Entre quatro paredes - Produtos eróticos para o público gospel. (Mon.)

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Projeto Experimental

Catálogo de produtos eróticos para o público gospel



Centro Universitário Senac Bacharelado em Publicidade e Propaganda Trabalho de Conclusão de Curso

Entre quatro paredes Produtos eróticos para o público gospel

Bruna Accurso e Michelle Sardinha

São Paulo 2014



Bruna Accurso e Michelle Sardinha

Entre quatro paredes Produtos eróticos para o público gospel

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como Exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda. Orientadores Prof.ª Simone Alcântara

São Paulo 2014



Bruna Accurso e Michelle Sardinha

Entre quatro paredes Produtos eróticos para o público gospel

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como Exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda. Orientador Prof.ª Simone Alcântara Freitas

A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada em __/__/____, considerou o (a) candidato(a): 1) Simone Alcântara Freitas 2) Enrico Trevisan 3) Fernanda Carlos Borges



Agradecimentos

Aos meus pais e minhas irmãs, pelo enorme apoio e incentivo que me deram em todo o meu progresso, que em todos os meus momentos difíceis, eles me fortaleceram e não me deixaram desanimar. Ao meu namorado, pelo apoio, carinho e atenção. A minha amiga e dupla de trabalho que com todo o seu esforço e dedicação, fez com que o nosso sonho se tornasse realidade. Aos meus amigos que fiz durante minha formação acadêmica, pelas alegrias, tristezas e aflições compartilhadas e por todo apoio que sempre me deram para a realização deste trabalho.

Michelle Sardinha



Agradecimentos

Agradeço aos meus pais por confiarem em mim, pelas lições e pelo amor. Sem vocês nada disso seria possível. Obrigada por acompanharem meus passos sempre dispostos a me socorrer e não me deixar desistir. Ao meu namorado Paulo, agradeço por ser tão companheiro, pela paciência, pelo carinho e por estar sempre disposto a me ensinar. Agradeço a minha amiga Gláucia, que foi muito importante para a conclusão deste trabalho, sua delicadeza e carinho foram muito especiais. Aos alunos que me acompanharam neste curso, agradeço por cada ajuda, por cada desafio que passamos juntos e principalmente, por se tornarem meus amigos. A minha companheira de trabalho, agradeço por me ajudar a surpreender as pessoas com esse tema e por concluir essa etapa comigo.

Bruna Accurso



“Obrigado, Senhor, pelo gozo íntimo e pela união calorosa do companheirismo sexual.” Douglas Rosenau



Resumo

Cada vez mais o mercado de produtos eróticos e sensuais vem ganhando espaço. Esse crescimento está associado a uma nova compreensão sobre o sexo, bem como a quebra de tabus e o surgimento de novos públicos. Além do convencional sexshop, um importante canal de venda para o setor erótico é a venda direta. Utilizando os catálogos de artigos e cosméticos eróticos, as revendedoras se deslocam até o comprador e aumentam a quantidade de venda para o setor, visto que um dos impeditivos da compra é a vergonha de entrar em uma loja de produtos eróticos. Acompanhando todo o processo de evolução social com relação à sexualidade, alguns líderes religiosos do movimento neopentecostal passaram a defender o prazer sexual do casal que é oficialmente casado. Este é o público apontado neste trabalho. Assim, muitos membros das Igrejas Evangélicas têm se mostrado mais liberais apoiando, inclusive, o uso de artigos eróticos para a melhoria da relação sexual no casamento. O objetivo desse estudo é explorar essa mudança de comportamento e, ao entender suas características, propor uma linguagem verbal e visual mais adequada a este público, aplicada a um catálogo de produtos eróticos. Palavras-chave: sexshop; catálogo; venda direta; produto erótico; público gospel.



Abstract Recently, the erotic and sensual products market has grown substantially. This expansion has to do with a new comprehension of sex as well as the change of some taboos and the emergence of new consumers. Besides the conventional sex-shops, an important sales channel for the erotic sector is direct selling. Using catalogs and erotic cosmetics, resellers directly contact the potential buyer and increase the amount of sales for the sector, since one of the purchase barriers used to be the shame of entering a sex shop. Looking at the whole process of social evolution related to sexuality, some religious neo-Pentecostal leaders began to defend the sexual pleasure of couples that are officially married. This is the target pointed out in this work. Many members of Evangelical Churches have become more liberal, even, supporting the use of erotic items to improve the sexual relationship in marriage. This study’s objective is to explore this change in behavior, and by understanding its characteristics, propose a more adequate verbal and visual language approach, to be applied to as erotic products catalog. Keywords: sex-shop; catalog; direct sales; erotic product; religious audiences



SUMÁRIO 1. Introdução..........................................................................................................................................19 1.1 Apresentação................................................................................................................................21 1.2 Problema....................................................................................................................................23 1.3 Hipótese de Pesquisa..................................................................................................................23 1.4 Justificativa................................................................................................................................23 1.5 Objetivos Gerais........................................................................................................................23 1.6 Objetivos Específicos.................................................................................................................25 1.7 Metodologia..............................................................................................................................25 2. História da sexualidade....................................................................................................................27 3. O mercado erótico.............................................................................................................................51 3.1 Um pouco mais de história......................................................................................................53 3.2 Alguns números........................................................................................................................65 3.3 Tipos de negócios.......................................................................................................................75 3.4 Produtos....................................................................................................................................87 3.4.1 Cosméticos............................................................................................................................91 3.4.2 Acessórios.............................................................................................................................101 3.4.3 Os campeões.......................................................................................................................105 3.5 Público......................................................................................................................................109 3.5.1 Sexualidade sem censura: o mercado erótico para o publico gospel.................................115 4. Descritivo experimental..................................................................................................................127 5. Considerações finais.........................................................................................................................137 REFERÊNCIAIS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................141 ANEXOS............................................................................................................................................149 APÊNDICES.....................................................................................................................................157


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1 Introdução


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1.1 Apresentação Há mais de 40 anos, a alemã Beate Uhse criou o primeiro esboço do que chamamos hoje de sexshop, A intenção dessa primeira loja era a orientação para as mulheres sobre a higiene marital e o aconselhamento para um bom relacionamento sexual. Após ousar e enfrentar comportamentos repressores da época, Beate Ushe começou a indicar alguns produtos para melhorar esse momento de prazer. Com ajuda da mídia e de pessoas ousadas, o mercado cresce absurdamente a cada ano, e utiliza das feiras eróticas espalhadas pelo mundo para poder quantificar o crescimento e as características desse público. Assim como qualquer mercado, o setor erótico tem diferentes públicos e preferências que vão se modificando e surgindo conforme a evolução da própria sociedade. Identificou-se um novo público ao perceber que alguns pastores evangélicos, preferencialmente neopentecostais, estão tentando mostrar que o prazer sexual do casal unido pelo matrimônio não é pecado. Inclusive incentivam o uso de alguns produtos para melhorar a relação do casal, desde que em comum acordo. É necessário entender que a religião tem suas limitações e pensamentos que não devem ser ofendidos, por isso, apesar do apoio desses pastores para o uso de produtos eróticos, deve-se entender que esse público precisa de uma linguagem visual e verbal adequada a sua crença. Embora essa ideia de liberdade sexual no casamento esteja se propagando, ela não deve ser inserida de forma irresponsável e sem ética. Dentre os tipos de negócio, a venda porta a porta é o que mais cresce, principalmente por que, na maioria das vezes, as consultoras já têm intimidade com o público. A apresentação dos produtos é feita por meio de catálogos e, apesar de a abordagem ser um fator decisivo nesse canal de venda, é importante que o catálogo seja diferenciado e direcionado ao público que deseja atingir. 21


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1.2 Problema Este trabalho, após estudo e análise das informações pretende encontrar a melhor forma de responder a questão: “Qual a melhor forma de apresentação dos produtos eróticos em catálogos para o público gospel, visto que a linguagem para esse público é delicada e diferenciada e necessita de um cuidado especial quanto à ética e limitações da religião?”.

1.3 Hipótese de Pesquisa Utilizar uma linguagem mais sutil para introduzir o tema e não usar imagens de sexo, ou com partes íntimas expostas.

1.4 Justificativa Este estudo unirá informações que auxiliarão o entendimento desse público tão delicado e específico. Buscará comparar diversas fontes e especialistas para propor uma nova alternativa de catálogo de produtos, que é uma das formas de expor os artigos específicos para esse público e canal de venda. Acredita-se que, muito mais do que identificar a necessidade de uma nova linguagem, com este estudo pode-se compreender melhor as limitações desse público e entender qual a melhor maneira de falar com eles. Embora seja uma oportunidade para o mercado erótico, não se deve esperar que as pessoas se adequem às características do setor, e sim, pensar em como se adequar ao público.

1.5 Objetivos Gerais Estudar e analisar as características do mercado erótico e do público gospel. 23


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1.6 Objetivos Específicos Esse trabalho tem como objetivo construir uma proposta de catálogo de produtos específico para o público gospel, respeitando suas limitações e preferências, bem como a linguagem utilizada.

1.7 Metodologia Estudo bibliográfico em livros e, devido à escassez de bibliografia oficial sobre o mercado erótico, utilizou-se de sites e materiais enviados pela Associação Brasileira de Mercado Erótico e sensual para a realização da pesquisa. Aplicação de um pequeno questionário à presidente da ABEME, Paula Aguiar, e à educadora sexual, Thelma Regina, sobre a abordagem escolhida para o catálogo e as características do mercado e público. Produção de um catálogo como exemplo para essa proposta de abordagem. Desenvolvimento das características visuais e conteúdo.

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2 Hist贸ria da Sexualidade


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De onde vem a sexualidade Sendo o uso de produtos eróticos o tema principal deste trabalho, usou-se o livro História da Sexualidade, de Peter Stearns (2010) para contar parte desta história junto a evolução da humanidade. Por milhares de anos os homens viveram uma economia baseada na caça e coleta, com grupos pequenos espalhados por toda parte do mundo. Apesar de estabelecerem, por meio de resquícios arqueológicos e representações artísticas, uma sugestão de padrão sexual, é limitado o conhecimento do cotidiano antecedente a agricultura. Embora com pouco conhecimento, esses grupos perceberam, com a experiência, que seria necessário haver um controle de natalidade e, devido à falta de instrumentos para esse controle, o homem teria que lutar contra seu considerável interesse erótico. Os padrões estabelecidos nessa época mudariam absurdamente entre 9000 e 5000 a.e.c, variando de acordo com a região, com o advento da agricultura. Duas questões pareciam presentes nas sociedades caçadoras-coletoras1, de um lado, representado na arte, uma combinação fascinante entre a sexualidade, a coragem e as qualidades masculinas sempre exaltadas. Do outro lado, a procura de um acordo entre esses desejos sexuais e a necessidade de controle de natalidade. Os homens eram retratados de maneira que sua força e importância fossem sempre notadas. Os símbolos sexuais eram fortes e algumas vezes associados a animais, sugerindo a dominância. Armas de caça e monumentos de pedra esculpidos no formato do pênis, grupos que fabricavam jóias para enfeitá-los, algumas imagens com ventre feminino, mas sempre mostrando a superioridade masculina. Alguns mitos comprovam a teoria da importância do membro sexual do homem. Em um mito da criação egípcio de 2600 a.e.c2., Atum, o deus-sol, masturba1 Termo usado para falar dos povos primitivos que viviam de caça e coleta. 2 Antes da era comum. Usado em um sentido genérico e, não necessariamente a Era Cristã.

