Revista de Escalada Fator 2 - nº 16

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Assinatura & cartas Flavio Daflon e Cintia Adriane Rua Valparaíso, 81 / 401 - Tijuca Rio de Janeiro, RJ. Cep 20261.130 Tel.: (21) 2567-7105 E-mail: fator2@guiadaurca.com www.guiadaurca.com/fator2

N o s s a

P a l a v r a

Será que sempre cabe mais uma?...

Fator2-Fator de Queda Fator 2 é um fator de queda extremo, na qual todos os componentes de uma escalada são submetidos a grande impacto. Este fator é calculado pela altura da queda, dividido pela distância de corda entre os escaladores.

Atenção Escalada é um esporte onde há risco de você se acidentar gravemente ou até mesmo morrer. Esta publicação não é um substituto para um Instrutor ou Guia de escalada em rocha. Caso você não conheça ou possua dúvidas em relação às técnicas de segurança para a prática do esporte, procure um instrutor ou guia especializado para lhe ensinar. Acidentes sérios e até fatais podem ocorrer, como resultado de uma má compreensão dos artigos aqui publicados ou da superestimação dos seus próprios limites. Capa: Mônica Pranzl na via Gramoxone (VIIIb/c), na Caixa de Fósforo, em Salinas. Foto: Antônio Paulo. Nº16 fevereiro 01 / Março 15, 2002

Alexandre Lucchessi na via IV Centenário . Foto Delson Queiroz.

No Morro da Babilônia, você não se sente só. É possível cumprimentar o escalador que estiver na primeira parada do clássico IV Centenário - a primeira via conquistada no Babilônia, em 1965 - quando se escala uma via recente, aberta ao lado por Alex Ribeiro, o Chê. Algo semelhante aconteceu duas semanas atrás à esquerda do M2, com uma via aberta por Rafael Wojcik. O interessante é que em ambos os casos as vias não se cruzam, em nenhuma das enfiadas. A partir disso podemos refletir no que esse tipo de conquista pode acrescentar ao esporte. Será que no Rio de Janeiro não existem outras montanhas, com mais espaço e diversidade, que venham a contribuir para a evolução dos escaladores? Toda a comunidade escaladora deveria pensar se existe a necessidade de se ter vias tão coladas umas nas outras... Cintia Adriane

fator2@guiadaurca.com


N o M u n d o Cachoeira do Taboleiro Sete escaladores mineiros: André Viana, André Braga, Breno Araújo, Gustavo Piancastelli, Gustavo Baxter, Matheus Carneiro e Nello Aun, passaram 15 dias na maior cachoeira de Minas Gerais, a do Taboleiro. O objetivo era a conquista de uma via de escalada através do Projeto Paredes de Minas, apoiado pelas empresas Nutrisport, CamelBack, Osklen, Chico Batista Laboratório, Fotomina, Hilti do Brasil, Hidropoint, Imago Design e Eventos, Ponta Outdoor e Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro. Taboleiro é um pequeno vilarejo localizado à 20 km de Conceição do Mato Dentro, a 180 km de Belo Horizonte, encravado na Serra do Espinhaço. A cachoeira Grande , com é conhecida, tem 273 metros de queda d água, sendo a terceira maior do Brasil. A via denominada Linda de Morrer , tem aproximadamente 180 metros da escalada em negativo com uma graduação sugerida de A3 VIIIa. Tem sete enfiadas com 320 metros conquistados, faltando apenas 40 metros para o cume, o qual não pode ser alcançado devido as dificuldades e exaustão dos aventureiros. O término dessa conquista será feito assim que houver patrocínio. Maiores informações podem ser conseguidas com o Nello através do e-mail: nello@fotomina.com.br

Encadenamentos Vanessa Valentim, 24 anos, acaba de se consagrar a 2º mulher (depois da carioca Mônica Pranzl) a fazer duas das vias mais difíceis da Serra do Cipó, MG. Na sexta tentativa ela encadenou a via Heróis da Resistência (IXc) e com 7 a Morfina (IXa). Patrocinada pela Snake, Curtlo, Faculdade Dom Bosco e com apoio da Academia Campo Base de Curitiba, essa paranaense de garra está montando um projeto para escalar algumas das vias esportivas mais difíceis do Brasil! Contatos para maiores informações pelo e-mail: vanvalentim@bol.com.br Diogo Ratacheski (o Dioguinho - SP) também encadenou a via Mister Bill , na Barrinha, RJ que supostamente seria o primeiro XIa, mas que ele pôs em dúvida. Contudo com os encadenamentos recentes de Thiago Balen e Guilherme Zavaski (o Guili), confirma-se que o grau é Xc, o mesmo grau da Coquetel de Energia , no Campo Escola 2000. Na opinião dos dois últimos escaladores a Coquetel é mais abrasiva, possibilitando poucas tentativas num mesmo dia, enquanto que a Mister Bill necessita maior resistência. Os dois Thiago Balen, na Coquetel de Energia no ano escaladores do RS, vieram com o objetivo de encadenar as duas

passado. Foto: Marcela Chaves.

