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www Visite .bra noss silpn o si uma te .org Nº 95 .br JUN/JUL2007

Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

IPCC defende maior eficiência energética Ações para mitigar efeito estufa teriam custo desprezível para países

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sões dos gases-estufa. A studo do Painel Intermeta mais ambiciosa defengovernamental sobre Mudida é a estabilização dos danças Climáticas (IPCC, na níveis dos gases-estufa em sigla em inglês) afirma que 445 – 490 ppm (partes por os governos, as indústrias e milhão), o que poderia limitar os diferentes segmentos soo aumento da temperatura em ciais dos países podem re2º a 2.4º centígrados acima duzir as emissões dos gases das medições da época préque agravam o efeito estufa, industrial. Mas para isso, as nas próximas décadas, exemissões de CO2 teriam que plorando políticas de bom atingir um pico em 2015 e cair custo-benefício e tecnologias de 50% a 80% por volta de atuais e emergentes. 2050, em relação ao volume Até 2030, são esperados liberado no ano 2000. investimentos de mais de US$ Integração – Os especia20 trilhões na infra-estrutura listas defendem ações de rede produção energética do dução de emissões em setoplaneta que não levam em res como de construção de conta o problema do aqueciprédios, de transporte, indusmento global. E para os 168 trial, agrícola e de manejo especialistas de 105 países Estudo adverte: fontes de energia renovável, como eólica, florestal, entre outros. Mas que produziram o estudo necessitam de mais desenvolvimento tecnológico e comercial enfatizam que nenhuma ação Mudança Climática 2007: individual, do ponto de vista econômico e tecnológico, seria Mitigação da Mudança Climática, seriam desprezíveis os suficiente para a redução dos gases-estufa emitidos pela custos adicionais – de 5% a 10% – para se alterar a quaatual matriz energética básica planetária. Ou seja: os lidade desses investimentos, aumentando assim a eficiência diferentes países precisam promover um cardápio de ações energética e reduzindo as emissões dos gases-estufa. integradas com esse objetivo. Tomando como base dados econômicos, de políticas Deveria, por exemplo, ser promovido o uso de gás natural públicas, tecnológicos e de modelos matemáticos de emise de biocombustíveis em maior escala do que a queima de sões atualizados, o IPCC – que é coordenado pelo Pnuma e combustíveis que liberem carbono de forma intensiva. Outra pela Organização Meteorológica Mundial – sustenta que as opção seria o emprego de tecnologias para o seqüestro de ações integradas entre países por maior eficiência energética carbono antes de sua liberação para a atmosfera. O estudo podem reduzir os efeitos sobre o clima do planeta sem adverte que fontes de energia renovável, como a solar e prejudicar os níveis de crescimento econômico e populacional. eólica, precisam de mais desenvolvimento tecnológico e No entanto, adverte o IPCC, se nenhuma ação de controcomercial. le for adotada, as emissões dos seis principais gasesSegundo o estudo, os governos precisam ter papel estufa cobertos pelo Protocolo de Kioto, como o dióxido de fundamental nessa questão, motivando o setor privado a carbono (CO2) e o metano, deverão crescer, por volta de investir em tecnologias limpas, com a introdução de meca2030, de 25% a 90% em relação aos níveis de 2000. nismos e incentivos ao mercado. Ao se adotar políticas mais fortes de controle, porém, os Mais informações do estudo do IPCC no site www.ipcc.ch. países poderiam reverter e, finalmente, estabilizar as emis-