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se na água, e sua ejaculação cria o rio Nilo. Em um mito sumeriano, o sêmen de um deus enche o Tigre e o Eufrates – ambos são indicações da força e criatividade atribuídas ao poder sexual masculino. (STEARNS, 2010, p. 24) Na arte primitiva frequentemente era encontrado esculturas da forma feminina, mostrando sua passividade, elas não tinham rosto, eram em geral bem gordas, característica considerada atributo erótico, visto que pareciam mais saudáveis e férteis. Há imagens sexuais ambíguas que dificultam a análise, sendo, na maior parte delas, impossível descrever se trata-se de uma figura feminina ou masculina. Naquela época alguns grupos tinham costume de se travestir, na Sibéria, por exemplo, acreditava-se que algumas pessoas eram capazes de transcender os limites do gênero. Da mesma forma que para alguns grupos, os sacerdotes deveriam manter relações sexuais com homens e mulheres, algumas tribos da América do Norte e Sul e partes do sul da África, vestiam e tratavam alguns homens como mulheres devido ao número excessivo de pessoas do sexo masculino. le g o o G o cerv A bissexualidade era comum, e às vezes Vênus – A até necessária. Indivíduos de tribos norte-americanas realizavam um ritual de iniciação do homem. Ao entrar na puberdade eram levados para dormir na casa de um tio materno que era encarregado de penetrá-lo e introduzir o sêmen. Acreditavam que esse rito transformaria aquele garoto em um homem fértil e forte. Apesar de haver variação entre as regiões, não foi encontrado nenhum limite para o comportamento homossexual e heterossexual, muito pelo contrário, há 31


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indícios de que havia um apelo sexual muito forte nas relações de ambos os sexos. As sociedades caçadoras-coletoras não pareciam se importar com a pureza da mulher ou sua virgindade, algumas delas exigiam até que as mulheres mantivessem relações sexuais com os parentes homens de seu primeiro parceiro sexual, o que indica uma grande liberdade sexual. Por outro lado, havia a necessidade de controle da quantidade dos filhos e para tentar suprir essa necessidade os povos primitivos usavam de três métodos. O primeiro era prolongar ao máximo o período de amamentação, embora isso não impeça a concepção, o corpo, com o impacto químico, torna a gravidez menos provável. O segundo é o que chamamos hoje de tabelinha, as mulheres tinham uma noção básica do seu ciclo menstrual tentando monitorar quando seria seu período fértil, lembrando assim de não ter relações nesses dias. O último era, simplesmente, não ter relação sexual, o que justifica os grupos de acampamento de amantes que os caçadores mantinham, e suas relações com meninos e meninas recém-saídos da puberdade. Com o surgimento da agricultura, por volta de 9000-8000 a.e.c na região do mar Negro e Mesopotâmia, junto com a economia agrícola, diversas mudanças ocorreram e como era de extrema importância, a sexualidade não poderia deixar de sofrer suas alterações. Com a prática da agricultura, o homem começou a valorizar suas terras, estabelecendo-se em apenas um lugar, com grupos grandes e que refletiam novas oportunidades e padrões. A partir do momento que o homem entendeu o valor da sua terra, ele começou a se preocupar com quem a herdaria e cuidaria do seu legado, por isso surge a necessidade do controle de paternidade que faz com que o homem vigie e crie regras para controlar a mulher. A sociedade passa a ser patriarca e tenta controlar a sexualidade feminina, que começa a gerar diferenças de padrões de acordo com o gênero. Devido ao contato com os animais, e principalmente, os domésticos, o homem começou a observar as 33


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relações entre eles, o que acabou gerando a vontade de manter alguma atividade sexual com os animais, chamada de zooerastia. Um dos fatos mais interessante foi a mudança em relação à importância dada para o uso das crianças, a partir do advento da agricultura eles passam a ser mão de obra, o que aumenta a necessidade de ter-se filhos, sem excluir a ainda existente, taxa de natalidade, pois, apesar da utilidade das crianças, não deveriam ultrapassar o limite do que podiam sustentar. Dessa nova função dada a eles surge a preocupação com a qualidade dos herdeiros e então a proibição de relações sexuais com pessoas da mesma família, visto que na maior parte das vezes eles nasciam deficientes e eram então inúteis para o trabalho. Formou-se nessa época uma espécie de padrão de ética sexual. A infertilidade passou a ser uma grande preocupação, resultando no término de muitos casamentos, a fim de encontrar outra parceira para reprodução e dada a importância ao sexo para procriação, a masturbação era considerada perda de tempo e potencial, e em algumas regiões considerada até um pecado. Junto com a agricultura veio a desigualdade, o que acarretou em uma variação do sexo de acordo com a classe social. Se os melhores caçadores já eram vistos como bons parceiros sexuais, os de classe social mais elevada eram ainda mais desejados, tinham condições de sustentar mais pessoas na família, além de precisarem de mais mão de obra para continuar o legado, o que valoriza ainda mais o sexo para reprodução. O mais interessante em relação ao controle de natalidade eram as maneiras que cada região encontrava para refrear a fertilidade. Os gregos colocavam um pedaço de limão na vagina, pois acreditavam em suas propriedades como um espermicida natural, já os egípcios usam excremento de crocodilo. As sociedades indianas tinham habilidade com as ervas usando-as tanto para o aumento da fertilidade quanto para o aborto, propriamente dito. Começaram a praticar a circuncisão por questões de higiene e saúde, mas também sempre relacionadas à 35


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religião, em 4000 a.e.c, no Egito, e futuramente torna-se lei islâmica para os povos do Oriente Médio e Mediterrâneo. Mais tarde, na África, é iniciado o costume de circuncisão feminina, onde era retirado o clitóris, limitando, mais uma vez, o prazer feminino. Nesse período, os homens passaram a desenvolver relações homossexuais e bissexuais, visto que tinham a sexualidade como uma necessidade, praticavam o sexo anal como forma de se conectarem aos deuses e consideravam o orgasmo uma elevação espiritual. Essas relações eram estabelecidas devido à preocupação existente e excessiva com a mulher, gerando leis e regras. Elaborado na Mesopotâmia, o Código de Hamurabi regulamentou, entre outros temas, importantes questões sexuais. Entre suas determinações, assegurava aos homens o direito de manter concubinas3 e amantes, ainda que estas não pudessem ocupar posição mais elevada que a da esposa da casa; reconhecia prostitutas e estabelecia direitos para elas e seus filhos; e instruía as mulheres a preservar sua honra sob risco de severa punição. (STEARNS, 2010, p. 40) A maior parte da sociedade agrícola continuou usando a arte como representação sexual. No Egito a expressividade parece ser muito mais explorada, tanto as representações visuais quanto os textos descreviam uma grande variedade de posições sexuais e cenas de sexo de diversas maneiras, como adultério, homossexualismo, incesto, etc. A poesia romântica fazia menção ao poder do orgasmo e o uso de cosméticos e perfumes por mulheres, para ficarem mais atraentes, torna-se generalizado. 3 Concubina é a mulher que vive com o homem sem ser casada com ele, para muitos é sinônimo de amante, com a diferença de que a segunda não convive com o homem. Sendo toda concubina uma amante, mas nem toda amante é concubina.

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(...) a mulher se regozija com a “virilidade” do homem: “e o amor por ele escorre pelo corpo dela; seu orvalho se espalha por meus braços e pernas. (STEARNS, 2010, p. 41) A agricultura e seus novos costumes também deram espaço à prostituição e ao estupro, a primeira sendo considerada a uma das primeiras na lista suméria de profissões, por volta de 2400 a.e.c., tornava essas mulheres independentes da dominação masculina, no entanto, essa liberdade vinha acompanhada de um preço, literalmente. Já o estupro, difícil de ser comprovado, de uma mulher casada era considerado crime passível de pena de morte, porém o estupro de mulher solteira era levado como ofensa contra o pai, já que ele era o “dono” da filha, nesse caso, o estuprador era obrigado a se casa com a vítima, mesmo contra vontade dela.

O comportamento sexual na antiguidade Surgem, por volta de 1000 a.e.c. e 500 e.c., algumas civilizações clássicas que, no geral, não trouxeram muitas mudanças na sexualidade, apenas particularidades em cada região. A China, por exemplo, entre todas as civilizações, foi a que mais evoluiu, deixando de ser uma sociedade ribeirinha e tornando-se uma civilização clássica e bem acabada. Muitos textos relatam um forte gosto pelo prazer sexual e não somente para reprodução. Costumavam ter múltiplas esposas e ainda acreditam fortemente na conexão com Deuses no ato sexual. Já não eram mais tão a favor da relação homossexual, pois acreditavam que a relação entre homem e mulher ajudava a equilibrar suas forças. Utilizando o princípio dos opostos Yin e Yang, eles consumiam o Yang com o orgasmo, mas absorviam o Yin das mulheres. O homossexualismo era aceito e registrado apenas como uma relação romântica e de amor. 39


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No casamento, as mulheres estavam logo após a puberdade e os homens de 10 a 15 anos a mais. Eles acreditavam que o homem casando mais tarde traria experiência e conhecimento para o seu casamento. A sociedade chinesa criou também os grupos de eunucos, que com o tempo foram tendo muita importância no império, principalmente pela confiança neles depositada, afinal, não teriam interesse nas mulheres dos imperadores. Produziam livros e manuais de sexo com detalhes, alguns especificavam até o ritmo e eram ilustrados. A civilização clássica da Grécia e Roma enfatizava oficialmente a monogamia e valorizavam muito um controle sob a virgindade antes do casamento, tendo até algumas mulheres atuando como assistentes de atividade religiosa. Essas assistentes orientavam e controlavam a reclusão feminina. Havia uma grande necessidade em diferenciar as mulheres puras e religiosas e essas, portanto, viviam cobertas e vestidas. O que não acontecia com os homens que, em suas competições e trabalho, exibiam ao máximo o corpo. Surgiu em 500 a.e.c, aproximadamente, na Grécia, os primeiros pênis artificiais, feitos com madeira ou couro e eram usados com azeite de oliva como lubrificante. O homossexualismo nessa civilização era tido como uma espécie de aprendizado. Com o incentivo dos pais, os jovens das classes mais altas tinham sua vida sexual iniciada com homens mais velhos, que se tornavam seus tutores ou padrinhos. A sexualidade dos gregos era bem franca e aberta, exaltava-se a beleza e a luxúria e cada característica e qualidade sexual eram relacionadas aos deuses. Vênus e Cupido, por exemplo, foram símbolos tão fortes que ultrapassaram épocas, sendo o primeiro a deusa do amor, beleza e prazer, e o segundo capaz de paralisar humanos com o poder do amor. Também são conhecidos como Afrodite e Eros, respectivamente. 41


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Em Roma, acreditava-se que as esposas respeitáveis e puras não seriam capazes de suprir as necessidades sexuais de seu parceiro, por isso a prostituição era visto como algo muito positivo. O Império clássico da Pérsia valorizava muito a procriação e, diferente da China que praticava o infanticídio, o aborto era visto como assassinato. Na Índia, por volta do século II e.c., foi criado o mais importante manual sexual, com posições detalhadas e descrições da anatomia, o Kama Sutra. As características de cada região possuem, de fato, toda bagagem das civilizações agrícolas. Poucas novidades podem ser observadas, no entanto, vemos que cada uma delas modificou e adaptou o que considerava mais importante. A prostituição foi criada para atender a necessidade sexual do homem, em todas as civilizações, já o aborto passa de uma coisa indiferente, na Grécia, para um crime terrível, na Índia. Algumas sociedades preocupavam-se com o prazer feminino e enxergavam sua importância, umas praticavam a monogamia e outras a poligamia. Em todas elas haviam manuais de sexo, de diversas formas, mas a pornografia, com finalidade de excitar era mais acentuada no Mediterrâneo.

