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www Visite .bra noss silpn o si uma te .org Nºº 114 .br AGO/SET 2010

Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

Uma década contra a desertificação Documento da ONU propõe ações internacionais para combater drama ambiental

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Ecossistemas importantes – Em ara sensibilizar e estimular ações 2007, a Assembléia-Geral das Nainternacionais, ao longo de 11 anos, por mais proteção e melhor manejo das ções Unidas declarou 2010-2020 como a Década da ONU para os Desertos e terras secas – onde vive 1/3 da populaa Luta Contra a Desertificação, envolção mundial, enfrentando sérias ameavendo cinco de suas agências para ças econômicas e ambientais –, a ONU lançou em agosto, em Fortaleza (CE), liderar as atividades previstas, como o Pnuma e o Pnud (Programa das Nana Segunda Conferência Internacional: ções Unidas para o Desenvolvimento). Clima, Sustentabilidade e DesenvolviAlguns números positivos e negatimento em Regiões Semiáridas, o documento/campanha Década para os Devos falam por si sobre a importância de se enfrentar com urgência essa sertos e a Luta contra a Desertificação questão: (2010-2020). A desertificação já atinge 25% das 2.1 bilhões de pessoas – cerca de Em nível global, a desertificação – áreas terrestres do planeta, ameaçando 1/3 da população mundial – habitam degradação do solo em zonas áridas – a vida de um bilhão de pessoas os desertos e terras secas do mundo; afeta 3,6 bilhões de hectares – equivalente a 25% das áreas terrestres –, ameaçando a subsis90% dessa população vive em países em desenvolvitência de mais de um bilhão de pessoas em cerca de 100 mento; países. Para enfrentar esse problema, os países que inte50% da pecuária do mundo é sustentada por pastagens; gram a ONU adotaram, em 2007, resolução para dedicar 46% do carbono global é armazenado em terras áridas; a próxima década à luta contra a desertificação. O estudo 44% de todas as terras cultivadas localizam-se em lançado agora é fruto desse acordo. zonas áridas; “A degradação progressiva dos solos, seja por conse30% de todas as plantas cultivadas são provenientes de quência da mudança do clima, das práticas agrícolas terras secas; insustentáveis ou da má administração dos recursos naA desertificação afeta 3,6 bilhões de hectares de terras turais, representa uma ameaça à segurança alimentar, no mundo inteiro, ou 25% da massa terrestre; gerando fome entre as comunidades mais afetadas e 110 países estão em risco de degradação dos solos; roubando as terras produtivas do mundo”, declarou o secre12 milhões de hectares de terras são perdidos a cada ano; tário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao anunciar o lançamento As terras perdidas por ano poderiam produzir 20 do estudo. milhões de toneladas de grãos; O secretário-executivo da Convenção da ONU de ComAnualmente, US$42 bilhões são perdidos em renda bate à Desertificação, Luc Gnacadja, que esteve em devido à desertificação e à degradação crescente dos solos. Fortaleza, advertiu que a comunidade internacional encontra-se em uma encruzilhada e precisa decidir se manterá Mais detalhes do documento Década das Nações Unidas o quadro atual de desenvolvimento – caracterizado por para os Desertos e a Luta Contra a Desertificação em http:/ secas severas e prolongadas, inundações e escassez de /unddd.unccd.int. Veja vídeos sobre desertificação em água – ou adotará um caminho alternativo que passa pela http://dl.dropbox.com/u/5122774/Desertification%20is% criação de uma parceria global para reverter e prevenir a 20a%20silent%20killer.mpg. desertificação e a degradação dos solos.

