Breaking bad o novo comportamento de consumo midiático. (Mon.)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

Natália Rodrigues de Freitas

BREAKING BAD O NOVO COMPORTAMENTO DE CONSUMO MIDIÁTICO

SÃO PAULO 2015


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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

BREAKING BAD O NOVO COMPORTAMENTO DE CONSUMO MIDIÁTICO Aluna: Natália Rodrigues de Freitas E-mail: thaya.rfreitas@gmail.com Professor do Centro Universitário Senac Orientador(a): Ana Lúcia Reboledo E-mail: luciarebolledo@gmail.com

Estudante do curso de PUBLICIDADE E PROPAGANDA;


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RESUMO O objetivo desse trabalho é analisar a fidelidade do espectador de séries de televisão, a partir dos novos hábitos de consumo midiático que estão sendo criados na sociedade pós-moderna. Esta nova Era de praticidade e acessibilidade de conteúdo faz com que o indivíduo transforme totalmente o seu modo de absorver entretenimento. Em linhas gerais, o desenvolvimento desse projeto é embasado nos estudos

do

professor

e

sociólogo

Zygmunt

Bauman

sobre

modernidade liquida, além da pesquisa sobre trabalhos de outros pensadores

da

Era

contemporânea

como,

Nicolau

Secvenko,

Lipovetsky e Henry Jenkins. A junção destes estudos revelam o novo modelo de sociedade e ainda as relações do indivíduo com o próximo e com o consumo. Será feita também uma análise sobre o comportamento do espectador moderno, que aponta a necessidade de consumo midiático. Por fim, como estudo de caso será feita uma análise sobre a série Breaking Bad que se tornou um grande sucesso no Brasil no ano de 2014, trata-se de uma trama derivada de uma narrativa eficaz e criticamente bem construída com personagens que refletem a liquidez da sociedade.

Palavras-chave: 1. Fidelidade; 2. Consumo midiático; 3. Séries de Tv; 4. Breaking Bad


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ABSTRACT

The main goal of this work is to analyze the fidelity of the audience of tv series, starting of the new habits of midiatic consume that has been created in the post-modern society. This new age of practicality and accessibility of contents makes the individual totally transform the

way

he

assimilates

entertainment.

In

general

lines,

the

development of this project is grounded in the studies of the professor and sociologist Zygmunt Bauman about liquid modernity, besides

the

research

about

works

of

others

thinkers

of

the

contemporary era like, Nicolau Secvenko, Lipovetsky and Harry Jenkins. The junction of this studies show the new model of society and the relations of the individual with his neighbor and with the consumption. We´ll have a analysis about the behavior of the modern audience, that points to a need to midiatic consumption. Lastly, as a case study, we´ll do a analysis about the Breaking Bad series that became a huge sucess in Brazil in 2014, it is a derivative plot of a effective and critically well constructed storytelling with characters that reflect the society liquidity. Key words: 1.Fidelity; 2. Media Consumption; 3. Tv Shows; 4. Breaking Bad


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Esta pesquisa pretende realizar um estudo sobre a fidelidade do espectador imerso no universo líquido, sob o ponto de vista do novo consumo midiático onde as tendências evaporam e são facilmente substituídas por outras. Unicamente para entender como o produto midiático no mundo das séries impacta no comportamento dessa nova sociedade de consumo? Segundo Bauman (2001), a sociedade atual caracteriza-se pela necessidade de consumo x aceleração do tempo. São exigidos mais conteúdos e informações na tentativa de "suprir" uma auto realização através do consumo, que nunca é satisfeita. Será explorado o âmbito das séries de TV sob análises de Henry Jenkins com sua obra “A Cultura da Convergência” delineando o comportamento do espectador por meio do "Binge Watch", termo norte americano usado para referir-se a uma característica muito peculiar que estas novas plataformas streaming estão propondo. Com o significado de “assistir tudo numa tacada só”, a ideia é vincular os espectadores ao mundo midiático, fazer com que o indivíduo faça parte e esteja cada vez mais imerso neste universo. Além deste termo, também serão trabalhados os pontos e conceitos sobre "a televisão social" também definida por Jenkins, que se concretiza na ação simultânea dos programas televisivos com as redes sociais. Além de Bauman e Jenkins, o trabalho também contará com conceitos sobre a sociedade de consumo x a sociedade do espetáculo, sob a análise de Guy Debord, teórico especialista em meios e mídias comunicacionais.

