www Visite .bra noss silpn o si u ma t e .org .b r Nº 135
I N S T I T U T O
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Brasil Pnuma
FEV/MAR 2014
Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Aumenta degradação dos solos no planeta
Uso insustentável da terra pode provocar deterioração igual à area do Brasil até 2050
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Arquivo Pnuma
studo divulgando pelo metas para o desenvolvimento Pnuma em janeiro, no Fórum sustentável pós-2015”. Econômico Mundial, em Davos Os especialistas alertam que o (Suíça), faz um alerta: o planeta crescimento da renda e da urbapode chegar a ter 849 milhões de nização está alterando a maneira hectares degradados até 2050 – das pessoas consumirem alimenuma área equivalente ao território tos. Mas, por outro lado, existem brasileiro – se forem mantidos os poucas políticas públicas voltadas atuais padrões insustentáveis de para estimular hábitos responsáveis uso da terra. de consumo. Segundo o relatório Assessing Para piorar esse cenário, com Global Land Use: Balancing Cona população do mundo em crescisumption with Sustainable Supply, mento e migrando cada vez mais a necessidade de se produzir alipara áreas urbanas, projeta-se que, mentos para a população mundial em 2050, 5% das terras do mundo em crescimento levou até agora – cerca de 15 bilhões de hectares a agricultura a ocupar 30% das – estarão ocupadas por cidades. terras do planeta, levando à degraLevando-se em conta o atual ritmo, dação e perda de biodiversidade as terras cultiváveis deverão ocupar, de 23% dos solos. no mesmo ano, de 120 milhões a Produzido pelo painel Interna500 milhões de hectares. tional Resource Panel (IRP), com Para alterar esse cenário nada a participação de 27 cientistas, animador, o Pnuma sustenta que 33 representantes de governos e O aumento da produção de alimentos sem até 319 milhões de hectares podeoutros grupos, o estudo registra cuidados especias ja levou à degradação e rão ser preservados, até 2050, se que, entre 1961 e 2007, as terras perda de biodiversidade de 23% das terras algumas medidas forem seguidas cultiváveis foram expandidas em pelos países, tais como: 11%; índice que continua a crescer. “As conclusões do IRP mostram um declínio acentuInvestimento na recuperação de solos degradados; ado nos ecossistemas terrestres nas últimas décadas. Melhoria nas técnicas de manejo e planejamento do Florestas e outros biomas foram convertidos em terras uso da terra para minimizar a expansão; para cultivo a um custo que não é sustentável. Como Intensificar as práticas de proteção ambiental na a terra é um recurso limitado, precisamos nos tornar agricultura, de forma ecológica e socialmente aceitável; mais eficientes na forma de produzir e consumir”, afirma Monitorar o uso global da terra e o consumo de o subsecretário-geral da ONU e diretor-executivo do produtos da agricultura para permitir comparações e gerar Pnuma, Achim Steiner. subsídios para políticas setoriais; Consumo e produção sustentáveis – O estudo Reduzir a perda e o desperdício de alimentos; reforça a necessidade de se equilibrar o consumo Reduzir subsídios para plantações para produção com uma produção sustentável. Para Steiner, as de combustíveis. recomendações do relatório são um alerta para os líderes mundiais sobre a importância de lidarem com O relatório Assessing Global Land Use: Balancing o tema, contribuindo inclusive para “as discussões Consumption with Sustainable Supply pode ser acessado sobre o uso sustentável de recursos, incluindo novas no setor de publicações de www.unep.org.