O sexo e as religiões Religião e sexualidade sempre estiveram relacionadas. Desde as primeiras civilizações a relação sexual era comparada à religiosa, e o sexo como uma forma de encontrar os deuses. A propagação das religiões mundiais acarretou em muitas mudanças fundamentais na sexualidade, além de acrescentar às penalidades associadas à violação sexual, uma rigorosidade muito grande. O budismo surgiu na Índia e espalhou-se para o sudeste e leste da Ásia. De todas as religiões existentes, o budismo era a que mais condenava o desejo e 43


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prazer terreno, dizendo que essas distrações mundanas afastavam o homem de seus propósitos religiosos que o preparariam para um plano mais elevado. Os chineses preocupavam-se bastante com essa cultura, por achar que a sociedade corria um grande risco, já que, para o budismo, procriação não era o foco. Então os budistas abriam exceções para tentar se ajustar e, por outro lado, os chineses mandavam mulheres para conversar com monjas, quando seu comportamento não era considerado adequado. No século VII surgiu uma ramificação do budismo que desenvolveu uma linha de pensamento totalmente contrária, o budismo tântrico. Nessa seita, acreditava-se que as atividades sexuais ligavam diretamente os indivíduos com a essência divina. No cristianismo também havia desconfiança em relação ás praticas sexuais, mesmo em suas ramificações. No entanto, diferente da ramificação do budismo, as do cristianismo variavam apenas em relação às regras, acordos e ajustes, mas não eram contrárias e mantinham-se receosas à sexualidade. Para os principais grupos cristãos, Jesus nasceu de uma virgem e não por meio de uma relação sexual. O que volta a sugerir um controle sobre as mulheres e sua pureza, limitado as atividades sexuais apenas após o casamento e, somente para procriação. Para a Igreja Ocidental o celibato era a melhor maneira de se encontrar espiritualmente, o sexo era considerado pecado e afastava o homem do paraíso celestial que deveriam desejar. Essa é, talvez, uma das maiores diferenças, pois para a Igreja ortodoxa, o casamento era permitido antes da ordenação, depois de ordenados os mosteiros exigiam total celibato. Por outro lado, alguns líderes cristãos escreviam sobre sexualidade, de forma bastante persuasiva e aberta, indicando a importância do prazer sexual. A freira Hildegarda de Bingen escreveu abertamente sobre as relações sexuais, e foi, provavelmente, a primeira a descrever um orgasmo feminino. Nos séculos seguintes a morte de Jesus Cristo, alguns religiosos ficaram bem 45


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famosos por sua luta contra o sexo. São Jerônimo, por exemplo, defendia a virgindade e acreditava que essa era a condição humana antes da expulsão do jardim do Éden e, que o casamento afastava o homem dos valores da Igreja. O casamento, tanto para Igreja Católica quanto para Igreja Ortodoxa, estava em segundo plano, por isso o sexo, mesmo que para procriação, tinha que ser controlado e realizado em certos períodos. Acreditava-se que com o orgasmo o homem perdia pouco mais um litro de sangue e que, então, o sexo não seria benéfico para sua saúde. O cristianismo limitou as representações do sexo como nenhuma outra, embora alguns autores continuassem criando manuais eróticos, a Igreja condenava essa ação e associava os textos pornográficos como obras do demônio. No século VIII, o papa Gregório III criou a penitência para o homossexualismo, que se aplicava mais severamente aos homens que, devido a sua superioridade moral, não teriam como desculpar seus atos. O homossexualismo passa a ser um pecado. Por volta de 600 e.c., surge e se expande rapidamente, o islamismo. Apesar de se parecer bastante com o cristianismo, em alguns aspectos, em relação à sexualidade havia algumas diferenças. O islamismo também condenava o sexo, mas diferente do cristianismo, não havia desconfiança em relação ao mesmo. Nem se posicionaram quanto à questão da sexualidade ser contrária ao encontro com os objetivos religiosos, ou que castidade elevava o estado espiritual. Na concepção islâmica a respeito do paraíso, o prazer sexual seria uma recompensa e então, faz parte da sua evolução espiritual. Exceto o coito anal e o sexo durante a menstruação, as outras práticas sexuais eram permitidas. As mulheres raspavam os pelos pubianos para se tornarem mais atraentes, e os homens deveriam esperar a mulher atingir primeiro ao orgasmo, portanto, as carícias preliminares eram fundamentais. O islamismo xiita criou uma espécie de casamento temporário, em que homens e mulheres se juntavam sem a intenção de criar uma família, apenas para 47


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o prazer sexual. Apesar da proibição, existiam textos com instruções sexuais e até sugestões de ervas para incrementar a relação. O impacto do islamismo na sexualidade foi bastante confuso, ao mesmo tempo em que tinha uma ampla aprovação do sexo, havia um cuidado excessivo com virgindade antes do casamento e, proibição do adultério. A criação e o crescimento das religiões trouxeram muitas diferenças quanto à sexualidade, para cada uma delas. As proibições, as permissões, tudo envolvendo as práticas sexuais. No entanto, com o tempo foram surgindo divisões entre as religiões e até sobre os pensamentos, o que deu origem a novas interpretações sobre o que era pecado ou não. Nos próximos capítulos as diferenças serão mais detalhadas conforme o público escolhido para este estudo.

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3 O mercado er贸tico


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3.1 Um pouco mais de hist贸ria


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No início da comercialização dos produtos eróticos, ocorrida nas décadas 80 e 90, as boas intenções das sexshops eram substituídas pela necessidade simples do prazer. Nas chamadas casas escuras, os homens buscavam a pornografia, o prazer fácil, sem vínculo com o amor, o que tornava um pouco distante a presença das mulheres nesse ambiente. (AGUIAR, 2009) Com o passar do tempo foram surgindo as boutiques sensuais, o ambiente era mais voltado para a mulher, mais claro e mais delicado. Quando relembramos a história que percorreu o comércio de artigos eróticos, percebemos o quanto é tênue a linha que separa sensualidade, erotismo e pornografia, cada qual com sua importância dentro da nossa vida sexual, mas que se desvirtuada novamente, pode ser danosa ao mercado erótico e ao crescimento dos negócios do setor. (AGUIAR, Paula, ABEME, 2009). Devido à falta de bibliografia oficial, é difícil saber ao certo, onde e como se iniciou esse grande mercado. Chega a ser difícil até mensurar o quanto lucra o mercado, e seu real tamanho. Seus dados e números, até pouco tempo atrás, traziam consigo as casas de striptease, boates, etc. Por isso, o tamanho especificamente da venda de produtos eróticos é aproximada, assim como o próprio comportamento desse comércio, que ainda é realizado de forma intuitiva pela falta de publicação do gênero. (AGUIAR,Paula, Cartilha ABEME,2011) Apesar da falta de bibliografia fidedigna, a ABEME informa que a primeira loja de artigos eróticos pode ter surgido na Alemanha, fundada por uma alemã a fim de orientar os casais. No início dos anos 50, a alemã Beate Uhse, começou a escrever livros com dicas de higiene e informações sobre contracepção, após conhecer inúmeras mulheres 55


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com gravidez indesejada. (ABEME, 2011) Começou a distribui seus livrinhos pelo correio e, posteriormente, passou a vender também alguns artefatos para uso sexual. Por volta de 1962, Uhse resolveu abrir uma loja para comercializar esses produtos e auxiliar os casais em seus relacionamentos. Conhecida como Casa de Ajuda Marital ou Instituto de Higiene Conjugal, e depois registrada como Beate Uhse AG,em Flensburg, Alemanha,foi fundada a primeira sexshop do mundo. (site beate-uhse buscar como fazer referência). Uhse é considerada pioneira na luta pela democratização sexual, enfrentou diversas dificuldades devido às proibições da época. Comercializar e incentivar o uso de produtos eróticos, fez com que ela enfrentasse quase 2.000 processos nos tribunais alemães, contrariou e contribuiu para a mudança do comportamento conservador da época. O mais interessante é que essa loja não foi criada com a finalidade de vender produtos, necessariamente, e sim, para ajudar os casais, defender a saúde deles e promover a felicidade entre eles, em um momento tão difícil como o que viviam, a pós-guerra. Portanto, a consultoria para casais e suas relações sexuais, hoje presentes nas Reuniões eróticas, surgiu antes mesmo das próprias casas escuras. Com o grande sucesso Loja Beate Uhse – Site oficial de sua loja a rede de sex shops de Beate Uhse chegou a ter 100 filiais. A loja existe até hoje e a marca Uhse é uma das maiores redes mundiais de produtos eróticos. Hoje, na Alemanha, existe o Museu Erótico Beate Uhse, em homenagem à fundadora deste mercado. Conta com aproximadamente 5.000 produtos, vindos 57


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de toda parte do mundo, além de uma exibição oriental representada pela arte Shunga4 japonesa com seus órgãos genitais. Veremos nos capítulos seguintes que, apesar da primeira loja de produtos eróticos ter sido fundada em 1962, muito antes já existiam alguns produtos, hoje considerados eróticos, usados para fins médicos. No Brasil esse mercado se iniciou com a loja Complement. O fundador trouxe da Europa alguns anéis penianos, apelidados por ele como anéis do amor, e começou a vender. Em pouco tempo a venda desses produtos estava trazendo tanto lucro que ele resolveu abrir uma loja, no final da década de 1970, a Complement. (Machado, 2013) O empreendimento foi um sucesso, chegando a ter 22 lojas em seu melhor momento. Devido a uma mudança econômica por causa do Plano Collor, ela foi obrigada a fechar suas portas. (Machado, 2013) Um dos funcionários da loja, Daniel Ribeiro, devido ao seu interesse pelo negócio, recebeu a proposta do dono da Complement de ficar com um de seus pontos comerciais. Em 1992 após o acordo com o patrão, Ribeiro criou a Darme e escolheu o ponto que se localizava no centro de São Paulo, na clássica esquina entre a Avenida Ipiranga com a São João. (Machado, 2013) Até hoje, a loja mantém sua decoração simples e clássica que tinha naquela época, chegou a ter oito pontos e hoje conta com apenas dois. A loja Darme é a mais antiga loja de produtos eróticos, no Brasil, em funcionamento até hoje. Pouco tempo após o sucesso da Complement, um grupo de americanos veio para o Brasil e criou a loja Ponto G que era, durante um bom tempo, sinônimo de sexshop. A rede se desfez, porém essa fase foi muito importante para o crescimento desse setor. Entre os marcas utilizadas pela Ponto G e pela Complement estão a Doc

4 Arte Shunga é um estilo de gravuras eróticas japonesas que representavam o ato sexual.

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Johnson5, Pipedream Products Inc6, Topco Sales7 e California Exotics Novelties8, empresas que mantém sua qualidade até hoje e poderiam deixar de serem citadas. (AGUIAR,p.26,2009) Em 1981, foi fundada a Loveland, a primeira empresa de marketing direto do segmento, inovou com a ideia da descrição absoluta, inclusive na embalagem que não continha símbolos eróticos ou logotipo Esse conceito é o que norteia todas as lojas de sexshop da Internet até os dias atuais. (AGUIAR, p.28, 2009) “O marketing direto traz muitas vantagens aos clientes. A compra em casa é divertida, conveniente e prática”, segundo Kotler. (p.608, 2006) O grande crescimento do marketing direto é devido a vários fatos. Além do aumento de nichos com preferências distintas, os congestionamentos, pouco tempo disponível, falta de atendimento inadequado na venda a varejo e grandes filas são alguns dos motivos para os consumidores gostarem do atendimento disponível 24 horas por dia. O avanço da tecnologia, dos telefones celulares e do acesso a internet ajudou muito para a escolha e encomenda de produtos. (KOTLER; KELLER, p.608, 2006) Após o período da ditadura militar no Brasil, o setor erótico ganhou força e um pouco mais de liberdade. A sociedade brasileira estava evoluindo moralmente e se livrando de alguns preconceitos, o que abriu espaço para o mercado erótico. 5 Foi fundada em 1976 e elevou a indústria de produtos eróticos a um patamar de corporação mundial, o primeiro produto da Doc Johnson Enterprises foi um pênis de látex realístico tamanho comum. 6 Empresa líder varejista de produtos eróticos, conta com mais de 3.000 mil produtos, entre eles bonecos de celebridades. Começou seu negócio em 1973, vendendo em sua van durante uma viagem. 7 Também criada em 1973, é uma empresa inovadora e revolucionária, criadora do primeiro vibrador operado por bateria de circuito integrado. Tem como fundador o especialista em tecnologia aeroespacial, Martin Tucker, hoje líder do mercado mundial em design de produto e desenvolvimento. 8 Fabricante líder americano no mercado de produtos eróticos, sua marca é assinada pela Dra. Laura Berman e a sexóloga e apresentadora do Talk Sex Sue Johanson, além de astros pornôs.

