Bossa #3 Junho 2016

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editorial

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JoĂŁo Compasso


EDITOR Frente a um momento tão difícil vivido por nosso país, arrancamos para a nossa terceira edição. Como disse o Cônsul do Brasil em Madri, o Embaixador Paulo Alberto, “a arte é a nossa maior arma política”. Diante de todo este complicado cenário no Brasil, expomos aqui a nossa arma: nossa arte. A edição de junho é, sem dúvida, uma das mais belas, charmosas e talentosas. A nossa primeira capa feminina – já estava mais do que na hora – não só exalta a beleza, mas o talento. Chega a ser ultrajante dizer que Roberta Sá, nos últimos 10 anos, tornou-se a nova queridinha da música popular brasileira. A moça é uma explosão de musicalidade de tal forma, que o seu trabalho foi reconhecido em 2008 com a indicação ao Grammy Latino, e ainda através do título de melhor cantora de 2012 pelo Prêmio da Música Brasileira. Com shows marcados por toda a Europa, Roberta fará uma única apresentação na Espanha, que acontecerá em Madri, no dia 25 de junho, na Sala Arena. Quem também fará uma mini turnê espanhola este mês é o Kbelinho do Cavado, que ficará apenas três dias para o lançamento do seu novo CD. A política abordada por outro prisma e marcada pela produção artística é a proposta da nossa colaboradora Fernanda Medeiros. Em um momento histórico vivido pelo Brasil, seria uma negligência ficarmos imunes aos acontecimentos. Participe, ouça, leia, consuma BOSSA!

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SUMáRIO 20 – BOSSA FM Ellas

8 – Entrevista Entre as estrelas

Um dos brasileiros mais badalados do meio do futebol em Barcelona não é um jogador e sim, um mordom

12 – Rio#16

A Tocha olímpica já está no Brasil

Durante 95 dias, 12 mil pessoas participam do revezamento da Tocha Rio 2016. Saiba por onde ela passará e na contagem regressiva para os jogos.

16 – Soul brasileiro

Ramiro Pinheiro encanta Barcelona com a sua brasilidade

Um dos músicos mais respeitados e conhecidos de Barcelona acaba de lançar o seu novo CD, Duo Brasil: Corda & Vento

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Conheça o Ellas. A carioca Marina Santo conversa em espanhol com diferentes mulheres que estão deixando sua marca na cidade de Madri através de seus projetos e filosofia de vida.

26 – Be Natural

TOP 5: PELE DE VERÃO

Verão chegou e a proteção do sol deve ser redobrada. Conheça proteções e soluções naturais que sua pele agradecerá.

30 – Samba

Roberta Sá É puro delírio em sua turnê pela Europa Não é todo dia que uma das maiores cantoras do Brasil da nova geração faz show na Espanha. Aproveitando sua estância, a BOSSA entrevista a moça em exclusivo.


Capa Foto: Divulgação do artista Execução: Gonzalo López de Egea Idealização: Trasto Creativo

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46 – Agora 34 – Especial

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES

O momento crítico vivido no Brasil não poderia passar imune pela BOSSA. Com muita poesia, respeito e neutralidade se analisou por uma ótica diferente a situação política do Brasil.

38 – That Good Trip

Rota de Don Quixote, um caminho pela literatura de Cervantes

No ano que se comemora os 400 anos da maior obra do escritor espanhol, Cervantes, a aventureira Suzana Paquete, preparou um caminho cheio de literatura e encanto.

42 – Foodlovers

Espanha, um país para se comer…

Essa matéria assinada pela Tati Sato é um espaço para os amantes da comida. No seu primeiro número, ela escolheu uma das iguarias espanholas mais famosas, croquetas.

Kbelinho do Cavaco lança ‘Minha História’ na Espanha Um dos músicos brasileiros mais reconhecidos e queridos entre a comunidade brasileira na Espanha volta para lançar o seu CD. Kbelinho fará shows no segundo final de semana de junho.

58 – Gurmet

Torta alemã sem glúten

Uma receita fácil e deliciosa para os que tem intolerância glúten. .

64 – Quixote Macunaíma

Política deveria ser uma arte e não uma ciência exata: fazer mais amigos que inimigos. Antes de brigar com amigos ou familiares por causa da política brasileira, respire, conte até cinco e leia o artigo do Flávio Carvalho.

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staff DIRETOR João Compasso EDITORA BARCELONA Daniela Pacheco REDAÇÃO Clarice Compasso Daniela Pacheco DESIGNER Gonzalo López de Egea Gómez - Trasto Creativo. COLABORAÇÃO Flávio Carvalho, Juliana Bezerra, Rafaella Marques, Tahone Jacobs, Luzie Lima, Suzana Paquete. Michele Vasconcelos, Rodrigo da Matta, Fernanda Medeiros, Tati Sato, Aline Navarro REVISIÃO Claúdia Maciel e Luciana Gonçalves Lima CONTATO editor@revistabossa.com +34 64 007 41 77

DEPÓSITO LEGAL M-10540-2016 As opiniões expressas por nossos colaboradores são de responsabilidade exclusiva dos mesmos.

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entrevista

Daniela Pacheco

Entre as estrelas… Um dos brasileiros mais badalados do meio do futebol em Barcelona não é um jogador e sim, um mordomo.

Mauro destaca a relação de confiança com seus clientes.

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O relógio já marcava a hora combinada do encontro. O local escolhido é um dos mais charmosos de Barcelona, o “Cachitos da Rambla Diagonal”, que oferece, no meio do caos barcelonês, um lugar tranquilo e atraente para um coquetel à tarde. Quando recebo uma mensagem dizendo: “Estou aqui. E você?”. Antes de ter tempo de responder, escuto uma voz segura, pausada e formal, “Sei que é você”. Levanto a cabeça, me deparo com um homem alto, de sorriso largo e penso: esse é o tão conhecido e misterioso Mauro Leitão, o assistente pessoal das estrelas. Na realidade, ao perguntar qual é a sua profissão, ele prontamente responde: “sou mordomo”. Sem sombras de dúvidas, estava diante de uma das figuras mais enigmáticas e conhecidas da cidade, não só por promover eventos badalados em Barcelona, mas porque, ao falar, parece que sempre busca desesperadamente colocar cada palavra em seu devido lugar. E o que faz um mordomo nos dias de hoje? Pergunto curiosa. “O mordomo moderno tem diferentes papeis e precisa estar preparado para além de gerir a casa do cliente. Ser um secretário, assistente pessoal, chefe de cozinha, cuidar da agenda, organizar festas, fazer compras, dar conselhos, cuidar do figurino, acompanhar em eventos, e, em alguns casos, até cuidar do cabelo, maquiagem e figurino, são hoje atividades que fazem parte do ofício”, explica Mauro. Segundo informações, na Liga Nacional dos Mordomos do Reino Unido, existem hoje mais de 70 mil profissionais qualificados em todo o mundo. Porém, atualmente este segmento está em franca recuperação, em especial, depois de um período de decadência no pós-guerra. Muitos são os ricos e milionários que procuram esse tipo de profissional. Ao começar a conversa, ele pontua sua preocupação com o horário por sua agenda estar

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Entre muitos, Mauro já serviu Ronaldo Fenômeno, Neymar, Shakira e Dani Alves

bem concorrida nos últimos dias. Naquele, se dividia entre a preparação para sua viagem a Ibiza, onde costuma passar uma temporada anual de cinco meses e estava com hóspedes em seu apartamento; e o aniversário de um dos seus clientes, cujo bolo era de sua responsabilidade. Com um sorriso nos lábios, ele comenta, “gosto muito dos meus clientes, mas, o importante neste segmento é a relação de confiança. Cheguei em Barcelona para trabalhar com o jogador Deco e aqui me encontrei. Amo viver na capital da Catalunha. Depois, quando ele (Deco) voltou para jogar no Brasil, ainda tentei voltar para lá. Mas, não consegui, não me adaptei”. “Hoje em dia, tenho minha carteira de clientes, meu apartamento, meus amigos, tudo aqui. Antes, trabalhava como mordomo 24 horas ao dia. Mas agora consegui me organizar de uma forma diferente e posso ter mais de um cliente. Além dos serviços de mordomo, adoro organizar eventos.” revela Mauro. Acostumado a assessorar jogadores de futebol como Deco, Ronaldo Fenômeno, Neymar, Shakira, Piqué, Belletti, Edmilson, Douglas, Adriano e Dani Alves (o aniversariante citado

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anteriormente), entre outros, Mauro conta que o mais importante de seu trabalho é permitir que seus clientes estejam tranquilos e, consequentemente, mais disponíveis para a família, amigos e negócios. “Além de prestar um bom serviço, temos que ter um bom conhecimento geral para que seja possível manter uma bom diálogo, falar diferentes idiomas, saber sobre etiqueta, moda, enfim, entender o que significa servir”, pontua. E por falar em servir seus clientes e seus diferentes pedidos, Mauro Leitão chegou a participar de um reality show, na Band TV, chamado “Mulheres Ricas”. Na ocasião, ele assessorava Mariana Mesquita, a esposa do ex-jogador Luizão. “Em qualquer situação ou cliente o que se tem que ter em mente é como satisfazê-lo. Nesse trabalho, é preciso sensibilidade para saber entender o que eles querem, prestar ajuda, dar assistência, saber entrar e sair”, declara o mordomo. E conclui lembrando que, um diferencial na conduta de um bom profissional de seu ramo é manter a discrição, é dar ao cliente a certeza de que nada do que aconteça dentro de sua casa, estará estampada na internet ou nos jornais no dia seguinte.


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RIO #16

Redação

A TOCHA OLÍMPICA JÁ ESTÁ NO BRASIL Faltam 2 meses para o maior espetáculo esportivo do planeta. O Rio de Janeiro é o grande protagonista, mas o clima das olimpíadas já começa a ser sentido em todo o Brasil.

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A tocha passará por mais de 320 cidades.

