BOSSA #6 | Outubro 16

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6 Outubro #

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editorial

JoĂŁo Compasso

Puentes de Toledo.

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EDITOR Voltar das férias é bacana, principalmente quando temos um mês tão agitado de Brasil. Outubro, sem dúvida, será um dos meses onde mais se viverá a arte e cultura brasileira. A nossa capa é dedicada ao grande Pedro Miranda, referência da nova geração do samba. Há mais de dez anos é membro ativo das rodas de samba carioca. Ator, músico e compositor, tem no samba sua forma de se expressar. Reconhecido por seu trabalho, foi convidado para celebrar os 100 anos do Samba na Espanha, em um único show completamente gratuito na capital espanhola. Porém, não é apenas o Pedro que dá o ar da graça. Moreno Veloso volta às terras espanholas para realizar shows em Madri, Sevilha e Barcelona, trazendo na bagagem sua “Coisa Boa”. A Maria Gadú também fará show em Barcelona e Madri, trazendo o seu “Gueta”. No ritmo da música, entrevistamos uma que já merecia ter estado há muito tempo nas nossas páginas: Thaïs Morell. Uma bela moça com uma bela voz. Thaïs é um estrondo. Com músicas próprias ela lançou dois discos em Valência, o último em 2015. Acompanhe toda a entrevista da fantástica Gilca Flores. Como o futebol brasileiro é uma arte que se assemelha ao samba, não podia faltar em nossas páginas a jogadora Andressa Alves da Seleção Brasileira. Ela é a primeira brasileira contratada por um clube espanhol, o Barcelona Futebol Clube. Ela nos contou sobre olimpíadas e sua carreira. Felizmente a produção cultural brasileira tem sido grande e infelizmente temos que selecionar os eventos na revista física. Na nossa web e redes sociais vocês podem encontrar mais eventos e suas programações.

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SUMáRIO

SAM 8 – Especial

Pedro Miranda apresenta seu Samba Original Em razão da comemoração dos 100 anos do samba, Pedro Miranda faz um show gratuito em Madri com seu Samba Original.

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BOSSA FM

Festa Voodoohop

O “colecionador de boas músicas”, Rodrigo da Matta, segue descobrindo as melhores festas brasileiras.

18 – Entrevista

Moreno Veloso O cantor traz sua Coisa Boa para a Espanha. Fará show em Sevilha, Barcelona e Madri.

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24 –

Be Natural

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Foodie lovers

HAIR FALL Cabelo de outono ou queda de cabelo?

Horchata de Ucha

A amante de comidas, Tati Sato, vai até Alboraia, perto de Valência, para descobrir essa iguaria.

32 – Cinéfilos

Nise – O coração da Locura Um filme necessário e humano. Conta a história da Dra. Nise e de sua lota para transformar o tratamento psíquico.


Capa Foto: Divulgação do artista Execução: Gonzalo López de Egea Idealização: Trasto Creativo

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MBA 48 – Agora Madri

32 – Agora Valência

Thaïs Morell Uma das maiores e mais genuínas artistas brasileiras na Espanha. Conheça essa pérola brasileira.

38 –Agora Palma de Mallorca

Cultura brasileira encanta Mallorca

Maria Gadú Em turnê pela Europa, a cantora faz três shows na Espanha para apresentar Guelã.

56 – Quixote Macunaíma

Por que o Rio não é Barcelona? Uma profunda reflexão sobre os desafios enfrentados pelo Brasil para provar que pode realizar as Olimpíadas como qualquer país desenvolvido.

O Consulado Honorário do Brasil em Palma de Mallorca e a Associação Amigos do Brasil em Baleares, comemoraram a independência do Brasil com um grande espetáculo musical.

42 – Agora Barcelona

Andressa Alves Força e charme do futebol feminino brasileiro conquista o mundo.

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staff DIRETOR João Compasso EDITORA BARCELONA Daniela Pacheco REDAÇÃO Clarice Compasso Daniela Pacheco DESIGNER Gonzalo López de Egea Gómez - Trasto Creativo. COLABORAÇÃO Flávio Carvalho, Juliana Bezerra, Rafaella Marques, Tahone Jacobs, Luzie Lima, Suzana Paquete. Michele Vasconcelos, Rodrigo da Matta, Fernanda Medeiros, Tati Sato, Aline Navarro REVISÃO Claúdia Maciel CONTATO editor@revistabossa.com +34 64 007 41 77

DEPÓSITO LEGAL M-10540-2016 As opiniões expressas por nossos colaboradores são de responsabilidade exclusiva dos mesmos.

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especial

Redação

“Versátil” é sem dúvida uma das palavras que poderia definir o cantor, ator, compositor e percursionista. Há mais de dezoito anos é um agente ativo nas rodas de samba carioca. Se define com um sorriso e seu pandeiro afiado. Com o destaque na cena contemporânea do Rio de Janeiro, Pedro formou grandes parcerias ao longo de sua carreira. Chamado pelos amigos mais próximos de “Pedrinho” Miranda, ele já rodou meio mundo levando o melhor do seu samba. Eis que finalmente chegou a vez da Espanha. Ele comemorará o centenário do samba com um show gratuito em Madri, no dia 28 de outubro na Sala Arena, às 20h30.

Pedro, o teu Samba é Original? O nome Samba Original é uma brincadeira, uma provocação, pode tanto significar uma coisa nova, como a origem, onde tudo começou. Mas a originalidade maior vem das minhas escolhas artísticas, de repertório, interpretação e etc. Acredito que o amadure-

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Pedro Miranda Debuta na Espanha com o seu Samba Original.

“[...] posso dizer qu e conheço bastante da música do meu p da qual eu me orgu aís, lho muito.”

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ndo ele a u q e c e t sta acon esse i t e r é a e l m e u e e com o qu imento d c s i e a r m u d a a ç e m que o a te se par r a a u s a “Acredito com que r e z i isso” a u f g e e s u n g o e c s n co e eu mais d n o o h l a foi o trab

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cimento de um artista acontece quando ele consegue fazer com que a sua arte se pareça mais com o que ele é e esse foi o trabalho onde eu mais consegui isso. Espero que esse amadurecimento continue cada vez mais. “Versátil” seria uma boa palavra para te definir. Ator em duas peças teatrais atualmente (“Sassaricando - e o Rio inventou a marchinha”, em cartaz desde 2007; e no musical infantil “Farra dos brinquedos”); diretor musical; cantor; e acaba de lançar o seu terceiro disco. Como se arruma tempo para tudo? Gosto de me desdobrar em diferentes trabalhos, acho que um ajuda no outro. Às vezes fica difícil de conciliar tudo e sofro um pouco, mas cada vez mais tenho conseguido relaxar com isso, buscando entender que isso faz parte da minha essência. Das rodas de samba na Lapa à Madri. Nos conte um pouquinho sobre esse seu último trabalho. Gosto de dizer que esse trabalho reúne músicas que foram “ficando em mim”, que fui colecionando ao longo dos anos em contato com músicos, compositores, discos e projetos diferentes dos quais participei. E nesse disco consegui juntar meus dois mundos: a turma do samba - com a qual eu convivi nos últimos 18 anos da minha vida - mais ligada ao subúrbio do Rio de Janeiro e a música tradicional; e a turma do início da minha vida artística, de quando eu fazia teatro e estudava na PUC, convivendo mais na Zona sul da cidade de onde eu vim. Além de ter trabalhado com a grande Teresa Cristina por mais de 10 anos, você sempre participou de muitos trabalhos de outros cantores e grupos como: Mario Adnet, Eduardo Gallotti, João Callado, Antonia Adnet e do grupo Casuarina. Você acredita que essa troca soma?

