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TESTEMUNHOS

A quantidade de pessoas que participou neste Congresso faz-me pensar que empresários e técnicos da indústria viram nesta uma excelente oportunidade de se juntarem, aprenderem a ouvir e a partilhar as suas questões e problemas profissionais. Desta forma, pessoas que normalmente não estão juntas ou nem se conhecem, têm oportunidades de se conhecer e concluir que, afinal, têm oportunidade de aprender, até com aqueles que se poderia pensar que, por serem novos na indústria, não teriam um papel de destaque. Mas têm. Todos nós o temos”.

“A PRIORIDADE É A RETOMA DO MERCADO”

Armindo Soares - AZEMOLDES

Presidente da Associação Europeia para Investigação das Fábricas do Futuro (EFFRA)

“Acho que o programa do Congresso foi muito bem pensado. Tocou, seja mais a fundo ou mais de leve, os principais desafios que temos à nossa frente. Mas considero que o ponto fundamental desta iniciativa é conseguir juntar as pessoas que mais diretamente fazem parte da indústria. No fundo, para chegar a uma conclusão que é sempre a mesma: os problemas mantêm-se, os desafios aumentam e temos oportunidade de estar juntos.

Estar juntos permite que consigamos entender problemas transversais a todos e pensar em possíveis soluções. Os desafios vão-se mantendo: desde os reptos que os clientes nos colocam, ao facto de esta ser uma indústria de aprendizagem contínua. E é certo que ninguém sabe o suficiente para resolver os problemas todos. Por isso, o facto de estarmos juntos, de uma forma mais descomprometida, acaba por ser muito útil, para além daquilo que aprendemos com as apresentações e opiniões das outras pessoas, nos vários painéis do Congresso. Há visões muito diferenciadas sobre o que deve ser a solução.

E para mim, o principal desafio que se coloca hoje ao sector é o conseguirmos estar juntos. Para isso, é preciso haver confiança. Ganhar confiança entre nós exige mais eventos que nos mantenham juntos. Há casos claros na indústria em que isso é vantajoso e pode incrementar a cooperação. Acho que a cooperação nesta indústria já é um exemplo. E neste aspeto, penso que deve ser salientado o papel da CEFAMOL, que foi sempre o de criar condições para as pessoas estarem juntas e partilharem as suas experiências.

“Foi um Congresso bem-sucedido, na linha dos anteriores. Foi o primeiro em Oliveira de Azeméis, mas isso não quer dizer muito: quer dizer que somos um país muito pequeno e quer seja em Oliveira de Azeméis ou na Marinha Grande, o que interessa é que as empresas estejam presentes. Isso parece-me que foi bem conseguido. Os temas foram interessantes e ao encontro das principais questões: quer a sustentabilidade ou o regresso dos clientes à Europa depois de terem passado por uma fase mais focada no Oriente. Foram temas interessantes e muito bem discutidos.

Os desafios mais prementes que se colocam à nossa indústria são, sem dúvida, os que giram em torno da retoma do mercado. A maioria das empresas está envolvida na indústria automóvel e a prioridade é a retoma e não a preços asiáticos, como se comentou, mas a verdadeira retoma. Com todo este processo que houve – com alguma indefinição no sector automóvel, seguido pela crise pandémica e a guerra e tudo o que ela trouxe – a indústria tem muitos problemas para enfrentar neste curto prazo.

Com o abaixamento da sua produção e do mercado, nestes anos, é normal que as empresas tenham sido descapitalizadas porque fizeram investimentos a contar com determinados volumes de produção que depois não se concretizaram. O problema do financiamento é premente e com a agravante de que, com a inflação e taxas de juro, venha a causar mais sofrimento às nossas empresas. É, por isso, fundamental a retoma do mercado e a capitalização das empresas para que se possa trabalhar nessa sustentabilidade social que todos ambicionamos”.

“É HOJE INDISPENSÁVEL QUE TENHAMOS EM CONSIDERAÇÃO A SUSTENTABILIDADE”

Manuel Novo - EROFIO

“Este Congresso foi muito positivo. Em primeiro lugar, a mudança do local do evento foi muito importante porque temos dois grandes polos no sector de moldes e era tempo de nos juntarmos em Oliveira de Azeméis. Foi uma excelente ideia.

Perante os conteúdos discutidos no Congresso, penso que houve uma diferença relativamente aos anteriores e para melhor. Acho que este trouxe à discussão conteúdos muito apropriados às circunstâncias atuais em que nos encontramos. Cada vez mais, temos de ter em atenção a produtividade e a inovação e a agressividade dos mercados. Devido à situação criada quer pela pandemia, quer pela guerra, não sabemos como é que as coisas irão decorrer porque é sempre uma incerteza no dia a dia. Tem de haver um controlo muito apertado dos processos e novas maneiras de pensar como fazer o trabalho.

É importante criarmos estratégias para que as pessoas, nas empresas, possam sentir-se motivadas e contribuírem, cada vez mais, para o sucesso.

Uma questão prioritária é, hoje, a sustentabilidade. Obriga-nos a ser melhores e fazer melhor. É, até, uma das principais preocupações dos nossos clientes. É indispensável que tenhamos em consideração este tema.

Na indústria de moldes, a sustentabilidade tem de estar presente desde a fase mais precoce do processo. Desde pensar no fim de vida dos produtos, à eliminação de desperdícios, temos de dar prioridade a esta questão no nosso dia a dia porque só dessa forma conseguiremos melhorar e ser competitivos. E é muito importante que tenhamos em consideração as tecnologias, mas também as pessoas, que nos podem ajudar a fazer isso”.

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