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Em nossa capa, destacamos relatório do Pnuma que revela o aumento acentuado da degradação dos solos do planeta, que pode atingir índices alarmantes em 2050 se não mudarmos nosso padrão de uso insustentável das terras. Aqui ao lado, falamos do importante convênio assinado pela Firjan com o Pnuma para promover uma gestão adequada dos processos produtivos e de comercialização das pequenas e médias empresas fluminenses que produzem ou manipulam substâncias químicas perigosas. Reportagem da página 3 divulga pesquisa lançada pelo Pnuma para contribuir para a moldagem de um novo sistema financeiro global, focado no apoio à transição dos países para a economia verde. Em seu artigo, o presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Antenor Barros Leal, analisa a difícil situação do meio ambiente em países em desenvolvimento, em especial o Brasil, fazendo uma crítica à maneira como alguns políticos agem para, supostamente, resolver os problemas ambientais. Em nossa contracapa, fechamos esta edição divulgando o trabalho do Instituto Baraeté, que completou quatro anos em 2013 promovendo parcerias em vários setores para incentivar ações de sustentabilidade. Para 2014, a ONG está captando recursos para a produção de um jogo de tabuleiro gigante que visa a estimular a adoção de comportamentos sustentáveis.
Um abraço e até o próximo
Haroldo Mattos de Lemos Presidente
Produção química responsável
Pnuma ensina gestão segura a pequenas e médias empresas do Rio As pequenas e médias empresas no Estado do Rio de Janeiro que produzem ou manipulam substâncias químicas perigosas têm agora à disposição o programa de produção responsável do Pnuma Responsible Production. O convênio com o órgão ambiental da ONU foi proposto pelo Centro de Tecnologia Senai (CTS Ambiental) da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). “O programa é um ícone para a gestão dos perigos químicos nas pequenas e médias empresas, propondo uma melhoria sistemática e contínua na segurança química ao longo da cadeia de valor”, afirma a chefe do setor de Tecnologias Limpas do CTS Ambiental, Ana Maria E. Oestreich. “Para tanto, emprega ferramentas e material técnico para ajudar as pequenas e médias empresas a compreender o perigo, controlar a exposição química, reduzir os riscos de acidentes, estabelecer o controle na manipulação de produtos e desenvolver ações que promovam a participação das partes interessadas na prevenção e mitigação de acidentes.” Para o Pnuma, a gestão integral de produtos químicos perigosos é um aspecto crucial em qualquer estratégia de desenvolvimento sustentável. No entanto, para as empresas de menor porte, o atendimento de vários requisitos de segurança química acaba se tornando extremamente complexo.
Por isso, a importância do programa Responsible Production, que incorpora as melhores práticas do Responsible Care, difundido na indústria química nacional pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O programa do Pnuma é a versão do Responsible Care para pequenas e médias empresas já implementada em vários países da América Latina, Europa e Ásia. Para a Abiquim, a gestão responsável dos produtos químicos não é um custo, mas uma condição para se fazer negócios em âmbito mundial e um dos caminhos para a sustentabilidade. Como segurança química envolve a proteção ambiental e a saúde do trabalhador, o programa está sendo apoiado pelo Senai e pelo Sesi em âmbito nacional. As empresas interessadas podem procurar o setor de Tecnologias Limpas do CTS Ambiental, pelo telefone (21) 3978-6137 ou pelo email aoestreich@firjan.org.br. Divulgação
EDITORIAL
O programa Responsible Production já foi implementado em empresas da América Latina, Europa e Ásia
Presidente: Haroldo Mattos de Lemos Diretor Jurídico: Oscar Graça Couto Diretor Admi-
mercial do Rio de Janeiro), Ricardo Boechat (diretor de jornalismo da Band Rio), Roberto Klabin
nistrativo: Roberto Carrilho Padula Diretor Técnico: Nélio Paes de Barros Jornalista Res-
(presidente da SOS Mata Atlântica, SP), Roberto Messias Franco (ex-presidente do Ibama)
ponsável: Ronie Lima (MTb 15.415/RJ) Referências Bibliográficas: Zilda Rodrigues de Souza
Conselho Fiscal: Joper Padrão do Espirito Santo, Telma de Avellar Guimarães, Vicente Hermo-
Arte e Diagramação: Eliana Mac Dowell Impressão: Corbã Conselho Consultivo: Adolpho
gerio Schmall (titulares), João Alfredo Noronha Viegas, Saint Clair Zugno Giacobbo (suplentes).
