Moradia em
Estudantil
MORADIA Contêiner ESTUDANTIL EM
CONTÊINER
Gabriela GABRIELAGomes GOMES
CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC ARQUITETURA E URBANISMO
GABRIELA GOMES
MORADIA ESTUDANTIL EM CONTÊINER
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
SÃO PAULO 2019
GABRIELA GOMES
MORADIA ESTUDANTIL EM CONTÊINER
Trabalho da como tulo de nismo,
de Conclusão de Curso apresentarequisito parcial à obtenção do tíBacharel em Arquitetura e Urbado Centro Universitário Senac.
Orientador: Prof. Ricardo Wagner Alves Martins
SÃO PAULO 2019
Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a).
Gomes, Gabriela Moradia Estudantil em Container / Gabriela Gomes - São Paulo (SP), 2019. 88 pg.: il. color. Orientador(a): Ricardo Wagner Alves Martins Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2019. Projeto, Moradia Estudantil, Container, Reaproveitamento, Arquitetura Sustentável. I. Martins, Ricardo Wagner Alves
TERMO DE APROVAÇÃO Gabriela Gomes
Moradia
Estudantil
em
Contêiner
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Santo Amaro, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador Prof. Ricardo Wagner Alves Martins
A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realizada em ______________/_____/_____, considerou a candidata:
1)
Examinador(a)
2)
Examinador(a)
3)
Presidente
Dedico este trabalho aos meus familiares, por terem sempre me apoiado.
AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer aos meus pais e familiares, por me apoiarem nos momentos mais difíceis e por terem me permitido cursar essa graduação. Em sequência, aos colegas, amigos e professores do curso, por terem me ensinado tanta coisa durante os cinco anos que passamos juntos. Por fim, no entanto, não menos importante, ao meu orientador, por ter me guiado e encaminhado durante o desenvolvimento deste trabalho.
RESUMO Este trabalho propõe um projeto sustentável de moradia estudantil perto da instituição de ensino. O estudante gasta muito tempo no trânsito por morar longe da faculdade e isso diminui seu bem-estar. Essas horas gastas com a locomoção poderiam ser melhor aproveitadas como: estudando por mais tempo, praticando exercícios ou até dormindo mais. A escolha por utilizar o contêiner no projeto foi por agilizar o processo construtivo, ser mais econômico que a construção convencional de alvenaria, ser uma opção sustentável já que este seria reaproveitado, possibilitar um canteiro de obra mais limpo além de ser uma obra que utiliza menos materiais. A proposta arquitetônica, por sua vez, é capaz de viabilizar ambientes agradáveis e harmoniosos que oferecem a adequação do lugar para um estudo mais eficiente. Palavras-chave: Projeto, Moradia Estudantil, Contêiner, Reaproveitamento, Arquitetura Sustentável.
ABSTRACT This work proposes a sustainable project of student housing near the educational institution. The student spends a lot of time in traffic because he lives away from the faculty and this decreases his well-being. These hours spent with the locomotion could be better used as: studying for longer, practicing exercises or even sleeping more. The choice to use the contêiner in the project was to expedite the construction process, be more economical than the conventional construction of masonry, be a sustainable option since it would be reused, enable a cleaner construction site in addition to being a work that uses less materials. The architectural proposal, on the other hand, is capable of enabling pleasant and harmonious environments that offer the adaptation of the place for a more efficient study. Keywords: Project, Student Housing, Container, Reusing, Sustainable Architecture.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Evolução das Moradias Estudantis. Fonte: Elaborado pela autora1..................................... 23 Figura 2. Comparação do tempo médio diário de deslocamento para realizar a atividade principal (trabalho, estudo, etc.). Fonte: Ibope (2017)....................................................................................... 24 Figura 3. Contêiner 6 metros de comprimento. Fonte: Elaborado pela autora. ............................... 28 Figura 4. Contêiner 12 metros de comprimento. Fonte: Elaborado pela autora. ............................. 28 Figura 5. Isolante de lã de vidro Wallfelt 4+. Fonte: ISOVER Saint-Gobain (2018) .......................... 29 Figura 6. Zona Bioclimática 3. Fonte: NBR (2003)....................................................................................30 Figura 7. Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para Zona Bioclimática 3. Fonte: NBR (2003)............................................................................................................................................30 Figura 8. Tipos de vedações externas para a Zona Bioclimática 3. Fonte: NBR (2003)..................30 Figura 9. Estratégias de condicionamento térmico passivo para a ZB 3. Fonte: NBR (2003).......30 Figura 10. Fachada externa do alojamento estudantil. Fonte: Livin Spaces (2014).........................31 Figura 11. Vista do pátio interno do alojamento. Fonte:Livin Spaces (2014).......................................31 Figura 12. Modelo 3D de uma unidade de habitação. Fonte: Project Keetwonwen (2006).............31 Figura 13. Bicicletário na frente dos alojamentos. Fonte: Composites (2018)..................................30 Figura 14. Uso do Alojamento. Fonte: Composites (2018)...................................................................... 