Uma nova identidade visual para a cidade de São Paulo

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Uma nova identidade visual para a cidade de SĂŁo Paulo


CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC SANTO AMARO

Géssica dos Santos Aragão Mayara de Oliveira Fragoso

ID SP: A proposta de uma nova identidade visual para a cidade de São Paulo.

SÃO PAULO 2016


Géssica dos Santos Aragão Mayara de Oliveira Fragoso

ID SP: A proposta de uma nova identidade visual para a cidade de São Paulo.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina TCC II, como requisito para obtenção de grau para o curso de Bacharel em Publicidade e Propaganda, do Centro Universitário Senac Santo Amaro. Orientador: Marcos Pecci

SÃO PAULO 2016


ID SP


AGRADECIMENTO Somos gratas ao apoio incondicional dos nossos familiares, que estiveram ao nosso lado em todos os momentos. A confiança que depositaram em nós serviu de combustível para chegarmos até aqui. Aos nosso professores, que nos trataram como seres individuais, dando toda atenção necessária de que precisávamos e liberdade de criação, para apostarmos naquilo em que acreditassemos. Muitas vezes serviram de conselheiros profissionais, psicologos, amigos, e acima de tudo, de referências. Nossos eternos “Quero ser que nem ela/ele quando crescer!”. Por fim, aos nossos amigos, que nos inspiraram, motivaram, entenderam nossas ausências e muitas vezes foram nosso refúgio quando a faculdade parecia nos sufocar.

Quem costuma vir de onde eu sou As vezes não tem motivos pra seguir. Então levanta e anda, vai! Levanta e anda, vai! Levanta e anda! Mas eu sei que vai, que o sonho te traz Coisas que te faz prosseguir Então levanta e anda, vai! Levanta e anda, vai! Levanta e anda, vai! Levanta e anda Somos maior, nos basta só Sonhar, seguir!

Levanta e Anda - Emicida e Rael


RESUMO O presente trabalho tem como objetivo reconhecer características culturais da cidade de São Paulo hoje, através de levantamentos históricos que possam direcionar o processo criativo na elaboração de uma identidade visual para a cidade de São Paulo, a partir da análise da identidade vigente, traçando comparativos entre outras identidades visuais bem sucedidas de cidades ao redor do mundo. Partindo de pesquisas bibliográficas e imagéticas, busca estabelecer um padrão que represente a diversidade cultural de São Paulo como um todo, priorizando sua arquitetura e cena artística, do século XX até os dias de hoje.

Palavras-chave: 1. Cidade. 2. São Paulo. 3. Identidade visual. 4. Cultura. 5. Rebranding.

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ABSTRACT This paper aims to recognize cultural characteristics of the city of S達o Paulo today, through historical surveys that can direct the creative process in designing a visual identity for the city of S達o Paulo, from the analysis of the current identity, drawing comparisons between other visual identities of successful cities around the world. Starting from bibliographic and image research, seeks to establish a pattern that represents the cultural diversity of S達o Paulo as a whole, prioritizing its architecture and art scene of the twentieth century to the present day.

Keywords: 1. City. 2. S達o Paulo. 3. Visual identity. 4. Culture. 5. Rebranding.

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INTRODUÇÃO 11 SÃO PAULO HISTÓRICA 15 MO DERNISMO BRASILEIRO 20 0 GRUPO DOS CINCO 23 A SEMANA DE ARTE MODERNA 35 DÉCADA DE 30 39 DÉCADA DE 40 45 DÉCADA DE 50 46 DÉCADA DE 60 47 DÉCADA DE 70 48 DÉ CADA DE 80 49 DÉCADA DE 90 50 SÃO PAULO HOJE 52 SÃO PAULO CULTURAL 54 PINACOTE CA 55 MASP 56 MAM 58 MUSEU DO IPI RANGA 59 MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA 60 IDENTIDADE VISUAL

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A ATUAL IDENTIDADE

VISUAL 64 IDENTIDADES VISUAIS PELO MUNDO 66 CONSIDERAÇÕES FINAIS 69 REFERÊNCIAS 70


INDICE DE IMAGENS Imagem 1: Obra “Os Operários” de Tarsila do Amaral...................................................................................pg 06 Imagem 2: Obra “As Cinco Moças de Guaratinguetá” de Di Cavalcanti...........................................................pg 10 Imagem 3: Obra “O Torso” de Anita Mafaltti.................................................................................................pg 12 Imagem 4: Retrato Oswld de Andrade...........................................................................................................pg 13 Imagem 5: Retrato Mario de Andrade...........................................................................................................pg 15 Imagem 6: Fotografia Mario de Andrade.......................................................................................................pg 16 Imagem 7: Fotografia Mario de Andrade.......................................................................................................pg 17 Imagem 8: Retrato Tarsila do Amaral............................................................................................................pg 18 Imagem 9: Obra “Sagrado Coração de Jesus” de Tarsila do Amaral................................................................pg 19 Imagem 10: Obra “O Pescador” de Tarsila do Amaral....................................................................................pg 20 Imagem 11: Obra “Antropofagia de Tarsila do Amaral...................................................................................pg 20 Imagem 12: Retrato Anita Mafaltti................................................................................................................pg 21 Imagem 13: Obra “O Homem Amarelo” de Anita Mafaltti.............................................................................pg 22 Imagem 14: Obra “A Mulher de Cabelo Verde” de Anita Mafaltti...................................................................pg 22 Imagem 15: Retrato Menotti.........................................................................................................................pg 23 Imagem 16: Cartaz da Semana de Arte Moderna de 1922.............................................................................pg 25 Imagem 17: Obra “O Artesão” de Vicente Rego Monteiro.............................................................................pg 26 Imagem 18: Obra “Samba” de Di Cavalcanti................................................................................................. pg 26 Imagem 19: Fotografia Centro de São Paulo na década de 1930....................................................................pg 28 Imagem 20: Fotografia Casas das Rosas na década de 1930...........................................................................pg 29 Imagem 21: Fotografia Casarão Av. Pacaembu na década de 1930.................................................................pg 30