de Marinho Pontes (ex-deputado federal do Estado do Ceará), Aloisio Ferreira de Souza (expresidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Abes, AL), Cândido Mendes de Almeida (diretor geral da Faculdade Cândido Mendes/RJ), Carlos Henrique de
Publicação bimestral. Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. INSTITUTO
Abreu Mendes (ex-secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro), Carlos Minc (secretário de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro), Henrique Brandão Cavalcanti (ex-ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal), Jean C. L. Dubois (presidente do Instituto Rede Brasileira Agroflorestal/Rebraf,RJ), João Augusto Fortes (presidente da Sociedade Civil Pró-Rio), Joaquim Falcão (ex-secretário-geral da Fundação Roberto Marinho), José Mário de Oliveira Ramos (ex-vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/ Firjan), Márcio Nogueira Barbosa (vice-diretor executivo da Unesco), Paulo Nogueira Neto (ex-secretário especial do Meio Ambiente), Paulo Protásio (ex-presidente da Associação Co-
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BRASIL PNUMA
O interessado em tornar-se sócio do Instituto BRASIL PNUMA e receber este informativo deve fazer contato pelo nosso telefone ou pelo email.
www.brasilpnuma.org.br COMITÊ BRASILEIRO DO PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASIL PNUMA Av. Treze de Maio 13, sala 1.315 – Centro CEP 20.031-901 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Telefax: (21) 2262-7546 CGC: 40.200.230/0001-19 brasilpnuma@gmail.com
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Financiando a transição do planeta para a economia verde
Pesquisa levantará dados para levar setor financeiro a apoiar mundo de baixo carbono
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Pnuma lançou pesquisa de 18 meses – prevista para terminar em meados de 2015 – com o objetivo de promover ações para possibilitar o sistema financeiro a apoiar a transição do planeta para a chamada economia verde, tendo como base políticas inovadoras e as melhores práticas dos países no setor. Com a proposta geral de contribuir para se desenhar um sistema financeiro sustentável, a pesquisa pretende contribuir para engajar, informar e guiar os elaboradores de políticas e atores do mercado financeiro, entre outros, para estimular o sistema financeiro global a invistir cada vez mais em iniciativas de transição para a economia verde. A pesquisa amplia o trabalho do Pnuma sobre economia verde valendo-se do comprometimento e da profusão do trabalho prático de 200 especialistas da Iniciativa Financeira do Pnuma (UNEPFI). Ao longo da pesquisa, serão mapeadas as melhores práticas do setor e alinhavados conjuntamente princípios e arcabouços de negócios, catalisando novos pensamentos no setor e, finalmente, dispondo séries de opções para se chegar a um sistema financeiro sustentável. fevereiro/março 2014 – Nº 135
A inciativa pretende ainda engajar os especialistas em finanças globais e pesquisadores na tarefa, assim como relatar as iniciativas no setor no sistema da ONU e em outros organismos. Participantes do Fórum Econômico Mundial, em Davos, estimaram que, globalmente, serão necessários investimentos anuais de US$ 6 trilhões em infraestrutura para que, até 2030, possamos estar vivendo sob parâmetros de uma economia
de baixo carbono. Deste montante anual, aproximadamente US$ 1 trilhão seriam investimentos em iniciativas além da economia tradicional. Para os especialistas, esses números mostram que quando os investimentos são focados em setores-chave da economia verde, eles podem produzir benefícios múltiplos para a economia, o meio ambiente e a sociedade. Mais informações sobre a pesquisa em www.unep.org/greeneconomy/ financialinquiry/.
Novo site promove sustentabilidade
Para ajudar a acelerar as ações rumo à economia verde, uma nova plataforma na web foi lançada em janeiro, pela recém-criada Green Growth Knowledge Platform (GGKP), sediada em Genebra (Suíça), para o compartilhamento de informações mundiais sobre o tema. O novo site disponibiliza uma grande biblioteca eletrônica aberta a pesquisas com mais de 600 artigos técnicos e políticos, assim como painéis com dados e políticas para 193 países que transcendem a divisão tradicional entre economia e meio ambiente. Com apoio do Pnuma e do Banco Mundial, entre outros parceiros, o GGKP foi fundado a partir de um consórcio diversificado de instituições líderes e de organizações que trabalham em áreas relacionadas ao chamado crescimento verde e à economia verde. O site lançado é uma resposta à crescente demanda tanto de elaboradores de políticas quanto do público em geral por informações sobre maneiras de se alcançar um crescimento econômico sustentável. Mais informações em www.greengrowthknowledge.org.