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vias mais difíceis do Brasil, num projeto chamado Brasil Vertical e que teve o patrocínio das empresas: Vida Simples Produtos Naturais, Big Wall, Montanha, Mad Dog, Video Top e Contrasty. Na Urca, Ralf Côrtes encadenou uma via esportiva aberta por ele e pelo Helmut Becker hà 5 anos (e que estava esquecida desde então), a Tiro no Escuro (agora a via mais difícil do Morro do Babilônia), um IXc de 15 metros que fica num negativo um pouco antes da Fissura Tropical.

Grandes feitos A escaladora paranaense Roberta Nunes completou a ascensão ao cume do Fitz Roy, na Patagônia, nesta última temporada. Esta é a 4º ascencão nacional a esta montanha. Antes dela atingiram o cume: Alexandre Portella (RJ), Luis Makoto (SP) e Bito Meyer (PR). No Aconcágua, os montanhistas de Campinas Rodrigo Ranieri e Vitor Negretti escalaram a face sul do Aconcágua, a parede mais difícil desta montanha, o que os consagrou como os primeiro brasileiros a fazê-la. Esta é a mesma parede onde faleceram Mozart Catão, Othon Leonardos e Roberta Nunes e o Fitz Roy. Alexandre Oliveira em 1998 em consequência de uma avalanche. É uma parede com quase três mil metros de desnivel e perigosa. Os três estão de parabéns.

Cerro Torre em 11 horas

A temporada patagônica 2001/2002 andou mesmo agitada e com feitos incríveis. Até agora, porém, o maior deles foi o do americano Dean Potter. No último dia 23 de janeiro ele escalou em solitário e em apenas 11 horas o Cerro Torre (3.102m), a agulha de granito mais famosa do mundo do alpinismo, localizada no Parque Nacional Los Alerces, na província argentina de Santa Cruz. Acostumado a ascensões rápidas em solitário nos EUA e no Canadá, Potter não usou corda na maior parte da escalada. Ele escolheu a Via do Compressor, conquistada pelo italiano Cesare Maestri, em 1959, na companhia de Toni Egger, após uma tentativa rês em um fracassada um ano antes, e no que foi considerada a primeira ascensão do O americano Steve Schneider realizou o primeiro Cerro Torre, porém ainda hoje discutida. encadeamento solo das famosas Torres del Paine, O americano usou proteções apenas na situadas na Patagônia chilena. A maratona de enfiada Bridwell (A3), prolongamento da Schneider começou em 16 de fevereiro último, via de Maestri conquistado em 1979, pelo quando partiu do campo base conhecido como dos também americano Jim Bridwell, na Japoneses , às duas da manhã, para atacar a Torre companhia de Steve Brewer, esta sim Norte (2.260m) pela via Monzino, que fez em considerada por muitos a primeira apenas 45 minutos. Em seguida, ele foi para a Torre ascensão completa ao Torre. Após o Central (2.460m), levando 7h30min pela via cume, já muito cansado e sob ventos Bonington-Whillans. Depois de rapelar os 700 muito fortes, Potter rapelou até o ombro metros e 16 enfiadas da face oeste da Torre Central, da montanha, onde bivacou. Schneider decidiu pernoitar na parede. No dia Antes do ataque ao Torre, ele havia seguinte, desceu os 130 metros restantes, para escalado em solo a Supercanaleta finalmente se dirigir à Torre Sul (2.500m), que levou (1.700m, VI/A1, 80o) conquistada em 9h30min para vencer pela via Asti. No total, foram 1965 por Comesaña e Fonrouge -, no 51 horas do campo base ao campo base. Esta foi a vizinho Fitz Roy, levando apenas 6h30min. quinta tentativa do americano, que nas anteriores já Do cume, ele rapelou pela via Francohavia escalado quatro vezes a Torre Norte, duas Argentina, único momento em que usou vezes a Central e uma vez a Sul. Fonte: www.desnivel.es corda. Fonte: www.desnivel.es

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Escalando na Paraíba Ralf Côrtes, escalador carioca, junto com os paraibanos David e André Bernardo, abriu na Pedra Branca, em Alto Sertão, Paraíba, (à 7 horas da cidade de João Pessoa) a via Um Drinque no Inferno (4º V E2). São três enfiadas e a melhor época para seguir viagem e repetí-la é junho/julho. Os conquistadores agradecem ao prefeito Anchieta Noia (que inclusive apoia futuras escaladas na região), à família Teotônio, Roupas By, Cliotur, e www.carros.com.br, que ajudaram na conquista. Pedra Branca, em Alto Sertão - PB.