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EDITORIAL Em nossa capa, destacamos estudo do IPCC que avalia como desprezíveis os investimentos adicionais que precisam ser feitos na atual matriz energética planetária para se combater o efeito estufa nas próximas décadas. Aqui ao lado, publicamos alerta da Iniciativa Financeira do Pnuma: se não diminuirmos a escalada do aquecimento global, em 40 anos os países poderão se defrontar com prejuízo econômico anual de US$ 1 trilhão, devido ao aumento dos desastres naturais. Na página 3, um novo alerta: o crescente derretimento das coberturas geladas do planeta, seja em terra ou nos mares, trará impactos inimagináveis para centenas de milhões de pessoas. Portanto, esta e as duas reportagens anteriores demonstram a necessidade de ações urgentes para protegermos o futuro da humanidade. No artigo das páginas centrais, uma boa notícia: o secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Francisco Graziano, descreve as ações articuladas no estado mais rico do Brasil para se combater a poluição atmosférica e, conseqüentemente, o agravamento do efeito estufa. E na contracapa, outra boa notícia: devido ao interesse crescente de profissionais de vários ramos por formação na área ambiental, estamos promovendo com a Escola Politécnica da UFRJ nova turma em 2007 do Curso de Pós-Graduação em Gestão Ambiental. As aulas começam em agosto. Um abraço e até o próximo, Haroldo Mattos de Lemos Presidente

Bancos e seguradoras defendem ações internacionais que atenuem catástrofes

Uma conta anual de US$ 1 trilhão Mudança climática poderá provocar graves prejuízos O alerta foi dado, no Dia Mundial do Meio Ambiente, por 23 das maiores companhias internacionais do setor financeiro: as mudanças climáticas em curso, devido ao aquecimento global, provavelmente levarão ao aumento dos desastres naturais, com graves danos sociais e ambientais, e a perdas econômicas anuais de US$ 1 trilhão por volta de 2040. Integrantes da Iniciativa Financeira do Pnuma, 23 chefes de grandes bancos e de companhias seguradoras e de resseguros, como o BNDES, o ASN Bank e a Alcyone Finance, endereçaram esse dramático alerta para os chefes dos países mais ricos do mundo que participaram da última cúpula do G-8, na Alemanha, em junho. A gravidade da situação foi resumida neste trecho da declaração do setor: “Muitos dos efeitos das mudanças climáticas já começaram a ficar evidentes e as ameaças apresentadas pela continuidade do aquecimento vão afetar – e mesmo possivelmente romper – a operação dos mercados, sociedades, ecossistemas e culturas”. O encontro dos chefes de Estado, porém, foi pouco produtivo do ponto de

Presidente: Haroldo Mattos de Lemos Diretor Técnico: Carlos Gabaglia Penna Diretor Jurídico: Oscar Graça Couto Diretor Administrativo: Roberto Carrilho Padula Jornalista Responsável: Ronie Lima (MTb 15.415/RJ) Referências Bibliográficas: Lílian Döbereiner Arte e Diagramação: Eliana Mac Dowell Fotolito: Pigmento Conselho Consultivo: Adolpho de Marinho Pontes (exdeputado federal do Estado do Ceará), Aloisio Ferreira de Souza (ex-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Abes,AL), Cândido Mendes de Almeida (diretorgeral da Faculdade Cândido Mendes/RJ), Carlos Alberto de Oliveira Roxo (gerente-geral de Meio Ambiente e Relações Corporativas da Aracruz Celulose S.A.), Carlos Henrique de Abreu Mendes (exsecretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro), Carlos Minc (deputado estadual PT/RJ), Henrique Brandão Cavalcanti (ex-ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal), Jean C. L. Dubois (presidente do Instituto Rede Brasileira Agroflorestal/Rebraf,RJ), João Augusto Fortes (presidente da Sociedade Civil Pró-Rio), Joaquim Falcão (ex-secretário-geral da Fundação Roberto Marinho), José Mário de Oliveira Ramos (vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/Firjan), José Mendo Misael de Souza (vice-presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Mineiração), Márcio Moreira Alves (jornalista e presidente da Brain Trust Consultors), Marcio Nogueira Barbosa (ex-diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/Inpe), Nelio Paes de Barros (ex-diretor administrativo do Instituto Brasil PNUMA), Paulo Nogueira Neto (ex-secretário especial do Meio Ambiente), Paulo Protásio (Associação Comercial do Estado do Rio de Janeiro),

