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I N S T I T U T O
PNUMA
Brasil Pnuma
AGO/SET 2014
Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Bangladesh enfrenta mudança climática P
rimeiro país do mundo a ser objeto de campanha humanitária internacional de combate à fome – lançada pelo ex-Beatle George Harrison em 1971, no Concerto para Bangladesh, em Nova York –, Bangladesh se tornou uma das nações líderes em estratégias de adaptação às mudanças climáticas. Ações que já custam anualmente US$ 1 bilhão; equivalentes a 6 a 7% do orçamento governamental. Um dos países mais pobres do mundo e um dos mais populosos, com 140 milhões de habitantes, Bangladesh é considerada uma das nações mais vulneráveis aos impactos do aumento do aquecimento global. Nos últimos anos, o país asiático vem sofrendo com a intensificação de eventos climáticos extremos que já faziam parte de sua história, como ciclones, enchentes e secas. Bangladesh passou então a investir pesado em medidas mitigadoras. E para calcular exatamente o quanto o dinheiro dos impostos dos seus cidadãos vem sendo absorvido no enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas, o Ministério das Finanças do país passou a trabalhar com o Pnuma e o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP; na sigla em inglês) para elaborar um abrangente sistema de contabilidade sobre essas iniciativas. Conta salgada – O governo descobriu então que o preço pago é salgado. E mais alarmante ainda, descobriu que o gasto anual em ações mitigadoras já representa quase 1/5 dos US$ 5,7 bilhões anuais que o Banco Mundial estima que Bangladesh tenha que investir no setor por volta de 2050. E mais: ao contrário da suposição popular, o estudo revelou que é o governo – e não os doadores internacionais – que está pagando a maior parte da conta. Enquanto 3/4 do dinheiro gasto vêm diretamente do governo, apenas 1/4 é de doações estrangeiras.
Divulgação
País é exemplo de ações de adaptação, que já custam US$ 1 bilhão por ano
Palco de campanha contra a fome liderada por ex-Beatle e um dos países mais pobres do mundo, Bangladesh está investindo pesado contra efeitos do aquecimento global, como cheias mais intensas O mais cruel, para especialistas, é saber que embora o governo e a população de Bangladesh, com seus impostos, tenham que pagar pela escalada dos custos de ações de adaptação às mudanças climáticas, o país é uma das nações com menos culpa pelo agravamento do aquecimento global. O cidadão médio europeu, por exemplo, emite em 11 dias a mesma quantidade de carbono que um habitante médio de Bangladesh emite em um ano. Os resultados do estudo provocaram uma reviravolta no país, com o combate aos efeitos do aquecimento global passando a ser prioridade do governo como um todo, e não apenas dos ministérios da Finança e do Meio Ambiente. E sendo ator importante na cena internacional de combate ao aquecimento global – como um dos líderes das demandas de outros países mais pobres que também enfrentam o recrudescimento dos eventos climáticos extremos –, espera-se que os resultados do estudo levem Bangladesh e ter posição mais forte nas mesas de negociações, para a obtenção de fundos necessários para preencher as lacunas de desenvolvimento criadas pelo aquecimento global.
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