Imagem 22: Fotografia Vila Normando na década de 1930...........................................................................pg 31 Imagem 23: Fotografia Cine Oberman na década de 1930............................................................................pg 31 Imagem 24: Fotografia cortiço na Rua Abolição na década de 1930..............................................................pg 32 Imagem 25: Fotografia cortiço no bairro de Santa Efigênia na década de 1930..............................................pg 33 Imagem 26: Fotografia Favela do Ibirapuera ne década de 1940...................................................................pg 34 Imagem 27: Fotografia construção do Edifício Copan na década de 1950......................................................pg 35 Imagem 28: Fotografia Os Tropicalistas na década de 1960...........................................................................pg 36 Imagem 29: Fotografia manifestação do movimento estudantil pela democrácia na década de 1970............pg 37 Imagem 30: Fotografia Banda Titãs na década de 1980.................................................................................pg 38 Imagem 31: Fotografia Nelson Triunfo e seu grupo de B-Boys na década de 1990.........................................pg 39 Imagem 32: Fotografia domingo na Av. Paulista............................................................................................pg 41 Imagem 33: Fotografia fachada Pinacoteca...................................................................................................pg 43 Imagem 34: Fotografia MASP........................................................................................................................pg 44 Imagem 35: Fotografia MAM........................................................................................................................pg 46 Imagem 36: Fotografia Museu do Ipiranga....................................................................................................pg 47 Imagem 37: Fotografia Museu da Língua Portuguesa....................................................................................pg 48 Imagem 38: Logotipo da identidade visual da cidade de São Paulo...............................................................pg 51 Imagem 39: Demonstração da identidade visual da cidade de São Paulo......................................................pg 52 Imagem 40: Logotipo da identidade visual da cidade de Amsterdam............................................................pg 53 Imagem 41: Aplicação da identidade visual da cidade de Amsterdam...........................................................pg 53 Imagem 42: Logotipo de identidade visual da cidade de Novs Iorque...........................................................pg 54 Imagem 43: Aplicação da identidade visual da cidade de Nova Iorque..........................................................pg 54


INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO O presente projeto tem como objetivo propor uma

imersivo dos espaços públicos, agenda cultural, pa-

nova identidade visual para a Cidade de São Paulo,

trimônios históricos, arquitetura, entre outros. Esse

através do levantamento histórico e cultural. Partindo

panorama do que acontece em São Paulo hoje, será

de pesquisas bibliográficas, imagéticas e empírica, fa-

a base para a elaboração de um conceito que nos dire-

remos um levantamento de toda transformação pela

cione para a criação de uma identidade visual concreta

qual a cida de passou desde a sua fundação até os dias

que possa ser utilizada de maneira ampla e represen-

atuais, e com isso, pretendemos traçar um panorama

tativa.

que sirva de matéria para o desenvolvimento de tal

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia

identidade, de maneira que consiga representar toda

e Estatística (IBGE) de 2011, o Produto Interno Bruto

sua pluralidade.

(PIB) da cidade de São Paulo é o 5º maior de toda a

Feito o levantamento histórico cultural, analisaremos

América Latina, ficando atrás apenas do PIB geral do

a atual identidade visual da cidade de São Paulo, e de

Brasil, Argentina, Colômbia e Venezuela. Sua repre-

outras cidades pelo mundo, buscando traçar um com-

sentação dentro do território nacional é ainda mais

parativo entre elas, de forma que pontos positivos

expressiva, assumindo 11,5% de toda a riqueza gerada

e pontos a serem melhorados fiquem em evidência,

no país. Valor maior que o dobro da segunda capital,

para que seja direcionado um caminho para a criação

Rio de Janeiro, com 5%.

da nova identidade visual. Temos como objetivo reconhecer e analisar o perfil cultural e o que a cidade tem a oferecer atualmente, segmentando a pesquisa para todas as classes sociais e todas as faixas etárias, através de um estudo

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Além da sua importância econômica, São Paulo, des-

bém no reconhecimento internacional da cidade.

de seus primórdios, tem papel fundamental na cena

Tais dados comprovam a dimensão e importância de

artística e cultural do país, sendo palco de vários movi-

São Paulo no cenário mundial, gerando a necessidade

mentos revolucionários como o Modernismo Brasilei-

de uma reestruturação na comunicação e da gestão de

ro, Tropicalismo, O Movimento da Saúde, que resultou

marca, visando simplificar e ampliar a percepção da ci-

na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Também

dade para moradores, turistas e investidores.

foi palco do maior comício das Diretas Já, em 25 de ja-

Levando em consideração o tamanho e a importância

neiro de 1984, com aproximadamente 200 mil pessoas

da cidade de São Paulo, uma identidade visual sólida

e estopim das manifestações de 2013.

e útil, ajudaria não só na identificação local, mas tam-

Atualmente, cerca de 12 milhões de pessoas vivem na

bém no reconhecimento internacional da cidade. Por

cidade de São Paulo, sendo que aproximadamente 215

meio de uma padronização imagética eficaz, ressaltan-

mil são imigrantes legais de todas as partes do mundo.

do suas formas, sua história, tradições e a diversidade

O número de imigrantes ilegais atinge até o dobro dos

cultural, de maneira leve e de fácil reconhecimento.

que estão regularizados.

Tal identidade poderá ser desenvolvida a partir de um

Tais dados comprovam a dimensão e importância de

estudo histórico e empírico da cultura paulistana, que

São Paulo no cenário mundial, gerando a necessidade

identifique, a priori, o que a cidade tem a oferecer, e

de uma reestruturação na comunicação e da gestão de

em seguida, uma relação de São Paulo e suas princi-

marca, visando simplificar e ampliar a percepção da ci-

pais representações visuais.

dade para moradores, turistas e investidores. Levando em consideração o tamanho e a importância da cidade de São Paulo, uma identidade visual sólida e útil, ajudaria não só na identificação local, mas tam-

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O estudo da interação cidadão-cidade servirá de base para a tradução do que está acontecendo atualmente, com a utilização dos espaços públicos e um maior consumo e produção de cultura na cidade, sendo uma referência imprescindível no processo criativo. Buscamos reconhecer as características culturais da cidade de São Paulo hoje, usando como metodologia o estudo histórico da cidade, e após este levantamento, propor o desenvolvimento de uma nova solução como identidade visual, que consiga traduzir sua pluralidade cultural de maneira marcante e eficaz em sua aplicação estratégica de comunicação. Como ponto de partida para essa pesquisa consideramos A Cidade e suas múltiplas características socioculturais, sua arquitetura em constante transformação, assim como teóricos, artistas e pensadores que refletiram sobre a cidade em diversos períodos históricos. Este será o recorte que, juntamente com a pesquisa teórica, servirá de embasamento para o desenvolvimento deste projeto experimental.

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SÃO PAULO HISTÓRICA


SÃO PAULO HISTÓRICA Para entender como a cidade de São Paulo hoje, é pre-

Desde os nativos tupis-guaranis, europeus colonizado-

ciso que se compreenda quais foram os fatores que

res, negros escravizados, orientais em busca de uma

moldaram sua cultura e identidade. Sua característica

nova chance... Cada povo que aqui viveu e vive, impri-

cosmopolita se dá ao fato de que esta cidade sempre

me traços muito particulares de sua cultura ancestral,

recebeu pessoas de todas as raças, países e credos.

que somadas, formam algo único e grandioso. Imagem 1 - Quadro Operários - Tarsila do Amaral

Fonte: www.tarsiladoamaral.com.br

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“Durante muito tempo a nacionalidade viveu da mescla de três raças que os poetas xingaram de tristes: as três raças tristes. A primeira, as caravelas descobridoras encontraram aqui comendo gente e desdenhosa de “mostrar suas vergonhas”. A segunda veio nas caravelas. Logo os machos sacudidos desta se enamoraram das moças “bem gentis” daquela, que tinham cabelos “mui pretos, compridos pelas espadas”. E nasceram os primeiros mamelucos. A terceira veio nos porões dos navios negreiros trabalhar o solo e servir a gente. Trazendo outras moças gentis, mucamas, mucamas, munibandas, macumas. E nasceram os segundos mamelucos. E os mamelucos das duas fornadas deram o empurrão inicial no Brasil. O colosso começou a rolar.

