SEMANA DE MOLDES 2021 FUNDIÇÃO CENTRÍFUGA: TECNOLOGIA DE CERA PERDIDA À INFILTRAÇÃO, UMA ALTERNATIVA PARA FUNDIÇÃO INJETADA PARA PEQUENAS ESCALAS EFICIÊNCIA NO PROCESSO DE SETUP NA PRODUÇÃO DE PEÇAS UNITÁRIAS EMAIL MARKETING: O SEU NEGÓCIO B2B NÃO PODE VIVER SEM ELE
Nº ISSN 1647-6557
ANO 33 . 01 2022 . N 132
01.2022 ANO 33 . N 132 . €4,50
CEFAMOL ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE MOLDES
Periodicidade Trimestral
ESPECIAL /
ÍNDICE / CONTENTS
03
Editorial
04
Notícias CEFAMOL
17
Notícias CENTIMFE
18
Novos Associados
20
Aniversário dos Associados
24
Notícias dos Associados
28
Moldplás 2021
34
A Indústria à Lupa
39
“Semana de Moldes” evidencia otimismo no futuro do sector
40
Reflexão sobre inovação e sustentabilidade marca Semana de Moldes 2021
42
Uma reflexão sobre "O futuro da indústria de moldes"
46
Novos mercados como resposta aos desafios do sector de moldes
47
Fornecedores admitem sinais positivos de mudança
48
Desafios tecnológicos à luz da sustentabilidade e digitalização
49
México visitou Portugal e apresentou oportunidades de negócio
50
Entrevista - Eduardo Medrano, Presidente da Asociación Mexicana de Manufactura de Moldes y Troqueles (AMMMT)
51
Talentum Days
57
Fundição centrífuga: tecnologia de cera perdida à infiltração, uma alternativa para fundição injetada para pequenas escalas
61
Eficiência no processo de setup na produção de peças unitárias
TECHNOLOGY
64
Cibercrime - que crimes?
EQUIPAMENTOS . PROCESSOS . CONHECIMENTO EQUIPMENT . PROCESSES . EXPERTISE
66
O sistema MES como uma ferramenta de apoio ao Lean Manufacturing rumo à produtividade e eficiência da Indústria de Moldes
71
Comunicação de Sustentabilidade
ECONOMIA . MERCADOS . ESTATÍSTICAS ECONOMY . MARKET INFORMATION . STATISTICS
73
Email Marketing: o seu negócio B2B não pode viver sem ele
GESTÃO DE PESSOAS /
77
As empresas não conseguem atrair e manter talento. É por isto.
79
2022: O Ano de todas as Decisões
38 SEMANA DE MOLDES 2021 DESTAQUE / HIGHLIGHT
56 INOVAÇÃO / INNOVATION O QUE AS EMPRESAS CONCEBEM DE FORMA SINGULAR E INOVADORA WHAT OUR COMPANIES CONCIEVE IN A SINGULAR AND INNOVATIVE WAY
60 TECNOLOGIA /
70 NEGÓCIOS / BUSINESS 76
PEOPLE MANAGEMENT
FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE CEFAMOL - Associação Nacional da Indústria de Moldes • CONTRIBUINTE 500330212 • SEDE DO EDITOR, REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
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ANUNCIANTES GrandeSoft 2 / S3D 5, 75 / Istma 8 / TCA 11 / Hasco 13 / Isicom 15; 65 / SB Molde 17 / Knarr 23 / Cadsolid 25; 51 / Eurocumsa 27 / Metalcobre 29 / Fluxoterm 31 / Fuchs 33 / TTO 35 / Simulflow 37 / AHP Merkle 41 / Newserve 43 / Sinmetro 45 / Open Mind 49 / DNC Técnica 55 / Schunk 57 / Tecnirolo 59 / Inovatools 61 / FerrolMarinha 63 / Cheto 67 / Squédio 69 / Moldmak 71 / Sigmasoft 77 / Arburg 79 / HPS capa interior / Maq Center contracapa interior / Tebis contracapa CAPA: Foto gentilmente cedida pela Procadimoldes
REVISTA MOLDE CEFAMOL
CEFAMOL NEWS /
EDITORIAL Manuel Oliveira Secretário-geral da CEFAMOL
03
UM FUTURO DESAFIANTE
A recente realização da “Semana de Moldes” permitiu ao sector refletir e debater alguns dos principais desafios que a Indústria de Moldes atualmente enfrenta e em torno dos quais deverá centrar a sua intervenção, alinhando estratégias e posicionamento que permitam assumir uma diferenciação perante a concorrência internacional e definindo um caminho de sucesso para o futuro. Acreditamos que esta intervenção centrar-se-á em três áreas-chave: “Mercado”, “Sustentabilidade” e “Pessoas e Competências”. “Mercado” será o primeiro elemento a ter em conta, aquele que mais incertezas cria e que maiores desafios tem gerado, nos últimos anos, às empresas. Para conseguir antecipar constrangimentos e aproveitar oportunidades que o mesmo encerra, será fundamental acompanhar as suas tendências, evolução e desempenho. É neste contexto que se destaca a importância do marketing, do reforço da presença e da visibilidade internacional do nosso sector, explorando sinergias e complementaridades entre empresas. A comunicação, o contacto direto com potenciais clientes, não esquecendo o aproveitamento dos meios digitais para este efeito, assumem papel preponderante, valorizando a imagem e competências da nossa Indústria e onde a cooperação, uma vez mais, será determinante para o sucesso. Esta intervenção será, no entanto, mais difícil se a Europa não assumir uma efetiva política de reindustrialização, que encurte cadeias de fornecimento, permitindo a geração de novas áreas de negócio e consequente criação de novos produtos, serviços e respetivas cadeias de valor. Aqui o papel dos Governos nacionais e da União Europeia será determinante, pelo que o sector terá que, a nível global, conquistar capacidade de influência que demonstre os ganhos económicos e sociais do “made in Europe”. Abrangendo as vertentes económica, social e ambiental, a “Sustentabilidade” é, hoje em dia, um conceito que assume uma relevância estratégica no sector. Tal deve-se, não apenas à exigência dos consumidores finais dos produtos a que damos forma, mas pela consciencialização já existente no seio da indústria da relevância deste fator para a otimização e valorização de recursos e a promoção da eficiência produtiva e energética.
A vertente económica é atualmente uma prioridade para as empresas considerando, por um lado, a quebra do mercado e dos preços de venda e, por outro, o aumento dos custos de produção. Para ultrapassar esta situação, há que definir e colocar rapidamente em ação instrumentos que apoiem o financiamento e capitalização empresarial. Esta intervenção influenciará decisivamente a vertente social, uma vez que a conquista de encomendas, a retoma do investimento e a criação de valor sustentarão a geração de emprego qualificado, o reforço do conhecimento e a atração de talento, construindo, desta forma, um impacto positivo no sector e na sociedade. Na vertente ambiental, a descarbonização, a reutilização e desmaterialização dos produtos e os conceitos ligados à economia circular, privilegiarão a eficiência na conceção e fabrico, a otimização de recursos, a eliminação de desperdícios, permitindo a inclusão de novos materiais, mais “amigos” do ambiente, o reforço na digitalização de operações e introdução de tecnologias limpas. Não temos dúvidas que este processo poderá ter um efeito impulsionador no sector para conseguir maior competitividade e novas oportunidades de mercado. O terceiro elemento desta equação serão as “Pessoas e Competências”, sem as quais as premissas anteriores, assim como a inovação, o I&D, o conhecimento ou a diferenciação não serão possíveis alcançar. Há que adaptar as organizações ao papel estratégico que as Pessoas terão neste contexto e onde serão decisivas para a sua evolução. Lideranças fortes e abertas serão necessárias para atrair, criar e desenvolver talento nas empresas, pois será este que fará a diferença no futuro que começa hoje. Estamos confiantes que o novo ano nos trará uma evolução positiva face à realidade vivida nos últimos tempos. Contudo, há que ser suficientemente realista para perceber que temos um longo caminho a percorrer, tendo por base a atual incerteza e sofisticação dos negócios no mercado global. O futuro é, sem dúvida, desafiante, mas não deixa de ser aliciante.
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N 132 JANEIRO 2022
CEFAMOL VÊ APROVADO PROJETO “ENGINEERING & TOOLING FROM PORTUGAL 2021-2023” 04
No âmbito do programa “Projetos Conjuntos de Internacionalização” do Portugal 2020, foi aprovado o Projeto de Promoção Internacional “Engineering & Tooling from Portugal 2021-23”, promovido pela CEFAMOL, o qual se encontrará em vigor até junho de 2023. Com um montante total de investimento de 1.855.898€, tem como objetivo apoiar a internacionalização e o esforço promocional da indústria de moldes em mercados estratégicos para a sua consolidação e desenvolvimento, bem como para o alargamento da sua base exportadora para novos mercados e regiões. Com um foco na identificação de oportunidades de negócio e colaboração para as PME nacionais as ações propostas no plano de ação incluem a participação em feiras internacionais, missões empresariais, encontros bilaterais, missões inversas entre outras atividades promocionais coletivas. Será também reforçada a vertente do marketing digital do sector e das empresas, assim como a sua capacitação nestas áreas.
As atividades promocionais terão como base o conceito e a marca coletiva “Engineering & Tooling from Portugal”, imagem que consubstancia a cadeia de valor da indústria e a integração de soluções que oferece ao mercado. O último trimestre de 2021 contemplou já um conjunto de iniciativas integradas neste projeto e onde se salientam as participações coletivas nas feiras internacionais Equiplast (Espanha), Fakuma (Alemanha), no certame de encontros bilaterais Plastic Meetings (França) e a missão virtual com a Eslováquia.
Em termos geográficos, o projeto concentrará a maioria das suas atividades em duas regiões: Europa (Alemanha, Espanha, França, Polónia, República Checa, Eslováquia, Roménia e Hungria) e na América do Norte (EUA e México), não esquecendo intervenções em outras latitudes como Marrocos ou África do Sul. Ao nível sectorial destacamse ações junto da indústria automóvel e de dispositivos médicos.
CEFAMOL PROMOVE MISSÃO DE PROSPEÇÃO NA FEIRA COMPAMED Foi bastante positivo o balanço que a delegação portuguesa, organizada pela CEFAMOL, traçou em relação à visita à feira ‘Compamed’, certame dedicado a soluções de alta tecnologia para a indústria médica, que decorreu entre os dias 15 e 18 de novembro, em Dusseldorf, na Alemanha. BBE, CR Moulds, DRT, Frumold, Planimolde e Ribermold foram as seis empresas que acompanharam a CEFAMOL nesta deslocação. E neste, que é dos maiores certames mundiais desta indústria, marcaram presença 46.000 visitantes de 150 países. A participação internacional ascendeu a cerca de 73%, segundo a organização da
feira, que contou com mais de três mil expositores na zona dedicada à ‘Medica’, e 490 na ‘Compamed’. “Esta feira permitiu aos fabricantes nacionais conhecer melhor as tipologias da indústria médica, bem como alguns dos principais requisitos necessários para a entrada nesta área”, contou Manuel Oliveira, secretário-geral da CEFAMOL, sublinhando que, no decorrer da visita, foi possível “identificar empresas com experiência nesse sector, manter interessantes contactos, com potencialidade de, no futuro, as nossas empresas conseguirem passar a integrar as cadeias de valor e fornecimento”.
CEFAMOL NEWS /
A visita a este certame integra-se no conjunto de ações que está a ser organizado pela CEFAMOL, no sentido de apoiar as empresas de moldes portuguesas a identificar áreas de negócio que permitiram diversificar os seus mercados e reduzir a forte dependência que o sector tem em relação à indústria automóvel.
AMBIENTE DE OTIMISMO E a indústria médica é um desses exemplos. Apesar das indefinições geradas quer pela pandemia de Covid-19, quer pela situação da economia mundial, a Associação Alemã de Tecnologia Electromédica (ZVEI) traçou um panorama otimista, revelando manter expectativas de um crescimento de 8% para o mercado global de tecnologia eletromédica, em 2021, o que permitirá olhar para 2022 com um otimismo ainda maior. Quanto à feira, e apesar de uma participação e um número de visitantes inferior a edições passadas, a organização mostrouse, no final, satisfeita com os resultados em função da situação pandémica vivida. "O ambiente nos salões da feira foi caracterizado por um sentimento de otimismo, visível por toda a parte. As pessoas finalmente foram capazes de estabelecer novos e intensificar os contatos existentes pessoalmente", contou Erhard Wienkamp, diretor geral da Messe Düsseldorf. A feira reuniu as principais plataformas de informação e comunicação mundiais para a indústria de tecnologia médica, bem como a sua rede de fornecedores, que apresentaram um leque muito variado de inovações. Com um figurino híbrido (presencial e online), o certame contou com a realização de vários fóruns, seminários e conferências, no quais participaram 610 oradores, num total de 787 apresentações. A próxima edição já tem data marcada: vai decorrer de 14 a 17 de novembro de 2022.
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FAKUMA – O REGRESSO AOS EVENTOS PRESENCIAIS
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Foram 25 as empresas que integraram a presença dinamizada pela CEFAMOL no âmbito do projeto de promoção Engineering & Tooling from Portugal, na feira “Fakuma”, que decorreu entre os dias 12 e 16 de outubro, no Centro de Exposições de Friedrichshafen, na Alemanha. Foi um regresso aos eventos presenciais muito saudado pelos participantes, quer expositores, quer visitantes, permitindo o retomar de contactos pessoais após ano e meio de constrangimentos e limitações de deslocação gerados pela pandemia. Apesar do menor número de visitantes face a anteriores edições em virtude de ainda existir algum condicionamento na participação nestes certames em muitas das empresas clientes do sector, a representação nacional mostrou-se satisfeita com os contactos estabelecidos. Nas suas palavras foram menos contactos, mas mais direcionados e com interesse concreto para o desenvolvimento de novos projetos. Para a indústria portuguesa de moldes o mercado alemão continua a ser de importância estratégica, sendo atualmente, e apesar da quebra verificada, o principal destino das nossas exportações e um
barómetro do negócio e das suas principais tendências, não só a nível da Europa, mas também dos principais mercados mundiais onde as suas empresas estão presentes e influenciam a decisão de compra. As 25 empresas que participaram com a CEFAMOL no evento foram: AES Moldes, Bormat, CR Moulds, Distrim 2, Ecotool, Fozmoldes, Frumolde, Itecmo, Jetmol, Microplasticos, Moldegama, Moldes 2000, Moldoeste, Moldoplastico, Moliporex, Planimolde, PMM, Socem, Steelplus, Ribermold, Tecnifreza, Tecnimoplas, TJ Moldes, UEpro e VSV Moldes. Realizada no sul da Alemanha e junto à fronteira com Suíça e Áustria, a Fakuma concentra nestes mercados a principal origem dos seus visitantes, registando-se, no entanto, edição após edição, uma maior abrangência geográfica, primordialmente concentrada na Europa. Com a presença de cerca de 1500 expositores, oriundos de 39 nacionalidades distintas, o evento, dedicado a toda a cadeia de valor da indústria do plástico, principalmente na vertente da injeção, celebrou em 2021 a sua 27ª edição, estando a próxima agendada para os dias 17 a 21 de outubro de 2023.
EMPRESAS FAZEM BALANÇO POSITIVO DOS ‘PLASTICS MEETINGS LYON’ Uma presença que se saldou pela positiva. Cinco empresas acompanharam a CEFAMOL na sexta edição dos ‘Plastics Meetings’, a convenção internacional de negócios da indústria de plásticos que decorreu nos dias 15 e 16 de dezembro, em Lyon, França. No final, DRT, Ecotool, E&T, Maxiplás e Simoldes classificaram a participação como “positiva”. Segundo Patrício Tavares, da CEFAMOL, que acompanhou as empresas neste evento, as empresas nacionais tiveram oportunidade de “reunir com possíveis clientes e manter contactos interessantes”, regressando com boas perspetivas de futuros negócios. Os ‘Plastics Meetings’ são um espaço de reuniões direcionadas, onde os fabricantes de moldes têm a possibilidade de contactar diretamente com potenciais clientes da indústria de plásticos (OEM e seus fornecedores de primeira linha). Não há visitantes exteriores no espaço, há encontros programados. Foi o que aconteceu nestes dois dias. “As empresas realizaram várias reuniões e, mesmo quando não conseguiam agendar com um contacto de interesse, tinham sempre a possibilidade de ir ao seu encontro e apresentar-se, porque estavam todos presentes no mesmo espaço”, salienta. A pandemia de Covid-19, revelou ainda Patrício Tavares, trouxe algumas diferenças a esta feira. Na edição deste ano, marcaram presença sobretudo as empresas oriundas de França, uma vez que devido a várias restrições relacionadas com a evolução pandémica, muitas, de outros países, acabaram por não ter oportunidade de
integrar o certame. França tem sido, para os moldes portugueses, o terceiro mercado em termos de dimensão e, nesse aspeto, o representante da Associação mostra-se convicto de que “foi muito positivo as empresas estarem presentes e mostrar que estão ativas e disponíveis para abraçar os mais desafiantes projetos”. Para além de retomar alguns contactos de clientes já conhecidos, os fabricantes nacionais tiveram oportunidade de ‘descobrir’ novos players do mercado. A participação da CEFAMOL, com este conjunto de empresas, neste certame foi dinamizada no âmbito do plano de promoção internacional do sector: ‘Engineering & Tooling from Portugal’.
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SESSÃO VIRTUAL PROMOVE ENCONTRO ENTRE PORTUGAL E ESLOVÁQUIA No âmbito das relações de colaboração estabelecidas entre a CEFAMOL e o SPK - Cluster da indústria de plástico na Eslováquia, foi realizado online no dia 24 de novembro o Encontro “Portugal – Eslováquia: cooperação e negócio”, o qual integrou apresentações dos dois sectores, bem como das empresas inscritas.
Integrado no Projeto “Engineering & Tooling from Portugal”, foram cinco as empresas nacionais inscritas no Encontro - IMTEC, MOLDWORLD, PMM, PROCADIMOLDES e SET – que tiveram oportunidade de apresentar as suas capacidades e competências junto de empresas e instituições deste país da Europa Central.
Esta iniciativa, apoiada pela AICEP e SOPK, a sua congénere eslovaca, contemplou ao longo dos dias seguintes, e mediante agendamento entre ambas as partes, um conjunto de encontros bilaterais entre as empresas dos dois países.
Pretende-se que esta colaboração seja estendida a outras iniciativas e onde se salientam as missões empresariais a realizar nos dois países. A Eslováquia foi, em 2020, o 15º mercado para as exportações nacionais de moldes. A análise dos dados referentes a setembro de 2021 demonstram um total de 11,9 milhões de euros exportados, o que, face ao período homólogo do ano transato, revela um crescimento deste indicador na ordem dos 46%.
DESENVOLVER PESSOAS É ESSENCIAL PARA ASSEGURAR FUTURO DAS EMPRESAS
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Vontade de mudar. É este o ponto de partida para conseguir criar uma cultura de desenvolvimento de Pessoas. E esta é essencial para assegurar o futuro das organizações. Assim o defendeu Artur Ferraz, da International Business Consulting (IBC), no decorrer de mais uma sessão online do programa Talentum, que teve lugar dia 21 de outubro, perante uma plateia virtual composta por três dezenas de profissionais do sector. A mudança, lembrou, é uma das prioridades das empresas, num mundo que está em constante mutação. É a única possibilidade de se manterem competitivas, sublinhou, lembrando que este desafio já se colocava antes da pandemia de Covid-19, mas que a sua premência veio a crescer com a situação pandémica. Citando o World Economic Forum, em 2018, enfatizou que “a mudança não espera por nós”. E isso, é notório na forma como tem evoluído o emprego, com o crescimento do teletrabalho e as alterações nos horários que permitem às pessoas gerir o seu tempo, em função das suas necessidades. Há um novo paradigma que se prende com o “bem-estar no local de trabalho” e que tem representado mudanças enormes nas organizações. “É preciso que os líderes comecem a olhar de forma diferente para o trabalho”, considerou, salientando que é fundamental que se consiga “atrair e reter talento, ou seja, apostar nas pessoas para que possam criar valor”. Foi destacado os resultados de um estudo recente, onde cerca de 70% dos profissionais afirmavam “não ter competências para desenvolver o seu trabalho”, lembrando a importância que assume, nesta questão, uma formação eficaz, adequada e sistemática. É importante “olhar para o futuro e aprender a estar em constante adaptação”, lembrando o impacto que teve, nesta questão, a pandemia que, chegando sem se fazer anunciar, alterou todo um sistema estabelecido. Para abraçar estas necessárias alterações, as organizações têm de olhar para as suas pessoas, não apenas no que diz respeito às
condições laborais, mas também em questões como o bem-estar, a confiança, os desafios, o reconhecimento e o mérito.
AUTONOMIA E DECISÃO Admitindo que se trata de um processo que leva tempo a instituir, foi salientado que tal “é necessário e quanto mais cedo se começar, melhor”. “Não basta dizer às pessoas que é preciso mudar; as empresas têm de ser consequentes e fazer estas alterações de cima para baixo na estrutura”, considerou ainda. Porque, lembrou o orador, se nada for feito, nada muda. E para mudar é necessário que seja criada essa cultura de mudança. Se, no passado, as relações laborais se centravam em estabilidade no emprego e obediência ‘cega’ às regras instituídas, hoje a realidade das empresas é, contudo, muito diferente. Por um lado, é necessário alinhar a cultura com as necessidades do mercado. E este é hoje muito volátil, por isso as estruturas têm de estar preparadas para mudanças repentinas. E isso só se consegue dotando as pessoas de novas capacidades, como autonomia e poder de decisão. Por isso, é preciso apostar numa eficaz política de gestão de pessoas nas empresas e tal consegue-se trabalhando muito com as chefias, fomentando a participação das equipas, delegando, dando autonomia, reconhecendo e valorizando. “Temos de promover a autonomia das equipas em função dos objetivos e dos resultados a alcançar”, afirmou, enfatizando que as pessoas tendem a permanecer onde se sentem bem e valorizadas. “Neste caminho de mudança, é preciso criar as ferramentas necessárias para gerir o desempenho das equipas, promover competências de liderança, desenvolvimento e reconhecimento pelo mérito”, concluiu. Organizado pela CEFAMOL, o programa ‘Talentum’ está a decorrer desde o início de 2019, tendo como prioridade sensibilizar para um conjunto de questões relacionadas com a Gestão de Pessoas e Inovação Organizacional, seja através destas sessões, seja com ações concretas nas empresas.
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COOPERAR: A MELHOR FORMA DE REFORÇAR A CAPACIDADE COMPETITIVA DAS EMPRESAS
10 Uma central de compras. Uma academia de formação. A abordagem a um mercado estratégico. Foram, apenas, três dos exemplos de oportunidades de colaboração entre empresas enunciados no decorrer da apresentação do ‘Guia para a Cooperação Empresarial’, documento que, inserido no projeto “TECH-I9”, a CEFAMOL disponibiliza à indústria de moldes. A apresentação teve lugar no dia 14 de dezembro, num webinar conduzido pelo autor do estudo, José Camacho, da BIID e professor no IADE - Universidade Europeia. Na ocasião, o responsável sublinhou que uma das grandes vantagens da cooperação é que reforça a capacidade competitiva das empresas. “Tem havido, ao longo do tempo, exemplos de cooperação na indústria de moldes. Desde iniciativas, trabalhos, projetos e estratégias em conjunto que se têm mostrado úteis”, afirmou, adiantando que, neste contexto e de uma forma muito ampla, a cooperação deve ser encarada como “uma aliança entre empresas para concretizar objetivos comuns”. E é em conjunto que a estratégia dessa cooperação deve ser definida, sob pena de não alcançar os objetivos pretendidos. E o que se propõe, salientou, é que “cooperemos para melhorar a capacidade competitiva
e ir ao encontro do mercado e daquilo que são as necessidades dos clientes”. E a ser bem feita, a cooperação é vantajosa: “as empresas que cooperam são mais eficientes”, enfatizou. Na sessão, que contou com a assistência virtual de cerca de três dezenas de profissionais do sector, José Camacho apresentou uma síntese do documento, no qual estão plasmadas muitas das vantagens desta estratégia conjunta entre empresas: tirar partido das melhores competências de cada organização, preencher falhas e lacunas, permitir inovação, investigação e desenvolvimento de produtos de forma integrada, entre outras. Em síntese, considerou, “é uma forma de lidar com o risco, que passa a ser partilhado” e, com isso, consegue-se reduzir custos e até ganhar credibilidade. O sucesso desta cooperação, acrescentou, depende da estratégia definida pelas empresas e do seu envolvimento na parceria. Uma das palavras-chave para isso é “a confiança”, salientou.
COMPRAS, FORMAÇÃO, MERCADO Posto isto, sugeriu três exemplos de cooperação que, no seu entender, poderão fazer sentido na indústria de moldes: a criação de uma central de compras, a constituição de uma academia de
formação, e a aposta de internacionalização para um mercado estratégico, mais concretamente os EUA (através da promoção e mesmo da oferta de serviços). No primeiro caso, considerou que um grupo de compras colaborativo tem vantagens tratando-se de empresas do mesmo sector, que adquirem os mesmos materiais e até têm em comum muitos dos fornecedores. Permite partilhar e reduzir riscos, bem como a troca de experiências, redução de custos e de carga de trabalho e ainda a especialização em determinados itens. O modelo, advertiu, tem de ser bem avaliado e definido, considerando que se evoluir pela positiva pode vir, até, a constituir-se como uma estrutura autónoma, do género de uma central de compras. Em segundo, falou da academia de formação que, no seu entender, viria ajudar a colmatar uma falha que praticamente todas as empresas sentem: a carência de mão de obra especializada. O défice de trabalhadores e qualificações, a crise de competências industriais, o envelhecimento das organizações ou a ineficiência da formação face aos desafios que se colocam são algumas das questões a que uma cooperação deste tipo pode dar resposta, adiantou. “Uma empresa isolada tem mais dificuldade em fazer isto”, declarou, lembrando que, associadas, as organizações podem dar melhor resposta e ganhar escala para alcançar um nível mais elevado de formação e com custos mais reduzidos. Por último, falou da cooperação em internacionalização. No caso, o regresso ao mercado dos EUA, que já foi, nas décadas de 70 e 80, muito importante para os moldes portugueses.
