3.2 RELAÇÃO ENTRE O AMBIENTE E O INDIVÍDUO 3.2.1 AMBIENTE CONSTRUÍDO Passamos cerca de 90% de nossas vidas em ambientes construídos, é onde crescemos, estudamos, trabalhamos, nós desenvolvemos, formamos nossas famílias e morremos. Esses locais ajudam a moldar nossas vidas, influenciando nossos comportamentos, escolhas e emoções. Como
o
neurocientista
Fred
Gage
(2003),
criador
do
termo
NeuroArquitetura, afirmou: “Mudanças no ambiente mudam o cérebro e, portanto, mudam nosso comportamento. Ao planejar os ambientes em que vivemos, o projeto arquitetônico muda nosso cérebro e nosso comportamento” (GAGE, 2003). Assim, os espaços continuam a nos influenciar e mudar durante toda a nossa vida. Pesquisas neste campo tem sido realizada por psicólogos ambientais desde o século XX, mesmo com as limitações tecnológicas da época, eles puderam observar como os indivíduos se comportam de maneira diferente em ambientes distintos usando o design baseado em evidências e por meios de pesquisas diretamente com os usuários. Porém a capacidade de processar informações conscientemente é inferior a 1% da capacidade de processamento inconsciente (EAGLEMAN, 2012). O ambiente construído nem sempre afeta as pessoas igualmente. O modo como nos adaptamos ao ambiente físico pode variar amplamente, por meio de memórias, experiencias culturais e pessoais, genética, modo como os 5 sentidos são utilizados, frequência e duração da exposição ao ambiente, dentre outros fatores. Portanto, embora o espaço construído não seja a única variável nessa equação, ele desempenha um papel fundamental no bem-estar, comportamento, emoções e tomadas de decisão. Na experiência humana, o espaço nunca é vazio. Ele é sempre o lugar repleto de significados, lembranças, objetos e pessoas, que atravessam o campo de nossa memória e dos nossos sentimentos, desperta tristezas e alegrias, prazeres e dores, tranquilidade e angústias.
14