Lipovetsky

reintera

em

sua

obra

“Tempos

Hipermodernos” todas as análises feitas por Bauman, ambos afirmam a transição de uma sociedade sólida e enraizada, baseada no modelo fordista para o atual modelo totalmente líquido que estimula o consumo e a busca incessante por satisfação. Este fator se dá


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consequentemente pelo o mundo que sempre esteve dividido entre aqueles que dão ordens e aqueles que obedecem. Disso, pode-se dizer, derivam as grandes guerras: para os inconformados, o poder de conquistar os diretos igualitários através do próprio trabalho, a facilidade de linha de crédito, obter maiores chances de satisfação. Atualmente, através do âmbito da mídia, novas plataformas como, Netflix, mostram o conceito da liquidez na sociedade. O desenvolvimento global e a maior popularização de plataformas midiáticas facilitam o consumo destes produtos, como por exemplo, séries de TV. Cada vez mais estão implicando em novos formatos para gerar o contato de interatividade. Segundo uma entrevista realizada com Juliana Sawaia, responsável pela área de Learning e Insights do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística), essa nova onda de consumo midiático deixou de ser algo linear e vem trazendo uma característica

de

fragmentação,

ou

seja,

é

possível

gerar

simultaneidade entre novas plataformas e compartilhar informação. Redes sociais como Facebook, Twitter, Instagram e entre outras participam arduamente deste formato. Trabalham praticamente para a

comercialização

“gratuita”

destes

lançamentos

midiáticos

e

efetivamente geram engajamento derivando da publicação demasiada de cada usuário da plataforma. A

famosa

publicidade

“boca

a

boca”

exerce

um

poder

disseminador e desperta o interesse de quem está conectado para buscar

ainda

mais

informações

relevantes

sobre

o

conteúdo

divulgado. O simultâneo transita para a interatividade, e assim as pessoas conectadas em redes sociais estão imersas na ferramenta mais acessível para adquirir informação, consequentemente, os botões de compartilhamento e curtir tornaram-se extensões da vida dos indivíduos, tendo eles, o mundo na palma das mãos. Na Era da informação, a exigência é participar. O controle remoto que antes assumia o papel de uma ferramenta de troca de


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canais abertos, atualmente vem perdendo espaço e sendo substituído por computadores, tablets, smartphones e afins. Os conteúdos já estão

sendo

trabalhados

como

forma

de

“binge

watch”

para

potencializar esta sensação de controle e poder de cada usuário. Os espectadores optam pela ideia de assistir conteúdos aonde estiverem, quando quiserem e na plataforma que puderem pagar, também denominado convergência midiática. O dono da programação é quem acessa a plataforma. O aprofundamento de todos esses fatores será justamente para entender se a fidelidade de cada “sériemaníaco” potencializa-se justamente pelos critérios citados pela representante da IBOPE. Expandindo o campo de estudo e invadindo o cenário dos produtores

destes

novos

conteúdos

midiáticos,

ficam

os

questionamentos: de que forma é delineada toda a questão de discurso, construção de um roteiro e até mesmo a pulverização da publicidade perante os seriados? O requisito para começar um produto deste formato dá o seu início visando às linhas de pensamentos sociais contemporâneas? Em qual momento ocorre este vínculo entre o produto midiático e os “viciados” em séries? De acordo com o fator acima, o comportamento destes espectadores provavelmente mudou radicalmente e a nova forma de consumo vem ganhando notoriedade. Consequentemente, a exigência de mais novidades e inovação aumenta em uma mesma proporção. Para finalizar este projeto será feito um estudo de caso sobre a série Breaking Bad, que se tornou uma grande sensação entre o publico brasileiro no ano de 2014. A ideia é desconstruir a trama a fim de compreender os comportamentos paradoxais que existem em cada indivíduo nos dias de hoje. Fazer o bem sem olhar a quem? Ou fazer o bem de acordo com quem também possa me proporcionar o bem? Eis a questão. O objetivo desta monografia é realizar uma pesquisa com o intuito de obter os esclarecimentos a respeito do novo comportamento de consumo midiático dentro do cenário social atual, principalmente sob