Gosto muito de trabalhar em grupo, em toda minha vida foi assim. Essa troca me alimenta muito como artista e é essencial para o meu trabalho. Pedro, o seu repertório inova com criações das décadas passadas. Porque fazer esse resgate? Você se considera um investigador do samba? Minha investigação é intuitiva e segue apenas o interesse pessoal e o coração. Não me considero um pesquisador por não fazer isso de forma metódica, mas posso dizer que conheço bastante da música do meu país, da qual eu me orgulho muito. 100 anos do samba e Pedro Miranda. Estou muito feliz por ter sido escolhido para representar o meu país em uma data tão importante para o samba, gênero pelo qual eu me apaixonei e dediquei grande parte da minha vida. Mais feliz ainda por ter sido convidado para fazer o show na Espanha, onde ainda não tive a oportunidade de apresentar meu trabalho. Viva os 100 anos do samba! É seu primeiro show na Espanha. Como você espera que recebam a sua música, o seu trabalho? Nunca se sabe o que vai acontecer quando nos apresentamos em um lugar novo, mas espero que os espanhóis gostem do que vão ver ouvir. Estamos preparando um show especial com muito carinho. Já apresentei meu show em países como Portugal, Índia, México e Argentina, e com outros trabalhos, como do Grupo Semente com a Teresa, no Japão, Holanda, Itália, Bulgária e África do Sul. Em todos os lugares fui muito bem recebido. Acho que a música é uma linguagem universal, e a brasileira, com todo o sincretismo cultural que tivemos, tem essa característica ainda mais aflorada em sua essência. Acredita que tua música pode surpreendê-los? Espero que se surpreendam para o bem! Acho que a música brasileira sempre surpreende, por não ser tão simples para se compreender o ritmo, mas ao mesmo tempo ser muito acessível e de fácil assimilação pelas letras e melodias. Uma música que carrega muitos ritmos, história e raças.

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“[...] em todos os lugares fui muito bem recebido. Acho que a música é uma linguagem universal, e a brasileira, com todo o sincretismo cultural que tivemos, tem essa característica ainda mais aflorada em sua essência.”

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bossa fm

Rodrigo da Matta

FESTA VOODOOHOP São Paulo

Feche os olhos e pense em um “cabaret tropical”. Se você visualizou um pouquinho dessa atmosfera, adicione uma pitada de DJ’s incríveis, bandas, performances, danças e intervenções artísticas. Tudo funcionando em sinergia: som, luz, cores e cheiro fazem sentido na VOODOOHOP. O coletivo surgiu em 2009, quando artistas de diferentes origens e backgrounds resolvem explorar o centro decadente da cidade de São Paulo para gerar arte. Aconteceram então as primeiras festas e em pouco tempo a VOODOOHOP se tornou um dos eventos mais importantes de São Paulo, além de um dos coletivos artísticos mais expressivos da cidade. A festa tem um perfil nômade e pretende revitalizar áreas abandonadas da cidade, com pouca vida noturna ou programação cultural. A VOODOO explora ambientes como prédios abandonados, estacionamentos, casas privadas, florestas, cachoeiras e, até mesmo, strip clubs decadentes. Sem falar nas edições internacionais que ocorreram por países como Grécia, Alemanha, Portugal e vários outros.

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A Voodoohop cria uma atmosfera hedonista onde o público interage do começo ao fim, inclusive na pré-produção dos eventos, escolhendo temas, artistas e locações. O clima é sempre de muita autenticidade e liberdade de expressão.

Thomash (live/djset)

A música que toca na VOODOO é uma mistura de Psicodelia Tropical Brasileira, Eletrônica Experimental, Percussões Minimalistas e Grooves Hipnóticos da Música Popular Brasileira.

Kaloan-Keroøàcidu-Suäväk (live/djset)

O coletivo adota políticas que impulsionam práticas culturais e vanguardistas. Um exemplo é a ideia da meia entrada para quem for fantasiado. Ah, e quem vai de bicicleta entra grátis!

Rafael Temperini (Djset)

Urubu Marina (djset or live with Juliano Abramovay) Peter Power (DJ & Live) EXZ (live) A Macaca (DJ & performance) ELLIOF (DJ) IACI (live), Ricardo Vicenzo (live) Gama (live)

A equipe da VOODOOHOP é grande. É composta por artistas brasileiros e de outros lugares do mundo, confira: Cigarra (live/dj set) BirdzZie (live/dj set)

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Visual / Performance / Decoration Jardim Elétrico (VJ / VideoMapping) Doris (dance performance) Tima ( visual art & performance) World Bank of Genitalia (installation/performance)


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entrevista

Redação

Moreno Veloso Cheio de Coisa Boa, Moreno Veloso volta à Espanha em turnê pela Europa. 18


Na hora de pegar o mochilão para mais uma turnê na Europa, o consagrado artista, cantor e compositor, Moreno Veloso, não teve dúvida ao marcar três shows na Espanha. Dessa vez, contemplando Barcelona, Madri e Sevilha. Há um pouco mais de um ano atrás estava nas terras de Cervantes, em um show marcante na tradicional Sala Galileo Galilei. Aos que não conhecem, Moreno é filho de Caetano Veloso e por pouco não segue a carreira do pai. Ainda que desde jovem esteve cercado por gigantes da música brasileira, Moreno escolheu estudar física. O tempo foi sábio e aos poucos a música foi se impondo em sua vida. Coisa Boa é o nome do seu último disco e o nome de uma das músicas do álbum. Ela era uma melodia de ninar que eu cantava para embalar meus filhos pequenos e que numa tarde chuvosa em Buenos Aires na Argentina, dentro de uma van a caminho do teatro, ganhou essa bela letra do Domenico. Ela começa já no primeiro verso com uma incrível constatação libertadora: “Tanta coisa boa, nada é de ninguém”! Com influências extremamente genéricas, é difícil definir o som do músico, que tem pitadas de tropicália, samba, rock. A verdade é que Moreno ganhou o seu espaço e respeito entre os grandes artistas e da crítica. Revista BOSSA - Moreno, passado um ano, temos o prazer de tê-lo de volta na Espanha. Já esta virando uma tradição? (risos) Moreno Veloso - Pois é, eu gosto muito de tocar na Espanha, gostaria que fosse uma tradição e eu estivesse aqui sempre. Adoro o país e poder tocar em Madri e todos os lugares desse país incríveis. E fico feliz da vida de poder voltar mais uma vez e encontrar essa plateia e essa gente que eu tanto gosto.

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Revista BOSSA - Além da Espanha, você fará shows em vários países na Europa. Antes você esteve pela América do Sul. É importante estimular essa interconexão com outros países? Moreno Veloso – Sim, é muito importante estimular essa conexão com outros países. Porque faz parte da música, faz parte da vida do músico, da universalidade da linguagem musical. E também acaba sendo muito importante para a gente da América do Sul manter o contato com a Europa, com a América do Norte, Ásia. Ou seja, ser conectado com o resto do mundo. Sempre foi assim, mas principalmente nos últimos anos, a conexão é parte da cultura e vice-versa. Revista BOSSA - Porque demorou tanto para sair o Coisa boa? Apesar de ter outros trabalhos, foi o seu primeiro trabalho solo em estúdio. Moreno Veloso – é verdade, o Coisa Boa é meu primeiro trabalho solo em estúdio e embora tenha demorado muito tempo para que ele surgisse, eu não sinto assim. Não sinto um vazio enorme que só está sendo preenchido agora, porque como você mesmo disse, eu já fiz muitos outros trabalhos antes. O projeto +2 com o Kassin e Domenico, o disco solo ao vivo no Japão e tantas outras coisas, como a trilha sonora do grupo Corpo de Minas Gerais que foi muito importante e uma experiência incrível. Além de outras produções e de outros discos, de outros artistas, que também é meu trabalho. Então do meu ponto de vista eu não sinto esse tempo tão grande. Para mim, eu estava fazendo minhas coisas e uma delas foi o Coisa Boa, que me deixa muito feliz, é verdade. Revista BOSSA - O que te estimulou a fazer esse novo trabalho? Quais foram tuas influências? Moreno Veloso – O primeiro estímulo mais forte e mão amiga foi o Pedro Sá. Ele me chamou para dizer que estava na hora de gravar um disco, ele que esteve na minha casa para escolher o repertório e para produzir o disco comigo. Ele basicamente fez tudo, tirou o disco do nada e me ajudou muito.