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Meio ambiente, A
grande viagem destinada à salvação da humanidade, empreendida pelas organizações entre as quais se destaca a atividade do Pnuma, tem enfrentado entraves, problemas e impasses de difícil travessia. Compreensíveis, até certo ponto, as reações têm se caracterizado por descrer dos resultados, estudos e pesquisas realizados, quando, principalmente, suas conclusões vêm de encontro aos planos ou interesses de pessoas ou companhias. A insuportável cadeia de agentes poluidores da água, do ar, do subsolo representa, às vezes, somas enormes investidas em atividades produtivas que, na maior parte das vezes, não foram avaliadas quanto a sua potencialidade de trazer males para a natureza. Sempre defendo que a atitude poluidora do homem não destruirá a natureza, o planeta, a terra. Mas sem dúvida retirará, em pouco tempo, as condições mínimas de habitabilidade humana. Os relatos são dramáticos e surpreendem pela grandeza de seus números, e, o que mais preocupa, com a sua enorme carga científica qualificando suas previsões e informações. Prover as condições básicas de saneamento à sociedade, dos mais influentes aos mais abandonados, traduzidas em água limpa e esgotos, é providência que parece, nos países em desenvolvimento, ser do desagrado dos governantes. Uma ponte se vê de longe, um esgoto, nem de perto. Nada nos separa mais de um país desenvolvido do que o conjunto educação e saúde, sendo o primeiro dotado de excepcional capacidade de cobrança, fato que não se coaduna com administradores públicos mais preocupados com seus bolsos do que com os bolsões de miséria. Os desafios da convivência entre os interesses econômicos, vis a vis, empregos gerados, riquezas transacionadas, crescimento social e as metas de segurança para o futuro da humanidade, precisam de análise cuidadosa e paralela. Não se pode tratar de assunto tão grave sem ouvir, levar em consideração, pesar prós e contras, dos lados envolvidos para que os resultados possam beneficiar as populações.
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Raul Moreira
Antenor
Antenor Barros Leal: 'Nada nos separa mais de um país desenvolvido do que o conjunto educação e saúde, sendo o primeiro dotado de excepcional capacidade de cobrança'
A exploração de shale gás/óleo nos Estados Unidos deflagrou no mundo inteiro reações de aspectos os mais diversos. Todos os países passaram a procurar, com ansiedade, suas rochas subterrâneas com esperança de encontrar riquezas tão importantes. Já, por outro modo de observar, os defensores da habitalidade humana passaram a avaliar os males que tais investimentos possam trazer para todos. A potencialidade de poluir e sua medição de impactos possíveis (sem nunca esquecer o Golfo do México e o custo assumido pela BP) são fundamentais nos dias de hoje, quando, tanto os mares como os solos estão sendo perfurados em velocidade nunca vista e com resultados financeiros extraordinários; pois quanto mais resultado for apurado, mais furos serão feitos. A educação como caminho para a redenção dos países é item inquestionável e, seguramente, não faz parte das obrigações primárias de grande quantidade de nações que trafegam no atraso e nas trevas para servir às elites encasteladas nos tronos revestidos de ouro, às vezes, tinto de sangue. fevereiro/março 2014 – Nº 135
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saúde e futuro
rros leal
