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Respeito à paisagem

Com cobertura em telha metálica tipo sanduíche e claraboias de vidro que permitem a entrada de luz natural no interior de pé-direito triplo, a reforma racionalizou o consumo de energia elétrica

Foi de dentro de uma precária cabana de madeira no canteiro de obras que os arquitetos Marcelo e Milton Roberto acompanharam, nos anos 1930, a construção do Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro. O pequeno e elegante projeto dos irmãos Roberto é considerado um dos símbolos da arquitetura modernista brasilei- ra e se destaca pela relação com a cidade. O hall transparente, em vidro, “aproxima” a Baía de Guanabara, as pistas e os aviões. Com o tempo, o projeto foi sofrendo reformas e adaptações até que, em 1998, foi parcialmente destruído por um incêndio. O projeto de recuperação foi feito por Sergio Jardim, especialista em obras aeroportuárias, e o Santos-Dumont foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac). Em 2004, quando sua capacidade de 1,8 milhão de viajantes por ano já excedia 3 milhões, ele foi novamente ampliado com projeto de Sergio Jardim.

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O embarque foi transferido para o novo terminal, com três pavimentos e um subsolo, onde um túnel envidraçado abriga as salas de embarque e corredores de ligação. As pontes de embarque e desembarque de passageiros organizam, hoje, o trânsito de 8 milhões de passageiros por ano

> Projeto arquitetônico: Sergio Jardim

> Área construída: 33 mil m²

> Aço empregado: aço patinável de alta resistência mecânica e maior resistência à corrosão atmosférica; lajes tipo steel deck; tubos estruturais de aço sem costura

> Volume de aço: 340 t

> Projeto estrutural: Figueiredo Ferraz (projeto 2007)

> Fornecimento e montagem da estrutura metálica: CPC Estruturas Forte Metal e Sanebras Estruturas; coberturas: Perfilor e Dânica; conectores e stud-bolts: Ciser – Crescenza

> Execução da obra: Consórcio Odebrecht/Carioca/Construcap

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 1996

> Conclusão da obra: 2007

O aeroporto foi construído em um espaço tão representativo quanto o próprio terminal: a praça em frente ao aeroporto e o Aterro do Flamengo são projetos assinados pelo paisagista Burle Marx; o Museu de Arte Moderna, de Afonso Eduardo Reidy, e o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, projeto arquitetônico de Marcos Konder Netto e Hélio Ribas Marinho.

As estruturas em aço foram a solução para preservar a leveza e a transparência do projeto original. Por sua facilidade de se agregar a estruturas existentes, a reforma teve o cronograma acelerado e sem nenhum contratempo. O prédio original concentrou a função de desembarque, enquanto um novo edifício ficou com a função de embarque dos passageiros. Ligando os dois espaços, está uma edificação elíptica com 287,5 m de comprimento, construída em tubos de aço e vidro, onde se concentram as salas de embarque e as pontes metálicas (fingers), que hoje dividem os fluxos de embarque e desembarque. O novo terminal funciona somente para embarque, deixando o anterior com a função de desembarque. (F.L.) M

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