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(AGUIAR,2009) Em 1997 o publicitário Edvaldo Shiroma, com a intenção de ampliar a movimentação desse mercado e acabar com os preconceitos, criou a Erótika Fair, uma feira de exposição para empreendedores e consumidores do setor. Ela foi muito importante para o mercado, pois abriu espaço para o conhecimento e divulgação de muitas informações, marcas, produtos e tendências do mercado. (Erótika Fair, 2014) Shiroma resolveu criar a feira erótica após realizar uma pesquisa que mostrou que 99% das mulheres gostariam de entrar em uma sexshop, mas evitavam por medo e vergonha. A primeira edição, realizada em 1997, contava com 12 expositores e teve apenas 800 participantes, esse número foi crescendo a cada ano, junto com a quebra de tabus e preconceitos, segundo fornecido pela Erótika Fair. A feira erótica brasileira é maior da América Latina e a primeira a dar espaço para os projetos sociais ligados a sexualidade, além de educação empresarial com os seminários de negócios, ainda assim não deixa de contar com o entretenimento, assim como a Vênus Berlim, a maior feira erótica do mundo. As feiras eróticas são importantes por causa dos números, de acordo com os dados recolhidos nas feiras é possível apontar um comportamento mercadológico, crescimento de venda, preferências, além de ligar todos os setores produtivos desse mercado em um único lugar. (AGUIAR, p.34, 2009) Edvaldo Shiroma é vice-presidente e sócio fundador da ABEME, Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico, que foi criada em 2002 com a intenção de reunir as empresas e profissionais de todos os segmentos do mercado erótico brasileiro. Tem como presidente a publicitária e escritora, Paula Aguiar. (AGUIAR,2009)

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3.2 Alguns nĂşmeros


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Apesar do mercado erótico brasileiro ter apenas, pouco mais de 30 anos, a movimentação e crescimento no últimos anos é grande. A tendência mundial demonstra que esse setor tem se voltado para a mulher, certo de que separar pornografia de erotismo é melhor alternativa para o crescimento da indústria de sextoys. (AGUIAR, 2009) A movimentação desse segmento é de aproximadamente 7 milhões de unidades vendidas por mês, sendo que os cosméticos sensuais representam 5 milhões de unidade por mês, e são vendidos a um preço médico de R$ 8,00. A taxa de crescimento de 2011 foi 18,5%. (Cartilha ABEME, 2012) Em suas pesquisas, a ABEME observou que principais responsáveis por esse aumento no comércio de produtos eróticos foram as consultoras domiciliares e a internet. De acordo com um levantamento prévio feito por eles, o número de vendedoras domiciliares já ultrapassa 85 mil em todo Brasil, sendo mulheres e homens. Uma consultora sensual tem um renda média que ainda é baixa, gira em torno de 1 a 2 salários mínimos por mês, boa parte disso se deve ao fato de que os preços dos produtos estão mais baixos. A ABEME também idenficou uma queda numa lucro dos comerciantes do mercado eróticos, em 1999 a margem de lucro podia chegar ao 500%, sendo que hoje é difícil que ultrapassem os 95%. (Cartilha ABEME, 2012) Em uma das pesquisas da ABEME foi identificado que a partir da terceira compra os consumidores aumentam a quantidade de produtos adquiridos em 30%. Além disso, foi possível identificar a média de gasto por compra, que varia de R$20,00 até 67


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mais de R$100,00. (ABEME, 2012) O setor erótico emprega cerca de 125 mil pessoas no país, direta ou indiretamente. Sãos perfis diferenciados, donas de casa, empresários, operários de fábrica, costureiras, comerciantes em geral. Dos 12 mil produtos que circulam entre os 10 mil pontos de venda espalhados pelo Brasil, cerca de 45% são importados, e foram superados pelos produtos nacionais apenas em 2011. Hoje existem mais de 50 fábricas nacionais especializadas em próteses com ou sem vibradores, acessórios, vestuário e cosméticos. A fabricante Hot Flowers é a maior da América Latina, exporta para a América do Sul, África e Europa, é considerada uma das mais importantes marcas do segmento, no mundo. A Hot Flowers comercializa cerca de 3 milhões e itens por mês, que vão desde os vibradores até os cosméticos sensuais. (Cartilha ABEME, 2012) Além dos produtos de grande consumo no Brasil, existem os itens de alta tecnologia que não são fabricados aqui, esses têm seu consumo restrito as classes A e B e podem ser encontrados em boutique sensuais em alguns shoppings ou bairros nobres das capitais brasileiras. As grandes marcas internacionais têm percebido o potencial de consumo nacional e já marcam presença na Erótika Fair por meio de seus importadores, entre eles os mais importantes são Adão e Eva, Elos do Amor, 69


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Eroticpoint e Pleasure Dreams. (Cartilha ABEME, 2012) Na divisão do mercado erótico por região do Brasil, o domínio é do sudeste, que conta com a maior concentração de estados com empresas atuantes. São Paulo responde a 33%, seguido do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. (Cartilha ABEME, 2012) Devido ao maior acesso a internet, muitas sexshops virtuais nasceram, dentre as 500 lojas virtuais ativas e competitivas, 80% do volume de vendas é relativo as 5 maiores sexshops do Brasil. Dessas 5 grandes lojas, 3 são de São Paulo, 1 de Santa Catarina e 1 do Rio de Janeiro. (Cartilha ABEME, 2012) Em 2012, com o lançamento e sucesso do livro erótico 50 Tons de Cinza, as vendas de artigos sado masoquistas aumentaram em 35%. (ABEME, 2014) Todos esses dados indicam um constante crescimento nesse setor e a capacidade que ele têm tido de conquistar o mercado. De acordo com uma pesquisa realizada pela ABEME em 2011, com empresários do mercado, 45 % deles diziam ter menos de um ano de experiência no mercado, 37% afirmaram ter de um a três anos e apenas 11% disseram ter de três a cinco anos, isso indica que o setor é ainda pequeno, mas houve um grande crescimento, sendo provável que novas empresas apareçam no decorrer dos anos. (ABEME, 2014) Outro fator importante apontado 71


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pelas estatísticas desse mercado é o próprio tamanho das empresas. Sendo 59% com média anual de vendas de R$36 mil, entre lojas virtuais ou físicas, e consultoras. O que indica que boa parte das empresas desse setor é de pequeno porte. (ABEME, 2012)

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3.3 Tipos de neg贸cios


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Entre os canais de venda utilizados pelo setor erótico, as vendas pela internet e consultoria domiciliar, são os que têm crescido mais e têm melhor desempenho.A consultoria domiciliar, devido ao seu foco nas classes C e D de grandes periferias, ganhou força apenas em 2011, quando ultrapassou a internet no crescimento do setor. Esse crescimento também se deve ao lançamento do filme De Pernas Pro Ar, em que o assunto abordado é a venda de artigos eróticos por meio da venda direta. (ABEME, 2012) “Embora a maioria (97 por cento) das mercadorias e dos serviços seja vendida em lojas, o varejo sem loja tem crescido muito mais rapidamente que o varejo de lojas. O varejo sem loja pode ser dividido em quatro categorias principais: venda direta, marketing direto (que inclui telemarketing e a venda na internet), venda automática e serviços de compra.” (KOTLER; KELLER, p.502, 2006) A internet tem força pela abrangência, disposição e principalmente pela privacidade, é considerada o canal melhor estruturado e democrático. O crescimento desse setor se deve também a variedade de pontos de venda e o crescimento do consumo nas periferias. Muitas lojas de lingerie, centros estéticos, cabeleireiros, já estão vendo os artigos eróticos como uma oportunidade de diferenciar-se dos concorrentes. Já foram contabilizados mais de 11 mil pontos de vendas de produtos eróticos espalhados pelas cidades, conhecidos por diversas denominações, desde sexshops, boutiques sensuais, até grêmios, universidades e igrejas fazem parte da estatística. (ABEME, 2012) Dentro desse mercado existem alguns tipos de negócios, todos oferecem grande variedade de produtos, mas com alguma especialização, o que os diferencia dos demais. (AGUIAR, p.44, 2010) 77


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As lojas de departamentos possuem grande variedade de linhas de produtos, as varejistas de liquidação, citadas pela autora Paula Aguiar (2010) como lojas de desconto, possuem as mercadorias padrão, ou específicas, sendo vendidas a preços menores. Além dessas, encontramos a lojas de venda por catálogo que possuem preço mais elevado e grande variedade de produtos, contam com entrega posterior ou imediata. Já as lojas especializadas, possuem uma linha restrita de produtos, para um público específico. (KOTLER; KELLER, p.501, 2006) As sexshops online são consideradas as mais fáceis de criar, um mix com cerca de 300 produtos para iniciar, um bom nome que seja de fácil visualização na mente das pessoas e o trabalho pode ser feito de casa mesmo. Discrição e segurança são os principais pontos considerados pelo consumidor. (AGUIAR, p.46, 2010) As compras eletrônicas obtiveram maior crescimento no fim da década de 1990, entre as formas de marketing direto, os consumidores recorriam aos sites de empresas para comprar brinquedos, livros e outros produtos. (KOTLER; KELLER, p.502, 2006) Além das sexshops online observamos uma grande interação nas redes sociais, as lojas já conseguem se movimentar com divulgação por meio do Twitter, Facebook, blogs de conteúdo, etc. O Orkut mostrou para o Brasil o caminho da interatividade e estimulou uma nova forma de comunicação, onde o cliente é parte do negócio. Se para outros negócios essa interação é tão importante, para o mercado erótico é quase uma questão de sobrevivência. É chamado de Sexshop 2.0 essa forma de comunicação que exige que as empresas estejam sempre atentas e que participem das redes para prevenir ou tentar responder, rapidamente, as questões destacadas pela sociedade. (AGUIAR, p.56, 2010) As lojas físicas precisam de um cuidado com o projeto, o layout, a localização, e necessitam de, no mínimo, 200 produtos para iniciar, uma boa vitrine também ajuda nos resultados desse canal de vendas. (AGUIAR, p.47, 2010) O ambiente é um aspecto importante para as lojas, elas devem ter um layout 79


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que possa facilitar a movimentação e distribuição dos produtos. O visual deve ser adequado para o mercado-alvo e que favoreça as compras. O comércio eletrônico em crescimento oferece um risco e faz com que os varejistas tradicionais busquem novos serviços e atrações. (KOTLER; KELLER, p.511, 512, 2006) As boutiques9 eróticas são uma variação bastante interessante das lojas convencionais, para terem esse diferencial necessitam de investimento mais elevado. O mix de produtos deve ser escolhido com muita atenção, buscando sempre os de mais qualidade e de grifes do segmento erótico. No entanto, apesar do alto investimento e intenção de público de classe alta, deve haver um cuidado com a margem de lucro. Apesar de o público ter dinheiro, boa parte das lojas que exageraram em seus preços fecharam. O preço justo é sempre procurado independente da classe da sociedade brasileira. (AGUIAR, p.51, 2010) A proposta desse tipo de negócio é vender sensualidade, ser um ponto de referência de produtos e no seu ambiente refinado. A idéia de boutique erótica veio para o Brasil em 2002, com a Erotic Point, voltada para o público feminino, tinha uma decoração mais acolhedora e mostrou um aumento de 40% no volume de clientes. (AGUIAR,p.52, 2010) Conhecido como lounge sexshop, o espaço criado dentro de algumas lojas de lingerie tem, geralmente, 2m² e conta com uma pequena vitrine onde são expostos os produtos, acompanhados de produtos habituais da loja. São vistos como cantinhos de sensualidade dentro de uma loja comum. (AGUIAR, p.54, 2010) Sabemos que em determinado momento alguns artigos sensuais eram vendidos através de programas e comerciais de televisão, e houve, durante um período, um sucesso razoável desse tipo de venda, comercializando em torno de 1000 produtos ao mês. Não há informações mais recentes sobre esse canal de venda, mas sabemos que o programa não existe mais e não era brasileiro. (AGUIAR, p.54, 2010) 9 Boutique – s.f. palavra de origem francesa. Loja especializada em determinado produto ou serviço, geralmente com intenção de requinte elegância. Fonte: Dicionário Universal da Língua Portuguesa Priberam.

