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Beira-rio

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Projeto

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A várzea de diferentes rios é, há anos, o terreno fecundo para que comunidades ribeirinhas e periféricas em todo o Brasil possam exercer aquilo que mistura lazer, paixão e laços comunitários: o futebol. Ali, onde o rio inunda, a terra é plana e fértil.

Ao longo do Rio das Velhas e seus afluentes, são muitos os icônicos campos de várzea. Mesmo acossado pelo “progresso” que sepulta os rios sob o asfalto, expulsando ribeirinhos, desfazendo comunidades e demolindo campos, o futebol de várzea resiste, seja à beira do rio ou nos “terrão” da periferia. Em uma matéria especial, contaremos histórias do futebol que acontece às margens.

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Você já imaginou o Rio das Velhas sendo o grande estimulador de um turismo sustentável, consistente e justo em Minas Gerais? Pois é dessa forma que a historiadora e especialista em Governança em Rede e Desenvolvimento Territorial, Jussara Rocha, reconhece o potencial do nosso Velhas. Não à toa: o maior afluente do Rio São Francisco liga os principais destinos indutores de Minas, possui vasta rede de Unidades de Conservação e imponentes polos de atração turística. Definitivamente, o Rio das Velhas “precisa ser tratado no âmbito da educação e do turismo”, afirma ela.

O que não pode faltar é água. Relatório publicado pela Unesco, em 2022, mostrou que as reservas subterrâneas –que representam 99% de toda a água doce líquida da Terra, respondem por metade do abastecimento humano e por cerca de 25% da irrigação – estão sendo poluídas, superexploradas e esgotadas pelo ser humano, em alguns casos com “consequências irreversíveis”. Especialistas repercutem o tema na nossa bacia, com foco na região do Carste, de Sete Lagoas e do Quadrilátero Ferrífero.

Em Belo Horizonte, maior cidade de toda a bacia do Rio São Francisco, a discussão sobre as águas urbanas e as complexas ações de drenagem necessárias em uma metrópole cada vez mais impermeabilizada tem movimentado poder público, sociedade civil e companhias de saneamento – organizados em torno do Subcomitê Ribeirão Arrudas. Com o crescimento exponencial do número de bacias de detenção na capital, moradores e movimentos lançam a pergunta: são elas o melhor e único caminho?

Em 2023, quando o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas completa 25 anos, prestamos uma singela homenagem a todos aqueles que por aqui passaram e contribuíram ao fazer deste um Comitê único no Brasil, marcado pela gestão descentralizada, pela maturidade na implementação dos seus instrumentos de gestão e pela eficiência na aplicação dos recursos e desenvolvimento de ações e projetos conservacionistas em todo o território.

A 17ª edição da Revista Velhas traz também uma reportagem especial sobre como ações sustentáveis promovidas pelo setor produtivo na bacia hidrográfica contribuem para a melhoria da qualidade e quantidade de água.

A entrevistada desta edição é a belo-horizontina Fernanda Matos, referência global em estudos sobre governança, água e gênero. Fernanda é responsável pelo desenvolvimento das publicações ‘Retratos de Governança das Águas no Brasil’, que busca apresentar análises de pesquisa sobre o processo de formação e o perfil dos representantes membros dos organismos colegiados de gestão de recursos hídricos.

“A gestão sustentável da água e a igualdade de gênero são interdependentes. O reconhecimento da importância do equilíbrio de gênero é fundamental para que possamos evoluir enquanto sociedade”, afirma. Em 2022, Fernanda Matos recebeu do ex-vice-presidente dos Estados Unidos, ambientalista e prêmio Nobel da Paz, Al Gore, o prêmio Alfredo Sirkis Memorial Green Ring Award, que prestigia ações de voluntários da iniciativa Climate Reality Project que mais se destacaram ao redor do mundo.

Por fim, mostraremos a história e beleza natural da Unidade Territorial Estratégica Jabó-Baldim, vizinha à Serra do Cipó e que, cada vez mais, atrai turistas às suas belas e limpas águas.

Vamos juntos!

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