Lembrando que continua a ser um dos mais importantes mercados do mundo enquanto importador de moldes para plásticos e borracha, considerou que uma abordagem conjunta permitirá às empresas retirar mais ganhos. Aconselhou um trabalho prévio de análise para procurar o que mais se adequa a cada caso. Ou seja, encontrar micro mercados, onde a presença de concorrentes nos moldes não seja tão elevada. O plano a definir, considerou, terá de centrar-se em duas questões essenciais: a promoção e os serviços. Em qualquer um destes três exemplos de cooperação, José Camacho considerou que a forma correta de avançar é começar devagar e ir caminhando à medida que a aliança se for consolidando e ganhando maturidade. Mas foi perentório em afirmar que, cooperando, as empresas ganharão enormes vantagens competitivas. A apresentação deste guia foi uma ação integrada no projeto ‘TECH-I9’, dinamizado pela CEFAMOL que disponibilizou ao sector um conjunto de estudos, centrados em vários temas, de apoio ao desenvolvimento sustentável das empresas de moldes e sua cadeia de valor. Manuel Oliveira, secretário-geral da Associação, revelou que, no âmbito desta iniciativa, está a ser ultimada uma plataforma online onde estes estudos e as sessões de debate realizadas sobre os temas abordados serão disponibilizadas.
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CEFAMOL LANÇA PLATAFORMA TALENTUM A Plataforma Talentum, lançada em dezembro pela CEFAMOL, tem como objetivo servir como repositório das informações e conteúdos afetos ao Projeto TECH-i9 e ao Programa Talentum. A Plataforma Talentum, enquadrada no âmbito do Projeto TECH-i9, apresenta-se com o objetivo de promover e partilhar o conhecimento sobre práticas de gestão de pessoas e fornecer ferramentas para análise de competências e adequação dos sistemas internos das PME nesta área. A biblioteca de recursos permite aos utilizadores assistirem às apresentações dos estudos já elaborados e (re)verem as várias sessões realizadas na esfera TECH-i9 como, por exemplo, os TECH-i9 Days, o Fórum TECH-i9 e, mais recentemente, os Talentum Days, que decorreram durante a Semana de Moldes 2021.
Também se encontra disponível nesta plataforma o acesso ao Barómetro Digital que, desenvolvido trimestralmente, será mais um instrumento de benchmarking para as empresas, permitindo comparar o seu desempenho com o do sector, de forma sistemática e regular. A Plataforma Talentum está disponível em talentum.cefamol.pt.
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JOVENS DO PROGRAMA EUROPEU ‘3M4EU’ VISITARAM EXPOSIÇÃO “ESCULPIR O AÇO”
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Meia centena de participantes, entre jovens alunos e docentes, que constituem o grupo de trabalho do programa europeu ‘3M4EU’, visitaram a exposição “Esculpir o Aço”, no dia 15 de dezembro, manifestando-se, no final, bastante impressionados com a história desta indústria. O ‘3M4EU’ integra seis países (Portugal, Alemanha, Irlanda, Itália, Eslovénia e Croácia) e, no âmbito do programa Erasmus +, tem como foco o desenvolvimento de produtos reais utilizando novos materiais e métodos. No âmbito do projeto, os jovens têm também oportunidade de viajar e conhecer a realidade dos outros países parceiros. Por isso, entre os dias 13 e 17 de dezembro, coube a Portugal – que é representado pelo Cenfim – acolher o grupo. Para muitos dos jovens, a visita ao espaço museológico e a uma empresa da indústria de moldes (que decorreu no mesmo dia) constituiu o primeiro contacto com este sector, tendo apreciado o seu grau de desenvolvimento tecnológico. A visita foi conduzida por António Rato, ex-profissional da indústria de moldes, com décadas de experiência e conhecimento desta arte.
MÁQUINA MÁGICA Carlos Silva e Jorge Maurício, do Cenfim, explicaram que este centro de formação profissional tem procurado, ao longo dos anos, envolver os seus formandos em projetos deste tipo. “É nosso objetivo incentivar esta partilha dos nossos jovens com novas realidades e culturas, que os despertem para novas formas de criar, pensar e fazer”, explicou Carlos Silva, coordenador do núcleo do Cenfim da Marinha Grande. Adiantou que neste projeto estão integrados jovens a frequentar os três anos de formação.
Todos os jovens que fazem parte do projeto europeu têm idades compreendidas entre os 17 e os 22 anos e frequentam, em cada país, centros de formação profissional. Na prática, estes alunos estão, desde 2019, a desenvolver um conjunto de atividades e a partilhar conhecimentos, uma vez que cada instituição de ensino é especializada em diferentes áreas. Juntamente com os seus professores, vão criar seis caixas (uma por país) que, no final, são ligadas em rede, construindo uma ‘Máquina Mágica Móvel’: um mecanismo (uma esfera) que comunica de forma sequencial, fazendo com que mantenha um movimento contínuo entre os seis países. O primeiro encontro do grupo teve lugar na Alemanha, em 2019. O objetivo era desenvolver vários encontros até final do projeto, no último trimestre de 2022. No entanto, a pandemia de Covid-19 veio alterar os planos. Depois de meses de interdições nas viagens, só recentemente foi possível recuperar a ação tal como foi delineada. Mas os jovens têm, agora, menos tempo para desenvolver o projeto. Os próximos encontros estão agendados para Itália (fevereiro), Eslovénia/Croácia (maio) e Irlanda (setembro). É neste último, que coordena os trabalhos, que será apresentado o resultado final do projeto. A Exposição “Esculpir o Aço” está aberta ao público de quarta-feira a sábado, das 10h00 às 17h30, localizada no Edifício da Resinagem, no centro da Marinha Grande.
CEFAMOL NEWS /
‘TOOLING 4G’ PERMITIU CRIAR MAIS VALOR E INOVAÇÃO NO SECTOR DOS MOLDES
Um projeto mobilizador da indústria para a indústria, com grande enfoque na inovação, que permitiu pensar e trabalhar na criação de novas ferramentas e métodos, priorizando o controlo de tempo e custos, mantendo a qualidade e melhorando a produtividade. Assim foi apresentado o ‘Tooling 4G’ num webinar, realizado no dia 27 de outubro, que teve o objetivo de apresentar os resultados do projeto. Durante quatro anos, o ‘Tooling4G’ reuniu 30 participantes, 20 dos quais empresas, enquanto os restantes foram entidades do sistema científico e tecnológico (como o CENTIMFE e várias universidades). Os principais desafios foram ultrapassados e, no entender dos que integraram o projeto, o balanço foi positivo. Apesar dos meses desafiantes impostos pela situação pandémica de Covid-19, “foi possível atingir os objetivos e trazer um saldo positivo à indústria”, considerou António Pina, da Aníbal H. Abrantes. Falando sobre os desafios do projeto, António Baptista, do CENTIMFE, destacou o seu “elevado conteúdo tecnológico e de inovação”, considerando que se afirmou como “foco dinamizador de capacidades e competências científicas e tecnológicas”. No seu entender, “foi essencial a colaboração entre as empresas e as entidades científicas e tecnológicas, de forma a promover a incorporação e exploração das soluções desenvolvidas e a sua disseminação pela indústria”, de forma a permitir o acesso a “patamares mais elevados de competitividade”. O projeto, destacou, nasceu no cluster ‘Engineering & Tooling’, procurando “aportar competências no âmbito da indústria 4.0, sobretudo no que diz respeito às necessidades elencadas (e transversais ao sector) de maior agilidade e incremento de qualidade”, no âmbito da meta de alcançar a produção ‘zero defeitos’. “O saldo foi positivo, com a criação de mais valor, novos produtos e novos mercados”, enfatizou. Tendo sete áreas prioritárias: zero defeitos, indústria 4.0, fabrico aditivo, revestimentos funcionais, robótica colaborativa, realidade aumentada, e one shot process, o projeto permitiu alcançar alguns dos desafios, como o fabrico direto digital na produção de moldes e ferramentas especiais, o controlo inteligente do processo de injeção, a injeção de peças bimaterial num único ciclo de moldação,
/ NOTÍCIAS CEFAMOL
o sistema de digitalização em chão de fábrica e as cadeias de produção sustentáveis. Os exemplos práticos destes resultados foram apresentados pelas entidades e empresas participantes.
MELHOR PRODUÇÃO Artur Mateus, do Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto (CDRSP), Luís Oliveira (INEGI) e Luís Santos (Erofio) abordaram a questão do fabrico direto digital na produção de moldes e ferramentas especiais, explicando a forma como, integrando tecnologias e os processos subtrativo e aditivo, é possível melhorar a produção. Já António Pontes, da Universidade do Minho, Marco Dias (GLN) e Pedro Prates (Universidade de Coimbra) falaram sobre a área do controlo inteligente do processo de injeção, dando ênfase à importância dos sistemas ligados e interligados com algoritmos de inteligência artificial. Rui Baptista, do IST, Nanci Alves (TJ Moldes) e Nuno Salgueiro (Aníbal H. Abrantes) explicaram os passos em que trabalharam, no âmbito da injeção de peças bimaterial (plástico-metal) num único ciclo de moldação, com molde multiprocesso, concluindo ter conseguido alcançar benefícios que permitiram acrescentar maior simplicidade ao processo. Ricardo Freitas, do CENTIMFE, Nelson Marques (InCentea), João Pereira e Hugo Costelha (Politécnico de Leiria) desenvolveram a temática do processo de sistema de digitalização em chão de fábrica, que, explicaram, permitiu a recolha de informação de diferentes fontes, o seu tratamento de forma a retirar dados e, ao mesmo tempo, identificar a localização do produto, melhorando o processo e reagindo em tempo real. Já Elsa Henriques, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), desenvolvendo a temática das cadeias de produção sustentáveis, considerou muito importante a produção zero defeitos como enorme contributo para a sustentabilidade, ao mesmo tempo que sublinhou que a indústria tem dado passos no sentido de apostar em processos que minimizam os impactos ambientais, conservando energia e recursos, e mantendo a viabilidade económica, seja nas operações ou nos produtos. O webinar contou com uma assistência virtual, composta por mais de oito dezenas de pessoas, na sua maioria profissionais do sector.
NOTÍCIAS CENTIMFE /
FORMAÇÃO DE GESTORES NAS ÁREAS DA SUSTENTABILIDADE E DIGITALIZAÇÃO: AULAS DECORREM EM 2022 As organizações, com particular destaque para as da indústria de moldes, vão dispor de uma inovadora ação de formação específica para gestores e chefias que terá como temas principais a sustentabilidade e digitalização. A exemplo do que aconteceu em 2018, com o mini MBA (Master in Business Administration) ‘Human Centered Manufacturing, este projeto está a ser desenvolvido pelo CENTIMFE, em conjunto com a Universidade de Manchester. Rui Tocha, diretor geral do CENTIMFE, explica que os temas selecionados vão ao encontro daquele que é, atualmente, o grande desafio que se coloca às organizações. “Os países e as organizações estão comprometidos com objetivos e indicadores que têm de ser cumpridos”, explica, sublinhando que esta formação procurará, “por um lado, alinhar o pensamento sobre o que é a sustentabilidade ambiental e económica e, por outro, discutir e definir alguns indicadores de acompanhamento dos processos de dinamização da sustentabilidade e da digitalização”. Ou seja, dotar as empresas de ferramentas que lhes possibilitem integrar estas questões no seu processo produtivo. O plano desta ação ainda está em elaboração, mas há já alguns pormenores definidos. As aulas serão dadas em inglês, parte delas serão presenciais, mas a maioria será online. Os formadores pertencem à Universidade de Manchester, mas também a Universidades e Politécnicos portugueses. “Este curso terá uma duração de cerca de quatro meses e vai ser muito dinâmico”, adianta Rui Tocha, enfatizando que o alvo da formação são as pessoas com responsabilidade de gestão nas empresas. “Esta questão da sustentabilidade e digitalização tem de ser pensada na organização de cima para baixo, criando um alinhamento que permita integrar novas formas de agir”, afirma. Este curso destina-se não apenas a empresas dos sector de moldes e plásticos, mas também a entidades públicas e outros sectores da indústria, integrando-se na linha de ação do PTcentroDiH - Digital Innovation Hub da Região Centro, reconhecido recentemente pelo Governo português.
N 132 JANEIRO 2022
/ NOVOS ASSOCIADOS
FORNECER PRODUTOS E SERVIÇOS QUE SUPERAM AS EXPECTATIVAS DO CLIENTE 18
Experiência e precisão além do centésimo. Sediada na Maceira, Leiria, a Moldforce, fabricante de moldes, vincula-se a estes dois princípios como pilares basilares na superação das expetativas dos seus clientes. Conjuntamente com estes, propõe-se a alcançar, a todo o momento, a eficiência, a rentabilidade e a sustentabilidade através do desenvolvimento de soluções inovadoras. Fundada em 2016, a Moldforce é especialista na conceção, produção e reparação de moldes de elevado nível técnico e alta precisão para a injeção de plástico, borracha e silicone e é hoje representada pela sua equipa de 14 elementos que colaboram conjuntamente e elevam o nome da empresa a mercados distintos. A sua presença está marcada atualmente em oito mercados, a maioria na Europa. A principal quota de produção pertence ao sector da relojaria, que representa cerca de 31% das vendas, seguido do sector automóvel, com uma representação de 23%, e do sector médico e farmacêutico, que proporcionou uma quota de cerca de 21%. O rigor, a excelência e a resiliência colocados em cada tarefa do processo produtivo constituem a marca distintiva da Moldforce, permitindo-lhe alcançar um produto final 100% maquinado, onde as peças se montam como se de uma construção de legos se tratasse,
sem necessidade de alteração manual das superfícies maquinadas, possibilitando a montagem de um molde totalmente funcional. Tem como ambição crescer e consolidar a sua posição na exigente indústria de moldes e vir a ser reconhecida como uma das melhores e mais avançadas empresas na produção de moldes de elevado nível técnico e alta precisão. Para tal, transmite aos seus colaboradores a sua confiança, canalizando a atenção para a estimulação do autocontrolo e rigor individual e para o crescimento individual e coletivo de cada elemento da sua equipa, através do acompanhamento constante, formação e bom ambiente de trabalho.
NOVOS ASSOCIADOS /
REVISTA MOLDE CEFAMOL
PROCADIMOLDES APOSTA NO RIGOR PARA ASSEGURAR A MELHOR QUALIDADE 19
Fundada em 1994, a Procadimoldes, com sede na zona da Maceira (Leiria), produz moldes até 14 toneladas, abarcando todas as fases de produção ‘in house’, desde o projeto, apoio ao desenvolvimento de produto junto do cliente, fabrico e expedição. Através de uma aposta no rigor e em elevados padrões de qualidade, a empresa tem trilhado um caminho de crescimento e consolidação da sua imagem na indústria de moldes, fidelizando clientes e fomentando parcerias duradouras. Com o seu processo de qualidade certificado desde 2014, através da norma ISO 9001, a Procadimoldes afirma-se pela constante inovação e aposta sistemática em tecnologias de vanguarda. Tem, atualmente, 43 colaboradores altamente qualificados e que a empresa considera serem a chave do seu sucesso. A conjugação desta equipa com os equipamentos tecnológicos adequados tem permitido assegurar uma resposta eficiente aos desafios colocados pelos clientes. Os principais mercados da Procadimoldes localizam-se na Europa, mas a empresa tem desenvolvido algum trabalho para África, América do Norte e do Sul. A nível sectorial, a indústria automóvel é o seu principal cliente, representando cerca de 40% da produção.
No entanto, este sector já representou 70%. Mas, desde 2019, a empresa tem vindo a diversificar para outras áreas como os pequenos e grandes artigos domésticos, entre outras áreas de atividade. Tendo por base um software integrado e adaptado à sua organização, a empresa controla e acompanha todo o processo de fabrico, sempre em constante comunicação com os clientes, uma reconhecida mais valia no mercado.
/ ANIVERSÁRIO DOS ASSOCIADOS
N 132 JANEIRO 2022
MANUEL E. MIRANDA: PROXIMIDADE E QUALIDADE CONSOLIDAM 40 ANOS DE SERVIÇO AOS CLIENTES 20
nosso cliente nos pede para construirmos. E, a partir desse estudo, pedimos um orçamento ao nosso parceiro fabricante”.
MÚLTIPLOS MERCADOS E SECTORES
Fundada em 1981, a Manuel E. Miranda comemora 40 anos. Quatro décadas marcadas pelo crescimento contínuo, sustentado pela qualidade do serviço e proximidade que mantém com os seus clientes. Uma evidência disso é que a empresa já atingiu a fasquia de mais de 3.500 moldes fornecidos a clientes estrangeiros. Com uma equipa composta por dez colaboradores, abrange os mais diversos sectores, desde a indústria automóvel, aos eletrodomésticos, passando pela alimentar e aeronáutica, entre outras, tendo na Europa, atualmente, os seus principais mercados. A Manuel E. Miranda, Lda. iniciou a sua atividade em 1973, sob nome individual do seu constituinte e, em 1981, tornou-se uma sociedade por quotas. Foi fundada por Manuel Miranda, juntamente com a sua esposa. Como correspondente, trabalhou em várias empresas de moldes, onde adquiriu conhecimentos básicos na área. Na fundação da sua pequena empresa, procurou apoiar-se em projetistas de moldes e em operários especializados na fabricação do molde. A empresa começou num espaço pequeno, na Avenida Vítor Gallo na Marinha Grande. Nos anos 80, mudou-se para um espaço maior, na mesma Avenida, onde iniciou, num espaço adjacente, a comercialização de acessórios e ferramentas para moldes. Finalmente, em 2004, adquiriu e adaptou um edifício, na Rua da Covina, por detrás do Cenfim. Estas mudanças resultaram do crescimento da empresa, assente na qualidade do serviço que presta aos seus clientes e na relação próxima que mantém junto dos seus parceiros. O número de colaboradores foi, também ele, crescendo e sendo ajustado às necessidades da empresa. Foi desta forma que a empresa atingiu a fasquia de mais de 3500 moldes fornecidos a clientes estrangeiros. A Manuel E. Miranda, Lda. é uma empresa pequena, mas sólida em termos económicos, para ser, também, um suporte dos seus principais parceiros, que são os fabricantes de moldes. É constituída por uma equipa de dez colaboradores “com larga experiência, competentes e empenhados em ultrapassarmos esta fase difícil que todos atravessamos”, conta o fundador, adiantando que “a nossa principal área de negócio é o estudo do molde para o projeto que o
A empresa, salienta, trabalha em moldes de injeção, fundição injetada e insuflação. “Gerimos projetos completos, acompanhando todo o processo, desde a conceção do molde, até à entrega da encomenda ao nosso parceiro, a tiragem de peças para aprovação do cliente até ao embarque do molde”. Na década de 80, acrescenta, “trabalhámos para mercados do Médio Oriente, Norte de África e América Latina”. Na década de 90, sublinha, “em virtude desses mercados estarem a ser alvo do aparecimento da China como nosso principal concorrente, começámos mais à procura de mercados na Europa: Norte da Europa, Reino Unido, BENELUX, França e Alemanha, onde continuamos atualmente; apesar desses mercados estarem, por sua vez, também, a ser alvo da concorrência chinesa”. A empresa opera nos mais diversos sectores, desde a indústria automóvel, dos transportes, logística (ex: paletes), embalagens alimentares e industriais, utilidades domésticas, eletrodomésticos, mobiliário, aeronáutica, saúde, entre outros. “A área dos moldes é muito tecnológica e exigente. É para nós essencial acompanhar a sua transformação”, acrescenta o fundador da empresa, considerando que “sobretudo, queremos continuar a propor as soluções mais eficazes e adequadas, capazes de servir com satisfação as necessidades dos nossos clientes”. Em relação à comemoração do aniversário, recorda que, atualmente, “toda a cadeia de valor está a atravessar uma fase difícil e nós também temos sentido essas dificuldades, em parte devido à pandemia, mas não só” e, por isso, “assinalaremos esta data a trabalhar para nos mantermos competitivos e a aguardar que esta tempestade passe”.
ANIVERSÁRIO DOS ASSOCIADOS /
REVISTA MOLDE CEFAMOL
EROSOMOLDE: 25 ANOS MARCADOS PELA QUALIDADE NO FABRICO DE MOLDES
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dotada de recursos humanos altamente qualificados para responder às solicitações mais exigentes. A equipa é composta atualmente por 16 pessoas.
Fundada em 1996, a Erosomolde celebra este ano 25 anos. Um quarto de século no qual a empresa se tem afirmado pela qualidade da sua resposta no exigente sector de moldes. A data coincide com um dos períodos mais desafiantes da sua história, resultante do período de incerteza e indefinição causado pela pandemia de Covid-19. Apesar da apreensão, a Erosomolde mantém o otimismo em relação ao futuro.
Uma parte considerável da sua produção continua a ter como destinatárias empresas portuguesas fabricantes de moldes. Mas conquistou também clientes estrangeiros, na Europa e Estados Unidos. Neste último mercado, um dos clientes mantém a sua ligação com a Erosomolde há mais de 16 anos. A maior parte da sua produção destina-se às áreas automóvel (que representa quase 90%), eletrónica, cosmética e doméstica.
DESAFIOS
Atualmente com sede na Barosa (Leiria), a Erosomolde é uma empresa especializada na conceção, gestão e fabrico de moldes para injeção de termoplásticos. A qualidade e excelência que coloca em todos os seus projetos têm sido o fator-chave de crescimento e conquista da confiança dos seus clientes.
Paulo Batista, administrador, considera que o ano em que a empresa comemora o 25º aniversário é “dos mais desafiantes da sua história”, mas apesar deste contexto de preocupações e desafios, assegura que não perdeu o otimismo. Até porque, sustenta, “a situação, tal como está, não poderá estender-se por muito mais tempo”.
Iniciou a sua atividade em 1996, num pequeno espaço na zona da Amieirinha (Marinha Grande), prestando serviços de erosão e bancada para a indústria da região. Um ano depois, devido à qualidade do seu serviço e ao aumento de encomendas, mudou para um espaço de maior dimensão, no lugar das Trutas (Marinha Grande).
AGRADECIMENTOS
Continuou a afirmar-se pelo rigor, foi conquistando novos clientes, manteve a senda de crescimento e, em 2012, mudou para novas e maiores instalações, na Barosa (Leiria). A mudança permitiu aumentar a capacidade instalada, passando a fabricar moldes de maiores dimensões. Em 2018, realizou obras de ampliação, apostando em novos equipamentos. Está equipada com tecnologia de vanguarda e
São 25 anos marcados pela confiança dos nossos Clientes e Fornecedores e pela dedicação e empenho dos nossos Colaboradores, com a certeza que iremos continuar com toda a determinação e sempre com o olhar no Futuro!
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N 132 JANEIRO 2022
MOLDES DIONÍSIO (MOLDI): DUAS DÉCADAS E MEIA DE EXCELÊNCIA NA PRODUÇÃO DE ESTRUTURAS 22
A Moldes Dionísio (Moldi) celebra este ano 25 anos. Duas décadas e meia nas quais esta empresa, de cariz familiar, tem apostado na inovação, na rapidez e na precisão na produção de estruturas que são, no sector, o garante de qualidade dos moldes. Os fabricantes nacionais são os principais clientes da Moldi que se prepara para estender a sua ação para fora de Portugal e conquistar mercados internacionais. A Moldes Dionísio (Moldi) foi fundada em 1996. Trata-se de um projeto familiar, que teve a sua génese na associação de um casal (Dionísio Soares e Maria Olinda Carreira) e os seus dois filhos (Nelson e Rute Soares) que criaram e desenvolveram a empresa com grande paixão e entusiasmo. Aproveitando o elevado conhecimento técnico de Dionísio Soares no fabrico de estruturas foi essa a área que escolheram e na qual se foram especializando. Duas décadas e meia depois, a Moldi é reconhecida na indústria de moldes pela qualidade e rigor que coloca em tudo o que faz. Executa todo o processo de fabrico de estruturas internamente (das mais variadas dimensões), desde o galgamento, furações horizontais até ao acabamento, passando pela retificação.
A aposta num serviço de excelência assegurado pelos seus profissionais, o investimento permanente em tecnologia de vanguarda e o compromisso de rigor e rapidez celebrado com os seus clientes, permitiram à empresa manter-se numa rota de permanente crescimento até à atualidade. A prova disso é que, nos últimos anos, a Moldi tem sido distinguida, várias vezes, com os galardões ‘PME Líder’ e ‘PME Excelência’. A sua equipa é jovem, composta por 42 colaboradores, com uma média etária de cerca de 30 anos. Nelson Soares, da administração, adianta que a empresa, hoje dividida em dois edifícios, “dispõe de equipamento tecnológico de ponta nos diversos sectores de produção”. A área produtiva está dividida por quatro naves: na primeira, nas instalações mais antigas, tem lugar o trabalho de galgamento e desbaste. Já no novo edifício, inaugurado em 2018, são executadas as outras três: furação (maquinação horizontal), retificação, acabamento e controlo. A empresa aposta também no serviço de metrologia, assegurando medições e controlo dimensional de todas as peças com uma máquina tridimensional com capacidade para peças até 5Ton, elevando a garantia de qualidade aos seus clientes.