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Sem ele não haveria esse trabalho. Mas à parte isso, uma das minhas grandes influências foi estar na Bahia, vivendo em Salvador, na terra em que nasci, no período em que o disco foi gravado. Isso se reflete bastante na sonoridade, no ritmo. A outra influência, que é a maior de todas, foi eu ter me tornado pai, ter filhos pequenos e ter uma família que é uma coisa muito bonita. E não só eu, vários integrantes que fizeram esse disco acontecer também tinham se tornado pai no mesmo momento. E isso influenciou muito também na feitura do disco Coisa Boa que era uma canção de ninar que eu tinha feito para eles. Esse trabalho é uma homenagem a eles e a minha mulher. Revista BOSSA - Moreno, você se define um compositor que canta, ou um cantor que compõe? Moreno Veloso – Veja bem, eu certamente me defino como um compositor que canta. E mesmo assim eu não sou nem tão compositor assim. Eu me defino como um servo da música, eu gosto de trabalhar, produzir, mixar, cantar, escutar música. Eu não tenho como viver longe da música. E apesar de gostar de cantar, eu não me considero um cantor nato. Revista BOSSA - Você tem uma grande conexão artística com o Pedro Miranda, trabalharam juntos no Palco Compacto da Petrobrás. Quando começou esse contato? E como vocês desenvolvem essa parceria? Moreno Veloso – Meu contato com o Pedrinho Miranda se deu no Teatro. Era um grupo teatral que estava montando uma peça do Shakespeare, eu acho que Sonhos de uma Noite de Verão. E a diretora me convidou para fazer a direção musical da trilha sonora da peça. Como ela queria que fosse tudo ao vivo, tocado e cantado, eu precisava dar aula de música para os atores, para que eles fossem capazes de executar as músicas e também para servir como expansão do grupo do teatro. O Pedrinho era um dos atores e foi um dos melhores alunos que eu tive, eu dava aula e ele sabia de tudo. E acabou sendo uma parceria porque

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ele me ajudava. Ele e a Clarice Magalhães, que acabou se tornando cantora profissional e pandeirista, eu conheci no grupo de teatro. E sempre fui fã deles, desde sempre, desde o primeiro contato. O Pedrinho é um dos melhores cantores do Brasil e eu fico muito orgulhoso e feliz de ficar perto dele e fazer qualquer trabalho com ele. Inclusive eu acabei de mixar o novo disco dele “Samba Original” e está muito lindo. Como disse, viver próximo do Pedrinho, trabalhar com ele é sempre uma alegria. Revista BOSSA - Apenas esse mês temos a Maria Gadú, o Pedro Miranda e você na Espanha. Você

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acredita que é um bom momento da música brasileira? Moreno Veloso – Acredito que seja um bom momento da música brasileira, aliás ela é repleta de bons momentos, no meu ponto de vista, e esse é mais um deles. Porque há muita gente com trabalhos novos, interessantíssimos e de qualidades. Tanta coisa boa que acontece no Brasil e essas coisas se refletem no exterior. Acho que é um momento propício para estar mostrando o nosso trabalho fora do Brasil.


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be natural

Tahone Jacobs

HAIR FALL: CABELO DE OUTONO OU QUEDA DE CABELO? De tempos em tempos vamos perdendo cabelo. E não é uma queda normal de aproximadamente 100 fios ao dia. São tufos de cabelo na escova, no travesseiro e no chuveiro todo dia. Morando na Europa, onde as estações são mais definidas, percebemos que a queda mais brusca acontece sempre entre o fim do verão e o começo do outono. Ou seja: chegou a hora da hair fall. É fato: no outono os fios estão com menos brilho, sem volume e sim, começam a cair. Não se assustem, porque esse é o ciclo normal do cabelo, exatamente como as folhas das árvores. No inverno ele fica lá quietinho, mais ralinho, porém sem uma queda acentuada. Na primavera começam a aparecer aqueles novos fios curtos e indomáveis. No final da primavera ele já parece mais forte e saudável pronto para brilhar no verão. Notando este “gráfico de queda capilar”, você pode prevenir-se tomando suplementos para este tipo de problema, tanto para prevenir quanto para remediar. Alguns contém vitamina D, ácidos graxos essenciais de diferentes absorções e zinco. Mas para quem não é fã de suplementos, existem tratamentos tópicos em salões e alguns para serem feitos em casa com produtos naturais. Anote aí:

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RECEITA PARA COMBATER A QUEDA, NUTRIR E FORTALECER OS FIOS DESDE A RAIZ Em um recipiente misture: 2 colheres de sopa de azeite de oliva extra virgem 5 gotas de óleo essencial de alecrim ( à venda em herbolários) Esquente em banho-maria para deixá-lo “morninho” (não coloque no micro!)

O uso é bem prático: 3 vezes por semana, um dia sim outro não, você passa na raiz do cabelo, abrindo o cabelo com um pente, mecha por mecha. Massageando bem o couro cabeludo. Deixe agir por 30 minutos e em seguida lave o cabelo normalmente, preferencialmente com um shampoo natural, sem sulfatos, sem silicone e fragrâncias artificiais.


Esta combinação ajuda a combater a queda e fortificar os fios desde a raiz, além do cabelo ficar hidratado, forte e soltinho como a gente gosta. Depois de umas semanas o resultado já é visível.

Vale lembrar que a queda de cabelo muitas vezes está ligada a causas hormonais e, por isso, os suplementos e tratamentos tópicos podem não funcionar. Se esse for o seu caso, procure um dermatologista.

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foodlovers

Tati Sato

O verão e a Horchata O verão, finalmente, está chegando ao final. Como no centro da Espanha o verão sempre é monstruoso, eu fico bem feliz com o seu final porque, ainda que meus shorts e blusas sem manga acabem indo para o fundo do guarda-roupa por longos nove meses invernais, vou poder dormir melhor e não vou mais caminhar pela rua me sentindo um cochinillo de Segóvia. A chegada do outono também quer dizer que eu consigo voltar a comer. À medida que as temperaturas aumentam, minha fome diminui e há dias que a única coisa que tenho vontade é de tomar sorvete ou, se estiver em Valência, tomar horchata de chufa. A horchata é um tipo de leite vegetal e pode ser feita com diversos cereais, sementes ou nozes. No México, por exemplo, há a horchata de arroz que é servida com canela e fria. Aqui ela também é servida fria, mas é feita com chufa que, embora pareça uma noz e seu nome em inglês indique que é uma noz (tigernut), é, na realidade, um tubérculo – como a batata. E, como todo produto espanhol, existe uma Denominación de Origen que garante a qualidade do produto. A melhor horchata – ou orxata, em valenciano – é, segundo dizem, a da cidade de Alboraia, perto da cidade de Valência. Caso não seja possível visitar Alboraia somente pela sua horchata, a cidade de Valência tem boas horchaterias. Embora a Horchateria Santa Catalina, na Plaza de Santa Catalina, no centro histórico de Valência, tenha a fama como a mais antiga da cidade, a Horchateria Daniel, no Mercado de Colón, definitivamente comercializa a melhor. Enfim, brigas à parte, caso haja dúvidas, melhor provar ambas, não é mesmo? Nem todos gostam dessa bebida típica de Valência, mas eu, particularmente, sou horchatera desde que me

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lembro e é minha bebida de escolha no verão. E não pensem que a horchata de supermercado, a Chufi ou outra qualquer industrializada, me satisfazem: horchata boa é aquela servida em horchaterias na comunidade de Valência, acompanhada geralmente de um fartón – uma espécie de pão doce que se molha na horchata, como se molharia o pão no café com leite no Brasil. Particularmente, dispenso o fartón, mas se for a primeira vez, por que não provar a forma tradicional? Bom, pouco a pouco os dias esfriam e a horchata sai das prateleiras... Uma pena. Mas ela voltará, no próximo verão. Quando as temperaturas, outra vez, ultrapassarem os 40 graus, ela vai estar lá, esperando. Ainda que não seja na Horchateria Daniel, em alguma sorveteria no litoral de Valência, ela vai estar me esperando...

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Redação

Humano, necessário e atual. O filme retrata a história da Dra. Nise da Silveira e todo o legado deixado por ela na psiquiatria.

Nise – O Coração da Loucura

CINÉFILOS

A direção é assinada pelo Roberto Berliner, especialista em documentários, porém, o filme é uma ficção. O roteiro é extremamente bem cuidado e existem diálogos memoráveis, onde mostram a convicção, inteligência e humanidade da Doutora. Especialmente quando confrontava opiniões de outros médicos partidários por um tratamento mais convencional.