32 Figura 15. Interior de um dos apartamentos. Fonte: Symvoulidou (2014)......................................... 32 Figura 16. Fachadas frontais e face lateral do Loft. Fonte: Produzido pela Autora......................... 33 Figura 17. Planta tipo do Loft. Fonte: Produzido pela Autora................................................................34 Figura 18. (A Esquerda)Acima da porta do container existe o relógio individualizado de água; (a direita) dentro do Loft. Uso do container refrigerado mostra as paredes “cruas”, de como o container é revestido. Fonte: Produzido pela Autora..............................................................................34 Figura 19. Localização do Terreno. Fonte: Elaborado pela Autora........................................................ 35 Figura 20. Oferta de transporte público na região. Fonte: Elaborado pela Autora.......................... 36 Figura 21. Terreno destacado em branco. Fonte: Elaborado pela Autora........................................... 36 Figura 22. Fotos do terreno. Fonte: Elaborado pela Autora................................................................... 37 Figura 23. Zoneamento da região do terreno. Fonte: Mapa Digital da Cidade (2018).....................38
LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Desenvolvimento do CR dos residentes e não residentes antes e depois de ingressar na moradia..............................................................................................................................................26 Gráfico 2. Proporção de trancamentos de matrículas antes e depois do processo seletivo da moradia...................................................................................................................................................26
LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Desempenho dos alunos na prova de conhecimentos específicos Tabela 2 - Situação da Educação Brasileira em 2002 – Ensino Médio
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÔNIMOS LISTA DE ABREVIATURAS SÉC..................................... Século LISTA DE SIGLAS CR................................. Coeficiente de Rendimento PNAES.......................... Programa Nacional de Assistência Estudantil SISU ............................. Sistema de Seleção Unificada ZB ................................. Zona Bioclimática LISTA DE ACRÔNIMOS ISO................................International Organization for Standardization
SUMÁRIO INTRODUÇÃO Objetivo ....................................................................................................................................................21 Justificativa..............................................................................................................................................21 Metodologia............................................................................................................................................. 22 MORADIA ESTUDANTIL História..................................................................................................................................................... 23 Brasil: situação atual............................................................................................................................. 24 São Paulo: contexto ............................................................................................................................. 25 Impactos da moradia estudantil......................................................................................................... 25 CONTÊINER História..................................................................................................................................................... 27 Tipos ......................................................................................................................................................... 27 Tamanhos e dimensões........................................................................................................................ 28 CONFORTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE Isolamento Termoacústico.................................................................................................................. 29 Zona Bioclimática...................................................................................................................................30 REFERÊNCIAS PROJETUAIS Keetwonen – Amsterdã, Holanda - Tempohousing/ JMW Architekten....................................31 SpaceBox Delft – Delft, Holanda – Holland Composites.............................................................. 32 ESTUDOS DE CASO Loft em Contêiner, São Paulo............................................................................................................. 33 PROJETO Programa de necessidades................................................................................................................. 35 Terreno..................................................................................................................................................... 35 Legislação................................................................................................................................................38 IMPLANTAÇÃO PLANTA TIPO (10 AO 70 PAVIMENTO) PLANTA: COBERTURA Planta: Ampliação COntêiner 6 metros.............................................................................................51 Cortes: Contêiner 6 metros................................................................................................................. 52 Planta: Apliação Contêiner 12 metros acessível............................................................................. 55 Cortes: Contêiner Acessível................................................................................................................ 56 Planta: Contêiner 12 metros compartilhado.................................................................................... 59