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Podemos considerar outro tipo de negócio a sexshop agregada a outro comércio erótico, como é o caso das casas de swing, boates, assim como nos motéis que já há algum tempo vendem esses artigos. Eles são deixados nos quartos, ou apresentados por fotos para que o cliente peça. A primeira indicação de venda de produtos eróticos em motéis foi no ano 2000, o que significa que é um tipo de negócio recente. Os produtos disponíveis vão desde as próteses mais simples até os cosméticos oferecidos em dose única, o menu de produtos contém itens para um público que julgam ser menos experiente, ou com pouco conhecimento deles. Devido ao julgamento desse público e a escolha dos artigos disponíveis para venda, podemos dizer que a sexshop de motel é bem limitada. (AGUIAR, p.55, 2010) O comércio conhecido como venda por catálogo, ou porta a porta, é chamado de Sexshop na sacola e para compreendê-lo melhor precisamos entender os três níveis dessa venda direta. Existe a empresa que produz os catálogos, que pode fabricar ou terceirizar seus produtos e repassa para que os artigos sejam comercializados. Outra empresa ou pessoa recebe esse catálogo e fornece a uma equipe para comercializar os produtos, todo processo operacional se dá por esse nível, cobrar, receber, treinamento de vendedor, lançamentos, comissão. E, por fim, as vendedoras chamadas também de consultoras, elas visitam os clientes, entregam ou mostram os catálogos, faz os pedidos, entrega os produtos, etc. É quem lida diretamente com o cliente. (AGUIAR, p.49, 2010) Esse tipo de negócio teve início no Brasil há cerca de 15 anos, no entanto, houve dificuldade devido à falta de material de qualidade e para tentar resolver essa situação as consultoras começaram a montar seus próprios catálogos. Eram pastas simples com colagens dos produtos, com marcas, tamanhos, etc. Apesar de ser um sistema precário, algumas consultoras tornaram-se grandes lojistas do segmento. Cerca de 3 ou 4 anos atrás a organização de catálogos tornou-se um pouco mais profissional, partindo dos fabricantes. Foram criados catálogos bonitos, ampliaram o mix de produtos, usaram boas imagens e treinaram equipes para atender ao 83


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público. Mesmo não sendo o objetivo dos fabricantes, os catálogos se tornaram importantíssimos para o principal canal de venda do setor, a venda direta. Além da sexshop de sacola, como se denomina esse tipo de negócio, existem as reuniões, ou chás eróticos, onde os produtos são apresentados para um grupo de mulheres. (AGUIAR, p.50, 2010)

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3.4 Produtos


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O mix de produtos do mercado erótico é muito vasto. Todos os dias vemos empresas criando novos produtos empenhados em conquistar o público e tornaremse os melhores do segmento. Os produtos seguem tendências, assim como qualquer criação para os mercados, eles, ora inovam em conceitos, ora em materiais e funções. Como exemplo dessas inovações e diversidade temos os géis que aquecem, as calcinhas comestíveis, os vibradores que seguem uma linha mais discreta, as fantasias, bonecas realísticas, as velas hidratantes, a era do pompoarismo. Eles seguem a moda e tentam se adequar as necessidades do público e seu momento. (AGUIAR, p.71, 2010) Entender esse comportamento é importante, pois observamos que o mercado erótico existe para modas e públicos diferentes, o que justifica suas mudanças. Ele se adapta, e essa é uma das justificativas utilizadas nesse estudo. Os produtos criados passam por uma serie de aplicativos e ferramentas que os testam, verificando sua funcionalidade, elasticidade, segurança, odor, cor, e muitas outras características. No Brasil o projeto de engenharia desses produtos ainda está em fase de criação, mas os produtos importados passaram por testes complexos de material, cor, e design, tão complexos que é preciso um guia para entendê-los. (AGUIAR, p.76, 2010) Os produtos são divididos em diversas categorias, nesse estudo serão apresentados como cosméticos e acessórios. Devido à grande quantidade de produtos e do objetivo desse trabalho, falaremos sobre alguns produtos, mas não entraremos em muitos detalhes.

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3.4.1 CosmĂŠticos


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A categoria dos cosméticos possui uma grande variedade de produtos e outras subcategorias. Devido às características desses produtos alguns conflitos em relação à categoria a que pertencem podem surgir. Às vezes encontramos um cosmético que além de comestível, é lubrificante e tem função, então classificá-lo é mais complicado. Para falar dos cosméticos usaremos a marca SoftLove como exemplo, que será a mesma utilizada para a produção do projeto experimental. A empresa tem seus produtos legalizados pela ANVISA10, modernas tecnologia, design diferenciado. Conta uma série de produtos em sua lista de inovações. São os pioneiros na criação do Eletric Plus, que é o vibrador líquido, da linha jatos, que é uma versão mais higiênica e de fácil utilização dos produtos já existentes, entre outros. Podemos encontrar os produtos nas seguintes subcategorias. Aerossóis Skin Ice é um desodorante corporal que dá sensação refrescante ao esfriar a região que foi aplicada, presente no aromas Black Ice, o mais forte, Dream Ice, um pouco mais fraco e Red Ice, que é mais adocicado. Sensations é um gel efervescente com ação refrescante, sua formulação faz com que, ao ser esfregado na pele, crie suaves estalos, tem efeito hidratante, é lubrificante e pode ser comestível11. Existe nos sabores Morango com champagne, Black Ice e chocolate. Chanty é um mousse corporal que contém uma textura semelhante ao chantilly, além de ser lubrificante e não conter açúcar. Presente nos aromas Del Vino, que é semelhante ao sabor do vinho, Champagne e mousse de maracujá. Soft Wave é um desodorante íntimo, lubrificante, comestível, com sensação 10 Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que tem como área de atuação todos os setores que tenham produtos ou serviços que possam afetar a saúde da população. Fonte: Portal Anvisa 11 Chamamos de comestível todo produto que pode entrar em contato com a boca.

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de frescor, nos aromas champagne, uva verde e chocolate. Facilit é um produto existente também na versão jatos, pomada e em bolinhas, é um creme em aerossol que lubrifica e é indicado para a prática do sexo anal, além de lubrificar ele tem a função de cicatrizar, anestesiar e pulsar a região aplicada. Soft Bomb é um mousse corporal efervescente, lubrificante e esquenta a região aplicada, encontrado somente no sabor morango com champagne. Aqua é um óleo siliconado que mantém a lubrificação mesmo dentro da água, para uso em banheiras, piscinas, etc. Aromatizantes Eletric sabores é spray que pode ser usado na boca, ou para sexo oral, proporciona uma sensação de vibração no local aplicado, é encontrado nos aromas uva, Sensação (morango com chocolate), morango com champagne e Black Ice. Power Kiss é um aromatizante bucal que proporciona um hálito refrescante, nos sabores Black Ice, cereja e menta. Embalagem interativa Use&Abuse é um gel que proporciona sensação de calor quando aplicado e frio quando assoprado, contém três aromas, Black Ice, sensação e morango com champagne. Sua embalagem tem formato de um pênis e pode ser usado. Gozzy é um óleo lubrificante com extratos naturais que geram sensações de calor, frio e pulsação. Jatos Retard é um produto que retarda a ejaculação, presente também na versão pomada. Blink é um excitante anal, lubrificante que dilata a região e faz pulsar. Fire e Ice é um óleo corporal lubrificante que dá sensação de calor e frio na região aplicada. Eletric Plus é o vibrador líquido, além de lubrificante. 95


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Géis Via Femme é um excitante feminino, apelidado de Viagra feminino. Gel Hot é um óleo lubrificante para massagem que proporciona sensação de calor no local aplicado. É comestível e pode ser usado em todas as partes do corpo. Presente nos aromas caipirinha, cereja, chocolate, chocomenta, menta, espanhola, entres outros. Gel Ice é um óleo lubrificante para massagem que proporciona sensação de frio no local aplicado. É comestível e pode ser usado em todas as partes do corpo. Presente nos aromas Black Ice, caipirinha, menta, morango, etc. Perfumes Pher Sexy 3 é um perfume com feromônio, foi desenvolvido baseado na química atrativa, com válvula reguladora que permite até 10 aromas diferentes, atraindo homens ou mulheres, de acordo com a posição da válvula. Pher Woman é um perfume feminino desenvolvido com base na química atrativa para atração sexual. Pher Men é um perfume masculino desenvolvido com base na química atrativa para atração sexual. Bolinhas As bolinhas, ou cápsulas são feita de uma gelatina que se dissolve com rapidez liberando o óleo lubrificante que pode ser usado para massagem, ou em qualquer outra região do corpo. Elas são dividias entre as que têm sabores e são comestíveis, as de perfume e de função. As bolinhas comestíveis existem nos aromas chocolate com pimenta, menta, caipirinha, uva, Black Ice, etc. As de perfume variam de acordo com os aromas dos perfumes da Soft Love. As bolinhas de funções têm as mesmas funções dos produtos que se repetem em jatos, pomada, etc. Esses são alguns produtos da Soft Love usados para exemplificar a categoria cosmética, que se refere desde perfume até mousse comestível para massagem12. Além 12 Mais informações sobre os outros produtos e detalhes em:< http://www.softlove.com. br/home/produtos>

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da Soft Love, existem muitas outras fabricantes de cosméticos sexy, nacionais ou não, elas produzem também acessórios eróticos que veremos em seguida.

