MORFOLOGIA DA BANANEIRA Dr. Edson Shigueaki Nomura Pesquisador científico – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) Polo Regional Vale do Ribeira – edson.nomura@sp.gov.br
A bananeira é uma planta monocotiledônea típica das regiões tropicais úmidas. É um vegetal herbáceo completo, pois apresenta raiz, caule, folhas, flores, frutos e sementes. Apresenta caule subterrâneo, denominado de rizoma (Figura 1A), de onde são emitidas as raízes primárias e as brotações laterais (filhos ou “rebentos”), que darão origem as novas plantas de bananeiras e a continuidade da produção da touceira. As raízes primárias emergem para a superfície externa do cilindro central do rizoma, em grupos de dois ou quatro, totalizando 200 a 500 raízes, com espessura de 5-8mm, brancas e tenras quando novas e saudáveis, tornando-se amarelas e endurecidas com o tempo. O sistema radicular é fasciculado e atinge horizontalmente até 5m; no entanto é mais comum de 1-2m, dependendo da cultivar, das características do solo e do manejo nutricional; é também superficial, com cerca de 40% da biomassa encontrada na profundidade de 10cm e de 60-85% concentrada na camada de 10-30cm. Normalmente, em toda a extensão da superfície externa das raízes existem abundantes radicelas, que retiram a água do solo, juntamente com os nutrientes necessários ao desenvolvimento da planta. As bainhas das folhas novas aparecem enroladas e apertadas formando o “tronco” ou pseudocaule da planta (Figura 1A), que se desenvolve à medida que ocorre a emissão de novas folhas e tornando-a rígida, semelhante a um caule verdadeiro, e atingindo máxima altura quando ocorre a emissão da inflorescência, onde cessa a emissão de novas folhas. O pseudocaule tem a função de sustentação do cacho e armazenamento de água e nutrientes. Embora o pseudocaule seja muito robusto e suporte cachos com massa superior a 50kg, é muito tenro, contendo cerca de 95% de água, sendo necessário nas cultivares dos subgrupos Cavendish, Gros Michel e Terra o uso de tutoramento ou escoramento para evitar o seu rompimento, devido ao excesso de peso dos cachos e/ou devido à incidência de ventos fortes no local de cultivo. 7