A continuação de problemas de secas, por exemplo, em regiões brasileiras com quantidade de chuvas que bastariam às necessidades das populações, se tratada com visão de resguardo e cuidado, traduz, de certa maneira, o descaso relativo a providências com grande impacto no futuro. Quanta água no nordeste brasileiro vai para os mares? Por que não se constrói uma sequência de barragens que segurem o líquido precioso para servir à sede, à agricultura e ao progresso? Por que a transposição do São Francisco se transformou em projeto inacabado, mas consumidor até agora de milhões de reais? A quem interessa a manutenção de um status quo com séculos de existência? A quem poderia interessar senão àqueles que, fingindo ajudar, apenas se locupletam com a miséria de tantos? É muito interessante que em artigo que trata de poluição, de meio ambiente, de salvação do planeta para os humanos, se resvale, com tanta facilidade, para problemas sóciopolíticos. Será que as respostas estão aí? Será que o mundo reagirá mais firme contra o que parece inexpugnável: a destruição do meio ambiente. O binômio água limpa e esgoto, somado à educação, é a única e possível fórmula de crescimento de um país. O número de crianças doentes, significando adultos sem saúde, tem aumentado numa proporção alarmante nos países pobres e em desenvolvimento. Precisamos, com urgência patriótica, cuidar para que, por parecer simples, mas lógico e inadiável, deixe de ser tão relegado a terceiro nível de importância. Quais os valores envolvidos no tratamento de doenças oriundas da falta de condições sanitárias básicas? Seria preciso fazer esta avaliação para que os poderes públicos deixassem de trocar os votos conseguidos por obras arquitetonicamente reluzentes, mas socialmente inaceitáveis, por apoios conseguidos pela redução da mortalidade infantil, por números de adultos saudáveis e participantes do progresso de cada país. É, por todos os aspectos, lamentável a falta de consciência ambiental ainda dominante nas populações. A falta deste conhecimento implica na redução de cobrança social de bem tão importante fevereiro/março 2014 – Nº 135
que, por ser vociferado por poucos, passa despercebido das maiorias. Há pouco tempo, depois de ouvir um discurso de um prefeito da Baixada Fluminense, dando conta de sua administração de grandes resultados, perguntei sobre a situação de investimento em condições sanitárias básicas. A resposta, lacônica, foi: “Lamentável, apenas quarenta por cento das habitações dispõem de água e esgoto”. E ainda achava ter sido um bom prefeito. Finalmente, para uma análise quase tristonha de um país que não cuida, como deveria, de preparar as bases para um verdadeiro desenvolvimento, não vejo qualquer condição de crescimento consistente e duradouro sem um projeto definitivo de cunho socioeconômico que vise fundamentalmente a três aspectos principais: 1 - infra estrututura, compreendida como portos, aeroportos, estradas, vias fluviais navegáveis sendo incorporadas aos meios de transporte; 2 - cobertura de cem por cento das residências com esgoto tratado e fornecimento de água limpa; e 3 - educação universalizada de verdade. Falo finalmente do Brasil, onde cada ministro da Educação que assume se refere aos vergonhosos milhões de analfabetos que ainda temos (somados àqueles que se dizem capazes de ler alguma coisa, mas inábeis para entender o que leram), onde não existe um responsável direto pela implantação de índices sanitários e ambientais desenvolvidos (quem é? O ministro da Saúde, o das Cidades, o da Educação, o do Meio Ambiente? Vai ver que é o da Justiça). Vergonhosamente, dados da Unicef informam que morre uma criança a cada 15 segundos por falta de saneamento básico; leia-se água limpa e esgoto tratado. Espero que o Brasil, em pouco tempo, deixe de colaborar para dados tão lamentáveis. A universalização da saúde é um passo definitivo para a instalação de uma democracia da qual vamos nos orgulhar.
Antenor Barros Leal é presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro
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Parte das publicações, periódicos e DVDs recebidos pela biblioteca ALMEIDA JUNIOR, João Theotonio Mendes de. A regulação da água: o papel da Agência Nacional de Águas. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2013. Associação Comercial do Rio de Janeiro. Mauá: o maior empresário brasileiro de todos os tempos. Rio de Janeiro: A Associação, 2013.
de Janeiro, v.72, n.1414, set./dez. 2013. p. 78-9. RANDERS, Jorzen. 2052: a global forecast for the next forty years. [Vermount]: Chelsea Green, 2012. REVISTA DAE. São Paulo: Siemens, n.194, jan./abr. 2014.
