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www Visite .bra noss silpn o si uma te .org Nº 103 .br OUT/NOV 2008

Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

Aquecimento global ameaça espécies Estudo da UICN aponta pássaros, anfíbios e corais mais vulneráveis

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studo da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) divulgado em seu 4º congresso, promovido em Barcelona (Espanha), em outubro, revela que 35% das espécies dos pássaros, 52% dos anfíbios e 71% dos corais de águas quentes construtores de arrecifes provavelmente ficarãovulneráveis às mudanças climáticas em curso no planeta. O relatório inclusive identifica mais de 90 traços biológicos que, segundo especialistas, tornam essas espécies especialmente suscetíveis aos efeitos do aquecimento global. A título de exemplo, o estudo cita o caso de 3.438 das 9.856 espécies mundiais de pássaros que possuem pelo menos um entre 11 traços biológicos que poderiam tornálas suscetíveis a impactos decorrentes das mudanças climáticas, tais como albatrozes e pingüins. Da mesma forma, 3.217 das 6.222 espécies de anfíbios, como três famílias de salamandras, e 566 das 799 espécies de recifes de corais de águas quentes se encontram mais vulneráveis às mudanças do clima. Espécies de anfíbios, como as que não conseguem se dispersar devido a barreiras como corpos de água muito largos ou habitats degradados por ações humanas, se encontram sob maior risco. Assim como corais mais sensíveis a aumentos na temperatura das águas, sedimentação e danos físicos provocados por tempestades e ciclones. Ações de conservação – Criada na França, em 1948, com sede na Suíça, a UICN reúne mais de 1.000 membros, representando cerca de 80 governos e 800 ONGs de várias partes do mundo, e aproximadamente 10 mil cientistas voluntários. Segundo os organizadores do 4º. congresso da entidade, somente a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, promovida pelo Pnuma em Johannesburgo (África do Sul), em 2002, havia reunido mais participantes. Ao divulgar o estudo, que forma um dos capítulos de sua tradicional publicação Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, Wendy Foden, do Programa de Espécies da UICN, afirmou ter sido a primeira vez que se fez uma avaliação sistemática das espécies mundiais suscetíveis a impactos decorrentes do aquecimento global.

Arquivo Pnuma

Algumas espécies de pingüins poderão sofrer com as mudanças climáticas

Com o estudo divulgado em Barcelona, a IUCN pretende estimular ações de conservação preventivas e também mais eficazes ao redor do planeta. “A mudança climática já está acontecendo, mas os responsáveis por decisões de conservação têm pequena orientação sobre quais espécies serão as mais afetadas”, afirma Foden. Os impactos decorrentes do aumento do aquecimento global podem causar um abrupto aumento do risco e da taxa de extinção das espécies ameaçadas. Assim, com o estudo, a IUCN também alerta para as espécies que ainda não se encontram ameaçadas de extinção, mas que podem entrar na lista vermelha caso os impactos do aquecimento global se intensifiquem.


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