A tocha olímpica chegou ao Brasil no dia 3 de maio. Veio diretamente de Atenas (Grécia), a Brasília - primeira cidade a recebê-la em solo canarinho. Durante 95 dias, 12 mil pessoas participam do revezamento da Tocha Rio 2016. Por ser um país muito grande, o Brasil precisa de tempo para percorrer os 27 estados. Ainda que não seja um procedimento obrigatório, o comitê decidiu prestigiar todos os estados, passando por mais de 320 cidades. A intensão é involucrar toda a população para que entrem no clima dos Jogos com o revezamento da Tocha Olímpica pelo país. Em três meses, será um total de 20 mil quilômetros em terra e 10 mil milhas aéreas, sem que o fogo se apague. Para que tanta gente possa ter seus 15 segundos de fama, cada pessoa escolhida para carregar a chama olímpica a levará por cerca de 200 metros. Dentre os mais de 12 mil participantes, teremos famosos – tanto do esporte, como fora dele - e completos anônimos. Foram escolhidos pelo seu labor e segundo organizadores, são pessoas que “fazem a diferença”. O ponto final da tocha no Brasil será no Maracanã, quando se iniciará a cerimônia após a pira olímpica ser acesa, consagrando finalmente o início oficial dos Jogos no dia 5 de agosto. Representante da paz e da união dos povos, a Chama Olímpica é, sem dúvida, um dos mais importantes símbolos das olímpiadas. Mas de onde vem esse fogo? Essa tradição? Qual é a origem de todo esse simbolismo? A tradição provém de uma história de mais de 3 mil anos atrás. O fogo era considerado um elemento sagrado na Grécia antiga e as chamas eram mantidas acessas diante dos templos, como o santuário de Olímpia, palco dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Para obter a “chama mais pura”, a mesma deveria ser acesa nas ruínas do Templo de Hera pelas sacerdotisas em uma espécie de espelho côncavo que converge os raios do sol para um ponto específico cha-

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Momento em que a Grécia passa a chama ao Brasil.

mado “skaphia”. O rito continuou para as olimpíadas e hoje é recriado com precisão da mesma maneira que a mil anos atrás. Portanto, todos os anos de olimpíadas, a chama é acesa na cidade grega e levada por muitas mãos até a pira onde se realizam os jogos. O tempo, desde o acender da chama até o início dos jogos, é entre 90 e 100 dias normalmente. Esse ano, a chama foi acesa no dia 21 de abril.

primeiros a carregar a chama, foi a refugiada síria Hanan Daqqah, de 12 anos de idade e que vive no Brasil desde 2015. Entre as muitas personalidades a levar a tocha, a única incerteza é de quem será o último a ter o privilégio de conduzir a chama. Manter esse segredo também é uma tradição dos Jogos Olímpicos.

A primeira a levar a tocha no Brasil foi a jogadora de vôlei Fabiana Claudino, bicampeã olímpica (2008 e 2012). Uma das surpresas entre os dez

A Tocha foi idealizada nos elementos da natureza.

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SOUL BRASILEIRO

Daniela Pacheco

RAMIRO PINHEIRO ENCANTA BARCELONA COM A SUA BRASILIDADE “O universo musical brasileiro é muito rico e é minha principal influência. Acho que o fato de viver muitos anos fora do Brasil me ajudou a buscar e me aferrar às raízes. E o fato de conviver com outros músicos brasileiros (de todos os estados do Brasil) que também trabalham em Barcelona e na Europa, me possibilitou conhecer outros ‘Brasis’ dentro do Brasil”, declara Ramiro Pinheiro. Ramiro é um dos mais conhecidos músicos brasileiros que se destacam na cena cultural de Barcelona. Mesmo tendo acabado de editar dois discos (do septeto Gafieira Miuda e do Duo Brasil: Corda & Vento), já está trabalhando em um novo projeto em parceria com Rodrigo Balduino e Piero Cozzi. Mais um

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disco do grupo Alma Brasileira, que deve sair entre o fim deste ano e o inicio do próximo. A revista Bossa conversou um pouco com o músico. Confira! Revista Bossa - Ramiro, você lembra quando começou a tocar? E qual é a sua primeira imagem musical que vem à mente ao rever esse momento? Ramiro Pinheiro - Meus pais gostavam muito de música. Quando eu era pequeno minha mãe ouvia vinis de Chico Buarque, Caetano, Caymmi, Paulo Vanzolini, Gerando Vandré, então eu cresci escutando tudo isso. São as primeiras “imagens musicais” que tenho na cabeça. Meu pai tocou bateria na juventude e sempre tocava violão em casa. Eu já tinha bastante interesse pela música, então quando eu tinha 8 anos ganhei um violão, fui fazer aulas em um conservatório pequeno próximo de casa por alguns meses e depois continuei tocando sozinho durante muitos anos sem estudar. Voltei a estudar e trabalhar com música depois de adulto. Revista Bossa - Você nasceu em São Paulo. Atualmente mora em Barcelona. Como e quando decidiu sair do Brasil? E como foi essa experiência? Ramiro Pinheiro - Saí do Brasil em 2005, fui estudar um ano em Massachusetts (EUA), depois vim para Barcelona e acabei nunca voltando. Foi e continua sendo uma experiência muito enriquecedora morar fora do país e conviver com culturas diferentes. Barcelona é uma cidade onde se vive muito essa multiculturalidade. Revista Bossa - Sua música tem várias influências. Poderia nos dizer quais são elas? Como é tocar música brasileira fora do Brasil?

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Ramiro Pinheiro - O universo musical brasileiro é muito rico e é minha principal influência. Acho que o fato de viver muitos anos fora do Brasil me ajudou a buscar e me aferrar às raízes. E o fato de conviver com outros músicos brasileiros (de todos os estados do Brasil) que também trabalham em Barcelona e na Europa me ajudou a conhecer outros “Brasis” dentro do Brasil. Também me sinto identificado e influenciado pelo jazz, pela música cubana, pela música folclórica espanhola e latino-americana, etc. Revista Bossa - Conte para a gente como é participar ativamente da cena cultural de uma cidade como Barcelona? Ramiro Pinheiro - Aprendo muito com os diferentes projetos que vão surgindo, com os músicos que vou conhecendo e com quem tenho oportunidade de trabalhar.

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Espanha (País Basco, Ilhas Baleares, Canárias, Cataluña, Tarifa, Alicante). Esperamos poder repetir em breve. Revista Bossa - Fale um pouco sobre os seus projetos atuais? Numa parceria com Piero Cozzi, vocês lançaram Cd resultado do projeto Duo Brasil: Corda & Vento. Fale um pouco sobre isso? Ramiro Pinheiro - Acabo de editar dois discos com a discográfica Temps Record (Cataluña), o primeiro disco do septeto Gafieira Miúda e de um novo projeto, o Duo Brasil: Corda & Vento, que surgiu da parceria de anos com o saxofonista Piero Cozzi, amante da música brasileira, com um repertório de sambas e choros arranjados para o Duo. E com Rodrigo Balduino e Piero Cozzi estamos preparando o segundo disco do grupo “Alma Brasileira”, que deve sair entre este ano e o próximo.

Revista Bossa - Além de Barcelona, você já tocou nos Estados Unidos e Europa. Qual foi um momento inesquecível na sua carreira?

O fato de conviver com outros músicos

Ramiro Pinheiro - A turnê com o septeto Gafieira Miúda foi inesquecível. Tocamos em festivais e viajamos bastante pela

Barcelona e na Europa me possibilitou

brasileiros (de todos os estados do Brasil) que também trabalham em conhecer outros “Brasis” dentro do Brasil.


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a bossa fm be in

Janderson Angelim

ALÁFIA:

uma ponte para o “candomblé-funk” balançar o mundo.

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Uma banda que se auto intitula um bando e reafirma o poder e o tempero da influência da ancestralidade africana nas vozes e acordes registrados nos discos Corpura e Aláfia Artistas e ativistas do gueto, herdeiros da música negra brasileira que apontam para um mundo novo, Aláfia representa a cena independente paulistana que ousa questionar e misturar estéticas, sons e poéticas que vão além da questão urbana e da contestação social. O gueto chegou com charme, beleza, swing, originalidade e força. Eles são “filhos” de Jorge Ben, Motown, Fela Kuti e dos terreiros de candomblé, mas também fazem parte da família do rap e do hip hop paulistano. São onze guerreiros traçando um paralelo em forma de ritmo, batuques, prosa, rima e swing, entre arte e luta, religiosidade e respeito, periferia e centro, ancestralidade e contemporaneidade. Diante de tudo isso, é evidente a combustão que rola nas apresentações ao vivo do grupo, que busca valorizar a relação entre a música e a poesia sempre presentes na produção do Aláfia. Algo vai além de estimular uma dança ou uma “vibe” positiva, característica marcante nos shows dos que se dedicam à black music brasileira. “A combustão que você fala é uma das intenções da música do Aláfia e essa música vem repleta de herança afro-brasileira e referências da cidade de São Paulo. A gente tenta olhar a nossa arte por este ciclo no qual uma coisa acaba levando a outra. São produtos diferentes da diáspora, a vivência urbana da periferia da cidade e a vivência da tradição afro-brasileira. Ambas estão muito conectadas e a gente canta para quem tem esse entendimento, quem se interessa por ela, quem respeita as diferenças”, comenta Eduardo Brechó, um dos criadores do Aláfia, que também assina a coprodução do novo disco do grupo. Para Brechó, a produção artística do grupo está ligada a um ciclo de trocas e interações, no qual mensageiros e públicos se influenciam e dialogam permanentemente, possibilitando com isso, a abertura de novos caminhos para quem escreve, toca e canta. “Esse canto vem daí e volta mui-

tas vezes... É cíclico. Da boca sai e para ela volta. A gente come junto de quem “come a gente”, estamos circulando e nos entendendo como gente a partir troca com as pessoas que conhecemos também. A nossa banda está em constante processo, em movimento”, conclui. Segundo o principal letrista da banda, o termo “Aláfia” vem de um dialeto africano e é comumente usado no oeste do continente, carregando consigo significados míticos. “Escolhemos este nome porque é uma palavra mágica que significa ‘caminhos abertos’, e, por isso, cultiva total relação com este processo da tradição afro-brasileira e com a cidade que a gente vive. Tem a ver com movimento, liberdade, autorização, autonomia, realização”, explica. No início da carreira, a banda realizou apresentações no lendário Bar B. Casa de jazz, espaço localizado no centro de São Paulo. O lugar reunia artistas e entusiastas de uma música sofisticada que revelou à cidade grandes nomes da música instrumental e outros estilos que não se enquadravam no mainstream local. Antes destes shows, Eduardo Brechó já preparava algo novo com Jairo Pereira e Xênia França, vocalistas da banda. “A banda começou com umas reuniões que eu fazia na minha casa, principalmente com a Xênia e o Jairo, cada um pensando em fazer discos individuais. A gente resolveu fazer um show que unisse os três com repertório de canções que eu já tinha e aí a banda se formou. Depois foi chegando mais gente e agora tá ótimo”, afirma Brechó.Outro ponto interessante no trabalho do Aláfia são as linhas vocais e os diferentes timbres de vozes presentes na banda. Os três que iniciaram a banda - Eduardo Brechó, Jairo Pereira e Xênia França - apresentam ao ouvinte formas distintas e muito particulares de interpretar os temas do grupo. Cada interpretação é nova e, cada voz e timbre apresentam ao público cores e texturas únicas. Fora isso, o trabalho instrumental da banda e os arranjos traduzem um grupo com pegada dançante, potente e com capacidade de conquistar públicos de qualquer cenário, seja ele