INTERNACIONALIZAR Desde a sua fundação, a maior parte do trabalho que a empresa executa destina-se aos fabricantes de moldes, dos quais cerca de 80% estão localizados em Portugal.
ANIVERSÁRIO DOS ASSOCIADOS /
REVISTA MOLDE CEFAMOL
O mercado nacional absorveu, durante bastante tempo, a totalidade da produção da empresa. No entanto, na última década, a Moldi desenvolveu algum trabalho para fora do país, sobretudo para Espanha, França e Alemanha. Aumentar a sua presença nos mercados internacionais é o grande desafio que a empresa se propõe alcançar. Tinha, nesse sentido, dado já vários passos, mas a pandemia de Covid-19 veio, desde 2020, criar alguns obstáculos a essa pretensão, com o cancelamento de viagens e a estagnação da economia mundial. Apesar disso, conta Nelson Soares, “temos conseguido trazer novos clientes”. Mas a prioridade passa, sobretudo, por manter os clientes nacionais de longa data. “O mercado internacional permitirá garantir um outro tipo de estrutura e resposta, mas os nossos clientes de longa data são quem nos tem feito crescer e, por isso, e como sempre, estamos cá para os ajudar a crescer também”, afirma. Em termos de futuro, salienta, a aposta passa por manter o rumo de crescimento. “Não podemos abrandar o investimento na aquisição de equipamentos, apesar da situação incerta por que passa a economia e a nossa atividade”, adianta. Neste momento, sublinha, o ponto de maior importância para a empresa é “consolidar o que temos”. É que toda a atividade se ressentiu com a pandemia. Por isso, “é consolidar, de acordo com os recursos e o mercado”.
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“Olhamos com apreensão para a situação económica global porque está rodeada de grandes incertezas, geradas pela pandemia”, explica, sublinhando que, apesar disso, “continuaremos a investir dando, como até agora, a melhor resposta ao mercado”. Nesse sentido, a Moldi está a apostar na digitalização, incrementando todo o seu sistema informático, ao criar uma plataforma que possibilite estreitar ainda mais os laços com os seus clientes. Na prática, trata-se de uma solução que permite a cada cliente “entrar no universo da empresa e acompanhar, em tempo real e com apenas um clique, todo o trabalho que está a ser executado no seu produto”. “Trata-se de uma plataforma dinâmica, que está em construção, e vai melhor muito a resposta da empresa”, considera.
NOTÍCIAS DOS ASSOCIADOS /
N 132 JANEIRO 2022
GRUPO TECNISATA EXPANDE NEGÓCIO COM NOVA EMPRESA: SMART IMPROVE CONSULTING 24
Smart Improve nasce, assim, em 2020. Dedica-se à consultoria especializada na implementação de ERP para a indústria e é parceiro oficial do ERP ODOO.
O Tecnisata Industrial Group é um grupo empresarial dedicado à fabricação e montagem de componentes e ferramentas para a indústria, automação e robótica industrial, do qual fazem parte as empresas Tecnisata, Micronorma e Toolpresse. Recentemente expandiu a sua área de atuação do chão de fábrica para a consultoria industrial, com a criação de uma nova empresa, a Smart Improve Consulting. Deparando-se com a dificuldade de encontrar um novo ERP que se ajustasse às suas necessidades, constatou que, por um lado, as consultoras com algum domínio das práticas industriais fornecem um MRP que não cumpria os seus requisitos e, por outro, as consultoras com MRP robustos detêm pouco domínio de práticas indústriais. Com o intuito de transformar esta ameaça numa oportunidade, decidiu construir, por si, uma solução para a implementação de um ERP para a indústria, ultrapassando assim, as dificuldades encontradas e capitalizando a lacuna de mercado identificada. A
O Grupo Tecnisata revelou-se o projeto-piloto ideal para a implementação do sistema de gestão de produção pela diversidade e especificidade de cada uma das empresas, tanto em produto acabado como nos seus processos: TECNISATA – Produção de peças maquinadas de lotes pequenos e médios, produção de dispositivos e ferramentas; MICRONORMA – Conceção, desenvolvimento e produção de equipamentos industriais, máquinas, ferramentas e dispositivos à medida, automação e robótica industrial; TOOLPRESSE – Estampagem de peças metálicas de grandes lotes. A Smart Improve é alavancada pelo vasto conhecimento e experiência de boas práticas industriais, experiência na implementação de MRP/ ERP em diversas indústrias, e em experiência na gestão da mudança. Estas competências aliadas ao poderoso sistema ODOO constituem a chave para o seu sucesso, estando preparada para responder aos requisitos mais complexos da indústria.
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DOSEA – UMA INOVAÇÃO NEUTROPLAST
As empresas que não desenvolvem novos produtos acabarão sendo ultrapassadas pelos seus concorrentes. Por isso, no mundo de hoje, o desenvolvimento de produtos é mais importante do que nunca. No entanto, o desenvolvimento de produtos é difícil, embora essencial para se manter competitivo. Com esse objetivo, a Neutroplast, em parceria com o CeNTI e a BeyonDevices, desenvolveu as etiquetas inteligentes DOSEA. O DOSEA é um sistema inteligente de baixo custo, adaptável a diferentes frascos de medicamentos, que permite a programação de alarmes visuais e sonoros, para auxiliar no cumprimento das prescrições de tomada de medicamentos. De forma simples e intuitiva, permite que a programação seja feita diretamente na etiqueta ou por meio de smartphones com tecnologia NFC, de forma simples e com apenas um toque. O projeto DOSEA possui 3 versões distintas, a fim de atender às necessidades de diferentes públicos, com incrementos tecnológicos a cada versão, otimizando a experiência do usuário e garantindo melhores resultados de adesão à medicação e interação com o usuário. Esta inovação é um testemunho da contribuição da Neutroplast para uma indústria farmacêutica mais inteligente, interconectada, focada no usuário e que melhora a qualidade dos tratamentos médicos e testes clínicos. Utilizando sistemas inteligentes, flexíveis e de baixo custo, as etiquetas DOSEA são um projeto concluído, com produtos em início de comercialização, que coloca a Neutroplast na linha da frente do abastecimento à indústria farmacêutica. Lembramos novamente, a capacidade de desenvolver produtos e serviços inovadores, de forma consistente, é a melhor forma de manter a sua empresa relevante no longo prazo. A Neutroplast, uma empresa integralmente portuguesa, está a fazer exatamente isso e, assim, a avançar a indústria nacional de transformação de plásticos.
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MAGENWIRTH TECHNOLOGIES ADQUIRE LEOMÁVEL MOLDES 26
Em conjunto com as outras empresas do grupo, as sinergias podem ser maximizadas, as inovações podem ser impulsionadas e o negócio existente, pode ser expandido e desenvolvido a longo prazo. Desta forma, a empresa familiar, fundada em 1984, vai continuar a operar com cerca de 20 postos de trabalho no local de Maceira (Leiria).
No dia 1 de janeiro de 2022, o Grupo MAGENWIRTH Technologies adquiriu 100 por cento das quotas da Leomável Moldes, Lda., ampliando assim as suas capacidades na cadeia de valor da indústria de plásticos. Este grupo familiar alemão tem mais de 125 anos de história e gerou vendas de 155 milhões de euros em 2020, empregando cerca de 640 pessoas em todo o mundo. Ao longo da sua existência tem sido um networker e um impulsionador do empreendedorismo, gerando sinergias entre tecnologias, colaboradores e parceiros em processos abrangentes, dinâmicos e inovadores.
Com a aquisição da Leomável Moldes, como fabricante de moldes de injeção de elevada precisão, o grupo MAGENWIRTH Technologies adquire know-how no fabrico de moldes, reforçando o desempenho da Gustav Magenwirth GmbH & Co. KG (MAGURA) na sua tecnologia de plásticos.
"A aquisição não é apenas um complemento útil às tecnologias existentes e uma segurança para a nossa estrutura de fornecedores, mas também permite, através da nova localização da empresa, o acesso ao mercado de sourcing português, além da oportunidade de um crescimento sustentável", afirma Fabian Auch, sócio-gerente da MAGENWIRTH Technologies GmbH. O Grupo MAGENWIRTH Technologies e a empresa Leomável Moldes mantêm uma parceria de longa data, e onde esta aquisição pretende dinamizar um crescimento comum para o futuro. "Estamos muito felizes por termos encontrado no Grupo MAGENWIRTH Technologies um parceiro forte, para a sucessão da nossa empresa familiar (e podemos entregar o nosso "trabalho de vida" com confiança em mãos responsáveis)", diz a família Caetano, fundadora da Leomável Moldes, empresa especializada em moldes de pequeno e médio porte, com alta precisão técnica, para a indústria eletrónica, elétrica e automóvel. Os anteriores proprietários e fundadores, Leonel e Fátima Caetano continuarão a apoiar e promover o desenvolvimento empresarial positivo da Leomável Moldes a título consultivo e como administradores locais.
/ MOLDPLÁS 2021
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MOLDPLÁS EVIDENCIA RESPOSTAS AOS DESAFIOS DOS SECTORES DE MOLDES E PLÁSTICOS 28
“Os desafios que se colocam ao sector só se ultrapassam com resiliência e imaginação”. Assim o considera João Faustino, presidente da CEFAMOL, na intervenção que proferiu no dia 3 de novembro, no arranque da 13ª edição da feira Moldplás, no Centro de Exposições (Exposalão), na Batalha. De entre os principais desafios por que passam os moldes nacionais, João Faustino destacou a forte dependência que o sector tem em relação ao seu principal cliente - a indústria automóvel -, uma questão que, enfatizou, “não é nova” e para a qual as empresas têm procurado criar alternativas junto de outros mercados, como sejam a indústria médica ou de embalagem.
/ / Foto Moldplás
Sobre a feira, considerou que se trata de um importante ponto de encontro para dar a conhecer à indústria as mais recentes tecnologias e inovações. E estas, salientou, “são imprescindíveis para que as empresas se tornem mais competitivas”. A celebrar os 25 anos de atividade, esta edição da Moldplás, teve cerca de 200 expositores e mais de 650 marcas nacionais e internacionais. Estiveram inscritas como visitantes mais de quatro mil empresas, segundo a organização. A feira assinalou um regresso às visitas e aos certames presenciais, depois de cerca de um ano de limitações impostas pela pandemia de Covdid-19. Logo no primeiro dia, a feira recebeu a visitas de largas dezenas de profissionais do sector.
MOLDPLÁS 2021 /
REVISTA MOLDE CEFAMOL
SINERGIAS Na sessão de inauguração marcou presença o Ministro do Planeamento, Nelson de Souza, que enalteceu o carácter empreendedor dos sectores de moldes e plásticos. De acordo com o governante, os atuais indicadores económicos estão “muito perto daqueles que tínhamos no período pré-pandemia” o que, no seu entender, “mostra o bom exemplo de gestão que existe nos diversos sectores”. Porque, salientou, “a resiliência vem, sobretudo, dos empresários”. Já Amaro Reis, Presidente da APIP, também na sessão inaugural, salientou a realização da Moldplás como um bom exemplo do “regresso à normalidade”, manifestando o desejo que, no futuro pós-pandemia, seja possível estreitar as ligações entre as diversas organizações. É que, no seu entender, “só criando sinergias, conseguiremos dar resposta aos grandes desafios que temos pela frente”, apelando ao apoio de todos – Estado, banca e clientes – para que as empresas consigam “dar os passos necessários, de forma a criar valor”. Ainda na abertura do certame, marcaram presença os presidentes de Câmara da Batalha e Marinha Grande, Raúl Castro e Aurélio Ferreira, respetivamente, bem como o diretor geral do CENTIMFE, Rui Tocha. A Moldplás estendeu-se pelos três pavilhões da Exposalão, constituindo-se como uma montra da tecnologia e inovação
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aplicada ao sector, dando a conhecer propostas e soluções ao nível das máquinas, equipamentos, acessórios, matérias-primas e tecnologia para moldes e plásticos, com destaque para a robotização e digitalização. José Frazão, promotor da feira, reconheceu os obstáculos que enfrentou para levar o projeto avante devido, sobretudo, às incertezas causadas pela pandemia. “Fizemos esta feira em apenas dois meses. Foi complicado para nos prepararmos. Foi uma verdadeira corrida contra o tempo”, explicou.
/ MOLDPLÁS 2021
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BONS RESULTADOS NA MOLDPLÁS ENCARADOS COMO SINAL DE OTIMISMO PARA O FUTURO 30
O regresso dos encontros presenciais, potenciado pela feira Moldplás, contribuiu para incrementar o otimismo em relação ao ano de 2022 por parte de grande número de fornecedores da indústria de moldes. A celebrar o 25º aniversário, a feira alcançou, no balanço final, números muito positivos: cerca de sete mil empresas registadas e 18 mil profissionais do sector a marcar presença. Sem grandes expectativas à partida, até porque se tratava do primeiro certame presencial do sector em Portugal, os expositores acabaram por se mostrar muito satisfeitos com os resultados. As visitas traduziram-se em interessantes contactos e perspetivas de bons negócios. “O que notámos é que, nesta edição, os visitantes – técnicos da indústria – vinham com uma missão: apresentam problemas concretos para os quais procuram solução”. Esta foi, no entender de Bruno Roque de Arburg, uma das principais diferenças que notou na última edição da Moldplás, em relação às anteriores. “Antes, vinham com um espírito diferente, de estar com os fornecedores, ver as suas soluções e depois pensar em como as incorporar”, explica, considerando que, por esta particularidade, a feira acabou por “nos surpreender”.
/ / Foto Moldplás
Admitindo que, à partida, “as nossas expectativas eram muito moderadas, em função da realidade de uma situação pós-pandemia, pois não sabíamos se as pessoas viriam ou se ainda havia o medo de estar em público”, conclui que o certame acabou por “se revelar muito positivo”. E comparando a Moldplás com outras feiras industriais já realizadas no pós-pandemia, no estrangeiro, considera que a feira da Batalha “foi mais positiva”. A quantidade de visitantes, esclareceu, “traduziu-se em contactos positivos e até em novos clientes”. Por isso, não tem dúvidas de que a presença neste certame “é cada vez mais estratégica para chegar ao cluster dos moldes”. Já Marisa Duarte, da Sqédio, olhou para a feira de forma diferente. Conta que, à partida, a empresa tinha expectativas mais elevadas. Por duas razões: a primeira, olhando para aquilo que foi, no passado, a Moldplás e a quantidade de técnicos do sector que atraía; a segunda, pela necessidade que acreditavam que todos teriam em poder, finalmente, estar juntos presencialmente, depois dos vários períodos de confinamento impostos pela Covid-19.
“Os profissionais vieram e fizemos alguns contactos, mas ficaram um pouco aquém do que esperávamos”, considerou. De qualquer forma, mostra-se esperançada numa nova fase dos negócios, com o regresso aos contactos físicos. “O que sentimos, nos últimos meses, é que sem o contacto presencial, o negócio abrandou. Era tudo digital. Esperamos, por isso, que a partir de agora seja uma retoma gradual, quer dos negócios presenciais, quer do negócio propriamente dito”, defende. Sem grandes expectativas e esperando poucos visitantes, temendo que os efeitos da pandemia ainda assustassem muita gente, Inácio Sousa, da Maquinser, assegura que foi surpreendido pela quantidade de técnicos que circularam pelo espaço da Moldplás. “Esta é uma feira ‘local’, comparando com as que se realizam no estrangeiro, e é sabido que o sector dos moldes não está a passar por uma boa fase, por isso, fomos surpreendidos pela positiva”, sublinha, considerando mesmo que “o número de visitantes esteve ao nível de outras edições desta feira”. Quanto aos resultados dessas visitas, classifica-os como “positivos”, ainda que ligeiramente inferiores ao que era costume. “O número de contactos com potencial foi inferior, mas já o esperávamos”, explica. Para a DNC Técnica, a Moldplás foi a primeira feira na fase póspandemia na qual participou como expositor. A empresa foi a outras feiras que se realizaram antes, no estrangeiro, mas na qualidade de visitante. Francisco Neves conta que, à partida, as expectativas não eram muito elevadas, sobretudo devido aos receios que, no seu entender, ainda existem devido à pandemia. No entanto, com o passar dos
dias, acabou por constatar que o número de visitas “foi interessante”, ainda que abaixo das anteriores edições da feira. Apesar disso, salienta, a feira “valeu pelos contactos com clientes target”, acabando por ser, por isso, “muito interessante para nós”. Refere-se, sobretudo, a empresas de moldes. E apesar da estagnação que, diz, o sector tem sentido, “quando aumentar a sua dinâmica, as empresas já têm uma ideia do que vão precisar e estão a preparar-se para isso”. O mesmo sentiu Luís Rolo, da Tecnirolo. Com expectativas muito moderadas à partida, afirma ter sido surpreendido com a quantidade de visitantes. “Recebemos bastantes visitas e até estabelecemos contactos que se podem vir a traduzir em negócios”, explica. Com uma perspetiva idêntica, Marco Ruivo, da SigmaSoft, explica que a importância da Moldplás é, para a empresa que representa, “o estreitar de contactos com a indústria portuguesa”. No decorrer do certame, conta ter conseguido estabelecer interessantes contactos, sobretudo na área da injeção. “Nota-se que os moldes estão com mais dificuldade neste período, mas, apesar disso, também estão presentes na feira, em força, à procura de soluções”, explica, adiantando que essa postura “é muito positiva pois revela o interesse que têm em solucionar os seus constrangimentos”. Por isto, faz um balanço positivo do certame. “Depois de tanto tempo afastadas, as pessoas estavam desejosas de se juntar presencialmente. A feira permitiu isso. E as enchentes que se sentiram, fizeram lembrar anteriores edições da Moldplás”, conclui.
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2022: FORNECEDORES ESPERAM MUDANÇA PARA MELHOR 32
As perspetivas são boas. 2022 será, para muitos dos fornecedores da indústria de moldes, o ano da retoma da atividade de uma forma mais notória e consequente. Se em 2021, alguns já começaram a notar mudanças, sobretudo noutros sectores industriais, o segundo semestre de 2022 é apontado como o possível momento da retoma plena da indústria de moldes. “Resilientes, mas conscientes”. É com otimismo, mas sem deixar o realismo que Carlos Teixeira, da Cheto, perspetiva o ano de 2002. É que, sustenta, “há muita indefinição e isso não nos permite olhar o futuro sem preocupação”. Não tem dúvidas de que, depois destes últimos meses de estagnação, a economia sofrerá uma mudança. “Sabemos todos que depois disto, vai haver um pico de consumo”, afirma, adiantando que a única incógnita é “saber quando acontecerá”. A contribuir para a dúvida estão alguns condicionalismos que, enfatiza, as empresas já sentem desde, sobretudo, a segunda metade de 2021. “Sentimos a pressão dos prazos de entrega das matérias-primas e dos componentes”, explica o fabricante de máquinas e equipamentos para a indústria, apontando, como exemplo os componentes elétricos e contando que aquilo que “era entregue em 16 chega a demorar 36 semanas”. Um outro constrangimento, sublinha, é o aumento dos custos com energia e combustíveis. Os efeitos desta situação, defende, “vão fazer-se sentir, sobretudo, em 2022”. E sobre o ano da pandemia, relata que a venda de máquinas “baixou, a nível mundial” e esse decréscimo sentiu-se ainda em 2021. Portugal representa para esta empresa 10% do total que fabrica, mas já representou entre 30 a 40%. A indústria de moldes, quer em Portugal, quer no resto do mundo, representa cerca de 60% das vendas da empresa. Mas tem vindo a decrescer, até pela estagnação da atividade, explica. No seu entender, a economia mundial começou a sentir, no último trimestre de 2021, aquilo que designa por “onda de choque da pandemia”. “O mundo esteve sempre muito preocupado com o efeito imediato da Covid, especialmente a nível da saúde e não se preparou para esta onda de choque que tem estado, nestes últimos meses, a atingir a economia mundial”, considera. No seu entender, se esta situação se arrastar por muito tempo, “há fábricas em risco de fechar”. Uma visão mais otimista em relação a 2022 tem Marisa Duarte, da Sqédio. “Temos boas perspetivas, com os principais clientes a mostrarem estar a regressar à atividade com mais força”, explica, frisando que “notamos que já há projetos e a atividade industrial a ser retomada”. Para esse otimismo, adianta, tem contribuído o regresso aos contactos presenciais. “Estamos a tentar recuperar terreno e ajudar as empresas do sector dos moldes a andar para a frente”, afirma.
SEGUNDO SEMESTRE DE 2022 Já Francisco Neves, da DNC Técnica, tem estado atento à evolução económica e mostra-se convicto de que a “retoma mais consistente se verifique a partir do segundo semestre de 2022”. “Se não houver outras questões a pesar neste processo, penso que podemos pensar num bom ano de 2022”, defende. Manifesta, contudo, algum receio de alguns sinais que, diz, se tornaram evidentes no último trimestre de 2021: os atrasos nas cadeias de fornecimento, sobretudo de matérias-primas. Apesar disso, afirma-se “otimista”. A indústria de moldes representa, para este fornecedor, entre 30 a 40%, tendo baixado em 2021, devido à estagnação do sector. No entanto, a empresa conseguiu recuperar devido ao aumento de atividade do sector das estruturas metálicas. Uma aposta na diversidade permite-lhe considerar que em 2022, a empresa pode pensar num aumento de clientes e até de diferentes áreas. “Um ano diferente, para melhor, do que foram os últimos dois”. É a expectativa de Inácio Sousa, da Maquinser, para o novo ano. Admite olhar para 2022 com “bastante receio”. “Há muita incerteza. O sector dos moldes está muito dependente da indústria automóvel e esta caracteriza-se por muitas oscilações”, considera, defendendo que, por isso, os moldes têm de “apostar na recuperação de outras áreas, como a aeronáutica, que parou com a pandemia, mas que está a recuperar terreno”. Para além desta questão, há outras que o deixam apreensivo em relação ao futuro. “Questões como as dificuldades de entrega de matérias-primas, o preço dos transportes devido ao aumento de energia e mesmo a falta de mão-de-obra são algumas das que podem criar diversos constrangimentos”, explica. Para contrabalançar, adianta, contudo, uma outra que pode ser um incremento: o regresso da possibilidade de viajar e desenvolver negócios presencialmente. “Para a nossa atividade, isso faz muita diferença. Somos uma empresa comercial e técnica. Sem contacto presencial não é a mesma coisa. No online só conseguimos desenvolver parte do negócio, com quem já nos conhece”, relata. Mostrando-se um pouco mais apreensivo em relação à indústria de moldes, cuja atividade, considera, ainda está com muitas indefinições considera, no entanto, que “a nível de outros sectores, creio que a atividade já retomou e tende a estabilizar”. Por isso, conta, a empresa tem procurado reduzir a dependência do sector. “Já representou 30% da nossa atividade, mas desde 2016 tem vindo a descer e ascende, de momento, a pouco mais de 5%”, explica, sublinhando que “o que notamos é que os moldes têm uma quebra, mas os outros sectores começam a ter uma atividade alta”. Bruno Roque, da Arburg, manifesta-se expectante de que a economia registe uma melhoria significativa “a partir do segundo
semestre de 2022”, apesar de admitir bastante apreensão em relação a questões como “o custo e fornecimento de matérias-primas e o preço energético”. No seu entender, são questões cuja resolução reside nas entidades europeias. “A Europa tem, nesta matéria, um papel fundamental”, explica, considerando que, em traços gerais, a zona Euro “tem estado a sofrer com aquilo que deixou que a China fizesse: ter o monopólio das matérias-primas e, com isso, condicionar a atividade do resto do mundo”. No caso da sua empresa, conta, “a maior quebra que sentimos foi em 2019”. Pelo contrário, em 2021, sublinha, “antes do ano finalizar já tínhamos atingido mais de 75% do objetivo que definimos”. Por isso, olha com otimismo para o novo ano.
APOIOS PARA INVESTIMENTO
prejuízos que uma situação destas acarreta”. É que, salienta, “não há equipamentos para entrega e, por isso, quanto mais tarde se fizerem as encomendas, pior”. A indústria de moldes, apesar de ser o mais relevante na atividade da empresa, tem vindo a baixar nos últimos anos, representando, atualmente, cerca de 40% da atividade. Depois de um ano de 2021 que foi, no seu entender, muito complicado, António Barbosa, da Moldmak, perspetiva um 2022 “muito positivo”. E isto porque, salienta, “já se nota, lá fora que o mercado dos moldes começou a mexer”. E se em Portugal, a atividade ainda está “algo parada”, mostra-se convicto de que, logo nos primeiros meses do ano, “isso irá mudar”.
O ano de 2022 “será um ano positivo, mas apenas se as empresas conseguirem receber apoios consistentes que lhes permitam investir e desenvolver a atividade”. A convicção é de Luís Rolo, da Tecnirolo, para quem “o tempo” é uma questão fundamental nesta matéria. E explica porquê: “esses apoios já deviam ter vindo e quanto mais tardarem, pior ficam as empresas. A indefinição da data é algo muito mau, porque não permite tomar decisões”.
Com encomendas suspensas e negócios adiados, entre 2020 e 2021, a empresa decidiu apostar nas máquinas que disponibiliza ao mercado, trabalhar sobre elas e implementar-lhes melhorias tecnológicas. Mais do que nunca, enfatiza, “as nossas máquinas falam moldês”. Quer com isto dizer que, após o investimento realizado, os seus equipamentos estão aptos para servir ainda melhor o sector. Por isso, diz, “em 2022, esperamos triplicar a área produtiva, apostar em produtos ainda mais tecnológicos e noutras novidades”.
