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Integração e versatilidade
Com mais D e três D é Ca Das de profissão, o arquiteto Sérgio Roberto Parada tem em seu currículo diversos prêmios e homenagens, consequência das inúmeras obras projetadas nas mais diversas tipologias, que vão de edifícios comerciais a terminais de passageiros. Dentre suas obras mais recentes, a sede do Iphan, em Brasília, e o Aeroporto Internacional de Wuxi Shuofang, na China, são atestados de sua versatilidade. Curitibano de nascimento, considera-se brasiliense de coração desde 1997, quando montou seu escritório na capital federal. Parada fala nesta entrevista de seu processo de criação e da construção do Aeroporto Internacional de Brasília.
AA – Além de aeroportos, a Copa e os Jogos Olímpicos tornaram evidentes a necessidade de uma gama de obras de infraestrutura. Como o sr. vê a participação da construção em aço diante dos desafios que o país tem pela frente?
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SP – A tecnologia do aço se torna cada vez mais evidente e necessária.
Dificilmente vemos, nos dias de hoje, edifícios com grandes vãos ou grande altura que não sejam pensados com a técnica do aço. Isso, porque além da tecnologia que atenderá a uma necessidade física (a estabilidade da edificação), temos o tempo como fator primordial, e a possibilidade de uma maior industrialização do processo de construção.
AA – Quais os principais princípios que nortearam o projeto do aeroporto de Brasília?
SP – Desde os primeiros esboços que elaborei sempre tinha em mente a concepção de um edifício que pudesse aproveitar ao máximo tudo o que a natureza nos oferece, como luz e ventilação naturais. Também quis integrar, com generosidade, o espaço externo e o interno do edifício, criando uma praça coberta que estabelecesse um ponto de encontro entre pessoas que chegam e que partem.
AA – Quais foram as maiores dificuldades da obra?
SP – A complexidade do projeto era muito grande e o plano diretor tinha muitas restrições. A principal era o terminal existente, que deveria continuar operando enquanto as obras de ampliação se desenvolvessem. Hoje, quando vemos a obra parcialmente pronta, não imaginamos a complexidade em se resolver um projeto de um terminal de passageiros e, principalmente, sendo construído sobre outro existente, com todas as interferências operacionais e construtivas. Mas vencemos as dificuldades e, sem dúvida nenhuma, foi com o espírito de união e de realização de todas as equipes de trabalho.
AA – E como a reforma otimizou as possibilidades da infraestrutura existente e viabilizou a construção em etapas?
SP – Este projeto/obra me proporcionou um grande aprendizado, e acredito que para toda a equipe técnica. Desde o início do projeto, em 1990, tínhamos uma vontade de realizar um trabalho e qualidade de obra muito grandes. Tínhamos que tomar por base que o aproveitamento máximo da infraestrutura existente era fundamental, principalmente na questão do pátio de aeronaves, cuja construção é muito cara. Depois, o edifício sofreria uma metamorfose, ou seja, se transformaria num terminal moderno e adequado às necessidades, com pontes de embarque/desembarque, utilização de sistemas de controle do edifício de última geração, enfim, uma aposta na modernização.
AA – E o aço foi elemento definidor nesse processo?
SP – Para que tudo isso fosse realizado, a tecnologia de construção deveria atender às exigências de segurança, tempo adequado, adaptações de operações etc. Sem dúvida, a técnica do uso do aço foi fundamental.