Seminário de Mínimo Impacto Nos últimos anos a escalada no Brasil tem observado um ritmo de crescimento de participantes jamais experimentado em toda a sua história. Embora isso apresente pontos positivos, traz consigo um problema grave, o da excessiva utilização de recursos e do ambiente. Isso pode ser observado de maneira mais direta no aumento da densidade de vias e na perda da vegetação da parede. Na busca de minimizar estes impactos e ajustar os procedimentos éticos à esta nova situação, a FEMERJ, face aos equívocos já observados, formou um Grupo de Trabalho para estudar a problemática envolvida entre a escalada e o meio natural. Como divulgação dos resultados das discussões e trabalhos realizados até o momento optou-se pela realização de um seminário, que aconteceu no dia 23 de fevereiro de 2002, no Centro de Visitantes do Parque Nacional da Tijuca (PNT). Neste Seminário após um primeiro bloco de palestras com profissionais da Área Ambiental foram discutidas por toda a comunidade de escaladores medidas específicas para a região da Urca que servirá de modelo para outras zonas de escalada. Ressalta-se que o objetivo não é proibir a escalada, mas sim buscar alternativas para dois cenários extremos, que se desenham para o futuro: a degradação das paredes ou a proibição da prática de atividades em áreas naturais (entre os quais a escalada). Um bom exemplo é o caso da via Ursinho de Pelúcia , no Pão de Açúcar, cujo o processo em andamento desde 1992, teve como resultado a condenação dos conquistadores pela justiça. A via deverá ser desequipada e a vegetação recuperada. Pág.6-

Daudet Aborta Missão

O alpinista francês Lionel Daudet foi forçado a abandonar seu projeto Trilogia das Diretíssimas, que previa a ascensão invernal, em solitário e por vias diretas e não repetidas, dos picos alpinos do Eiger (3.974m), Cervino (4.477m, também conhecido como Matterhorn) e Grandes Jorasses (4.208m), sempre pela face norte, normalmente a mais difícil e fria no inverno do Hemisfério Norte. Detalhe: sem nenhum tipo de ajuda humana ou mecânica, inclusive nos deslocamentos entre os picos, como convém aos puristas das montanhas. A primeira etapa, Grandes Jorasses, foi dramática, porém bem sucedida ao final. Mesmo com princípios de congelamento nos pés, Daudet conseguiu realizar a primeira repetição de Eldorado (1.200m, ED+, A4/6b, 90o). Esta via, aberta em solitário pelo russo Valeri Babanov, em 1999, lhe valeu a indicação ao Piolet d Or, prêmio francês considerado o Oscar do alpinismo mundial. A face norte do Cervino seria a segunda etapa. O primeiro dia foi promissor, com sol e bom tempo. Mas, logo o tempo virou, com tempestades de neve que provocaram novos congelamentos nos pés do francês. Ele ainda resistiu por dez dias na parede, mas acabou desistindo e descendo rapidamente para ser resgatado de helicóptero e levado para um hospital de Grenoble, na França. Eu sempre soube que, nesta trilogia, a montanha é quem daria as cartas , declarou Daudet no hospital, onde ainda não sabe se sofrerá amputações nos dedos dos pés. Fonte: www.desnivel.es

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Homologando Profissionais Em dezembro último a AGUIPERJ acabou de avaliar os primeiros 23 currículos enviados e divulgou a lista dos aprovados nesta primeira fase (veja quadro). Para quem não conhece, a AGUIPERJ é a Associação de Guias, Instrutores e Profissionais de Escalada do Estado do Rio de Janeiro. Ela é uma entidade sem fins lucrativos e tem como objetivo primordial garantir a qualidade dos profissionais que trabalham com o esporte, comprovando sua experiência e habilidade em ensinar. Esta é a primeira e única entidade no país a avaliar tais profissionais. Na AGUIPERJ os candidatos a Guia de Montanha e Treinamento de Primeiros Socorros realizado na Urca. Instrutor de Escalada são rigorosamente avaliados e se aprovados, homologados pela mesma. Em breve também serão homologados pela Federação, já que a AGUIPERJ é associada a FEMERJ (Federação de Montanha do Estado do Rio de Janeiro). Há dois níveis de certificação. O primeiro é o Instrutor de Escalada. É a certificação para quem vai trabalhar em vias que sejam no máximo D3 (4 a 6 horas de escalada) e que sejam fáceis de rapelar e consequentemente de efetuar resgates. A aproximação também não pode ser complexa. Algumas das exigências para a certificação de Instrutor são: escalar há pelo menos 5 anos, ter guiado 80 vias diferentes, sendo que destas, 5 devem ter duração de D4 ou maior; 15 com duração D3 ou maior; 25 com duração D2 ou maior; 35 com duração D1 ou maior. Na hora da avaliação deve guiar à vista lances de V grau confortavelmente, guiar trabalhando lances de VI grau em parede, além de lances em A2. No segundo nível o profissional é certificado como Instrutor de Escalada e também qualificado como Guia de Montanha. Assim, além de poder trabalhar com cursos estará apto a guiar vias nas regiões mais afastadas dos centros urbanos, e com duração até D6 (2 ou mais dias na parede). Algumas das exigências são: escalar há pelo menos 7 anos, ter guiado 70 vias diferentes, sendo que destas, 2 devem ter duração de D5 ou maior; 10 com duração D4 ou maior; 20 com duração D3 ou maior; 38 com duração D2 ou maior. Na hora da avaliação deve guiar à vista lances de V grau confortavelmente, guiar trabalhando lances de VIsup, além de lances em A2+. Em ambos os casos o candidato deve ser experiente e competente em escaladas curtas, médias e longas, guiando um ou mais participantes e em terreno variado (agarras, aderência, fissuras, chaminés, artificiais...). Também são exigidos certificados que comprovem cursos de Primeiros Socorros e Auto-resgate. A Associação já promoveu dois cursos para seus membros: o 1º módulo de Instrutor de Escalada Tempo de Instrutor de Escalada Tempo de Escalada Escalada e Guia de Montanha Primeiros Socorros com a empresa de atendimento de Alexandre Portela 11 anos 22 anos André Khuner emergência SATE e o Curso de Antônio Paulo 07 anos 20 anos Daniel Guimarães Aprendizagem Motora com a profissional de Educação Física Flavio Daflon 10 anos 12 anos Eduardo Barão Cris Costa. Em breve haverão Gustavo Sampaio 07 anos 09 anos Eduardo R.C. dois novos cursos para seus associados: o 2º módulo de Gustavo Telles 06 anos 10 anos Fernando Vieira Primeiros Socorros e o Curso de Nilton Campos 14 anos 24 anos Flavio Carneiro Auto-resgate. Ralf Côrtes Esta primeira turma está 06 anos 15 anos Gustavo Silvano homologada até dezembro de Roberto Groba 08 anos 21 anos Rodrigo Milone 2002. Nessa data será feita nova avaliação e os candidatos Sérgio Tartari 22anos deverão cumprir 100% das Sérgio Poyares 22anos exigências e os cursos obrigatórios, para terem sua Maiores informações: www.aguiperj.hpg.com.br homologação renovada.