Nise – O coração da Loucura é, sem dúvida, filme que deve ser assistido e sentido. Poético, humano e realista, beira quase um documental sobre a trajetória de uma mulher de coragem que enfrentou toda uma mentalidade consolidada da sociedade médica para implementar um entendimento diferente no tratamento psiquiátrico. Glória Pires se destaca na pele da personagem principal. Com uma atuação firme e estável, Gloria consegue expressar a força e o amor desta grande psiquiatra, Dra. Nise. Acompanhada de grandes atores, a atuação é um ponto forte do filme, com destaque para os atores Fabrício Boliveira, dando vida ao cliente Fernando e Roberta Rodrigues, interpretando a enfermeira Ivone Lara. O nome não é coincidência. A sambista Dona Ivone de Lara foi enfermeira antes do samba e trabalhou no centro psiquiátrico. Uma curiosidade que foi revelada em forma de homenagem à grande Ivone Lara.

Esses mesmos médicos ilharam a Dra. Silveira em um sótão na área de psiquiatria ocupacional, com o intuito de mantê-la longe. O que ela fez naquele sótão, foi magia. Propôs tratamentos alternativos em combate aos tratamentos violentos - hoje condenados pela medicina – e consolidou uma nova forma de tratar seus “clientes”, como chamava seus pacientes. O filme merece ser visto e para os que estão na Espanha terão a oportunidade, pois ele será uma das atrações do Novocine 2016.


uma e d o v i t e alta tato af f n a o é c a o r é u imento o que c d , n a i e r t g a e o l lhora ra é a a u c e u q O “O que me outra. a m o c a pesso ceito.” n o c e r p de

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THAT good trip

Suzana Paquete

Sierra de Cazorla um passeio outonal

Aproveitando ainda o resquício da alta temperatura do verão, a proposta da rota de hoje é de um fim de semana na serra. Como dá para imaginar, nas montanhas o clima sempre é mais fresco, a ponto de precisar dormir com cobertor de vez em quando. Então, se você estiver procurando inspiração pra um fim de semana menos quente, confira a nossa dica do mês. O lugar escolhido é a Sierra de Cazorla, Segura e Las Villas. O nome é longo pra descrever essa região da província de Jaen, na Andaluzia. O passeio deve ser feito de carro, porque assim dá pra conhecer várias cidadezinhas e ainda fazer uma caminhada mais longa ao longo do rio Borosa. São cerca de 300 Km até os arredores de Segura de la Sierra, ou seja, mais de 3 horas de trajeto.

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No primeiro dia conhecemos Hornos de Segura uma pequena cidade com lindas vistas de toda a serra e longas plantações. Paramos em Pontones para tomar um vermute da casa, em seguida passamos por Yeste para comer (e se encantar com as montanhas ao redor) e, em uma das paradas da estrada, vimos a nascente do rio Guadalquivir. No dia seguinte queríamos caminhar um pouco, então optamos por fazer uma rota pelo Rio Borosa, que é bem demarcada e tem cachoeiras pelo caminho. E a tarde fomos a Quesada, que em árabe quer dizer “lugar fértil e bonito”, e realmente o é. As ruas têm casinhas brancas que trazem poemas no meio de vasos de flores nas paredes. É uma gracinha!


Mas a grande atração do dia foi Cazorla, a cidade medieval mais fotografada da Andaluzia. Lá tem de tudo: castelo medieval, ruínas de uma igreja renascentista, montanhas, casinhas brancas e até uma capela do San Isício, o santo padroeiro da cidade. No terceiro dia, antes de voltar a Madri, fomos conhecer Segura de la Sierra, uma cidade no alto da montanha, onde visitamos o seu castelo (reformado e preparado pra contar a história da região) e uma igreja. Espero que gostem desse roteiro de três dias. Até a próxima! Suzana Paquete é jornalista e blogueira no www.thatgoodtrip.com. Ela adora escapar de Madri nos feriados e fins de semana, e adora conhecer os meandros e cantinhos escondidos na linda Espanha.

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Foto: Alfonso Calza Amaralina.

agora Valencia

32 Gilca Flores


Thaïs Morell, uma pérola brasileira em Valência “EU CANTO AQUI, SIM SENHOR! PARA DIZER QUE VIM, PARA DIZER QUEM SOU.” (FILOSOFIA – THAÏS MORELL) . Seu canto é uma evocação e seus concertos um ritual mágico que desperta sons e versos de nossas raízes, recriando uma espécie de solo musical brasileiro que nos acolhe aqui, na Espanha. Cancioneira, toca e canta, bate e dança, marcando seu compasso onde quer que se apresente, em especial na cidade de Valência, onde reside há sete anos. A cantora, compositora e multinstrumentista Thaïs Morell, brasileira, natural de Curitiba, tem uma bagagem musical e de vida de tirar o chapéu. Com licenciatura em Música, sua formação vai do piano clássico à guitarra elétrica e com o mesmo vigor com que estremece o pandeiro, sopra agudo o pífaro. Mas é o violão que soa e dá a base para os diversos ritmos que explora em seus shows, entre a música popular e a tradicional, passando pelos clássicos, em especial da bossa nova e do samba. Ter morado em países de culturas tão diversas como Finlândia, Ghana e Espanha reforçou o interesse que já tinha em conhecer de modo ampliado a música do mundo e pela etnomusicologia. “Experimentar com diferentes músicas do mundo é um processo criativo que se tornou natural para mim. Sou apreciadora de expressões musicais puristas, mas no meu trabalho, nos dois discos independentes que tenho publicados pelo selo

valenciano Sedajazz Records, sempre busquei a mistura, a mezcla, o híbrido, o não-puro. Isso certamente tem influência do meu grande interesse em conhecer e experimentar com elementos musicais de outras culturas.” (Thaïs Morell) Justo por sua experiência de viver fora do Brasil, se aprofunda no estudo prático e teórico da bossa nova, uma forte referência musical de nosso país no exterior. Thaïs Morell apresenta com grande intimidade este estilo em seus shows, também nos cursos de samba e canto bossa nova que ministra. A análise interpretativa da voz na bossa nova foi o tema de sua investigação no Mestrado em Música, recém conquistado na Universidad Politècnica de Valencia. Possui dois discos lançados pelo selo valenciano Sedajazz Records, Cancioneira (2012) e Amaralina (2015). O mais recente, Amaralina, cujo show de lançamento ocorreu no teatro La Rambleta, em Valência, reuniu um naipe espetacular de músicos, alguns deles integrantes de seu quinteto: Ales Cesarini (contrabaixo), Mariano Steimberg (bateria), Andrés Belmonte (flauta), David Gadea (percussão), Albert Palau (piano), além da participação de Alexey León (sax), Crá Rosa (percussão), Carlos Sanchís (acordeão), Ceci Debergh (coros) y Natxo Tamarit (baixo). Os que estiveram no show

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se deslumbraram com a qualidade e extensão rítmica do repertório, que vai de músicas intimistas a outras cheias de groove, povoadas de sons, todas com grande sensibilidade poética. É um daqueles discos que habitam a bandeja de CD, pois de tão surpreendente em suas nuances, não nos cansa ouvir e redescobrir a cada vez. É admirável reconhecer que Thaïs Morell não fez concessões em seus discos. Absorve influências, ritmos, idiomas, mas conduz sua trajetória musical com os dois pés e o pulso em sua origem e semeia a música brasileira nos palcos dos países por onde já se apresentou, que incluem Finlândia, Estônia, Bélgica, Inglaterra, França, Ghana e, como não poderia deixar de ser, em muitas cidades da Espanha, de Bilbao a Tenerife, além dos shows em balneários espanhóis em temporadas de verão. A qualidade de seu trabalho ganhou repercussão e reconhecimento mantendo um público diverso, atento aos seus concertos e que lota as salas onde toca. Um memorável momento, especialmente para o público brasileiro presente, foi assistir em julho deste ano o Thaïs Morell Quintet abrir o show dos consagrados Toquinho e Maria Creuza, na programação dos Conciertos de Viveros, em Valência. O ponto máximo da noite foi o retorno de Thaïs Morell ao palco, a convite do mestre Toquinho, para executarem juntos uma canção, emocionando a plateia de todas as nacionalidades. Mas como ela nos canta na irretocável Passa, Repassa: a vida é uma só, e o mundo gira. Depois de morar fora por dez anos, Thaïs Morell se prepara para voltar a viver no Brasil a partir de novembro, após sete anos de atividades e vida naquela que costuma chamar sua “Valência querida”. Sensível, a curitibana Thaïs quando canta, toda vestida de kentê, acalenta e revigora nossa brasilidade, nos aproxima de casa, nos identifica e nos une pela música. Mas é hora de darmos lugar na plateia para

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de ran óp ez G io L erg Fo to: S

aqueles que estão no Brasil, que certamente irão recebê-la com todos os tambores e aplausos que merece essa extraordinária artista. No voo de retorno à Curitiba, levará a alma povoada pelas experiências vividas pelo mundo afora e, talvez por isso, ainda mais brasileira. Ficaremos aqui com saudades de sua presença nos palcos valencianos, na expectativa de seu retorno, senão antes, para os shows e cursos no próximo verão. Muchas gracias por todo y hasta pronto!