Cortes: Contêiner compartilhado......................................................................................................60 Planta: Ampliação Contêiner Lavanderia......................................................................................... 63 Cortes: Contêiner Lavanderia.............................................................................................................64 Planta: Contêiner Conveniência (exemplo de layout)................................................................... 67 Cortes: Contêiner conveniência.........................................................................................................68 Planta: Contêiner Sala de Estudos...................................................................................................... 71 Corte: Contêiner Sala de Estudos...................................................................................................... 72 Imagens.................................................................................................................................................... 74 CORTES DO PRÉDIO............................................................................................................................... 76 CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS ANEXO A
19
20
INTRODUÇÃO
OBJETIVO O objetivo deste trabalho é conceber um projeto arquitetônico sustentável de moradia estudantil reutilizando contêineres marítimos. Esses possuem um sistema de encaixe que facilitam tanto no momento da implantação quanto no empilhamento. Além disso, o uso dos contêineres viabiliza uma obra mais breve e sustentável, quando comparada à construção convencional de alvenaria. JUSTIFICATIVA A motivação é pessoal e propõe-se melhorar a qualidade de vida dos estudantes e projetar de modo sustentável ao reutilizar contêineres. Utilizá-los apresenta diversas vantagens por possibilitarem uma construção rápida e cerca de 35% mais econômica se comparada à construção convencional de alvenaria (CORBAS, 2012), serem flexíveis podendo ser construídos em um local e transportados prontos para seu destino final, além de possuírem um estilo ímpar e notável (DISCOVER CONTAINERS, 2018). A maior parte dos universitários gasta muito tempo em transportes públicos e esse tempo poderia ser melhor aproveitado. Dessa forma, morando perto da instituição de ensino, os estudantes não precisam perder tempo nos deslocamentos. Isso ocasionará a melhora no rendimento dos estudos, instigando a participação na vida acadêmica da instituição e reduzindo as chances de abandono do curso. Estudos apontam os impactos positivos na vida dos estudantes que residem em moradias estudantis (LACERDA; VALENTINI, 2018). Em geral, há um aumento no rendimento além de assegurar a permanência dos mesmos nas universidades. Além disso, Ibope (2017) aponta que a maior parte das pessoas leva cerca de duas horas pra se deslocar até sua atividade principal, nesse caso a Instituição de Ensino, e que essa ação acaba exercendo um efeito negativo sobre o bem-estar dos mesmos (BITTENCOURT; LERÍPIO, 2017).
21
METODOLOGIA Esse trabalho tem caráter investigativo comparativo, qualitativo e quantitativo. Investigativo comparativo, pois avalia as vantagens da construção que reutiliza Contêineres comparando-o à construção usual de alvenaria. Ilustrativo, já que atestá-lo-á da melhoria na qualidade de vida dos estudantes que residem em moradias estudantis. Qualitativo, por entender que há um problema de moradia estudantil na cidade de São Paulo. Por fim, quantitativo, uma vez que determina, por forma de pesquisas, qual a dimensão e as possíveis consequências da falta das moradias universitárias. De forma resumida, o trabalho seguiu o seguinte método: Etapa 1ª: Definição do tema e pesquisa bibliográfica. Etapa 2ª: Fundamentações e Referências. Etapa 3ª: Definição do público alvo; terreno para implantação do projeto e estudos de caso. Etapa 4ª: Desenvolvimento do projeto arquitetônico. Etapa 5ª: Conclusões e resultados finais.
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MORADIA ESTUDANTIL
HISTÓRIA As primeiras moradias estudantis aparecem logo que surgem as primeiras Universidades na Europa, na Idade média (ARIÈS, 1986, p. 169; OLIVEIRA, 2007, p.120). Os alojamentos surgem como necessidade na ocasião, já que muitos estudantes partiam de suas cidades de origem à procura de formação acadêmica (LE GOFF, 2003, p.101). Assim, na Idade Moderna, nasce o conceito de Cidade Universitária, que evolui para o que conhecemos hoje como Campus Universitário.