A Fogueira das Vaidades (3º V E2, 200m)

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Cabrito em Chamas (V)

Tamanho não é Documento (VII)

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Novas Vias

Em setembro foi conquistada mais uma via na Pedra da Cruz, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ. Com o nome de Via Crucis ela fica ao lado (à direita) do Paredão Paraguaio . São 85 metros, graduados em 5º VIIa A0 e para sua repetição é necessário levar camalots nº 0,5, 0,75 e 1 e um par de talons com estribos para serem usados no início, por apenas 8 metros. Depois a via segue em livre até o cume. Seus conquistadores: Daniel F. Guimarães, Diogo Marassi e Eduardo RC. Foi finalizada também a via A Fogueira das Vaidades (3º V E2, 200m) no dia 22 de dezembro. Localizada na face norte do Morro dos Cabritos ela emenda no final com o Paredão Carioca , que leva a um belíssimo mirante em cima de um grande bloco, e posteriormente ao cume. O acesso pode ser feito pelo Parque da Catacumba. O material exigido para repetí-la são apenas 8 costuras, uma corda de 50m e duas fitas grandes. Os conquistadores foram: Arthur Solleiro, Pedro Pow Moniz de Aragão e Ricardo De Morais. Veja o croqui ao lado. Em 27 de janeiro, André Ilha e Pedro Pow Aragão, terminaram uma via situada à esquerda da Fissura Guilherme, no Cantagalo. Trata-se da Porcos Guerreiros (VIIc/VIIIa, 30 m), que começa por uma fenda em curva


N o para à direita, protegida por friends médios e grandes, e depois segue em agarras para cima, com proteção em dois grampos. Ela atinge o topo de um totem onde já havia um grampo velho e bem enferrujado, o terceiro do Trigramps (IVsup, 15 m), uma via não terminada. Esse grampo foi substituído pelos conquistadores devido a precariedade dele. A via termina na Fissura Guilherme . Com prévio conhecimento e autorização do CERJ, os conquistadores bateram um grampo de 1/2" um palmo abaixo da árvore do topo da parede, que assim passa a servir como ponto de parada/descida para as duas vias. Flavio Daflon e Delson Queiroz abriram uma via em móvel no Babilônia. Ela fica bem depois do Chamado Selvagem , depois da Fissura dos Morcêgos Eletrônicos , da Fissura Saci-Pererê e do Sagitário . A primeira metade da via é numa parede bem limpa, fissurada, formando grandes lacas, nem sempre sólidas e foi protegida toda em móvel, o grau deve ser III ou IIIsup. A segunda metade é de II grau, que deve ser escalado com cuidado pois também não há grampos. A parada da via é quando a parede deita, num pequeno tetinho em móvel, onde foi possível colocar 3 stoppers e 2 friends pequenos. A partir daí são só mais 10 metros de escalaminhada até o topo de onde se desce desescalando por um costão bem fácil à esquerda

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do Sagitário. A via ficou com 60 metros e foram utilizados stoppers e friends médios e micros. O nome é Só de Sacanagem e a exposição pode chegar a E4. Outras duas conquistas foram realizadas pelo André Kühner, uma com o Julio Campanela, no Irmão Menor do Parada móvel da via Só de Leblon, chamada Sacanagem . Tamanho não é Documento (VIIa), entre as vias Paulista e Baden Powell . A outra conquista do André foi na companhia de Gabriela Saliba e Ariane, chama-se Cabrito em Chamas (V) e está na face norte do Morro dos Cabritos. A descida pode ser feita pela Via do Guanabara, logo à esquerda. O croqui destas duas últimas vias estão na página anterior.

Campeonatos

Campeonato em Niterói

No dia 8 de dezembro aconteceu o Campeonato Estadual de Escalada Desportiva Infanto - Juvenil em Niterói. Essa competição valeu para o ranking da FEMERJ de 2002, apesar de ter sido realizada em 2001. A competição contou com a participação de 25 atletas, todos com idade abaixo de 17 anos.