Então os transatlânticos trouxeram da Europa outras raças aventureiras. Entre elas uma alegre que pisou na terra paulista cantando e na terra brotou e se alastrou como aquela planta também imigrante que há duzentos anos veio fundar a riqueza brasileira.

Do consórcio da gente imigrante com o ambiente, do consórcio da gente imigrante com a indígena nasceram os novos mamelucos [...]” (MACHADO, 2009, Pg. 3)

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Fundação da Vila São Paulo de Piratininga pelos padres jesuítas Manoel de Nobrega e Jose de Anchieta.

Com 11 mil habitantes, São Paulo substitiu São Vicente como sede administrativa da capitania.

São Paulo assume suas principais características: Mutante e Acelerada, mostrando rápido e forte crescimento econômico e cultural, apesar das sequelas sofridas pela Primeira Guerra Mundial Segunda maior cidade do país, ficando atrás apenas da capital federal, Rio de Janeiro.

Séc. XVI

Séc. XVIII

Séc. XX

Séc. XVII A Vila de São Paulo ainda era um pequeno vilarejo de passagem, usado pelos bandeirantes que estavam em busca de novos territórios.

Séc. XIX As lavouras cafeeiras trouxeram riqueza e mais imigrantes para a cidade. Grito da Independência em 1822.

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“Dizem-na fria... Dizem-na tristonha, escura... Mas no momento em que escrevo, novembro anda lá fora, desvairado de odores e colorações. Eu sei de parques esquecidos em que a rabeca dos ventos executa a sarabanda por que pesadamente bailam os rosais... Eu sei de coisas lindas, singulares, que Paulicéia mostra só a mim, que dela sou o amoroso incorrigível e lhe admiro o temperamento hermafrodita... Procurarei desvendar-lhe aspectos. gestos. para que a observem e entendam. Talvez não muito consiga. Ponho-me a pensar que a minha terra é como as estrelas de Olavo... difícil de entender”

Mário de Andrade, 1920. “Em São Paulo, a criatividade dos diferentes grupos sociais, políticos e culturais, entre imigrantes anarquistas, operários socialistas e comunistas, mulheres feministas das camadas médias e altas, intelectuais e artistas modernistas, grupos negros, trabalhadores e desempregados nacionais, reinventando suas vidas e renovando suas esperanças desde as primeiras décadas do desenvolvimento urbano-industrial, no século XX, deixou marcas inesquecíveis na memória histórica, com suas transgressões, afrontas, lutas, inovações e estratégias de sobrevivência criadas no tumultuado cotidiano da vida social”. (RAGO, 2004, pg. 388).

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MODERNISMO BRASILEIRO


MODERNISMO BRASILEIRO Imagem 2 - As Cinco Moças de Guaratinguetá - DiCavalcanti

Fonte: http://masp.art.br/

Movimento artístico que surgiu no início dos anos

Subversão que questionava o óbvio e propunha mais

1900 e criticava duramente o estilo de vida provinciano

liberdade para a criação artística e para a vida em si.

burguês e dele fazia deboche. Deboche da sociedade

Em suma, o modernismo questionava o que era ser

que não conseguia compreender o exótico e mantinha

brasileiro de fato, pois os modelos que existiam não

seus olhos virados para os padrões estéticos europeus

poderiam nunca representar a nossa essência plural,

parnasianos e renegavam o novo. Prezava pela irreve-

mestiça, caipira e desvalorizada, pois tinham todos fo-

rência, cheia de ironias e pregavam a subversão.

ram trazidos da Europa.

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A eclosão do modernismo brasileiro não aconteceu por acaso em São Paulo. Desde sempre, a cidade foi a Capital do Novo, núcleo da vanguarda intelectual e cultural brasileira. Graças ao seu intenso fluxo de migrantes e imigrantes, que traziam e compartilhavam seus costumes, experiências e tradições para cá, sempre teve em sua essência um ritmo acelerado e inquieto, e desta inquietação surge o modernismo. Tendo dados seus primeiros passos em 1913 com a exposição das obras expressionistas de Lasar Segal e em 1914 com Anitta Mafalti. Mas só a partir de 1917, com a segunda exposição de Anitta e toda a repercussão de uma crítica negativa que a artista recebeu de Monteiro Lobato que os cânones sobre o que era considerado arte passaram a ser alvo de debates. Já no primeiro parágrafo de sua crítica intitulada Paranóia ou Mistificação, publicada no jornal Folha de São Paulo, em 20 de dezembro de 1917, Lobato disse o seguinte:

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em conseqüência disso fazem arte pura, guardando os eternos rirmos da vida, e adotados para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. Quem trilha por esta senda, se tem gênio [...] Se tem apenas talento vai engrossar a plêiade de satélites que gravitam em torno daqueles sóis imorredouros. A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos de cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz de escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento.

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Imagem 3 - O Torso -Anita Mafaltti

Fonte: http://www.mac.usp.br/

Tal crítica só afirmou ainda mais a rejeição da elite paulistana em relação as novas correntes artísticas que propunham o novo e conceitual, como o cubismo, expressionismo, futurismo, surrealismo e dadaísmo. A influência da Vanguarda Europeia era evidente nas obras dos artístas que promoveram o modernismo, pois os mesmos transitavam entre São Paulo e Europa, que era o polo dessa revolução artística.

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O GRUPO DOS CINCO Foi um coletivo formado por jovens pintores e escritores da época, que tinham como base para suas obras as vanguardas europeias e tomaram a frente do Modernismo Brasileiro, a partir da Semana de Arte Moderna de 1922. Manifesto Pau-Brasil

Oswald de Andrade 11 de janeiro de 1890 - 22 de out

A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança. Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil. O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o

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gavião de penacho. A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria Nas lianas da saudade universitária. Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como borrachas sopradas. Rebentaram. A volta à especialização. Filósofos fazendo filosofia, críticos, crítica, donas de casa tratando de cozinha. A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem. Tinha havido a inversão de tudo, a invasão de tudo: o teatro de base e a luta no palco entre morais e imorais. A tese deve ser decidida em guerra de sociólogos, de homens de lei, gordos e dourados como Corpus Juris. Ágil o teatro, filho do saltimbanco. Ágil e ilógico. Ágil o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia. A poesia Pau-Brasil, ágil e cândida. Como uma criança [...]