Figura 1. Evolução das Moradias Estudantis. Fonte: Elaborado pela autora1.
As Cidades Universitárias tinham como características conter equipamentos como prédios de aulas, museus e academias, que eram abertos e livres para uso dos cidadãos, ligados ou não a instituição de ensino. Já o Campus Universitário, acaba abandonando as relações com o meio urbano. Nem o Campus invade a cidade, nem a cidade e seu crescimento desordenado invade a universidade. Dessa forma, ele acaba se tornando isolado, com seus centros de vivência, zonas de convívio e demais equipamentos. É assim que acaba surgindo o programa de alojamentos universitários modernos, destinados a moradia de estudantes, professores e alunos (JÚNIOR, 2003). Fonte dos ícones: Campus Universitário (https://goo.gl/eJPvgi); os outros (https://goo.gl/9sKAR9).
1
23
Figura 2. Comparação do tempo médio diário de deslocamento para realizar a atividade principal (trabalho, estudo, etc.). Fonte: Ibope (2017)
No Brasil, as primeiras moradias de que se tem notícia surgiram em Ouro preto, Minas Gerais, no período Imperial, séc. XIX. Eram conhecidas por “Repúblicas”, já que “[...] estudantes com ideais republicanos se juntaram e foram morar em casarões e sobrados.”(SENSE BRASIL, 2008).
BRASIL: SITUAÇÃO ATUAL Nas universidades públicas brasileiras, a moradia universitária faz parte do programa nacional de assistência estudantil (PNAES) destinado aqueles considerados em situação de vulnerabilidade social. Logo, reserva-se a estudantes que não tem condições financeiras de se manter na universidade e residam distantes da unidade de ensino (PROGRAMA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, 2010). Com o advento do Sistema de Seleção Unificada (SISU) em 2009 (MEC,2015), pelo Ministério da Educação (MEC), aumentaram as inscrições de estudantes que moram em locais distantes das universidades (LACERDA; VALENTINI, 2018). Porém, o número de vagas para conseguir uma moradia estudantil é bem menor que o necessário, e quando a instituição não oferece opção de alojamento, pode fornecer o auxílio-moradia em dinheiro (CHIARATO, 2017). Desta forma, boa parte dos estudantes acaba tendo que arcar com os custos por morar longe da instituição de ensino. Isso traz uma série de problemas, sendo o maior deles a desistência do curso.
24
SÃO PAULO: CONTEXTO Pesquisas do Ibope (2017) mostram que em São Paulo, o número de horas gastas com deslocamentos só tem aumentado com o passar dos anos. A Figura 2 aponta exatamente isso, pois compara o tempo diário gasto em deslocamento para a realização das atividades principais na cidade de São Paulo. Além disso, o tempo de locomoção diário impacta no bem-estar das pessoas. Segundo Bittencourt e Lerípio (2017), “[...] aqueles que gastam 140 minutos ou mais em trânsito sofrem um impacto negativo 6 vezes maior sobre o seu bem-estar em relação àqueles que gastam até 90 minutos.”. Ademais, esse tempo poderia ser usado em atividades mais produtivas, como lazer, exercícios físicos, atividades criativas e convívio familiar.
IMPACTOS DA MORADIA ESTUDANTIL No PNAES a moradia estudantil visa ampliar as condições de permanência dos jovens nas universidades. Sendo assim, os alojamentos podem influenciar de várias formas a vida dos estudantes. Segundo Lacerda e Valentini (2018, apud LaNasa e cols., 2007), ao analisarem estudos sobre o impacto da moradia estudantil na vida dos estudantes, os resultados apontaram que apenas ampliar a estrutura da moradia não trazia um efeito significativo no desempenho acadêmico, mas, morar no campus trazia impactos positivos como “se envolver em atividades extra curriculares e a permanecerem engajados em semestres subsequentes” (apud Araujo & Murray, 2010). Além disso, “[...] estudantes que viviam no campus apresentaram aumento significativo e positivo de participação em atividades extracurriculares, aumento de desempenho acadêmico, engajamento, dentre outras variáveis, quando comparados aos estudantes que não viviam no campus.” (LACERDA; VALENTINI, 2018, p.414, apud LaNasa e cols., 2007).