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a ética e a moral. Para que se obtenha resposta, é necessário entender os critérios utilizados na criação de uma série de TV e o discurso narrativo e imagético aplicado na mesma, afim de que se compreenda os vínculos que impactam na interação com a massa espectadora. Por este motivo foi feito um aprofundamento sobre o conceito de um universo líquido onde as tendências evaporam e são facilmente substituídas, despertando no indivíduo uma necessidade sobre o consumo exacerbado para satisfazer a sua auto realização. Analisar o discurso (de imagens e roteiro) da série Breaking Bad como um todo. Discutir os meios utilizados por profissionais da área cinematográfica afim de entender os critérios que criam um vínculo de interação com a massa, os consumidores de mídia de entretenimento, na visão de Zygmunt

Bauman,

Nicolau

Sevcenko,

Henry

Jenkins,

Gilles

Lipovetsky e outros que auxiliaram no apoio estrutural deste projeto. A pesquisa foi iniciada com o intuito de aferir um maior conhecimento a respeito das exigências da sociedade de consumo moderno no contexto das novas plataformas midiáticas, afim de que se esclareça duvidas de suma importância tanto para o consumidor, que procura as vantagens e a qualidade dos produtos disponíveis no mercado midiático, quanto para os profissionais que estão por trás de todo o trabalho de produção e divulgação de seus produtos, para que atinjam a demanda do público. A escolha da série Breaking Bad para a monografia foi baseada nos chamarizes da série, e o fato de temas polêmicos como as drogas e o câncer alcançarem os mais diversos meios sociais ao redor do mundo.

Breaking

Bad

e

seu

excelente

roteiro

fidelizaram

o

espectador, mesmo que apenas pelo tempo de duração, mas eternizando os caricatos personagens da série, fazendo com que, mesmo gerações mais novas que não acompanharam a série, soubessem o nome de alguns deles. Só no ano de 2014, a série foi a mais premiada pelo homônimo Emmy, porém, para que se chegasse a este patamar, foi preciso uma profunda analise afim de que se


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descobrisse o elemento que cativou o público, e o que fez com que mediante a todos os tipos de plataformas midiáticas disponíveis a um só clique, o espectador continuasse focado, em ritmo de binge watching (assistir tudo em uma tacada só). Esta monografia será realizada para a análise de como o indivíduo age

adiante

da

sociedade

pós

moderna.

Esta

satisfação

do

comportamento de hiperconsumo do homem moderno é estabelecida de que forma e por quais razões, já que, segundo Lipovetsky, entramos na III fase da mercantilização, não sendo “freável” o consumo

pela

capitalismo,

opressão,

mas

ainda

satisfazendo

mais

o

com

a

consumidor

globalização

através

do

constante

transmutação, para que possa haver a solidificação de um único sistema, satisfazendo a massa espectadora com as mudanças corretas. (...) Não há mais modelos prescritos pelos grupos sociais, e sim condutas escolhidas e assumidas pelos indivíduos; há não mais normas impostas sem discussão, e sim uma vontade de seduzir que afeta indistintamente transparência

o e

à

domínio

público

comunicação)

e

(culto o

à

privado

(multiplicação das descobertas e das experiências subjetivas). [...] (LIPOVETSKY, 2004. pg. 24-25)

Esta pesquisa foi viabilizada e externada através de uma monografia para

apontar

questões

mais

profundas

e

especificas

como

a

individualização, dita por Bauman, por exemplo. Abordou sobre a atualidade, aonde as pessoas são bombardeadas de informações, sendo analisada do ponto de vista do mercado televisivo: conteúdo streaming e as novas plataformas. As séries de TV (nesta monografia representada por Breaking Bad) servirão como material de estudo afim de que se analise as preferências do público, para que se estabeleçam respostas às perguntas desenvolvidas sobre a questão