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no universo cultural brasileiro ou em palcos internacionais. No ano passado o grupo lançou o segundo disco da carreira intitulado “Corpura”, contemplado pelo Programa Natura Musical e com produção de Alê Siqueira e Eduardo Brechó. O disco e os shows bombardearam o cenário musical paulistano com energia, força e originalidade. A partir daí a banda expandiu suas fronteiras para apresentações por todo o estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e segue excursionando e conquistando o público. Chegaram a tocar em Cuba, em um show na Plaza de la Revolución, em Havana, e na abertura do show dos Stones. Para Brechó, a experiência de gravar o Corpura foi interessante porque a banda já demonstrava maior identidade de grupo e cada um parecia saber exatamente o que fazer para atingir o melhor do processo do trabalho coletivo em estúdio. “Foi um disco bem gostoso de fazer porque o processo foi mais solto, mais espontâneo. Como produtor eu adorei, afinal, a

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gente pôde trabalhar duas canções do Cirilo e tentar colocar nessa seleção canções minhas de caráter muito íntimo. Outra benção foi trabalhar com o Alê Siqueira, que foi uma pessoa que me ensinou muito no estúdio e que continua me ensinando porque é um mestre, é um cara que catalisa a produção e fala a língua de todo mundo. Ele é quase um mágico da comunicação, do diálogo, entende muito bem o que a pessoa quer e dá a ela muito mais do que almeja”. A vitalidade e a criatividade do grupo chamaram a atenção do Charles Gavin, ex-integrante dos Titãs. O músico e produtor afirma em texto dedicado à banda que em tempos difíceis, onde nossas liberdades e ideias são ameaçadas diariamente, a proposta do Aláfia surge como algo necessário e revigorante. “Daí a relevância de um trabalho conceitual como este, onde questões importantíssimas são levantadas. As letras das canções do Aláfia não são apenas uma reflexão, sua verve crítica retrata, delata, expõe as contradições e tensões atuais da vida nas metrópoles


brasileiras, soam como uma inevitável convocação. E nesta hora onde a densidade do texto aumenta e inquieta, nada melhor que a engenhosidade musical da banda que, com seus arranjos e grooves infecciosos, nos cativa, nos atrai e nos põe para dançar e pensar. Disco é cultura, lembra-se?”. Aláfia já tocou em importantes festivais e casas de shows do Brasil. Fizeram apresentações históricas no Sesc Pompéia-SP, Auditório Ibirapuera-SP, nos Ceus (escolas públicas que tem uma estrutura semelhante aos centros culturais de São Paulo), Virada cultural-SP, Circuito Sesc de Artes-SP, Festival Oi Futuro em Ipanema-RJ e segue com shows no Teatro Oficina-SP, Vento Festival em Ilhabela-SP, e Caixa Cultural em Curitiba-PR. Além das muitas apresentações, a banda também vem sendo reconhecida pela mídia brasileira e internacional. A música “Mais Tarde” entrou na trilha sonora do Game FIFA World Cup 2014, da EA Sports, e a música “Punga” integra a coletânea New Sounds, da Revista Songlines (Reino Unido). O videoclipe do single “Quintal”, ao ser lançado no Youtube, obteve mais de 4 mil visualizações em dois dias. A banda já tocou e deu entrevistas em importantes programas de arte e música como o Manos e Minas, o Metrópolis e o ShowLivre. Aláfia é: Eduardo Brechó – voz, guitarra e direção musical Xênia França – voz Jairo Pereira – voz Alysson Bruno – percussão Pedro Bandera – percussão Lucas Cirillo – gaita Pipo Pegoraro – guitarra Gabriel Catanzaro – baixo Gil Duarte – trombone, flauta Filipe Vedolin – bateria

Fabio Leandro – teclado Vinicius Chagas – sax Baixe, escute e curta o som em alafia.art.br

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BOSSA FM

Rodrigo da Matta

“Ellas” estão na Elas moram em Madri. Elas estão em todas as partes. Elas têm voz e contam em entrevistas exclusivas para a Rádio Bossa FM o que fazem e como mudam o mundo. No programa de entrevistas “Ellas” a carioca Marina Santo conversa em espanhol com diferentes mulheres que estão deixando sua marca na cidade de Madri através de seus projetos e filosofia de vida. Num bate papo descontraído regado à música brasileira da melhor qualidade na voz de grandes cantoras, as entrevistadas revelam suas inspirações, nos contam parte de sua trajetória pessoal, além de explorar várias questões atuais relativas aos desafios de ser mulher no mundo hoje. Longe de ser um programa de amenidades, mas sem pisar na linha dos radicalismos, “Ellas” tem corpo, atitude e marca presença pela simpatia, inteligência e autoconfiança de suas entrevistadas. Ser mulher não é ser minoria. As mulheres são a metade do mundo e merecem tomar todo o espaço que lhes correspondem. Em um momento chave onde a política brasileira vive ameaçada por um assustador retrocesso em relação às conquistas sociais, como bem disse a grande pensadora feminista Simone de Beauvoir “Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida.” Falar em direitos é falar em ter voz. Ter voz é ter o que dizer. Na Rádio Bossa FM as mulheres ganham um espaço para dar voz de maneira autêntica e dinâmica, colocando no ar suas ideias sobre a vida e o mundo. Um programa cheio de força, que, sem dúvida, move e inspira quem ouve. Quédate con ellas! Não perca a primeira edição de <Ellas>:: entrevista com a coach Mónica Alves numa conversa muito agradável sobre talento, mercado de trabalho e coaching.

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be natural

Tahone Jacobs

TOP 5: PELE DE VERÃO

Oba, verão! Todo mundo pensando qual será a praia maravilhosa que val escolher para aproveitar essa época mágica do ano. Mas poucos se preocupam em preparar a pele para receber o sol e ainda garantir um bronzeado duradouro, sem ficar vermelho, nem descascar. Fizemos um TOP 5 com dicas super fáceis de por em prática. Quer ver?

2. Esfoliar a pele 1 vez por semana antes de tomar sol. Pode parecer estranho para alguns, mas recomendamos (e muito) a técnica japonesa de esfoliação a seco, conhecida como “dry brushing”, virou febre entre as celebrities e “naturebas” de plantão. DRY BRUSHING:

1. Alimentação pré-verão rica em beta caroteno: Invista em alimentos amarelos e alaranjados. Em cada refeição, inclua um desses alimentos: cenoura, abóbora, beterraba, mamão, manga e também abuse das folhas verde escuras. Esta combinação ajuda a proteger a pele do sol e a potencializar o bronzeado. Quer uma receita gostosa, saudável e “bronze-friendly”? Prove esta: SUCO “BRONZE-FRIENDLY” 1 maçã 2 cenouras 1/2 beterraba Gengibre a gosto

Antes do banho, ainda com a pele seca, passar a escova por todo o corpo com movimentos curtos e suaves, começando nos pés e indo em direção à cabeça. Elimina as células mortas da pele, deixando super suave, ativando o sistema linfático, estimulando a eliminação de toxinas e combatendo a celulite. “BOOST” NO CORPO PÓS-ESFOLIAÇÃO: Misture café moído sem ser usado com o Skinny oil da Per Purr até obter uma pasta. Aplicar na pele, principalmente nas áreas afetadas pela celulite, em movimentos circulares. Esperar 10 minutos e enxaguar. 3. Produtos naturais de limpeza e hidratação para manter o bronze: Manter uma rotina de higiene e hidratação diária é mais que necessário. Com produtos que limpam, protegem e mantém a barreira hidro

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lipídica da pele, pois o sol e o mar em excesso tendem a ressecá-la. Recomendamos o Sunlike soap da Per Purr, que além de limpar sem ressecar, faz uma levíssima esfoliação diária que ajuda a manter a cor. (Nosso segredo: as leves partículas esfoliantes são somente pó de canela, nada mais). Esse sabonete ajuda a evitar manchas esbranquiçadas que ficam na pele pós verão. O ideal é sempre passar água doce no corpo e rosto depois de entrar no mar e na piscina, não esquecendo nunca de reaplicar o protetor solar, mínimo FPS 30. 4. Dica para quem tem preguiça de passar hidratante no corpo: Depois do banho, rola aquela preguiça de aplicar o hidratante? Temos a solução para isso.

5. Dica para quem levou “aquele torrão”: Temos uma receita fácil e que só precisa de um ingrediente: óleo essencial de lavanda puro. Aplicar na região ardida pela noite. É tiro e queda. O ardor passa em menos de meia hora, o vermelho vai embora e você não descasca. Lembre-se de não aplicar antes de ir pro sol e sim na hora de dormir. Não esqueça: protetor solar e beber água nunca é demais. O protetor não só previne manchas, mas também ajuda a prevenir o câncer de pele, que vem aumentando muito em pessoas entre 25 a 35 anos. De resto, é só relaxar e aproveitar muito cada minuto ao sol, o calor, o mar, a piscina e uma boa sombrinha fresca.