O estudo realizado por Lacerda e Valentini (2018), utilizou 408 estudantes, com idades
25
entre 16 e 51 anos, sendo 262 residentes de moradias estudantis e 146 não residentes. Os resultados indicaram que, no Gráfico 1, a média de desenvolvimento do coeficiente de rendimento (CR) foi crescente para o grupo de residentes após o ingresso na moradia e que, no Gráfico 2, a permanência na universidade foi beneficiada. Residente Não Residente Residente
0,100
Médias
0,080 0,060 0,040 0,020 0,000 Antes
Depois
Gráfico 1. Desenvolvimento do CR dos residentes e não residentes antes e depois de ingressar na moradia. Fonte: Lacerda e Valentini (2018).
Residente Não Residente Residente
7,400
Médias
7,200 7,000 6,800 6,600 Antes
Depois
Gráfico 2. Proporção de trancamentos de matrículas antes e depois do processo seletivo da moradia. Fonte: Lacerda e Valentini (2018).
Comprovando assim que, o programa de moradia estudantil melhora o aproveitamento dos estudos para os residentes além de favorecer a permanência do estudante na universidade. 26
CONTÊINER
HISTÓRIA Os contêiners surgiram da necessidade de agilizar o carregamento, descarregamento e transporte das cargas. Malcom McLean, norte-americano e inventor do contêiner em 1965, percebeu que esse trabalho era feito de maneira braçal e além de tomar muito tempo, acabava por ter muitas perdas, o que resultava na ineficiência do serviço e perda de dinheiro. (SLAWICK e cols., 2010, p.7). Atualmente, os contêiners são mundialmente utilizados e possuem dimensões padrões definidas pela ISO (Organização Internacional de Normalização).
TIPOS Vários tipos de contêiner foram desenvolvidos de forma a adaptarem-se aos diversos tipos de cargas, possibilitando que, diferentes produtos pudessem ser transportados de maneira uniforme. Sendo assim, existem dois tipos de contêineres principais: os refrigerados (Reefer) e não refrigerados (Dry). A diferença entre os dois é o isolamento térmico presente nos refrigerados, que tenta minimizar a variação térmica dentro dele (SLAWICK e cols., 2010). Segundo SAWYERS (2011, apud GUEDES; BUORO, 2015), em ambos a sua estrutura, perfis verticais e horizontais são em aço corten, os fechamentos das faces laterais e superior são em chapa corrugada que pode suportar até 200 kg. Todos os paineis são soldados à estrutura principal aumentando ainda mais sua resistência. Ademais, esta é bem estável pois foi preparada para resistir condições adversas como terremotos, furacões e incêndios.(ISBU ASSOCIATION, 2010, apud GUEDES; BUORO, 2015) Os tipos utilizados neste projeto em questão são os DRY, não refrigerados, pois permitirão um melhor aproveitamento do espaço e melhor estética ao projeto.
27
TAMANHOS E DIMENSÕES Existem três tamanhos diferentes de contêiner, porém os utilizados neste projeto são os de seis e doze metros de comprimento.
2,90 metros
s
tro
e 6m 2,45 metros
Figura 3. Contêiner 6 metros de comprimento. Fonte: Elaborado pela autora.