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da fidelidade em um mundo pós moderno. Através de um mergulho em teorias de grandes filósofos que contribuem na percepção deste paradoxo que é a pós modernidade. Além destas leituras, o projeto contou com curta-metragens, pesquisas com doutrinas antropológicas modernas,

analise

de

comportamento

de

massa

e

teses

de

estudantes como Leandro Dias e Gabriel Lage, que se aprofundaram em temas importantes para esta nova onda de comportamento de consumo midiático. Todas estas etapas se estabeleceram com o intuito de aferir o olhar sobre o comportamento do espectador. A pesquisa abordou diversos contextos com profissionais das áreas a que se pretende citar, e analisará teses importantes como as de Zygmunt Bauman, Henry Jenkins, Gilles Lipovetsky, Leandro Dias, Arlindo Machado, entre outros, que questionam o mesmo formato de consumir este tipo de conteúdo.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Começo dizendo que fui atraída pela cultura dos fans. O que é ser fan? E ser fan na pós-modernidade? É um paradoxo do mundo efêmero x vínculos aspiracionais. A cultura fanática, segundo Jenkins, revela que [...] “os fans são o segmento mais ativo do público das mídias, aquele que se recusa a simplesmente aceitar o que recebe, insistindo no direito de se tornar um participante pleno.” (Jenkins, 2006. pg. 188). Seria um mundo utópico dizer que se existissem mais fanáticos por cultura política, ativista e entre outras questões sociais, talvez o mundo pensasse de forma mais coletiva e humana, equilibrando o individualismo, dito por Bauman. Justamente porque são estes, os maiores interessados em saber além do que se mostra. É, de certa forma, a autonomia de pensamento. Jenkins

usa

uma

frase

em

seu

livro

“A

Cultura

da

Convergência”, na qual, concordo: “Os fans rejeitam a ideia de uma versão

definitiva

produzida,

autorizada

e

regulada

por

algum

conglomerado. Em vez disso, idealizam um mundo onde todos nós podemos participar da criação e circulação de mitos culturais fundamentais.” (Jenkins, 2006. pg. 340) Este trabalho teve como principal objetivo contribuir para o esclarecimento do poder que o indivíduo carrega nesta sociedade, cujo seu preceito principal é se sentir parte de algo para ter a sensação de que está acompanhando os caminhos que a aceleração do mundo impõe. O comportamento do indivíduo está extremamente volátil segundo Bauman, diante das inúmeras possibilidades que a sociedade possui e este fator gera ambiguidade na formação de opinião.


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Não estou aqui concluindo este projeto para falar que a mídia televisiva é de caráter degradativo a população, mas há de se confirmar que grande parte da sociedade ainda enfrenta o que chama-se “cultura de massa”. Este tipo de comportamento causa um paradoxo entre viver em uma Modernidade Líquida, onde a liberdade de se expressar é totalmente acessível e autônoma e a homogeneidade de pensamento, que ainda vem dos tempos enraizados da Modernidade Sólida. Grande parte deste ponto massivo vem de preceitos de uma ideologia

chamada

indústria

cultural,

altamente

incisiva

e

manipuladora que tem como objetivo descartar indivíduos formadores de opinião, afim de empoderar os grandes interesses daqueles que tem mais poderes dentro da sociedade. A busca por respostas aos questionamentos neste projeto são constantes e provavelmente sem um ponto final, assim como todos os pontos de uma Modernidade Líquida, um ciclo infinito. Através da influência pesada da sociedade do espetáculo, sociedade de consumo e mídias sendo bombardeadas cotidianamente não há como o indivíduo ficar fora do mundo considerado “alienado”, ou seja, precisamos aprender a criar um equilíbrio na relação com a mídia para

não

acreditar

em

informações

sem

critérios

e

sermos

manipulados por elas. Acreditar em informações midiáticas, onde sempre nos são mostradas imagens do que é ser feliz, acaba nos levando a viver através do outro. Esse é um caminho que segue na contramão do que é real afinal cada ser humano é dotado de características próprias que fazem de cada individuo um ser pensante, autentico e que não deve tentar se encaixar numa sociedade dita “ideal”, porque na verdade, ela não existe. O estudo de caso sobre a série televisiva “Breakind Bad” retrata a pós-modernidade e esta inversão de valores que se atribui ao: “preciso ter para ser”. Bauman, Sevcenko, Lipovetsky e filósofos citados neste projeto afirmam as teorias acima.