FACTO. Rio de Janeiro: Abifiba, v.7, n.38, out./dez. 2013.
REVISTA DO EMPRESÁRIO. Rio de Janeiro: ACRJ, v.72, n.1414.
FORTES, João Augusto. A importância e o valor das comunidades indígenas e tradicionais para a preservação da Floresta Amazônica. Rio de Janeiro: UFRJ/ Pnuma, 2013. Monografia apresentada na Pós-Graduação em Gestão Ambiental para obtenção da especialidade em Gestão Ambiental.
REVISTA DO SENAC. Rio de Janeiro: Senac, v.64, n.719, set./out. 2013.
ISO FOCUS. Genebra: ISO, v.3, n.10, nov./dez. 2012; n.102, jan./fev. 2014. LEMOS, Haroldo de Mattos. Encontro Elite. Revista do Empresário, Rio de Janeiro, v.72, n.1414, set./dez. 2013. p. 150-2. ______. Empresa verde: uma questão de sobrevivência. Revista do Empresário, Rio de Janeiro, v.72, n.1414, set./dez. 2013. p. 144-8. ______. Licenciamento ambiental. Revis-ta do Empresário, Rio de Janeiro, v.72, n.1414, set./dez. 2013. p.8-9. ______. Reservatório da Praça da Bandeira: CE meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Revista do Empresário, Rio
RODRIGUES, Fabiana Cristina. Uso de agrotóxicos: impacto na saúde pública e no meio ambiente, e o uso da agricultura orgânica como uma alternativa para o uso de pesticidas. Rio de Janeiro: UFRJ/ Pnuma, 2013. Monografia apresentada na Pós-Graduação em Gestão Ambiental para obtenção da especialidade em Gestão Ambiental. SANEAR: a revista do saneamento. Brasília, DF, v.6, n.23, jan. 2014 SÚMULA AMBIENTAL. Rio de Janeiro: Firjan, v.17, n.201; n.202. URBAN DNA. Munique: Siemens, v.3, dez. 2013. ZARRO, Maria Luiza Tostes. Transformação das questões ambientais através do ato pedagógico. Rio de Janeiro: UFRJ/ Pnuma, 2013. Monografia apresentada na Pós-Graduação em Gestão Ambiental para obtenção da especialidade em Gestão Ambiental.
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AGENDA
2º World Forests Summit – Em 20 de março, em Estocolmo (Suécia). Realização: European Comission, World Agroforestry Centre e UM-REDD programme. Informações pelo email emeaevents@economist.com. 2014 World Bank Conference on Land and Poverty – De 31 de março a 3 de abril, em Washington D.C. (Estados Unidos). Realização: Banco Mundial. Informações pelo email landconference@worldbank.org.
20ª Conferência das Partes da Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-20) – De 1º a 12 de dezembro, em Lima (Peru). Realização: ONU. Informações em www.unfccc.org.
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Dia Mundial da Vida Selvagem A 68ª Sessão da Assembléia-Geral das Nações Unidas, realizada em dezembro passado, decidiu proclamar 3 de março como o Dia Mundial da Vida Selvagem, promovendo assim, anualmente, uma mobilização internacional para chamar a atenção dos países sobre a importância de se preservar a flora e a fauna selvagens. O dia 3 de março marca a adoção da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagens (CITES; na sigla em ingles). Em sua resolução, a ONU reafirmou o intrínsico valor da vida selvagem e de suas várias contribuições, incluindo questões ecológicas, genéticas, sociais, econômicas, científicas, educacionais, culturais, recreativas e estéticas para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar humano, além de reconhecer o importante papel da CITES para assegurar que o comércio internacional não ameace a sobrevivência das espécies. O Secretariado da CITES criou um perfil no Facebook dedicado ao Dia Mundial da Vida Selvagem, para a troca de informações e histórias relacionadas à nova data comemorativa. O perfil pode ser seguido em www.facebook.com/ WorldWildlifeDay. fevereiro/março 2014 – Nº 135
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Campanha contra desperdício de alimentos em português O site da campanha mundial do Pnuma para a conservação dos alimentos Think. Eat. Save – Reduce your Foodprint tem agora versão em português. A página da campanha Pensar. Comer. Conservar – Diga não ao Desperdicio pode ser acessada em www.thinkeatsave.org/po. O português é o único idioma não oficial da ONU para o qual o site foi vertido. Na nova página, são sugeridas dicas para reduzir o desperdício, oferecido material da campanha para download e reunidas notícias relevantes sobre o tema no Brasil e no mundo, além de diversas outras informações.
