I N S T I T U T O
FEV/MAR 2008
Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Arquivo Pnuma
PNUMA
BRASIL PNUMA
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Trilhões de dólaresestão à espera de novas políticas e regras de mercado para investimentos em tecnologia limpa
Economia verde ganha fôlego no mundo ‘Year Book’ 2008 enfatiza investimentos no combate ao aquecimento global
A
emergência da chamada economia verde é destaque na edição 2008 da publicação anual do Pnuma “Year Book”, lançada em fevereiro, que divulga uma série de iniciativas econômicas e de desenvolvimento tecnológico para lidar com as questões ambientais que afligem a humanidade, em especial o crescente aquecimento global. Lançada oficialmente na 10ª Sessão Especial do Conselho de Administração/Fórum Global de Ministros de Meio Ambiente, promovido pelo Pnuma no Principado de Mônaco, a publicação mostra que ainda há muito por fazer. Mas lideranças corporativas, financeiras e empreendedores, além de organizações do trabalho, de governo e até mesmo da ONU, vêm percebendo, crescentemente, que o combate ao efeito estufa já gera boas oportunidades de negócios e outras realizações. O “Year Book” enfatiza alguns elementos da economia verde em curso, como a elaboração de relatórios de
Responsabilidade Social Corporativa com a inclusão de conceitos ambientais por mais de 2.000 companhias em cerca de 90 países. Por sua vez, a Rede de Investidores sobre Mudança Climática, lançada em novembro de 2003, já envolve cerca de 50 investidores institucionais com ativos superiores a US$ 3 trilhões. E os Princípios para o Investimento Responsável, lançados em 2006, com apoio da Iniciativa Financeira do Pnuma e do Global Compact da ONU, contam com 275 instituições com ativos de US$ 13 trilhões. Inovações tecnológicas – A publicação enfatiza também que a emergência da economia verde vem incentivando invenções, inovações tecnológicas e a imaginação de engenheiros em escala talvez nunca testemunhada desde a Revolução Industrial, há mais de dois séculos. Como exemplo, cita o crescente interesse em projetos de geoengenharia, como coletores gigantes de dióxido de carbono para a absorção
de gases-estufa da atmosfera e depósito em solos geológicos adequados. O diretor-executivo do Pnuma e subsecretário-geral da ONU, Achim Steiner, assinalou, na reunião de Mônaco, que “centenas de bilhões de dólares estão agora fluindo para as tecnologias de energia renovável e limpa”. No entanto, “trilhões a mais de dólares” estão à espera de decisões governamentais sobre as novas metas de redução das emissões dos gases-estufa a serem adotadas após 2012 – prazo legal do Protocolo de Kyoto – e de “mecanismos criativos de mercado” para o alcance desses objetivos. Steiner alertou que ainda existem “barreiras formidáveis” para se garantir que esses recursos sejam efetivamente direcionados para a economia verde, como subsídios governamentais para o uso de combustíveis fósseis, em detrimento das energias renováveis, e regimes tarifários e de comércio que encarecem as (cont.na pg. 2) tecnologias limpas.