Oswald de Andrade nasceu em São Paulo, e desde muito jovem já demonstrava o seu interesse pela literatura. Nascido em família rica e tendo estudado nos melhores colégios, aos 19 anos, teve seu primeiro artigo “Penando” publicado no Diário Popular. Dois anos depois, fundou sua revista semanal, intitulada O Pirralho, juntamente com Alcântara Machado e Juó Bananère. Dentre suas responsabilidades com a revista, que durou cinco anos, Oswald pôde conhecer diversos intelectuais na época como Di Cavalcanti, Anitta Mafalti, Monteiro Lobato, Mario de Andrade, Guilherme de Almeida e Tarsila do Amaral, com quem foi casado por três anos. Durante este período, viajou diversas vezes para França, conhecendo em Paris as ideias revolucionárias que serviriam de base para o modernismo no Brasil. Em suas obras, ficam claras as características de sua personalidade irônica e questionadora, com textos de cunho politizado e que buscavam a valorização do orgulho brasileiro.

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Ode ao burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os “Printemps” com as unhas!

Mario de Andrade 9 de outubro de 1893 - 25 de fevereiro de 1945.

Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais o èxtase fará sempre Sol! Morte à gordura!

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Morte às adiposidades cerebrais! Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano! “Ai, filha, que te darei pelos teus anos? Um colar... Conto e quinhentos!!! Mas nós morremos de fome!” Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, sempiternamente as mesmices convencionais! De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! Dois a dois! Primeira posição! Marcha! Todos para a Central do meu rancor inebriante Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos, cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão! Fora! Fu! Fora o bom burgês!... De Paulicéia desvairada (1922)

Imagem 6 - Mario de Andrade

Fonte: http://www.vitruvius.com.br/

Mario de Andrade nasceu em São Paulo, dentro da aristocracia paulistana e desde cedo, sentia a necessidade de escrever. Em uma conversa com Homero Senna (“República das Letras”, Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1996, 3a. edição), o autor disse o seguinte: Mas na verdade ninguém se faz escritor. Tenho a certeza de que fui escritor desde que concebido. Ou antes... Meu avô materno foi escritor de ficção. Meu pai também. Tenho uma desconfiança vaga de que refinei a raça...

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Foi um grande entusiasta da cultura brasileira, tendo

Imagem 7 - Mario de Andrade

viajado diversas vezes para o interior do país para conhecer e vivenciar o que de fato era fruto da nossa terra. Suas obras causavam estranheza entre os conservadores

justamente

por isso, por

resgatar

algo que, até então, era desconhecido no cotidiano burguês. Muito ativo socialmente e culturalmente, foi escritor, poeta, pesquisador da cultura e folclore brasileiro, compositor. Professor de piano, de história da arte e história da música e filosofia. Como crítico literário, contribuiu para diversas revistas em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Foi chefe da Divisão e Expansão da Cultura e diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo. Sócio fundador da Sociedade de Etnologia e Folclore de São Paulo e dos Escritores Brasileiros. Sempre revolucionário, Mario teve papel fundamental para a literatura brasileira, criando clássicos como Paulicéia Desvairada (1922), Amar, verbo intransitivo (1927), Macunaíma (1928), Contos novos (1947) entre outros.

Fonte: http://cultura.estadao.com.br/

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Nascida em Capivari, interior de São Paulo, Tarsila era filha de fazendeiros teve uma infância regada a luxos. Desde cedo interessou-se por artes e aos 16 anos pintou seu primeiro quadro, Sagrado Coração de Jesus, em Barcelona, onde concluiu o ginásio. Aos 20 anos casou-se e teve sua única filha, Dulce. Porém o casamento não foi duradouro, por conta da mentalidade conversadora de seu marido, André Teixeira Pinto, que não entendia seu estilo artístico e a queria apenas em casa, assumindo o papel de dona de casa exemplar. Tarsila, questionadora como era, revoltou-se com essas imposições, divorciou-se e voltou a morar com o pais, levando sua filha. Por ter estudado com mestres europeus renomados, Tarsila possuía muita técnica e um estilo marcante, mas apenas quando retornou ao Brasil, conheceu de Tarsila do Amaral 1 de setembro de 1886 - 17 de janeiro de 1973

fato a arte moderna e passou a criar, explorando novas maneiras de pintar, sem as amarras dos cânones do que era considerado pelo para a sociedade da época.

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Tinha a intenção de ser a pintora do Brasil e retratar

Imagem 9 - Sagrado Coração de Jesus

em suas obras o povo, as formas, paisagens e as cores do país. Cores essas que, para seus metres de infância eram consideradas bregas e caipiras, mas que tornaram-se uma das principais características da sua obra. Foi casada com Oswald de Andrade no período de 1926 a 1929, e para presentear o esposo, pintou sua tela mais conhecida, o Abaporu, tela que serviu de inspiração para Oswald escrever o Manifesto Antropófago. Entre idas e vindas do Brasil para a Europa, Tarsila teceu uma ampla rede de amigos introduzidos no mundo da arte, como Pablo Picasso, Fernand Léger, Brancusi, Jean Cocteau, Villa Lobos, Di Cavalcanti, Anitta Mafalti, Mario de Andrade entre outros. Suas pinturas foram dividias em três fases: Pau Brasil (O pescador, 1925), Fase Antropofágica (Antropofagia, 1929) e Fase Social (Os Operários, 1933). Fonte: www.tarsiladoamaral.com.br

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Imagem 10 - O Pescador

Fonte: www.tarsiladoamaral.com.br

Imagem 11 - Antropofagia

Fonte: www.tarsiladoamaral.com.br

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Anita nasceu em São Paulo, filha de pai italiano e mãe americana, com quem aprendeu a pintar. Anita nascera com um defeito congênito na mão direita, o que a obrigou a desenvolver suas habilidades com a outra mão. Com ajuda do tio, foi estudar pintura expressionista em Berlim e voltou em 1914 para o Brasil para sua primeira exposição, sem muita repercussão em São Paulo. Só na sua segunda exposição em 1917, depois de ter estudado nos Estados Unidos e criados seus quadros mais expressivos, que Anita chamou de fato atenção na cena artística de São Paulo, recebendo duras críticas de Monteiro Lobato e da sociedade conservadora, que ainda não entendia a sua arte, polarizando o discurso sobre o que era belo e dando início ao Modernismo. Dentre as obras da amostra, estavam O Homem Anita Maffalti

Amarelo e A Mulher de Cabelo Verde.

2 de dezembro de 1889 - 6 de novembro de 1964

Suas obras foram consideras um marco para o movimento artístico brasileiro, tornando-a uma das nossas principais pintoras.

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Imagem 13 - O Homem Amarelo

Imagem 13 - A Mulher do Cabelo Verde

Fonte: https://obrasanitamalfatti.wordpress.com/

Fonte: https://obrasanitamalfatti.wordpress.com/

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Menotti foi uma importante figura para a literatura no país, tendo escrito romances, poemas, contos, peças teatrais e sendo um dos maiores entusiastas do nacionalismo brasileiro. Nasceu na cidade de São Paulo, mas passou uma infância no interior do estado, na cidade de Itapira, onde aos 14 anos já mantinha um periódico chamado Mandu. Formou-se em direito pela faculdade do Largo São Francisco e por isso tinha um forte engajamento político, funda as agremiações de cunho político e literário Anta Verde e Amarelo, de caráter nacionalista e apoia o movimento Pau Brasil, de Oswald de Andrade. Trabalhou nos jornais A Gazeta, Correio Paulistano, A Tribuna, São Paulo, Brasil novo e fundou o A Noite. Em 1943 foi eleito para a cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras e em 1982 foi proclamado Príncipe do Menotti del Picchia

Poetas Brasileiros.