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vista ambiental, já que ainda não houve acordo entre os países mais ricos e as grandes nações emergentes, como Brasil, China e Índia, para que seja firmado um compromisso comum com metas concretas de redução de suas emissões de gases-estufa. Essas lideranças do setor financeiro sugeriram que sejam adotadas como meta das nações industrializadas as propostas do Reino Unido e da União Européia de se estabelecer reduções obrigatórias das emissões das substâncias que provocam o efeito estufa entre 20% e 30%, por volta de 2020, e de 60% a 80% até 2050. Essa proposta reflete o interesse crescente no mundo dos negócios e das indústrias por ações de mitigação das mudanças climáticas. A declaração do Pnuma foi lançada, por exemplo, seis meses após grandes corporações nos Estados Unidos, como Alcoa e General Electric, juntarem forças com ONGs para se estabelecer metas de controle das emissões poluentes – independentemente da posição conservadora do governo Bush de não adotar compromissos de redução dos gases-estufa.

Ricardo Boechat (diretor de jornalismo da Band Rio), Roberto Klabin (presidente da SOS Mata Atlântica,SP), Roberto Messias Franco (ex-assessor do diretor regional do PNUMA para América Latina e Caribe e ex-secretário especial do Meio Ambiente) Conselho Fiscal: Joper Padrão do Espirito Santo, Roberto de Faria Almeida, Telma de Avellar Guimarães (titulares), João Alfredo Noronha Viegas, Saint Clair Zugno Giacobbo, Vicente Hermogerio Schmall (suplentes). Publicação bimestral. Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. INSTITUTO

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www.brasilpnuma.org.br COMITÊ BRASILEIRO DO PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE

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O interessado em tornar-se sócio do Instituto BRASIL PNUMA e receber este informativo deve fazer contato pelo nosso telefone ou pelo e-mail.

Av. Nilo Peçanha 50, sala 1.708 – Centro CEP 20.044-900 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel.: (21) 3084-1020 – Telefax: (21) 2262-7546 CGC: 40.200.230/0001-19 e-mail: brasilpnuma@domain.com.br

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Aquecimento coloca em risco áreas geladas Centenas de milhões de pessoas sofreriam com derretimento de camadas de gelo

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Dúvidas científicas – O estudo – que subsidiará ações ao longo do Ano Internacional Polar, promovido até 2008 pela Organização Meteorológica Mundial e o Conselho Internacional para a Ciência, em parceria com o Pnuma – registra setores que precisam de análise científica mais acurada para uma melhor avaliação das futuras conseqüências do aumento do aquecimento planetário. Os cientistas não têm mais dúvidas sobre a elevação do nível dos oceanos. Mas não conseguem precisar até que ponto o derretimento das camadas geladas influenciará este aumento, nos próximos 10 a 50 anos; embora avaliem seu potencial destruidor. Eles se perguntam, por exemplo, o que ocorrerá com as camadas da Antártica e da Groenlândia, onde se encontram de 98% a 99% do gelo de água fresca do planeta? Se as emissões de gases-estufa não forem reduzidas no século 21, existe a possibilidade de que nos pró-

ximos séculos haja o derretimento total dessas coberturas, o que poderia elevar o nível dos oceanos em até sete metros. Mesmo o derretimento de 20% do gelo da Groenlândia e de 5% da Antártica poderia resultar em cinco metros de aumento dos nível dos oceanos. E pior: esses cenários dramáticos poderão ocorrer mais cedo caso o aquecimento do ar e dos mares continue a desestabilizar partes dessas regiões geladas. E o aumento de apenas um metro do nível dos oceanos, com base na atual população do planeta, colocaria sob risco de enchentes cerca de 145 milhões de pessoas, em especial na Ásia. Com custos econômicos para os países que poderiam chegar a US$ 950 bilhões. Diante da gravidade da situação, a ministra do Meio Ambiente da Noruega, Helen Bjoernoey, assinalou: “O desafio da mudança climática só pode ser vencido com uma ação política global”.