Site: https://thaismorell.com Facebook: Thaïs Morell Music

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agora mallorca

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Redação


Cultura brasileira encanta Mallorca O Consulado Honorário do Brasil em Palma de Mallorca e a Associação Amigos do Brasil em Baleares, comemoraram a independência do Brasil com um grande espetáculo musical. Uma grande homenagem à Independência do Brasil ao ritmo de samba, com participação de mais de 30 artistas e o teatro municipal Xesc Forteza lotado de convidados e autoridades. Assim foi o evento promovido anualmente pelo Consulado Honorário do Brasil em Palma de Mallorca e pela Associação Amigos do Brasil em Baleares, onde se comemorou a importante data de sete de setembro, mostrando a rica diversidade da cultura brasileira em uma noite inesquecível.

O espetáculo contou com a presença de autoridades como: o Prefeito Jose Hila, o Diretor Geral de Relações Institucionais e ACCIÓ Exterior Josep Enric Clavero i Florit, como também o Regidor de Cultura, Mobilidade, Infraestrutura e Acessibilidade Joan Ferrer e o Chefe de Polícia Local Joseph Palouzié y Vizcaya. Depois dos discursos, abrimos oficialmente o evento com o Hino Nacional Brasileiro interpretado no bandolim pelo bandolinista brasileiro Carlos Venturelli, além de um curta-metragem sobre a história do Samba. Em seguida, teve inicio a noite com espetáculos que retrataram a história do nosso gênero musical mais conhecido no mundo, declarado Patrimônio

O evento contou com a presença das mais importantes autoridades da capital balear, de destacados membros da sociedade “palmesana” e dos cônsules dos Estados Unidos, Noruega, Dinamarca, Peru, Alemanha, Suécia, Malta e El Salvador. Foram recebidos pelo cônsul honorário Ansgar Tüne e pela presidente da Amigos do Brasil, Sandra de Melo Franco, com um coquetel de produtos brasileiros regado aos prestigiosos espumantes Miolo, a caipirinha do Made in Brasil de Palma e Futurecom, todos apoiadores do evento.

Imaterial da Humanidade pela UNESCO, interpretando obras dos autores mais representativos em cada período. O público se entregou desde a primeira música, Mamãe Oxum, de Heitor dos Prazeres, que os

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músicos interpretaram fielmente buscando reproduzir a maneira de tocar da época. Continuaram trazendo canções de Pixinguinha, Assis Valente, Ary Barroso, Noel Rosa, Paulinho da Viola, Tom Jobim, até chegar ao Samba Enredo, tocado pelo grupo de Mallorca “Carabassamba”, que pôs o público de pé, finalizando o show com uma pequena amostra do nosso carnaval. É importante destacar a participação dos artistas Pua Hera - voz; Pedro Rosa - voz e guitarra; Noelia Tomassi - voz; Tinoss - voz; Mingo Soares - guitarra e voz; Xema Borras - trombón; David Bora - saxo; Julio Arcala - piano; Javier Blanco - flauta; Carlos Venturelli - bandolim; Diego Santiago - violão; Rogério Santos Silva - percussão; Pep Lluis - bateria; César Capote - baixo elétrico; Nema Plá - violão e voz; os grupos - Caetaneando; Carabassamba; e os bailarinos Lukas Kenned, Jovino de Souza, Crisaide Mendes, Edna Kanzi, Mariza Mendonça, João Eduardo, Jayme Altaz. O Cônsul Ansgar Tüne e a presidente da Amigos do Brasil, Sandra de Melo Franco, manifestaram a sua gratidão a todos os participantes, colaboradores, público, membros do corpo diplomático das Ilhas Baleares e às autoridades locais, especialmente ao “Ayuntamiento de Palma” e à direção do Teatro Xesc Forteza. “O evento foi muito elogiado por todos, animando a nós organizadores a continuarmos promovendo a cultura brasileira fora do nosso país, mostrando a qualidade dos nossos produtos gastronômicos, nossos vinhos, nossa arte e a nossa cultura”, declarou o Cônsul. Amigos do Brasil em Baleares: Costa Can Muntaner, 07, principal A. 07003 Palma de Mallorca. Tel.: (34) 971 098 233 / 692 99 75 77. E-mail: aabb@brasilbaleares.com Web: www.brasilbaleares.com Facebook: AABB Amigos de Brasil en Baleares

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agora barcelona

Dani Pacheco

Força e charme do futebol feminino brasileiro conquista o mundo!!! A jogadora Andressa Alves da Seleção Brasileira e do Barcelona Futebol Clube conversou com a Revista Bossa e mostrou porque a cada dia que passa conquista mais e mais admiradores. Confira!

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Eram duas horas da tarde, um sol forte iluminava o Centro Esportivo do Barcelona, já era possível prever uma tarde inesquecível. Pontualmente, uma das mais importantes jogadoras de futebol feminino do mundo atual chegava com um sorriso largo no rosto, profissionalismo a valer e muita simplicidade. Recém- chegada a Barcelona, Andressa Alves concedeu sua primeira entrevista em terras espanholas para a Revista BOSSA, na qual contou um pouco da sua vida, sonhos, carreira, e claro, futebol. A jogadora brasileira tem 23 anos, jogou pelo Juventus, Centro Olímpico, Ferroviária, São José e em 2010 e 2012, jogou a Copa do Mundo pela seleção brasileira sub-20. Estreou, ainda em 2012, na seleção principal. Depois da Copa do Mundo de 2015 foi contratada pelo Montpellier, da França, onde logo se destacou e após uma única temporada, atraiu a atenção do forte time catalão que a contratou ao termino das Olimpíadas deste ano. REVISTA BOSSA - Andressa, apesar de jovem, você já tem uma carreira de sucesso: faz parte da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, passou por alguns bons times do Brasil e pelo Montpellier, da França. Mas a proposta para jogar no Barcelona FC teve um gostinho diferente? Andressa Alves - Foi incrível! Estou realizando dois grandes sonhos que são os de jogar em um time como o Barcelona e fazer parte da Seleção Brasileira de Futebol. A verdade é que quando comecei a jogar não pensei que conseguiria fazer isso profissionalmente. Esse sempre foi o meu maior prazer na vida, sempre foi a minha vida. Pra você ter uma ideia, quando a minha mãe queria me dar um castigo forte, sempre era o de me proibir de jogar futebol. Nossa, era horrível. REVISTA BOSSA - E como se deu essa reviravolta na sua vida? Andressa Alves - Depois de um amistoso entre o Montpellier e o Barça, surgiu o interesse por parte do time catalão em conversar comigo. Fiquei muito feliz, afinal, como disse, é a realização de

um sonho. O futebol é minha vida. Mas como no período eu estava focada nas Olimpíadas, só terminamos mesmo de acertar todos os detalhes quando acabou a competição. Após acertarmos tudo passei dez dias com a minha família, me mudei para Barcelona e já cheguei três dias antes do meu primeiro jogo pelo time. REVISTA BOSSA - Por falar em futebol, você sempre gostou desse esporte? Andressa Alves - Sempre! Sempre gostei de futebol. Quando criança arrancava as cabeças das bonecas da minha irmã para jogar futebol. Minha irmã, que é mais velha do que eu apenas um ano, sofria comigo. Até que um dia minha mãe percebeu que tinha que resolver aquela situação e me deu de presente uma bola. E assim deixei as bonecas da minha irmã em paz. A bola era tudo o que eu queria, depois de ganhar uma eu não quis saber de mais nada. REVISTA BOSSA – Na infância com quem você jogava? Andressa Alves - Com os meninos. Os meninos grandes (risos). Levava cada porrada... Mas não estava nem aí. Jogava até bairro contra bairro. As vezes minha mãe e minha tia ficavam angustiadas vendo os meninos maiores que eu vindo com tudo para cima de mim. REVISTA BOSSA – Pode-se dizer sua mãe foi sua maior incentivadora? Andressa Alves - Acho que minha família inteira, de uma maneira ou outra, sempre me incentivou. Meu pai, por exemplo, deixou de ir para o serviço quando fui jogar pelo Juventus, pois eu ainda não sabia andar de metrô em São Paulo, então ele me levava e ficava esperando por três horas até terminar o treino para voltarmos para casa. Acho que ele fez isso por umas duas semanas, até ter a certeza que eu sabia fazer o trajeto direitinho. REVISTA BOSSA - Durante as Olimpíadas, a seleção de futebol feminino brasileiro passou a ter mais destaque no mundo. Você sente que isso aumenta sua responsabilidade?

