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BRASIL PNUMA

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www Visite .bra noss silpn o si uma te .org Nºº 123 .br FEV/MAR 2012

Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

A economia verde e os oceanos

Estudo revela importância dos ecossistemas marinhos para o bem-estar humano

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Roberto Gomes/Pnuma/Topham

m um mundo em transição para uma economia verde, mares e regiões costeiras recuperadas e preservadas trariam grandes dividendos para as populações. Estudo produzido pelo Pnuma e alguns parceiros destaca o grande potencial que um bom gerenciamento dos ecossistemas marinhos tem para alavancar o crescimento econômico sustentável e, consequentemente, erradicar a pobreza no planeta. Lançado no encontro sobre proteção dos mares Third Intergovernmental Review Meeting on the Implementation of the Global Programme of Action for the Protection of the Marine Environment from Land-Based Activities, promovido pelo Pnuma em Manilha (Filipinas), o relatório Green Economy in a Blue World enfatiza que a saúde ecológica e a produtividade econômica dos ecossistemas marinhos e costeiros – que se encontram em declínio – podem ser impulsionadas com mudanças no paradigma do atual modelo de desenvolvimento econômico, predador dos recursos naturais. Em um planeta onde 40% de sua população vive dentro de faixas de até 100 quilômetros da costa, diferentes ecossistemas marinhos proveem alimentos, abrigo e sustento essenciais para milhões de pessoas. No entanto, sublinha o estudo, os impactos derivados das atividades humanas baseadas em terra estão crescentemente

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Compromisso internacional Em um planeta onde 40% da população mundial vive em regiões costeiras, são urgentes as iniciativas para a preservação dos mares

prejudicando a qualidade ambiental e a produtividade dos oceanos. Disponível em www.unep.org/pdf/ green_economy_blue.pdf, o relatório Economia Verde em um Mundo Azul apresenta uma série de recomendações para os países promoverem o desenvolvimento sustentável em seis setores que têm relação com a exploração dos mares, como pesca e energias renováveis (ver pg. 2). Os especialistas defendem um novo paradigma econômico, com desenvolvimento sustentável, que explore os potenciais naturais dos mares e oceanos, como a geração de energia renovável, a promoção de ecoturismo, a pesca e o transporte marítimo sustentável. A poucos meses da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o Pnuma espera estimular, com o estudo, que diferentes nações deslanchem o potencial econômico dos seus ecossistemas marinhos.

Ao final do encontro nas Filipinas, representantes de 65 países assinaram a Manila Declaration, em que formalizam o compromisso de intensificar, de 2012 a 2016, esforços em níveis internacionais, regionais e locais para proteger os oceanos dos impactos promovidos a partir de atividades baseadas em terra – além de destacar o papel central dos ambientes marinhos na transição para uma economia verde, com baixo uso de carbono e eficiência de recursos. O documento enfatiza a importância da saúde ambiental dos oceanos e zonas costeiras para o sustento dos meios de vida e de segurança alimentar das populações – especialmente dos pequenos países insulares em desenvolvimento. Os signatários conclamam por ações colaborativas para a redução da vulnerabilidade de populações costeiras a mudanças climáticas e para lidar com a perda de biodiversidade, a presença de poluentes orgânicos persistentes (POPs) e a acidificação dos oceanos.

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EDITORIAL Nesta edição, publicamos em nossa capa reportagem sobre um novo estudo do Pnuma e parceiros que aponta o importante potencial econômico para o planeta advindo da recuperação e preservação de nossos oceanos e regiões costeiras. A reportagem continua aqui ao lado, onde são listadas recomendações para o desenvolvimento sustentável em seis setores relacionados a oceanos e zonas costeiras. No entanto, além da urgência de ações para recuperar nossos mares, mostramos na página 3 a necessidade de iniciativas em prol da recuperação e preservação de áreas terrestres que também se encontram em perigoso processo de degradação ambiental No artigo das páginas centrais, a chefe do Escritório do Pnuma no Brasil, Denise Hamú, fala das ações do Pnuma em nível internacional e, especialmente, no Brasil em apoio a iniciativas pelo desenvolvimento sustentável, dentro do marco da chamada Economia Verde, um dos temas centrais da Rio+20. Na contracapa, fechamos esta edição com reportagem sobre reunião do Fórum Rio de Mudanças Climáticas Globais, na Firjan, em que a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, com apoio da Coppe/UFRJ, apresentou suas avaliações parciais do custo de adaptação e das metas de redução das emissões de gases-estufa de importantes setores industriais. Um abraço e até o próximo. Haroldo Mattos de Lemos Presidente