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alerta foi dado em estudo divulgado pelo Pnuma na celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, na Noruega: o futuro de centenas de milhões de pessoas ao redor do planeta será afetado pelo derretimento de coberturas de neve, de mares gelados, de glaciais, de subsolos e lagos congelados. Dentre os impactos previstos pelo Panorama Global do Gelo e Neve (Global Outlook for Ice and Snow), são apontadas mudanças significativas na disponibilidade de suprimentos de água para beber e para a agricultura e o aumento do nível dos oceanos, afetando baixas zonas costeiras e ilhas. Estima-se que só na Ásia 40% da população poderão ser atingidas pela perda de neve e de glaciais em montanhas. A diminuição das fontes de suprimento de água de importantes rios, como os chineses Amarelo e Huang He, poria em risco o abastecimento de cidades, campos agrícolas, indústrias e plantas de geração de energia. Desafios similares deverão ser enfrentados por países, comunidades, fazendeiros e plantas geradoras de energia em montanhas como os Andes, Alpes e Pirineus. Avalanches e enchentes deverão aumentar, colocando em risco populações que vivem no entorno de regiões geladas. Os 70 especialistas que participaram do estudo chamam a atenção para outra conseqüência do derretimento das camadas geladas: como menos branco para refletir os raios solares de volta para o espaço, estes estão sendo absorvidos com mais intensidade por regiões terrestres e oceanos polares – realimentando o aquecimento global.

Derretimento de regiões congeladas agrava absorção de raios solares e o efeito estufa

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Poluição do ar e efeito estufa

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FRANCISCO GRAZIANO

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odos os dias nos deparamos com notícias relacionadas às mudanças do clima: derretimento das calotas polares, furacões e tornados, espécies ameaçadas, aumento do nível dos oceanos. O mundo tem a tarefa hercúlea de estabilizar as concentrações de CO2 na atmosfera em níveis seguros, evitando que as atuais 7 bilhões de toneladas de carbono (equivalente ou tCeq), emitidas todo ano, aumentem e, no cenário pessimista, passem a 14 bilhões de toneladas/ano em 50 anos. Para tal, é preciso levar em conta que: (a) o aquecimento global é uma responsabilidade compartilhada, ainda que alguns tenham uma parcela maior de “culpa”; (b) ações voluntárias ajudam, mas não bastam, sendo necessárias intervenções governamentais em todos os níveis (municipal, estadual, nacional, internacional). Grupos ambientalistas engajam-se na questão climática, mas parecem não dar a devida importância à poluição local do ar, problema ambiental que, no mundo inteiro, afeta bilhões de pessoas, principalmente nas grandes metrópoles, sem excluir a zona rural. Pois bem. Ações de controle das emissões de poluentes atmosféricos locais (caso dos óxidos de nitrogênio, dos hidrocarbonetos, do material particulado e do dióxido de enxofre) refletem frequentemente em consideráveis reduções de emissões de gases de efeito estufa, junto com outros benefícios em termos de saúde humana e ambiental. Temos plena consciência dessa questão em São Paulo, onde cerca de 25 milhões de pessoas vivem em três regiões metropolitanas conturbadas. Dos 21 Projetos Ambientais Estratégicos, definidos pelo governo de São Paulo, através da Secretaria do Meio Ambiente, pelo menos seis têm relação direta com a poluição atmosférica local 1. O principal deles se intitula Respira São Paulo. Junto com a

