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O papel do Comitê
De acordo com a especialista, o CBH Rio das Velhas pode ter “papel significativo” no “desenvolvimento de novas experiências turísticas sustentáveis” por agir em toda bacia e “por sua capilaridade”, que lhe daria condições de uma ação “sistêmica, sem barreiras, olhando para o rio como o ponto mega relevante”.
Marcus Vinícius Polignano, secretário do Comitê, cerra fileiras: “Todo mundo que convive com esse rio aprende a amá-lo e a querê-lo cada vez mais vivo, cada vez mais limpo, com sua biodiversidade, com toda a sua riqueza natural. A história, as belezas naturais são razões para a sua preservação, para além do uso da água. O Rio das Velhas conta a história de Minas. Essa perspectiva do turismo é muito pouco explorada. Ao invés de extrair, de destruir, é preciso construir, através do turismo, uma geração de renda sustentável”.
O tema já havia merecido atenção nos debates internos do CBH. Um dos principais produtos dos Diálogos Regionais, encontros que reuniram os Subcomitês das quatro regiões fisiográficas da bacia, realizados em junho passado, foi a elaboração da Matriz de Prioridades. No evento do Alto Rio das Velhas, ficou destacada a promoção do uso sustentável dos territórios com base no ecoturismo, no turismo de experiência e outras modalidades.
Jussara Rocha crê que “o bom viajante, aquele que se interessa por esses lugares todos da bacia, quer fazer parte desse processo de preservação”, no que chama de “um turismo regenerativo”. E recomenda “não ficar esperando só a esfera estatal, dando mais protagonismo à própria sociedade civil. O CBH pode puxar isso”.
Trilha sobre as águas
Exemplo de quem não fica de braços cruzados vem de Taquaraçu de Minas, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a cerca de 60 km da capital. Lá, Jânio Marques, conselheiro do Subcomitê Rio Taquaraçu do CBH Rio das Velhas, fundador e presidente da Taquaraçu Ecotur, começou a descer de caiaque as águas Classe 1 do rio para mostrar, a naturais do lugar e a turistas, as maravilhas da região e a beleza do Taquaraçu. Numa dessas, acabou conhecendo Marcelo Bastos, espeleólogo e operador de turismo de aventura. Daí nasceu a ideia da Trilha Aquática que entra em cena ainda em 2023.
“Precisamos mostrar o inesgotável potencial turístico, religioso, rural, ecológico,”, diz Jânio, para quem a trilha vai “falar da história da cidade e gerar renda e emprego” para a população urbana e rural.
O projeto é norteado pelo conceito de Turismo de Base Comunitária, no qual a comunidade organiza e presta serviços aos visitantes, e tem como bandeira a proteção do rio. “Quando atrai o turista, gera renda, vende queijo, doce, sorvete, tem a gastronomia, a hospedagem, os pontos de apoio na descida do rio, um café da manhã, um almoço, vários tipos de ganho”, antecipa Jânio. Marcelo destaca a importância “de incluir a população ribeirinha, as comunidades tradicionais, os moradores urbanos”.
Trilha Aquática do Rio Taquaraçu pode se estender por dois dias ou mais, desde a cabeceira até a barra no Rio das Velhas.
Assista ao webinário “O turismo como aliado da proteção, educação e desenvolvimento regional”: bit.ly/webinario-turismo
Muita história e beleza
Com população de 4 mil habitantes e extensão territorial apenas três quilômetros menor que a da capital, Taquaraçu de Minas é bem preservada, muito hospitaleira e ainda guarda os aspectos coloniais do ciclo do ouro, testemunhados nos anos de 1820 pela famosa Expedição Langsdorff.
A Trilha Aquática do Rio Taquaraçu pode se estender por dois dias ou mais, desde a cabeceira até a barra no Rio das Velhas, reunindo várias opções de esportes náuticos: rafting (descida em corredeiras utilizando botes infláveis), caiaques simples ou duplos, com condutor, e canoas.
Do município seguindo rio abaixo, em águas tranquilas, o cenário fica perfeito para o banho e o turismo de observação de aves, da vegetação e de belas paisagens. No caminho, cachoeiras, ranchos e prosas ribeirinhas, causos de antigos tropeiros, preciosidades arqueológicas e muita história.
Anote aí alguns atrativos imperdíveis:
• Igreja do Santíssimo Sacramento
• Fazenda São José, a primeira fazenda da região
• Teatro São Francisco de Assis, um dos dois únicos “teatros de curral” do mundo, fundado em 1954
• Sítio Arqueológico Lapa Grande, com tombamento federal e objeto de estudo da USP e da UFMG, que remonta à época de Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado na América do Sul, na região de Lagoa Santa, com cerca de 12 500 a 13 000 anos
• Gruta Lapa Grande
• Sítio Arqueológico. Lapa do Padre Borges
• Banda de música Estrela de São João, de 1956
• Túneis abandonados da linha férrea, da década de 50, que ligaria BH a Itabira
Conexões terrestres
Quem mergulhar na Trilha Aquática ainda terá a chance de conhecer o Caminho Macaúbas/Piedade, trilha terrestre conectada que desemboca em duas joias raras: o Monumento Natural da Serra da Piedade, em Caeté, de alto valor ambiental e abrigo do oitocentista santuário católico, e o Convento de Macaúbas, em Santa Luzia, nascido Recolhimento do Monte Alegre de Macaúbas, em 1712.