Pelo manejo sustentável dos mares Setores como pesca e turismo precisam ser dinamizados O relatório Green Economy in a Blue World lista recomendações para o desenvolvimento sustentável em seis setores econômicos relacionados a oceanos e zonas costeiras: pesca e aquicultura; transporte marítimo; fontes marinhas de energia renovável; poluição oceânica por nutrientes; turismo costeiro; minerais de águas profundas. O estudo foi produzido pelo Pnuma em colaboração com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), IMO (International Maritime Organization), Departamento de Relações Econômicas e Sociais da ONU, International Union for Conservation of Nature, WorldFish Center e GRID-Arendal. O estudo destaca que o manejo sustentável dos fertilizantes contribuiria para a redução do custo da poluição marinha causada pelo nitrogênio e outros nutrientes. Apenas na União Europeia, o prejuízo anual pelo uso inadequado de fertilizantes no campo – que, através de corpos hídricos, chegam a mares, estimulando a proliferação de algas e o consumo de oxigênio das águas – é estimado em US$ 100 bilhões. Uma grande preocupação é em relação aos estoques mundiais de peixes: 30% estão superexplorados, degradados ou em recuperação de situações de degradação; e 50% estão completamente exauridos. Segundo a FAO e o Banco Mundial, a economia global poderia ter um ganho anual da ordem de US$ 50 bilhões com a recuperação dos estoques de peixes e a redução da capacidade de pesca para um nível adequado.

Presidente: Haroldo Mattos de Lemos Diretor Jurídico: Oscar Graça Couto Diretor Administrativo: Roberto Carrilho Padula Jornalista Responsável: Ronie Lima (MTb 15.415/RJ) Referências Bibliográficas: Zilda Rodrigues de Souza Arte e Diagramação: Eliana Mac Dowell Impressão: Corbã Conselho Consultivo: Adolpho de Marinho Pontes (ex-deputado federal do Estado do Ceará), Aloisio Ferreira de Souza (ex-presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Abes, AL), Cândido Mendes de Almeida (diretor-geral da Faculdade Cândido Mendes/RJ), Carlos Henrique de Abreu Mendes (ex-secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro), Carlos Minc (secretário de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro), Henrique Brandão Cavalcanti (ex-ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal), Jean C. L. Dubois (presidente do Instituto Rede Brasileira Agroflorestal/Rebraf,RJ), João Augusto Fortes (presidente da Sociedade Civil Pró-Rio), Joaquim Falcão (ex-secretário-geral da Fundação Roberto Marinho), José Mário de Oliveira Ramos (ex-vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/Firjan), Márcio Nogueira Barbosa (vice-diretor executivo da Unesco), Nelio Paes de Barros (ex-diretor administrativo do Instituto Brasil Pnuma), Paulo Nogueira Neto (ex-secretário especial do Meio Ambiente), Paulo Protásio (ex-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro), Ricardo Boechat (diretor de jornalismo da Band Rio), Roberto Klabin (presidente da SOS Mata Atlântica, SP), Roberto Messias Franco (ex-presidente

A situação da pesca preocupa: boa parte dos estoques de peixe já está comprometida