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Andressa Alves - Bem, ainda não parei muito para pensar nessa responsabilidade. Mas sei que existe pelo tamanho da demonstração de carinho que a seleção teve no pós-olímpico. Acho que devemos muito a geração de Marta porque elas lutaram muito para conquistar esse espaço. Por isso, esperamos continuar honrando toda essa trajetória e alcançar muito mais competições.

mia. Às 10h30 começa o treino e a tarde é livre. Geralmente eu durmo (risos). Mas, quando não estou muito cansada, dou uma volta por Barcelona para conhecer um pouco a cidade que estou morando. Uma tarde dessa fui na Rambla e fui até a praia. Foi lindo. Mas dia de semana é ruim sair porque no outro dia tem treino. No máximo um café para bater um papo.

REVISTA BOSSA - Como é jogar no Barça?

REVISTA BOSSA - Não dá para terminar essa entrevista e não falar sobre as Olimpíadas. A nação brasileira vibrou com o desempenho de vocês, como também ficou arrasada no final.

Andressa Alves - Sem sombra de dúvidas é o time mais profissional que eu já trabalhei. Mas, não sinto muita diferença, uma vez que eu venho da seleção brasileira que também é muito rigorosa e profissional, principalmente no que diz respeito a horários, disciplina, metas e outras. REVISTA BOSSA - Como é sua rotina no Barcelona Futebol Clube? Andressa Alves - O nosso dia aqui no Barça começa às 8 horas quando passamos pelo departamento de pesagem, percepção no gps, etc. Na sequência, tomamos café, depois vamos para o departamento de fisioterapia seguido da Acade-

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Andressa Alves - Imagina eu! Chorei três dias. Foi muito injusto. Foi muito injusto porque nós jogamos para ganhar e elas para se defender para no final ganharem nos pênaltis. Mas acho que a maior vitória foi o carinho da torcida brasileira, só de lembrar fico toda arrepiada.. Nunca tínhamos visto tanto carinho. Você sabe o que é ser aplaudida por 70 mil pessoal num estádio depois de ser eliminada da competição? Acho que a grande vitória foi essa.


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agora barcelona

Dani Pacheco

Navio-Escola “Brasil” esteve em Barcelona

Público pôde conhecer a embarcação e um pouco da trajetória da Marinha Brasileira O Navio-Escola “Brasil”, da Marinha do Brasil, esteve atracado no porto de Barcelona, no mês de setembro. A visita fez parte da 30ª Viagem de Instrução de Guardas-Marinha e durante esse período a embarcação esteve aberta à visitação pública. A Revista Bossa foi convidada a conhecer as dependências do navio e aproveitou para entrevistar o atual Comandante, o Capitão de Mar e Guerra José Luiz Ferreira Canela, que assumiu o cargo em 15 de janeiro de 2016. A viagem que começou no dia 24 de julho, com término previsto para o dia 18 de dezembro deste ano, tem em seu roteiro 19 portos em 15 países. São eles: Hamburgo (Alemanha), Salvador e Fortaleza (Brasil), Havana (Cuba), Cartagena (Colômbia), Las Palmas e Barcelona (Espanha), Baltimore e Jacksonville (Estados Unidos da América), Sète e Le Havre (França), Amsterdã (Holanda), Londres (Inglaterra), Civitavecchia (Itália), Kingston (Jamaica), Mônaco (Mônaco), Lisboa (Portugal), São Petesburgo (Rússia) e Estocolmo (Suécia). Segundo o Comandante Canela, “a Viagem de Instrução de Guardas-Marinha (VIGM) tem os propósitos de complementar, com ênfase na experiência prática, a formação dos futuros Oficiais da Marinha; aprimorar a formação profissional e cultural desses jovens; e representar o País nos diversos portos a serem visitados”. Durante a viagem, são ministradas aulas práticas de navegação, meteorologia, marinharia, operações navais, controle de

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avarias e administração naval, bem como a condução da importante fase de adaptação à vida de bordo. “Ao término da viagem, os Guardas-Marinha serão nomeados Segundos-Tenentes e distribuídos por todo o país, nos diversos navios e organizações militares da Marinha”, comenta o comandante. Complementa ainda que “a tripulação é composta por 30 Oficiais e 218 Praças, além de mais de 200 Guardas-Marinha, oriundos da Escola Naval e de convidados do Exército Brasileiro, da Força Aérea Brasileira, da Marinha Mercante Nacional e de marinhas amigas”. O Navio-Escola “Brasil” foi construído pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro a partir de um projeto desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval, ambos órgãos da Marinha do Brasil. Sua construção foi iniciada em setembro de 1981 e, após dois anos, no dia 23 de setembro de 1983, o navio foi lançado ao mar, tendo sido incorporado à Marinha em 21 de agosto de 1986. O Navio tem sido mantido atualizado ao longo dos anos, equipado com modernos sistemas, sendo a maioria proveniente de projetos desenvolvidos pela Marinha do Brasil e por empresas nacionais. Dentre eles destacam-se um sistema de simulação tática e treinamento, importante recurso instrucional de operações navais; um centro de integração de sensores para navegação eletrônica; um sistema de controle de avarias; e também um sistema de controle e monitoramento da propulsão. Quando perguntado sobre a importância de abrir as portas do Navio-Escola “Brasil” para a comunidade o Comandante Canela expôs o que pensa a respeito da ação através das seguintes palavras: “Essa iniciativa é muito importante ao passo que o Navio é uma embaixada flutuante na qual, de certa forma, levamos um pouco do Brasil para todos os países que visitamos. É uma oportunidade de mostrarmos um pouco da nossa cultura e dos potenciais brasileiros e isso acaba aproximando os conterrâneos que vivem naquele país visitado, como também, promove o estreitamento dos laços de amizades entre as nações, como é o caso da Espanha.

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agora MADRI

Redação

A invasão do forró na Europa já aconteceu há alguns anos, porém, hoje ele se encontra mais difundido na Espanha, em especial, em Madri. Dançar juntinho é uma das vantagens desse ritmo. O #forrómadrid é formado por um coletivo liderado pelo excepcional músico e produtor Hamilton Bonfim, a fim de divulgar o forró pela península e através dessa manifestação cultural reunir cada vez mais adeptos ao ritmo e a dança. O projeto voltou a ter força quando muitos forrozeiros sentiram a necessidade de ouvir, tocar e dançar um bom forró. O Forró Madrid tem como pilares pessoas que foram e são peças chave para que o projeto siga crescendo firme e forte! Próximos eventos: Aulas de Dança (iniciante) Todas as quintas às 22h Maloka Calle Salitre, 36 lavapies 14/10 Éverton Coroné Trio Aqui me Tienes Calle Antonia Lancha, 32 Plaza Elíptica 16/10 Éverton Coroné Trio Star Coyote 54 Plaza del Carmen, 3 05/11. Coisa de Zé Aqui me Tienes Calle Antonia Lancha, 32 (Sujeito a alteração) Todas as informações sobre os eventos você pode conferir no nosso facebook Forró Madrid Rincon del Forró

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agora MADRI

Redação

Maria Gadú apresenta Guelã

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Em turnê pela Europa, a cantora Maria Gadú tem shows marcados para Barcelona e Madri. Como um furacão, a carreira de Gadú decolou muito rápido. Lançou o seu primeiro disco em 2009, o SLAP. Disco que a projetou nacionalmente, graças as mais de 100 mil cópias vendidas e o título de cantora revelação do ano. Uma boa forma de começar, verdade? Seu segundo disco, Nós, chegaria em 2013. O sucesso não foi menor do que o primeiro e em 2015 ela lançou Guelã, seu mais recente trabalho. Com uma agenda lotada de show, Maria abre espaço para sua turnê do outro lado do “charco”. Em seu novo trabalho, no qual se apresentará na Espanha, a cantora transcende as expectativas trazendo sonoridades inovadoras, sustentadas por um álbum muito bem conceituado e amarrado - desde suas sensíveis músicas até seu projeto gráfico. Faixas como “Obloco” e “Tecnopapiro” põem em evidência a habilidade dessa artista em surpreender, transbordando musicalidade e lirismo.