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Haroldo Mattos de Lemos Presidente

Investimentos em fontes renováveis continuam subindo Mesmo com a crise econômica ainda fazendo estragos no planeta, em 2009, pelo segundo ano consecutivo, os novos investimentos em fontes de energia renovável demonstraram fôlego. Os Estados Unidos e a União Européia, por exemplo, adicionaram mais capacidade de fontes renováveis – como eólica e solar – em suas matrizes energéticas do que suas tradicionais fontes, como carvão, gás e nuclear. Segundo dois relatórios lançados em julho, pelo Pnuma e pela rede de incentivo a políticas de energia renovável Renewable Energy Policy Network for the 21º Century (REN21), em 2009, as fontes limpas representaram 60% das novas instalações na Europa e mais de 50% das nos Estados Unidos. E o mundo como um todo deve atingir a marca média de 50% ou mais de novos investimentos no setor em 2010 ou em 2011. Os estudos destacaram ainda que o número dos países que promovem investimentos em fontes de energia renovável praticamente dobrou de 2005 para cá: enquanto no passado 55 nações faziam aplicações no setor, atualmente são mais de cem. Em 2009, as fontes de energia renovável já representavam 25% da

capacidade global de produção de energia elétrica – que reúne fontes como à base de carvão, gás e nuclear – e 18% da produção global de energia. A China, por sua vez, um dos maiores emissores de gases-estufa China: do planeta, demonstrou campeã de seu esforço rumo a uma investimentos sociedade de baixo carverdes bono, ao ultrapassar os Estados Unidos e tornando-se o país com as maiores aplicações em energia limpa: em 2009, seus investimentos públicos e privados aumentaram 53% em relação a 2008. Não que tudo seja um mar de rosas. Afinal, os relatórios – Unep’s Global Trends in Sustainable Energy Investment 2010 e o REN21’s Renewables 2010 Global Status Report –, ao apontar as tendências nos investimentos no setor global de energia verde – como em fontes renováveis, biocombustíveis e eficiência energética –, constataram decréscimo de 7% em 2009, com as aplicações caindo para US$ 162 bilhões. Mas embora alguns subsetores tivessem declínio acentuado de investimentos, como grandes plantas de energia solar e de produção de biocombustíveis, houve aplicações recordes, por exemplo, em energia eólica. Mais informações sobre os dois relatórios em www.unep.org/sefi-ren21. Arquivo Pnuma

EDITORIAL A campanha da ONU para a próxima década de combate à desertificação é o tema de nossa capa. Um tema importante, associado ao avanço do aquecimento global, que precisa de atenção especial dos governantes e das sociedades em geral. Aqui ao lado, uma boa notícia: pelo segundo ano consecutivo, os investimentos em fontes de energia renovável dão mostras de crescimento crescente, revelando que os países, embora ainda lentamente, caminham rumo a uma sociedade de baixo carbono. Na página 3, outra reportagem reforça essa convicção: pesquisa indica que cresce a consciência dos executivos das corporações, principalmente em nações em desenvolvimento, sobre a relevância de avaliar os riscos da perda da biodiversidade em suas estratégias de negócios. No artigo das páginas centrais, o urbanista Sérgio Magalhães fala da importância de pensarmos o crescimento sustentável das cidades, em especial do Rio de Janeiro. Uma boa reflexão que merece a atenção dos políticos e de todos aqueles envolvidos com ações de planejamento das cidades. Fechamos nossa edição com reportagem na contracapa sobre o trabalho de conscientização ambiental da ONG paulistana Instituto Baraeté, que formou uma rede de ONGs com o objetivo de fortalecer o Terceiro Setor, fomentando assim parcerias por mudanças de comportamento rumo a uma sociedade sustentável. Um abraço e até o próximo

Rumo a um planeta de baixo carbono

Presidente: Haroldo Mattos de Lemos Diretor Técnico: Carlos Gabaglia Penna Diretor Jurídico:

Roberto Messias Franco (presidente do Ibama) Conselho Fiscal: Joper Padrão do Espirito

Oscar Graça Couto Diretor Administrativo: Roberto Carrilho Padula Jornalista Responsável:

Santo, Roberto de Faria Almeida, Telma de Avellar Guimarães (titulares), João Alfredo Noronha

Ronie Lima (MTb 15.415/RJ) Referências Bibliográficas: Josy Soares da Silva Mendes de Moraes

Viegas, Saint Clair Zugno Giacobbo, Vicente Hermogerio Schmall (suplentes).