Fontes de energia renovável de origem marinha, como ventos e força das marés, representavam em 2008 apenas 1% do total da produção mundial de energia renovável. O potencial para seu crescimento é alto, mas devido aos altos custos, são necessárias políticas governamentais de apoio e financiamentos. As atividades turísticas representam 5% do PIB mundial e contribuem com 6% a 7% do total de empregos. Estima-se que mais de 1/3 dos viajantes favorece um turismo ambientalmente amigável, existindo um potencial considerável para a criação de empregos verdes no setor. A exploração de minerais encontrados nas profundezas dos oceanos é vista por nações como importante para o desenvolvimento. Mas o manejo dessas atividades precisa ser precedido por informações científicas seguras e acoplado a boas práticas ambientais de exploração.

do Ibama) Conselho Fiscal: Joper Padrão do Espirito Santo, Telma de Avellar Guimarães, Vicente Hermogerio Schmall (titulares), João Alfredo Noronha Viegas, Saint Clair Zugno Giacobbo (suplentes).

Publicação bimestral. Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. INSTITUTO

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O interessado em tornar-se sócio do Instituto BRASIL PNUMA e receber este informativo deve fazer contato pelo nosso telefone ou pelo email.

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www.brasilpnuma.org.br COMITÊ BRASILEIRO DO PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE INSTITUTO BRASIL PNUMA Av. Treze de Maio 13, sala 1.315 – Centro CEP 20.031-901 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Telefax: (21) 2262-7546 CGC: 40.200.230/0001-19 brasilpnuma@gmail.com

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Penny Edwards/Pnuma/Topham

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Áreas terrestres estão se degradando

Recuperação dos solos é fundamental para segurança alimentar e climática

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m um planeta onde 24% de suas áreas terrestres já sofreram grave declínio de sua qualidade e produtividade nos últimos 25 anos, como resultado do seu uso insustentável, o novo relatório anual sobre o estado ambiental do Pnuma, o Year Book 2012, mostra a necessidade de ações urgentes para se melhorar a forma como os países lidam com seus preciosos solos. A recuperação e a preservação ambiental dos solos são vistas por especialistas como a chave para que as nações alcancem, no século 21, sua segurança alimentar, de abastecimento de água e climática. Lançado em fevereiro na sede do Pnuma, em Nairóbi (Quênia), durante a 12ª sessão especial do seu conselho de governança e o Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente (Global Ministerial Environment Forum), o Year Book 2012 destaca estudos que indicam que alguns tipos de uso convencional e intensivo na agricultura estão acelerando a erosão dos solos a taxas que algumas vezes chegam a ser cem vezes maiores do que as que a natureza pode recompor os solos. Por volta de 2030, se não houver mudanças na maneira como as terras são gerenciadas, mais de 20% dos habitats terrestres, como florestas, terras de turfa e pradarias em países em desenvolvimento poderão estar convertidos em plantações – agravando assim as perdas da biodiversidade e de serviços ambientais vitais.

Natalia C.Mazzuchelli/Pnuma/Topham

Aquecimento global – Esta realidade dramática poderia inclusive ter implicações profundas nas mudanças climáticas, agravando o aquecimento global. Os solos contêm

grande quantidade de carbono estocada, na forma de matéria orgânica, que, por sua vez, fornece os nutrientes necessários para o crescimento das plantas e permite que as chuvas penetrem até os aquíferos subterrâneos. Estima-se que, desde o século 19, cerca de 60% do carbono estocado em solos e vegetações tenha sido perdido como resultado de alterações no uso de terras, como em desmatamentos para plantações e a expansão de cidades. Algumas estimativas dão conta de que, atualmente, as áreas superficiais terrenas de até um metro de profundidade têm estocadas por volta de 2.200 gigatoneladas de carbono – o que equivale a três vezes os níveis correntes de carbono na atmosfera! Ou seja: se continuarem os padrões negativos de manejo das terras mundiais, um crescente e perigoso montante de carbono será liberado para a atmosfera, agravando o efeito estufa planetário. A nova edição do Year Book aponta como de especial atenção a situação ambiental das terras de turfa. Essas terras são tão ricas em carbono que, com sua degradação crescente, mais de duas gigatoneladas de dióxido de carbono (CO2) vêm sendo emitidas por ano – montante equivalente a 6% das emissões de gases-estufa produzidos por atividades humanas. Outro ponto destacado pelo Year Book 2012 vem sendo motivo de preocupação cada vez maior dos ambientalistas: o desafio de ações de descomissionamento de um número crescente de reatores nucleares que estão atingindo o fim de vida. Mais informações em www.unep.org.