Como exemplo, salienta que nos últimos meses de 2021, os equipamentos registavam um atraso enorme na sua entrega. “Temo que essa situação se vá arrastando. Logo, quando as empresas tiverem dinheiro, podem encomendar equipamentos. Mas com tanto atraso, temo que se vier dinheiro em março de 2022, os equipamentos só cheguem às empresas em 2023, com todos os
O regresso aos negócios presenciais permite olhar para o futuro com outro otimismo, acrescenta, salientando que “as nossas máquinas são multi-processo. É preciso ver para crer, em muitas situações, de forma a perceber a especificidade do que fazem e os ganhos que representam”.
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EXPOMOLD: TRÊS DÉCADAS DE APOSTA NA CONFIANÇA DO CLIENTE 34
DIVERSIFICAÇÃO
Um serviço orientado para a satisfação do cliente, tendo como prioridade a conquista da sua confiança. Esta é a imagem de marca da Expomold, criada em 1991, na Marinha Grande, e que presta serviços de engenharia e comercialização de moldes. Com dez colaboradores, tem como principais mercados países da Europa e América do Norte. No futuro, pretende alargar mais o horizonte geográfico, aguardando com expectativa o regresso das viagens que permitam, de forma ‘normal’, interagir presencialmente com os seus clientes. A Expomold, empresa que se dedica à comercialização de moldes, foi fundada em 1991. Desde então, oferece um serviço orientado para a satisfação dos clientes, dando especial relevância a fatores como a confiança, comunicação e qualidade. O cliente é, no entender do fundador da empresa, Hélder Fortunato, “um parceiro que conduz a evolução do projeto”. Os fornecedores integram também esta cadeia de confiança. Muitos deles, revela, colaboram com a Expomold há mais de vinte anos. A empresa começou como um pequeno projeto, com apenas duas pessoas. A Holanda foi o seu primeiro mercado e, na época, os seus moldes destinavam-se ao ramo dos eletrodomésticos. Mas rapidamente foi estendendo a sua ação a outros países, como Inglaterra e Bélgica, abarcando novos produtos como os utilitários domésticos. Só em meados da década de 1990 começaram a surgir os projetos para a indústria automóvel que, atualmente, representam cerca de 90% do volume de negócios da Expomold. A entrada nesta área permitiu à empresa crescer, dar um passo maior e mudar de instalações, em 2000. Possibilitou também que explorasse novas áreas de negócio e diferentes atividades. Hoje, com dez colaboradores, desenvolve o seu trabalho a partir da prospeção de mercados, discussão dos projetos que entrega a fabricantes de moldes nacionais, especialmente os localizados na região da Marinha Grande. Desenvolve ainda todo o acompanhamento técnico relacionado com a produção, até à expedição e acompanhamento pós-venda.
Uma das prioridades da Expomold tem sido a busca por novas alternativas ao automóvel, que lhe permitam reduzir a dependência que tem desse sector. Esse processo de mudança, adianta Hélder Fortunato, teve início por volta de 2019, quando começou “a notar-se a grande indefinição relacionada com o futuro da mobilidade”. A pandemia de Covid-19, em 2020, veio colocar “um travão” nesses planos de diversificação. Até porque a impossibilidade de viajar e contactar com novos clientes alterou a dinâmica dos negócios, no entender deste responsável. As tecnologias que permitiram assegurar a comunicação à distância, afirma, “ajudaram nas relações com os já existentes, mas não são suficientes para conquistar a confiança de novos”. É que, defende, “este é um negócio que necessita da presença das pessoas para consolidar a confiança” e esta, sublinha, “é fulcral para conseguir projetos”. Apesar disso, revela, “ainda conseguimos alguns novos clientes, o que foi bastante positivo”. Considerando que 2020 e 2021 foram “dos piores anos de que temos memória”, afirma esperar que em 2022 já se comece a sentir alguma movimentação e retoma dos negócios. Contudo, no seu entender, a verdadeira mudança “só vai fazer-se sentir em 2023”. “Até lá, temos de ser persistentes, pacientes e positivos”, salienta, admitindo olhar o futuro com “bastante apreensão”. “Sente-se muito a falta de novos projetos, seja em que mercado for”, enfatiza, frisando que “alguns dos nossos clientes têm estado em layoff durante todo este tempo”. Para além disso, sublinha, “os negócios que existem são praticados a um preço que, por vezes, não cobre as despesas com os materiais”. “Está a ser um período complicado”, adianta, concluindo que “vamos ver o que o novo ano nos reserva”.
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PTKM: SERVIÇO DIFERENCIADOR ASSEGURA EXCELÊNCIA NO FABRICO DE MOLDES 36
fabricantes de moldes da região. No entanto, a dinâmica, associada aos elevados padrões de qualidade e excelência, fizeram com que a PTKM rapidamente crescesse e evoluísse para o fabrico de moldes, inicialmente com capacidade até cinco toneladas, mas a criar condições para evoluir para as dez toneladas. A PTKM é uma jovem empresa, fundada em 2014 e determinada a crescer e assumir-se como um importante player na indústria de moldes. Até porque ‘crescimento’ tem sido a sua principal característica neste percurso. Tem centrado a sua orientação na missão de proporcionar a todos os clientes um serviço de excelência, sustentado em elevados padrões de qualidade e rigor. Com 24 colaboradores, a empresa olha o futuro com otimismo, apostando em novos projetos que lhe permitam, a curto prazo, enveredar por novas áreas de negócio.
O crescimento da capacidade produtiva permitiu que avançasse também para uma estratégia comercial mais sustentada, conquistando os seus próprios mercados internacionais. Alemanha e Holanda são disso um exemplo. No entanto, continua a prestar serviço, em larga medida, para a indústria nacional.
A PTKM é uma empresa de fabrico de moldes que resulta da aposta de dois profissionais deste sector, com larga experiência, que decidiram avançar para um projeto em conjunto.
Nos primeiros anos de atividade, o ramo automóvel representou quase 100% da sua produção, mas, nos últimos anos, a empresa tem procurado seguir um caminho diferente, através da especialização noutras áreas, como a alimentar, a embalagem e a indústria medica e farmacêutica. O automóvel representa hoje cerca de 20%.
A empresa foi criada em 2014, na zona da Barosa (Leiria), começando por prestar serviços de manutenção, reparação e ajustes, bem como maquinação das zonas moldantes. Os seus primeiros clientes foram
À medida que foi crescendo, a empresa procurou, também, abarcar o maior número de fases do processo produtivo. Por isso, criou a ‘Compartmod’, que se dedica à engenharia, desenvolvimento de
produto e engenharia de moldes. Com a criação desta unidade, há dois anos, houve a necessidade de alargar a área produtiva, tendo sido anexado um novo pavilhão. No total, as duas unidades têm 24 colaboradores.
EVOLUÇÃO E TECNOLOGIA Com uma aposta permanente em tecnologia de vanguarda, a PTKM assegura todo um conjunto de serviços, desde o projeto ao fabrico, mas também outras áreas, como o controlo dimensional ou simulação de enchimento. Prepara-se, também, para automatizar os processos, de forma a rentabilizar os equipamentos. A instalação de uma célula de produção será uma das próximas etapas. Tem o seu processo de qualidade certificado, desde 2016, pela norma ISO 9001. Mas o maior passo que a empresa se prepara para dar no futuro próximo consiste na criação de um novo rumo e uma nova abordagem ao mercado, apostando na engenharia para o desenvolvimento de um produto próprio. O objetivo, explica Pedro Neves, administrador, “é ter um processo diferenciado, que permita um controlo diferente e um negócio inovador”. Ou seja, “agarrar a capacitação que temos do desenvolvimento de produto e encontrar novos clientes, criar parcerias e ajudar empresas na área do desenvolvimento de produto”.
O futuro, para a PTKM, passa ainda por fechar o ciclo de produção do molde, vindo a apostar também na injeção de peças. Para Pedro Neves, têm sido a sua equipa que têm permitido à empresa trilhar este caminho de crescimento. Trata-se de uma equipa jovem, com uma média de idades com cerca de 30 anos, dinâmica e fortemente motivada. A empresa tem apostado na sua formação interna valorizando, no momento do recrutamento, as suas características pessoais e o seu valor humano.
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SEMANA DE MOLDES 2021
“SEMANA DE MOLDES” EVIDENCIA OTIMISMO NO FUTURO DO SECTOR REFLEXÃO SOBRE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE MARCA SEMANA DE MOLDES 2021 UMA REFLEXÃO SOBRE “O FUTURO DA INDÚSTRIA DE MOLDES” NOVOS MERCADOS COMO RESPOSTA AOS DESAFIOS DO SECTOR DE MOLDES FORNECEDORES ADMITEM SINAIS POSITIVOS DE MUDANÇA MÉXICO VISITOU PORTUGAL E APRESENTOU OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO ENTREVISTA - EDUARDO MEDRANO, PRESIDENTE DA ASOCIACIÓN MEXICANA DE MANUFACTURA DE MOLDES Y TROQUELES (AMMMT) TALENTUM DAYS
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HIGHLIGHT /
“SEMANA DE MOLDES” EVIDENCIA OTIMISMO NO FUTURO DO SECTOR
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“O futuro é desafiante, mas também aliciante”. Em síntese, e pela voz de Nuno Silva, Presidente do CENTIMFE, foi esta uma das principais conclusões da Semana de Moldes 2021, que decorreu entre os dias 22 e 26 de novembro, organizada conjuntamente pela CEFAMOL, CENTIMFE e POOL-NET, com o apoio das Câmaras da Marinha Grande e Oliveira de Azeméis e vários patrocinadores. Este evento que é, desde a sua fundação, em 1998, um importante palco de reflexão sobre o presente e o futuro, traduziu-se numa verdadeira montra dos principais desafios que se colocam ao sector, com especial destaque para os temas da Inovação e Sustentabilidade. Este ano, ainda marcado pela pandemia de Covid-19, o evento decorreu num formato misto, envolvendo sessões híbridas e transmitidas online. Essa diferença não diminuiu o interesse. Pelo contrário. O número de participações acabou por ser um dos maiores de sempre: mais de 1.150 participações nas várias iniciativas desenvolvidas: RPD, Talentum Days, debates e colóquios, seminários técnicos e B2B com clientes e parceiros mexicanos, e a Conferência Internacional ‘Moldes Portugal 2021’, que encerrou este evento. Estes participantes representaram 13 países, em que se destacam, para além das presenças nacionais, Espanha, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Brasil, Estados Unidos da América, Itália, México, Singapura ou Suíça. No total, o evento contou com 55 oradores, 120 empresas, 24 universidades, politécnicos e centros de I&D, 11 associações e entidades públicas e, para além dos nacionais, jornalistas internacionais de três países (Alemanha, Espanha e França).
COOPERAÇÃO PARA O SUCESSO Num momento em que esta indústria passa por um período marcado por mudanças e desafios, Nuno Silva afirmou ainda, em jeito de conclusão dos trabalhos, que “conjuntamente, deveremos identificar caminhos e oportunidades de aposta, nomeadamente em mercados estratégicos, geográficos e sectoriais para a nossa indústria”. México, Marrocos e Alabama (EUA) foram três mercados apresentados no decorrer do evento. Pela sua importância crescente a nível económico, sobretudo no que diz respeito ao sector automóvel, poderão constituir-se como boas possibilidades para a indústria nacional. “Neste novo ciclo de desenvolvimento, só a consolidação, a cooperação e uma maior integração estratégica nos permitirão ter o sucesso que desejamos no futuro próximo”, frisou. Já João Faustino, Presidente da CEFAMOL, falando no decorrer da Conferência Internacional ‘Moldes Portugal 2021’, defendeu que os moldes nacionais devem continuar a afirmar-se pela qualidade e especialização. Estas características são, no seu entender, “a chave para a competitividade”.
/ / João Faustino (Presidente da CEFAMOL)
Foi destacado nas conclusões que Semana de Moldes teve ainda o mérito de possibilitar aos seus participantes a oportunidade de atualizarem conhecimentos, mas também de “reforçarem a integração em novas redes de cooperação e desenvolvimento, acompanhar tendências e apoiar a definição de estratégias que permitam relançar o sector numa nova senda de sucesso”. Em relação às ações, a Conferência RPD trouxe “os temas da Sustentabilidade e da Digitalização, elementos incontornáveis no nosso sector, e que irão enquadrar muitos dos principais desafios de modernidade tecnológica e organizacional a que teremos de estar atentos”. Os Talentum Days, fizeram “refletir e debater sobre o papel fundamental que as Pessoas terão nas novas organizações, onde o digital assume uma tendência de crescimento e consolidação em várias áreas” e “como podemos equilibrar os dois conceitos e gerar valor”. Já os webinares técnicos, disse ainda, “trouxeram exemplos de modernização tecnológica e organizacional, resultantes dos cerca de 50 milhões de euros de projetos de Inovação em curso” no cluster ‘Engineering & Tooling’. A Conferência Internacional ‘Moldes Portugal 2021’ permitiu “acompanhar, refletir e debater sobre tendências e evolução da indústria e da economia mundial”, com destaque para a “importância do reforço da presença e visibilidade internacional do nosso sector, explorando sinergias e diversificação, onde a marca coletiva ‘Engineering & Tooling from Portugal’ se assume como um fator diferenciador e de comunicação internacional que valoriza a imagem e competências da nossa indústria”. Neste domínio, “foi destacada a importância da Diplomacia Económica que importa aprofundar com o Governo português, num suporte fundamental da ‘mão-invisível do Estado’ na abertura de mercados externos e ao suplantar dos desvios de comércio na Europa, que perspetivam uma tendência de contínua desindustrialização europeia”.
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REFLEXÃO SOBRE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE MARCA SEMANA DE MOLDES 2021
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Inovação e sustentabilidade foram os dois principais temas em debate no decorrer da Semana de Moldes 2021, que decorreu de 22 a 26 de novembro. Palestras, debates, workshops, apresentações de projetos de ID&T, são algumas das atividades previstas neste que é considerado um dos principais palcos de reflexão da indústria de moldes. Oradores nacionais e internacionais de renome contribuíram para esta discussão, que teve epicentro no Centro Empresarial da Marinha Grande. O evento terminou, com a realização da Conferência Internacional ‘Moldes Portugal 2021’ que, entre outros temas, abordou ‘o posicionamento das empresas na economia mundial’, a ‘fabricação aditiva’ e as tendências dos mercados para o sector. Lembrando que este evento começou a ser realizado em 1998, João Faustino, Presidente da CEFAMOL, sublinhou, na sessão de abertura, que “a Semana de Moldes representa uma oportunidade estratégica para juntar todos os que direta, ou indiretamente, trabalham ou colaboram com a indústria”, mas também “para promover competências e capacidades do nosso cluster, sustentado na marca coletiva Enginneering & Tooling From Portugal”.
Para este responsável, o evento tem-se afirmado como “primordial para o debate e aprendizagem sobre as tendências tecnológicas e de mercado”. Tendo como temas transversais, este ano, a sustentabilidade (seja ambiental, seja económica) e a inovação, João Faustino defendeu ser “preciso que as empresas consigam reinventar-se rapidamente, seja na estrutura ou nos modelos de negócio, ou no posicionamento que assumem”. Isto porque, salientou, “após uma década de crescimento, a indústria de moldes depara-se hoje com novos desafios”. Para os ultrapassar, considerou, é preciso uma aposta em tecnologia, inovação, empreendedorismo e, sobretudo, nas pessoas. “Competências e conhecimento são fatores críticos para enfrentar os desafios do mercado”, enfatizou.
REFERÊNCIA INTERNACIONAL O Secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, afirmou, na sua intervenção, que a indústria de moldes “tem sabido, ao longo do tempo, adaptar-se a várias fases de evolução, do ponto de vista tecnológico” e tem feito, sobretudo na última década, “um esfoço de investimento muito sólido nas capacidades técnicas e tecnológicas, transformando as empresas nacionais em modelos de referência no contexto internacional”. Mostrou-se ainda convicto de que, face a este período desafiante, a indústria conseguirá “reinventar-se, a partir destas mudanças tecnológicas e de inovação”. Já Jean-David Malo, diretor do European Innovation Council, deu nota de algumas características dos programas de incentivo da Europa que as empresas têm ao seu dispor, no período entre 2021 e 2027, para as apoiar nos seus projetos de inovação. E deixou um conselho aos empresários: “se queremos manter a nossa capacidade e a nossa posição de liderança, a aposta terá de passar pela transição digital e pela sustentabilidade ambiental”. Lembrou ainda que “a digitalização está já a dominar e a caracterizar a Europa”. Marcaram ainda presença na sessão de abertura Aurélio Ferreira, Presidente da Câmara da Marinha Grande, e Nuno Silva e Rui Tocha, respetivamente, Presidente e diretor-geral do CENTIMFE. A Semana de Moldes 2021 é uma coorganização da CEFAMOL, CENTIMFE e POOL-NET, com o apoio das Câmaras da Marinha Grande e Oliveira de Azeméis, decorrendo, este ano, num formato misto, que envolveu sessões híbridas e online.
/ / Nuno Silva (Presidente do CENTIMFE)
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UMA REFLEXÃO SOBRE “O FUTURO DA INDÚSTRIA DE MOLDES” 42
Elsa Henriques *, António Baptista ** * Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento / Instituto Superior Técnico ** CENTIMFE – Centro Tecnológico da Indústria de Moldes Ferramentas Especiais e Plásticos
No dia 23 de novembro de 2021 decorreu, no âmbito da Semana de Moldes 2021, uma Mesa Redonda que se focou sobre o tema “O Futuro da Indústria de Moldes”. O evento, promovido pelo consórcio do projeto mobilizador TOOLING 4G - Advanced Tools for Smart Manufacturing, foi moderado pela professora Elsa Henriques (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e Instituto Superior Técnico) e contou a presença de seis representantes da indústria: João Faustino (Grupo TJ), José Carlos Gomes (Grupo GLN), Júlio Grilo (Grupo SIMOLDES), Luís Febra (Grupo SOCEM), Luís Marrazes (TECNIMOPLAS) e Manuel Novo (Grupo EROFIO). O painel refletiu sobre temas relevantes para a indústria de moldes na medida em que irão influenciar a sua competitividade e sustentabilidade nos próximos anos, entre os quais se contam a dependência do mercado automóvel, a sustentabilidade dos plásticos, a transição digital e o fabrico aditivo. Desta reflexão foram coligidos alguns excertos representativos e que se apresentam na síntese seguinte. Ao longo dos últimos anos, muito se tem falado sobre a dependência das empresas fabricantes de moldes relativamente ao sector automóvel, e apesar de múltiplas ações para dinamizar outros sectores, esta dependência não mostra tendências de redução. Coloca-se então a questão de saber se isto se deve a alguma incapacidade perante os outros mercados, ou se o sector automóvel é realmente o mercado mais rentável e mais estável e, em última análise, mais conhecido e seguro para a nossa indústria. Foi referido que, de facto, ao longo das últimas décadas o sector automóvel tem sido caracterizado por fortes investimentos em atividades de I&D orientados para a redução de consumos energéticos, e que por essa via tem vindo a incorporar mais materiais termoplásticos em substituição de materiais metálicos. Por essa via, embora pontuados por períodos recessivos, o mercado automóvel tem apresentado um padrão essencialmente estável com tendência de crescimento, que a indústria nacional de moldes tem vindo a aproveitar. Acrescentou-se que, por força da globalização, muitos outros sectores deslocalizaram a sua produção para a Ásia. Do distanciamento de sectores tradicionalmente clientes resultou que a grande maioria das empresas de moldes garantiu a sua sustentabilidade e mesmo o seu crescimento através do desenvolvimento das suas competências para responder às solicitações do sector automóvel, cuja capacidade produtiva se manteve na Europa. Foi ainda apontado que não se deve encarar a questão da dependência do sector automóvel apenas como um fator negativo. De facto, para se
ser fornecedor da indústria automóvel é necessário ter competência tecnológica, competência de produção, competência na qualidade de serviço e competência ao nível da capacidade de inovação. Se temos uma grande dependência do sector automóvel é porque a indústria de moldes portuguesa é tecnologicamente competente e consegue acrescentar valor ao molde. Ser internacionalmente competente é certamente uma vantagem competitiva. Em última análise o painel concluiu que o sector automóvel é o único com dimensão capaz de absorver a capacidade técnica e tecnológica instalada nas empresas de moldes portuguesas, e que a presença neste ramo é uma tendência que irá continuar nos próximos anos. Tal implica, certamente, a maturação de economias de escala e uma capacidade financeira mais robusta para lidar com margens de comercialização reduzidas e os longos ciclos de caixa. A tecnologia está a evoluir, e a um ritmo que é difícil de acompanhar, mesmo para quem se dedica ao desenvolvimento de novas tecnologias. A indústria de moldes está a ser bombardeada por um grande número de tecnologias desenvolvidas por grandes empresas, para grandes empresas e para um nível de produção com grande repetibilidade que não se aplica à produção de moldes. Como pode a indústria de moldes não perder o comboio, mas também não ficar defraudada com as questões da indústria 4.0? Será que as empresas têm os recursos humanos e a capacidade de investimento necessários para acompanhar os processos de digitalização? Foi afirmado que a indústria de moldes tem uma cultura muito ligada à inovação, tem muita experiência na adaptação e na interligação de processos, na capacidade de cooperação e, em resumo, tem desde há muitos anos um DNA digital. A digitalização contempla o uso das tecnologias para integrar processos através da informação e gerar valor. Contudo, digitalizar não é fácil, e no contexto desta indústria, concretizar a transição digital envolve a integração de muitas tecnologias interdependentes e com estágios de maturidade diferentes. Planear essa concretização numa perspetiva passo a passo parece ser a proposta preconizada, salientando-se que as empresas devem perceber a necessidade de endogeneizar as novas tecnologias com grande rapidez, de forma a garantirem a sustentabilidade dos novos investimentos. Mais do que nunca o investimento na digitalização não pode descurar as componentes envolvidas na endogeneização das tecnologias e na aculturação da organização. Foi ainda mencionado que os grandes desafios da indústria de moldes são o fazer bem à primeira e o aumento da produtividade, e que o primeiro não está dissociado do segundo. Fazer mais ensaios do que o especificado, ou realizar operações de retrabalho reduz
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fortemente a produtividade e elimina as margens necessárias para conseguir negociar a preço competitivo. A digitalização deve ser perspetivada neste contexto e avaliada sempre no seu potencial para eliminar o erro e a não conformidade. A produtividade é certamente o resultado consequente. Tendo em consideração o elevado investimento necessário para adquirir as tecnologias envolvidas neste processo de digitalização acelerado, customizá-las aos processos das empresas e endogeneizá-las na organização, o painel referiu a importância de se promover a realização de projetos colaborativos e demonstradores direcionados às empresas. Em particular, a conceção e o projecto do molde foram enfatizados como alvos preferenciais em que as empresas mais podem beneficiar desta nova fase da digitalização dos processos e da virtualização da engenharia. Finalmente, foi abordada a questão da digitalização crescente evidenciando a necessidade de recursos humanos qualificados nas áreas da electrónica, tecnologias da informação e análise de dados, modificando o perfil típico das qualificações neste sector. As empresas de moldes têm já alguns investimentos em tecnologias de fabrico aditivo. Que conclusões podemos retirar atendendo aos investimentos já efetuados. O fabrico aditivo, suportado em tecnologias emergentes para materiais metálicos, pode trazer valor acrescentado aos moldes tornando-os mais eficientes? Ou pode o fabrico aditivo ser uma ameaça às empresas de moldes ao concorrer na produção de peças plásticas. Se são tecnologias com futuro, todas as empresas devem investir, ou a subcontratação é a solução efetiva? Foi sustentado que estas tecnologias se têm vindo a desenvolver muito significativamente, nomeadamente ao nível das soluções tecnológicas e dos materiais que processam, que tendem a ficar mais baratos e a responder de modo mais capaz às diferentes necessidades. Hoje verifica-se um aumento da aplicação das tecnologias de fabrico aditivo como resposta aos desafios de produtividade. Em particular, o crescente uso das tecnologias de fabrico aditivo para produzir peças protótipo retira algum mercado na produção de moldes protótipo, muito utilizados para aprovação final dos produtos. Mas é na produção de moldes finais que se poderá sentir mais o seu potencial, porque são reduzidos constrangimentos ao nível do projeto e da produção de moldes. A capacidade de melhorar significativamente o desempenho do molde ao nível da refrigeração está hoje muito dependente de sistemas de canais de refrigeração, conformados, apenas possíveis de obter com o fabrico aditivo. Definitivamente, estas tecnologias fazem parte do futuro, com resultados significativos na redução de tempos de produção e na produtividade, incluindo na das empresas clientes. Contudo, o investimento inicial em tecnologias de fabrico aditivo para metais é muito elevado, e os seus custos de operação e de manutenção são significativos. Apenas se conseguem rentabilizar em soluções percecionadas como um “add-on” ao molde e se acrescentarem valor ao processo no cliente, valorizando características de qualidade, como a redução do tempo de ciclo de injeção e, dessa forma, o custo unitário de cada peça plástica injetada. Neste contexto, a aposta deve basear-se o mais possível na subcontratação, suportada em engenharia avançada, incluindo análises térmicas ao molde e novas soluções construtivas alternativas para o molde. De facto, utilizar
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/ / Da esquerda para a direita: António Baptista (CENTIMFE), João Faustino (Grupo TJ), José Carlos Gomes (Grupo GLN), Júlio Grilo (Grupo Simoldes), Elsa Henriques (IST),, Luís Febra (Grupo Socem), Luís Marrazes (Tecnimoplás) e Manuel Novo (Grupo Erofio).
o fabrico aditivo no fabrico do molde é sempre mais caro que as soluções convencionais, o que implica que o ganho apenas pode ser equacionado com beneficios claros no desempenho do molde na sua vida em produção. Como conclusão foi referido que a evolução irá certamente no sentido de uma maior utilização do fabrico aditivo como mais uma tecnologia disponível, perspetivando-se um maior enfoque nas componentes de engenharia avançada, envolvendo as fases de projeto, análises estrutural e térmica, e na preparação para o fabrico do molde. A capacidade de atrair e reter engenharia e técnicos especializados nestas áreas assume-se como um aspecto crítico a desenvolver. O painel refletiu sumariamente sobre o futuro da indústria de moldes num horizonte de dez anos. Como irá evoluir e que desafios enfrentará? A indústria de moldes sempre evoluiu pelas tecnologias e equipamentos, pelas competências e conhecimento dos seus recursos humanos e pela capacidade de produção. As novas tecnologias e as novas soluções de engenharia surgem de uma forma cada vez mais acelerada e em maior número. E, como em qualquer processo de inovação, é esperado que alterem positivamente a indústria. Fala-se, por exemplo, na hibridização dos moldes com várias funcionalidades, que não apenas a produção de peças, fala-se em moldes inteligentes com capacidade de monitorizar e reportar as condições de operação. Uma análise sumária da indústria de moldes na Europa permite evidenciar que, nos últimos anos os concorrentes diretos na Europa têm vindo a perder e a desinvestir em competências técnicas. Este facto reverte como uma oportunidade para as empresas nacionais que, tirando partido do capital humano que possuem, estão em vantagem para melhor dominarem as novas soluções de engenharia do molde do futuro. Sem ser fácil antecipar essas soluções, foi referido que certamente o molde do futuro será mais complexo, aglutinará mais engenharia e ciência nos seus sistemas, e será o resultado de um processo de fabrico que, embora único, será mais sistemático e standard. E, sendo um sistema mais complexo, convém não desprezar que o molde pode ser fornecido conjuntamente com outros serviços de valor acrescentado ao nível da engenharia do produto, a montante, e de manutenção, a jusante.