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3.4.2 Acess贸rios


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Nesse estudo, chamamos de acessório todos os produtos que não são da linha de cosméticos, e entram nessa categoria lingeries, as fantasias, os sex toys, os artigos fetichistas, as brincadeiras e os jogos. Sextoys é como são chamados os brinquedos eróticos, os vibradores, anéis penianos, etc. Ponto Gee é um mini massageador com ponta curvilínea que vibra com bastante potência, da marca Adão e Eva. CyberSkin Delux é um vibrador que imita um pênis, com várias velocidades de vibração, é revestido com CyberSkin, que é um material sintético que se assemelha a pele humana, também da marca Adão e Eva. Tenga Air Cushion Cup é um masturbador masculino feito de silicone, utiliza o sistema de ar para amortecer o impacto na hora da penetração. Os anéis penianos são colocados na base do pênis com a finalidade de estimular o clitóris. (BERRINI, et al, p.35, 2012) Um exemplo desse anel é o Star, da QualyFun, ele possui cerdas em volta do anel que aumentam o estímulo. As bolinhas usadas para praticar o pompoarismo·, os vibradores em formatos de bichos de pelúcia, como o coelho do filme “De pernas para o Ar”. Além desses acessórios, nós encontramos nas lojas as algemas para fetiches,as vendas, , os chicotes, coleiras, as próteses de pênis realístico, etc. Dentro dessa categoria ainda existem os jogos e brincadeiras, sempre com apelo sexual. O Jogo do Kama Sutra é uma raspadinha com as posições sexuais, o Jogo do Strip Tease também é uma raspadinha com dados, que indica as peças de roupa a serem tiradas, e ações a serem executadas. Os dados eróticos são de diversos tipos, os heterossexuais, os gays, os de lésbicas, a três, etc. Você lança o dado e faz o que ele estiver indicando. Ressaltamos que a lista de produtos eróticos, sejam acessórios ou cosméticos, é muito grande e este estudo deu ênfase apenas aos produtos utilizados no projeto experimental. 103


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3.4.3 Os campe천es


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O destaque dos produtos mais vendidos até 2012 é a categoria de cosmética sensual, e entre esses cosméticos os mais vendidos são os géis para massagem e sexo oral, géis com funções e os géis que facilitam o sexo anal.(ABEME, 2012)

O Brasil é um dos países que têm mais opções de géis, com aproximadamente 40 sabores, e os géis funcionais também são inovações brasileiras, como por exemplo o vibrador líquido, o retardante, o excitante em spray, etc. Entre as mulheres os produtos mais vendido são, em primeiro lugar o gel de morango para sexo oral, depois os géis corporais para aquecer e excitar e por último, as cápsulas corporais de banho. Para os homens em primeiro lugar está o gel lubrificante anal seguido da bomba peniana, que serva para expandir o órgão e por último, o alongador peniano, que é uma capa de 3 centímetros par aumentar o órgão masculino. (ABEME, 2012)

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3.5 PĂşblico


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Homens e mulheres afirmam que o sexo é essencial para a felicidade pessoal e do casal, no entanto a procura de algo para incrementar a relação é quase exclusiva das mulheres,sendo que 70% dos frequentadores de lojas de artigos eróticos são mulheres. A diferença se deve ao fato de que as mulheres estão perdendo o medo de serem rotuladas por suas preferências e gostos e até por quererem apimentar a relação. (ABEME, 2011) O consumo desses produtos é motivado pela fantasia, para sair da rotina do relacionamento e oferecer mais prazer ao parceiro. As mulheres têm se esforçado para manter a chama acesa na relação, buscando fortalecer o casamento e a união do casal. O mercado erótico sempre foi cercado de preconceitos e tabus, mas cada vez mais estamos quebrando as barreiras e tornando os artigos mais presentes nos relacionamento. (ABEME, 2011) Segundo apresentado pela ABEME (2011), o diretor de um dos maiores grupos de Sex Shops do mundo, Hans Dieter Thomsen, diz que o sexo é como comer ou beber, faz parte das necessidades básicas da humanidade.Nós somos amplamente imunizados contra a recesão. Em pesquisa realizada pela ABEME, aponta-se que a maioria das consumidoras está entre 18 e 25 anos, no entanto em relação ao estado civil 38,6% é casada. (ABEME,2011)

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As mulheres, geralmente, vão ao sexshop acompanhadas de uma amiga, ou sozinhas, mas em algumas situações, acompanhadas dos parceiros. A maior média de freqüência de compra é de 1 vez a cada 1 ou 3 meses. (ABEME, 2011) De acordo com pesquisa realizada pela ABEME (2011), as classe C e D têm maior contato com os produtos através dos catálogos, lê matérias sobre os produtos em revistas e normalmente compram os artigos para datas especiais e são itens mais leves e mais baratos.

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3.5.1 Sexualidade sem censura: o mercado er贸tico para o p煤blico gospel


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Há pelo menos 50 anos a religião evangélica é a que mais cresce no Brasil, e nos últimos 20 anos a quantidade de fiéis, praticamente, triplicou. De 7,8 milhões de pessoa em 1980 para 26,4 milhões em 2001, passou de 6,6% para 15,6% da população brasileira. (GWERCMAN, 2004) Evangélico é a mesma coisa que protestante, as palavras são sinônimas, ou seja, praticamente todas as vertentes nascidas do racha entre a Igreja Católica e o teólogo alemão Martinho Lutero, em 1517, são evangélicas. (GWERCMAN, 2004) No século 20 a inauguração de duas igrejas foi fundamental para a definição do perfil evangélico, primeiro a Congregação Cristã no Brasil e depois a Assembléia de Deus. Os pentecostais têm duas palavras para definir sua rotina, ascetismo, que é a recusa a usufruir dos prazeres da carne, e o sectarismo, o isolamento do resto do mundo. Esse pensamento reinou sozinho para os evangélicos até a década de 50, quando surgiram os neopentecostais.Em 1951 desembarca do Brasil a Igreja do Evangelho Quadrangular com a intenção de inaugurar o pentecostalismo de costumes liberais, usavam ritmos populares, rádios, regras de comportamento mais leves, além de trazer a expressão dos Estados Unidos, God Spell, que em português significa palavra de Deus,e com tempo se transformou em gospel e passou a ser vinculado a tudo que se relacionada aos evangélicos. (GWERCMAN, 2004) Os neopentecostais se diferem dos pentecostais por pequenos detalhes que fazem muita diferença, um deles é a permissão sobre os prazeres e o sexo. Os pentecostais acreditam que aqueles que forem atraídos pelos prazeres da carne estão mais distantes de Deus, e que o sexo é permitido apenas para reprodução, já os neoppentecostais não acham nada de errado em se divertir desde que de forma moderada e o prazer sexual é uma benção de Deus, por tanto se a relação for entre o marido e a mulher, ela deve ser prazerosa e é permitida. (GWERCMAN, 2004) O pastor Claudio Duarte, da Igreja Batista, é conhecido por seus vídeos na internet, em suas palestras falando sobre sexo e lançou um livro chamado 117


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“Sexualidade sem censura” para falar sobre a importância do sexo na vida de um casal e dentre os assuntos abordados pelo pastor está o uso de produtos eróticos. O sexo é vital para a qualidade do casamento, mas às vezes é mal compreendido e resolvido, sendo apontado como o terceiro motivo pelas separações, segundo os casais. O tema sexualidade já era abordado na Bíblia, há séculos no Cânticos dos Cânticos, de Salomão, que por meio de metáforas faz referência a relação sexual entre o homem e a mulher. (DUARTE, p.14, 2011) O teu umbigo é uma taça redonda em que não falta bebida, o teu ventre é um monte de trigo cercado de lírios, os teus dois seios, como duas crias gêmeas de gazela, o teu pescoço como uma torre de marfim, os teus olhos são como as piscinas de Hesbom junto à porta de Bete – Arabim, o teu nariz como a torre do Líbano, que olha para Damasco. A tua cabeça é como o monte Carmelo, e a tua cabeleira como a púrpura. O rei está preso nas tuas tranças. Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias! Esse teu porte é semelhante à palmeira, e esses teus seios como cachos de uva. Dizia eu: Subirei na palmeira, e pegarei os teus ramos, sejam os teus seios como cachos de vide, e o aroma da tua respiração como maçãs. (Cantares 7.1 – 8 ARA) O estímulo do homem para a relação sexual é visual, gosta de ver a mulher bem cuidada, arrumada, sensual, enquanto a mulher não. A maior parte das mulheres não gosta de uma abordagem vazia, elas preferem o romantismo. Alguns homens não sabem trabalhar a sexualidade de sua esposa, não lidam bem com o fato de eles sempre estão prontos e a mulher precisa ser estimulada, falta paciência para investir nas preliminares. (DUARTE, p.19, 2011) 119


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O casal se une para que somente a morte os separe, têm uma boa lua de mel e seus primeiros meses de matrimônio são cheios de amor e ótimas noites, depois a intimidade conjugal vai se afundando. Cada um conhece todos os detalhes do corpo do outro, e embora isso seja bom, acaba levando a uma rotina sem novidades. Por isso, o casal precisa lutar contra a mesmice e usar tudo que estiver ao alcance para incrementar a relação. (DUARTE, p.22, 2011) O ato sexual tem que ser algo bom e prazeroso para os dois, o homem quer sexo todo dia e toda hora, e costuma não se preocupar com os preliminares, que são tão importantes para as mulheres, que priorizam a qualidade do sexo. Então, reconhecendo as diferenças entre os sexos, os casais devem se tornar atraentes um ao outro, investindo na higiene, encontrando o tempo certo parceiro. Os homens devem preparar as mulheres emocional e psicologicamente, elogiar, acariciar, e as mulheres devem ceder às cantadas de seus maridos e investirem em coisas que inovem a relação sexual do casal. (DUARTE, p.24-26, 2011) Um fator importante para a qualidade da vida sexual de um casal é a liberdade, liberdade para conversar e experimentar coisas novas, mas não se deve confundir liberdade com libertinagem. Existem alguns limites na Palavra de Deus para a prática do sexo13, o que significa que o sexo é aprovado e permitido por Deus, mas precisa estar dentro dos padrões bíblicos. O casal precisa ter diálogo, se há problema em seu relacionamento eles têm que sentar e conversar para encontrar a melhor solução e muitas vezes essas soluções serão tratamentos ou o uso de artigos para o sexo. Algumas mulheres, por exemplo, têm pouca lubrificação e sentem dor na relação, o que faz com que elas não queiram fazer sexo com o parceiro, indicase para essas mulheres as bolinhas explosivas lubrificantes que, além de ajudar, liberam um cheiro fantástico. (DUARTE, p.33-35, 2011) 13 Para mais informações sobre os padrões estabelecidos por Deus para a sexualidade humana o pastor Cláudio Duarte indica a leitura de Êxodo 20.14.17; Levítico I8; Deuteronômio 22.2; I Coríntios 6.I8; 7.2; Gálatas 5.19-21; I Tessalonicenses 4.3; Hebreus 13.4; Apolipse 22.15.

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Desde as brincadeiras e os gracejos do casal ao longo do dia até os beijos, abraços e as carícias que antecedem o coito, são importantes para preparar o homem e a mulher, para o coito e o orgasmo. (DUARTE, p.50, 2011) As fantasias sexuais são permitidas desde que sejam para apimentar a relação e não que a relação dependa delas. É até muito interessante que a mulher prepare um jantar romântico para o marido, à luz de velas, prepare o ambiente, use um perfume agradável, lingerie provocante. O sexo é uma das coisas mais fantásticas que Deus criou, e o amor é a base para bom relacionamento, não é pecado dedicarse a intimidade para o bem do casamento. (DUARTE, p.54, 2011) Um sinal de que o interesse pela inovação no sexo está crescendo para o público gospel é a procura por livros sobre o assunto. Um exemplo disso é o livro vendido na Feira Literário Cristã, “Celebração do Sexo”, do americano Douglas Rosenau, o livro traz ilustrações das posições sexuais e capítulos dedicados ao sexo feito “sem tirar a roupa”. O autor é um terapeuta sexual cristão e defende a ideia de que o prazer é o presente de Deus para o casamento. (BALLOUSSIER, 2013) A sócia da loja erótica Doce Sensualidade, na Vila Mariana, diz que a cada quatro cliente, um é evangélico e não é por acaso. A loja usa termos como “romantismo” e “sentimentos” em sua divulgação, os objetos fálicos ficam escondidos para não assustar as clientes, as paredes são brancas, ou rosas, com imagens de flores. As evangélicas que procuram as lojas eróticas não entram em lugares com fotos de nudez e próteses espalhadas, além disso gostam de ser tratadas como amiga. (BALLOUSSIER, 2013) As consultoras e clientes concordam que o mercado erótico gospel é restrito às mulheres e os campeões de venda são os produtos mais leves, entre eles os géis lubrificantes, pois algumas são reprimidas sexualmente e não tem lubrificação, e os óleos perfumados, para o sexo oral. (BALLOUSSIER, 2013) Observando essa procura a ABEME resolveu quebrar paradigmas e iniciar o Projeto Gospel, que fará estudos com distribuidores e vendedores de produtos 123