2,90 metros
s
tro
e 2m
1
2,45 metros
Figura 4. Contêiner 12 metros de comprimento. Fonte: Elaborado pela autora. 28
CONFORTO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
ISOLAMENTO TERMOACÚSTICO O isolamento utilizado no projeto para dar um melhor conforto ambiental dentro do contêiner foi a lã de vidro. Esta, fabricada pela ISOVER, no modelo Wallfelt 4+ proporciona isolamento de paredes em sistema de construção à seco como Drywall e light steel frame. Segundo o fabricante, esta linha utiliza os seguintes conceitos: “1+ Conforto: mais macio e fácil de aplicar; 2+ Segurança: composto por material incombustível; 3+ Desempenho: excelentes características técnicas e atendimento às normas; 4+ Sustentabilidade: fabricada com 65% de material reciclado e menor emissão de gases ao meio ambiente.” (ISOVER SAINT-GOBAIN, 2018)
As vantagens desse tipo de isolante são: - Conforto acústico: reduz ruídos gerados em ambientes vizinhos; - Conforto térmico: ajuda na manutenção da temperatura interna do ambiente; - Sustentabilidade: o processo de fabricação utiliza 65% de material reciclado; material compacto com 4 vezes menos volume, otimizando o transporte/armazenamento; - Segurança: é resistente ao fogo, retardando a propagação e facilitando a evacuação em caso de incêndio; - Alta resistência: evita a proliferação de fungos e bacté- Figura 5. Isolante de lã de vidro rias; Wallfelt 4+. Fonte: ISOVER Saint- Fácil instalação: como já vem cortado otimiza a monta-Gobain (2018) gem diminuindo o tempo da obra.
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ZONA BIOCLIMÁTICA A NBR 15220-3, sobre o Desempenho térmico de uma edificação ao mesmo tempo em que estabelece o Zoneamento Bioclimático Brasileiro, faz recomendações de diretrizes construtivas e detalhamento de estratégias de condicionamento térmico passivo. São Paulo, local do projeto, se localiza na Zona Bioclimática 3, conforme ilustrado abaixo: Aberturas para ventilação
Sombreamento das aberturas
Médias
Permitir sol durante inverno
Figura 7. Aberturas para ventilação e sombreamento das aberturas para Zona Bioclimática 3. Fonte: NBR (2003)
Vedações externas Parede: Leve refletora Cobertura: Leve isolada Figura 6. Zona Bioclimática 3.
Figura 8. Tipos de vedações externas para a Zona
Fonte: NBR (2003)
Bioclimática 3. Fonte: NBR (2003)
Estação
Estratégias de Condicionamento térmico passivo
Verão
- A ventilação cruzada é obtida através da circulação de ar pelos ambientes da edificação. Isto significa que se o ambiente tem janelas em apenas uma fachada, a porta deveria ser mantida aberta para permitir a ventilação cruzada. Também deve-se atentar para os ventos predominantes da região e para o entorno, pois o entorno pode alterar significativamente a direção dos ventos. - Aquecimento solar da Edificação
Inverno
- A adoção de paredes internas pesadas pode contribuir para manter o interior da edificação aquecido.
Figura 9. Estratégias de condicionamento térmico passivo para a ZB 3. Fonte: NBR (2003).
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REFERÊNCIAS PROJETUAIS
KEETWONEN – AMSTERDÃ, HOLANDA - TEMPOHOUSING/ JMW ARCHITEKTEN Esses alojamentos estudantis ficam em Amsterdã, na Holanda e formam a maior Vila de estudantes do mundo, com mais de mil unidades. (PROJECT KEETWONEN, 2006).
Figura 10. Fachada externa do alojamento
Figura 11. Vista do pátio interno do alojamento.
estudantil. Fonte: Livin Spaces (2014).
Fonte:Livin Spaces (2014).
Dois pontos são interessantes nesse projeto: o grande pátio aberto, Figura 4, com bicicletário e áreas de convivência, e o shaft usado nas unidades. Esse, Figura 4, facilita a implantação do sistema hidráulico e Elétrico e possibilita o empilhamento bem justo dos contêineres.
Figura 12. Modelo 3D de uma unidade de habitação. Fonte: Project Keetwonwen (2006).
31
SPACEBOX DELFT – DELFT, HOLANDA – HOLLAND COMPOSITES Esse alojamento, localizado em Delft, na Holanda, foi pensado como uma solução para tornar possível a acomodação temporária de estudantes. O que estimulou a empresa a fazê-lo, foi que na época, as listas de espera para alugar um quarto de estudante eram muito longas. Eles ofereceram unidades completamente independentes, coloridas, ver Figuras 6 e 7, e atraentes que agradou muito o público. O que é proveitoso nesse projeto é o fato de que as lavanderias eram compartilhadas.
Figura 14. Uso do Alojamento. Fonte: Composites (2018).
Figura 15. Interior de um dos apartamentos. Fonte: Symvoulidou (2014).