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Cetesb, o órgão estadual de controle de poluição, iniciamos nossas ações com as indústrias, termelétricas e outras fontes fixas. Temos, no estado, um ambicioso programa de compensação de emissões de poluentes locais em áreas saturadas, que será aprimorado com o planejamento ambiental integrado, baseado em dados de qualidade do ar e em um inventário de emissões. Um novo empreendimento que queira se instalar em área saturada deverá abater 110% das emissões de poluentes locais que agregar à atmosfera com reduções em outros processos poluentes, que podem ser industriais (por exemplo, instalando filtros de particulados), comerciais (como pela recuperação de vapores de combustíveis), de transporte (melhorando frotas cativas) ou até na agricultura (reduzindo a queima da palha da cana) 2. Os atores privados, vendedores e compradores de créditos de emissão, têm autonomia para escolher as melhores alternativas e definir, por contratos particulares, quanto pagar por isso. O órgão ambiental consigna na licença a redução de emissões ocorrida. Importante frisar: não se trata dos créditos de carbono oriundos do MDL. Trata-se de nova legislação, estadual, única no país. Ainda no Respira São Paulo, temos ações focadas nos veículos, responsáveis por uma parcela significativa das emissões: além de intensificar a fiscalização de fumaça preta, haverá políticas que estimulem o uso mais eficiente e menos poluente do transporte. Já no projeto Etanol Verde, concentramos foco em acelerar a eliminação da queima da palha de cana, estimulando a produção sustentável de álcool combustível. O aproveitamento futuro do bagaço e da palha da cana possibilitará a obtenção de energia renovável adicional, substituindo a termeletricidade a partir de fontes fósseis que agravam o problema do efeito estufa. A redução de emissão de poluentes JUNHO/JULHO 2007 – Nº 95


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Política ambiental em São Paulo organiza sistema de gestão estratégica para melhorar indicadores ambientais

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locais, notadamente o material particulado (“carvãozinho”), contribuirá em muito com a melhoria da saúde pública. Estamos de olho na expansão sustentável dos biocombustíveis em São Paulo, onde já é produzido um quinto do etanol mundial. Não queremos que essa expansão se dê à custa de mais desmatamento nem do aumento da poluição. O planejamento ambiental de longo prazo é objeto de um outro projeto, chamado Cenários 2020. Mais do que simples previsões, definiremos objetivos programáticos, que abrangem a questão climática em todos os seus aspectos: vulnerabilidade, impactos, adaptação e mitigação. Pensando globalmente e agindo localmente, pretendemos intensificar as ações de prevenção e controle de emissões atmosféricas. Outros programas da Secretaria de Meio Ambiente têm efeitos indiretos sobre a poluição e o aquecimento global. Como exemplo, podemos citar a preservação de ecossistemas, a recuperação de matas ciliares e áreas de mananciais. A pesquisa ambiental é um outro projeto que terá foco em ações objetivas. O licenciamento unificado, que logo será implantado no estado, trará certamente maior rigor na análise dos processos, garantindo maior eficiência nas ações de combate a emissões de gases de efeito estufa. Outro projeto fundamental, o Município Verde objetiva estimular o poder local a participar da política ambiental pela adesão a protocolos voluntários de conduta, premiando os municípios ambientalmente corretos com prioridade no acesso a recursos públicos. Enfim, São Paulo está radicalizando sua política ambiental, organizando um sistema de gestão estratégica capaz de garantir a melhoria significativa dos indicadores ambientais, sem se descuidar do problema global do aquecimento. Pelo contrário, queremos integrar as questões climáticas aos problemas locais. São atitudes exigidas nas negociações do Protocolo de Kioto. São os ventos do futuro que sopram em São Paulo. Francisco Graziano é secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo 1- Veja mais em http://www.ambiente.sp.gov.br/

destaque/2007/04/02_projetos.htm 2- Veja mais em http://www.cetesb.sp.gov.br/ licenciamentoo/index.asp, link para Licenciamento em Áreas Saturadas JUNHO/JULHO 2007 – Nº 95