Deixe um óleo corporal dentro do chuveiro e aplique com a pele seca ou ainda úmida para reter mais água e mantê-la hidratada por mais tempo. Sabemos que muita gente não pode nem pensar em óleos corporais. Porém, comprando um óleo que seja 100% vegetal sua pele vai ficar nutrida, sedosa e com toque seco em segundos.

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entre linhas

Redaçåo

Caminho

de Santiago

Uma Viagem Fotográfica

O milenar Caminho de Santiago convida peregrinos de todo mundo para um mergulho de autoconhecimento. Um encontro consigo mesmo combinado com um super desafio físico, cheio de momentos de contemplação, de reflexão e de superação. A jornalista e fotógrafa brasileira Andréa Prestes se deu esta aventura de presente em 2014. O resultado da caminhada de 800 km, feita em 38 dias, foram muitos aprendizados e amizades espalhadas no mundo inteiro. Mas não foi apenas isso: na bagagem também vieram mais de 5.000 fotos, dezenas de vídeos e muitas histórias para contar. O resultado natural desta compilação, uma vez organizado, foi uma preciosidade entre linhas e fo-

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lhas. Um livro digno dos amantes do Caminho, com imagens impactantes, relatos fantásticos e dicas a quem deseja fazer o caminho. O “Caminho de Santiago - Uma Viagem Fotográfica” virou realidade graças ao processo de Financiamento Coletivo - Crowdfunding. O projeto do livro ficou hospedado durante 60 dias em um site que se chama Catarse, onde as pessoas puderam contribuir financeiramente para fazer o projeto acontecer. Graças a essas pessoas, o projeto se tornou realidade. Este é o primeiro livro do projeto “Caminhos pelo Mundo”, em que a jornalista, fotógrafa e caminhante Andréa Prestes compartilha histórias, olhares e dicas de roteiros feitos a pé. O projeto está focado em difundir os caminhos que são feitos a pé em todo o mundo. O livro “Caminho de Santiago - Uma viagem fotográfica”, relata o caminho francês, contém 120 páginas, cerca de 300 fotos e é trilíngue (Português, Espanhol e Inglês). Está à venda no site por 70 reais a edição impressa e 30 reais o e-book. Andréa Prestes está na Europa para o lançamento do livro e para produzir o seu segundo livro. No mês de maio, começou a percorrer o Caminho Português até Santiago de Compostela. O ponto de partida foi a cidade do Porto. Lançamento do livro na Espanha Quando: 13 de junho Onde: Casa Brasil Entrada gratuita Para conhecer um pouco mais o projeto “Caminhos pelo Mundo” ou comprar o livro, acesse o site www.caminhospelomundo.com


Fotos: AndrĂŠa Prestes

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samba

João Compasso

Roberta Sá É puro delírio em sua turnê pela Europa

A potiguar naturalizada carioca, Roberta Sá, começou cedo sua carreira musical, há 14 anos. O seu primeiro álbum, “Braseiro”, demorou pouco para nascer, apenas dois anos após a sua estreia nos palcos. Em pouco tempo de carreira ela ganhou o respeito de dinossauros da música brasileira, como o cantor Ney Matogrosso, um dos convidados do seu primeiro álbum. “Que Belo Estranho Dia Pra Se Ter Alegria”, seu segundo álbum, saiu em 2007, apenas três anos depois do primeiro, e surpreendeu a crítica. Foi indicado ao Grammy Latino nas categorias de Melhor Novo Artista do Ano e Melhor Álbum de MPB. Em 2010, a artista iniciou um projeto junto com os músicos Marcello Gonçalves, Zé Paulo Becker e Ronaldo do Bandolim: nasceu assim o “Trio Madeira Brasil”. O quinto álbum, “Segunda Pele”, lançado em 2012, consagrou a artista com o prêmio de Melhor Cantora de MPB no Prêmio Brasileiro de Música. Após tocar com grandes nomes da música brasileira como Diogo Nogueira, Martinho da Vila e Alcione, Roberta lança em 2015 “Delirio”, álbum que conta com a colaboração de Chico Buarque, Martinho da Vila e do cantor português Antonio Zambujo. No repertório, canções de Adriana Calcanhotto, Moreno Veloso, Rodrigo Maranhão e Cezar Mendes se farão presentes. Na turnê europeia a artista passará por cinco países, incluindo a Espanha, onde faz show em Madri, no dia 25 de junho. O responsável pela apresentação aqui é a plataforma Janela Brasil, que trabalha com a promoção de novos artistas da música brasileira em terras espanholas..

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BOSSA - Roberta, você não é só uma excelente intérprete, como também uma maravilhosa compositora. Existe muita diferença para você entre os dois trabalhos? Explique-nos um pouquinho como funciona o seu processo de criação. Roberta Sá - Muito obrigada. Me considero mais intérprete e pesquisadora da música popular Brasileira do que compositora. Componho menos do que gostaria, mas fico feliz em perceber que faço muitos compositores serem ouvidos. Adoro conversar com o compositor e receber o ponto de vista dele sobre algo que eu quero falar. BOSSA - Recentemente você regravou o Mambembe com Chico Buarque, antes já gravou com o Trio Madeira Brasil, Martinho da Vila, António Zambujo, entre outros. Como você escolhe suas parcerias e o caminho que você quer seguir dentro da música? Roberta Sá - São pessoas que admiro muito e que a convivência me acrescenta em demasiado na arte e na vida, a grande maioria acaba virando amigo. Acho que a música é uma grande família e viver dessa maneira é muito gratificante. Vejo a música como uma barreira de proteção, um lugar onde você pode acalmar, refletir, dançar, contribuir. Meu caminho está cada vez mais perto da tradição da música popular brasileira. Gosto de pensar que contribuo para que ela continue viva, pulsante para um público apaixonado por ela e seus poetas. Amo cantar em português, essa língua tão linda e passional.


“DEPENDER DE PRÊMIOS E CRÍTICAS POSITIVAS PARA ACHAR O VALOR DO QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO É UMA ARMADILHA PERIGOSA, DA QUAL EU TENTO ESCAPAR” BOSSA - Em 2012, você foi considerada a melhor cantora de MPB pelo Prêmio da Música Brasileira. O que muda na sua carreira? Roberta Sá - Procuro não dar muita atenção para isso. Acho maravilhoso ter meu trabalho reconhecido, compreendido. Só que às vezes ele não é, a vida de todo artista é assim. Depender de prêmios e críticas positivas para achar o valor do que você está fazendo é uma armadilha perigosa, da qual eu tento escapar. BOSSA - O seu novo disco tem novamente a produção de Rodrigo Campello, uma parceria que definitivamente deu certo, não é? Roberta Sá - Eu acredito que sim. Ele é um músico extraordinário, que entende muito de samba, de violão de sete cordas, de cavaquinho, mas que ao mesmo tempo criou uma linguagem muito própria porque tem um olhar para a música do mundo. Isso eu acho muito interessante e contribui muito para meu trabalho. BOSSA - Atualmente o que você tem escutado? Quem tem lhe influenciado? Não me refiro às raízes, mas a inspirações mais recentes. Roberta Sá - Tenho escutado Cesária Évora e Mercedes Sosa. Esse canto forte, ancestral, me emociona muito. O último disco da Céu está maravilhoso, imperdível. Amo a banda do Mar e Mariana Aydar. BOSSA - Cem anos do samba. Como você celebrou o centenário? Roberta Sá - Acho que o samba tem um papel fundamental na cultura brasileira. Comemorei fazendo um disco dedicado ao gênero, buscando canções inéditas de compositores de diversos estilos que têm diferentes relações com o samba. Acho que isso mostra o quanto o samba está vivo e o quanto o que se produz ainda é novo. Todo artista brasileiro al-

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guma hora passa pelo samba. Está na memória emocional do brasileiro. BOSSA - É bacana para uma artista como você, com reconhecimento gigantesco dentro do Brasil, tocar na Europa para um público que conhece menos o seu trabalho? Roberta Sá - É tudo o que eu quero! Conhecer novos públicos, novas maneiras de se relacionar com a música, ampliar meus horizontes, sair do lugar comum e do conforto para achar inspiração e novidade para o meu público e para minha vida.

“ACHO QUE O SAMBA TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL NA CULTURA BRASILEIRA”


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especial

Fernanda Medeiros

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES Está sendo incrível a repercussão dos últimos acontecimentos no Brasil nos principais meios de comunicação do mundo. O atual momento político brasileiro está dividindo opiniões dentro e fora do país. O fluxo e o teor das notícias que estão sendo publicadas nos últimos dias trazem consigo a expressão nítida da magnitude dos fatos. Falam em golpe de Estado. A diplomacia internacional está manifestan-

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do-se ativamente de acordo com o critério de cada país que representa. A instabilidade e o risco (gerado no país devido a crise política) está aumentando no cenário internacional e o Brasil já começa a sofrer as primeiras consequências destas mudanças. Vamos entender melhor quais foram os fatores que contribuíram para que chegássemos até aqui:

1. O que é isso, companheiro?*


Protesto de artistas no Festival de Cinema de Cannes

tenha conseguido ser eleito pela maioria da população quatro vezes initerruptamente. Quando isso aconteceu pela última vez, a oposição percebeu que não conseguiria chegar a governar o país através dos votos diretos dos cidadãos e então, iniciou-se uma articulação estratégica de posicionamento dos órgãos nos quais faziam parte. Integraram-se uns com outros a fim de não aprovarem nenhuma medida proposta pelo governo. Deste modo, conseguiriam paralisá-lo e debilitá-lo, respectivamente.

2. O desafio é a nossa energia* *Nota: A frase foi utilizada como slogan da Petrobrás, a empresa de petróleo brasileira fundada por Getúlio Vargas, em 1953. Atualmente o Brasil é sócio majoritário do negócio uma vez que a Petrobrás se tornou uma empresa de participação estrangeira privada. O governo anterior criou uma operação de investigação policial denominada Lava Jato, que teve como principal objetivo investigar possíveis fraudes na Petrobrás. E as evidências de irregularidades começaram a fazer parte do dia-a-dia dos brasileiros. Foram muitas incidências de intervenções de políticos envolvidos em recepção de subornos para admitir empresas privadas em execuções de projetos publicados em concursos públicos. O capital recebido pelos autores foi aplicado e localizado em outras empresas nacionais e em bancos estrangeiros.