Arte e Diagramação: Eliana Mac Dowell Impressão: Corbã Conselho Consultivo: Adolpho de Marinho Pontes (ex-deputado federal do Estado do Ceará), Aloisio Ferreira de Souza (ex-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Abes,AL), Cândido Mendes de Almeida (diretor-geral da Faculdade Cândido Mendes/RJ), Carlos Henrique de Abreu Mendes (ex-

Publicação bimestral. Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro), Carlos Minc (ministro do Meio Ambiente), Hélio Saboya (ex -procurador geral do Estado do Rio de Janeiro), Henrique Brandão Cavalcanti (ex-

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ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal), Jean C. L. Dubois (presidente do Instituto Rede

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Brasileira Agroflorestal/Rebraf,RJ), João Augusto Fortes (presidente da Sociedade Civil Pró-Rio),

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Joaquim Falcão (ex-secretário-geral da Fundação Roberto Marinho), José Mário de Oliveira Ramos (vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/Firjan), Márcio Nogueira Barbosa (vice-diretor executivo da Unesco), Nelio Paes de Barros (ex-diretor administrativo do Instituto Brasil Pnuma), Paulo Nogueira Neto (ex-secretário especial do Meio Ambiente), Paulo Protásio (ex- presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro), Ricardo Boechat (diretor de jornalismo da Band Rio), Roberto Klabin (presidente da SOS Mata Atlântica,SP),

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O interessado em tornar-se sócio do Instituto BRASIL PNUMA e receber este informativo deve fazer contato pelo nosso telefone ou pelo email.

www.brasilpnuma.org.br COMITÊ BRASILEIRO DO PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASIL PNUMA Av. Treze de Maio 13, sala 1.315 – Centro CEP 20.031-901 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Telefax: (21) 2262-7546 CGC: 40.200.230/0001-19 Emails brasilpnuma@brasilpnuma.org.br brasilpnuma@gmail.com

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Negócios e perda da biodiversidade Destruição de ecossistemas começa a preocupar executivos de grandes empresas

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m em cada grupo de quatro CEOs de grandes corporações mundiais já se conscientizou de que a perda da biodiversidade planetária é um desafio para o crescimento de seus negócios. Desses altos executivos mais conscientes, mais de 50% se encontram na América Latina e 45%, na África, onde ficam as nações em desenvolvimento com mais rica biodiversidade. Por outro lado, menos de 20% desses executivos ambientalmente mais conscientes estão na Europa ocidental. Esses achados, compilados pelo estudo TEEB (The Economics of Ecosystems and Biodiversity) for Business, voltado para o setor de negócios, lançado pelo Pnuma em

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julho, indicam que os executivos-chefes que falharem em avaliar a importância do manejo sustentável da biodiversidade em suas estratégias de negócios se verão, crescentemente, fora de um mercado de consumidores cada vez mais exigentes. Outra pesquisa recente, também destacada pelo TEEB for Business, reforça essa premissa ao mostrar um interesse crescente entre os consumidores sobre a questão da perda da biodiversidade. Do total de consumidores pesquisados, 60% já com essa consciência ambiental foram encontrados na América Latina e Europa; sendo mais de 90% no Brasil. E mais: desses consumidores mais conscientes do ponto de vista ambiental, 80% disseram que parariam de comprar produtos de empresas que ignorarem considerações éticas dessa natureza em suas práticas de negócios. O relatório TEEB for Business – que avalia o valor econômico dos ecossistemas e da biodiversidade – indica que na medida em que melhores análises sejam realizadas sobre o grave problema da crescente perda da biodiversidade, as lideranças das corporações intensificarão exames minuciosos sobre seus negócios e seus impactos sobre o capital natural global. Prejuízos astronômicos – Estudo da empresa de consultoria TruCost, baseada no Reino Unido, a ser publicado em breve, sobre as atividades das 3.000 maiores companhias do mundo, estima que os impactos negativos dos negócios dessas corporações no meio ambiente já beiram a soma anual de US$ 2,2 trilhões. Para o economista Pavan Sukhdev, que chefia a Iniciativa de Economia Verde do Pnuma e coordenou a elaboração do TEEB, este estudo e outros realizados demonstram que a importância econômica da biodiversidade, sua valoração financeira e preservação estão se tornando visível, com algumas companhias de determinados setores e países já promovendo ações para realizar seus negócios de forma mais sustentável. O TEEB for Business dá exemplos de grandes companhias já compromissadas com iniciativas que não impactem a biodiversidade – ou que pelo menos promovam ações para compensar danos ao meio ambiente –, como o gigante da mineração Rio Tinto, a rede Walmart, a Coca-Cola e a BC Hydro. Determinados setores de negócios, como o turismo, são listados como tendo papel fundamental na promoção de ações pela conservação da biodiversidade. O TEEB for Business fará parte de relatório-síntese do estudo geral TEEB a ser lançado, em outubro, na Convenção sobre Biodiversidade da Organização das Nações Unidas, em Nagoya (Japão). O relatório TEEB for Business pode ser acessado em www.teebweb.org.