Masculino Infantil 1. Pedro Martins e Pedro Nort. 2. Naaman Jeffery. 3. Jesse Wathins.

Na categoria Infantil Masculino, o 1º lugar ficou com Pedro Martins e Pedro Nort. O empate dessa categoria foi mantida porque já havia sido realizada uma superfinal para desempatar e as duas promessas na escalada esportiva continuaram se superando. Então, pais e atletas concordaram em dividir o 1º lugar, mas cada um levou seu troféu e uma medalha para casa. O evento marcou o início das competições de escalada esportiva no Estado do Rio, pois a FEMERJ começou a implantar o sistema de categoria por idade e não mais a categoria amadora e profissional, que gerava polêmica quanto a forma de classificar determinado atleta como amador ou profissional. Passou também a utilizar os regulamentos (dificuldade, boulder e velocidade) com base nos regulamentos da UIAA, em breve estarão todos no site da FEMERJ. Pág.5-

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Feminino Infantil 1. Beatriz Campos. 2. Glária Hara. 3. Isadora Meirelles. Masculino 14 a 17 1. Caio Martins. 2. Daniel Escudeiro. 3. Marcos Fabrino. Feminino 14 a 17 1. Mariana Yussim. 2. Luiza Yussim. 3. Sara Teixeira.


por: Antonio Paulo Faria

Se você ainda é um noviço na escalada, pensa que isso é para homens e acha que lugar de mulher é ficar em casa pilotando fogão, é melhor você mudar de idéia ou, se preferir, se mude para o Afeganistão, seu talibã!!!

No passado a sociedade em geral considerava que escalada era uma atividade para macho, mas muitos leigos desculturados ainda pensam assim. Para a minha surpresa, na minha primeira escalada eu fui guiado por uma mulher, aliás, uma bela mulher. Isso foi em 1981, durante o curso básico de escalada que fiz no Centro Excursionista Brasileiro. A via era o Edmundo Braga (3°), na imponente Pedra do Perdido do Andaraí (Rio). Na

época, eu achei a escalada muito exposta , passei maus momentos e aquela Mulher Maravilha , que eu acho que se chamava Marilene, eu não lembro, escalava tranqüila, segura e eu não entendia como ela podia escalar tão bem . Depois de eu ter sido apresentado devidamente ao esporte, fui entender que as mulheres podem escalar até melhor que os homens. Em toda a história do montanhismo sempre existiu mulheres escaladoras, basta pegar os antigos livros de relatórios de escalada de Clubes do Rio de Janeiro, como o CEB, o CERJ, o CEC, etc., principalmente entre as décadas de 50 e 70, para ver vários nomes de mulheres, inclusive como guias. Talvez no Paraná seja possível constatar o mesmo. Aliás, a primeira escalada técnica feita no Brasil pode ter sido realizada por uma inglesa (Henrietta Carsteirs), em 1817, no costão do Pão de Açúcar. Mas eu não conheço os detalhes dessa aventura e esta história precisa ser resgatada. Por outro lado, muitos consideram que a conquista do Dedo de Deus, em 1912, foi a primeira escalada técnica brasileira, talvez por ter sido melhor documentada, ou talvez, pelo simples sentimento de patriotismo ou quem sabe, machismo. Porém, o Costão é inegavelmente uma escalada técnica, seja qual for a classificação utilizada. Os leigos pensavam (muitos ainda pensam) que para escalar, além de ter que ser homem, o cara tinha que ser alto e ter muita força para se puxar pela corda e puxar também pelo braço os participantes uma mulher não poderia fazer isso porque são muito fracas - Certamente algum dia alguém já te perguntou como é que você coloca a corda lá no topo do morro, porque acha que escalar é subir pela corda. Eu não gostava de dizer que eu escalava por causa dos meus 1,64 m de altura. Ironicamente, hoje alguns dos melhores Roberta Nunes em solo integral, na via Perfect Crack , VI, em Moab, USA. Foto: Kent McClannan


A Silvia foi perguntada se queria escalar a final masculina... Ela topou. Se concentrou na base do muro e começou a subir agarra por agarra, num bom estilo, até completar.

escaladores têm estatura parecida e o mais incrível ainda é que um dos melhores escaladores eleitos de todos os tempos mede apenas 1,54 m e é uma mulher, a americana Lynn Hill, e a melhor escaladora atual de vias esportivas é também outra

Roberta Nunes escalando a via Marvada Bunda (6º VIIa) na Pedra do Baú, SP. Foto: Flavio Daflon.

americana de apenas 1,52 m, a Katie Brown, que tem escalado 10b praticamente à vista. Até a década de 80, que foi quando o esporte mais se desenvolveu, não eram muitas as mulheres que escalavam no Brasil. Eram raras as que guiavam e se destacavam, como: Marcela Schiavo, Helena Balot, Valéria Confort e Lúcia Duarte, entre outras mais antigas. Na época, todos que escalavam freqüentavam clubes e a maioria ia por causa da vida social. Foram muitas as mulheres que começaram a escalar pelos clubes, mas também arrumaram namorados ou maridos (nos clubes ou fora deles), a maioria se acomodou, outras pararam. Muitas simplesmente sumiram, nunca mais colocaram os pés na rocha.