*Nota: Livro publicado por Fernando Gabeira em 1979 no qual ele refletia sobre o sentido de suas experiências políticas no Brasil durante os anos 60 e 70. Décadas mais tarde, a obra foi transformada em um “clássico” pelas mãos do talentoso diretor de cinema, Bruno Barreto. A oposição do partido que se mostrava no poder estava descontente com a quarta vitória consecutiva nas urnas, um dado inédito para a Política no mundo. Algumas fontes afirmam que jamais houve um partido político em nenhum país anterior ao Brasil que

O certo é que tal operação trouxe a verdade à tona e desencadeou muitos processos judiciais entre os envolvidos. Abriu-se a caixa de pandora. Por outro lado, debilitou e quebrou o nível de confiança de uma das principais empresas de capital aberto do mundo. Sobretudo porque um dos protagonistas involucrados no episódio foi o Lula, ex-presidente do país e líder de seu partido, o que debilitou ainda mais sua governança mesmo que as investigações não tenham identificado nenhuma prova ou evidência de que ele fazia parte deste sistema. Entretanto, foi descoberto e usado como motivo central do recente impeachment, o uso de recursos financeiros do banco público para cobrir dívidas internas de outros setores. Uma estratégia adotada, também, por outros governos como uma medida corrente de ajuste de contas.

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3. Quem não se comunica, se trumbica* *Nota: Bordão utilizado por Chacrinha, José Abelardo Barbosa de Medeiros, um dos ícones da rádio e televisão brasileira dos anos 50 aos 80. A partir da década de 70 começou a ser chamado de “Velho Guerreiro”, título acolhido posteriormente à homenagem feita por Gilberto Gil na sua música “Aquele abraço”. Uma ferramenta efetiva para apoiar o processo do Impeachment foi o apoio dos meios de comunicação mais influentes do país. Sabe-se que cerca de 70% deles estão em mãos de famílias importantes brasileiras que também se posicionavam contra o governo. Foram muitas mensagens veiculadas entre todo o processo de movimento social e os momentos de votação que chegaram à casa de, praticamente, todos os brasileiros. A descontentação nacional da população foi um agravante decisivo para todo o quadro circunstancial do que estava acontecendo. Agora que você já conhece as principais claves que levaram o país a chegar ao ponto em que está hoje, retomaremos o assunto de onde tínhamos parado.

4. O que será que será?* *Nota: Música de Francisco Buarque de Holanda, nosso Chico Buarque, admirado e respeitado artista com um talento indescritível expressado em tudo o que ousou fazer na área musical, dramatúrgica ou literal do Brasil. Ano de lançamento: 1976. O objetivo deste artigo não é conduzir seu pensamento em uma ou em outra direção. Respeitamos cada pessoa com seu modo de pensar, porque todos somos livres para decidir nossa orientação política. Mas como meio de comunicação, temos o dever de despertar o pensamento crítico em cada um dos nossos leitores. Por isso, não vamos deixar de questionar sobre o que vem agora.

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Artigos publicados em vários dos principais jornais do mundo afirmam que diversos países não reconhecem o governo interino como “legítimo” por não ter sido eleito pelo povo brasileiro. Em contrapartida, outras fontes dizem que a “legitimidade” do Senado brasileiro deve ser respeitada. E ainda há quem compare o governo anterior com a ditadura por ter assumido o estado desde 2002 e não mais ter sido deposto. Contudo, os dados falam por si só. É sabido que o ponto forte do governo de Dilma eram as políticas sociais. Com erros e acertos na parte de gestão dos benefícios sociais, como resultado dos investimentos realizados nessa área, a classe baixa passou a ter mais crédito e, portanto, mais qualidade de vida. O crescimento econômico nacional atingiu dimensões não alcançadas anteriormente e isso se refletia diretamente no mercado nacional. O preço do dólar estava controlado, havia pouca inflação, embora a política econômica adotada não tenha sido a melhor ou a mais adequada. O Brasil era visto como um país receptor de investimentos estrangeiros porque passou a desenvolver esse potencial. Mas em Economia é assim: quando está tudo bem é quando se deve tomar medidas preventivas. Pessoas reconhecidas e estudiosos da área já previam que os tempos difíceis estavam por vir. E assim foi.

5. Ao vencedor, as batatas* *Nota: Frase do personagem Pedro Rubião de Alvarenga extraída da obra “Quincas Borba”, de Joaquim Maria Machado de Assis, publicada em 1891. Há poucos dias de assumir a nova presidência, as manifestações contra o governo não cessaram e as críticas com relação à nova organização dão um novo tom ao cenário. Os ativos da Petrobrás sofrem uma queda esperada devido ao momento crítico. O continente sul-americano está em estado de alerta, já que o Brasil é o principal país de seu continente.


Este novo governo terá como missão principal trabalhar a favor de recuperar a confiança do país, tanto a nível interno como externo. Será um assunto complicado porque, por um lado, a população que não está a favor das últimas mudanças está começando a reagir. E, por outro lado, existirá a barreira do posicionamento de outros países com os quais o Brasil mantinha relações comerciais que deixaram de reconhecer essa nova representação porque seus membros estão envolvidos em processos judiciais. Há previsões de subidas de impostos para aumentar a arrecadação nacional, de instabilidade econômica que gerará mais gastos e menos empregos (e, portanto, menos ingressos), o que piora a capacidade de financiamento do país desembocando possivelmente em uma nova dívida externa. Sem mencio-

nar as reduções dos benefícios sociais à população menos favorecida; a perda de crédito desta classe social, que repercute em uma perda de qualidade de vida anteriormente conquistada, entre outras coisas mais. Neste momento, assim como em tempos remotos, tudo o que necessitamos é resiliência. Ainda somos o mesmo país que acredita nas flores vencendo canhões. Vem, vamos embora, que esperar não é saber... Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. (Geraldo Vandré, 1968)

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that good trip

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Suzana Paquete


Rota de Don Quixote Um caminho pela literatura de Cervantes Fotos: Suzana Paquete

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“En un lugar de la Mancha, de cuyo nombre no quiero acordarme, no ha mucho tiempo que vivía un hidalgo de los de lanza en astillero, adarga antigua, rocín flaco y galgo corredor.”

A novela originalmente foi publicada em dois volumes, com um intervalo de dez anos entre eles. A alma e a cultura da região de La Mancha serviu de inspiração ao autor.

Assim começa a história mundialmente famosa de Don Quijote de la Mancha, escrita por Miguel de Cervantes há exatos 400 anos. O cavaleiro andante, que lutava contra moinhos de vento na companhia do seu fiel escudeiro Sancho Pança, deixou rastros na memória de muita gente – e também nos vilarejos onde a história aconteceu.

A rota, que tem 2.500 quilômetros de extensão e passa por 148 municípios espanhóis, foi declarada Itinerário Cultural Europeu e é dividida oficialmente em dez percursos. Selecionei alguns lugares que podem ser vistos numa viagem de fim de semana, a partir de Madri, e criei o meu próprio itinerário, que descrevo resumidamente a seguir. Mas se você tiver mais tempo e se animar a conhecer mais cidadezinhas, o site oficial da Rota de Don Quixote é esse aqui:

Se você pega o carro e vai em direção à região de Castilla-La Mancha, tudo começa a fazer sentido. Basta seguir a chamada “Ruta de Don Quijote” e você verá várias estátuas, nomes, frases e, é claro, os maravilhosos moinhos de vento, saídos diretamente dos livros – ou melhor, os grandes monstros que lutavam contra a espada do engenhoso fidalgo e que foram plasmados para sempre nas páginas da literatura.

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http://www.castillalamancha.es/clm/unlugarparavisitar/rutasparaperderse Roteiro de um fim de semana 1. Campo de Criptana: uma área enorme cheia de moinhos de vento com lindas vistas;


2. Bodegas Real: uma das poucas bodegas que permitem visitação com degustação de vinho da região de Valdepeñas; 3. Villanueva de los Infantes: com estátua de Don Quixote, Sancho Pança e seus cavalos na praça central; 4. Consuegra: moinhos enfileirados em uma região de alta montanha, dá para entrar dentro de alguns deles pra visitar; 5. El Toboso: a cidade da amada de Don Quixote no livro. Lá é possível visitar a Casa-Museu Dulcinea. A cidade tem trechos do livro escritos nas paredes das casas.

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Foodlovers

Tati Sato

ESPANHA

UM PAÍS PARA SE COMER...

Um dia, li essa frase “Espanha, um país para se comer”. Para uma gordolinha (*) trotamundos como sou, isso é praticamente um convite para se visitar um país: comer e viajar estão entre as coisas que mais gosto no mundo. Acho que minha lua em peixes influencia essa minha necessidade de pegar a estrada – ou um avião – sempre que possível e, como uma boa taurina, sou ótima de garfo e adoro comer. Sou facilmente conquistada pelo estômago e suspiro cada vez que vejo Jamie Oliver na televisão, tenho que confessar. Gosto de ver pratos bem preparados e adoro ainda mais quando tenho a possibilidade de prova-los. Raramente recuso um convite para comer e, se for bem honesta, muitas das minhas decisões envolvem meu estômago e comida. A comida, de fato, foi fator importantíssimo quando escolhi morar na Espanha: como poderia eu resistir ao fato de morar em um lugar onde se come tão bem e sempre acompanhado de bons vinhos, por favor? Era um convite praticamente impossível de resistir e como minha força de vontade é praticamente nula, aqui estou. Um dos quitutes que mais aprecio na culinária espanhola são as croquetas. Os mais inocentes – ou recém-chegados – podem até acreditar que as croquetas espanholas são parecidas com os croquetes brasileiros. Não tem nada a ver e isso se nota ao morder pela primeira vez um croqueta casera bem feita, daquelas cujo interior praticamente escorre quando a fina camada crocante é rompida. E a melhor croqueta de Madri? Em minha opinião, a do bar Melo’s, na Calle Ave Maria 44, em Lavapiés. Embora seja um bar normal e corrente de toda a vida, suas croquetas são incríveis e ainda que não houvesse nada mais pelo bairro, elas fariam a visita valer a pena.

