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O dragão de aço

C on C luído em 2008, o T erminal 3 do a eropor To i n T erna C ional de p equim é , C om seus 1,3 milhão m ², um símbolo da robus T ez e ambição C hinesas . o maior aeropor To do mundo C ongrega passageiros sob uma C ober T ura de aço que se espraia em uma área de 360 mil m ²

O mai O r aerO p O rtO do mundo tinha mesmo de ser construído no país mais populoso. Em março de 2008, a China viu a área total do Aeroporto Internacional de Pequim chegar a 4,7 mil hectares. O Terminal 3 havia sido concluído – e em menos de quatro anos. Juntamente com o Centro de Transportes Terrestres (CTT), o T3 ocupa uma área de 1,3 milhão m2

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A construção do novo terminal foi acelerada pela admissão da China na Organização Mundial do Comércio, em 2001, acontecimento que lhe abriu os mercados internacionais, e pelos Jogos Olímpicos de 2008, que atraíram os olhos do mundo para a sua capital. Era preciso que as portas de entrada e saída do país sintetizassem as ideias de inovação e grandeza que a China queria transmitir ao mundo.

Como nos aeroportos de Stansted, em Londres, e de Chek Lap Kok, em Hong Kong, o projeto do escritório Foster and Partners, do arquiteto inglês Norman Foster, seguiu alguns princípios construtivos eficientes: uma cobertura grande e unificadora; simplicidade de organização para o fluxo de passageiros; luz natural abundante e um sistema de transporte terrestre integrado.

Alguns pontos importantes do projeto de Pequim, entretanto, diferem dos de Londres e Hong Kong. Os vários andares que abrigam as instalações aeroportuárias em Chek Lap Kok deram lugar a uma distribuição horizontal e mais equilibrada em ambas as asas em “Y” do T3 – as suas duas estruturas triangulares, conectadas por um setor satélite que é a espinha dorsal do terminal. Esse arranjo aproveita melhor o

Na página ao lado e acima, as ripas de aço que separam a cobertura, cujo revestimento externo alcança 275 mil m 2 do T3 do Aeroporto de Pequim. Abaixo, passageiros após o desembarque em um dos mais modernos controles de bagagem do mundo espaço e aumenta o número de plataformas dos aviões, com vagas para 126 aeronaves.

Outra mudança foi concentrar os voos domésticos ao longo da asa norte, onde está localizado o CTT, e da área satélite. A medida reduz o taxiamento dos aviões, que ficam abrigados próximos aos prédios determinados. O desembarque dos viajantes internacionais também é diferente do que se vê em outros aeroportos. Em vez de atravessar um sem-fim de corredores e escadas rolantes, quem aporta em Pequim desce no andar superior da extremidade norte e é recebido em um oceânico teto de aço.

O Automated People Mover, trem que liga as duas pontas do aeroporto, leva o viajante, em menos de dois minutos, pelos 3,25 km que separam o desembarque do CTT, de onde ele pode seguir para o centro urbano da cidade.

A cobertura do T3 foi criada de modo a permitir que a luz do dia entre continuamente no edifício. Ela consiste numa construção em aço feita com módulos triangulares soldados ou aparafusados, que produzem as diferentes curvaturas do teto. A estrutura é revestida internamente com tiras de aço pintadas de branco, mantidas a uma distância suficiente para que a luz externa que trespassa as claraboias chegue ao interior do aeroporto.

Essa superfície contínua parece aumentar ainda mais a extensão da enorme cobertura. Sua estrutura é sustentada por colunas tubulares de aço, de comprimentos variáveis. O ponto mais alto é o centro das duas estruturas triangulares; a partir dali, a cobertura cai suavemente em direção às paredes côncavas e à espinha do terminal. A impressão de andar por um espaço interminável é reforçada pelas fileiras das gigantescas colunas brancas,

As paredes côncavas, escoltadas por colunas de aço, definem o corpo do T3, com capacidade para receber até 14 mil passageiros de voos domésticos e internacionais a cada hora

Nas imagens abaixo, a vasta cobertura do T3. O primeiro terminal do aeroporto de Pequim foi construído em 1959, numa área de 78 mil m2. O T2 foi concluído depois de 40 anos e se estende por 326 mil m2. A construção do T3 – com seus 10,6 milhões de m3 de terraplenagem – foi realizada inteiramente por companhias chinesas separadas por uma distância de 36 m. Durante o dia, a luz entra no terminal através das altas paredes de vidro, com suas robustas colunas treliçadas de aço – inclinadas para fora para reduzir o reflexo –, e das claraboias, visíveis pelo teto ripado. A luz natural destaca as cores intensas da estrutura, pintada em 16 variações de tons valorizados na cultura chinesa: do vermelho imperial dos balcões de check-in às sombras em laranja e amarelo no fim do terminal internacional.

Os dados da construção do T3 são tão impressionantes como ele próprio. No pico das obras, mais de 50 mil pessoas trabalharam simultaneamente naquele terreno. A estrutura da cobertura é feita de 18.950 toneladas de aço; as colunas que a sustentam exigiram 26.850 toneladas do mesmo material. Números condizentes com um terminal cujas estatísticas mostram que receberá 50 milhões de passageiros por ano até 2020. (F.a.) M

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