outros


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O protagonista Walter White apenas confirma para os seus espectadores que a individualização atribuída a responsabilidades sociais forçam o homem a realizar coisas para serem “bem-vistas” pelo o mundo coletivo. Entretanto, a pressão é tão grande que não importam os meios que você utiliza, você deve usá-los mesmo que de maneira ilusória. Um

exemplo

“a

justificativa

de

Walter

White”

de

produzir

metanfetamina para proteger a sua família, já que irá morrer por conta de seu câncer de pulmão. Ao decorrer de cada capítulo é notório que esta justificativa se torna o apoio do protagonista para realizar algo ilegal, como a produção de droga, sem ser mal visto pela sociedade e até por ele mesmo. Entretanto, tudo que Walter desejava era ter o seu espaço na sociedade. Ser reconhecido em um mundo onde as possibilidades são milhares,é considerado perda de tempo quando estas mesmas oportunidade

“batem

a

sua

porta”

e

você

desperdiça

essa

experiência. No mundo das drogas, o protagonista sentia-se especial. As pessoas de seu convívio o respeitavam. Ele era dono do poder, que na série, significa a produção da droga mais pura. No fim, a contemporaneidade se resume em participar de forma ativa e reconhecida de todos os campos da vida. Consequentemente, a versão não muda com relação à convergência e a mídia televisiva. Este estímulo ao desejo de consumir é vendido através de necessidades fantasiosas com caráter de manipulação para a grande massa. É errado dizer que não precisamos dela, porém esta pesquisa tem como finalidade apontar as estruturas sociais que fazem parte da nossa rotina. Entender que ainda existe a publicidade incisiva, e seria utópico dizer que um dia esta questão se tornará isenta. A publicidade, a cultura participativa e a inteligência coletiva dita por Jenkins e Pierre Lévy massificam opiniões. Este estudo não busca o extremismo, mas a realidade de toda a forma, em linhas


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gerais, são todos estes conceitos apontados acima extremamente importantes para a sociedade. Entretanto, se utilizados como fonte para empoderar o coletivo pensante sobre seus desejos e, principalmente, seus direitos teremos uma sociedade mais uniforme. O que é ser um indivíduo? Qual a minha importância na contribuição da comunicação? Estudar uma série televisiva, como Breaking Bad, deixa o olhar mais habituado aos detalhes na construção das personagens e da própria produção em si. Esta série se tornou uma grande sensação mundial pelo discurso paradoxal que abordou na relação individual x sociedade. Quem nasce na Era da pós-modernidade busca por conselheiros e semelhança com a sua própria vida. Há uma tendência midiática de caráter aspiracional como já revelado acima. Por fim, a ideia de buscar a autonomia da intectualidade e sede por conhecimento e cultura são ferramentas para evitar alienação e “ilusão” sobre o conceito de felicidade. Ou seja, você deixará de ser vítima do consumo midiático. A crítica deve estar presente em cada opinião dada, deve filtrala e converte-la em opinião própria. Este estudo sobre a sociedade, sobre os fans contemporâneos e participativos tem a intenção de elucidar questões sobre os discursos de poder de manipulação e vício e fazer com que haja uma reflexão sobre as estruturas de consumo midiático em que vivemos. Para concluir, no filme “Clube da Luta” de Quentin Tarantino existe uma frase que serve para resumir este projeto.“Trabalhamos em empregos que odiamos, para comprar porcarias que não precisamos, com dinheiro que não temos, para impressionar pessoas que não gostamos. (...) Não tivemos Grande Guerra, não tivemos Grande Depressão. Nossa grande guerra é a guerra espiritual, nossa grande depressão são nossas vidas. Fomos criados pela televisão para acreditar que um dia seriamos ricos, famosos e estrelas de


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cinema. Mas não seremos. E estamos aos poucos percebendo isso. E estamos muito, muito irritados”. (Fight Club, 1999) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Os

tempos

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DIAS, Leandro. O cinema como meio motivador:: James Bond e o consumo hedonista. 2014. 83 f. TCC (Graduação) - Curso de Publicidade e Propaganda, Centro Universitário Senac, São Paulo, 2014.

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Artigos

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REFERÊNCIA AUDIOVISUAL

BREAKING Bad. Direção de Vince Gilligan. 2008. Son., color. Legendado. CLUBE da Luta. Direção de David Fincher. Si: Regency Enterprises, 1999. DVD, son., color. TEMPOS Modernos. Direção de Charles Chaplin. Si, 1936. Son., P&B.


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