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A Casa Laba, na Calle Tetuán, 12, em Sol, tem, por sua vez, ótimas croquetas de bacalhau. Uma taberna antiquíssima no centro da cidade, ao lado de El Corte Inglés, onde se luta por uma mesa, suas especialidades são as croquetas de bacalhau e os pedaços de bacalhau empanados e fritos. Fui uma vez e não consegui comer apenas um de cada – parece Elma Chips: impossível comer um só – e ficam ainda melhores se acompanhados de uma boa clara ou um vemut de grifo, para manter a tradição madrilena (e de outras regiões do país) de bebidas e tapas. Vamos combinar que as croquetas não são o prato mais light de nenhum menu (frituras cuja base é o molho bechamel) e, como as pedimos quase todas as vezes que saímos, não seria estranha a afirmação “engordei”. Mas, se não fossem as croquetas, seriam os huevos rotos, as zapatillas ou até mesmo os churros.


Enfim, é o que há. Agora aqui estou... Pesando alguns quilos a mais, mas com muitas experiências gastronômicas para dividir. Muitas histórias que envolvem comida e algumas que incluem até mesmo viagem. Vamos ver o que vem da próxima! (*) uso o termo “gordola” ou “gordolinha” para descrever aqueles que são apaixonados por comida.

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agora españa

Redação

Novo disco de Kbelinho, “Minha História”

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Kbelinho do Cavaco lança ‘Minha História’ na Espanha Um dos músicos brasileiros mais reconhecidos entre a comunidade brasileira na Espanha volta para lançar o seu CD.

BOSSA - Quem o conhece sabe que você nunca para. Apesar de ter acabado de sair do forno o seu CD, já pensa no segundo?

Depois de quase quatro anos fora da Espanha trabalhando no seu primeiro álbum, Herycson Rosa, popularmente conhecido por Kbelinho do Cavaco, volta paraançar o seu trabalho. O disco conta com a música que o tornou nacionalmente conhecido: “Minha História”, uma composição dedicada ao amigo do artista, Ronaldo Fenômeno.

Kbelinho do Cavaco - É verdade, minha correria é constante, tenho mais de 20 anos de carreira. No momento estou fazendo o lançamento e divulgando o disco, no final do ano penso em começar a seleção de músicas para o próximo EP.

BOSSA - Kbelinho, como é voltar para casa para o lançamento do seu CD? Kbelinho do Cavaco - É uma alegria muito grande reencontrar grandes amigos que fiz na Espanha. Estou muito ansioso para esse momento, para poder cantar para eles. O reencontro é algo extraordinário, vai ser uma grande festa. BOSSA - Sua vida deu uma volta de 360 graus depois que sua música explodiu no Brasil. Já deu para se acostumar com a proporção que isso tomou ou ainda é estranho? Kbelinho do Cavaco - É muito gratificante ver seus fãs cantando sua música, pedindo para tirar fotos, demonstrando carinho por você a todo momento. A ficha vai caindo aos poucos, ainda sou pego de surpresa pelas cidades por onde passo. É maravilhoso sentir esse retorno.

BOSSA - Hoje em dia você faz uma média de quantos shows semanais? Kbelinho do Cavaco - Dois a três shows e algumas participações em shows de amigos. BOSSA - É a primeira vez que você volta a Madri e sua turnê será curtinha devido aos compromissos no Brasil. Vai dar tempo de matar a saudade dos amigos? Kbelinho do Cavaco - Estou, juntamente com a produtora responsável pelo lançamento (Rone e Maikon Baladas em Madrid), fazendo toda a logística para aproveitar ao máximo o tempo na Espanha. Vai ter seção de fotos, encontro para o café da tarde com a galera, ensaios, prova de som, etc. Depois do show quero atender a todos, fazer muitas fotos, enfim... Aproveitar ao máximo, matar a saudade!

BOSSA - Quais foram suas influências para lançar seu primeiro CD? Kbelinho do Cavaco - Sempre gostei de ouvir samba de raiz, como Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Beth Carvalho. Este CD tem um pouco do samba de antigamente com uma pitada de hoje em dia, sem perder a batucada.

Organização:

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Castelldefels celebra o dia do Brasil “Brasileiro, um povo alegre e perseverante” No sábado 18 de junho, a pequena cidade de Catelldefels, a apenas alguns quilômetros de Barcelona se vestirá de verde e amarelo para a terceira edição da Festa das Nacionalidades, que neste ano traz a temática “Brasil”. Com mais de 111 nacionalidades vivendo no município, a ideia da festa é unir e incluir os costumes, valores e tradições de cada nacionalidade. Conhecido mundialmente pelo seu encanto, o Brasil e os brasileiros são os principais personagens desse dia de celebração. Na programação muita cultura, culinária e música de diferentes estilos.

Programa

17h. Oficina e danças infantis – Associação de Pais de Brasileirinhos na Catalunha; 18h. Inauguração oficial;

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18h30. Música ao vivo, com o cantor brasileiro EdnoInàcio Maciel; 18h50. Samba de Gafieira, deSpai Carioca de Barcelona; 19h30. Grupo de Capoeira Brasil, pelo Instrutor Colgate; 20h15. Danças brasileiras: Zumba e Samba, pela Academia FITNESS 19 de Castelldefels; 21h. Música brasileira ao vivo, com o Grupo Ducaña (Victor Salvatti); 22h. Grêmio Recreativo Escola de Samba - Associação Cultural Unidos de Barcelona. Mais informações: Erik Camargo Organização, promoção e eventos 34 687 967 477


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agora barcelona

Dani Pacheco

Estudantes brasileiros se reúnem em Barcelona Nos próximos dias 16 e 17 de junho acontecerá o XXI Seminário da Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros na Catalunha (APEC), em Barcelona. O evento, que já se tornou tradição na comunidade cientifica espanhola e brasileira, terá como tema “A Cooperação acadêmica Internacional - Desafios e Perspectivas”. A entidade já se tornou reconhecidamente um ponto de debate, apoio e divulgação da produção científica e cultural de brasileiros na Catalunha. Isso ocorre por diversos meios: através da acolhida de novos investigadores, da aproximação entre alunos e instituições, da troca de experiências, da difusão de informações e da divulgação da produção acadêmica. Segundo Rafael Prado, presidente da APEC, “nesta gestão várias ações estão sendo realizadas. Além das reuniões mensais, já promovemos saraus, piquenique, que carinhosamente intitulamos de ‘APECNIQUE’, e encontros para debater a situação atual do país, que estimula a curiosidade e o desejo de entender o que está acontecendo no Brasil, não só por brasileiros como por estrangeiros”.

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O seminário internacional é o principal evento da APEC e o mais antigo da comunidade brasileira em terras espanholas. “Este ano, debateremos a cooperação acadêmica internacional. O evento contará com palestras e mesas redondas sobre o tema. Os pesquisadores apresentarão trabalhos acadêmicos – em português, espanhol, inglês ou catalão. O tema é livre”, conta o presidente. Durante o XXI Seminário da APEC serão abordados diversos assuntos. Temas como: Oportunidades para o compartilhamento de conhecimento contemporâneo; Desafios no âmbito da pesquisa multi e interdisciplinar e suas perspectivas; Catalunha como pólo de excelência internacional e atração no ensino e na pesquisa universitária; Transferência de conhecimentos; Exemplos de experiências de intercâmbio e cooperação acadêmica, entre outros, faram parte do evento. O objetivo da APEC é ser um espaço democrático de divulgação e intercâmbio das pesquisas feitas na Catalunha. “Depois do Seminário pretendemos organizar algumas palestras. E também começar a preparar a programação de atividades para a comemoração dos 25 anos da APEC, que acontecerá no próximo ano”, adianta Rafael Prado.


Juliana Bezerra

agora galicia

Fred O cantor e compositor Fred Martins lança seu novo disco “Para além do muro do meu quintal” em terras espanholas. O artista, natural de Niterói/RJ, vive em Santiago de Compostela desde 2010. Após o convite para participar do Ciclo de Músicas Portuárias, em Ferrol, organizado pela cantora galega Ugia Pedreira. Seguiram-se outros festivais como “Cantos na Maré” e a oportunidade de tocar no espetáculo da bailarina Maria Pagés, baseado na obra de Oscar Niemeyer. “A princípio, fiquei receoso, afinal não entendia nada de flamenco, mas acabamos trabalhando quase que imediatamente”, conta Fred Martins. “O show se tornou um diálogo entre flamenco e música brasileira”, completa. Atualmente, Fred Martins se apresenta com frequência em locais consagrados de Santiago, como a Casa das Crechas. A música tema do novo disco é um verso do poema “Noite de São João”, de Alberto Caeiro (Fernando Pessoa). Neste novo trabalho, o compositor explora outros sons, mas conserva a sofisticação habitual que conquistou intérpretes como Ney Matogrosso e Zélia Duncan. “A sonoridade é completamente ibérica. Uma confluência dos estilos que chegaram ao Brasil através dos portugueses como a música moura”, comenta Martins. O clima sonoro árabe/ ibérico é acentuado pelo uso do “cumbus” - instrumento de cordas de origem turca. Produzido pelo pianista açoriano Paulo Borges, o disco conta com a participação de Sergio Menem (cello), Márcio Bahia e João Ferreira (percussão), da cantora cabo-verdiana Nancy Vieira e do paulistano Renato Braz. Lançado no Brasil em 2015, “Para além do muro do meu quintal” é um disco com timbre espanhol, mas com inconfundível sotaque brasileiro, uma bela síntese desta nova etapa da carreira do artista.

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agora madri

Juliana Bezerra

Blogueiros de Lingua Portuguesa em Madri Mostrar Madri através do olhar de sete brasileiras e uma portuguesa. Esta é a missão dos Blogueiros de Língua Portuguesa em Madrid, um blog que reúne um time de oito autoras, residentes na capital espanhola, que resolveram contar, em português, sua visão sobre a cidade. Criado em 2015, após a jornalista Larissa Andrade ter participado do I Encontro de Blogueiros Brasileiros realizado em Barcelona, as blogueiras dão dicas de viagem, revelam curiosidades da vida madrilena, indicam bons restaurantes e contam sobre a vida cultural da cidade. Desta maneira, já conseguiram marcar sua presença nas redes sociais e, com isso, se tornarem uma referência para turistas brasileiros e portugueses que vem passar suas férias, estudar ou mesmo trabalhar aqui. Confira as integrantes do site:

Paula Andrade. Escreve sobre restaurantes e viagens com crianças. Blogs: BiteMeMad e Viajando com bebê.