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eróticos para o público gospel, juntamente com os pastores e cristãos interessados, para criar um manual que oriente o comércio dos produtos eróticos dentro dos padrões bíblicos, pensando na saúde e na união do casal com amor e respeito. Erotismo e sensualidade não estão ligados, obrigatoriamente, a pornografia. Segundo a presidente da ABEME, Paula Aguiar, o que movimentava a primeira sexshop do mundo era a saúde e o amor entre o casal, e a pornografia, como filmes e imagens explícitas, surge como prato principal nos Estados Unidos, na época da libertação sexual. (ABEME, 2013) Os pastores Ed e Lisa Young criaram o livro “7 dias de intimidade”, o casal propõe a sexperiência no matrimônio, que é a prática do sexo durante sete dias a fim de recuperar a conexão do casal. Eles acreditavam que se um casal passar mais tempo na cama pode melhorar união em crise. O uso de produtos eróticos e devem acontecer desde que os dois concordem, e se um tem uma idéia que acredita que seja lícita e não fere a Deus, deve compartilhar com seu parceiro. (CHAGAS, 2014)

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4 Descritivo experimental


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Identificamos a procura por produtos eróticos pelos evangélicos, e por isto decidimos fazer um catálogo de produtos direcionado exclusivamente para esse público. Observamos ao fazer consultas bibliográficas a livros e sites, e conversar com pessoas que já trabalham com o público que alguns pastores de Igrejas, preferencialmente, neopentecostais, incentivavam o uso de produtos eróticos com a finalidade de melhorar o relacionamento do casal. O catálogo precisaria conter características atrativas a este público e estar dentro dos padrões considerados lícitos pela Igreja. Ao entender que para eles o sexo está ligado diretamente ao amor e ao romantismo, percebemos que as mulheres buscam ambientes mais delicados e um tratamento mais intimista, gostam de serem tratadas como amigas e confidenciam suas vontades e desejos para melhorar o sexo. Para obter informações mais direcionadas sobre a interação do público com os produtos conversamos com algumas mulheres do Projeto Gospel, além de participar de um debate sobre religião e sexualidade, realizado na Erótika Fair. Realizamos um pequeno questionário que trouxe muitas informações para a realização deste projeto e das considerações finais. Para utilizar as informações fornecidas os entrevistados assinaram um termo de consentimento onde se mostram cientes do uso de suas palavras neste trabalho. Quando não foi possível a assinatura do documento, arquivamos os registros virtuais em que a pessoa autorizou o uso de suas palavras. De acordo com a educadora sexual evangélica Thelma Regina (Apêndice I), a mulher evangélica não tem com quem se abrir sobre essas intimidades. Muitas vezes a pastora não é a mais adequada, caso não tenha se preparado para lidar com o assunto. Assim, abordar as evangélicas como amigas e dividir a intimidade talvez sejam o grande segredo para conquistar esse público. A publicitária e sócia da loja Doce Sensualidade, Thais Plaza, conta que 129


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criou um formato inovador para o seu sexshop. Utilizou o processo de conquista que leva até o sexo para criar intimidade com o cliente e falar sobre os produtos pouco a pouco. Começam conversando com as pessoas sobre o que gostam, depois falam de preliminares, até chegar a relação íntima com os produtos mais picantes. Sua loja tem uma atmosfera diferente das outras, é clara, as próteses ficam guardadas em gavetas, tratam os clientes com carinho e atenção. Esse tipo de abordagem funciona e agrada os religiosos que freqüentam sua loja. (Apêndice II) Analisando o público gospel dessa forma, resolvemos transformar o catálogo de produtos eróticos da Soft Love, em um “Manual do Amor”. A linguagem será sutil e cada produto será apresentado em uma situação de uso, de forma que, além de aprender como usar o item, ela poderá se identificar com o momento, podendo despertar sua vontade para usar o produto. A intenção é fazer um catálogo para cada categoria de produto. Criamos essas categorias de acordo com o uso de cada produto, o momento a que ele foi destinado, ou os possíveis momentos para usá-los. A princípio serão três volumes do manual, primeiro “A conquista”, depois “Preliminares” e por último “Enfim sós”. Nesse estudo produziremos apenas o volume 1 como exemplo da proposta dessa adaptação. Os produtos relacionados serão os perfumes para atração, o desodorante íntimo, as espumas e géis para massagem, aromatizantes bucais, etc. Conforme nossas pesquisas apontaram, o público gospel fala muito sobre o romantismo e a importância do amor na relação. É importante vincular essa imagem romântica ao manual, então buscamos referências de lojas e sites que já se comunicavam com esse público para verificar as características visuais e de linguagem. Santaella (2003) usa em seu livro a descrição de Charles S. Pierce a respeito da semiótica, dizendo que ela é o estudo dos signos, da linguagem verbal e não verbal, com três passos,denominados: primeiridade, também conhecida como qualidade, é a identificação imediata do que estamos vendo, sentindo, ouvindo, 131


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etc. A secundidade, ou relação, é a associação do elemento com o cotidiano, ou a que ele remete, e a terceiridade é a elaboração cognitiva, a interpretação, ou o que aquilo causou ao receptor. A partir dessas informações criamos um painel semântico com as possíveis imagens, fontes, e cores que levassem o público por esse caminho até a interpretação do romantismo e da sensualidade. O painel semântico é uma união de referências visuais que traduzem o conceito determinado, segundo a designer Claudia Facca (2012) Após produzir o painel semântico, definimos os seguintes conceitos como base para o nosso manual: romântico, recatado e sensual.

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E como simbologia principal utilizamos pétalas de rosas vermelhas, que transmitem concomitantemente estes significados. A cor vermelha das pétalas reforça a ideia da sensualidade presente no romantismo. A fonte escolhida para os títulos, por ser cursiva e ao mesmo tempo clássica, possui características que representam a sensualidade e o recato. A fonte do corpo do texto é básica e retilínea, dando mais destaque ao conteúdo do texto em si do que ao desenho da letra. O diferencial desse catálogo, além da comunicação visual, é propor um conteúdo atrativo e de fácil identificação para o público, sem utilizar imagens eroticamente apelativas. Na introdução o manual se compromete com o respeito à religião e aos preceitos bíblicos, reafirmando , assim como observamos no site da loja Para Evangélicos, que os produtos são rigorosamente selecionados para melhorar a vida a dois. Quanto à apresentação há um produto por página, acompanhado do valor e de um texto descrito que, de forma sutil e respeitosa, apresenta a potencialidade sexual de cada produto item. No final do manual encontra-se o texto chamado “Até a próxima”, onde comentamos o motivo de acreditarmos que esses produtos são tão importantes para aquela relação e que não precisam parar por aí, fazendo então um convite para a leitura do próximo volume.

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5 Consideraçþes finais


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Este trabalho é só uma parte de um estudo que deve ser grande e muito bem desenvolvido. Só o início de uma, entre centenas de propostas que podem ser feitas para comunicar e atingir o público da melhor forma. Quando lidamos com religião, todo cuidado é pouco. Há uma linha tênue entre a inovação e o ofensivo. Então devemos saber exatamente os limites e características que constroem as regras e as leis que ditam a religião. O protestantismo se destaca por sua rigidez, pelas obrigações da mulher, da família, pela maneira com que encaram a vida terrena, etc. Quando se diz que pastores evangélicos têm apoiado o prazer na relação sexual do casal e que têm indicado o uso de produtos eróticos, é sempre um choque para quem ouve. Dessa forma, acreditamos que além desse assunto ser estudado, ele tem que ser divulgado e explicado àqueles que desconhecem. Não é a toa que existe o Projeto Gospel, que une pessoas que podem colaborar com a criação de um treinamento para as consultoras evangélicas, além de um manual de orientação para venda dos produtos. Segundo Paula Aguiar (Apêndice), algumas pessoas já tentaram criar novas formas de abordagem para os catálogos, no entanto essas tentativas não tiveram resultado positivo. Neste projeto experimental escolhemos a empresa SoftLove para aplicar essa proposta como exemplo, no entanto a idéia é aplicável a qualquer empresa de produtos eróticos que respeite a religião e entenda suas características. O manual que criamos é uma sugestão de linguagem com base nas informações que recolhemos neste estudo, mas para o mercado o trabalho não acaba aqui. Para verificar se essa proposta é viável, ou realizar outras produções, muitas pesquisas e testes ainda devem ser realizados. Esperamos contribuir para aqueles que, assim como nós, interessam-se em desenvolver formas de apresentar os produtos eróticos não só aos evangélicos, mas para todos os públicos. 139


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Referências bibliográficas


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Impressos STEARNS, Peter N. História da sexualidade. Brasil: Contexto, 2010. KELLER, Kevin Lane; KOTLER, Philip. Administração de Marketing. Brasil: Prentice Hall Brasil, 2006 FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I. A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1999 DUARTE, Claudio. Sexualidade sem censura. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2011 AGUIAR, Paula. Sexshop: Guia de Negócios. 1. ed. 2009. PISCITELLI, Adriana; GREGORI, Maria; CARRARA, Sérgio. Sexualidade e Saberes: Convenções e fronteiras. Brasil: Garamond, 2004 SEIXAS, Ana Maria R. Sexualidade feminina: História, cultura,família, personalidade e psicograma. Brasil: Senac, 1998 CONTRERA, Malena Segura; HATTORI, Osvaldo Takaoki. Publicidade e Cia. Brasil: Thomson, 2003 BERINI, Erick; CARVALHO, Fernando; BATISTA, Renato; BONZANINI, Gustavo; ANJOS, Gustavo. Constantine. Trabalho de Conclusão de Curso – Escola Superior de Propaganda e Marketing, 143


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São Paulo, 2011 Informações em meios eletrônicos Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e sensual (ABEME). Disponível em: < www.abeme.com.br> Último acesso: 29/04/2014 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Disponível em:<http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/anvisa/agencia> Último acesso: 04/02/2014

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Beate Uhse AG. Disponível em: < http://www.beate-uhse.ag/> Acessado em: 03/03/2014

GWERCMAN, Sérgio. Superinteressante: Evangélicos, 2004. Disponível em <http://super.abril.com.br/religiao/evangelicos-444350. shtml> Acessado em: 29/04/2014 145


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FACCA, Cláudia. Chocoladesign. Como criar um Painel Semântico ou “Mood Board”?, 2012. Disponível em <http://chocoladesign. com/como-criar-um-painel-semantico-ou-mood-board> Acessado em: 29/04/2014 BALOUSSIER, Anna Virginia. Folha de São Paulo. Especial Sexo. Mercado erótico se adapta para conquistar público evangélico, 2013. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/ saopaulo/2013/09/1334892-mercado-de-produtos-eroticos-se-adaptapara-conquistar-publico-evangelico.shtml> Acessado em: 28/04/2014 ABEME. ABEME inicia estudo para criação de manual gospel para sexshops, 2013. Disponível em: <http://www.abeme.com.br/2013/05/ abeme-inicia-estudo-para-criacao-de-manual-gospel-para-sexshops/> Acessado em: 28/04/2014 CHAGAS, Thiago. Gnotícias, por Gospel+. “Intensivão” de sexo pode ser a solução para casamentos em crise, dizem pastores, 2014. Disponível em: <http://noticias.gospelmais.com.br/intensivao-sexosolucao-casamentos-crise-64143.html> Acessado em: 29/04/2014 MACHADO, Lívia. G1 Notícias. ‘O mercado erótico nasceu em SP’, afirma dono de sex shop no centro, 2013. Disponível em: <http:// g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/01/o-mercado-erotico-nasceu-emsp-afirma-dono-de-sex-shop-no-centro.html> Acessado em: 29/04/2014

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Anexos


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ApĂŞndices


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Questionário Público – Thelma Regina