Desde o século 19, cerca de 60% do carbono estocado em solos e vegetações já teria se perdido devido ao avanço de cidades e da agricultura, dentre outros usos

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Pnuma B somando esforços em prol do dese

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Divulgação

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uarenta anos se passaram desde a Conferência da ONU sobre o Futuro da Humanidade e do Planeta, realizada em 1972 em Estocolmo, que teve como um de seus resultados históricos o estabelecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o Pnuma. Desde então, o Pnuma vem promovendo a conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos no contexto do desenvolvimento sustentável. Como um programa das Nações Unidas, o Pnuma se dedica a manter o estado do meio ambiente global sob contínuo monitoramento, a alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e a recomendar medidas para melhorar a qualidade de vida das populações sem comprometer os recursos e serviços ambientais das futuras gerações. Naquela época, a humanidade começava a se preocupar com o impacto do rápido crescimento urbano e populacional do planeta. Os desafios ambientais previstos em Estocolmo, e depois na Cúpula da Terra de 1992, no Rio de Janeiro, hoje já são realidade, como a mudança do clima, as perdas dos ecossistemas e da biodiversidade, o desmatamento e o declínio de solos produtivos. A subsistência e bem-estar de 7 bilhões de pessoas, em um mundo que deve chegar a 9 bilhões de pessoas em 2050, dependem do equilíbrio e manutenção dos recursos naturais do planeta. Com sede em Nairóbi, no Quênia, o Pnuma dispõe de uma rede

Denise Hamú

de escritórios regionais e de alguns escritórios nacionais para apoiar instituições e fortalecer a governança ambiental e, por intermédio dessa rede, engaja uma ampla gama de parceiros dos setores governamental, não governamental, acadêmico e privado em iniciativas de cooperação e projetos em prol do meio ambiente. O Pnuma opera ainda em estreita colaboração com organismos internacionais, regionais e subregionais. A transversalidade no trato do tema ambiental, além da sua natural complexidade, exige do Pnuma uma contínua e permanente atualização de sua agenda, de modalidades e formas distintas de cooperação e da sua presença estratégica em diversas regiões do planeta. Isso se faz particularmente importante num país como o Brasil, que conta com um riquíssimo patrimônio natural, social e econômico. O Brasil dispõe de um diversificado arcabouço de instrumentos públicos e ampla participação social com vistas a avançar cada

vez mais na consolidação das práticas e princípios do desenvolvimento sustentável, apesar dos imensos desafios ainda a superar. O Escritório do Pnuma no Brasil, com sede em Brasília, foi criado como parte de uma estratégia de descentralização de ações, com vistas a facilitar a identificação de prioridades e o desenvolvimento de iniciativas nos contextos subregionais e nacionais. Nesses oito anos de operação, o Pnuma Brasil tem explorado oportunidades e vencido desafios por meio de novas abordagens, mecanismos e práticas voltados a favorecer a cooperação técnica nacional. Além disso, iniciativas do Pnuma e novas linhas globais de trabalho alcançaram maior êxito por se alinharem com as necessidades do país, um aspecto crucial para alcançar e fortalecer o desenvolvimento de políticas e estratégias sustentáveis. Como resultado, o Pnuma Brasil, por meio de suas parcerias, vem apoiando o efetivo desenvolvimento e efetivação de políticas ambientais nacionais e de acordos ambientais multilaterais assumidos pelo país. Exemplo disso é o apoio aos compromissos assumidos em decorrência da participação do Brasil no Processo de Marrakech capitaneado pelas Nações Unidas, um acordo global no qual os países signatários se comprometem a elaborar planos de Produção e Consumo Sustentáveis. O governo brasileiro lançou, no ano passado, o Plano de Ação para a Produção e Consumo Sus-