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Urbanismo

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Densidade Populacional Município do Rio de Janeiro - 1872/1996 (mil habitantes/km2) Divulgação

idealização do futuro róseo, em que todas as questões estariam equacionadas, foi o grande motor do urbanismo moderno, hegemônico ao longo de grande parte do século XX. Enquanto ele manteve vitalidade, as doutrinas urbanísticas preocupavam-se com o desenho da cidade ideal, aquela que seria determinante na constituição da nova sociedade da igualdade. Uma vez alcançado o desenho perfeito, necessariamente chegaríamos à nova sociedade. Foi nesse diapasão que desprezamos a cidade herdada – e demos força a planos que desconsideravam as preexistências ambientais e culturais. Fomos cordatos com as proposições que impuseram desconstruções do patrimônio, rompimento de limites ecológicos, desconsideração para com as possibilidades do meio ambiente. Nas principais cidades brasileiras, no apogeu modernista do progresso a qualquer custo, abolimos os sistemas de transporte sobre trilhos que estruturavam as cidades de então em benefício do transporte sobre pneus. Trens e bondes deram lugar a ônibus e automóveis, permitindo a expansão dos tecidos urbanos, espalhando a mancha ocupada para muito além das exigências do crescimento demográfico. No caso do Rio de Janeiro, a cidade se expandiu desproporcionalmente ao aumento populacio-

nal, chegando ao final do século XX com uma densidade demográfica inferior à do final do século XIX. (ver gráfico) A expansão com simultânea perda de densidade demográfica configura-se como uma das mais efetivas matrizes das dificuldades de nossas cidades, o que, embora sob o ponto de vista doutrinário já esteja suficientemente demonstrado, ainda perdura na prática de gestão do urbano brasileiro. Mas nossas principais cidades já não têm aumento acelerado de população. No caso do Rio de Janeiro, desde os anos 1980 é a cidade metropolitana que menos cresce no Brasil. Temos estabiliAGOSTO/SETEMBRO 2010 – Nº 114


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sustentável

GALHÃES

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dade demográfica. Nesse sentido, diria que, para a cidade, o futuro já chegou. Não obstante, continuamos a tratar o Rio como se tudo tivesse que ser refeito. Vivemos certa inércia epistemológica que justificaria expandir o tecido urbano à espera das multidões que jamais virão. Assim, dois temas essenciais e complementares se impõem: o cuidado com a cidade existente e o projeto da cidade sustentável. É com a cidade com que chegamos até aqui que teremos que construir o lugar das próximas gerações. E, para elas, nosso compromisso há de ser uma cidade igual ou melhor do que a herdada.