invejável também pararam, provavelmente descobriram a simples felicidade de ser mulher, ou mãe. Isso é culpa da natureza! Nós, os machos? Ficávamos torcendo para aparecer mais escaladoras bonitas e gostosas neste esporte bruto, dominado por homens. As recémchegadas eram disputadas. Levou um longo tempo para a situação melhorar um pouco. Depois de passar algumas temporadas escalando nos EUA e na Europa, eu pude ver algumas mulheres cinqüentonas guiando vias de oitavo grau que eu mal podia subir. Percebi que muitas tinham a mesma paixão pela escalada tal como muitos escaladores veteranos e não consideravam o esporte como uma coisa passageira, uma moda. Crédito também deve ser dado para algumas colegas que continuam escalando no Brasil após tantos anos, como a Miriam Garrido (54 anos), que escala há várias décadas e continua subindo vias de 6° grau. A Jana Menezes, que é avó e começou a escalar depois que se divorciou, diz abertamente que trocou uma mala por uma mochila, mas sendo que a primeira era o seu ex-marido e a segunda, muito mais agradável, é a sua mochila de escalada, só que essa ela tem prazer de carregar nas costas. Desde que começou a escalar, há muitos anos, tem sido uma escaladora assídua e se apaixonou de novo pela rocha. Além da Miriam e da Jana, existem outras que escalam há muito tempo e são senhoras com carreiras brilhantes.

Durante a década de 90, a maioria das escaladoras se formou fora dos clubes. Lembro de uma garota sapeca, de Belo Horizonte, que apareceu na Serra do Cipó logo no início dos anos 90. Ela era bonitinha e com poucos meses de escalada já se atirava nas vias difíceis. Conseguia escalar lances impressionantes e tinha uma resistência formidável, chegou até a ganhar um campeonato. O pessoal logo deu-lhe o apelido de Lynn Hill do Sertão porque era loira e tinha olhos claros, mas se chamava Inês. Ela simplesmente desapareceu tão rápido como apareceu. É uma pena porque o talento dela é raríssimo. A Ritinha foi outra que escalou durante alguns anos e parou. Tinha uma técnica refinadíssima e foi a primeira brasileira a escalar (de corda de cima) um oitavo grau técnico - Urubu Mestre (8c), em 1991. Como a Inês e a Ritinha, algumas outras que tinham potencial Mônica Pranzl, na via Gramoxone ( VIIIb/c) na Caixinha de Fósforo, em Salinas, RJ. Foto Antônio Paulo.


Roberta Nunes e Rosane Nicolau escalaram a Decadence Avec Elagance (6º A0 ou VIIc), no Pico Maior de Friburgo, em apenas 4 horas... Pela leveza e flexibilidade, além de outros atributos, as mulheres tendem a se adaptar melhor às vias técnicas e normalmente elas se saem melhor que os homens nesta modalidade. Nas vias negativas, de uma forma geral, os homens se destacam um pouco mais. Isso me lembra o Primeiro Campeonato Sul Americano realizado em Curitiba, em 1989. A competição era dividida pelas classes feminina e masculina. Algumas das melhores escaladoras brasileiras da época

Kátia Torres, na via Crazy Muzungus , no Garrafão, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, RJ. Arquivo Pessoal: Kátia Torres.

participaram, como a Kátia Torres e a Lílian White, mas elas não se adaptavam muito bem às escaladas esportivas porque não treinavam para isso, mesmo porque este tipo de escalada ainda estava começando no Brasil (ler A História da Escalada Esportiva no Brasil, no Fator2 - N° 13 e 14). Durante a competição eu escalava uma via e logo depois ia correndo para ver as mulheres escalar. Foi uma grande decepção, elas caíam em todas as vias, incluindo nas que não tinham negativos. O Ronaldo Frantzen (Nativo) ficou muito chateado porque ele tinha planejado todas as vias com muito cuidado e as mulheres não conseguiam subir nenhuma, com exceção da argentina Sílvia Fitzpatrick, que escalou todas e com muita facilidade. Ela estava muito à frente das concorrentes brasileiras. O Ginásio do Palácio de Cristal estava cheio e o público aplaudia muito quando ela completava cada uma das vias. Ela morou no Rio de Janeiro e treinava seriamente, coisa que as brasileiras não faziam. A etapa feminina terminou e depois foi a vez da final masculina. As vias dos homens eram muito mais difíceis que as vias femininas, sendo que a via final foi completada apenas por três escaladores. A Sílvia foi perguntada se queria escalar a final masculina sem compromisso, porque já tinha ganho com sobras o