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ma Brasil: desenvolvimento sustentável no país

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tentáveis. As políticas públicas decorrentes desse plano contam com o apoio de um projeto de cooperação técnica com o Pnuma Brasil, e têm como objetivos o desenvolvimento de ações estratégicas em educação para a produção e consumo sustentável, aumento da reciclagem, compras públicas sustentáveis, Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) e construções sustentáveis. Paralelamente a isso, o Pnuma identificou, no âmbito do crescente setor imobiliário brasileiro, uma oportunidade para aplicação de práticas e procedimentos de sustentabilidade com vistas aos necessários e oportunos benefícios sociais e ambientais. A construção civil tem um papel importante no desenvolvimento sustentável por se tratar de um setor-chave de desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Globalmente esse setor é responsável por mais de 30% das emissões de gases de efeito estufa, somando aproximadamente 40% do consumo de energia, 20% do consumo da água e 30% da geração de resídos sólidos. Para responder a tamanho desafio, o Pnuma engajou no Brasil parceiros locais de diversos setores para o estudo e o desenvolvimento de metodologias e práticas sustentáveis em habitações de interesse social, no contexto de um projetopiloto na cidade de Cubatão, no Estado de São Paulo. Atenção especial foi dada à redução do consumo de energia e de água, levando em conta as necessida-

des básicas, o conforto e a qualidade de vida dos moradores. Além disso, o Pnuma vem trabalhando para disseminar os princípios da Economia Verde, que se evidenciou com a crise econômica global de 2008 e se tornou uma alternativa a favor do desenvolvimento sustentável, principalmente nos seus aspectos econômico, ambiental e social. Dentre outros benefícios, a Economia Verde promove o aumento de renda e das oportunidades de trabalho e de empregos, impulsionados por investimentos públicos, associados à redução da poluição e da emissão de carbono, aumentando a eficiência de energia e do uso dos recursos naturais, além de prevenirem perdas da biodiversidade e dos serviços ambientais. Tais investimentos precisam ser catalisados e apoiados por políticas públicas específicas, baseadas em reformas e ajustes na regulamentação. Esses caminhos contemporâneos do desenvolvimento visam a fazer com que o capital natural seja considerado um ativo econômico crítico para benefício público, especialmente para os pobres, que dependem fortemente da natureza para a segurança de sua subsistência. Cada vez mais, os governos estão reconhecendo a importância da valoração dos recursos naturais, tanto que “A Economia Verde no Contexto do Desenvolvimento Sustentável e da Erradicação da Pobreza” será um dos pilares das discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20,

que acontecerá em junho deste ano no Brasil. O Brasil, como anfitrião da Rio+20, tem ocupado uma posição de destaque no cenário internacional e nas negociações sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Na condição de nação em rápido desenvolvimento e rica em recursos naturais, o Brasil tem exercido um papel protagonista em conferências internacionais e tem mostrado seu interesse em investir nos princípios e valores preponderantes da sustentabilidade. A Economia Verde, como um arcabouço/espaço novo em que cabem as necessidades de crescimentos econômicos, as oportunidades de consagração do uso racional dos recursos naturais e as reais possibilidades de ampliação das oportunidades de trabalho e empregos em todos os níveis, certamente vai ao encontro dos objetivos, propósitos e anseios brasileiros de alcançar plenamente o desenvolvimento sustentável, combater e erradicar a pobreza. O Pnuma Brasil espera continuar contribuindo para essa agenda, tornando suas ações no país mais relevantes e estratégicas, somando-se aos esforços do setor publico, da sociedade civil organizada, do setor privado e acadêmico, promovendo também o engajamento da sociedade brasileira para que o Brasil realize a sua vocação de país líder do desenvolvimento sustentável. Denise Hamú é chefe do Escritório do Pnuma no Brasil

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Parte das publicações, periódicos e DVDs recebidos pela biblioteca PLANETA SUSTENTÁVEL E EDITORA ABRIL. BIODIVERSIDADE e a nova economia no Brasil. 2010, 35 p.

AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Comércio internacional e a proteção do meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2011. 420 p.

PALMA, Carol Manzoli. Petróleo: Exploração, Produção e Transporte sob a Óptica do Direito Ambiental. Campinas, SP, 2011. 223 p.

DEMOCRACIA VIVA. Rio de Janeiro: Ibase, n.46, abr. 2011. ECCLESTON, H. Charles. Environmental impact assessment: a guide to best professional practices. Taylor and Francis Group, 2011. 268 p. EHLERS, Eduardo. Agricultura sustentável: origens e perspectivas de um novo paradigma. São Paulo: Livro da Terra, 1996. 178 p. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Desafios do saneamento em metrópoles da COPA 2014: estudo da região metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: FGV, 2011. 18 p. LEONARD, Annie. A história das coisas: da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. 302 p. MARCONDES, Liana John Pyr. O valor da água: primeiros resultados da cobrança nas Bacias PCJ. São Paulo: Camirim, 2010. 171 p. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação & Áreas de Risco. O que uma coisa tem a ver com a outra? Relatório de Inspeção da área atingida pela tragédia das chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro. Brasília: MMA, 2011. 96 p. MINISTÉRIO FEDERAL PARA O MEIO AMBIENTE, PRESERVAÇÃO DA NATUREZA E SEGURANÇA NUCLEAR. Manual de Gestão da Biodiversidade pelas Empresas: guia prático de implementação. Brasília, 2011. 64 p. SEX

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE. Relatório economia verde: resumo das conclusões. Brasília: Pnuma, 2011. 10 p. RAYNER, A.J., COLMAN, David. Current issues in agricultural economics. New York: St. Martin´s Press, 1993. 279 p. SÃO João Marcos: patrimônio e progresso. Rio de Janeiro: Cidade Viva: Instituto Cultural Cidade Nova, 2011. 167 p. SIEMEENS AG. Latin American green city index: assessing the environmental performance of Latin America’s major cities. Munich, 2010. 99 p. SOUZA FILHO, Benedito Fernandes de. A Cultura do Feijão no Estado do Rio de Janeiro. Niterói: Pesagro-Rio, 2010. 96 p. THE COCA-COLA EXPORT CORPORATION. 125 Razões para acreditar em um MUNDO MELHOR. México, 2011. 279 p. TRAMONTINA, Carlos. Rios de São Paulo: Tietê presente e futuro. São Paulo: BEI Comunicação, 2011. 231 p. TRANSBOUNDARY groundwaters: the bellagio draft treaty = AGUAS subterrâneas transfronterizados: anteproyecto de Tratado “Bellagio”. International Transboundary Resources Center, 199. 414 p.

Como 'esverdear' o sistema educional Membros da academia, responsáveis por políticas públicas, representantes de governos e de agências internacionais de desenvolvimento, administradores de escolas e professores e profissionais de gerenciamento ambiental, entre outros, estarão reunidos, de 10 a 12 de outubro, na cidade alemã de Karlsruhe, no encontro International Greening Education Event, para debates e propostas de soluções de temas relacionados ao meio ambiente e ao sistema educacional. Na pauta do encontro, entre outros pontos, como as mudanças climáticas, o esgotamento dos recursos naturais, a perda da biodiversidade e outras ameaças graves à vida planetária estão afetando o setor educacional; por que e como introduzir a sustentabilidade nos currículos escolares; os desafios e as melhores práticas para “esverdear” o sistema educacional. Mais informações em www.etechgermany.com/ IGEE2012.pdf ou pelo email mail@ etechgermany.com.

TRIGUEIRO, André. Mundo Sustentável 2: novos rumos para o planeta em crise. São Paulo: Globo,2012. 399p.

Arquivo Pnuma

ALTIERI, Miguel A. Agrocecology: the science of sustainable agriculture. 2.ed. Colorado: Westview Press, 1989. 433 p.