20 de março de 1892 - 23 de agosto de 1988

Dentre suas obras, estão Poemas de vícios e virtudes (1913), Juca Mulato (1917), Salomé (1940) entre outros.

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Juca Mulato

Ser Feliz

Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre… Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida… Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito é o mesmo que cravar uma faca no peito. Esta vida é um punhal com dois gumes fatais: não amar é sofrer; amar é sofrer mais.

Ser feliz! Ser feliz estava em mim, Senhora.. . Este sonho que ergui o poderia pôr onde quisesse, longe até da minha dor, em um lugar qualquer, onde a ventura mora; onde, quando o buscasse, o encontrasse a toda hora, tivesse-o em minhas mãos... Mas, louco sonhador, eu coloquei muito alto o meu sonho de amor... Guardei-o em vosso olhar e me arrependo agora. O homem foi sempre assim... Em sua ingenuidade teme levar consigo o próprio sonho, a esmo, e oculta-o sem saber se depois o achará... E, quando vai buscar sua felicidade, ele, que poderia encontrá-la em si mesmo, escondeu-a tão bem, que nem sabe onde está!

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A SEMANA DE ARTE MODERNA Imagem 16 - Cartaz da Semana de Arte Moderna de 22

Fonte: http://masp.art.br/

Aconteceu em São Paulo, entre 13 e 17 de fevereiro,

Idealizada pelo pintor Di Cavalcanti, que pretendia um

de 1922, no Teatro Municipal, palco da elite paulis-

evento que chocasse e desse vasão para as novas ar-

tana. Porém o que ocorreu durante aquela semana

tes, sem regras ou amarras, valorizando o brasileiro

não tinha nada de burguês ou convencional. O que foi

real, com suas tradições interioranas esquecidas, sua

apresentado ali era uma nova proposta, um novo so-

origem miscigenada, que os barões que aqui viviam,

pro de vida para a então decadente e estagnada cena

buscavam esconder por debaixo de suas rendas e ma-

artística paulistana.

quiagens francesas.

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Totalmente influenciados pelas vanguardas europeias

Imagem 18 - Samba, Di Cavalcanti

(cubismo, expressionismo, futurismo, entre outros) participaram artistas como, além do Grupo dos Cinco, Victor Brecheret, John Graz, Ferrignac, Paim Vieira, Martins Ribeiro, Vicente do Rego Monteiro, Yan de Almeida Prado e Zina Aíta, Hildegardo Leão Velloso e Wilhem Haarberg, além do próprio Di Cavalcanti.

Imagem 17 - O Artesão, Vicente do Rego Monteiro

Fonte: www,revistapiaui.estadao.com.br

Como era previsto, a sociedade da época não conseguiu entender a proposta da semana de 22. Porém, é inegável a sua importância para a arte brasileira desde então e aos poucos, conseguiu atingir o seu objetivo, fazendo com que a cultura brasileira, os povos e costumes daqui fossem exaltados pelos próximos artistas Fonte: http://obviousmag.org/

pela a população em geral.

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Que a arte modernista atingisse em cheio a produção da própria subjetividade e o modo de viver não é de se espantar, já que defendiam uma arte “que tem como base a vida” , que é “uma força interessada da vida” , como dizia Mário de Andrade. Para ele, a arte não tinha como função refletir o passado, mundo que agonizava, mas devia abrir-se para captar aquele que estava chegando, “inaugural, promissor, cálido e vivo, até mesmo quando problemático” , como explica Mario Silva Brito. “Queremos ser atuais, livres de cânones gastos incapazes de objetivo com exatidão o ímpeto feliz da modernidade”. (RAGO, 2004, Pg. 419).

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RESUMO DAS DÉCADAS


DÉCADA DE 30 Na década de 1930 São Paulo se consagrou como me-

Imagem 19 - São Paulo déc 30

trópole, com a construção de prédios e industrias, que acabaram engolindo os espaços verdes da cidade. Não só a aparência da cidade mudou, mas também o ritmo e o estilo de vida de seus moradores. Impulsionados pela industrialização, a necessidade de crescimento, totalmente inspirada no modelo de vida americano (American Way of Life). Outro fato importante para a modificação do estilo de vida da população foi a introdução da jornada de trabalho, delimitando os horários e dias que os trabalhadores teriam de folga: Fonte: https://thewettingenpost.com/

“[..] portanto a institucionalização do lazer diário e de fim de semana, o que terá consequências nas próprias práticas paulistanas de lazer, incluindo-se aí o turismo, de fim-de-semana ou de férias. A prática de esportes, a frequência a clubes, a posse de casa de campo nos arredores de São Paulo (para os fins-de-semana), e de praia (para as férias), são fenômenos que assumem crescente importância no período”. (PINHEIRO, 2012, pg. 3).

Nascia então a cultura do lazer aos finais de semana, concentrando as principais atrações de diversão em apenas dois dias da semana, sendo o respiro dos trabalhadores incansáveis da cidade de São Paulo. Na década de 1930 também ocorreu a configuração do urbanismo em São Paulo, que pela primeira vez, teve a estética da cidade altamente influenciada pelo Estado. Em 1938, foi eleito prefeito de São Paulo,

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o engenheiro Francisco Prestes Maia, que implantou várias normas municipais referentes à “estética da cidade¨. Termo que ganhou força na década de 1930:

“Um exemplo desta preocupação encontra-se no artigo 2o. do Ato 1.366/38, que determinava a adequação das fachadas das novas construções às linhas arquitetônicas de um dos prédios vizinhos, numa preocupação ambientadora tipicamente pitoresca. Tal legislação explica, por exemplo, o emprego, pouquíssimo usual em edifícios para escritórios, do estilo Neocolonial no Edifício São Francisco 19 , vizinho da Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco”. (PINHEIRO, 2012, pg. 6).

Imagem 20 - Casa das Rosas, déc 30

A partir de então, implantou-se uma política de padronização das construções da cidade, buscando mais harmonia e beleza. Para incentivar a construção de novos edifícios dentro dos padrões, o prefeito Prestes Maia criou em 1939 o Concurso de Fachadas, que premiava

Fonte: http://www.archdaily.com.br/

as fachadas mais bonitas, construídas para residências individuais, edifícios de apartamentos e edifícios de escritórios comerciais e como premio, o proprietário tinha o seu imposto predial reduzido.