campeonato feminino e o prêmio de mil dólares. Ela topou. Se concentrou na base do muro e começou a subir agarra por agarra, num bom estilo até completar. Nós, os escaladores e o público no ginásio ficamos de boca aberta e aplaudimos entusiasmados. Alguns anos depois ela foi morar na Inglaterra e se transformou numa das melhores escaladoras daquele país. Durante boa parte dos anos 90 a Kátia Torres se destacou como sendo a melhor escaladora brasileira, possuía uma técnica excelente e era arrojada (ela ainda escala). Começou aos 12 anos e tempos depois guiava vias difíceis. Em 1986, quando tinha apenas 14 anos, ajudou o Alexandre Portela e o Sérgio Tártari na conquista da Terra de Gigantes, na Pedra do Sino, que é o Big Wall brasileiro mais respeitado. Em 1990, guiou o Crazy Muzungus (6°A1), alternando com o Alexandre Portela, outro big wall da Serra dos Órgãos. Em 1988, a Kátia Torres, a Lílian White, a Valéria Confort e a Simone Duarte foram as primeiras mulheres a conquistar uma escalada no Brasil. Elas saíram de caiaque de Ipanema (Rio) e chegaram à Ilha Cagarra, que fica à cerca de 5 km da costa para abrir a via Sereias. Foram necessárias quatro idas à ilha para completar o trabalho. A Lílian quebrou o pé e foi substituída pela Tereza Aragão, e o grupo continuou a conquista. Na última investida, a Kátia, quando tinha apenas dezesseis anos, ia na frente conquistando e parou num ponto onde achava que deveria ter uma proteção fixa. Escolheu um lugar que achou razoável, encaixou cinco cliffhangers nas agarras e se pendurou, para depois fixar o

Gisely Ferraz guiando a via Especialidade da Casa , na Serra do Cipó, MG Um VIIIb bem atlético. Arquivo pessoal: Gisely e Vanessa.


Hoje em dia não é raro ver uma cordada feminina nas paredes brasileiras.

grampo. Ela achava que os cliffes estavam seguros. Normalmente são colocados um ou dois e se forem encaixados corretamente agüentam firmes, exceto quando as agarras quebram. Mas a ilha tem o nome Cagarras porque é quase toda coberta por fezes de pássaros, ou seja, é tudo cagado e tem uma coloração branca, tecnicamente conhecida como guano. Ela estava pisando sobre aquela merda branca e seca. Logo depois também ficou na merda no sentido figurativo, porque, de repente, sem nenhum aviso prévio os pés escorregaram e os danados dos cliffes saíram. Ela despencou paredão abaixo uns oito metros - blém, blém, ting, blong, ting, ting, bonc, crac - ela quebrou o pé, mas a escalada foi terminada pelas companheiras. Hoje em dia não é raro ver uma cordada feminina nas paredes brasileiras. Podemos encontrá-las em todos os estados brasileiros onde o esporte é mais evoluído, mas as que mais se destaca-ram nas paredes na década de 90 foram combina-ções de duplas feitas por Kátia Torres, Lilian White, Mônica Pranzl, Mônica Oliveira e Silvina Stefano, que já subiram vias como As Lacas Também Amam (7c), Waldo (7c), Pássaros de Fogo (7a) etc. Reverência especial deve ser prestada à curitibana Roberta Nunes. Ela é considerada por muitos a escaladora brasileira mais completa da atualidade: escala rápido, guia vias difíceis tanto com proteções fixas como móveis, inclusive em situações delicadas. Já guiou várias vias brasileiras de respeito e também vias mistas de rocha/

Roberta Nunes na guiada do Paredão Alfredo Maciel ( 6º VIIc), no Pão de Açúcar. Foto do arquivo pessoal: Mônica Pranzl.

Vanessa Valentim, na via Lamúrias de um Viciado (VIIb), na Serra do Cipó, MG. Foto arquivo pessoal: Gisely e Vanessa.

gelo na Patagônia, onde passou a l g u m a s temporadas e, inclusive, participou da abertura de uma via nova na Agulha Mermoz. Só para citar alguns exemplos brasileiros, em 1998, ela e a Rosane Nicolau escalaram a Decadence avec Elegance (6°AO ou 7c), no Pico Maior de Friburgo, em apenas 4 horas, sendo que o tempo médio é de seis horas. Ela guiou uma das poucas repetições do Velho Oeste (7b), no Pão de Açúcar, cordada feita com a Mônica Pranzl. Em Yosemite, foi a segunda mulher mais rápida na Regular Route do Half Dome, fez junto com José Pereyra em 7 horas. Foi a primeira mulher a atravessar a cabulosa tirolesa Slack Line em Yosemite. Adrenannnnte!!! Fez ainda alguns big walls sozinha, além de muitas outras aventuras. No início deste ano, ela chegou ao cume do Fitz Roy, na Patagônia. Ela reclama de não encontrar escaladoras brasileiras que topam fazer o que ela faz. Pô, também pudera!!! Se continuar nesse ritmo não será fácil encontrar nem mesmo um parceiro. Ela vai longe! Nem é preciso mencionar que, até o momento, nenhuma escaladora brasileira se destacou tanto em grandes paredes como ela e a Kátia Torres. Esperamos ansiosamente que novos talentos apareçam. Agora só falta aparecer talento para alta montanha, são poucas as brasileiras com experiência, como a Helena Hartman e a Helena Pinto Coelho, que já andaram tentando picos de 8.000 metros no Himalaia (Everest e Cho Oyu), além de experiências no Alaska (Denali), nos Andes (Aconcágua) etc. Atualmente, a maior candidata é a própria Roberta Nunes, que já tem experiência na Patagônia e é uma escaladora que tem técnica, força, resistência e muita coragem. A Mônica Pranzl é outra que merece destaque no Paredão da Fama . No final da década de 80 subia apenas vias de aderência, só de onda , mas com muito estilo, só porque o namorado e os colegas escalavam.