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Nas principais cidades mundiais, o cuidado com o espaço existente tem correspondido aos esforços mais importantes. A prioridade não é abrir áreas novas, mas preservar as existentes. Manter a cidade funcionando tem alto custo e exige continuidade. Sobretudo, precisa contar com a colaboração cidadã, na preservação dos equipamentos e do espaço público. Hoje, podemos prever com alguma segurança as demandas da cidade. Contudo, a questão não é apenas técnica, mas sobretudo política. Está no debate político a decisão para onde dirigir a ocupação urbana, onde investir, enfim, como traçar os caminhos da cidade. O debate político pode se organizar por instrumentos institucionais, como o Plano Diretor, em que a cidade diz como se deseja nas próximas décadas. E, no caso do Rio de Janeiro, com a oportunidade de realização dos Jogos Olímpicos de 2016, a questão assume especial relevo, em vista dos enormes investimentos programados. As Olimpíadas chegam em um momento em que precisamos pensar na ideia de contrair a cidade, ao invés de expandi-la. Mas o Rio de Janeiro vai insistir na ocupação extensiva? Ou vai garantir uma cidade compatível com sua economia urbana para além dos Jogos? Como estimular o transporte público de qualidade e não

poluidor? O que fazer com os vazios infraestruturados? Com as áreas ociosas que foram ocupadas por indústrias e hoje estão abandonadas? Esses dois temas essenciais do desenvolvimento urbano contemporâneo, preexistências e sustentabilidade, se impõem como premissas sobre as quais a cidade precisa construir consenso mínimo. O modelo convencional de planejamento priorizava definir alturas, volumes e usos das edificações. Confiava que a cidade se moldaria assim. Como o futuro estava no infinito, podia fazer algum sentido. Para a cidade sustentável, o modelo não satisfaz. Agora, interessa garantir a ambiência urbana com qualidade, o espaço público com vitalidade, bem conformado, os serviços plenos na cidade inteira. Garantir a preservação da condição essencial da cidade como lugar da interação social é a chave do futuro urbano. A urbanística torna-se mais complexa, é dinâmica, é proativa, conduz as possibilidades que se apresentam à cidade e as torna em acordo com as diretivas coletivas pactuadas democraticamente. Sérgio Magalhães é arquiteto. Doutor em Urbanismo, é professor do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ. smc@centroin.com.br

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E S T A N T E Parte das publicações, periódicos e DVDs recebidos pela biblioteca AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Plano estratégico de recursos hídricos das bacias hidrográficas dos rios Guandu, da Guarda e Guandu Mirim: relatório síntese. Brasília: ANA, 2009. 168p. ALPINA EM AÇÃO. Ano novo, um novo tempo de preservar a natureza. São Bernardo do Campo: Grupo Alpina, ano 8, n.43, out./dez. 2009. BOLETIM ABNT. São Paulo: ABNT, v.3, n.95 jul. 2010. BIO. Rio de Janeiro: Abes, ano 38, n.54, jan./mar. 2010. BIO. Rio de Janeiro: Abes, ano 38, n.55, abr./jun. 2010. BRASIL SEMPRE. Empresas sociais: surge um novo jeito de fazer negócios. Rio de Janeiro: FGV, ano 10, n.40, abr./ jun 2010. CORREIO DO SENAC. Olimpíada do conhecimento: educação profissional mostra seu valor. Rio de Janeiro: Senac Rio, ano 60, n.698, mar./abr. 2010. DEMORACIA VIVA. Rio de Janeiro: Ibase, n.45, jul 2010. FACTO ABIFINA. O potencial estratégico da Química Fina. Rio de Janeiro: Abifina, ano 4, n.35, maio/jun. 2010. IDEIA SOCIOAMBIENTAL. Como educar e criar cultura para a sustentabilidade. São Paulo: Ideia Sustentável, n.20, jun. 2010. SEG