Em paralelo, assiste-se a uma procura crescente por soluções de moldação para menores volumes de peças semelhantes, pelo que as empresas têm de ter soluções de engenharia para moldes para um menor número de ciclos, e procurar também neste domínio o equilíbrio entre as especificações, o desempenho e o preço do molde. A indústria deve estar preparada para grandes mudanças, como um ambiente industrial e de negócios substancialmente diferentes e mais digitais, incluindo as novas formas de negociação virtual e, para isso deve ser capaz de atrair capital humano, com melhor qualidade e conhecimento, e apostar na qualificação e requalificação dos colaboradores e das lideranças. Haverá uma mudança de paradigma, em que as lideranças das empresas serão mais “homens de negócios” e menos “homens dos moldes”, com gente tecnicamente qualificada e gente com diferentes visões do negócio, que vai permitir à indústria focar-se nas soluções e, tirando partido da credibilidade e do capital de confiança que tem sabido conquistar, continuar a singrar no mercado internacional. Este evento foi promovido pelo consórcio do Projeto Mobilizador TOOLING4G - Advanced Tools for Smart Manufacturing, Projeto POCI01-0247-FEDER-024516, financiado pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização e Programa Operacional Regional de Lisboa, PORTUGAL 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). O consórcio agradece a todos os oradores que simpaticamente aceitaram o convite para participar nesta Mesa Redonda, e cujas opiniões foram a base do presente artigo.
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NOVOS MERCADOS COMO RESPOSTA AOS DESAFIOS DO SECTOR DE MOLDES
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A indústria de moldes “tem enormes desafios pela frente” que se prendem, por um lado, com questões como os novos paradigmas de mobilidade que influenciam a ação da indústria automóvel e, por outro, com situações como as oscilações nas economias mundiais, sobretudo na Europa, onde se concentram os principais clientes do sector. Para colmatar alguns destes constrangimentos, José Camacho, da Business Innovation and Industrial Dynamics (BIID), considera que as empresas devem estar atentas a um conjunto de fatores: em primeiro lugar, que estão posicionadas num mercado muito competitivo no qual se verifica uma tendência para a homogeneidade dos preços, ao mesmo tempo que se assiste a uma diminuição do gap da qualidade das ofertas. A isto, junta-se o preço e prazos de entrega de algumas matérias-primas. Por isso, é necessário olhar para os processos e perceber onde se podem retirar ganhos para aumentar a competitividade, apostando na inovação ou em fatores-vantagem como a proximidade com os clientes. O responsável foi um dos oradores da Semana de Moldes, na qual apresentou o tema ‘Indústria de moldes mundial: evolução do comércio internacional’, no decorrer da Conferência Internacional Moldes Portugal 2021. Na intervenção, apresentou uma comparação entre mercados (de dentro e fora da Europa), com análises de evolução e tendências a médio prazo, para concluir que o futuro se apresenta “desafiante”, mas que deve ser encarado com otimismo. Para ganhar eficiência, considerou, as organizações necessitam de dar passos no sentido da automação, mas também na cooperação e diversificação de mercados, sejam geográficos, sejam sectoriais.
ALABAMA E MARROCOS E as potencialidades de novos mercados constituíram um dos temas em destaque no decorrer da Conferência “Moldes Portugal 2021”. Christoph Dorr, do Alabama Department of Commerce, apresentou algumas das principais características da região sul dos EUA, mais
/ / José Camacho (BIID)
concretamente do Estado do Alabama. No seu entender, trata-se de uma zona com forte tradição industrial na qual o sector automóvel tem vindo a crescer nos últimos anos. “Nos últimos 20 anos, várias marcas-automóvel instalaram-se lá e também cresceu a quantidade de fornecedores dessa indústria, como empresas de ferramentas e injeção de plásticos”, contou, salientando que há, no entanto, grande possibilidade de crescimento. “É um mercado que está em desenvolvimento e que não tem a quantidade de fabricantes como tem, por exemplo, a Europa”, explicou, adiantando que “há necessidade de empresas de moldes e há apoios à instalação de negócios”. E a criação de uma empresa no local é, na sua opinião, a possibilidade mais vantajosa para as empresas portuguesas. “Podem começar com a reparação de moldes porque há muita necessidade, e depois ir conquistando clientes e crescendo”, defendeu. Um outro mercado cujas vantagens foram enunciadas foi Marrocos. E este tem sido, seja pela proximidade, seja pela crescente aposta da indústria automóvel, um país para o qual os fabricantes de moldes portugueses têm olhado com particular atenção. Coube a Rachid Machou, da Associação Marroquina para a Indústria e Produção Automóvel (AMICA) fazer a apresentação do mercado que, salientou, “é atualmente o principal país de África na produção de automóveis”. E esta indústria, revelou, “é e vai continuar a ser estratégica para Marrocos”. Salientou ainda que ao contrário da quantidade de empresas montadoras de veículos ali instaladas, há pouca oferta a nível da indústria de moldes. “Temos necessidades nessa área, o que pode ser uma boa oportunidade para os fabricantes portugueses que são reconhecidos pela sua qualidade e rigor”, afirmou, frisando que “há também necessidade de formar mão-de-obra qualificada que, pela exigência e especificidades do sector dos moldes, hoje não existe”. No seu entender, a melhor forma de abordar o mercado é instalar-se lá, aproveitando os apoios que existem, ou encontrando um parceiro local.
/ / Christoph Dorr (Alabama Department of Commerce)
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FORNECEDORES ADMITEM SINAIS POSITIVOS DE MUDANÇA
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Uma visão positiva sobre o futuro, a curto prazo, foi deixada pelos fornecedores globais da indústria de moldes que participaram no painel de debate da Conferência Internacional ‘Moldes Portugal 2021’, evento que, no dia 26 de novembro, encerrou a Semana de Moldes. José Dantas (Yudo) e José Silva (Hasco) afirmam-se convictos de que, no início do próximo ano, vai registar-se um ‘boom’ no número de projetos e encomendas da indústria automóvel e os moldes portugueses vão beneficiar com isso. Apesar da lenta retoma dos mercados, que ambos confirmaram ser generalizada à escala mundial, os dois exemplificaram com os seus contactos internacionais feitos recentemente para enfatizar que “há mudanças que começam a ser visíveis e que vão sê-lo ainda mais no primeiro trimestre de 2022”. Falando no decorrer do debate moderado por Ana Vieira (Moldoeste), José Dantas e José Silva deram nota da sua visão sobre ‘as tendências de mercado’. E a diferença no ritmo económico vai fazer-se, segundo acreditam, com a retoma da indústria automóvel, através do lançamento de novos modelos e projetos. José Dantas considera mesmo, tendo em conta todos os sinais que tem visto pelos mercados mundiais por onde andou em 2021, que no início do próximo ano, “vem aí uma avalanche de projetos”. E adianta que “há uma mudança que já se começa a sentir, mas cujo efeito se vai ver no sector, com mais força, a partir do primeiro trimestre do próximo ano”. Também José Silva admite que “o feedback que tenho é que há muitos projetos que estão para ser lançados, muito em breve”. Por isso, salienta, “acredito que vai, efetivamente, haver muito trabalho”. José Dantas acrescenta que se nota, também, uma tendência do sector automóvel europeu, de manter os seus projetos na Europa. E isto acontece, no seu entender, “não apenas por uma questão de preservação da indústria europeia, mas também, e muito, para reduzir a pegada ecológica”. Por isso, mostra-se convencido de que “vai aumentar a procura de moldes em Portugal também por uma questão de política de sustentabilidade europeia”.
/ / Da esquerda para a direita: José Dantas (Yudo), Ana Vieira (Moldoeste) e José Silva (Hasco).
José Silva concorda. “A sustentabilidade vai influenciar os negócios”, defende, advertindo que “é preciso que as nossas empresas estejam muito atentas a esta questão que vai ter uma importância enorme nos próximos tempos”. E salienta que as organizações devem olhar com atenção para “as certificações nesta área” e “os desafios que se colocam”. Até porque, enfatiza, “esta é uma questão que já está a ser avaliada pelos clientes”.
DIVERSIFICAR Apesar das perspetivas positivas, estes representantes de dois dos principais fornecedores da indústria de moldes consideram que os fabricantes nacionais têm de começar a apostar numa “maior diversificação”, de forma a ficarem menos dependentes da indústria automóvel. “O automóvel tem muito peso nos moldes em Portugal. E isso acontece por fazermos um serviço de excelência neste sector e é por ele que somos conhecidos no estrangeiro: somos especialistas na indústria automóvel”, afirma José Silva. Mas em momentos de dificuldade do automóvel, como o que estamos a viver, essa dependência acaba por prejudicar a indústria de moldes nacional. Lembrando que, apesar de, em 2020, ter havido empresas “que conseguiram entrar noutros sectores, com bons resultados, como a indústria médica ou o packaging”, considera que “seria desejável enveredar pela diversificação”. José Dantas partilha desta opinião. Exemplifica, até, com o caso dos moldes em Itália para considerar que “têm um portefólio mais diversificado e tem havido trabalho nos moldes desse país”. Por isso, salienta, “é preciso repensar a especialização do nosso sector”. Até porque, sublinha José Silva, durante o ano de 2021, “assistimos a várias áreas a retomar a atividade e a revitalizar, mas isso não aconteceu com o automóvel”. Os dois consideraram ainda que os fabricantes de moldes portugueses se distinguem, no exterior, por duas razões principais: a flexibilidade e a inovação. “As empresas devem consolidar tudo o que foi feito nos últimos anos. O cluster em Portugal trabalha com sinergias e isso deve manter-se”, aconselhou José Silva, adiantando que é também necessário “estar atentos porque há, na Europa, empresas que vão voltar ao fabrico de moldes ‘em casa’ e vão ser novos concorrentes da nossa indústria”. Já José Dantas considera que para se manter forte, o sector de moldes “deve apostar na cooperação”, de forma a fortalecer o cluster ‘Engineering & Tooling. “Por aquilo que estamos a perceber, muitas das empresas europeias do ramo automóvel vão dar os seus projetos a fazer na Europa, em detrimento da Ásia”, frisa. E lembra que a Europa tem sido, nos últimos anos, o principal mercado dos moldes nacionais, sobretudo pela enorme vantagem que é, no seu entender, “a proximidade com o cliente” e que, considera, “deve continuar a ser a prioridade”.
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DESAFIOS TECNOLÓGICOS À LUZ DA SUSTENTABILIDADE E DIGITALIZAÇÃO
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Nesta ação, participaram outros oradores que desenvolveram as questões da inovação e da sustentabilidade, como Radu Godina, da Universidade Nova de Lisboa; Sofia Simões, do LNEG; Maritna Prox, da IPoint Systems; Sofia Santos, professora do ISEG; Nextor Garcia, da Eurecat, Alcino Lavrador, da Altice Labs; e Marco Dias, da GLN. A Conferência RPD teve a sua primeira edição no início dos anos 2000 e tem tido como objetivo juntar o meio académico com a indústria e, numa escala internacional, promover a reflexão sobre as tendências tecnológicas de futuro, mas também os maiores desafios que se colocam ao sector de moldes nesta vertente.
INOVAÇÃO A sustentabilidade e a digitalização foram os temas em destaque na Conferência “Rapid Product Development” (RPD) que na tarde do dia 22 de novembro, e a exemplo das edições anteriores, abriu a Semana de Moldes. Este encontro técnico e científico, realizado num formato híbrido (online e presencial), contou com a presença, na assistência, de largas dezenas de profissionais do sector. Os dois temas base da sessão vão enquadrar muitos dos principais desafios de modernidade tecnológica e organizacional das empresas e terão de estar na ordem do dia das organizações, defenderam os oradores neste evento. Por um lado, preparando as empresas para um novo posicionamento no mercado e, por outro, abrindo novas oportunidades de negócio. A reflexão teve como ponto de partida a intervenção de Paulo Bártolo, diretor do Centro de 3D Printing de Singapura, onde é desenvolvida investigação no âmbito do fabrico digital, seja de metais, seja de materiais plásticos. As alterações climáticas, referiu, “estão no topo da nossa preocupação” e, por isso, adiantou, “procuramos a mudança”. Considerando que os desafios ambientais não são fáceis de resolver, salientou a necessidade de as organizações adotarem um processo de economia circular, fazendo diferente, transportando diferente e, até, consumindo diferente. Nesse contexto, referiu, assume particular relevância o fabrico aditivo ou uma manufatura mais amiga do ambiente que, incorporando novas técnicas e tecnologias e no âmbito da indústria 4.0, apoiam no caminho para o ‘desperdício zero’. Trata-se, no seu entender, de “copiar a Natureza e a forma como nada se desperdiça”. Para Paulo Bártolo, o caminho é “biologicalizar ou ambientalizar o fabrico”. Considerou que estes “novos verbos” traduzem a forma de assegurar a sustentabilidade.
As tardes seguintes da “Semana de Moldes”, foram dedicadas ao ciclo de webinares ‘Inovação Aberta’, evento que integrou as comemorações do 30º aniversário do CENTIMFE. Foram sessões dedicadas ao debate do desenvolvimento tecnológico no sector e o importante papel que assumem os projetos de I&D para as empresas. No cluster Engineering & Tooling, estes representam atualmente cerca de 50 milhões de euros de investimento, foi revelado. Em debate estiveram questões como ‘Os desafios do mundo digitalizado para as empresas de moldes’ (debate que pormenorizamos num texto autónomo nesta edição da revista) e ‘a engenharia de superfícies nas indústrias de moldes e ferramentas: a apresentação do projeto ‘On-Surf’ que abordou a importância dos revestimentos de superfícies, contando com um painel muito interessante de oradores: Ricardo Alexandre (Universidade de Coimbra), Jorge Laranjeira (Moldit), Francisco Silva (ISEP), Diogo Cavaleiro (Universidade de Coimbra), Nuno André (Inovatool) e Vítor Costa (Microplásticos). O último tema deste conjunto de webinares foi a ‘Transição Digital’, contando com a participação de Rui Soares (CENTIMFE), Jorge Ferreira (Intermolde), Ricardo Freitas (CENTIMFE) e Jorge Laranjeira (Moldit). Este último, abordando o tema dos produtos do futuro e como vão influenciar a indústria de moldes, defendeu a necessidade de as empresas começarem a preparar os seus processos para o ‘design for recycling’. Considerou que a sustentabilidade e economia circular vão fazer parte do dia a dia do fabrico, salientando ser “fundamental investir em desenvolvimento e investigação, apostar em capital humano e criar soluções em parceria com universidades e centros tecnológicos”. “A competitividade depende da capacidade que as empresas têm de acompanhar o ritmo de mudança e este é cada vez mais rápido”, advertiu.
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MÉXICO VISITOU PORTUGAL E APRESENTOU OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO
O México apresenta sectores estratégicos nos quais a indústria de moldes portuguesa tem vantagens em investir. É um lugar de muitas oportunidades, com um grande potencial de crescimento. A indústria ligada aos moldes e ferramentas representa cerca de 12 mil milhões de dólares e, por ano, são produzidos mais de cinco mil moldes, uma grande parte dos quais são importados. O México é, atualmente, a 15.ª maior economia em termos de PIB e a segunda da América Latina. Estes foram alguns dos principais aspetos sublinhados pela comitiva mexicana que visitou a Semana de Moldes, evento que decorreu entre 22 e 26 de novembro, na Marinha Grande. Em Portugal, para além de divulgar as potencialidades daquele país, os visitantes procuraram, também, conhecer as capacidades e interesse das empresas portuguesas. No âmbito desta deslocação, no dia 23 de novembro, a Câmara de Comércio e Indústria Luso Mexicana (CCILM), em conjunto com a organização da Semana de Moldes, promoveu o seminário ‘México Visita Portugal’, que juntou representantes das principais associações dos sectores de moldes e plásticos dos dois países.
ESTUDO E PLATAFORMA E precisamente pelas suas potencialidades, a CCILM acaba de disponibilizar duas importantes ferramentas para as empresas que equacionem apostar naquele país: um completo estudo económico do país e a criação de uma plataforma que liga compradores e vendedores dos dois países. Estas duas iniciativas foram apresentadas no decorrer do seminário. O estudo, dividido em dois documentos distintos, foi elaborado por Pedro Neto, Partner Corporate da Moneris, e apresenta, por um lado, uma caracterização empresarial completa dos dois países (Portugal e México), elencando potencialidades e fragilidades; e, por outro, destacase como um Guia do Exportador e Boas Práticas, respondendo às mais frequentes questões sobre os negócios no México (como entrar no país, promover-se, encontrar clientes e parceiros, entre outros aspetos). Nesta apresentação, Pedro Neto chamou ainda a atenção para uma particularidade do México: além de todas as suas potencialidades intrínsecas, “pode servir para catapultar a inserção noutros mercados daquela região”. Coube a Elsa Gomes, da Vortal, fazer a apresentação da nova plataforma digital, que está também dividida em duas. É, por um lado, uma ferramenta de promoção internacional e é, também, uma plataforma transnacional. De forma dinâmica, pretende servir de elo e desenvolvimento de negócios entre fornecedores e compradores dos dois países. Quer o estudo, quer a plataforma integram-se no projeto SIAC – Portugal Connect, a decorrer entre 2019 e 2022, explicou Miguel Gomes Costa, presidente da CCILM. O responsável lembrou ainda que, em 2022, aquele organismo vai organizar uma segunda missão de empresários mexicanos a Portugal, depois de a primeira, em 2019, se ter revelado “muito positiva”.
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ENTREVISTA EDUARDO MEDRANO, PRESIDENTE DA ASOCIACIÓN MEXICANA DE MANUFACTURA DE MOLDES Y TROQUELES (AMMMT)
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“O México tem a capacidade, mas precisa de soluções para incrementar o crescimento”
8% de crescimento, na capacidade de manufatura mexicana. Por isso, este é um mercado que se mantém atrativo. A nível industrial, o México vai continuar a afirmar-se como um país estratégico da América do Norte. E como pode a indústria portuguesa, sobretudo a de moldes, posicionar-se para entrar neste mercado mexicano? A cooperação entre os dois países é fundamental. E como alcançá-la? No México, há necessidade de moldes e ferramentas. De uma maneira geral, há necessidade de toda a manufatura, mas sobretudo de moldes. Um dos objetivos é fazer crescer esse sector. Mas é uma indústria especializada, que requer a introdução de tecnologia de ponta. Depois, é preciso formar pessoas especializadas nessa área, para criar postos de trabalho qualificados. Por isso, há um conjunto de oportunidades, não apenas para empresas, mas também para instituições académicas e técnicas. Países como Portugal, que detém essa especialização, são muito importantes para o México que, pela proximidade e acordos estabelecidos, tem respostas a posicionaremse quer do Canadá, quer dos Estados Unidos.
/ / Eduardo Medrano
Que perspetivas têm os sectores mexicanos de moldes e automóvel para 2022? A expectativa é de crescimento. Estima-se que a indústria no México mantenha a sua tendência de crescimento, nos próximos cinco anos. A indústria automóvel mexicana, por exemplo, tinha o plano de alcançar a produção de cinco milhões de unidades em 2021, mas com a pandemia não o conseguiu fazer. O objetivo é atingir os 4,5 milhões e ir crescendo, de forma sustentada, nos próximos anos. E se os automóveis aumentam, vão ser necessários mais componentes e, por isso, também será preciso fazer crescer a manufatura. É preciso salientar que o novo acordo entre México, Canadá e Estados Unidos permite um estreitar de relações muito importante entre as partes, que abre boas perspetivas de futuro. E esse crescimento de que fala restringe-se à indústria automóvel ou abrange outros sectores industriais? Abrange a indústria de plásticos, de uma maneira geral. Logo, terá implicações noutras áreas para além do automóvel, como a eletrónica, a indústria médica ou os utensílios domésticos. As expectativas são que exista uma continuidade, de cerca de 7 a
Há a necessidade e, por isso, o México dá a possibilidade de alavancar financeiramente os projetos. As empresas recebem benefícios para poderem crescer na sua produção. Hoje, a perspetiva mexicana é procurar a colaboração de empresas portuguesas porque o seu valor é reconhecido. E que conselhos daria às empresas portuguesas que estejam a pensar avançar para o México? Podem, por exemplo, constituir-se consórcios portugueses no México, para complementar a manufatura. Já há alguns exemplos. Mas as empresas podem, também, fazer joint ventures com empresas mexicanas. E esta solução tem vantagens porque, por vezes, quando tentam entrar noutro país, as empresas sentem dificuldades em questões como a legislação laboral ou fiscal, financeira ou administrativa. Entrar no país com um sócio local facilita muito o processo. Em resumo, é preciso realçar que o México tem a capacidade, mas precisa de soluções para incrementar o crescimento: seja criando alianças comerciais, académicas ou de negócios, que permitam responder a todas as necessidades da indústria. Mas, insisto, tem grandes perspetivas de crescimento.
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TALENTUM DAYS
TECNOLOGIA DEVE SERVIR PARA HUMANIZAR E SIMPLIFICAR O TRABALHO
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Numa realidade em que a digitalização assume cada vez maior importância no meio laboral, que papel está reservado às Pessoas? Foi a esta questão que procuraram dar resposta os oradores convidados para o debate ‘Gestão Digital de Pessoas: Modelos de Organização do Trabalho’, a qual teve lugar no dia 23 de novembro, inserida na Semana de Moldes 2021, mais concretamente, na iniciativa Talentum Days. João Couto (Microsoft Portugal), Patrícia Ferreira (Moldit), Inês Coelho (KLC), Artur Ferraz (IBC) partilharam as suas opiniões, numa conversa moderada pelo secretário-geral da CEFAMOL, Manuel Oliveira. Os oradores foram unânimes em considerar que a integração de novas tecnologias é fundamental para as organizações. Mas as pessoas vão continuar a ser o fator essencial para o sucesso.
“A tecnologia deve servir para simplificar o trabalho, mas sobretudo para humanizar as relações”, defendeu João Couto, da Microsoft Portugal, para quem a “transformação digital passa pela aposta em automação de processos e integração de aplicações que simplifiquem”, quer as tarefas, quer o relacionamento entre as pessoas dentro de uma empresa. Adianta que as conexões, a partilha de conteúdos e a aprendizagem contínua assumem uma importância vital, mas é preciso ir acompanhando as pessoas ao longo de todo o processo de mudança. Ou seja, apostar na experiência tecnológica dos colaboradores. Uma vez integrada na cultura da organização, a tecnologia assume o seu papel de veículo de eficácia. João Couto salientou que a realidade pandémica “veio acelerar o que seria o futuro do recurso à digitalização”. E o fundamental, salientou, “é alavancar a tecnologia com pessoas: são elas que estão no centro dos negócios”. O ambiente dos locais de trabalho,
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que usou como exemplo, é, hoje, uma questão extremamente importante. Lembrou que a pandemia fez despertar a questão da flexibilidade do trabalho. “Tornou possível o que era, para muitas empresas, impensável. E, hoje, uma grande parte dos trabalhadores afirma preferir o teletrabalho”, revelou. Este é, no seu entender, “um dos desafios que as empresas têm de ter presente”, considerando que “uma grande parte dos líderes das organizações já se deram conta disto”. A tecnologia assume, então, um papel fundamental. “As empresas que se destacam alavancam a tecnologia, de forma a alcançar uma cultura digital”, explicou, sublinhando que, com ela, conseguem atrair e reter talento, melhorar questões como a colaboração e inovação, e incrementar os seus resultados. Exemplificou com dois estudos: Um deles conclui que as empresas se tornam 21% mais lucrativas quando apostam nas pessoas; e outro que 94% dos trabalhadores admite que ficaria na empresa se sentisse que esta apostava em si. “É preciso estar atento e caminhar para um novo modelo operacional, centrado nas pessoas, nos espaços e nos processos”, afirmou, considerando que “o objetivo é capacitar as pessoas para um mundo do trabalho mais flexível”.