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trend

Marco Cruz

PORQUE DANÇAR NUNCA SAI DE MODA. Parodiando o grande Miguel de Cervantes: quem dança seus males espanta. Difícil datar o início dessa atividade que permeia a história da humanidade há tempos. Em linhas gerais e a depender do ponto de vista, dançar é um ato inerente a vida e faz parte do cotidiano de muita gente. Arriscaria dizer que nós, latinos, já nascemos com essa veia pulsando. “Eu danço desde que me entendo por gente, minha mãe falava que eu sempre gostei de dançar, nas festas infantis eu dançava todas as músicas” diz Justin Neto, criador do dance-clip. Em um momento onde a escassez de tempo reina, sobra estresse. O dia a dia agitado e o acúmulo de funções que somos obrigados a assumir nos faz viver esgotados e sob pressão a todo o momento. Na busca por aliviar as tensões e melhorar a qualidade de vida, a prática de atividades físicas tem se tornado cada vez mais frequente. Ansiamos por hábitos mais saudáveis que nos reconecte com nós mesmos. Visando cumprir esse papel o mundo fitness tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Segundo pesquisa realizada pelo IHRSA Global Report 2015 (Internacional Health, Racquet & Sports club association) o Brasil é o segundo país

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com maior número de academias por habitante. O boom do mercado fitness nos últimos anos tem feito com que o país caminhe para assumir a liderança mundial nos negócios voltados para a prática de atividade física. Para Justin “A dança trabalha o corpo de dentro para fora, tem o bem estar como maior benefício, fazendo com que as pessoas interajam e criem novas amizades. Ali na sala de aula elas encontram o refúgio de um cotidiano individualista e cheio de problemas.” O fato é que as aulas de dança têm ganhado cada vez mais adeptos dentro e fora das academias. “A dança sempre esteve fortemente presente no meio fitness, principalmente com o crescimento da indústria da comunicação e a difusão de ritmos, já que a música é a matéria prima da dança. Essa propaganda natural faz com que algumas modalidades novas sejam criadas para atender a uma demanda de mercado que é constante e carente de renovação”, nos conta o professor Bruno Andrade. Na crista da onda das inovações vem o dance clip, criado pelo educador físico Justin Neto. Em conversa com a Revista BOSSA, ele nos conta como surgiu a ideia dessa nova modalidade. “O dance clipe surgiu no início do ano passado, quando eu ganhei um concurso nacional que premiava novas ideias para as academias. O prêmio


era uma viagem para Nova York, onde pude ir a quase todos os musicais da Brodway e várias escolas de dança. É uma cidade muito rica em produção cultural como um todo e na dança então, é diversa. Voltei cheio de ideias e comecei a fazer aulas temáticas, da BEYONCE, SHAKIRA , ANNITA... As alunas começaram a abraçar a ideia, usavam roupas do tema e a coisa foi ficando séria. Quando vi eu estava no palco do programa da Fátima Bernardes (Encontro com Fátima) para falar sobre essa aula inspirada no mundo dos vídeo clips. Acredito que o grande diferencial seja pelo fato de que além de ser uma aula de dança para aprender coreografias e se divertir, ela faz com que as pessoas participem despreocupadas em acertar ou errar, com a intenção de se conhecerem e perceberem que podem ser cada vez mais alegres, autênticas e espontâneas.” A modalidade que teve seu início na rede de academias Bodytech (BT) ganhou adesão de várias famosas como Yasmin Brunet, Fernanda Souza, Angélica, Grazi Massafera entre outras, ganhando status de Personal dance. Atualmente o “dancemix” tem enchido as salas das unidades da BT espalhadas por mais de 17 estados brasileiros. “As pessoas chegam na aula de dança não apenas para emagrecer. Alguns alunos até relutam em entrar na sala de dança por acharem que não vão conseguir dançar, então

essa é a primeira preocupação do professor: fazer algo acessível tendo a música como nossa aliada, pois mexe com a emoção e o aluno se sente tocado, levado a viver aquele momento. Ele acaba se aproveitando daquele instante para trazer à tona sua fantasia, pois não há outro espaço em seu dia que lhe proporcione isso”, completa o professor Bruno. Justin e Bruno são unânimes no que diz respeito ao empoderamento que a dança traz consigo, fazendo com que o aluno se sinta cada vez mais capaz. “Isso só é possível a partir da construção de um roteiro e uma troca de energia entre as pessoas, fazendo com que elas se sintam mais seguras perante a vida.” Essa segurança é a força motriz de uma qualidade de vida sustentável que visa não apenas o físico como também a mente. Aliás, o segredo está na mente, tudo começa ali. A união desses benefícios em apenas uma atividade onde além das calorias queimadas e todo trabalho do corpo e autoestima, é o segredo do sucesso dessa modalidade mais do que consolidada dentre as atividades físicas do momento. Dançar é um exercício completo: mais do que mover o corpo, move a alma, a emoção, o coração, ou seja, faz um bem danado a gente. Let’s dance people.

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Gourmet

Chef Bento Nascimento

Feijoada da Vicentina Carne seca

Feijão

Paio

Ainda em ritmo de celebração dos 100 anos do samba, a receita deste mês tem tudo a ver com o ritmo centenário. Trata-se da nossa deliciosa feijoada. É difícil explicar quando esse casamento tão perfeito aconteceu, mas a verdade é que há anos o samba e a feijoada caminham de mãos dadas. Vários compositores se inspiraram nessa iguaria, como o Paulinho da Viola que fez o samba “No Pagode do Vavá”. A letra foi inspirada no prato que era servido na quadra da escola de samba Portela pela Tia Vicentina. É também em homenagem a esse grande cantor, que cumpriu recentemente 50 anos de carreira, ensinaremos agora a feijoada da Vicentina.

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Toucinho


15 4h DIFICULTADe

media VOCÊ VAI PRECISAR DE: • 2 kg de feijão preto • 1,5 kg de carne-seca • 1,5 kg de costela salgada • 2 kg de tripa fresca

PREPARAÇÃO Deixar as carnes de molho um dia antes para perder o sal. Diferente do que muitos pensam, o feijão deve ser lavado apenas no dia. Depois de tirar as carnes do molho, escalde 3 vezes em água limpa. Misture todas as carnes na panela, temperando com 1 cebola grande picada, 4 folhas de louro, 2 dentes de alho e pimenta-do-reino a gosto. O que tarda mais a cozinhar, como é o caso da tripa, bucho, lombo e carne-seca, deve ocupar o fundo da panela. Já o que cozinha mais depressa e que corre o perigo de se desmanchar em um cozimento excessivo como o toucinho, a costela, o chispe e outros, deve ocupar a superfície. À medida que as carnes forem ficando cozidas, retire e reserve. Cozinhe o feijão com a carne reservada, a própria carne salgará o feijão. Se a água for secando, complete.

ACOMPANHAMENTO Couve à mineira refogada com alho e óleo, torresmo de toucinho de fumeiro com farofa, arroz e laranja p cada.

• 1 kg de tripa salgada • 1 kg de paio • 2 kg de toucinho • 1 kg de orelha • 1 kg de rabo • 2 kg de pé de porco • 1 kg de lombo magro • 1 kg de bucho salgado

CONSELHO DO CHEFE Tia Vicentina enquanto escaldava a carne, tirava a gordura que fica na superfície da panela. Isso evita que quando a feijoada esteja pronta a gente veja a gordura “boiando”. O segredo do feijão de Tia Vicentina: frite no óleo 5 dentes grandes de alho socados, três cebolas grandes picadas, uma folha de louro. Quando o refogado ficar dourado, coloque pimenta-do-reino e jogue tudo dentro do panelão de feijão.