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O PAPEL. São Paulo: ABTCP, ano 71, n.6, jun. 2010. O PAPEL. Economia de baixo carbono. São Paulo: ABTCP, ano 71, n.7, jul. 2010. REVISTA DAE. Os impactos da regulação no setor de saneamento. São Paulo: Sabesp, ano 58, n.183, maio 2010. REVISTA DE POLÍTICA AGRÍCOLA. Brasília: Secretaria Nacional de Política Agrícola, ano 14, n.1, jan./mar. 2010. REVISTA DO EMPRESÁRIO DA ACRJ. Rio de Janeiro: ACRJ, ano 68, n.1401, dez. 2009. REVISTA MEIO AMBIENTE INDUSTRIAL. São Paulo: Tocalino, ano 14, n.85, maio/jun. 2010. REVISTA VIVA MUNDO. Santo André: Instituto Triângulo, ano 6, edição especial. REVISTA VIVERDE NATUREZA. São Paulo: Revista Viverde, ano 4, n. 15, abr./ maio 2010. SÚMULA AMBIENTAL. Mudanças na gestão de resíduos. Rio de Janeiro: Sistema Firjan, ano 14, n.159, maio 2010. TCERJ Notícia. Seminário analisa atuação de agências reguladoras. Ano 9, n.65, jan./jun. 2010. THORA, Amenda. et al. A big foot on a small planet? accounting with a ecological footprint succeeding in world with growing resource constraints. GTZ: Eschborn, 2010. 156p. (Sustainability has many faces, n.10).

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AGENDA

Convenção do Clima COP16/CMP6 – De 21 de novembro a 10 de dezembro, em Cancun (México). Realização: Organização das Nações Unidas. Informações pelo tel. (61) 329-2113 ou pelo email unep.brazil@undp.org.br. 6ªª Reunião do Comitê de Revisão dos Poluentes Orgânicos Persistentes – De 11 a 15 de outubro, em Genebra (Suíça). Realização: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Informações pelo tel. (61) 329-2113 ou pelo email unep.brazil@ undp.org.br. VII Feira e Seminário Internacional de Meio Ambiente Industrial – VII Fimai/Simai – De 9 a 11 de novembro, em São Paulo (SP). Realização: Revista do Meio Ambiente Industrial. Informações pelos telefones (11) 3917-2878 e 0800-770-1449, pelo site www.fimai.com.br ou pelo email rmai2@rmai.com.br. VI Conferência Internacional de Embalagens Flexíveis TAPPI/Cetea – De 14 a 16 de setembro, em Campinas (SP). Realização: Technical Association of Paper and Pulp Industry e Centro de Tecnologia de Embalagem. Informações pelo site www.cetea. ital.org.br/cetea/eventos/tappi2010_apresentacao.htm.

Corrida ZERO ao redor do mundo O sonho do escritor francês Julio Verne de percorrer o mundo em 80 dias se tornou realidade há muitos anos, mas é possível realizar essa viagem com veículos que não emitem gases poluentes? Cinco times de quatro continentes estão assumindo esse desafio, dando partida, em 16 de agosto, a uma disputa com seus carros elétricos na mais longa e mais verde corrida de todos os tempos – a Corrida ZERO. Iniciativa do suíço Louis Palmer, com apoio do Pnuma, a Corrida ZERO será disputada com carros totalmente elétricos. Representa a continuação do Projeto Solartaxi, lançado em 2007, que foi a primeira “circum-navegação” do planeta em um carro movido a energia solar, tendo atraído a atenção de cerca de 770 milhões de pessoas. A corrida terá sua largada – e término – em Genebra (Suíça), com os pilotos percorrendo o Leste Europeu, Rússia, Cazaquistão e América do Norte, passando por cerca de 150 cidades, como Paris, Moscou, Xangai, Vancouver, Los Angeles e Madri. O objetivo básico da Corrida ZERO, que envolverá a promoção de eventos e de coletivas à imprensa, é de educação ambiental, procurando sensibilizar a opinião pública e os governos sobre a importância de se agir em busca de um futuro sustentável, demonstrando-se, por exemplo, que os carros elétricos são uma solução ecológica e confiável para a mobilidade e o transporte dos seres humanos e que existem novas formas de se pensar sobre mobilidade, carros e energias renováveis. Mais informações sobre a Corrida ZERO em http:// unep.org/sport_env/blog1/ ou www. zero-race.com/.