Organizado pelo Pnuma, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e por parceiros globais, a campanha convoca consumidores, comerciantes e produtores a tomar atitudes contra o desperdício de comida. Atualmente, cerca de 1/3 dos alimentos produzidos no planeta acaba não sendo consumido, gerando graves problemas econômicos, sociais e ambientais.
Turismo Verde na Copa do Mundo O ministro do Turismo, Gaston Vieira, assinou em fevereiro memorando de intenção formalizando parceria com o Pnuma para incentivar o uso sustentável de recursos naturais no turismo. As práticas sustentáveis serão disseminadas pela campanha Passaporte Verde, que promove o consumo responsável e o uso racional de recursos naturais nos destinos turísticos. O memorando marca a inclusão do Ministério do Turismo no acordo de cooperação assinado em 2011 pelos ministérios do Esporte e
do Meio Ambiente com o Pnuma. O Ministério do Turismo também pretende aproveitar a projeção da Copa do Mundo para disseminar as boas práticas de turismo sustentável entre o público que acompanhará o evento internacional no Brasil. Na primeira fase da campanha, o ministério vai usar o registro oficial dos provedores de serviços turísticos para convidar a participar da campanha empresários dos setores de alimentação, transporte, agências de viagem e parques temáticos, entre outros.
Contra a caça de elefantes
Arquivo Pnuma
Seis toneladas de marfim confiscado na China foram destruídas em evento público, em janeiro, pelas autoridades do país como parte dos esforços para combater o comércio ilegal de presas de elefantes. Segundo a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora (CITES; na sigla em ingles), a caça ilegal de elefantes na África pode levar à extinção da espécie se as taxas atuais de matança continuarem.
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A ONU estima que, apenas em 2011, mais de 17 mil elefantes foram mortos ilegalmente em regiões monitoradas por autoridades. Mas a situação real de mortes de elefantes dever ser muito maior. Produzido pelo Pnuma, CITES, União Internacional pela Conservação da Natureza e a rede de monitoramento do comércio da vida selvagem Wildlife Trade Monitoring Network, o relatório Elephants in the Dust sustenta que o comércio ilegal de marfim triplicou desde 1998. O estudo pode ser baixado em www.grida.no/publications/rr/ elephants/.
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Nova plataforma de dados ambientais
O Pnuma lançou em janeiro sua nova plataforma na web – o Unep Live – com o objetivo de reunir, processar e compartilhar globalmente o que há de mais avançado em termos de ciência e pesquisa ambientais. O Unep Live está disponível em www.unep.org/uneplive. Para o Pnuma, existem dados representativos em várias áreas ambientais. No entanto, essas informações precisam ser transformadas em decisões políticas e socioambientais que possam contribuir para que o mundo faça a transição para uma economia verde inclusiva. O portal Unep Live pretende preencher lacunas existentes entre os provedores de informações relevantes em diversas áreas ambientais e os consumidores em geral, dando condições para que seus usuários tenham acesso a dados do Pnuma, de fontes nacionais e regionais e de outros provedores de conhecimentos e informações de interesse, através de aplicativos variados e ferramentas de multimídias e de publicações digitais.
