Pnuma 97

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PNUMA

BRASIL PNUMA

www Visite .bra noss silpn o si uma te .org Nº 97 .br OUT/NOV 2007

Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

Arquivo Pnuma

Existência humana está ameaçada Estudo do Pnuma defende ação urgente para se evitar catástrofe ambiental

V

inte anos após a publicação do histórico documento Nosso Futuro Comum, da Comissão Brundtland, estudo do Pnuma lançado em outubro alerta que o futuro da humanidade está ameaçado devido a graves problemas ambientais, como as mudanças climáticas, o grau de extinção das espécies e o desafio de alimentar uma população mundial em crescimento acelerado. Preparado por cerca de 390 especialistas e revisado por mais de 1.000 outros estudiosos ao redor do planeta, o relatório Global Environment Outlook: Environment for Development (GEO-4) analisa o estado atual da atmosfera,

terra, água e biodiversidade. E a conclusão não é nada animadora, a começar pelo aquecimento global, que exige massiva redução dos gases-estufa até meados deste século. A voracidade com que a humanidade está destruindo os ecossistemas fica clara a partir de um dado alarmante: a população do planeta já é tão grande – beirando 6 bilhões de pessoas – que excedeu a capacidade da Terra em sustentá-la. A demanda por recursos naturais alcançou 21,9 hectares por pessoa – mas a capacidade biológica do planeta de suportar essa exploração é, em média, de 15,7 hectares por pessoa. Apesar do tom dramático, os organizadores do GEO-4 afirmam que seu objetivo não é “apresentar um obscuro e triste cenário, mas um urgente chamado para a ação”, por parte dos governantes, empresários e todos os segmentos sociais dos países. Até agora, segundo especialistas, as respostas das nações aos problemas ambientais têm sido lentas e tímidas demais, colocando em risco a sobrevivência planetária. Novo paradigma – Para que rápidos progressos possam ser alcançados, evitando-se um futuro dramático, o estudo defende “mudanças fundamentais nas estruturas sociais e econômicas, incluindo mudanças no estilo de vida” dos países. O GEO-4 (Panorama do Meio Ambiente Global: Meio Ambiente para o Desenvolvimento) fornece alguns exemplos da crescente – e até agora fora de controle – degradação ambiental: o declínio dos bancos de pesca; a perda de térreas férteis por ações de degradação; a pressão insustentável sobre os recursos naturais; a diminuição da quantidade de água para consumo humano e de outras criaturas; e o risco de que o dano ambiental ao planeta ultrapasse um ponto de não-retorno. Vários dados críticos foram analisados. O GEO-4 avalia, por exemplo, que apesar das fontes de fornecimento de água doce estarem em declínio, por volta de 2050 deverá haver um aumento do seu uso de 50% nos países em desenvolvimento e de 18% nos desenvolvidos. O consumo de peixes mais que triplicou de 1961 a 2001. Mas a captura de pescado estagnou ou vem declinando lentamente desde os anos 1980. A exploração da indústria pesqueira já ultrapassou em 250% a capacidade de reprodução sustentável dos bancos de pesca mundiais. A biodiversidade planetária está também a caminho de uma situação crítica. Dos maiores grupos de vertebrados identificados pelos cientistas, se encontram sob ameaça 30% dos anfíbios, 23% dos mamíferos e 12% dos pássaros. Cópia do GEO-4 pode ser baixada em www.unep.org/geo.


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