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ESTUDOS DE CASO
LOFT EM CONTÊINER, SÃO PAULO Os Lofts feitos em contêiner ficam no bairro do Socorro, na zona sul de São Paulo. Têm como público alvo estudantes e pessoas solteiras, mas um casal poderia facilmente habitá-los.
Figura 16. Fachadas frontais e face lateral do Loft. Fonte: Produzido pela Autora.
Os diferenciais que me chamaram a atenção desse projeto são: uso do contêiner refeer de 40’, a aferição individualizada de água e energia, reaproveitamento de água da chuva, e a não necessidade do uso do ar condicionado.
33
Figura 17. Planta tipo do Loft. Fonte: Produzido pela Autora.
Figura 18. (A Esquerda)Acima da porta do container existe o relógio individualizado de água; (a direita) dentro do Loft. Uso do container refrigerado mostra as paredes “cruas”, de como o container é revestido. Fonte: Produzido pela Autora.
O fato de o tipo de contêiner usado ser do tipo refeer, possibilitou uma obra mais rápida, pois não foi necessário fazer o isolamento térmico e acústico do mesmo, já que ele já o possui. 34
PROJETO
PROGRAMA DE NECESSIDADES • • • • • • •
Quartos individuais; Quartos compartilhados para até duas pessoas; Quartos para pessoas com necessidades especiais (PNE); Lavanderia compartilhada; Área de lazer; Conveniência; Bicicletário;
TERRENO
Figura 19. Localização do Terreno. Fonte: Elaborado pela Autora.
35
O terreno escolhido para o desenvolvimento do projeto se localiza na zona sul de São Paulo. Para determinar a escolha do terreno, localizei as instituições de ensino superior no mapa e através delas formei um polígono que me apresentou uma região. Dentro dessa região, escolhi o terreno com melhor oferta de transporte público possível. Figura 20. Oferta de transporte público na região. Fonte: Elaborado pela Autora.
Figura 21. Terreno destacado em branco. Fonte: Elaborado
Avenida
36
Rua
Rua
Laguna
Fritz Martin
pela Autora.
João
Dias
A seguir, fotos da visita ao terreno:
Figura 22. Fotos do terreno. Fonte: Elaborado pela Autora. 37
LEGISLAÇÃO O terreno se encontra em zona de ZEU, ou seja, Zona Eixo de Estruturação Urbana, ver Figura 19. Essa ZEU pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades demográfica e construtiva altas. Promovem também a qualificação paisagística dos espaços públicos de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo.
Figura 23. Zoneamento da região do terreno. Fonte: Mapa Digital da Cidade (2018).
A seguir, os parâmetros de ocupação dos lotes:
Tipo de Zona Zona
ZEU
ZEU-u
Coeficiente de Aproveitamento
Taxa de Ocupação Máxima
C.A. C.A. mínimo máximo 0,5
4
Recúos mínimos (m)
T.O. para lotes ≥ 500m²
Gabarito de altura máxima (m)
Frente
Altura da edificação > 10m
0,7
NA
5
3
Tabela 1. Parâmetros de ocupação dos lotes, exceto quota ambiental. Fonte: Prefeitura de São Paulo (2014).
38
IMPLANTAÇÃO
39
40
Rua Laguna
Rua Fritz Martin Avenida JoĂŁo Dias
41
42
PLANTA TIPO (10 AO 70 PAVIMENTO)
43
44
45
46
PLANTA: COBERTURA
47
48
49
50
PLANTA: AMPLIAÇÃO CONTÊINER 6 METROS
51
CORTES: CONTÊINER 6 METROS
52
53
54
PLANTA: APLIAÇÃO CONTÊINER 12 METROS ACESSÍVEL
55
CORTES: CONTÊINER ACESSÍVEL
56
57
58
PLANTA: CONTÊINER 12 METROS COMPARTILHADO
59
CORTES: CONTÊINER COMPARTILHADO
.
60
.
61
.