Larissa Andrade. Conselhos para turistas, mas também para aqueles que pensam em estudar ou viver em Madri. Blog: Esto es Madrid, Madrid.

Camila Levy. Informações para futuros expatriados e desabafos de uma brasileira que vive em Madri. Blog: Con Su Lado de Cá

Tatiana Montovani. Conta todos os detalhes sobre o futebol espanhol. Blog: Efeito Fúria.

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Susana Almeida. Fala sobre centros culturais, mercados, curiosidades de Madri, e suas viagens pelo mundo. Blogs: Desbravando Madrid e Falar de Viagens. Suzana Paquete. Conselhos para os viajantes, especialmente para quem faz o Caminho de Santiago ou vem a Madri. Blog: That Good Trip. Sandra Brockson. Relata suas impressões de viver em Madri. Blog: Sandra B. em Madrid. Manaira Araújo. Dicas sobre restaurantes, bares, estilo de vida madrileno e marketing digital. Blog: Manairaaraujo.com


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agora madri

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Avelino Sevilla


CÉU BARROS EXPÕE SUA ARTE EM MADRI O Sujeito Celsiana Siqueira Barros nasceu em Salvador da Bahia. Em busca de novos horizontes profissionais e já entregue por completo à paleta, se translada para a Europa, mais especificamente para Madri. Desde sua chegada a Espanha vem ganhando concursos de pinturas e expondo seu trabalho, principalmente no entorno da serra madrilena e na própria capital, onde em breve abrirá uma exposição. A artista assina como Céu Barros, inclusive em seus trabalhos como cenógrafa e figurinista, em teatro, e também em suas produções artesanais de Carnaval. O objeto A artista, desde uma profunda feminilidade e liberdade de regras, expressa através de um autêntico diálogo de cores que se assemelham às vinhetas de comics transladadas à tela, a ingenuidade mais otimista com respeito ao ser humano. Desde a raiz africana da Bahia brasileira, a mensagem plasmada, sugere, a fraternidade desenvolvida na mistura, na mestiçagem, no “meltigpot” racial e social. Pelo qual é consciente da opressão social sofrida pela raça negra, sendo esse o sujeito da sua expressão artística, simbolizando o respeito sobre a diversidade, que deve ter foco no amor e nas demais relações e expressões da condição humana. O interesse da artista se encontra, não simplesmente na composição de produtos visuais de qualidade, mas também na expressão plástica de ideais e anseios originados em seu anseio emocional mais íntimo.

EXPOSIÇÃO CÉU BARROS TAPIOCA CHILL&COCINA PLAZA CEBADA, 9 28 DE JUNHO A 3 DE JULHO 53


agora madri

Redação

Os cem anos do samba nos Veranos de la Villa Em sua 10ª edição, o “Veranos de la Villa”, festival internacional de cultura que se celebra anualmente em Madri, incluirá uma homenagem aos 100 anos do samba. Para isso, contaremos com um concerto do prestigioso saxofonista brasileiro Leo Gandelman dia 7 de julho no Teatro Circo Price. Acompanhado por Eduardo Farias no piano e Antônio Neves na bateria, Gandelman reinterpretará ao saxofone grandes clásicos das origens do samba. Nesta seleção, estarão nomes como o de Noel Rosa, Baden Powell, Nelson Cavaquinho, entre outros, além de homenagear também Tom Jobim. Agraciado com inúmeros prêmios internacionais, Gandelman já gravou com artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Nascimento. Seu último disco “Velhas ideias novas: o sax da gafieira ao sambajazz” foi eleito pelo O Globo como um dos 10 melhores de 2015. Com trinta anos de carreira solo, Leo gravou 21 discos e 3 DVDs, dos quais vendeu milhares de cópias. Entre seus maiores éxitos, destacam-se o de ter sido eleito durante 15 anos consecutivos, o “melhor instrumentalista brasileiro” no concurso “Diretas na Música” do Jornal do Brasil; o de lotar o Blue Note em Nova York; e o de participar como solista em concertos da Orquesta Sinfônica Brasileira no Lincoln Center e no Central Park. Também foi solista de orquestras como a Sinfônica da Bahia e a de Ribeirão Preto, entre outras. Ademais, de “Leo Gandelman Trio”, espera-se, no espetáculo, a participação de artistas brasileiros convidados cujos nomes ainda não se pode revelar. Ficaremos então na expectativa. Entradas já à venda em www.teatrocircoprice.es.

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Redação

agora madri

Fernando Cea estreia “oCEAn en concierto” em Madri O cantor, compositor e produtor cultural brasileiro Fernando Cea apresenta seu novo projeto musical “oCEAn” nos dias 21 e 28 de junho, no Teatro Alfil de Madri. Um concerto eclético, com canções autorais e de compositores tão diversos e universais como Tom Jobim, Ray Charles, Sting e Caetano Veloso, entre outros. O show passeia pelo funk, bossa, jazz e o samba, mas, sem perder o cuidado com a coerência estética e a linguagem. Como o próprio nome sugere, oCEAn é o elemento comum das inúmeras margens e costas, dos sentimentos e vivências atemporais comuns a todos nós. “oCEAn en concierto” conta com a direção musical de Mario Díaz Bermejo, tecladista do renomado grupo espanhol El Bicho e a direção artística da prestigiada diretora e produtora de espetáculos Cristiane Azem. Voz, guitarra e percussão: Fernando Cea Piano e teclados: Mario Diaz Bermejo Guitarras: Álvaro Rivas Percussão: Rogério de Souza Cantora especialmente convidada: Myriam Soler

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agora madri

Redação

A editora hispano-brasileira Ediciones Ambulantes, lançou no último mês de abril um livro intitulado “Brasil, golpe 2016”. A obra recopila opiniões de diversos intelectuais e artistas brasileiros que vivem tanto no Brasil, como na Espanha. Dentre os mais expressivos está Chico Buarque, Wagner Moura e Leonardo Boff. Distribuída de forma gratuita, a versão online do livro repercutiu no Brasil e no mundo. “O golpe, portanto, é causado pela rejeição das políticas de distribuição da riqueza. O que interessa aos golpistas é que estes sejam revertidos em favor dos interesses do grande capital e contra a igualdade entre diferentes setores da sociedade”, diz um trecho da publicação, por Marina Albiol, da Izquierda Unida MEP e porta-voz da delegação da Plural Esquerda no Parlamento Europeu. O livro é uma crítica contra a atual conjectura política brasileira e o impeachment. Os escritores questionam o processo antidemocrático e as reações que essa ação pode gerar no futuro. De leitura fácil e bem diagramada, é literatura obrigatória para poder entender melhor o atual momento do nosso país.

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Gourmet

Chef Bento Nascimento

TORTA ALEMÃ SEM GLÚTEN bolacha maria

leite

chocolate amargo

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açúcar

Houve uma época em que as tortas alemãs eram uma verdadeira febre. No Brasil, todas as cafeterias ofereciam a iguaria com suposta origem germânica. O que muitos não sabem é que a torta não é alemã, a origem até hoje é pouco exata. Existem muitas versões para o surgimento da sobremesa, a maioria sustenta a ideia de uma alemã que tinha criado a receita no sul do Brasil; há até uma versão na qual ela surge em Dallas, EUA. Eis aí a dificuldade de encontrar a sobremesa nas cafeterias e docerias espanholas. Independentemente de onde ela foi criada, o importante é saborear esse manjar dos deuses, principalmente se for simples de ser preparado e ainda venha numa versão mais leve, sem glúten.

manteiga

creme de leite


6 30MIN 5h de espera DIFICULTADe

fácil

VOCÊ VAI PRECISAR DE: • 200g de manteiga sem sal; • 1 xícara (chá) de açúcar; • 3 gemas de ovos; • 1 lata de creme de leite; • 1 1/2 pacote de biscoito Maria ou Maisena sem glúten; • 1/2 xícara (chá) de leite; • 200g de chocolate amargo; • 1 lata de creme de leite.

PREPARAÇÃO Para o creme: Misture a manteiga, as gemas e o açúcar e bata por 10 minutos na batedeira, em velocidade média. Se você não possuir batedeira, pode bater na mão. Depois que obtiver uma mistura homogênea, acrescente o creme de leite (sem o soro) e bata até conseguir uma textura firme do creme. Reserve. Uma vez feito o creme, forre um recipiente refratário de lateral removível com papel de alumínio e, sobre ele, monte uma camada de biscoitos embebidos em leite, seguida de uma outra camada do creme, terminando com a de creme. Leve à geladeira e mantenha por 4 horas.

APRESENTAÇÃO Aqueça o creme de leite em banho-maria junto com o chocolate em pedaços e misture até criar uma cobertura consistente e homogênea. Retire do fogo e continue mexendo por 5 minutos. Espalhe na torta e volte a colocar na geladeira por mais uma hora.

CONSELHO DO CHEFE A intenção é comer saudável, ainda que seja uma sobremesa, sendo assim, o chefe sugere utilizar leite, creme de leite e chocolate sem lactose. Hoje em dia, esse tipo de produto é bastante fácil de ser encontrado.

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jobs

Luís Carlos Vasconcelos

MELHORES SITES E LOCAIS PARA BUSCAR EMPREGO Seja no Brasil, seja na Europa, buscar emprego não é uma tarefa fácil. Dependendo de como estiver a situação econômica e social de um país, esta tarefa pode ser mais árdua ou não. Mas é verdade que, à parte da conjectura mundial – que não se pode fazer muito a respeito, é imprescindível usar as melhores ferramentas na hora de buscar um trabalho. Na edição de maio, foram listadas algumas dicas para a hora de buscar trabalho: preparação de um bom currículo, boa apresentação e aprender um outro idioma podem ajudar a encontrar um trabalho. Mas, uma vez que se têm todos esses requisitos afiados, de onde se deve começar a buscar? A forma mais antiga de conseguir um trabalho e que continua funcionando nos dias de hoje, é através do famoso “boca a boca”, também conhecido como network, apesar da febre das redes sociais voltadas para conseguir emprego, como o LinkedIn, Xing ou Viadeo. Para ser mais sucinto e deixarmos de delongas, funciona bastante, porém tão importante quando são os sites dedicados a emprego. Assim, a BOSSA lista um Pack com sugestão de alguns sites para acompanhar sempre e aumentar suas chances diante do mercado laboral.