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E S T A N T E Parte das publicações, periódicos e CD-ROMs recebidos pela biblioteca AGENDA AMBIENTAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Publicação: Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2006. 108p. A IMPLANTAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL. Publicação: Ministério da Educação e do Desporto. Brasília, 1998. 166p. AN EMERGING MARKET FOR THE ENVIRONMENT: A Guide to Emissions Trading. Publicação: Pnuma, Pnud e Unctad. 2002. 41p. AGENDA Ambiental na Administração Pública. Organizadores: Ministério do Meio Ambiente e Comissão Gestora da A3P. Brasília, 2006, 3ª Edição. 109p. CONTEC 40 Anos – História da Normalização Técnica na Petrobras. Publicação: Petrobras. Rio de Janeiro, 2006. 117p. CONVENÇÕES SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA PROTOCOLO DE CARTAGENA SOBRE BIOSSEGURANÇA: Principais Resultados – COP 8 e MOP 3. Publicação: Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2006. 80p. DIRETRIZES e Prioridades do Plano de Ação para Implementação da Política Nacional da Biodiversidade Pan – Bio – Biodiversidade 22. Publicação Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2006. 80p. DOSSIÊ do Saneamento: Esgoto é Vida. Publicação: Água e Cidade, 4ª edição, Brasil, 2006. 68p. QU

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MANO, Eloísa Biasotto; PACHECO, Élen B.A.V.; BONELLI, Cláudia M. C. Meio Ambiente, Poluição e Reciclagem. Editora Edgard Blucher. São Paulo, 2005. 182p. MAPA do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2006/2015. Publicação, Sistema Firjan, Rio de Janeiro, RJ, 2006. 112p. NATAL, Jorge. DO DESENVOLVIMENTISMO AO NEOLIBERALISMO: A Saga Brasileira no Século XX. Publicação: Pubblicati Editora, Rio de Janeiro, 2006. 290p. PANORAMA da Biodiversidade Global 2. Publicação: Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2006. 81p PLANEJAMENTO PARA A GESTÃO INTEGRADA DE RECURSOS HÍDRICOS – Manual de capacitação e guia operacional. Publicação: Cap-Net, Global Water Partnership e Pnud. 2005. REUNIÃO DA CONFERÊNCIA DAS PARTES DA CONVENÇÃO SOBRE DIVERSIDADE BIOLÓGICA, 8.; REUNIÃO DAS PARTES DO PROTOCOLO DE CARTAGENA SOBRE BIOSSEGURANÇA, 3., 2006, Curitiba. Principais Resultados. Publicação: Governo Federal. Brasília, 2006.

Pintando o verde Promovida anualmente desde 1990, a 16ª edição da Competição Internacional de Crianças Pintando sobre o Meio Ambiente foi vencida, em 2007, por Charlotte Sullivan, 11, do Reino Unido. Ao trabalhar sobre o tema deste ano do Dia Mundial do Meio Ambiente, sobre o derretimento de regiões geladas, a menina retratou o planeta como um grande guarda-chuva virado ao avesso por poderosa tempestade (ver ilustração). Organizada pela Foundation for Global Peace and Environment, Bayer AG e Nikon Corporation, com apoio do Pnuma, a competição convida crianças a expressar sua visão sobre as ameaças e soluções para as mudanças climáticas. Desde 1990, já reuniu cerca de 180.000 inscritos de pelo menos cem países.

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HOGAN, D. J.; TOLMASQUIM, M.T (Ed.). Human Dimensions of Global Environmental Change – Brazilian Perspectives. Publicação: Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro, 2001. 390p.

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AGENDA

22º Congresso Brasileiro de Manutenção/Expoman 2007 – XXII Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos para Manutenção – De 17 a 21 de setembro, em Florianópolis (SC). Realização: Abraman – Associação Brasileira de Manutenção. Informações pelo tel. (21) 3231-7005 ou pelo email eventos@abraman.org.br. 5º Congresso Ambiental da IBC – De 18 a 19 de setembro, em São Paulo (SP). Realização: IBC – International Business Communications. Informações pelo tel. (11) 3017-6869 ou pelo site www.ibcbrasil.com.br.

III UFRJ Ambientável – Encontro da Engenharia Ambiental da UFRJ – De 11 a 14 de setembro, no Rio de Janeiro (RJ). Realização: Engenharia Ambiental da UFRJ. Informações pelo site www.ufrjambientavel.poli.ufrj.br ou pelo email ufrjambientavel@poli.ufrj.br. Seminário Impactos de Poluentes e Contaminantes Orgânicos no Meio Ambiente e na Saúde e Metodologias Analíticas de Identificação e Quantificação – De 10 a 21 de setembro, no Rio de Janeiro (RJ). Realização: Instituto Nacional de Tecnologia/Ministério da Ciência e Tecnologia e Associação Nacional dos Especialistas em Resíduos e Poluentes Orgânicos. Informações pelos sites www.garp.org.br e www.int.gov.br/garp.