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Os estilos arquitetônicos que mais se popularizaram em São Paulo nesse período foram as vertentes pitorescas, como o Neocolonial, Chalet, Barroco Nacionalizado entre outros. Tal estética não foi aplicada em toda São Paulo, e sim nas áreas centrais da cidade, que adotavam com facili dade as tendências que vinham dos Estados Unidos e Europa. Nas regiões do Jardim América, Jardim Europa e Pacaembu, os estilos adotados foram o Tudor, Normando e o Chalet Imagem 21 – Casarão Av. Pacaembu

Fonte: São Paulo Antiga, 2014

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Imagem 22 - Rua São Luis, déc 30

Imagem 23 - Cine Oderban, déc 30

Fonte: Site São Paulo Antiga

Fonte: Site São Paulo Antiga

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Porém, nas periferias da cidade, nunca houve qualquer preocupação com planejamento urbano, e os pobres subiam suas construções da maneira que fosse necessária, sem incentivos ou qualquer coisa do gênero, priorizando o abrigo de fato e não o exterior.

Imagem 24 - Cortiço Rua Abolição, déc 30.

Fonte: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/

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Imagem 25 - Casarão transformado de cortiço na Sta Efigênia, déc 30.

Fonte: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/

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DÉCADA DE 40 Vilas operárias, cortiços e favelas Imagem 26 - Favela do Ibirapuera

Fonte: http://www.parqueibirapuera.org/

Com o aumento crescente da população, formada em grande parte, por migrantes e imigrantes que chegavam a cidade em busca de trabalho, São Paulo deu seus primeiros sinais de que não estava preparada para esse vertiginoso crescimento.

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DÉCADA DE 50 Verticalização da Cidade Imagem 27 Construção do Edificio Copan, déc. 50.

Fonte: http://lemad.fflch.usp.br/node/369

São Paulo se afirmava cada dia mais como polo industrial e financeiro do país, atraindo investimentos de todo o mundo. Com isso, a necessidade de novos espaços comerciais e financeiros no centro da cidade, que até então, eram ocupados pelos velhos casarões, palacetes e edifícios baixos do século XIX.

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DÉCADA DE 60 São Paulo Multicultural Imagem 28 - Os Tropicalistas

Fonte: http://obviousmag.org/

Na década de 60, São Paulo contava com uma população de 3.667.899 habitantes (IBGE - Censo Demográfico), e boa parte desse total era de não nativos. já estabilizados na cidade. Brasileiros de toda a parte do país, em especial de minas e da região nordeste e imigrantes de mais de 70 nacionalidades, principalmente da Europa e Japão trouxeram para cá suas culturas, tradições e costumes. E assim como a cidade, a população absorveu todo esse mix cultural, aderindo a culinária, festas típicas, religião etc.

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DÉCADA DE 70 O Movimento Estudantil e a Ditadura Imagem 29 - Manifestação no Largo São Francisco, 1977

Fonte: http://www.memorialdademocracia.com.br/

Lutando desde o início da ditadura, os movimentos estudantis ganharam notoriedade na década de 70, onde, a princípio, foram quase que completamente reprimidos pela violência do regime militar. E os que resistiram, em maioria, aliaram-se a grupo armados. A partir da segunda metade da década, reorganizaram-se em grandes manifestações, que ganharam apoio popular, na luta pela volta da democracia. No final da década, a UNE, principal associação do país foi criada.

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DÉCADA DE 80 A Cena Musical Paulistana Imagem 30 - Titãs

Fonte: industriacriativa.espm.br

São Paulo sempre foi considerada polo cultural, solo fértil para diversas formas de manifestações artísticas. Aqui, a cena musical independente, principalmente o rock e o rap ganharam peso e força para depois conquistar o resto do país. Com letras que retratavam o cotidiano da cidade e seus moradores.

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DÉCADA DE 90 Percepção da Periferia e seus Residentes Imagem 31 - Nelson Triunfo (agaixado) e b-boys

Fonte: naotocoraul.com.br

Na década de 90 os olhos da população abastada voltaram-se para a periferia. Tanto pela cultura proveniente de lá, que até então, era sufocada, ou pelo medo causado pelo aumento da violência da cidade, que era listada como umas das mais perigosas do mundo. Violência essa causada pela enorme desigualdade de uma cidade de extremos. O movimento Hip Hop, que exaltava a cultura negra na música (rap), dança (break) e na arte (grafite e pixo), tornou-se popular em meados de 1990, trazendo a tona questões sociais e identidade étnica, ganhando adeptos em todas as camadas sociais.

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SÃO PAULO HOJE


SÃO PAULO HOJE Apesar do ritmo acelerado da Cidade que Nunca Dor-

AARUA (O grupo busca romper as barreiras entre o

me, as ruas deixaram de ser apenas ambientes de pas-

centro e as periferias, lutando por ambientes mais

sagem para tornarem-se ambientes de lazer e diversão

democráticos); Coletivo Negro (Promove pesquisas e

e palco de movimentos políticos.

debates de caráter cênico e poético, buscando a vi-

A partir dos anos 2000, grande parte da população

sibilidade e entendimento da cultura afro-brasileira);

paulistana passou a ter maior percepção da cidade,

Ocupacidade (Promove a realização de intervenções

explorando seus espaços públicos e priorizando o co-

urbanas pela cidade), entre outros.

letivo. Tal mudança de comportamento foi incentivada

A valorização pelo coletivo gerou grande impacto no

por políticas públicas e movimentos sociais que busca-

modo com o paulistano se locomove. O carro, que até

vam devolver a cidade para os seus moradores, princi-

o fim do século XX era considerado status de uma so-

palmente os da periferia, que até então eram esqueci-

ciedade bem-sucedida e estava entre as prioridades

dos pela camada nobre da cidade, que entendia que o

das classes elevadas, agora perde espaço para meios

centro e a cultura gerada ali, eram suas propriedades.

de transportes alternativos, públicos e menos poluen-

Porém, com essa renovação, o fluxo cultural se in-

tes. O que gera revolta entre a parcela conservadora

verteu, a periferia ganhou voz e espaço, levando sua

da cidade, que ainda tenta impor a propriedade priva-

cultura para o centro, provocando o aumento de mo-

da acima do direito público.

vimentos coletivos, que buscam levar conhecimento para todos, de maneira simples acessível. Dentre os principais coletivos atuantes na cidade, estão: Matilha Cultura (Promove palestras, debates e oficinas de cunho socioambiental)

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Imagem 32 - Domingo na Av. Paulista

Fonte: www.brasileiros.com.br

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SÃO PAULO CULTURAL Museus da Cidade

São Paulo é conhecida pela sua diversidade artística e sendo assim, é sede dos principais museus do país. Com arquiteturas, propostas, conceitos e especialidades variadas, os museus assumem grande importância para a relação que os paulistanos mantêm com a cidade, tornando-se elementos de representação e identificação social.