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AGENDA

Enersolar Greenergy 2012 – Feira Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para Geração de Energia – De 11 a 13 de julho, em São Paulo (SP). Realização: Grupo Cipa. Informações em www.cipanet.com.br, pelo email cipa@cipanet.com.br ou pelo tel. (11) 5585-4355.

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O Meio Ambiente Fala Nos preparativos para o Dia Mundial do Meio Ambiente de 2012, em 5 de junho, na Cidade do Rio de Janeiro, o Pnuma lançou, em parceria com o TreeHugger, a iniciativa The Environment Speaks, para incentivar o registro de fotos ambientais no aplicativo Piictu, do iPhone. Os participantes deverão postar suas fotos do meio ambiente, nesta rede interativa, com sugestões sobre o que uma árvore, uma planta, uma montanha, um animal ou um lago, por exemplo, poderia estar pensando ou dizendo. Os autores das melhores fotografias ganharão pequenas premiações, como uma camisa do Dia Mundial do Meio Ambiente autografada pela embaixadora da Boa Vontade do Pnuma, Gisele Bündchen. Quem já tiver o aplicativo Piictu, basta procurar por @WorldEnvironment Day e se divertir.

Prêmio ANA 2012 A Agência Nacional de Águas estará recebendo, até 1º de junho, as inscrições para a quarta edição do Prêmio ANA, que reconhece iniciativas que se destacam pela excelência e contribuição para a gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos do país. As inscrições são gratuitas. Nesta edição, serão oito categorias de premiação: governo; empresas; organizações não governamentais; pesquisa e inovação tecnológica; organismos de bacia; ensino; imprensa; e água e patrimônio cultural. Os oito vencedores receberão o Troféu Prêmio ANA, concebido pelo mestre vidreiro italiano Mário Seguso. O regulamento e a ficha de inscrição estão em www.ana. gov.br/premio. Mais informações pelo email premioana@ana.gov.br ou pelo telefone (61) 2109-5412.

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Arquivo Pnuma

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Pesquisa sobre sustentabilidade Pesquisa promovida junto a 642 especialistas de empresas, de organizações não governamentais, da academia e de governos revela que a grande maioria (88%) avalia que a pressão no mundo empresarial por retornos financeiros de curto prazo tem sido uma barreira para tornar mais sustentáveis os negócios ao redor do planeta. Realizado em dezembro pela empresa de pesquisa de opinião GlobeScan e pela companhia de consultoria estratégica Sustain Ability, o levantamento The Sustainability Survey perguntou o que esses especialistas consideravam fatores que funcionavam como barreiras para o incremento da sustentabilidade pelas empresas. Embora a maioria tenha identificado múltiplas barreiras, o foco empresarial em retornos financeiros de curto prazo foi apontado como o empecilho mais significativo. Em seguida, as barreiras mais citadas por 65% dos pesquisados foram regras inapropriadas e a baixa conscientização sobre os imperativos de negócios sustentáveis. A baixa demanda dos consumidores por práticas de negócios verdes foi identificada por 57% dos especialistas, seguida pela falta de ferramentas efetivas de gerenciamento (45%) e pela falta de padronizações internacionais (50%). O resultado da pesquisa constará de relatório do Pnuma sobre o mundo corporativo em uma economia verde, a ser divulgado este ano. Mais informações em www.unep.org.

Energia Sustentável para Todos Em sua primeira visita oficial à África, como embaixadora da Boa Vontade do Pnuma, a modelo brasileira Gisele Bündchen (foto) chamou a atenção para um problema dramático: em um planeta com 7 bilhões de habitantes, um em cada grupo de cinco pessoas não tem acesso à eletricidade. No continente africano, o problema é maior: 2/3 de sua população não contam com acesso à energia. Ela lembrou que apenas 2% dos investimentos globais seriam necessários para prover toda a humanidade com fontes de energia. Gisele participou de coletiva à imprensa na sede do Pnuma, em Nairóbi, divulgando o lançamento pela ONU, em fevereiro, do Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, que visa a criar um ambiente favorável para a promoção e uso de tecnologias de energia renovável. Ao conhecer centros de produção de energia por biogás, a partir da queima de lixo, na favela de Kibera – a maior do Leste da África –, a modelo assinalou: “Energia afeta tudo. Crianças podem estudar à noite quando têm acesso à eletricidade. Se pudermos levar eletricidade para todos, poderemos ajudar as pessoas a sobreviver”.

