O MOLDE N93 04.2012
NEGÓCIOS BUSINESS
43
EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS MACROECONÓMICAS DO MÉXICO 8,2% - Restantes 1,4% - Brasil 1,6% - Colombia 1,7% - China 3,1% - Canadá 5,5% - União Europeia 78,6% - E.U.A.
F1 – Exportações por país, 2011 [fonte: INEGI]
rui gomes AICEP - Agência para o Investimento e o Comércio Externo de Portugal
Evolução e perspectivas macroeconómicas do México
O
México é uma das economias de destaque, no continente americano. De acordo aos indicadores do Fundo Monetário Internacional, à semelhança de anos transactos, este país continua com taxas de crescimento importantes, registando incrementos do Produto Interno Bruto (PIB), em 2011, da ordem dos 3,9%. Para 2012 e anos subsequentes, antecipam-se crescimentos igualmente importantes, sempre acima de 3%. Assim sendo, o México terminou o ano de 2011 como sendo a 14ª economia mundial, com um PIB superior a 1,1 biliões de USD, com estreita e directa correlação com a evolução macroeconómica do seu principal parceiro comercial e vizinho, os Estados Unidos da América (E.U.A.). No que diz respeito a outros indicadores, o México tem seguido, desde há mais de 10 anos, uma política monetária e fiscal que procura a estabilidade macroeconómica. As suas reservas internacionais, que atingiram, em Março de 2012, valores próximos dos 149 mil milhões de dólares americanos (USD), são uma base de confiança para os mercados internacionais. Também as taxas de câmbio, face ao USD e ao Euro, se têm mantido relativamente estáveis, rondando actualmente os 13,0 pesos mexicanos (MXN) por USD, e de 17,0 MXN por EUR. Esta estabilidade cambial tem também influenciado positivamente os índices de inflação, que se têm mantido estáveis, com níveis actuais da ordem dos 4,0%.
O México é um mercado que poderá representar grandes oportunidades para as empresas portuguesas, e particularmente as produtoras de moldes e máquinas. A sua dimensão, a forte capacidade industrial e as necessidades de crescimento a médio prazo, levarão a grandes necessidades que poderão ser aproveitadas. O mercado interno, por si só, apresenta oportunidades importantes com uma população de mais de 112 milhões, com crescente apetência pelo consumo. Esperam-se crescimentos importantes do consumo interno, já que a média da população é de 28 anos, e verificaremos uma incorporação dos cerca de 33 milhões de estudantes aos mercados laborais, aumentando assim os níveis de ingressos das famílias mexicanas. Por outro lado, o México goza dum posicionamento geográfico de grande destaque, sendo o principal parceiro económico da maior economia do mundo. Têm já muito desenvolvidos os canais de acesso a esse mercado, sendo também líder em relação aos países da América Central. Este posicionamento, considerando que Portugal é, na Europa, o ponto geográfico mais próximo do México, pode ser aproveitado pelas empresas portuguesas, como plataforma para a entrada de empresas portuguesas na América do Norte e América Central.
México, um mercado aberto ao exterior O México tem actualmente uma rede de 12 Tratados de Livre Comércio com 44 países, entre eles, o Tratado de Livre Comércio com a União Europeia. Este mecanismo reduziu drasticamente os impostos à importação, sendo que a grande maioria dos produtos estão isentos de pagamentos de impostos à importação. Dentro destes produtos, estão incluídos os moldes de injecção e outros bens de capital. Em termos de sector externo, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, Geografia e Informática mexicano (INEGI), verificamos uma recuperação significativa, quer das importações, quer das exportações. Contabilizaram-se, em 2011, importações mexicanas da ordem dos 350,8 mil milhões de USD, enquanto que as exportações, ligeiramente inferiores, cifraram-se em 349,7 mil milhões de USD (crescimentos de 16,4% e 17,2% face a igual período de 2010, respectivamente). Dentro dos países com mais peso nas exportações, destacam-se os E.U.A. com quase 80% do total, a União Europeia no seu todo com 5,5%, o Canadá e a China com 3,1% e 1,7% respectivamente. Em termos de importações, o México tem vindo a diversificar os seus for-
13,3% - Restantes 2,7% - Canadá
14,8% - Consumo
10% - Capital
3,9% - Coreia do Sul 4,7% - Japão 10,8% - União Europeia 49,7% - E.U.A. 14,9% - China F2 – Importações por país, 2011 [fonte: INEGI]
75,3% - Intermédio F3 – Importações do México, por tipo de bem, 2011 [fonte: INEGI]