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PINACOTECA Imagem 33 - Fachada Pinacoteca

Fonte: www.conhecendomuseus.com.br

A Pinacoteca foi o primeiro museu da cidade, funda-

Especializada em arte visual, seu acervo conta com

do em 1905, por iniciativa do Governo do Estado. Tem

mais de 9 mil obras, destacando-se como um museu

como sede um edifício de arquitetura primorosa, no

de arte contemporânea e assume papel fundamental

centro antigo da cidade, obra idealizada pelo escritó-

no atual cenário artístico brasileiro.

rio de arquitetura Ramos de Azevedo.

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MASP Imagem 34 - MASP

Fonte: lugar.com.br

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand -

Em 1968, depois de 12 anos de projeto, a nova sede

MASP, foi fundado em 1947 por Assis, empresário do

na Avenida Paulista foi inaugurada em uma cerimônia

ramo de comunicações e pelo jornalista e crítico de

que contou com a presença da rainha da Inglaterra Eli-

arte Pietro Maria Bardi e sua primeira sede era no pré-

zabeth II e as maiores autoridades do país. O projeto

dio do Diários Associados. A escolha de São Paulo para

arquitetônico foi assinado por Lina Bo Bardi e seu de-

sediar o museu se deu ao fato do enorme desenvolvi-

sign inovador é resultado de uma exigência imposta

mento da cidade, que detinha a maior parte do capital

pelo doador do terreno, que desejava que a vista para

financeiro que circulava no país.

o centro da cidade deveria ser mantida.

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Atualmente, o MASP é o principal museu de São Paulo, sendo o cartão postal principal da cidade e mantendo um acervo com mais de 8 mil obras, dentre pinturas, gravuras, esculturas, fotografias, arqueologia, tapeçarias, desenhos e arte decorativa. Pertencentes à grandes nomes da arte mundial como Renoir, Cézane, Monet, Picasso, Van Gogh, Rafael, Botticelli, Portinari, Di Cavalcante, Anita Mafalti, entre outros. Além da arte, o MASP é conhecido pela sua importância na política popular. Seu vão foi palco de várias manifestações representativas nos últimos anos, dando abrigo para reinvindicações sociais, políticas e culturais.

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MAM Imagem 35 - MAM

Fonte: www.parqueibirapuera.org

Edifício adaptado por Lina Bo Bardi, localizado no Parque do Ibirapuera, o Museus de Arte Moderna de São Paulo foi inaugurado em 1948, e atualmente conta com um acervo de mais de 8 mil obras de arte contemporânea, com foco nas produções brasileiras. Além de museu, o MAM conta com um ateliê, biblioteca e auditório.

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MUSEU DO IPIRANGA Imagem 36 - Museu do Ipiranga

Fonte: www.museudoipiranga.com.br

Inaugurada em 1890 e projetado pelo engenheiro ita-

Seu acervo conta com mais de 200 mil peças, que bus-

liano Tommaso Gaudenzio, a imponente construção

cam resgatar a memória da história brasileira, como

de estilo renascentista teve desde sua fundação o pro-

armas, veículos, fotografias, cartas, roupas, pinturas,

pósito de ser um marco da memória nacional, locali-

esculturas, entre outras. A obra mais famosa de seu

zando-se no local onde foi proclamada a independên-

acervo é a Independência ou Morte, de Pedro Amé-

cia do Brasil em 1822.

rico, que retrata um dos momentos mais importantes da história do Brasil.

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MUSEU DA LINGUA PORTUGUESA Imagem 37 - Museu da Lingua Portuguesa. Estação da Luz

Fonte:www,conhecendomuseus.com.br

Inaugurado em 2006, o Museu da Língua Portuguesa é um dos mais modernos do Brasil. Com tecnologia que promove a interatividade do visitante com a obra, de maneira lúdica, busca valorizar e preservar os aspectos da riqueza da língua brasileira.

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IDENTIDADE VISUAL - ANÁLISES


IDENTIDADE VISUAL Quem é você? Quem precisa te conhecer? Como vão

Nomes, símbolos, formas e diferentes tipos de com-

descobrir? Por que as pessoas devem se interessar?

portamento são a base da identificação de indivíduos,

Essas questões direcionam a criação e gestão de uma

marcas e comunidades. A identidade comunica o que

marca. Mas afinal, o que é marca? Ela é formada por

somos através de símbolos que causam fácil reconhe-

um conjunto de elementos que contém nome, logoti-

cimento, seja ele visual ou verbal. A competição no

po ou símbolo, capazes de transferir valores na repre-

mundo das marcas exige que uma organização tenha

sentação de uma instituição, produto, serviço, cidade,

uma identidade visual atrativa, que represente seus

entre outros. Além disso, busca estabelecer uma rela-

valores de uma maneira simples, buscando uma iden-

ção emocional com clientes, visando a fidelização e o

tificação instantânea e a fixação da marca na mente

aumento do valor percebido.

das pessoas.

“Marca é a soma intangível dos atributos de um produto; seu nome, embalagem e preço, sua história, reputação e a maneira como ele é promovido. A marca é também definida pelas impressões dos consumidores sobre as pessoas que a usam; assim como pela sua própria experiência pessoal” (STRUNCK, 2003, pag. 19 apud David Ogilvy)

“A humanidade sempre usou símbolos para expressar intensamente a individualidade, o orgulho, a fidelidade e a propriedade. O poder dos símbolos continua fugaz e misterioso - uma simples forma pode engatilhar instantaneamente a lembrança e despertar emoções, seja ela estampada em uma bandeira, lapidada em uma placa de pedra ou exibida no visor de seu telefone celular.” (WHEELER, 2008, pg. 10)

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Uma identidade visual é composta por um conjunto de elementos gráficos utilizados para padronizar a comunicação e divulgação da marca, bem como uniformes, veículos, embalagens, entre outros. A construção de uma identidade de marca objetiva e forte impulsiona o crescimento e aumenta a credibilidade de instituições, visando encontrar um diferencial para ser notada e reconhecida pelos consumidores. “Em média, os consumidores são expostos a 6 mil anúncios por dia e a mais de 25 mil novos produtos por ano… As marcas ajudam os consumidores a atravessar esse mar de escolhas disponíveis em casa categoria de produto ou serviço. ” (WHEELER, 2012, pag. 15 apud Scott M. Davis)

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A ATUAL IDENTIDADE VISUAL Lançada em 2012, a marca São Paulo é o resultado de uma parceria da SPTuris com o designer Rômulo Castilho e as agências de publicidade Lew’Lara e Propeg. A marca é direcionada para marketing turístico, negócios e produtos licenciados, sem vínculos governamentais.

Imagem 38 - Logo da atual identidade visual

Fonte: imprensa.spturis.com.br

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O crescimento turístico e a representatividade de São

frevo, dança típica do estado do Pernambuco.

Paulo no cenário nacional e internacional foram os

Segundo Scott M. Davis, a imagem e a percepção aju-

principais influenciadores para a criação da identida-

dam a criar valor; sem uma imagem, não existe per-

de visual, buscando elementos que referenciassem a

cepção. A proposta de uma nova identidade visual está

diversidade de experiências, culturas e pessoas na ci-

vinculada à criação de uma marca mais funcional, bus-

dade, sintetizando o conceito do projeto com o slogan

cando a melhora do valor percebido da cidade de São

Viva Tudo Isso.