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A competição deste ano foi a maior já promovida, com 14 mil inscritos de 104 nações. Além dos três primeiros lugares, foram premiadas crianças de seis regiões: Ásia e Pacífico, África, Europa, América Latina, América do Norte e Oeste da Ásia. As pinturas vencedoras podem ser apreciadas em www.unep.org.

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1 bilhão de árvores Com sete meses de antecedência, foi alcançada a meta da campanha de plantio de 1 bilhão de árvores no mundo em 2007: com cerca de 200 milhões de mudas efetivamente plantadas até agora, já existe, no entanto, o compromisso em vários países de se plantar 1 bilhão de árvores. Ao anunciar o alcance da meta, durante as comemorações do Dia Internacional de Biodiversidade Biológica, em 22 de maio, após o compromisso do Senegal de plantar 20 milhões de árvores, os organizadores da campanha – Pnuma, Green Belt Movement e World Agroforestry Centre – se declararam surpresos com o entusiasmo internacional com que pessoas de várias idades se engajaram na campanha, tanto em nações desenvolvidas quanto em desenvolvimento. Comunidades, jardins de infância, grupos de escoteiros, escolas, universidades, artistas, companhias, prefeituras e governos estaduais e nacionais vêm se mobilizando pelo sucesso da campanha, que visa a despertar a consciência ambiental do planeta sobre a importância de ações de combate ao aquecimento global. Um dos exemplos desse engajamento ocorreu em espaço público junto à sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, no centro do Rio, quando o presidente reeleito da entidade, Olavo Monteiro de Carvalho (direita na foto), plantou muda de árvore com o presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos de Lemos (esquerda). O evento teve apoio

Prêmio Ford Divulgação

da Abes-Rio, do Rotary International e da Fundação Parques e Jardins. Após o plantio, Mattos de Lemos proferiu palestra sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente. A campanha mundial Plant for the Planet: Billion Tree Campaign continua agora com o acompanhamento dos organizadores para que sejam efetivamente plantadas, até o final do ano, as 1 bilhão de mudas prometidas. Aqueles que quiserem se informar sobre o andamento da campanha e mesmo reforçar o compromisso com metas maiores de plantio devem acessar o site www.unep.org/ billiontreecampaign.

Livro BenchMais Resultado de parceria entre várias organizações, a 5ª edição do livro Bench-Mais – Benchmarking Ambiental Brasileiro, a ser lançada em setembro, registrará a memória das quatro publicações anteriores do programa Benchmarking Ambiental Brasileiro. Reunindo 85 casos vencedores, os 35 integrantes da comissão técnica e os mais de 40 apoiadores institucionais, o livro será distribuído gratuitamente para universidades, mídia especializada e entidades representativas do setor. Mais informações sobre o BenchMais em www.maisprojetos.com.br/bench/livro.

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A Ford e a Conservação Internacional (CI-Brasil) abriram as inscrições para a 12ª edição do Prêmio Ford Motor Company de Conservação Ambiental. Considerado um dos prêmios nacionais de maior prestígio do setor, concede R$ 23 mil para cada um dos vencedores em três categorias: Conquista Individual, Negócios em Conservação e Ciência e Formação de Recursos Humanos. Lançado em 1996, o Prêmio Ford destaca anualmente os projetos mais importantes realizados no Brasil para a conservação da biodiversidade e promoção do desenvolvimento sustentável. Os vencedores são selecionados por um júri formado por personalidades da área de conservação ambiental. A inscrição gratuita pode ser feita até 1º de setembro. O regulamento e formulário de inscrição estão em www.conservacao.org/arquivos/ Regulamento12edicao.pdf. Mais informações em www.ford. com.br.