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Infojobs É um dos portais de emprego mais conhecidos e mais amplamente utilizados na Espanha. Pode-se encontrar todo o tipo de trabalho.

www.infojobs.net

Indeed É um dos mais requisitados, devido à alta quantidade de ofertas de trabalho. Facilita a busca de empregos anunciados em portais e serviços de emprego da rede.

www.indeed.es


PrimerEmpleo Para os que reclamam que as oportunidades não aparecem para os que não têm experiência, uma página totalmente dedicada a quem procura o primeiro emprego.

www.primerempleo.com

É importante estar atento se estão chegando respostas. Caso contrário é recomendado experimentar outros sites de busca. Busque outras páginas, procure ofertas no LinkedIn, aborde pessoas e faça contatos – cuidado apenas para não ser inconveniente – reanalise o seu currículo e não desista nunca de seguir buscando com foco o seu desejo: emprego.

Por outro lado, se você ainda não tem o seu perfil no LinkedIn, deveria fazê-lo. Como foi dito no começo, o network sempre ajuda. O Linkedin é, em sua essência, uma rede social, é como se fosse um Facebook para negócios.

www.linkedin.com

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agenda

SAMBA DE TERRAZA + TERREIRO - FUNK SAMBA SOUL NA BOSSA

KBELINHO DO CAVACO

TOQUINHO E MARIA CREUZA

ROBERTA SÁ

!VENGA-VENGA!

11 de junho | 23h| Desde 8€. Sala Clamores | Calle Alburquerque, 14

11 de junho | 22h| Desde 8€ Discoteca Glass| Calle Orense, 14

5 de julho | 21h30| 39€ Real Jardín Botánico Alfonso XIII| Avenida Complutense, s/n

25 de junho | 20h| 12€ Arena | Calle Princesa, 1

5 de junho | 22h El Junco | Plaza Santa Barbara, 10

Verônica Ferian e Wagner Barbosa percorrerão as origens e a evolução do samba, assim como sua fusão com outros gêneros como o tropicalismo, o funk, o pop.

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Madri Um bom filho a casa torna. Assim, o cantor brasileiro Kbelinho volta a Espanha para o lançamento oficial do seu CD.

Esses dois fantásticos músicos se unem em uma turnê pela Europa. Em Madri, tocam no Noches del Botánico 2016, uma oportunidade excelente para prestigiar estes dois grandes da música brasileira.

Eleita a melhor cantora de MPB no ano 2012, Roberta Sá chega com sua turnê Delírio a Europa.

Mais uma edição do Cooking Brazilian Beats dessa vez com os DJs de uma das festas mais importantes da cena paulistana e a já conhecida banda Terreiro – Funk Samba Soul.


Barcelona ENRÉDATE

PATRICIA CAICEDO

FIESTA DE BRASIL CASTELLDEFELS

MUTANTES

TOQUINHO E MARIA CREUZA

24 e 25 de junho | 10h| Gratuito

6 de junho | 20h | Desde 10€ Reial Acadèmia Catalana de Belles Arts de Sant Jordi| Passeig Isabel II, 15

18 de junho | 16h | Gratuito Plaza De La Iglesia De Castelldefels

10 de junho | 21h | Desde 22€ Sala Apolo | Carrer Nou de la Rambla, 113

8 de julho | 22h | 16€ Jardins Palau Reial Pedralbes | Av. Diagonal, 686

A mítica banda brasileira dos anos 60 e 70 volta ao cenário europeu para apresentar seus grandes sucessos e seu último álbum, Fool Metal Jack.

Em Barcelona, os consagrados artistas farão parte do Festival Jardins de Pedralbes 2016, dando peso ao festival.

Plaza del Pou de la Figuera. O festival visa promover e difundir este conjunto de baile, percussão e música, que é o samba-enredo.

Os amantes da música clássica e da poesia terão uma oportunidade única para escutar as obras de grandes maestros brasileiros. CONCIERTO CANÇÃO D’AMOR é uma verdadeira viagem poético-musical às terras brasileiras

O primeiro festival de cultura brasileira na pequena cidade de Castelldefels.

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QUIXOTE macunaíma

Flávio Carvalho

Política deveria ser uma arte e não uma ciência exata: fazer mais amigos que inimigos. O medo de amar é o medo de ser livre (Beto Guedes).

Antes de brigar com amigos ou familiares por causa da política brasileira, respire e conte até cinco. Será que vale a pena?

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Em política, ninguém (nem o melhor político) deveria agarrar-se ao cargo (ou querer derrubar o outro, à força), como uma questão de vida ou morte. Política é questão de muitos, de milhares, de milhões. E não de um ou dois. Então sempre cabe pensar: por que haveria de ser somente esse (a) ou aquele (a)? Será que não temos gente suficiente? Por que sempre nos impõem um “salvador da pátria”? Afinal, não deveria se tratar de pessoas e sim de projetos políticos; não de individualismos e sim do que é de interesse coletivo.

2

A maior transformação que o Brasil passou nas últimas décadas, em minha opinião, não foi econômica (por mais que o dinheiro siga passando por cima de tudo, infelizmente, na hora

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de se tomar decisões). O que mais mudou foi o que eu chamo de “cultura política” (e, por outro lado, a política cultural).

plexo de vira-latas” (achar que estávamos eternamente condenados a ser, em tudo, o pior país do mundo).

Mudou substancialmente a forma que a sociedade brasileira está encontrando para se expressar e para participar ativamente da vida política do país. Isso somente se notará daqui a alguns anos, quando olharmos para trás e conseguirmos perceber as transformações históricas que estão se produzindo.

Primeiro porque nunca se deve falar em nome de todo um imenso e diverso país, com a falsa pretensão de pensar que entende e sabe explicar todo o Brasil pelo simples fato de ser brasileiro. Eu sempre disse que brasileiro depois de sair do país, no exterior, tem mania de achar que virou brasilianista (um sábio doutor especialista em tudo que tenha a ver com o país).

3

Morando na Espanha ou no exterior, tenha sempre muito cuidado com as declarações para a imprensa estrangeira ou para qualquer pessoa que esteja, mesmo que de boa vontade, preocupada com toda essa imagem negativa que os políticos do nosso país estão transmitindo. Estão cometendo um enorme prejuízo para a imagem externa do Brasil e desfazendo décadas de investimento no desmonte daquilo que o escritor brasileiro Nelson Rodrigues chamou de “com-

Segundo porque em matéria de corrupção, por exemplo, eu nunca admitirei que nenhum jornalista ou político espanhol venha me dar lições de moral sobre quem tem mais conivência e impunidade. Eu sempre devolvo dizendo que o partido político espanhol mais envolvido em escândalos de corrupção voltaria a ganhar as eleições, segundo as atuais pesquisas políticas de intenção de voto.


4

Gilberto Gil, no seu discurso de posse como Ministro da Cultura já havia feito o melhor resumo: o Brasil não é somente um país do ou isso ou aquilo. Equilíbrio é a palavra do futuro, embora eu ache maravilhoso que o país inteiro tenha saído de cima do muro. Para deixar bem claro, usando meu direito de liberdade de expressão: eu, por exemplo (como podia ser qualquer outra pessoa), sou contra o golpe, mas não sou “dilmista”, nem nunca fui “lulista”.

que aqui na Espanha o podemos diz ser: contra a casta).

No dia que me convencerem, com uma mínima prova concreta, sobre qualquer político que, comprovadamente, tenha roubado um real, assinarei, no dia seguinte, um documento público contra ele, seja do PT ou do PSDB. Por enquanto, peço desculpas (mesmo acreditando ter motivos pra isso) por não confiar nem um pouco na justiça do meu país. Muito menos no que dizem os grandes meios de comunicação! E menos ainda no atual Congresso Nacional. Sou daqueles que nunca votaram na pessoa do Lula e sim no projeto político de uma alternativa ao Brasil das oligarquias e da elite (aquilo

Os espanhóis mais pessimistas estranham muito quando eu digo que tenho muita esperança e até posso ver com bons olhos o que está acontecendo, como uma oportunidade histórica de aproveitar que o brasileiro está deixando de ser acomodado, para o bem ou para o mal. Sou daqueles que também acreditam que há males que vem para o bem. A partir daí, deveríamos todos aproveitar que o nosso povo, em geral, exerça mais a sua consciência crítica. Vamos, então, radicalizar a democracia e avançar nas transformações sociais que o Brasil ainda precisa fazer.

MUDOU SUBSTANCIALMENTE A FORMA QUE A SOCIEDADE BRASILEIRA ESTÁ ENCONTRANDO PARA SE EXPRESSAR E PARA PARTICIPAR ATIVAMENTE DA VIDA POLÍTICA DO PAÍS.

5

Estudei ciências políticas e acredito que políticos podemos e devemos ser todas e todos. Com tudo isso, eu acho que a hora é mais oportuna pra fazer amigos do que pra aumentar o número de inimigos. O que mais me preocupa: condeno a violência e as agressões nas ruas durante os protestos. Com tantos séculos de desigualdade social, a insegurança seguirá sendo o nosso maior problema. Três em cada quatro brasileiros com quem eu falo dizem que a segurança é o maior motivo pra seguir vivendo fora do Brasil. Acho que a solução, para o que o nosso país mais precisa (paz! Sobretudo, muita paz...) passa pelo respeito: concordar ou não até mesmo com o que acabei de escrever, mas nunca deixar de dizer o que se pensa (e de aprender a escutar), muito menos por medo.

O que você pensa? Escreve aqui: cbrasilcatalunya@gmail. com ou para a revista. Aquele abraço.

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