2.1.1 Breve evolução da arquitetura na saúde
Ao observar as características estruturais e funcionais dos estabelecimentos de saúde ao longo do tempo, percebe-se que a história da arquitetura hospitalar acompanhou os avanços científicos, tecnológicos e culturais da humanidade. Em sua origem, os hospitais eram instituições filantrópicas de auxílio aos pobres, e eram o local para onde as pessoas com doenças graves iriam para morrer com um mínimo de dignidade. Vem do latim hospitalis, palavra derivada de hospes (hóspede, estrangeiro, viajante) e que significa o que hospeda, o que dá agasalho (GÓES, 2004). Até o fim do século XIX, pode-se identificar três grandes fases das tipologias de edificação na área da saúde: as naves, o sistema radial e o pavilhão. O modelo arquitetônico das naves correspondia ao contexto histórico no qual a religiosidade, a caridade e a ideia de sagrado predominavam, sendo um local de acolhimento dos doentes à espera da morte. Nesse modelo não existia qualquer tipo de separação ou real busca pela cura dos pacientes, tendo apenas o caráter de asilo para o isolamento dessa população (CARVALHO, 2014). No fim da idade média, o crescimento das cidades levou ao aumento da pobreza e das epidemias. O hospital, que precisava então comportar um grande número de pacientes, passou por uma alteração em sua estrutura, adotando o sistema radial. Esse modelo consistia em uma nave cruzada, que permite maior capacidade de lotação e melhor vigilância e visão dos altares religiosos, sem mudar, entretanto, a sua função (CARVALHO, 2014). Aproximando-se do século XIX, observa-se um desenvolvimento mais significativo da ciência para a cura de doenças, inicialmente com a teoria miasmática, e mais tarde com a descoberta das bactérias. Isso levou a uma grande mudança nos procedimentos de cuidado aos pacientes, que se expandiu também para a arquitetura
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