GANHAR TEMPO Inês Coelho, da KLC, falou da sua experiência para concluir que “cada vez mais, pretendemos criar modelos que nos permitam agilizar o trabalho, a comunicação e a proximidade com os colaboradores”. No seu entender, a pandemia permitiu “desmistificar a palavra ‘teletrabalho’. E mostrou de forma positiva que, afinal, mesmo sem estar integradas no ‘local de trabalho’ convencional, as pessoas desempenham as suas tarefas e, muitas vezes, até melhor”. No seu entendimento, a digitalização “permite ganhar tempo que pode ser utilizado para pensar e criar”. E esse é “o papel das pessoas”, defende. Mas deixa uma ressalva: “tudo tem como ponto-chave a gestão da empresa” que, salienta, “tem de olhar para estas situações e valorizá-las; caso contrário qualquer que seja a estratégia, acabará por não progredir”. Neste processo de mudança digital, afirma ainda ser fundamental “andar passo a passo” e, nesse caminho, “ir mostrando às pessoas as vantagens da mudança”. Defendeu ainda que é preciso começar cada vez mais cedo a incutir estas questões nos jovens. “As escolas deviam colaborar mais
com as empresas e dar aos alunos a possibilidade de conhecer, de experimentar a realidade industrial”, sustentou. Já Patrícia Ferreira, da Moldit, admitiu sentir mais dificuldade em gerir pessoas quando estas estão à distância, exemplificando com o teletrabalho. “O presencial é muito importante”, defende. Mas tendo presente que muitos dos colaboradores se sentem mais confortáveis com o trabalho à distância, considera ser “fundamental acelerar o processo tecnológico”, de forma a melhorar cada vez mais a comunicação. “O trabalho híbrido veio para ficar”, enfatiza, sublinhando que, por essa razão, “a formação das pessoas vai ter de passar, muito, por estas vertentes”. E para que a aposta digital funcione é preciso, no seu entender, que os processos estejam “bem definidos”. “As pessoas têm de saber e perceber o que se pretende com a mudança”, explica. Adiantando que a informação em tempo real, com indicadores que permitem levar à tomada de decisões, é já uma realidade, considera que “aos poucos, vamos trabalhando de forma mais rápida e com maior envolvimento das pessoas”. “O trabalho, tal como o conhecemos, tem vindo a mudar, em grande parte devido à digitalização. E estamos neste momento a viver uma fase de transição”, considerou, por seu turno, Artur Ferraz, da IBC, que desde há três anos vem trabalhando o tema do pepel da Pessoa nas Organizações com a CEFAMOL e as empresas do sector de moldes, no âmbito do Programa Talentum. Deixa, no entanto, um alerta: “as tecnologias servem para simplificar o trabalho. Mas este tem de ser humanizado. Porque as pessoas não são substituíveis por máquinas”. Para Artur Ferraz, a tecnologia “mudou os processos de trabalho, é importante como veículo de comunicação e informação, mas é essencial não descurar as pessoas”. Um dos aspetos que considera fundamental passa pela formação, passo que, no seu entender, “é fulcral para alcançar a mudança cultural nas empresas”. A ação Talentum Days teve duas outras sessões, subordinadas aos temas: ‘Organizações Centradas na Criação de Valor para o Cliente’ e ‘Desafios da Gestão de Pessoas para 2022’, nos dias 24 e 25 de novembro, respetivamente. Estas sessões, transmitidas online, contaram com a assistência, cada uma, de cerca de uma centena de profissionais do sector.
/ / Da esquerda para a direita: João Couto (Microsoft Portugal), Patrícia Ferreira (Moldit), Manuel Oliveira (CEFAMOL), Inês Coelho (KLC) e Artur Ferraz (IBC).
HIGHLIGHT /
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TALENTUM DAYS
VALORIZAR O CLIENTE PARA GANHAR COMPETITIVIDADE
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‘Organizações centradas na criação de valor para o cliente’ foi o tema de um debate que teve lugar no dia 24 de novembro, no decorrer da Semana de Moldes 2021, inserido na iniciativa Talentum Days. O orador convidado, Miguel Trigo, da Universidade Fernando Pessoa (Porto), considerou que “a questão ‘como criar valor para o cliente’ tem de estar na agenda das empresas, sob pena de perderem competitividade”. Citou Peter Drucker e Sam Walton para explicar que “de uma maneira geral, os líderes das grandes organizações defendem um valor em comum: a obsessão pelo cliente” e que “o objetivo de uma organização é criar e manter o cliente que é, afinal, o seu único patrão”. Questões como a globalização e a tecnologia provocaram algumas alterações no mundo empresarial, com a entrada de novos players, o surgimento de negócios e a extinção de outros. E isto levou a alterações também no cliente, sendo necessário, no seu entender, uma aposta evidente das organizações na forma de o cativar e manter. A maneira de o fazer, sublinhou, é “criar valor para o cliente”, mas também “percebê-lo e entender o que o leva a comprar”. É que “não basta ter um bom produto; é preciso corresponder às expectativas do cliente”. “Um cliente pode não ser claro em relação ao tipo de produto que quer, mas diz as dificuldades que tem e as necessidades que quer colmatar”, afirmou, enfatizando que é preciso que as empresas estejam atentas a isto. Para tal, é necessário alinhar toda a organização em função do cliente. “É um ciclo que começa internamente nas organizações: é preciso investigar, entrevistar clientes e perceber qual a solução de qualidade para cada um deles”, explicou. Coube a Jorge Oliveira, da Moliporex explicar como é que esta definição de prioridade do cliente se adapta à indústria de moldes. E contou que, desde que foi criada, a sua empresa “colocou, sempre, o foco no cliente”. Ou seja, a prioridade tem sido sempre “saber quais as necessidades dos clientes e ajustar-nos em função disso”. E isso na indústria de moldes significa fornecer “valor acrescentado”. Não apenas um molde, mas tudo o que está a montante e a jusante: do design à injeção da peça.
“É preciso conhecer o cliente. Cada um tem as suas necessidades. E temos de perceber o que é importante para cada um”, considerou, sublinhando que “a criação de valor para o cliente não tem a ver com a dimensão da empresa”. É, no seu ponto de vista, uma questão de alinhamento e atuação da organização em função dos seus clientes.
PREPARAR A ORGANIZAÇÃO Jorge Oliveira destacou ainda que, neste momento, quando os clientes parecem valorizar o fator ‘preço’ acima de tudo, “é preciso perceber que ‘preço’ também é valor”, adiantando que “preço e prazo são garante de competitividade”. Artur Ferraz, da IBC, sublinhou que o cliente “é o essencial” de um negócio e, por isso, é nele que as empresas têm de manter o seu foco. Para isso, é necessário “preparar toda a organização para disseminar esse propósito por todas as áreas e não apenas no departamento comercial”. Esta é, salientou ainda, uma questão transversal a pequenas ou grandes empresas. “É preciso um trabalho diário na organização para que o cliente esteja sempre no centro das suas prioridades”, enfatizou, considerando que se isto falha, a empresa acabará também por não sobreviver. Por isso, dentro da estrutura, é preciso que as equipas estejam em sintonia em relação à forma de atuar. Questões como a comunicação e a confiança são “fulcrais” nesta relação com o cliente, defendeu. Miguel Trigo salientou que nesta questão é essencial também o papel da gestão da organização. “Temos de conseguir ter a ‘sorte’ de ter líderes que percebam que não basta ter um grande produto, mas que é essencial perceber e corresponder ao cliente”, afirmou. A liderança é, por isso, fundamental. E afinal o foco no cliente é tão importante para uma organização como a aposta em tecnologias ou métodos de fabrico, lembrou. Na sua perspetiva, é necessário também preparar os jovens, desde a escola, para esta questão, de forma a entenderem que o trabalho significa concluir com êxito as tarefas diárias, mas também estar atento e consciente para a premência da satisfação do cliente.
/ / Da esquerda para a direita: Miguel Trigo (Universidade Fernando Pessoa), Manuel Oliveira (CEFAMOL), Jorge Oliveira (Moliporex) e Artur Ferraz (IBC)
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/ DESTAQUE
TALENTUM DAYS
2022: UM ANO DE OPORTUNIDADES NA GESTÃO DE PESSOAS
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“O ano de 2022 vai ser um ano de mais oportunidades do que desafios”. Patrícia Villas-Boas, da Schmidt Light Metal, iniciou desta
reais. “A tomada de decisões tem de ser mais sustentada por dados e menos por feelings”, considerou.
forma a sua intervenção, no decorrer do debate sobre ‘Desafios da Gestão de Pessoas para 2022’ que, no âmbito da Semana de Moldes, teve lugar no dia 25 de novembro, integrado na iniciativa
No seu entender, a figura da Gestão de Pessoas é fundamental em qualquer organização, não apenas porque lidera, mas também
Considerou que “há razões para olhar com otimismo” para o
porque “agiliza, estrutura e transforma”. E é nela que reside a aposta no desenvolvimento das pessoas, essencial para a evolução e o futuro das empresas.
próximo ano, porque as questões relacionadas com a Pessoa nas organizações “estão, cada vez mais, na ordem do dia”. Por isso,
Chamou ainda a atenção para as novas competências que as
Talentum Days.
temas como as competências, liderança, novos modelos e formas de trabalho vão, no seu entender, estar em destaque nas empresas. “A gestão de pessoas só existe porque há negócio”, afirmou, para
empresas necessitam, considerando que mais do que técnicas, são fundamentais as ‘human skills’, como empatia, inteligência emocional, vontade de aprender e evoluir. Só estas permitirão ter conhecimento da organização, para ter estratégia, impacto do
defender que o seu contrário também é válido: “não há negócio sem pessoas”. Mas o próximo ano, salientou, vai trazer também desafios às empresas. Exemplificou com questões como a sustentabilidade, o ambiente, mas também a relação com o outro, o talento, as pessoas e as máquinas, e as formas de tornar as organizações mais ágeis.
negócio e antecipar a mudança.
“Vai ser um ano de tomada de decisões que se não forem tomadas, podemos ir tarde demais”, considerou, alertando, contudo, que para que estas sejam tomadas de forma consciente, são precisos dados
precisam de ter uma relação mais próxima com os colaboradores”, defendeu, considerando que “este desafio é grande porque nem sempre estas pessoas estão preparadas para este papel”.
Acredita que a pandemia veio, trazer alguns desafios acrescidos, sendo necessário, por isso, processos mais ágeis nas empresas, equipas coesas e organizações mais horizontais, com menos hierarquias. A liderança tem um papel fulcral. “As chefias intermédias
/ / Da esquerda para a direita: Patrícia Villas-Boas (Schmidt Light Metal), Filipa Queimado (MD Group), Manuel Oliveira (CEFAMOL), Patrícia Gil (Erofio) e Artur Ferraz (IBC).
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Patrícia Villas-Boas chamou ainda a atenção para a necessidade de as empresas partilharem experiências neste domínio. “Nós partilhamos pouco. Vivemos muito fechados nas nossas empresas. E há coisas boas que não são partilhadas. Mas é preciso partilhar sucessos e insucessos também, de forma a aprender uns com os outros”, sublinhou.
OUVIR E VALORIZAR AS PESSOAS É necessário estar atento, também, às novas formas de trabalho. A flexibilidade assume uma importância cada vez maior, afirmou. E, considerou ainda, é preciso que as organizações façam um planeamento cuidadoso do talento de que precisam, bem como uma avaliação das tendências que impactam na sua atividade. Para Patrícia Gil, da Erofio, as organizações têm de valorizar as suas pessoas. Por isso, “é preciso agir rapidamente”, sendo fundamental “colocar o foco na questão da liderança e das chefias intermédias”. É nelas, considerou, que reside a possibilidade de gerar mudança nas organizações. Lembrando que, no sector de moldes, grande parte das empresas são familiares, defendeu ser necessário “delegar a gestão de pessoas a quem é responsável por essa área”. Na sua opinião, para valorizar as pessoas nas organizações, é necessário “estar próximo delas, ouvi-las e apoiá-las”. Depois, é necessário “trabalhar os resultados desta proximidade”. Mas para que tudo funcione, é fundamental que a liderança defina esta questão como prioritária. “Para fazer acontecer, é preciso que a estratégia esteja definida de cima para baixo”, enfatizou. Filipa Queimado, da MD Group, defendeu, por seu turno, que “temos um caminho para vários anos, de forma a chegar onde precisamos a nível de recursos humanos das organizações”. Uma das questões que destacou foi a criação de ambientes de trabalho saudáveis, passo que considerou fundamental para que “as pessoas estejam connosco e se sintam felizes a trabalhar”. Considerou ainda essencial “trabalhar a comunicação entre as equipas”, de forma que “estejamos todos a remar no mesmo sentido”. Em relação à retenção de talentos, tema que considerou ser de grande relevância para as empresas, defendeu que é preciso “dar horizontes aos jovens que entram nas empresas”, criando planos de carreiras. “Cuidar dos colaboradores, estar atento às incertezas e apoiar os administradores nas decisões”. Para Artur Ferraz, da IBC, estas serão questões essenciais em 2022 no que diz respeito à Gestão de Pessoas. Salientou a necessidade de “os modelos organizacionais estarem bem clarificados nas empresas”, destacando o papel primordial que têm, nesse ponto, os gestores de topo, como impulsionadores do processo de mudança. Chamou ainda a atenção para dois outros aspetos que considera serem fulcrais: “criar condições para gerar confiança a quem vai tomar a decisão” e “a importância da empatia: tentar perceber os problemas das pessoas”.
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INOVAÇÃO
O QUE AS EMPRESAS CONCEBEM DE FORMA SINGULAR E INOVADORA WHAT OUR COMPANIES CONCIEVE IN A SINGULAR AND INNOVATIVE WAY FUNDIÇÃO CENTRÍFUGA: TECNOLOGIA DE CERA PERDIDA À INFILTRAÇÃO, UMA ALTERNATIVA PARA FUNDIÇÃO INJETADA PARA PEQUENAS ESCALAS
INNOVATION /
Omid Emadinia * * Investigador do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial e do LAETA – Laboratório Associado em Energia, Transportes e Aeronáutica
A fundição centrífuga é uma técnica fiável para a produção de tubos, graças à viabilidade e aos menores requisitos tecnológicos [A. Roey e S. Vasseur 1988]. O eixo de rotação pode ser horizontal ou vertical. A primeira metodologia aplica-se à produção de grandes séries e componentes maciços de eixos assimétricos; já o segundo tipo é ideal para pequenas séries de produção e peças pequenas. A fundição centrífuga também é eficaz para produzir materiais classificados funcionalmente, proporcionando um gradiente de segunda fase disperso pela seção fundida, dependendo da sua densidade, melhorando as propriedades tribológicas; os produtos são geralmente de forma cilíndrica [A.D. Pradeep e T. Rameshkumar 2021]. O preenchimento e a solidificação ocorrem sob a influência da força centrífuga. Condições de processamento,como velocidade de rotação e temperatura do molde, influenciam a evolução microestrutura no molde [S. Mohapatra et al, 2020].
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FUNDIÇÃO CENTRÍFUGA: TECNOLOGIA DE CERA PERDIDA À INFILTRAÇÃO, UMA ALTERNATIVA PARA FUNDIÇÃO INJETADA PARA PEQUENAS ESCALAS
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A integração da fundição por cera perdida, como uma produção quase em forma de rede, com fundição centrífuga vertical, tem proporcionado facilidades para a produção de geometrias semi, bastante complexas em diferentes materiais, como Ti-based, Cobased, e Aloys, etc. Esta combinação destaca-se pela replicação de detalhes não possíveis de serem fabricados por técnicas convencionais como a fundição por gravidade, resultando em menos porosidades de retração e mudanças macroestruturais [Li Yang et al, 2015]. No entanto, as condições de processamento, principalmente a temperatura do molde, afetam a eficiência de preenchimento da casca cerâmica durante a centrífuga vertical [Li Jun-Tao et al, 2002]. Alguns investigadores produziram válvulas de escape de TiAl sem defeitos, otimizando o projeto da moldagem, temperatura de vazamento, temperatura do molde e velocidade de rotação [P.X. Fu et al, 2007]. Outros destacaram que o projeto do molde afeta as propriedades da liga AA6082 fundida centrífuga [E Trejo et al, 2011].
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/ INOVAÇÃO
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/ / Figura 1.
Além disso, a fundição por inversão centrífuga parece ter vantagens em comparação com a fundição seletiva a laser ou a fusão por feixe de elétrones. Estas tecnologias 3D desafiam as propriedades anisotrópicas e a tensão térmica. Alguns investigadores produziram com sucesso uma estrutura Al de parede fina, de 0,5 mm de espessura; entretanto, a composição do material influencia a produção causada por propriedades físicas como tensão superficial e densidade [J. Mun et al, 2016]. Outros produziram turboalimentadores de TiAl que estavam de acordo com estudos de modelagem numérica [J. B. Parka et al, 2017]. Alguns autores confirmaram a viabilidade de baixas velocidades de rotação, 45 a 65 rpm, para fundição centrífuga de geometrias semi-complexas usando uma liga de titânio [B.T. Prayoga, 2018]. Entretanto, parece que a geometria pretendida afeta a produção, essencialmente no que diz respeito a espessura e curvas, uma vez que o preenchimento ocorre em poucos segundos [Li Yang et al, 2015; J.B. Parka et al, 2017].
superficial dos espécimes fundidos, por exemplo, a aplicação de um revestimento de zircónia proporcionou uma melhor qualidade superficial [Ana Catarina Ferreira da Silva 2011]. Esta metodologia de fundição foi recentemente aplicada para fins de infiltração na produção de estruturas híbridas. Uma pastilha metálica impressa em 3D (como visto nas Figuras 2 e 3, produzida pelo equipamento Metal X Markforged) foi infiltrada com uma liga de alumínio. A pastilha foi localizada na cavidade de um molde cerâmico (Figura 4) colocada na montagem da máquina de fundição centrífuga (Figura 5). Como demostrado na Figura 6, uma estrutura cilíndrica híbrida sólida fundida com sucesso, as secções transversais da peça fundida confirmam uma infiltração completa (como ilustrado na Figura 7). Esta aplicação superou os desafios da infiltração malsucedida realizada por fundição por gravidade ou técnica de fundição em areia a baixa pressão.
/ / Figura 5.
/ / Figura 6.
/ / Figura 7.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: / / Figura 2.
A. Roey, S. Vasseur, in: ASM Hand book – Casting, ASM International, Ohio, 1988 A.D. Pradeep, T. Rameshkumar 2021, Review on centrifugal casting of functionally graded materials, Materials Today: Proceedings, p. 729-734
/ / Figura 3.
Ana Catarina Ferreira da Silva 2011, Microfundição por modelo perdido : Produção de Microcompontes na Liga CoCrMo, Tese de mestrado integrado. Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Universidade do Porto. Faculdade de Engenharia. Universidade do Porto B.T. Prayoga, 2018 Microstructural characterization, defect and hardness of titanium femoral knee joint produced using vertical centrifugal investment casting Journal Mechanical Science Technology 32 p. 149–156 E Trejo et al, 2011, Effect of Mold Design on Porosity and Strength of a Centrifugally Cast Aluminum Alloy, Transactions of the American Foundry Society, Vol 119, pp 57-66 J. Mun, J. Ju, and J. Thurman, 2016 Indirect Fabrication of Lattice Metals with Thin Sections Using Centrifugal Casting, JoVE Journal
/ / Figura 4.
O INEGI tem ao dispor uma máquina de fundição centrífuga, a NEUTRODYN EASYTI Manfredi (ilustrada na Figura 1), através de uma máquina de fundição por indução dentária em laboratório. A aplicação da fundição por indução centrífuga foi bem sucedida na produção de micro componentes de uma liga CoCrMo; no entanto, o desafio foi o desenho do sistema de revestimento; além disso, a composição do molde cerâmico influenciou a rugosidade
J.B. Parka, J.-Il Leeb, and J. Ho Ryu, 2017 Microstructure of titanium aluminide prepared by centrifugal investment casting for automotive turbocharger, Journal of Ceramic Processing Research, 18 5 p. 399-403 Li Yang et al, 2015 Numerical simulation and experimental verification of gravity and centrifugal investment casting low pressure turbine blades for high Nb–TiAl alloy, Intermetallics 66 p. 149-155 Li Jun-Tao et al 2002, Application research of centrifugal investment cast TiAl component used for advanced aircraft engine, Transactions of Nonferrous Metals Society of China 12 4 P.X. Fu et al 2007, Centrifugal casting of TiAl exhaust valves, Intermetallics 16 p. 130-138 S. Mohapatra, H. Sarangi and U. Kumar Mohanty, 2020 Effect of processing factors on the characteristics of centrifugal casting, Manufacturing Rev. 7 26
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TECNOLOGIA
EQUIPAMENTOS . PROCESSOS . CONHECIMENTO EQUIPMENTS . PROCESSES . EXPERTISE
EFICIÊNCIA NO PROCESSO DE SETUP NA PRODUÇÃO DE PEÇAS UNITÁRIAS
CIBERCRIME – QUE CRIMES? O SISTEMA MES COMO UMA FERRAMENTA DE APOIO AO LEAN MANUFACTURING RUMO À PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA DA INDÚSTRIA DE MOLDES
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TECHNOLOGY /
EFICIÊNCIA NO PROCESSO DE SETUP NA PRODUÇÃO DE PEÇAS UNITÁRIAS Tiago Ferreira * * Consultor Tebis Consulting
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De acordo com o estudo de benchmarking da Tebis Consulting, foram registadas cerca de 600 horas de inatividade de máquina devido a atividades de setup de peças por ano, por máquina.
Para não cair num “ativismo” desmedido, o tópico tem de ser abordado de forma estruturada.
No inquérito realizado em março deste ano a 70 administradores, uma das questões foi: "Considera / / Tiago Ferreira necessário aumentar a eficiência do processo de setup até 2021?" - Os dados fornecidos referem que mais de 60% consideram necessário um aumento de eficiência de 10% a 15%. Questionou-se ainda qual o objetivo dos tempos de setup até 2021. A resposta foi clara: 85% querem ou precisam de ter as máquinas em uso durante pelo menos 3.500 horas por ano. (Tempos fora do pico não estão incluídos).
Os pneus representam a ligação entre o veículo e a estrada. Sem esta ligação funcional, a potência não entrará na estrada. O condutor também deve estar envolvido. Tem a compreensão e, normalmente, muitos anos de experiência.
Se compararmos o processo de produção completo a um carro, então a atividade de setup de peça seria os pneus e a atividade de trabalhar com as máquinas seria o condutor.
E é exatamente disso que se trata o nosso artigo. Como é criado um processo de setup funcional, na produção? Como é que obtemos “potência da máquina”? No início de cada processo de otimização, é necessário um registo
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/ / Figura 1. Fonte: Tebis Consulting.
detalhado das atividades existentes e das condições de fronteira. Para o efeito, recomenda-se uma lista em Excel preenchida por uma equipa de projeto definida e que, em seguida acompanha todo o processo de implementação do projeto. Mantendo a comparação entre o processo de setup de peças e os pneus, deve ser definido para qual terreno é que o carro é construído, bem como a superfície correspondente? Na produção, estas condições de fronteira correspondem a uma classificação de componentes. Que tipo de componentes estão disponíveis e em que máquina são processados? Idealmente, a classificação de componentes já deve existir no próprio design da ferramenta. Sabe-se agora quais os componentes (tamanho, peso, requisitos, fixações, etc.) em que máquina e com que frequência. A fim de permanecer na comparação pictórica anterior, isto significa que são conhecidas as características do veículo, superfície, comprimento da rota, condutor e requisitos. Em seguida, o orçamento deve ser clarificado e o sistema de fixação único pode ser uma solução própria ou de compra. Sendo que existem cerca de 50 fabricantes diferentes de soluções de fixação, esta seleção é tudo menos simples e, claro, não temos duas chances de acertar bem à primeira. A ideia clara de como deve ser o processo de setup, incluindo números, dados, factos, facilita o contacto com os fabricantes. É importante ter uma base de avaliação, como por exemplo, uma folha de cálculo do Excel. O principal objetivo do procedimento descrito é tomar uma decisão analítica em vez de uma decisão intuitiva. Na pior das hipóteses, esta decisão é tomada por uma única pessoa que não está em contacto direto com a prática.
Depois de uma decisão bem fundamentada sobre se será uma solução própria ou de compra, é altura da implementação prática. É importante que esta seja vista como um projeto de cliente. O erro mais comum em tais otimizações internas é negligenciar completamente as consequências. Como resultado, o projeto é desde logo condenado ao fracasso. Em termos concretos, isto significa que o período de execução, as responsabilidades, as reuniões regulares e os resultados provisórios têm de ser monitorizados e apresentados de forma transparente. Do mesmo modo, o progresso do projeto deve fluir para a gestão. Desta forma, contribuiu-se para a prática de apresentação de relatórios e para uma maior responsabilização por parte dos colaboradores. A conclusão do projeto, incluindo a avaliação do mesmo, é mais um marco, que faz, naturalmente, parte do projeto. O objetivo é obter números o mais fiáveis possíveis, após o projeto. Também aqui se aplica o lema: números, dados, criar factos. Em resumo, pode dizer-se que esta abordagem deve ser aplicada igualmente a quase todas as otimizações na empresa. A experiência de muitos projetos tem demonstrado que, no passado, os colaboradores têm pouca ou nenhuma experiência de como tais projetos de otimização funcionam. Esse facto é frequentemente interpretado como falta de motivação. Os projetos de implementação, portanto, começam com o supervisor, que é responsável por formar os funcionários adequadamente. Caso contrário, o funcionário escolherá sempre o que pode fazer melhor ou o que faz há anos. Na xs www.tebis-consulting.com encontram-se disponíveis estes e outros estudos e artigos relacionados com as melhores práticas industriais.
