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BRASIL PNUMA
www Visite .bra noss silpn o si uma te .org Nºº 126 .br AGO/SET 2012
Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
Um Brasil 90% urbano em 2020 ONU-Habitat aponta altas taxas de crescimento das cidades da AL e do Caribe
L
ançado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), em agosto, o relatório Estado das Cidades da América Latina e Caribe avalia que, até 2020,o percentual de urbanização no Brasil e nos países do Cone Sul chegará a 90% da população. O Caribe e a América Central apresentam uma urbanização mais baixa, mas com um aumento constante – podendo chegar a 83% e 75% de sua população em 2050, respectivamente. Além de informações sobre população e urbanização, o relatório reúne dados sobre desenvolvimento econômico, habitação, serviços básicos urbanos, meio ambiente, gestão de riscos e governança urbana. “O relatório reúne informação atual e variada dos principais centros urbanos da região, fornecendo uma ferramenta útil na formulação de políticas públicas que permitam avançar em direção às cidades do século 21 com melhor qualidade de vida”, diz o diretor executivo da ONU-Habitat, Joan Clos. A América Latina e o Caribe são as regiões mais urbanizadas do mundo, com quase 80% da população vivendo em cidades; proporção superior a de países mais desenvolvidos. O crescimento demográfico e a urbanização, porém, perderam força, com a evolução demográfica das cidades tendendo a se limitar
ao crescimento natural. O êxodo migratório do campo para a cidade perdeu peso na maioria dos países. Não sustentável – No entanto, a mancha urbana continua expandindo, com as cidades crescendo de forma menos compacta e se expandindo fisicamente a uma taxa que supera o aumento de sua população – um padrão nada sustentável. Segundo o estudo, modelos de cidades com níveis mais elevados de qualidade e de sustentabilidade podem ser estimulados a partir de novas políticas de planejamento, concepção e regulamentação, como mecanismos para reorientar os mercados imobiliários. Os países da América Latina e do Caribe fizeram progressos significativos na luta contra a pobreza nos últimos dez anos. A proporção da população urbana pobre tem se re-
duzido, mas, em números absolutos, os números ainda são muito elevados: cerca de 124 milhões de habitantes de cidades vivem na pobreza – ou um em cada quatro pessoas em áreas urbanas. Além da pobreza, a desigualdade de renda é extremamente elevada. O Brasil é o quarto país mais desigual da América Latina, atrás da Guatemala, Honduras e Colômbia. Há um déficit considerável de emprego e uma abundante informalidade trabalhista, concentrados nos jovens e nas mulheres. A região da América Latina e Caribe já atingiu os Objetivos do Milênio em relação ao abastecimento de água: 92% da população urbana dispõe de água encanada; chegando-se a 98% se forem consideradas outras fontes de água. Mas existem lacunas significativas na qualidade do serviço. Estimase, por exemplo, que 40% da água tratada é perdida devido ao mau funcionamento da infraestrutura, vazamentos e usos inadequados. Por sua vez, os progressos nos serviços de saneamento são menores: em geral, menos de 20% das águas residuais são tratadas antes do descarte, com riscos sanitário e ambiental. Mais informações em www. pnuma.org.br. A publicação está disponível para download em http: / / www.onuhabitat.org/www. onuhabitat.org.