Embaixadores de natureza Com a presença do ambientalista Jean-Michel Cousteau, presidente da ONG Ocean Futures Society (OFS) e filho do legendário mergulhador francês Jacques-Yves Cousteau, foi lançada, em fevereiro, na unidade Guarujá (SP) da companhia Dow Brasil, a pedra fundamental do Programa Embaixadores do Meio Ambiente. A ser implementado pela OFS do Brasil, em parceria com a Dow Brasil e seu Painel Consultivo Comunitário do Guarujá, o projeto é inédito na América Latina e tem previsão de começar a operar no início de 2008. O Programa Embaixadores da Natureza tem como objetivo principal ensinar alunos de escolas públicas da região a respeitar o meio ambiente e, assim, torná-los multiplicadores e defensores de um estilo de vida sustentável e responsável.

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Nova pós-graduação em gestão ambiental UFRJ e Pnuma abrem 2ª turma de curso para profissionais de várias áreas Divulgação

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evido ao sucesso da iniciativa, a Escola Politécnica da UFRJ, em parceria com o Instituto Brasil PNUMA, abriu inscrições para a segunda turma de 2007 do Curso de Pós-Graduação em Gestão Ambiental, a ser realizado a partir de 10 de agosto, às sextasfeiras, das 18h às 22h, e sábados, das 8h às 17h, na sede da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro, na Rua do Russel nº 1, Glória. Coordenado pelo professor Haroldo Mattos de Lemos, o curso tem nível de pós-graduação (MBA). As aulas terão duração de dez meses, até junho de 2008, e as monografias deverão ser entregues até 10 de agosto de 2008. A grande demanda pelo curso, que cresce a cada ano, levou à decisão pela formação dessa segunda turma. O curso tem como objetivo contribuir para a formação de profissionais interessados em trabalhar na área ambiental e para aperfeiçoar e atualizar aqueles que já atuam no setor. Professores de formação diversificada capacitarão profissionais de várias especialidades para a gestão ambiental de atividades, projetos e programas, tanto do setor privado quanto do público. Com 380 horas/aula de aulas expositivas, práticas, palestras, seminários e visitas técnicas a empresas, o curso tem como base uma abordagem interdisciplinar e holística, visando a uma perspectiva integrada da gestão do meio ambiente. A variável ambiental é abordada em sua relação com as questões econômicas, tecnológicas e sociais de desenvolvimento sustentável, de forma a permitir transformar os desafios e as restrições ambientais em oportunidades de negócios. O programa inclui temas como Sociedade e Meio Ambiente; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Estatística Aplicada ao Meio Ambiente; Recursos Hídricos; Ecodinâmica;

O aumento da procura por curso de gestão ambiental, que tem aulas teóricas e práticas, com visitas a empresas, levou à decisão de se criar nova turma

Química Ambiental; Saúde Pública: Planejamento Territorial; Direito Ambiental; Economia Ambiental; e Gestão Industrial Sustentável. Mais informações e matrículas no Instituto Brasil PNUMA, pelo tele-

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fone (21) 3084-1020 ou pelo email brasilpnuma@domain.com.br; ou no Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Escola Politécnica da UFRJ, pelos tels. (21) 25627982 e 2562-7983.

Empresas dependem cada vez mais de variável ecológica

Curso de Pós-Graduação em Gestão Ambiental atende a uma realidade em que a temática ambiental se encontra crescentemente inserida nas atividades relativas ao sistema produtivo e à administração das organizações. Nas empresas, a competitividade é determinante para sua sobrevivência no mercado, e o meio ambiente tornou-se um fator essencial para essa competitividade. As informações sobre custos ambientais existentes e as oportunidades de ganho no gerenciamento de processos e na racionalização do uso de recursos naturais e energia são elementos fundamentais para a gestão estratégica das empresas. Por outro lado, as instituições públicas precisam nortear, regular e administrar o meio ambiente como patrimônio de todos, em busca do desenvolvimento sustentável.

Apoio Cultural 8

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