ESC.: 1/750

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Além da sua localização privilegiada, o edifício Jayme Loureiro é vizinho da Galeria Metrópole, trazendo assim uma composição interessante ao projeto do Hostel. Com a ideia de continuar a linguagem da região sobre galerias e passagens diretas pelo térreo, o indivíduo que estiver na rua Sete de Abril poderá andar pela galeria Jayme Loureiro até chegar na Galeria Metrópole, por um trajeto prático e direto.

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PLANTA TÉRREO | ESC.: 1/250

PLANTA ORIGINAL LEGENDA 1. RECEPÇÃO BALADA/PUB 2. RECEPÇÃO HOSTEL 3. CAFÉ 4. COZINHA 5. ACOLHIMENTO 6. SANITÁRIOS 7. GUARDA-VOLUMES 8. ESPAÇO WEB 9. ADMINISTRAÇÃO 10. SALA DE REUNIÃO 11. COPA 12. SANITÁRIO 13. GALERIA

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O térreo do edifício é dividido em duas partes, do lado esquerdo da planta encontramos o acesso principal ao Hostel, com acolhimento para o hóspede, café, guarda volumes, e administração, para que o turista tenha todo o suporte necessário. O lado direito, encontram-se as galerias, pensadas especialmente para o público no geral. Além disso, temos também uma recepção separada que levará direto ao PUB, no terraço.


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PLANTA 1° PAVIMENTO | ESC.: 1/250

PLANTA ORIGINAL

LEGENDA 14. REFEITÓRIO 15. SANITÁRIOS 16. SANITÁRIO ACESSÍVEL 17. COZINHA 18. SALA DE JOGOS 19. BOLICHE 20. MANUTENÇÃO

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O primeiro pavimento foi reservado para ser feito um amplo refeitório, dessa forma acomodaria agradavelmente todos os hóspedes, e conta com o apoio de uma cozinha grande e sanitários femininos, masculinos e um acessível. Além disso, o andar possui também uma sala de jogos e boliche, localizado aos fundos.


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PLANTA 2° AO 5° PAVIMENTO | ESC.: 1/250

PLANTA ORIGINAL LEGENDA 21. CONVÍVIO 22. DORMS. MISTOS 23. SUÍTES 24. DORMS. FEMININOS 25. DORMS. MASCULINOS

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Os próximos andares, que vão do 2° ao 5° andar, acomoda toda a área habitacional do Hostel. Foi projetado para acolher aproximadamente 160 hóspedes. O pavimento foi separado em módulos. A primeira parte temos dois quartos compartilhados mistos, um de cada lado, e logo em seguida estão as suítes, no total são quatro. Da metade do terreno para trás, modulos de quartos compartilhados femininos e masculinhos. Foi projetado nos quartos compartilhados nichos em paredes baixas, sendo praticamente um mobiliário pensado para o maior aproveitamento do espaço e auxiliando na organização do hóspede.


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PLANTA TERRAÇO | ESC.: 1/250

PLANTA ORIGINAL

LEGENDA 26. ÁREA COBERTA 27. SANITÁRIOS 28. ÁREA DESCOBERTA

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Enfim o terraço do edifício que foi reformado para receber o novo anexo que irá acolher o PUB. Foi pensado para ser um local livre. Para continuar a caracterísca do prédio dos vazios internos, foi mantido alguns dos pilares da malha estrutural original e feito guarda-corpos, assim continuaria a circulação de ar para os restantes dos pavimentos. Na parte de trás foi feito um simples jardim com deck de madeira, que seria a parte descoberta do terraço.


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PLANTA COBERTURA | ESC.: 1/250

DETALHAMENTO

A nova cobertura foi pensada cautelosamente. Sendo um prédio construído em 1927, a primeira opção foi eliminar estruturas de materiais pesados. Após definir quais pilares subiriam a partir da malha original, o próximo passo seria qual material usar, e foi optado por pilares de madeira. Para isso, teria que chumbar a madeira no concreto, evitando assim atingir a estrutura antiga e dando estabilidade a estrutura nova. Para o ‘tampo’, foi pensado em uma cobertura envidraçada composta por vigas-calha. Essas vigas, que tem características em V, fazem o papel de auxiliar no caimento das águas pluviais, e, juntas ao vidro, formam um telhado eficiente e sofisticado.

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CORTE LONGITUDINAL | ESC.: 1/250

DETALHAMENTO


CORTE PROJETO ORIGINAL

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CORTE TRANSVERSAL E LONGITUDINAL

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RELEITURA DA FACHADA ORIGINAL

DETALHAMENTO

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BIBLIOGRAFIA


http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/ http://www.embratur.gov.br/ http://www.classificacao.turismo.gov.br/MTUR-classificacao/mtur-site/Entenda?tipo=1 https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/09/09/sp-rua-7-de-abril-sera-fechada-para-carros-e-transformada-em-calcadao.htm http://condephaat.sp.gov.br/ http://portal.iphan.gov.br/ http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/rua-sete-de-abril-tera-novo-calcadao/ http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/2016/11/1828340-nova-calcada-da-7-de-abril-e-alvo-de-queixas.shtml https://spcity.com.br/serie-avenida-paulista-do-palacete-jayme-loureiro-ao-ed-paulista-1000/ https://www.hostelworld.com https://midiaindependente.org/pt/red/2005/10/332403.shtml http://www.karlacunha.com.br/calcadao-na-rua-sete-de-abril/ https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto.aspx?idProject=2799&escritorio=brasil-arquitetura_&projeto=museu-rodin-bahia http://noticias.universia.com.br/cultura/noticia/2017/10/25/1156298/reconstrucao-museu-lingua-portuguesa-lanca-novo-site.html http://brasilarquitetura.com/# http://espacocenografico.com.br/portfolio/arquitetura-teatro-oficina/ https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/nelson-dupre-centro-cultural-17-03-2009 http://cadeiravoadora.com.br/pinacoteca-do-estado-de-sao-paulo/ https://www.archdaily.com.br/br/01-40215/intervencao-na-plaza-de-la-pescaderia-sevilha-marinas-arquitectos-asociados https://www.archdaily.com.br/br/880352/hostel-flow-prtzn-architecture https://www.hostelworld.com/hosteldetails.php/Hostel-Santini-Prague/Prague/65053?dateFrom=2018-06-06&dateTo=2018-06-09&number_of_guests=2 https://www.hostelsantiniprague.com/ http://www.mmgerdau.org.br/sobre-o-museu/ http://www.mmgerdau.org.br/explore-o-museu/o-predio-rosa/ https://www.anualdesign.com.br/saopaulo/projetos/1264/museu-das-minas-e-do-metal/

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC, 2018


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