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agenda

Madri

PEDRO MIRANDA

28 de outubro | 20h30 | Gratuito Sala Arena | Calle Princesa, 1 Autêntico, versátil e rítmico, Pedro Miranda é a nova referência nacional de samba de roda. Com um repertório que mistura sambas desde sua existência, Miranda foi o escolhido para comemorar os 100 anos do Samba na Espanha.

MORENO VELOSO 20 de outubro | 21h | Desde 12€ ContraClub | Calle de Bailén, 16 Moreno Veloso volta à Espanha com sua turnê “Coisa Boa” pela Europa. Na Espanha, ele se apresentará em Madri, Barcelona e Sevilha. A capital andaluza o recebe dia 23 de outubro no Box Sevilha.

ELIZA BORGES 20 de outubro | 21h | 24€ Tapioca Chill&Cocina | Plaza de la Cebada, 9 A cantora brasileira apresenta seu último trabalho “Arranca mi piel” em um evento onde o preço inclui taças de vinho e queijo.

MARIA GADÚ 28 de outubro | 21h | Desde 25€ Sala Changó Live | Calle Covarrubias, 42 Em turnê pela Europa, Gadú apresenta “Guelã” para a Espanha.

FEIJÃO COM SAMBA Todo domingo | 14h VOC 1602 | Calle Rosario Pino, 18 A tradicional feijoada com o melhor do samba. A festa acontece aos domingos e sugere-se reservar mesas com antecedência – 722124569 (Renato Costa) ou 625802550 (André Leite).

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Barcelona

MORENO VELOSO

14 e 15 de outubro | 20h | Desde 27€ Jaambore | Plaça Reial, 17 Em Barcelona, Moreno se apresenta duas vezes, dentro da programação do Festival Mas i Mas.

A HORA DO BRASIL Quintas e sextas de outubro | 18h Maloca Barcelona | Calle Villarroel, 26 A novidade em Barcelona é o Maloca Barcelona, um novo ponto de encontro que respira Brasil. Quintas e sextas de outubro acontece after work.

MARIA GADÚ 25 e 26 de outubro | 21h | Desde 27€ Jamboree | Plaça Reial, 17 Duas apresentações marcam a passagem de Gadú por Barcelona.

BAILE PERFUMADO Toda Quinta-feira | 22h30 | 5€ Grizzly 72 Sports bar | Gran Via de les Corts Catalanes, 586 O tradicional forró das quintas-feiras, com direito a aula de forró com Guido Bendel e muitos convidados especiais toda semana.

D’DOM - JAM SESSION BRASIL Todo domingo | 20h30 | Grátis Soda Acústic | Carrer de les Guilleries, 6 A Jam Session brasileira continua aos domingos. Eles vão desde choro, baião, samba, bossa nova até ritmos como o hip hop e funk.

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QUIXOTE macunaíma

Flávio Carvalho

Mora no exterior e vai ao Brasil? Prepare-se! Pensa que somente vou falar de coisas ruins, não é? Primeiro, quero destacar as boas sensações de estar “em casa”, no nosso país, rever lugares e pessoas e aproveitar para encontrar aquele você mesmo, de anos atrás, agora em versão melhorada. Porque se saístes do país para estar pior, pense bem no que você deve estar fazendo da sua vida. Entre os (não muitos) países para onde já viajei, o Brasil me deu pelo menos três certezas. Certezas que não preciso dizer que você não deve generalizar ou assumir como suas. Inicialmente, devo dizer que seguimos ganhando em hospitalidade, receptividade, acolhida... Tanto que às vezes exageramos e tentamos ser “bonzinhos demais”. Por exemplo, resistindo a dizer não, quando tranquilamente esse “não” deveria ser dito, com assertividade. Depois que, em matéria de recursos naturais, temos ainda muito a oferecer ao Mundo. O único problema é que de-

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veríamos cuidar do nosso ambiente TAMBÉM (talvez até, prioritariamente) para os brasileiros. Deveríamos acabar, definitivamente, com essa história de exportarmos nosso melhor café, nosso melhor (e mais saudável) açúcar, nossos me-

“E A TERCEIRA SENSAÇÃO É QUE SOMOS NÃO SOMENTE DE UM PAÍS ÚNICO, MAS DE UM MUNDO CADA VEZ HOMOGÊNEO” lhores atletas, nossa melhor música, nossa melhor gastronomia, etc. E acabarmos ficando com a pior parte! Um país tão rico em diversidade ambiental... Nos onze anos que estou morando fora, tenho a impressão que

o processo de desenvolvimento econômico – e agora, essa nova maldita crise! – que o Brasil viveu nesses anos fez muito, muito mal, para o país. Basta dizer que cada vez que volto, preciso ir mais longe para encontrar praias limpas. É lamentável imaginar a quantidade de praias urbanas dos nossos oito mil quilômetros de litoral onde é impossível tomar um banho limpo. E a terceira sensação é que somos não somente de um país único, mas de um mundo cada vez mais homogêneo: cada vez mais, em minha opinião, os problemas e as vantagens do Brasil não são um privilégio nosso. Globalizaram tanto as nossas principais virtudes como os nossos maiores defeitos. Se você está muito insatisfeito com a corrupção brasileira, por exemplo, nem pense em vir morar na Espanha. Pois, então, cheguei ao ponto de dizer que pioramos também em muitas outras coisas. E, pelo que eu vi, mais retrocessos, infelizmente, ainda


estão por vir. Sobre isso, o primeiro a dizer é para desacostumar-se com o Brasil que você tem na sua mente: aquele de anos atrás, quando de lá saístes. Se começamos esse texto falando das mudanças que cada um de nós, migrantes, passamos em poucos anos, igualmente mudou muito o nosso Brasil. Para o bem ou para o mal. Não preciso dizer que os preços de quase tudo se multiplicaram, no mínimo, por três. Com o nosso conhecido feijão como principal exemplo, basta ver o anúncio de recortes sociais desse novo desgoverno para perceber que o que se recorta em investimentos públicos acaba sendo pago pelos mais pobres do país. Tendo a agricultura familiar como base econômica fundamental, tirar dinheiro dos pequenos produtores significa automaticamente repassar o aumento dos custos para a imensa maioria da população. Já em matéria de educação, depende de onde você veio. Se você, como eu, passou a sua vida no Brasil em contato com as classes mais populares, no-

“O NOSSO BRASIL, INFELIZMENTE, ESTÁ MORRENDO PELA BOCA.” tará (como foi no meu caso) grande quantidade de familiares, amigos e conhecidos que evoluíram nos estudos e no acesso à educação em todos os níveis. O que não quer dizer que esteja tudo bem. Aliás, o que é “estar bem”, hoje, no Brasil? Acho que nossos maiores desafios continuam sendo nos “3 S”: Saúde, Saneamento e Segurança. E fiquei muito contente com algo que não se pode medir facilmente: o nível de participação cidadã e o investimento em políticas culturais. Piorou muito a política tradicional e inovou-se muito em outras formas de participação política, cidadã, nas ruas. A cultura – não somente nossa arte – continua sendo um dos nossos pontos fortes,

principalmente nesses momentos de crise. E acabo com a minha maior preocupação, voltando àquele primeiro S, da saúde. A maior desgraça, para mim, é a forma como esse aumento do poder de compra e do consumo estimulou uma forma horrorosa de má-alimentação, em geral. Voltar ao Brasil, para uma pessoa como eu (ou como você, talvez) é tentar buscar muitas frutas, as verduras da nossa infância, muita água-de-côco e não encontrá-las facilmente. Ou encontrá-las muito mais caras ou substituídas pelos produtos industrializados, nada saudáveis. O nosso Brasil, infelizmente, está morrendo pela boca. Mas, como eu dizia no começo, essa é somente uma visão pessoal. O melhor e o que eu mais recomendo é, sem dúvida, ir, ser e estar no Brasil. Viver o Brasil. Não confundir com, necessariamente, viver NO Brasil. Descobrirá, como eu, as possibilidades de viver todo um país, mesmo estando fora dele. “E bonito por natureza”! Aquele abraço.

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