Apêndice I

1) A religião evangélica realmente impõe muitos limites para a relação sexual, ou há um exagero quando se fala dessas limitações ? O que é proibido? R: Não acho que ela imponha limites o que ocorre que os evangélicos vivem através e um manual que se chama Bíblia Sagrada, onde no mesmo se encontra palavras direcionadas a relacionamento. O mais importante para os evangélicos e viver uma vida consagrada a Cristo usando seus ensinamentos. Para Deus só existe um padrão para o relacionamento sexual que é o casamento, duas carnes se tornarão apenas uma isso são palavras de Adão quando recebeu do Senhor sua auxiliadora Eva. O maior projeto que Deus preparou para o homem foi a formação da família, a relação sexual é para o casamento, para a procriação e para o para o prazer do casal o que não pode acontecer e é extremamente contra a palavra de Deus é impor formar de se relacionar entre si como vemos alguns pastores fazendo, impondo suas práticas e rotulando e discriminando práticas sexuais saudáveis. 2) De acordo com o livro Sexualidade sem censura, do pastor Cláudio Duarte, se feito com amor e para a felicidade do casal, vale inovar e explorar fantasias na cama. Você concorda com isso ? Acredita que o uso dos produtos eróticos possa fortalecer o relacionamento do casal ? R: Sim concordo, ele está correto a Palavra diz que o homem não tem poder sobre seu corpo e sim a mulher e vice versa, um pertence ao outro, mas a o que pode iu não ser feito entre quatro paredes só diz respeito ao casal , cada um sabe seu limite e tudo precisa ser feito por mútuo consentimento, qualquer atitude dentro da relação que desagrade um dos cônjuges esta errada. O produto erótico é uma boa ferramenta para levar ao casal ter mais intimidade, conhecer a si e ao outro de uma forma prazerosa aguçando todos os nossos sentidos. O casamento cristão é para a vida inteira ficar casado 40 anos não é fácil é preciso buscar sempre inovar e o produto erótico mexe exatamente nessa parte. 3) Para o público evangélico qual a categoria de produtos que mais vende ? Quais são os campeões ? R: óleos de massagem, excitantes femininos e masculinos. Os excitantes são lideres. 4) Qual a motivação desse público para a compra dos produtos eróticos ? R: Apesar de não parecer o homem evangélico gosta muito de sexo, claro que muitas evangélicas também, mas elas sempre buscam algo para ajuda-las a sentir mais prazer, ter mais vontade da relação sexual e satisfazer o marido. A mulher cristã sempre estará mais preocupada com o prazer do marido do que com o delas.

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Questionário Público - Thais Plaza

Apêndice I I 1) De acordo com o livro Sexualidade sem censura, do pastor Cláudio Duarte, se feito com amor e para a felicidade do casal, vale inovar e explorar fantasias na cama. Você concorda com isso ? Acredita que o uso dos produtos eróticos possa fortalecer o relacionamento do casal ? Ao se falar de produtos eróticos ou sex shop é normal associar uma carga negativa ou relacionar com prosmiscuidade / sacanagem. Porém trabalhamos para mudar essa imagem e concordamos com o Pastor Claudio Duarte de que é necessário inovar e explorar as fantasias para tirar os relacionamentos da rotina. O amor e o prazer quando caminham juntos torna o casal feliz e ajuda em todo contexto de sua vida, só existem benefícios.

2) Para o público evangélico qual a categoria de produtos que mais vende ? Quais são os campeões ? Para se atender o público evangélico é necessário adaptar o repertório e respeitar sua crença, não adianta querer quebrar tabus religiosos e sim trabalhar com amor, incentivar o toque, a troca de carícias. Produtos para massagem, banho e preliminares são os mais procurados. O grande campeão são os produtos para massagem – Efervescente e Vela. 3) Qual a motivação desse público para a compra dos produtos eróticos ? O público evangélico segue os mandamentos de Deus e praticam a monogamia, portanto prezam muito ter uma vida sadia com seu cônjuge e não deixar a relação cair na rotina. Hoje eles entendem que quando casam e ganham a benção de Deus podem se relacionar sexualmente sem que isso seja pecado, e os produtos entram pra tornar esses momentos mais interessantes.

4) Qual a melhor forma de abordar o tema com esse público ? A melhor forma é através de indicação e marketing boca a boca. Basta dar um bom atendimento para uma evangélica e conquistar sua confiança que ela com certeza irá apresentar um grupo de amigas. Para desvendar as intimidades deste público e conquistar a confiança é necessário ter um repertório delicado e intimista, respeitar o limite do outro e mais que isso buscar maneiras de despertar sensações de prazer nos casais.

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Questionário Público

Apêndice I I I

1) De acordo com o livro Sexualidade sem censura, do pastor Cláudio Duarte, se feito com amor e para a felicidade do casal, vale inovar e explorar fantasias na cama. Você concorda com isso? Acredita que o uso dos produtos eróticos possa fortalecer o relacionamento do casal? Concordo plenamente. Até pouco tempo o objetivo das sexshops de unir casais e ajudar nas relações familiares era obscurecido pela transformação ocorrida nas décadas de 80 e 90, onde os estabelecimentos que comercializam artigos eróticos eram locais onde se buscava a pornografia, o prazer fácil e por vezes dissociado do amor, principalmente por homens, tornando assim inviável a presença de mulheres nestes ambientes. O surgimento no inicio do milênio das boutiques sensuais, ambientes mais claros e propícios a clientela feminina deu inicio a esta revolução e retomada dos negócios pelas mulheres e para as mulheres. Sexualmente falando, a atualidade impõe uma neutralidade no ciclo do prazer do casal, são tantos problemas cotidianos e dificuldades para sobreviver que sair da acomodação e buscar a felicidade sexual (prazer) parece algo muito complicado, mas ao mesmo tempo, necessário para manter o relacionamento sobre bases saudáveis. O uso de produtos eróticos como acessório na relação pode contribuir para movimentar o ciclo do prazer, trazendo um novo elemento excitante, tirando o casal da acomodação e reconectando à intimidade dos primeiros tempos de namoro.

2) Para o público evangélico qual a categoria de produtos que mais vende? Quais são os campeões? Até agora o comércio destes artigos eróticos para evangélicos vem sendo realizados de forma intuitiva, pois ainda não há nenhuma publicação do gênero disponível. Percebemos que normas são necessárias para preservar o

bem-estar

do casal evangélico, além de evitar

situações constrangedoras perante suas crenças, pois nem todos os produtos podem ser apresentados aos casais evangélicos sem verificar determinados fatores ligados aos seus dogmas religiosos. Os produtos que são certamente os mais bem aceitos são os cosméticos em geral, as lingeries sensuais e fantasias femininas e os itens para decoração do ambiente romântico como pétalas de rosas, aromatizadores e velas.

3) Qual a motivação desse público para a compra dos produtos eróticos? A motivação é a mesma. Independente da religião os casais sofrem com o desgaste do relacionamento e o distanciamento que o tempo impõe, assim sendo, depois de alguns anos,

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os casais percebem que a conexão de intimidade que existia e a vontade de se relacionar intimamente já não são as mesmas. A busca por produtos normalmente se inicia na percepção deste desgaste por algum dos cônjuges, normalmente, a mulher.

4) Qual a melhor forma de abordar o tema com esse público? O primeiro contato entre a vendedora e a cliente normalmente envolve algum tipo de confidencia, a cliente sempre acredita estar falando com uma expert em sexualidade e por vezes a coisa não é bem assim. Também temos nossas dificuldades, duvidas ou mesmo problemas a cerca da nossa sexualidade, portanto, deve evitar passar a ideia de que é uma ninfomaníaca ou devassa, pois pode ser bem desagradável e ruim para os negócios, acredito que a melhor postura seja a profissional, de alguém que tem respeito, se atualiza e principalmente que entende muito dos produtos e seus efeitos. Além disto, aceitar as crenças e dogmas religiosos do cliente são fundamentais. Querer modificar crenças, ou mesmo impor opiniões pessoais não é de bem recebido pelos evangélicos, por isto, estudar a sexualidade humana também é fundamental, assim aprenderá que o primeiro passo é não julgar ninguém.

5) Você acredita que uma linguagem romântica que descreva as sensações do amor funcionaria melhor com o público evangélico? Sinceramente, quando ouço chamar as regiões intimas de florzinha, coisinha, pererequinha e etc., me sinto uma idiota ou acho graça, porque é muito infantil isto, não combina com profissionalismo, nem com educação sexual. Por outro lado usar termos chulos é pior ainda, ai me sinto num ambiente de baixo nível. Assim como os sexólogos e educadores sexuais, prefiro os nomes verdadeiros como Vagina, pênis e ânus assim não prestam desserviço a sociedade falando nomes que não existem no dicionário. Até entendo que existam regionalismos, mas ainda assim acredito no que é correto. Quanto ao romantismo, acredito que a vendedora deve achar a comunicação que melhor se adapta com seu publico, as vezes o romantismo não é o que falta, o que falta é a pegada, com respeito é claro. O casal que está há algum tempo juntos não pensa em romantismo, mas em apimentar a relação, então depende mesmo do publico atendido.

6) Vimos em várias reportagens que os consumidores evangélicos são em sua maioria mulheres e gostam de ser tratadas como amigas. Você acredita que essa abordagem mais íntima, transformando a marca em uma amiga seria mais atraente para esse público? Deve-se ter limite sobre o que se fala sem conhecimento de causa, principalmente conselhos sexuais de “amiga”, a melhor opção é indicar a consulta a um especialista medico ou sexólogo, alguns conselhos errados podem prejudicar a vida sexual da cliente para sempre, causando transtornos na sua vida sexual e familiar, todo cuidado é pouco. Ai acaba a amizade.

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Os consumidores evangélicos confiam mais nos seus iguais (irmãos) Acho que ser evangélica, consultora especializada, treinada e atualizada é mais eficaz do que ser amiga intima.

7) O que é o Projeto Gospel ? A ideia é debater junto os empresários, evangélicos e pastores o comercio de artigos eróticos e sensuais. 8) O que você espera do mercado erótico e sensual para o público evangélico daqui pra frente? Cada um de nós do mercado erótico tem uma grande responsabilidade perante a sociedade brasileira e ao setor econômico de atuação, pois nossas ações e passos empresariais repercutem como um lápis a escrever numa folha em branco. A saúde, bem estar, felicidade e união familiar depende de cada atitude que tenhamos diante de nossa clientela. É nossa obrigação oferecer o nosso melhor, coibir vícios, distorções e erros de informação e acima de tudo preservar as famílias, assim estaremos fazendo jus a nosso trabalho e a nós mesmas com dignidade. E dos evangélicos espero que nos respeitem e compreendam que podemos caminhar juntos para a união do casal e consequentemente a felicidade da família sem afetar suas crenças.

9) A mulheres evangélicas realmente buscam pelos produtos ? Você acha que elas acreditam no bem que eles têm para a felicidade e o amor do casal ? Acredito que as evangélicas que conhecem os produtos da forma adequada acreditam e se beneficiam muito com o auto conhecimento e logo percebem a melhoria de seu relacionamento conjugal como um todo. 10) Na cartilha fornecida pela ABEME os gráficos apontam que 34% dos produtos comprados são cosméticos. Os cosméticos hoje ainda são líderes de venda ? Sim, são independentes do publico, os produtos mais vendidos no país.

11) Esse trabalho pretende criar uma nova proposta de catálogo que produtos em que o romantismo e as sensações ficariam mais em evidência, como se fosse um manual entregue de uma amiga para outra contando seus segredinhos e sensações. Como analisa essa abordagem? Merece uma consultoria especializada, pois isto já foi tentado sem sucesso. Ter um conceito não significa que será vendável , existem outros tantos fatores mais importantes que isto para o consumidor evangélico. De qualquer forma desejo sucesso.

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