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CIBERCRIME – QUE CRIMES? 64
Brigada de Investigação de Criminalidade Informática da Polícia Judiciária de Leiria
Caracterizados que estão os diversos tipos de ataques informáticos mais frequentes, irá a presente rubrica debruçar-se sobre a tipificação penal dos crimes subjacentes, bem como dar uma panorâmica de que tipos de crime podem ser cometidos com recurso às Tecnologias de Informação (TI). Os artigos invocados não vão ser escritos na íntegra, sob pena de tornar a leitura pesada, pelo que se sugere que a informação constante nesta rubrica seja complementada com a consulta da Lei do Cibercrime, disponível em: https://dre.pt/dre/legislacao-consolidada/lei/2009-128879174 Ter em consideração também que qualquer Lei é de caráter abstrato e generalista, de forma a poder ser usada em todas as situações. Tal resulta, com as limitações óbvias, que tipos de crime semelhantes possam ser enquadrados ou classificados, penalmente, de formas diferentes pela Autoridade Responsável. Da consulta à Lei do Cibercrime facilmente se conclui que as penas aplicadas a cada um dos tipos de crime elencados acabam por ser bastante semelhantes, tendo uma variação pouco acentuada, independentemente do enquadramento legal dado ao ilícito.
QUE CRIMES SÃO PRATICADOS COM RECURSO ÀS TI’S?
A pena aplicada passa a ter um máximo de dez anos, se o prejuízo causado for superior a 20.400€, ou se os alvos forem infraestruturas sociais críticas: saúde, segurança ou serviços públicos. *MO vulgarmente conhecido por “Ramsomware”. Alfa e Beta, ao acederem a sistemas informáticos sem para tal estarem autorizados pelos proprietários, cometem cumulativamente, o crime de acesso ilegítimo, (Artº 6º) punido com pena de prisão até um ano - vulgo “Hacking”. Se o valor do benefício obtido com o acesso ilegítimo for superior a 20.400€, a pena é elevada, no seu máximo, para cinco anos de prisão. III – Beta envia uma mensagem de correio eletrónico não solicitado, vulgo “Phishing”, para um empregado de uma empresa do sector da contabilidade, contendo um anexo que, à primeira vista, parece uma fatura em formato digital pdf, mas que na realidade contém software malicioso. Ao abrir esse anexo para tentar consultar a “fatura”, é instalada uma aplicação informática no PC, que monitoriza toda a atividade do teclado e a envia para um servidor sob o controlo de Beta.
I - Alfa acede ao sistema informático de uma empresa, sem autorização. De seguida consegue obter acesso ao sistema de correio eletrónico da empresa e inteirar-se do seu conteúdo.
Na posse da informação digitada no teclado, da qual faziam parte as credenciais de acesso ao banco online da empresa, Beta transfere dali dinheiro para uma conta bancária sob a sua alçada.
Nas mensagens de correio eletrónico da empresa altera o IBAN da organização (aquele que é enviado em todas as faturas aos clientes), para um IBAN de uma conta bancária diferente, da qual Alfa tem o controlo. Tal tem como resultado que diversos pagamentos sejam enviados para o IBAN de Alfa.
Ao exfiltrar dados informáticos do seio do sistema informático da empresa, Beta comete o crime de interceção ilegítima, (Artº 7º) punido com um máximo de três anos de prisão.
A manipulação de dados informáticos para a produção de documentos não genuínos, com a intenção de que estes sejam usados para finalidades juridicamente relevantes, é considerada Falsidade Informática (Artº 3º), punida com pena de prisão no seu máximo de cinco anos. *MO (modus operandi) vulgarmente conhecido por “Man-In-TheMidle”. II - Beta, após aceder ao sistema informático de uma empresa, cifra todos os dados respeitantes à sua atividade. Para a reversão da cifra, é necessária uma palavra passe que só Beta detém.
O envio de mensagens de correio eletrónico de Phishing, bem como a utilização das credenciais de acesso à conta bancária da empresa por Beta, configura a prática de dois crimes de falsidade informática. Os ilícitos praticados com recurso às TI’s não são punidos exclusivamente no âmbito da lei do Cibercrime. Existem outros diplomas legais que também penalizam este tipo de condutas: 1- Alfa, em I e Beta em III, ao utilizarem contas bancárias para tramitar dinheiro de proveniência ilícita (falsidade informática, acesso ilegítimo e interceção ilegítima), cometem cumulativamente, o crime de branqueamento de capitais, punido pelo Artº 368.º-A do Código Penal, com pena de prisão até 12 anos.
A destruição de dados, ou torná-los inacessíveis, é enquadrada como a prática de Sabotagem Informática (Artº 5º), punida com uma pena de prisão até cinco anos.
Quem, sob qualquer forma de comparticipação e com conhecimento, auxiliar a prática do ilícito, por exemplo disponibilizando a sua conta bancária ou efetuando operações bancárias naquelas contas, comete o mesmo ilícito e está sujeito à mesma moldura penal.
É também Sabotagem Informática a venda, distribuição ou disseminação por qualquer forma de programas informáticos, ou dados informáticos, destinados a produzir os resultados anteriores.
Estas punições têm lugar mesmo que não seja conhecido o local da prática dos factos, ou mesmo tendo estes sido cometidos no estrangeiro.
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Link para o diploma legal: h t t p s : // d r e . p t / d r e / l e g i s l a c a o - c o n s o l i d a d a / d e c r e t o lei/1995-34437675 2 – Alfa trabalha para a firma Lambda. Para executar o seu serviço, acede a bases de dados com informação sobre clientes da firma. A informação contida na base de dados é propriedade da firma e Alfa só pode consultá-la e usá-la no desempenho das suas funções. A determinada altura, Alfa demite-se da firma e constitui a sua própria firma, perfeitamente distinta de Lambda, não tendo as duas sociedades qualquer ligação. Nessa nova firma, Alfa utiliza a informação contida na base de dados dos clientes da Lambda, da qual fez uma cópia antes de se demitir. Ao utilizar esta informação, Alfa está a cometer, entre outros: O crime de abuso de confiança, previsto e punido pelo Artº 205º, do Código Penal Português, punido com pena de prisão até três anos; O crime de Não cumprimento de obrigações relativas a proteção de dados, previsto e punido pelo Artº 43º da Lei de Proteção de Dados Pessoais (Lei 67/98 de 26/10), punido no seu máximo com um ano de prisão. Link para o diploma legal: https://dre.pt/dre/detalhe/lei/67-1998-239857 Paralelamente à condenação pelo crime, os autores de ilícitos penais podem ser condenados na pena acessória de indeminização cível aos lesados, em quantia determinada pelo Tribunal. Se os ilícitos forem praticados em conjunto, por três ou mais pessoas que que façam parte de um grupo organizado para a prática de crimes, podem também ser condenados pelo crime de associação criminosa, previsto e punido pelo Artº 299º, do Código Penal Português: Os elementos do grupo podem ser condenados a uma pena de prisão até cinco anos e as chefias em pena de prisão até oito anos. Link para o diploma legal: h t t p s : // d r e . p t / d r e / l e g i s l a c a o - c o n s o l i d a d a / d e c r e t o lei/1995-34437675 Cada vez que a conduta do autor preenche o tipo de crime praticado, é contada como a prática de mais um crime do mesmo tipo: Alfa ao aceder ao sistema informático de uma empresa e de seguida ao correio eletrónico, comete dois crimes de acesso ilegítimo. Se, no espaço de um mês entrar no sistema informático da empresa e no correio eletrónico dez vezes, são tantas outras vezes que comete este tipo de ilícito. Tal é válido para os vários crimes elencados, i.e., sabotagem informática, falsidade informática etc., excetuando-se o crime de associação criminosa. Nota final: O objetivo desta rúbrica foi dar uma perspetiva bastante simples e prática dos ilícitos penais e respetivas punições, associados aos tipos de ataques informáticos mais comuns ao tecido empresarial da região. Para o efeito, foi tentado estabelecer e manter o equilíbrio entre a realidade dos factos e os conceitos jurídicos, de forma a transmitir a mensagem com clareza.
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O SISTEMA MES COMO UMA FERRAMENTA DE APOIO AO LEAN MANUFACTURING RUMO À PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA DA INDÚSTRIA DE MOLDES Manuel Ángel García Fernández * * Diretor Comercial Zona Oeste | Ibermática Industria
Hoje e cada vez mais, na indústria de moldes, há uma necessidade crescente de metodologias e ferramentas estratégicas para incrementar a eficiência, rentabilidade e competitividade dos processos produtivos das empresas, face a um mercado claramente globalizado e concorrencial, com enormes exigências ao nível da qualidade dos produtos, prazos de entrega e otimização de recursos – com o menor dispêndio de tempo e custos. É necessário encontrar as soluções mais adequadas aos requisitos deste sector e, em particular, de cada empresa – de pouco serve implementar sistemas genéricos que não se ajustem especificamente às características singulares deste mundo industrial, pois certamente as expectativas serão muito elevadas e os resultados provavelmente pouco animadores.
O QUE É O 5S LEAN? O 5S um método Lean e uma das fundações do Kaizen, que consiste em cinco passos consecutivos que promovem a produtividade e eficiência dos processos produtivos. A metodologia a 5S Lean é uma metodologia ou filosofia de trabalho de origem japonesa, sendo constituída por cinco pilares estratégicos, nomeadamente:
• melhorar a segurança; • fornecer a base correta para a implementação de processos de produção otimizados. Para além das empresas industriais, a sua aplicação também tem sido utilizada em outros tipos de empresas, tais como: empresas de serviços, de manutenção, hospitais, associações, centros educativos, entre outros.
COMO SE APLICA CADA UM DESTES 5S? Antes de mais, gostaríamos de clarificar que o método 5S é bastante simples de compreender, embora bastante difícil de aplicar - isto porque, é realmente necessária uma mudança da cultura de trabalho dentro da empresa, para que seja possível implementar corretamente esta filosofia, ser sustentável e perdurar no tempo. Em seguida, iremos apresentar como cada um destes pilares é aplicado na empresa: Seiri = eliminar objetos inúteis no local de trabalho. Certamente, já se deu conta várias vezes de áreas de trabalho que se encontram sobrecarregadas com objetos desnecessários, nomeadamente: • ferramentas; • máquinas; • equipamentos; • documentos; • peças. Geralmente, guardamos estes objetos porque acreditamos que um dia poderão ser-nos úteis. No entanto, esta situação leva-nos a acumular objetos, que acabam por impactar (negativamente) o nosso trabalho diário. Se multiplicarmos esta situação por cada posto de trabalho, chegaremos à conclusão que existe uma acumulação de resíduos desnecessários, o que leva a custos mais elevados no processo de produção. Seiton = ordenar os objetos úteis.
Esta metodologia de trabalho foi implementada inicialmente na Toyota, nos anos 60, e disseminou-se de forma generalizada em virtude das melhoria de eficiência verificadas em toda a organização.
QUAL O OBJETIVO DO 5S LEAN? Cada um dos pilares atrás referenciados tem um objetivo específico, visando: • organizar o trabalho de forma a minimizar os desperdícios; • assegurar que todas as áreas de trabalho estão limpas e organizadas; • aumentar a produtividade;
O segundo "S" diz respeito ao segundo passo: uma vez eliminados os elementos inúteis, há que ordenar de determinada maneira cada um dos objetos de trabalho, especificamente: • ordenar; • localizar; • identificar. O objetivo é que cada um destes elementos possa ser facilmente encontrado por quem quer que deles necessite. Desta forma, será possível obter os seguintes resultados: • poupar tempo na pesquisa;
• minimizar ou eliminar problemas de qualidade; • economizar em movimentos desnecessários. Seiso = limpar. Esta terceira fase consiste em identificar e eliminar qualquer fonte que gere sujidade no local de trabalho, para que este e todos os elementos que o compõem estejam sempre em condições ótimas para uma utilização posterior. Uma vez efetuada esta limpeza, será necessário assegurarmonos de que continuamos a manter uma limpeza preventiva, para evitar danos nos processos a realizar e, assim, evitar que o posto de trabalho se suje novamente. Seiketsu = standardizar. A quarta fase não constitui uma ação como as três anteriores, mas um estado que é gerado depois de se ter conseguido aplicar as três primeiras fases (Seiri, Seiton e Seiso). Ou seja, em seguida, surge o processo de standardização, criado para estabelecer o hábito de cumprir as 3 primeiras fases. Shitsuke = disciplina. Este quinto pilar não é diretamente visível, nem mensurável – é uma forma de estar, o foco patente na mente de cada um dos colaboradores da empresa: a disciplina. É possível medi-la por sensações, observando o comportamento de um colaborador, a sua forma de estar, entre outros. Pode ser definida como algo cultural – uma vez que, a cultura japonesa
valoriza a disciplina -, mas também é algo possível de alcançar com a motivação certa.
QUAL A RELAÇÃO ENTRE A METODOLOGIA 5S LEAN E O LEAN MANUFACTURING? Hoje em dia, as ferramentas de Lean Manufacturing estão ao alcance de qualquer empresa que pretenda implementar mudanças para melhorar a sua produtividade e eficiência. Os 5S da metodologia Lean são o pilar do Lean Manufacturing. No entanto, existem outras ferramentas relacionadas com esta filosofia de fabrico.
QUAIS AS FERRAMENTAS DE LEAN MANUFACTURING? Para além dos 5S - a ferramenta mais utilizada no Lean Manufacturing, existem também outras ferramentas ou metodologias para melhorar a produção e eficiência dos processos produtivos, nomeadamente: • Manutenção Produtiva Total (TPM – Total Productive Maintenance); • Fluxo contínuo ou One Piece Flow; • Housekeeping; • Kanban; • Automatização de tarefas; • Poka Yoke; • Value Stream Mapping (VSM).
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COMO IMPLEMENTAR AS FERRAMENTAS DE LEAN MANUFACTURING NA INDÚSTRIA DE MOLDES? O objetivo do Lean Manufacturing é otimizar os processos de produção - um dos enormes e mais exigentes desafios da indústria de moldes: eliminar desperdícios, gerar mais valor para o cliente e criar produtos de melhor qualidade - utilizando menos dinheiro, esforço e tempo. Para se atingir este objetivo, é necessário seguir alguns passos, que permitam implementar as ferramentas de Lean Manufacturing.
seus recursos. Nas suas funções, é possível estipular - entre outros: • fluxos de trabalho; • consumos de materiais; • parâmetros de qualidade; • atribuição de tarefas; • manutenção de máquinas; • ordens de trabalho; • documentação.
1 - Diagnóstico
QUAIS AS VANTAGENS DE UM SISTEMA MES?
Nesta primeira fase, é necessário efetuar-se uma autoavaliação dos sistemas e processos da empresa; terminada esta autoavaliação, é necessário estabelecer prioridades – o objetivo é organizar antes de se iniciar o processo.
O Manufacturing Execution System - mais conhecido por MES oferece várias vantagens:
2 - Implementação de alterações Nesta fase, o objetivo é eliminar desperdícios, reduzindo inventários desnecessários, encurtando os ciclos de produção e acelerando o tempo de resposta. 3 - Controlo Nesta fase, é necessário ter controlo sobre o lean management. Para esse efeito, é necessário conhecer a opinião dos nossos clientes e fornecedores - esta é a única forma de estar alinhado em toda a cadeia de valor. Por outro lado, também é aconselhável estabelecer determinados KPI para os poder monitorizar de acordo com métricas bem estabelecidas. 4 - Standardização Nesta fase, o que se pretende é estabelecer procedimentos e disseminá-los para as diferentes áreas. Assim, quanto mais organizado for o espaço de trabalho - seja ele qual for, mais eficiente será o colaborador; e, ainda, quanto mais standardizada for a organização do espaço de trabalho, mais eficiente será o sistema.
BENEFÍCIOS DO LEAN MANUFACTURING. Adotar e promover ferramentas de Lean Manufacturing será essencial para aumentar o desempenho e produtividade, reduzindo os custos e garantindo melhor qualidade no produto final. No que diz respeito ao setor industrial, especificamente à produção, a eficiência operacional é de facto um dos objetivos que mais impulsiona o mercado de soluções Lean Manufacturing.
O SISTEMA MES COMO UMA FERRAMENTA DE APOIO AO LEAN MANUFATURING RUMO A UMA MAIOR PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA NA INDÚSTRIA DE MOLDES. Entre as ferramentas de apoio ao Lean Manufacturing, podemos encontrar os sistemas MES, como um método de otimização da gestão dos processos produtivos, que ajudam a gerir, controlar e monitorizar a produção e seus operadores de forma eficiente e em tempo real, possibilitando atuar com rapidez em consequência da informação fidedigna que nos disponibiliza.
O QUE É UM SISTEMA MES? Um sistema MES é um software que permite reduzir os tempos e custos de produção, através da utilização da análise de dados da fábrica – o que permite monitorizar a produção segundo um planeamento preestabelecido, aumentando, assim, a eficiência dos
• integração de sistemas; • controlo automático de tarefas; • redução de custos; • rastreabilidade e análise de dados; • apoio ao planeamento; • segurança e proteção dos dados da produção; • redução de papel; • eliminação da duplicação de dados e tarefas; • melhoria quanto ao conhecimento dos processos produtivos; • promoção de uma comunicação fluída.
QUE SISTEMA MES É O MAIS ADEQUADO PARA UMA EMPRESA DA INDÚSTRIA DE MOLDES? Existem inúmeros sistemas MES no mercado, alguns mais generalistas e outros concebidos especificamente para cada sector. Na Sqédio/Ibermática, em função da experiência adquirida ao longo de mais de 25 anos, acompanhados por profissionais especializados no sector industrial, acreditamos que um sistema MES deve: • ser desenvolvido especificamente para cada sector e incorporar, a priori e de forma padrão, as funcionalidades necessárias para dar resposta às características particulares de cada indústria – ainda que adaptável aos requisitos de cada empresa; • integrar-se facilmente com as restantes soluções empresariais (nomeadamente, com o sistema de ERP, gestão de projetos) e áreas – da engenharia à fábrica, passando pela gestão; • ser modular e escalável, de forma a poder dar flexibilidade à empresa de acordo com a sua evolução e crescimento; • disponibilizar informação rigorosa, fiável e em tempo real, de forma a permitir uma tomada de decisão baseada em dados e a melhoria contínua dos processos; • fornecer documentação atualizada no posto de trabalho e de acordo com a função de cada colaborador; • apresentar a informação de forma gráfica, em dashboards, permitindo decisões rápidas e sem papel. Neste sentido, um sistema MES vai permitir às empresas da indústria de moldes maximizar a qualidade, ganhar eficiências, reduzir tempos e custos de produção e otimizar recursos, incrementando exponencialmente a sua competitividade no mercado. São, assim, evidentes e claras as vantagens primordiais da implementação de um sistema MES na indústria de moldes, no sentido de reforçar e alavancar o desenvolvimento estratégico deste sector, bem como promover o seu sucesso e visibilidade, tanto a nível nacional, como internacional. Nas palavras de João Ribeiro, Diretor Geral da Sqédio | Grupo Ibermática, “para as empresas nacionais da indústria de moldes, o futuro prevêse desafiante, mas, como sempre demonstraram no passado, estas têm a capacidade para se adaptar e competir entre os melhores no mercado internacional de moldes e de injeção de materiais plásticos”!
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NEGÓCIOS
ECONOMIA . MERCADOS . ESTATÍSTICAS ECONOMY . MARKET INFORMATION . STATISTICS
COMUNICAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE
EMAIL MARKETING: O SEU NEGÓCIO B2B NÃO PODE VIVER SEM ELE
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COMUNICAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE Vítor Ferreira * * Diretor Executivo da Startup Leiria e docente do Politécnico de Leiria
Comunicar um programa de sustentabilidade (que a maioria das empresas deveria estar hoje a procurar desenvolver) tem enormes benefícios. Uma comunicação bem elaborada pode ser uma ferramenta poderosa, que permite envolver os colaboradores e impulsionar a mudança interna para a sustentabilidade, mas também despertar o interesse dos stakeholders nos grandes objetivos sustentáveis. Por outro lado, a comunicação pode ajudar as empresas a ganhar vantagem competitiva, pois a sua posição em questões sociais e ambientais diferencia-as dos concorrentes. A comunicação dos esforços de sustentabilidade também ajuda a enfrentar desafios crescentes, como as novas regulamentações de “reporting”, a redução da confiança dos consumidores nas marcas e uma atenção mais minuciosa dos investidores. Hoje, a norma para as empresas é a comunicação do seu progresso de sustentabilidade.
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Os consumidores preferem cada vez mais marcas sustentáveis, com um terço dos consumidores a optar por comprar marcas que acreditam ter um impacto social e ambiental positivo. Independentemente de onde as empresas operam é provável que governos, reguladores financeiros ou bolsas de valores venham a estabelecer regras e recomendações de relatórios de sustentabilidade que afetarão todas as empresas. É improvável que esta tendência seja revertida, por isso é fundamental entender que qualquer empresa deve não só iniciar programas de sustentabilidade, como comunicar e relatar os seus esforços. Ao cumprir os requisitos de relatórios obrigatórios ou voluntários hoje, a empresa estará mais bem posicionada para responder aos novos requisitos regulamentares amanhã. Esta inevitabilidade é ainda mais óbvia no contexto do “Green Deal” da UE, centrado num mundo mais sustentável e na liderança europeia dessa mudança. Simultaneamente, uma história de sustentabilidade é um ótimo caminho para envolver os colaboradores.
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A sustentabilidade ajuda a construir o senso de propósito e orgulho dos colaboradores no que a empresa faz coletivamente, motivandoos a atingir a estratégia global da mesma. Por outro lado, também melhora a proposta de valor para o empregador, permitindo atrair os melhores talentos, já que as pessoas querem cada vez mais trabalhar para empresas que têm um propósito além do lucro. Nos EUA, 75% dos trabalhadores da “geração do milénio”, ao decidir para quem trabalhar, consideram os compromissos sociais e ambientais da organização e, cerca de 66%, não aceitam trabalhar para uma empresa sem práticas de sustentabilidade.
COMO COMEÇAR? Responder a questões-chave para entender o status atual da sua empresa.
HISTÓRIA Há quanto tempo a sua empresa atua em sustentabilidade? A sustentabilidade é nova para a sua empresa ou está consolidada no seu negócio? Em que melhorias tem trabalhado?
ESTRATÉGIA Que questões sua estratégia de sustentabilidade cobre? Todos os tópicos materiais são abordados na sua estratégia? A sua abordagem vai além da monitorização da conformidade com os padrões básicos? A empresa tem ambições e marcos de sustentabilidade bem definidos para atingir seus objetivos? Todos a organização está ciente dos seus alvos?
DESEMPENHO A empresa consegue medir o âmbito e o impacto dos seus programas de sustentabilidade? A empresa tem processos em vigor para monitorar, medir e relatar o progresso?
GOVERNANÇA A gestão de topo está a bordo do programa? Sentem-se à vontade para falar sobre as iniciativas de sustentabilidade? A empresa dedicou recursos suficientes para atingir seus objetivos de sustentabilidade? Quais mecanismos que a empresa tem para se envolver com as partes interessadas e recolher feedback?
COMPREENDER O CENÁRIO REGULATÓRIO Existem requisitos de relatórios obrigatórios e voluntários em quase todos os continentes, com cerca de 400 instrumentos de política em todo o mundo. Os requisitos cobrem uma série de tópicos ambientais, sociais e de governança e se aplicam a organizações de
todos os tamanhos e propriedades. Para identificar seus requisitos de relatórios relacionados à sustentabilidade, considere o seguinte:
LOCALIZAÇÃO Verifique as exigências dos governos, reguladores financeiros, bolsas de valores e associações do sector onde a empresa opera. Isso provavelmente se estenderá fora do país onde a sua empresa está sediada. Por exemplo, no Reino Unido, o “Modern Slavery Act 2015”, exige que as empresas divulguem uma declaração sobre escravidão e tráfico de pessoas - isso afeta qualquer empresa de um determinado tamanho que faça negócios no país, não apenas aquelas ali sediadas. De acordo com a lei francesa do “Dever de Vigilância”, todas as empresas francesas com mais de 5.000 funcionários ou todas as empresas que operam na França com mais de 10.000 funcionários, devem fornecer uma visão geral das medidas tomadas de acordo com um posto de vigilância.
SECTOR Alguns requisitos são específicos para commodities, por exemplo, a regulamentação da UE sobre o fornecimento responsável de minerais, rastreio de áreas de conflito de alto risco, exige que as entidades que importam acima de um determinado limite conduzam due diligence e relatem a partir de 2021.
TAMANHO Muitos regulamentos têm como alvo empresas de um certo tamanho, muitas vezes definido pela rotatividade da empresa ou número de funcionários. Por exemplo, a “Diretiva de Relatórios Não Financeiros” da UE aplica-se a grandes empresas com mais de 500 funcionários. Lembre-se de que a imagem da sua empresa de conformidade pode crescer e mudar à medida que sua empresa muda.
QUESTÕES Considere quais questões de sustentabilidade são mais relevantes (“materiais”) para o seu negócio – Isso pode incluir divulgação sobre uma ampla gama de questões, incluindo “pegada de carbono”, diversidade e igualdade de género, saúde e segurança e gestão responsável da cadeia de abastecimento. Existem empresas especializadas no mercado que o podem ajudar nesta jornada, mas é fundamental começar o quanto antes. É imperioso que todas as empresas percebam que devem não só iniciar verdadeiros esforços de sustentabilidade, como devem comunicar esse empenho – caso contrário, arriscam a perder a sua própria sustentabilidade económica.