Exponorma 2010/ABNT – De 19 a 21 de outubro, em São Paulo (SP). Realização: Associação Brasileira de Normas Técnicas. Informações pelo site www.abnt.org.br ou pelo email eventos@abnt.org.br.

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Prêmio SEED 2010 Prêmio von Martius de Sustentabilidade A Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo está com inscrições abertas, até 24 de setembro, para a edição 2010 do Prêmio von Martius de Sustentabilidade, que visa a reconhecer o mérito de iniciativas de empresas, do poder público, de indivíduos e da sociedade civil na promoção do desenvolvimento em padrões socioambientais sustentáveis. O primeiro, segundo e terceiro colocados em cada uma das três categorias do prêmio – Humanidade, Tecnologia e Natureza – receberão um troféu e um diploma.

Projetos empresariais locais e inovadores, com grande potencial para contribuir para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza, em nações em desenvolvimento, foram inscritos, até 31 de agosto, para concorrer ao prêmio ambiental SEED Awards 2010. Fundada pelo Pnuma, Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) durante a Cúpula sobre Desenvolvimento Sustentável de Johanesburgo (África do Sul), em 2002, a Iniciativa SEED (Supporting Entrepreneurs for Sustainable Development) oferece apoio a empreendimentos locais de pequeno porte que busquem benefícios sociais e ambientais em seu modelo de negócios. O objetivo central do SEED é apoiar a capacidade de empresários de ampliar e replicar suas atividades, incentivando as atividades de pesquisa e conhecimento para que se tenha uma maior compreensão de como as idei-

as inovadores deslancham, as barreiras que enfrentam e seus impactos econômicos, sociais e ambientais. No processo de avaliação dos projetos inscritos para o prêmio, são analisados seus alvos sociais, econômicos e ambientais; as propostas para atingir tal meta; o apoio que necessitam; as barreiras previstas para que obtenham sucesso; e como iniciativas semelhantes ao SEED podem contribuir para o crescimento dos seus negócios. Não há premiação em dinheiro. Os vencedores, em diversas regiões do planeta, têm acesso a uma rede de apoios formada por entidades empresariais e governamentais, workshops para agregar conhecimento e até mesmo, em alguns casos, apoio financeiro de US$ 5 mil para o implemento de determinadas etapas do empreendimento em questão. Mais informações sobre os critérios de inscrição e de premiação em www.seedinit.org.

Morcegos russos em perigo

Com o patrocínio da Gráfica Bandeirantes e Henkel Mercosul, o prêmio tem o apoio do Pnuma, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Centro de Competência Mercosul para Responsabilidade Social Empresarial, Programa Responsabilidade Social e Sustentabilidade no Varejo (Fundação Getúlio Vargas), Ministério do Meio Ambiente, Sustentax e WWF-Brasil. Mais informações em www. premiovonmartius.com.br.

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Os incêndios que destruíram cerca de um milhão de hectares de florestas no Oeste da Rússia, provocando a morte de pelo menos 50 de pessoas e prejuízos econômicos até agora avaliados em Us$ 15 bilhões, causaram um impacto na vida selvagem ainda não calculado, ao atingir em especial os habitats da população de cerca de 30 espécies de morcegos do país. Desfiladeiros, cavernas e forragens especiais da região atingida pelo fogo são os principais refúgios de pouso e de reprodução dessas aves noturnas, algumas delas migratórias. O fogo é mais uma ameaça a essas espécies de morcegos, já impactadas por desmatamentos e a visitação turística em cavernas onde costumam hibernar.

Os morcegos têm papel importante na manutenção da biodiversidade de florestas. Inclusive para especialistas, a presença de morcegos em determinada região é um forte indicador da saúde do ecossistema e de sua biodiversidade. Estudiosos temem que os incêndios tenham consequências devastadoras para a sobrevivência desses morcegos. A situação crítica dessas espécies, devido à onda de incêndios que se alastrou em parte do país neste verão muito seco, foi discutida em reunião promovida, no final de agosto, pelo Eurobats – um braço administrativo do Pnuma que promove ações de preservação de morcegos em torno da Europa.

