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PREFÁCIO

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DOS AUTORES

DOS AUTORES

A noção de fotografia contemporânea amazônica – sem a pretensão de determinarmos o momento do seu nascimento e a delimitarmos rigorosamente – de certo tem como uma de suas experiências mais estruturantes as atividades e referências geradas pelo grupo FotoAtiva, criado em Belém em 1983/84.

Foi com uma palestra sobre este tema que iniciamos o projeto Seminários 3x3: Fotografia Contemporânea Amazônica no Palácio da Cultura Nenê Macaggi em Boa Vista (rr). E este livro tem como propósito ser a memória escrita e visual do evento, realizado entre setembro/ outubro de 2015, apresentando uma parcela deste repertório integrante da fotografia brasileira atual, intercambiando saberes, por meio de artistas e pesquisadores, entre os estados de Roraima, Pará e Amazonas. Buscamos também ofertar aos públicos de cada uma das três capitais o ineditismo na escolha dos palestrantes ou nos conteúdos.

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A apresentação sobre a FotoAtiva foi conduzida por Luciana Magno, baseada em sua dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Pará. Poderíamos também observar esta palestra – e a própria realização destes seminários como um todo – pelo viés do momento em que o Norte brasileiro começa a colher frutos consistentes dos primeiros programas de pós-graduação voltados às Artes Visuais em universidades públicas – além, é claro, da implementação de graduações recentes, como em Roraima e Rondônia.

Complementando a programação em Boa Vista, participaram dois dos mais destacados nomes da arte contemporânea brasileira e que de maneiras distintas abordam a região e/ou nela vivem: Alexandre Sequeira e Rodrigo Braga.

A partir dai, mais experiências fotográficas puderam ser conferidas nos ciclos de palestras realizados em Belém (pa), no Museu da ufpa, e em Manaus (am), no Museu Paço da Liberdade.

Em Manaus, podemos considerar o contexto da criação fotográfica apurada. O que não faz com que o cenário deixe de se ressentir por um debate crítico mais intensificado. Assim, a programação foi acrescida de uma rica Leitura de Portifólios, aberta à comunidade, com apreciação dos curadores belenenses Mariano Klautau Filho (Unama) e Orlando Maneschy (ufpa). No momento de apresentarem suas palestras, ambos dedicaram-se à dividir suas trajetórias à frente das importantes iniciativas do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia e da Coleção Amazoniana de Arte da ufpa, respectivamente.

Puderam ser expostas em Belém algumas das mais significativas expressões do repertório amazonense e boavistense. Um encontro aguardado por ambas as partes; público e expositores, dada a novidade destas falas naquele contexto. Estas foram proporcionadas pela ótica dos próprios fotógrafos convidados (Raphael Alves, Alex Pazuello), pelo também curador Cristovão Coutinho que marcou época à frente da Galeria da Ufam, e pela mediação de pesquisadores que buscaram em suas análises traçar um panorama ou se aprofundar em algum caso (Anderson Paiva, Sávio Stoco).

Cientes de que as escolhas da comissão acadêmica responsável pelos seminários – formada por Orlando Maneschy, Anderson Paiva (ufrr), Ricardo Agum (Fiocruz – am) e por mim – não pretendeu ser totalitária ou unicamente valorativa, buscamos também interagir de uma forma dinâmica e instigante, embaralhando inclusive qualquer ideia unívoca de contemporaneidade. Este tipo de noção, muitas das vezes, aplicada rapidamente a partir de outros contextos, seja estrangeiro ou nacional, corre o risco de deixar de lado particularidades tão significativas que dizem respeito à visualidade de cada localidade, como pudemos ouvir e debater e poderemos agora ver e ler aqui nestas páginas.

Sávio Stoco, proponente

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