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EMAIL MARKETING: O SEU NEGÓCIO B2B NÃO PODE VIVER SEM ELE Jayme Kopke * * Hamlet - Comunicação de Marketing B2B
O email marketing é uma das armas mais poderosas para o seu marketing digital, especialmente se a sua empresa opera num mercado business-to-business (B2B). Apesar de muita gente já ter anunciado para ontem o seu desaparecimento ou substituição por outras tecnologias, o email insiste. E vai continuar a ser cada vez mais importante para o seu negócio B2B. Descubra porquê. Todos os anos, quando se fazem as previsões para o marketing digital, há alguém a profetizar que o email marketing vai sair de moda. Ano após ano, porém, a profecia fica adiada: o email continua a ser um dos instrumentos mais poderosos para gerar negócios. Por que será? A principal razão é que o email continua mais presente do que nunca no dia a dia de todos nós. Toda a gente o usa e, pelo que os números indicam, continuaremos a usá-lo cada vez mais. A fonte mais citada é um estudo do Radicati Group, que regista 3,8 mil milhões de utilizadores de email em 2018. E a tendência é para cima: em 2022, a expectativa é de já serem 4,2 mil milhões de utilizadores! Segundo o mesmo estudo, empresas e indivíduos enviaram, em 2018, 281 mil milhões de emails… por dia! Em 2022, todos os dias deverão ser 333 mil milhões.
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• É instantâneo: mal foi enviada, a sua mensagem já chegou ao destino; • É multimédia: torna fácil enviar textos, imagens, vídeos, áudio, mensagens pessoais, notícias, argumentários de produto… Tudo o que a sua mensagem exigir; • É fácil de segmentar de acordo com o perfil e o comportamento de quem o recebe; • É automatizável: permite programar de uma só vez os seus envios para que vão acontecendo nas datas agendadas. Ou então programá-los como resposta automática a algum comportamento pré-definido do seu destinatário. Se ele clicou num certo link do seu site, se abriu (ou não abriu) determinada mensagem, zapt: recebe um email com a mensagem correspondente; • Traz resultados mensuráveis: como todas as ferramentas digitais, o email permite registar e quantificar todos os passos do seu marketing. Quantos emails enviou, a quem, quantos chegaram ao destinatário, quantos foram abertos, clicados, quantos geraram respostas, …; • Permite fazer testes e ir melhorando continuamente os seus resultados.
Os números falam por si, mas para a ideia ficar ainda mais concreta basta olhar para o seu próprio comportamento.
Sendo um veículo tão fácil de ser usado em massa, o email é, ao mesmo tempo, pessoal e íntimo.
Com que frequência usa o email? Se é como a maioria dos adultos, não passa um dia sem o usar, e até muitas vezes por dia. Se trabalha num escritório, com o PC à frente, aposto que nem chega a fechar a sua caixa de correio.
Ainda que enviado para milhares de pessoas, um email em meu nome é mesmo para mim. Quando entra na minha caixa de correio, não corre o risco de não me ser exibido, como acontece com um post nas redes sociais.
Mas há mais. Experimente inscrever-se para qualquer serviço online: uma rede social, um serviço de mensagens, o acesso a uma loja ou aplicação. Qual é a primeira coisa que lhe pedem? Pois é, o seu email. Já viu que vai ser mesmo difícil deixar de o usar. Tudo isto torna o email, de longe, a forma mais certeira de atingir todo o tipo de audiências. Se alguém lhe quiser vender alguma coisa, o melhor canal para o fazer é via email. A probabilidade de o alcançar aí, principalmente se não quer gastar uma fortuna, será bem maior do que através do seu jornal preferido (caso ainda leia algum) ou de algum canal de televisão.
BAIXO CUSTO, MUITAS VANTAGENS A consequência de ser um meio de comunicação tão universal é que, para o seu marketing, o email é uma bênção: • É acessível, ou até gratuito, mesmo quando enviado a milhares de pessoas; • É rápido de pôr na rua;
Esta é a sua vantagem e, ao mesmo tempo, a sua maior fragilidade: a caixa de entrada é um espaço privado, mas, ao mesmo tempo, fácil de violar. Nesse espaço pessoal, as suas mensagens de marketing entram com facilidade. É verdade que, por serem mensagens de marketing, serão sempre recebidas com alguma suspeita. Mas esta não é uma sentença de morte para os seus emails, é só uma resistência com que tem de trabalhar. A suspeita será bem menor, por exemplo, quando as mensagens estão ali porque o remetente – você – pediu e obteve permissão para as enviar. Um email desse remetente, mesmo quando enviado em massa, já não é um anúncio que interrompe: em alguns casos até pode ser aguardado com expectativa. Digo “pode” porque não é automático: todos nós recebemos newsletters e publicações que subscrevemos, mas que depois, mesmo assim, apagamos sem ler. Há certamente um trabalho a fazer para que os seus emails sejam não apenas recebidos, mas abertos e lidos. Mas o simples facto de serem admitidos na caixa de correio – o espaço privado do seu público-alvo – já é uma vantagem.
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IDEAL PARA O BUSINESS-TO-BUSINESS
custos astronómicos. Entre outros benefícios, permite:
O B2B sempre foi uma espécie de patinho feio da comunicação de marketing. Os seus orçamentos são mais apertados do que os das marcas de grande consumo, e as suas audiências também. Os meios tradicionais da publicidade, que são também os mais sexy – televisão, rádio, imprensa, cartazes – raramente compensam para chegar à audiência típica do business-to-business, que não é normalmente de milhões, mas no máximo de uns milhares de decisores.
• Comunicar com públicos numerosos e sem limites geográficos;
O email não põe este problema: qualquer que seja o tamanho da sua base de dados, o custo de mandar um email é reduzido. Mesmo que seja preciso segmentar essa audiência em frações ainda mais pequenas, com mensagens diferenciadas para cada segmento, com o email isto continua a ser bastante fácil. Outra vantagem do email para públicos profissionais é que, tipicamente, as decisões de compra de um cliente empresarial exigem bastante informação. O email permite distribuir essa informação com a frequência e a profundidade que for preciso. É perfeito quando a sua venda não acontece apenas na base da emoção e do impulso, mas depende de demonstrar o seu know-how e fiabilidade. Ou quando é preciso explicar, em grande detalhe, as vantagens do seu produto, o que é muitas vezes o caso nas vendas a empresas ou profissionais.
UMA FERRAMENTA, MUITAS FUNÇÕES Barato, versátil, flexível, ao mesmo tempo personalizado e massificado, o email pode ter um papel decisivo no seu marketing business-to-business. Ou, antes, muitos papéis: • Pode ser uma ferramenta de visibilidade, divulgando a sua marca ou gerando tráfego para o seu site. Ajuda a manter o contacto e cultivar o relacionamento com antigos ou atuais clientes, ou com aqueles que ainda está a tentar conquistar. Sendo perfeito para partilhar o seu know-how, permite-lhe posicionar-se como especialista; • Por funcionar em dois sentidos, permite também que a sua comunicação não seja um monólogo, mas uma verdadeira conversa. O que torna ainda mais fácil ir ganhando a confiança do seu potencial cliente, à medida que lhe vai dando mostras palpáveis da sua cultura de serviço, da forma como pensa, dos problemas que já resolveu para outros clientes; • E tudo isto para quê? Para vender, é claro. O email não é só um excelente canal para a pré-venda, a fase em que estabelece a sua reputação e cria um relacionamento de confiança. É também ótimo para a venda propriamente dita. Permite divulgar a sua oferta, gerar pedidos de informação, insistir… Tudo o que um bom profissional de vendas poderia fazer ao telefone ou em carne e osso, só que o email permite fazê-lo para muito mais gente ao mesmo tempo, com muito menos custos.
A PORTA DE ENTRADA PARA A REVOLUÇÃO DIGITAL Uma vantagem adicional, que torna o email marketing um verdadeiro divisor de águas para muitas empresas, é que através dele se estreiam, sem grande esforço, na revolução digital. Isto pode significar uma nova maneira não só de fazer marketing, mas de olhar para o seu próprio negócio. Incorporar os canais digitais no seu marketing, nas suas vendas e no seu próprio serviço é uma revolução para as empresas de qualquer tamanho, porque lhes dá acesso a possibilidades que antes tinham
• Automatizar inúmeras tarefas de marketing; • Segmentar com rigor as suas audiências, dirigindo a cada segmento apenas o que for relevante; • medir o resultado de cada ação de comunicação: saber quem abriu o email, quem clicou no link, quem visitou o site, quem acabou por comprar, quais mensagens funcionaram e quais falharam e porquê. Sendo tão fácil de implementar, o email marketing é a forma mais óbvia de começar a fazer marketing digital a sério – e isso trará ao seu negócio muito mais precisão e previsibilidade. Mas, para que isto aconteça, é preciso ultrapassar o grande obstáculo que terá pela frente: a faladíssima “saturação” do email. Mas será que esta saturação é mesmo real?
EMAIL: UM MEIO SATURADO? Se o fim do email não está próximo, por outro lado ninguém tem dúvidas de que é um canal de marketing cada vez mais congestionado e difícil de usar. Os dias em que era possível disparar qualquer mensagem por email e ter automaticamente boas taxas de abertura e de cliques, se é que algum dia existiram, já vão longe. Mas isto não significa que os melhores praticantes do marketing digital não continuem a considerá-lo a ferramenta mais valiosa do seu arsenal. Para que seja assim também no seu caso, primeiro temos de examinar um mito: o de que o email estaria “saturado”. Comecemos por olhar para outros suportes de comunicação. Quando vê televisão ou ouve rádio, quantos anúncios lhe aparecem em cada bloco publicitário? Na rua, com quantos outdoors cruza entre a sua casa e o trabalho? Por quantos banners ou links patrocinados passa cada vez que abre uma página online? A verdade é que, todos os dias, milhares de mensagens tentam chegar ao seu cérebro. A maior parte é ignorada. Mas isto quer dizer que a televisão, o correio, os outdoors e as páginas de internet são meios “saturados”? Em todos esses suportes há muita disputa pela atenção da audiência. Mas se há quem continue a apostar neles é porque, apesar da competição, continuam a produzir resultados. No meio do ruído, uma parte dessa comunicação consegue furar: há cartazes que você lê, anúncios a que presta atenção. Alguns até o levam a comprar! Outro exemplo: quando o Google Adwords surgiu, era simples conseguir tráfego e vendas usando os links patrocinados. Como havia mercados em que ninguém sequer conhecia a ferramenta, quem chegasse primeiro tinha a vida fácil. Hoje não é assim. No entanto, os Google ads estão longe de estar saturados: se o Google ganha tanto dinheiro com eles, é porque milhões de anunciantes continuam a acreditar que resultam. Ainda que não resultem para todos: muitos desses anunciantes estão apenas a engordar o Google – não porque esteja “saturado”, mas por que o usam mal. Com o email é igual. Não sei se lhe acontece o mesmo, mas eu todos os dias mando para o lixo, sem ler, montanhas de emails. Ainda
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assim há uns quantos que abro, leio até ao fim e ainda faço o que me pedem: clico nos links, paro nas landing pages, às vezes até compro. O que é que faz com que esses se salvem do caixote?
O PROBLEMA NÃO É O EMAIL: SÃO OS SEUS EMAILS O problema da comunicação que não funciona – seja na televisão, no Google ou no que for – raramente é do suporte. Se o seu email marketing não funciona, o problema não é da ferramenta: provavelmente os seus emails é que não estão a fazer bem o seu trabalho. Se usar o email marketing da maneira certa, a tal saturação da inbox deixa de ser má notícia. Pelo contrário: quanto mais conteúdo medíocre houver à sua volta, mais oportunidades os seus emails têm de brilhar. A questão é como conseguir isso. Como fazer com que os seus emails não façam parte da enorme maioria que é ignorada, mas da minoria que é aberta, lida e até esperada pelos seus assinantes?
EMAIL MARKETING NÃO É SPAM A primeira parte da resposta é justamente esta: emails que funcionam são esperados ou, no mínimo, bem-vindos. Não entram na inbox como spam, mas com permissão do dono da casa: foi ele que deu voluntariamente o seu contacto, com plena consciência de que iria receber um certo tipo de emails, com um certo tipo de assunto, e com objetivos que lhe foram bem explicados. Se não for assim, para já é ilegal. Mas o mais importante, para o seu marketing, é que será um tiro no pé. Uma das vantagens do email sobre outros canais de comunicação (como os media tradicionais ou as redes sociais, por exemplo), é precisamente esta: quando é bem feito, o seu público-alvo só recebe aquilo que aceita receber. O que, logo à partida, cria uma predisposição favorável à sua comunicação. Se os seus emails não têm essa permissão, ou seja, se estão a invadir a caixa de correio de quem não lhe deu os seus dados, você não está a fazer email marketing a sério: está a fazer spam. O melhor, nesse caso, é parar e começar tudo de novo. Por outro lado, convém saber que a permissão não basta. Quem quer que nos seja apresentado tem, em princípio, autorização para falar connosco, mas a licença pode caducar a qualquer momento. Basta a pessoa ser chata, insossa, pouco interessante, para você começar a evitá-la. Toda a força do email marketing está em conquistar a permissão para comunicar e depois ser capaz de mantê-la, usando os seus emails exclusivamente para enviar conteúdo útil e interessante para quem os recebe, de modo a criar uma relação tão longa quanto for preciso para concretizar os seus objetivos de negócio. Parece fácil? Espero que não, porque não é. Mas é perfeitamente viável, qualquer que seja a sua área de atividade e a dimensão da sua empresa. Principalmente se atua num mercado business-tobusiness, ou seja, se os seus clientes são empresas ou profissionais. Construir uma boa base de dados e alimentá-la com conteúdos relevantes e interessantes dá trabalho, mas, se for um trabalho bemfeito, o retorno mais do que compensa o investimento.
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AS EMPRESAS NÃO CONSEGUEM ATRAIR E MANTER TALENTO. É POR ISTO. 2022: O ANO DE TODAS AS DECISÕES
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AS EMPRESAS NÃO CONSEGUEM ATRAIR E MANTER TALENTO. É POR ISTO. Ana Timóteo * * CEFAMOL
«Por que razão é que a minha empresa não consegue atrair e manter talento?» Esta é uma questão que muitos gestores se colocam e, na tentativa de os elucidar quanto ao leque de boas práticas que podem implementar para contrariar esta realidade, são realizadas várias conferências e seminários e publicados estudos, ebooks e guias gratuitos. Ainda assim, o problema persiste. Como, se oferecemos kits de boasvindas, organizamos atividades de teambuilding, pagamos bons salários e até damos o dia de aniversário dos colaboradores? Assim à cabeça, lembro-me de nove motivos que o podem justificar e vou recorrer a exemplos práticos para os apresentar:
1 - Maria, a candidata que não consegue colocação A Maria tem 20 e poucos anos e acabou recentemente o seu curso superior. Começa a sua procura de emprego em websites especializados e na rede social LinkedIn, para encontrar apenas algumas vagas de empresas confidenciais, ou de outras que
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oferecem um «salário compatível com a função/experiência demonstrada». Envia, mesmo assim, o seu currículo e constata, desanimada, que as empresas nas quais «as pessoas estão em primeiro lugar», são também as que não lhe dão qualquer feedback às candidaturas. Outras não a contratam porque não tem experiência (e como a poderá ganhar se ninguém apostar nela?).
2 - Diogo e Henrique, os estagiários só no papel O Diogo entrou na empresa em regime de estágio profissional. O Henrique começou com um estágio curricular e, posteriormente, passou a integrar um programa de estágio promovido pela mesma empresa. Nenhum deles acredita na ladainha «Contratamos caráter e treinamos habilidades», até porque não estão propriamente a aprender e a ganhar competências, que é o derradeiro objetivo de qualquer estágio. Não. A empresa certificou-se de que ambos já cumpriam os 'mínimos
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olímpicos' para as tarefas que iriam desempenhar e atribuiu-lhes responsabilidades como se se tratassem de colaboradores efetivos, mas sem ter de lhes pagar como tal.
médicos devem gostar de te ver lá». Para piorar a situação, ainda exerce pressão com tiradas como «Vamos ver até quando é que vais ter condições para continuares a trabalhar».
3 - Francisco, o colaborador que se viu forçado a pedir o salário mais baixo para poder ser contratado
Esta atitude consiste em assédio moral e a chefia da Hortênsia garante que não existem outros colaboradores para testemunhar, tornando-se muito difícil de provar.
O Francisco tem consciência de que não foi selecionado por ser o mais graduado, competente ou promissor. Na verdade, ele conhece um dos outros candidatos à vaga e tem a certeza de que esse, sim, seria a pessoa mais indicada para o trabalho. Acontece, no entanto, que o Francisco jogou uma carta que tem vindo a ser muito comum: pediu o salário mais baixo. Contratado!
4 - Teresa, a colaboradora sem perspetivas de progressão na carreira A Teresa leu o estudo “Diversidade & Inclusão – Retrato do Mercado de Trabalho em Portugal”1, realizado pela consultora de recrutamento Hays, e identificou-se totalmente. É claramente competente, apresenta resultados e mais do que eficiente, é eficaz. Supervisiona dois profissionais juniores e ainda dá suporte à chefia. No entanto, ainda não lhe foi dada uma promoção, um aumento ou sequer uma perspetiva de progredir na sua carreira profissional. O superior hierárquico já por duas vezes foi substituído, mas continua a ser do género masculino. Continua sem poder ser um cargo ocupado por ela. O conselho de administração alega que na empresa são todos iguais. A Teresa tem a certeza de que são todos iguais, mas uns são mais iguais do que outros.
5 - Joana, a colaboradora que não recebe formação profissional adequada A Joana começou a aperceber-se de que as ações de formação que frequenta não seguem um plano estruturado. Começaram a parecerlhe aleatórias quer em conteúdo, como em calendário, não indo ao encontro das suas expectativas ou necessidades profissionais concretas. Quando refletiu sobre o assunto, deu-se conta de que as ações assistidas apenas serviam para respeitar o número mínimo de horas de formação profissional que a lei laboral impõe, e não se relacionavam adequadamente com função que desempenha.
8 - Carlos, o colaborador perdido em burocracia O Carlos, além de ter boas ideias é desenrascado, um autêntico MacGyver do escritório. Ou pelo menos era, até a sua empresa ter sido adquirida por uma maior e assimilado os seus procedimentos. Agora, cada vez que toma qualquer tipo de iniciativa vê-se forçado a entrar numa entropia de emails com mais de uma linha de endereços em CC, ou, caso ligue para alguém numa tentativa de brevidade, o interlocutor respondelhe que também está dependente de outras pessoas. O Carlos neste momento já não sente vontade de ser criativo ou proativo, pois desanima com o processo inerente.
9 - Vasco, o colaborador que ainda tem muito para dar à empresa, mas que no fundo sente que o querem dispensar O Vasco está na empresa desde praticamente o ano da sua fundação. Tem sido sempre um profissional exemplar, motivado e capaz de se adaptar à mudança. Mas vivemos num mundo cada vez mais acelerado e, por muito que se esforce, reconhece que a 'malta nova' acabada de sair de excelentes academias o ultrapassa num piscar de olhos. Depois lê "equipa jovem e dinâmica" replicada no website da empresa e nos anúncios de emprego. «Desde quando é que o dinamismo é exclusivo dos jovens?», pensa ele, entristecido. Se um dia foi o maior defensor da marca para a qual trabalha, esse sentimento agora esmorece, por achar que não querem continuar a investir nele, muito embora ainda tenha muito para oferecer. Voltando à questão inicial «Por que é que a minha empresa não consegue atrair e manter talento?», eu respondo da seguinte forma: porque é bem possível que trabalhar na sua empresa seja o equivalente corporativo de atravessar os nove círculos do inferno de Dante.
O Miguel lidera um departamento que, tendo em conta o volume de trabalho, deveria ser reforçado, mas a empresa não quer investir na contratação de mais recursos humanos.
Está na altura de averiguar quais são e tomar medidas, pois se não resolver problemas estruturais, não são os kits de boas-vindas, os discursos emotivos e as prendas de Natal ou de aniversário que vão salvar a empresa de uma fuga de cérebros, ou que a vão tornar mais apelativa a potenciais candidatos.
Como tal, acumula funções, faz horas extraordinárias e ainda leva trabalho para casa. Tem filhos, mas não passa muito tempo com eles, porque tem emails para responder e trabalho para acabar aos finsde-semana. Dorme pouco, com pouca qualidade, e já perdeu a conta aos cafés que bebe por dia. Quem corre por gosto, cansa-se, sim, e o Miguel está a deixar de gostar do que faz, porque está cansado das condições em que o faz.
Desenvolva uma estratégia de comunicação interna que apele aos colaboradores o seu honesto contributo no preenchimento de questionários regulares de satisfação, permitindo a opção de anonimato, senão a abstenção pode ser elevada (quem diz a verdade não merece castigo, mas as pessoas continuam a temer algum tipo de represália). Em complemento, pode utilizar outros recursos como caixas de sugestões e comentários em vários locais.
7 - Hortênsia, a colaboradora que sofre de assédio moral
Depois, reúna gestores de topo, chefias intermédias e colaboradores em sessões de brainstorming, para que delas resultem ações claras, exequíveis e ajustadas às reais necessidades e expectativas.
6 - Miguel, o colaborador que entrou em burnout
A Hortênsia tem fibromialgia, uma doença crónica que a faz sentir pontadas de dor em regiões específicas. Ela entregou um relatório diagnóstico na empresa, mas nem toda a gente compreende ou conhece esta patologia. Uma dessas pessoas é a sua chefia, que se convenceu de que quando ela abranda o ritmo de trabalho é porque quer «empatar» e, quando se apercebe que ela se vai ausentar para uma nova consulta da dor, lhe diz algo como «Outra consulta? Os
É ou não uma boa resolução de ano novo? ________________ 1 - https://www.hays.pt/diversidade-de-genero
REVISTA MOLDE CEFAMOL
PEOPLE MANAGEMENT /
2022: O ANO DE TODAS AS DECISÕES Artur Ferraz * * Consultor Internacional em Gestão de Pessoas
Em março de 2020 o país e o mundo entraram num novo ciclo que, embora esperado, ninguém previa que acontecesse da forma como aconteceu. A palavra "pandemia" tornou-se habitual nas nossas vidas e um conjunto alargado de novos hábitos começaram a tornar-se presentes. A ciência e a ignorância tornaram-se as duas faces da cabeça de Janus e, dois anos volvidos desde o aparecimento de um vírus maléfico, a relação dual entre ambas tem continuado a marcar a agenda dos grandes decisores do mundo. Passamos um período de mudança profunda e complexa que exige um trabalho de grande intensidade nas nossas organizações. As ondas de choque provocadas pela insegurança, as mudanças drásticas e cruéis a que as pessoas foram sujeitas provocou alterações profundas nas crenças e rotinas de milhões de pessoas
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em todo o mundo. Não podemos pensar que tudo vai voltar a um normal que já ninguém sabe muito bem o que é. Nas PME os desafios são mais que muitos. Desde as condicionantes resultantes da escassez de matérias-primas ao aumento generalizado dos custos de produção, passando por um entendimento mais profundo dos processos associados à gestão de pessoas. Em 2022, os processos de gestão de pessoas nas organizações serão decisivos para a recuperação necessária das economias. No último estudo da Gartner é apontada a necessidade imperiosa de desenvolver líderes, desenhar processos de trabalho adaptados à nova realidade organizacional e sistemas que permitam às empresas promover estabilidade, confiança e reconhecimento aos seus colaboradores.
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Trata-se de um desafio fantástico para este novo ano que agora começa. A aposta nas pessoas é a aposta certa para quem quer atingir resultados cada vez mais ambiciosos e pretende vingar num mundo globalizado e com alterações constantes e profundas a cada instante. As mudanças tecnológicas exigem a adaptação e reinvenção das estruturas organizacionais, ainda muito enraizadas em processos e crenças antigas, completamente desajustadas da realidade atual. Em 2022, teremos pessoas a entrar em organizações que nasceram já no século XXI. Serão os primeiros profissionais a entrar no mercado de trabalho tendo vivido num ambiente virtual-real, no qual as suas experiências e formas de comunicar refletem, exatamente, essa vivência – virtual versus real. As competências necessárias para o sucesso nas organizações têm, por isso mesmo, de ser revistas e atualizadas, pois o efeito da tecnologia na mudança dos processos de trabalho exige que as pessoas desenvolvam competências novas e que desaprendam outras. Como refere Alvin Toffler (1928-2016) “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender”.
Apostar no desenvolvimento de programas que promovam esta aprendizagem e reaprendizagem é critico e urgente se queremos continuar a competir e a ter organizações sustentáveis. A sustentabilidade das organizações estará também em grande destaque, neste ano de 2022. Serão precisas ações concretas para garantir que as organizações possam continuar a prosperar, mesmo quando os seus fundadores se afastarem. Para isso será necessário criar condições para que as estruturas organizacionais se modernizem através, por exemplo, da transparência dos processos de decisão internos relacionados com a autonomia das pessoas/funções que desempenham. A aposta em ações que promovam novos modelos organizacionais - Design Organizacional - será fundamental para o desenvolvimento de empresas sustentáveis. Os desafios são enormes e o espírito de os ultrapassar também. 2022, estamos preparados?
SEMANA DE MOLDES 2021 FUNDIÇÃO CENTRÍFUGA: TECNOLOGIA DE CERA PERDIDA À INFILTRAÇÃO, UMA ALTERNATIVA PARA FUNDIÇÃO INJETADA PARA PEQUENAS ESCALAS EFICIÊNCIA NO PROCESSO DE SETUP NA PRODUÇÃO DE PEÇAS UNITÁRIAS EMAIL MARKETING: O SEU NEGÓCIO B2B NÃO PODE VIVER SEM ELE
Nº ISSN 1647-6557
ANO 33 . 01 2022 . N 132
01.2022 ANO 33 . N 132 . €4,50
CEFAMOL ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE MOLDES
Periodicidade Trimestral
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