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Instituto Baraeté mobiliza população ONG ambiental de São Paulo fomenta parcerias para provocar hábitos mais conscientes

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ONG paulistana Instituto Baraeté acredita que é possível transformar o nosso modo de estar no mundo pela cooperação intersetorial. Por isso, criou a Roda Baraeté, rede de ONGs do Estado de São Paulo com trabalho em arte-educação e educação ambiental. “O intuito é fortalecer o Terceiro Setor, potencializando esforços por meio de parcerias entre as organizações e com a iniciativa privada, contando com o apoio de voluntários”, diz a diretora-geral da entidade, Adriana Gattermayr. O ingresso na rede é gratuito, bastando, além de preencher critérios relacionados ao tipo de atuação, estar disponível para realizar parcerias. Pela rede, empresas podem ter acesso ao currículo de jovens atendidos pelas entidades e indicação de projetos socioambientais de acordo com suas necessidades ou interesse em apoiar. O foco do Instituto Baraeté é a mobilização para a sustentabilidade, em três frentes: projetos, eventos e consultoria. Os projetos e eventos têm o objetivo de sensibilizar os participantes para um novo olhar sobre o meio ambiente, levando-o em conta em suas ações como cidadão e profissional. “Como toda mobilização tem sua força no exemplo, a sede do Instituto Baraeté foi reformada com base na arquitetura sustentável, buscando aproveitar a iluminação e ventilação naturais; utilizando lâmpadas econômicas; mantendo o piso de taco original; fazendo uso de tinta ecológica; utilizando válvulas de descarga econômica nos vasos; reciclando o lixo e incluindo uma horta orgânica no jardim”, afirma Adriana.

Apoio Cultural

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Divulgação

Na Semana da Sustentabilidade, o ex-presidente do Instituto Ethos Ricardo Young, o diretor-executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, o presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos de Lemos, e o coordenador do Inpe, Carlos Nobre, debateram os acordos internacionais contra o aquecimento global

Grande público – Após a reforma, o Baraeté partiu para sensibilização e conscientização do grande público. Em maio de 2010, realizou, em parceria com a Livraria Cultura, a Semana da Sustentabilidade, no Conjunto Nacional, em São Paulo (SP), que contou com palestras, mesas-redondas e oficinas. O tema sustentabilidade foi abordado de diversas formas, sendo relacionado a sua aplicação no dia a dia, à educação, ao turismo, à arquitetura, à gestão financeira e ao clima. Houve exposição de produtos socioambientalmente responsáveis e o público foi convidado a escrever ideias que contribuíssem para uma sociedade mais sustentável em papéis com forma de folhas de árvore. “Dentre 924 participações, houve ideias muito interessantes, como utili-

zar a página de quadrinhos do jornal para embrulhar presentes e fazer jardins na cobertura de prédios. As folhas foram compartilhadas entre os clientes da Livraria Cultura na semana mundial do meio ambiente, em junho, possibilitando a disseminação das ideias dadas. Por serem feitas de papel semente, que possui sementes em seu interior, as folhas também puderam ser plantadas, gerando cravos”, diz Adriana. Os 1.300 participantes fizeram colocações para entender a razão desse trabalho. “Frases como ‘Volto para casa refletindo como alterar meu comportamento’ demonstram o sucesso da iniciativa e a importância da conscientização para a mobilização”, acrescenta Adriana. Saiba mais sobre o Instituto Baraeté em www.institutobaraete.org.

Impresso em papel ecoeficiente Printmax 90g/m² da Fibria. Papel produzido com florestas plantadas de eucalipto. Preservando matas nativas, em harmonia com o meio ambiente. AGOSTO/SETEMBRO 2010 – Nº 114


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