Pnuma e a Rio+20 Para articular o apoio do Comitê Brasileiro do Pnuma à participação do Pnuma na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, estiveram visitando o escritório carioca do instituto, em fevereiro, o diretor de Comunicação do Pnuma, Nick Nuttal, a chefe de Eventos Especiais do Pnuma, Lucita Jasmin, e

Amanda Talamonte, assessora da chefe do Escritório do Pnuma em Brasília. Recebidos pelo presidente do comitê, Haroldo Mattos de Lemos, os integrantes do Pnuma combinaram também o apoio na organização da cerimônia pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, que ocorrerá na Cidade do Rio de Janeiro antes da Rio+20.

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Luiz Morier/SEA

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Na Firjan, ao lado de outras autoridades públicas e do setor industrial, o secretário Carlos Minc falou sobre as metas de redução das emissões de CO2

Indústria do RJ terá metas de redução de CO2 Bolsa Verde será instrumento usado pelo governo para estimular adaptação

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s principais setores industriais do Estado do Rio de Janeiro – como petroquímica, siderúrgica e cimenteira – terão que cumprir metas de redução de suas emissões de carbono. Em fevereiro, na 8ª reunião do Fórum Rio de Mudanças Climáticas Globais, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro do Rio, a Secretaria de Estado do Ambiente apresentou avaliações iniciais dos custos dos abatimentos das emissões de gases-estufa e das respectivas metas de redução do setor. As metas definitivas para o setor, que estão sendo calculadas pela equipe do professor Roberto Schaeffer, do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, deverão ser apresentadas até a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que, em junho, reunirá representantes de mais de cem países na Cidade do Rio de Janeiro. Na mesa de abertura do fórum, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, apresentou as regras de um importante instrumento que deverá ajudar o setor a cumprir suas metas de redução: o mercado de crédito de carbono, um dos ativos ambientais da Bolsa Verde (BVRio), lançada, em dezembro, com o apoio dos governos do Estado e do Município do Rio de Janeiro. Inédito no Brasil, esse mercado funcionará da seguinte forma: ao exceder o limite de sua meta de redução de emissões de carbono, uma empresa ficará em débito, mas poderá comprar créditos de outra indústria que produza menos gases-estufa que o teto estabelecido pelo governo.

Em fase posterior, a BVRio poderá incluir em seu leque de opções commodities, efluentes industriais, reposição florestal e até lixo. Segundo Minc, o objetivo é se chegar a 2030, no Estado do Rio de Janeiro, com emissões anuais equivalentes às emissões da indústria em 2005. “Para conseguir alcançar a meta, as companhias vão contar com o mercado de crédito de carbono, um dos ativos ambientais da Bolsa Verde do Rio de Janeiro. O estado também terá poder para multar indústrias que poluírem acima do permitido. Elas serão obrigadas a comprar créditos das empresas que chegarem à meta estipulada”, afirmou. Emissões autodeclaratórias – Durante o fórum, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) lançou oficialmente o site www.sistemas.inea.rj.gov.br em que empresas com potencial de emissão de GEE (gases de efeito estufa), que utilizam combustível fóssil, deverão preencher formulário autodeclaratório sobre suas emissões. As indústrias terão até 30 de abril para preencher o formulário, enviando até junho, para o Inea, o inventário de suas emissões. A partir do estudo da Coppe/UFRJ sobre os custos dos abatimentos das emissões de gases-estufa do segmento industrial, em que serão detalhados os custos de adaptação de cada setor, a Secretaria de Estado do Ambiente poderá estabelecer uma linha de corte – ou seja, o quanto será possível para cada segmento reduzir suas emissões de GEE.

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FEVEREIRO/MARÇO 2012 – Nº 123

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15/03/2012, 15:40


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