62
PLANTA: AMPLIAÇÃO CONTÊINER LAVANDERIA
63
CORTES: CONTÊINER LAVANDERIA
64
65
66
PLANTA: CONTÊINER CONVENIÊNCIA (EXEMPLO DE LAYOUT)
67
CORTES: CONTÊINER CONVENIÊNCIA
68
69
70
PLANTA: CONTÊINER SALA DE ESTUDOS
71
CORTE: CONTÊINER SALA DE ESTUDOS
72
73
IMAGENS
74
75
CORTES DO PRÉDIO
76
77
78
CONSIDERAÇÕES FINAIS Pude observar com a ajuda deste trabalho que a moradia estudantil realmente contribui de maneira positiva na vida dos estudantes. Vários estudos demonstram isso e mesmo assim, infelizmente, ainda são poucos os alojamentos estudantis que existem no Brasil. Esse cenário demonstra que é possível explorar ainda mais esse tipo de habitação, ampliando-o ainda às faculdades particulares. Projetar as moradias estudantis beneficiaria muitos deles, além de reduzir o número de pessoas que utilizariam o transporte público. O uso dos contêineres no projeto facilitaria ainda mais a implantação das unidades além de torna-la uma obra limpa e sustentável. Seria uma maneira fácil e rápida de inserir várias moradias estudantis pela cidade, que certamente seriam ocupadas. Sendo assim, meu projeto busca atender as necessidades dos estudantes e suprir a carência desse tipo de habitação no Brasil.
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anexo A - PNAES – Decreto 7234, de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES.
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Presidência da República Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 7.234, DE 19 DE JULHO DE 2010.
Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição: DECRETA: Art. 1o O Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES, executado no âmbito do Ministério da Educação, tem como finalidade ampliar as condições de permanência dos jovens na educação superior pública federal. Art. 2o São objetivos do PNAES: I – democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior pública federal; II - minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior; III - reduzir as taxas de retenção e evasão; e IV - contribuir para a promoção da inclusão social pela educação. Art. 3o O PNAES deverá ser implementado de forma articulada com as atividades de ensino, pesquisa e extensão, visando o atendimento de estudantes regularmente matriculados em cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino superior. § 1o As ações de assistência estudantil do PNAES deverão ser desenvolvidas nas seguintes áreas: 86
I - moradia estudantil; II - alimentação; III - transporte; IV - atenção à saúde; V - inclusão digital; VI - cultura; VII - esporte; VIII - creche; IX - apoio pedagógico; e X - acesso, participação e aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. § 2o Caberá à instituição federal de ensino superior definir os critérios e a metodologia de seleção dos alunos de graduação a serem beneficiados. Art. 4o As ações de assistência estudantil serão executadas por instituições federais de ensino superior, abrangendo os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, considerando suas especificidades, as áreas estratégicas de ensino, pesquisa e extensão e aquelas que atendam às necessidades identificadas por seu corpo discente. Parágrafo único. As ações de assistência estudantil devem considerar a necessidade de viabilizar a igualdade de oportunidades, contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico e agir, preventivamente, nas situações de retenção e evasão decorrentes da insuficiência de condições financeiras. Art. 5o Serão atendidos no âmbito do PNAES prioritariamente estudantes oriundos da rede pública de educação básica ou com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio, sem prejuízo de demais requisitos fixados pelas instituições federais de ensino superior. Parágrafo único. Além dos requisitos previstos no caput, as instituições federais de ensino superior deverão fixar: I - requisitos para a percepção de assistência estudantil, observado o disposto no caput do o art. 2 ; e II - mecanismos de acompanhamento e avaliação do PNAES. Art. 6o As instituições federais de ensino superior prestarão todas as informações referen87
tes à implementação do PNAES solicitadas pelo Ministério da Educação. Art. 7o Os recursos para o PNAES serão repassados às instituições federais de ensino superior, que deverão implementar as ações de assistência estudantil, na forma dos arts. 3o e 4o. Art. 8o As despesas do PNAES correrão à conta das dotações orçamentárias anualmente consignadas ao Ministério da Educação ou às instituições federais de ensino superior, devendo o Poder Executivo compatibilizar a quantidade de beneficiários com as dotações orçamentárias existentes, observados os limites estipulados na forma da legislação orçamentária e financeira vigente. Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 19 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Fernando Haddad Este texto não substitui o publicado no DOU de 20.7.2010
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