Campeões da Terra
O Pnuma recebe até 14 de março indicações para a edição 2014 do prêmio Champions of the Earth, que é o principal reconhecimento da ONU na área de meio ambiente, ao homenagear anualmente visionários da sustentabilidade que inspiram ações transformadoras. Para fazer a indicação de um Campeão da Terra, acesse www.unep.org/ champions/nomination. O prêmio é distribuído em quatro categorias: Política e Liderança; Ciência e Inovação; Visão Empreendedora; e Inspiração e Ação. Para 2014, o Pnuma incentiva a indicação de pessoas que deram uma contribuição substancial no campo das mudanças climáticas, na expectativa da definição de um novo acordo global em 2015; a ser adotado em 2020. A candidatura de mulheres e jovens também é encorajada.
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Jogos incentivam consciência ambiental
Instituto Baraeté completa quatro anos promovendo comportamentos sustentáveis
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para todas as idades e busca trazer um espelho da realidade, ao mesmo tempo que provoca a reflexão, informando os impactos de cada ação escolhida e trazendo conceitos básicos abstratos da sustentabilidade para a aplicação no dia a dia”, afirma a analista de projetos do Instituto Baraeté, Graziela Urban. O Trilha Consciente segue a tradição de outros dois sucessos do Baraeté: o Jogão do Planeta I e II, lançados nas primeiras edições da Virada Sustentável, grande evento anual que, desde 2011, reúne centenas de atrações culturais e lúdicas com temas que vão desde o consumo consciente, mobilidade, meio ambiente e outros ligados à sustentabilidade. Criado como um jogo de tabuleiro de chão, o Jogão do Planeta ensina o consumo consciente, o pensar coletivo e conceitos básicos da sustentabilidade como o triple bottom line (aspectos econômico, ambiental e social), de um jeito simples e divertido. “Os jogos de tabuleiro gigante do Instituto Baraeté são instrumentos de mobilização e conscientização que usam o lúdico para tocar as pessoas, facilitando a incorporação de pequenas mudanças no seu dia a dia, e podem ser aplicados tanto em grandes eventos, abertos ao público em geral, como em empresas, servindo para integrar grupos ou setores em torno das questões transversais da sustentabilidade”, afirma Graziela Urban. Para saber mais sobre o Instituto Baraeté e suas atividades, acesse www.institutobaraete.org ou www. facebook.com/baraete. Para contato sobre os jogos, envie email para baraete@institutobaraete.org.
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rganização não governamental socioambiental sediada em São Paulo que atua na mobilização para sustentabilidade através de parcerias entre diferentes setores, o Instituto Baraeté completou quatro anos de atuação em 2013 com a promoção de diversas oficinas, eventos e projetos. Além disso, planejou diversas novidades para 2014, como a captação de recursos para a produção de um novo jogo de tabuleiro gigante – o Trilha Consciente – com a temática da conscientização para sustentabilidade. Neste jogo, o tabuleiro de chão terá uma trilha percorrendo locais de uma comunidade, como padaria, farmácia e feira-livre. Divididos em grupos, os jogadores escolherão, no início da partida, qual meio de transporte utilizarão: bicicleta, transporte público ou carro. Dados gigantes serão então jogados de acordo com a escolha do transporte. Cada time receberá cartas de ações não sustentáveis a serem realizadas nos locais visitados. O objetivo é fazer o maior número de pontos nos locais, com ações de menor impacto ambiental possível. Para isso, os participantes poderão escolher "parar em locais alternativos", como centros comunitários, ONGs, escolas e prefeitura, onde terão a chance de trocar uma "carta de ação não sustentável" por uma de "ação sustentável", simbolizando assim a conscientização. Reflexão ecológica – “O jogo conta com cartas de ‘efeito surpresa’ que darão maior dinamismo e imprevisibilidade à atividade, exigindo colaboração, flexibilidade e estratégia dos participantes. Essa atividade é voltada
Promovidos pela ONG sediada em São Paulo, em grandes eventos públicos ou dentro de empresas, jogos de tabuleiro gigante incentivam, de forma lúdica, a adoção de novos comportamentos das pessoas em prol de um planeta mais sustentável e verde
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