Paulo.

O logotipo foi criado referenciando o movimento geográfico da cidade: vias, trajetos e avenidas direcio nados para o centro de São Paulo. Apesar do projeto ter um rico embasamento teórico e criativo, o resultado

Imagem 39 - Padronagem Identidade visual atual

se mostrou confuso diante da quantidade de informações aplicadas na identidade visual. Uma cidade fragmentada que nunca para, com diversidade cultural e experiências únicas, sendo promovida como um destino único para viagens e negócios. Todos os recortes que haviam sido feitos foram aplicados, ocasionando a perda da relação com a cidade e com os paulistanos. A paleta de cores vibrantes induz nossa mente a fazer associações com outras cidades do país, como Olinda, um dos principais destinos turísticos no carnaval brasileiro, que tem como símbolo o

Fonte: imprensa.spturis.com.br

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IDENTIDADES VISUAIS PELO MUNDO Amsterdam

Imagem 40 - Logo Amsterdam

Com um projeto iniciado em 2003 pelas agências edenspiekermann and Thonik, a identidade visual de Amsterdam passou por um rebranding em 2014, onde

Fonte: http://www.escolaimmaginare.art.br/

pequenas alterações foram realizadas para a melhoria da aplicação da marca, que abrange sua aplicação em diversos distritos da cidade e 40 serviços. O logotipo

Imagem 41 - Aplicação da Identidade Visual

criado faz referência às cruzes utilizadas no brasão da cidade no século XV.

Fonte: http://www.escolaimmaginare.art.br/

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Nova Iorque

Imagem 42 - Logo Nova Iorque

Criada na década de 1970, a marca da cidade de New York é conhecida mundialmente como I Love NY. Em plena crise econômica, o departamento de comércio contratou a agência Wells Rich Greene para criar uma identidade visual que alavancasse o turismo, e consequentemente, a economia local. O responsável pela criação da identidade visual é o designer Milton

Fonte: chocoladesign.com.br Imagem 43 - Editorial Vougue Americana

Glaser, inspirador pelo orgulho de ser nova-iorquino. Em 2008 a marca passou por um rebranding, com alterações que simplificaram a aplicação da identidade visual.

Fonte: www.arsenalecreativo.com

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CONSIDERAÇÕES FINAIS


CONSIDERAÇÕES FINAIS Vivemos em uma cidade mutante, que se transforma

A partir de tal percepção, chegamos a conclusão de

diariamente, e com isso, transforma seus habitantes.

que é impossível definir e entender a cidade por com-

Além de mutante é plural, a São Paulo do morador de

pleto, e por mais que nos aprofundemos, nunca che-

Itaquera não é mesma do morador do Itaim Bibi, que

garemos em um elemento que represente toda sua

não é a mesma do morador do Butantã, que não é a

riqueza cultural.

mesma do morador do Grajaú, que por sua vez, não é

Somos mistura, liga, massa, conexões, caos. Tudo

a mesma do morador da Mooca. Porém todas elas são

junto e misturado, paulistanos-paulistas-baianos-ca-

autênticas, reais e influenciadoras.

riocas-cearenses-mineiros-italianos-senegaleses-sí-

E todas essas influências fazem com que, muitas vezes,

rios-jamaicanos-chineses... Somos o mundo e nos or-

tenhamos a impressão de que São Paulo é um mundo,

gulhamos muito disso.

cheio de particularidades, costumes e tradiçoes úni-

Com base em levantamento histórico, imagético e em-

cas. Quantos sotaques e gírias cabem em SP? Quantas

pírico, buscamos desenvolver um projeto que respei-

tribos? Quantas religiões? Quantas origens? Quantas

tasse toda essa pluralidade, de maneira simples e dire-

culturas?

ta e acreditamos que atingimos nosso objetivo.

Qual o seu programa preferido em Sampa? Levantar

Tendo a consciência de que o resultado pode não re-

cedo e dar uma pedalada no Ibira, ou pegar a magre-

presentar todos aqueles que vivem na cidade, mas

la e ir para ciclovia do Rio Pinheiros? Skate no Villa,

como nos foi dito “a vida é feita de escolhas”, e essa

no Carmo ou na Roosevelt? Tomar uma breja na Vila

foi a escolha que acreditamos ser a mais honesta, de

Madá, uma gelada na Augusta, a cerva no Pagode da

acordo com a experiência de vida que temos da cida-

27 ou uma loira no Largo? Ir ao estádio, pegar um cine,

de.

uma exposição, bater perna na rua, no shopping, na

Salve!

feira?

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REFERÊNCIAS CORDEIRO, S. L. Moradia popular na cidade de São Paulo (1930-1940) – Projetos e Ambições. Abr 2005. Disponível em: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao01/ materia03/ Acesso em 10/11/2015. GAMA, L. H. Nos bares da vida: produção cultural e sociabilidade em São Paulo, JANNUZZI, P. M. São Paulo século XXI: A maior metrópole das américas. Jun 2004. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252004000200017&script=sci_arttext. Acesso em: 27/10/2015 Semana da Arte Moderna: O sarampo antropofágico. Banco de dados folha. Disponível em: http://almanaque.folha.uol.com.br/semana22.htm. Acesso em:28/10/2015 LONGO, I. HALLER, M. São Paulo, a cidade das microrevoluções. 2015. Disponível em: http://revistaforum.com.br/digital/especial/sao-paulo-cidade-das-microrrevolucoes/. Acesso em 31/10/2015 PINHEIRO, M. L. Uma cidade pitoresca: São Paulo nas décadas de 1030 e 1940. In: V Seminário de História da Cidade e do Urbanismo. Campinas: PUC, 1998. Disponível :http://unuhospedagem.com.br/revista/rbeur/index.php/shcu/article/view/587/563. Acesso em: 05/11/2015

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PORTA, P. (Organização). História da Cidade de São Paulo, v. 3: A cidade na primeira metade do século XX – São Paulo: Paz e Terra, 2004 ROLNIK, R. São Paulo – Folha Explica – São Paulo; Publifolha, 2002 SÃO PAULO, sinfonia da metrópole. Direção Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny. Produção Lustig, Rodolpho Rex; Kemeny, Adalberto. São Paulo. Paramount Pictures 1929. 90min, mute, b&w. SCHPUN, M. R. O Nascimento de uma metrópole. Set 2007. Disponível em: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_nascimento_de_uma_metropole.html. Acesso em: 26/10/2015 SILVA, R. R. São Paulo - uma cidade no processo de segregação sócio-cultural e urbanístico no inicio do século XX. Dez 2011. Disponível em: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=416. Acesso em 26/10/2015 1940-1950. 2º ed. – São Paulo: Senac São Paulo, 1998. WHEELER, A. Design de identidade da marca. 2ª ed. – Porto Alegre; Bookman, 2008. .

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