As brasileiras conquistaram com muito esforço seus espaços no mundo da escalada e isso é inegável.

Depois, surpreendentemente, tomou gosto e foi para as paredes maiores. Em junho de 1992, nós dois fomos escalar em Salinas (RJ) e ficamos na casa do Sérgio Tartari, que fica à uma hora e meia de caminhada da base do Pico Maior de Friburgo (onde ficam as maiores vias brasileiras). Durante os quatro dias que passamos lá saíamos todos os dias da casa do Sérgio para escalar: o Arco da Velha (6° VII E3), a Leste (5° VI+ E3), a Roberta Groba (5° E3) e a Fata Morgana (5° E3), um total de

outras. Tem também uma longa lista de vias difíceis em parede, mas não guia nessas condições por causa de alguns acidentes que sofreu. Durante essa fase ganhou vários campeonatos realizados em muro, mas as competições se tornaram difíceis por causa da evolução das concorrentes e ela resolveu voltar devidamente para a sua casa, a rocha e manter o título de melhor escaladora esportiva do país. A Vanessa Valentim e a Gisely Ferraz, entre outras, também merecem destaque nesta modalidade. Neste verão a Vanessa também encadenou a Heróis da Resistência (IXc). Com a popularização das vias esportivas, onde normalmente predomina força/resistência, aumentou o número de escaladoras e este impulso teve ajuda importante dos muros de escalada, principalmente em São Paulo. Hoje, são muitas as mulheres que se destacam nesse estilo, algumas têm muito talento. As melhores

Gisely na via Sonho de Consumo (VIIc), na Serra do Cipó. Foto arquivo pessoal: Gisely e Vanessa.

aproximadamente 2.400 metros de escalada, uma maratona que até hoje eu fico impres-sionado e ela se saiu muitíssimo bem. Alguns anos depois veio a fase preguiçosa em que ela só queria saber de falésia. Durante esse período ela quebrou vários recordes femenino de escalada esportiva em rocha no Brasil. Foi a primeira a encadenar (guiar sem queda e sem parar), todos os graus atléticos de 8a a 9c. Por exemplo, em 1992 guiou o Ácido Fórmico (8a); em 1996 foi a vez do Brain Lock (9a) e por último, em 2001, guiou o Filezão (9c) situado na Barrinha (Rio). Tem ainda em seu currículo vias como Bam-Bam (9a/ b), Sombras Flutuantes (9b/c), Heróis da Resistência (9c), Morfina (9a/b), Filezinho (9b), dentre Katinha desequipando uma das enfiadas da Crazy Muzungus , no Garrafão, PNSO. Foto arquivo pessoal: Kátia Torres.


escaladoras brasileiras de muro certamente estão em São Paulo, como a Paloma Cardoso e a Janini Cardoso. As brasileiras conquistaram com muito esforço seus espaços no mundo da escalada e isso é inegável. Apesar da maioria dos escaladores só pensar em sexo e rocha, muitos em rocha e sexo e outros só em rocha, existe um crescente respeito em relação às escaladoras. Para quem ainda não se convenceu, basta apenas assistir, como exemplo, a Mônica Pranzl, a Roberta Nunes ou a Paloma Cardoso escalar. O time formado pelas escaladoras citadas neste texto e outras que não foram citadas, escala muito mais que a grande maioria dos escaladores masculinos, principalmente se for levado

B reve

em consideração que, no universo da escalada as estimativas apontam que as mulheres são apenas algo entre 10 e 20%. Eu só queria saber quem foi o energúmeno que disse que mulher é sexo frágil. A situação melhorou, tem mais mulheres escalando na rocha, mas ainda pode melhorar mais. Bem vinda sejam as mulheres, o esporte agradece e os homens também. (Agradeço ao Macelo Braga e a Gabriela Saliba pelas correções e sugestões)

História da Escalada Feminina Mundial...

1908

Annie Peck, fez o cume do Huascarán, Perú, passando a ser a primeira mulher a conseguir um seis mil.

1911

Annie Peck, de 58 anos, professora, alcança o cume do Coropuna, um sete mil que não tinha nenhuma ascensão até aquele momento.

1947 A primeira mulher a escalar o cume mais alto da América do Norte, o Denali (McKinley) foi Barbara Washburn. 1952

Jan Conn e Jane Showcare escalan juntas a Devil s Tower a primeira ascensão feminina sem ajuda masculina.

1960

Liz Robins se converte na primeira mulher a escalar um 6º grau em Yosemite.

1970

O Annapurna III foi subido por uma expedição japonesa, a primeira formada apenas por mulheres.

1970

Wanda rutkiewicz lidera uma expedição ao Gasherbrum II, o cume virgem mais alto daquela época.

1973

Acontece a primeira ascensão feminina ao El Capitan (EUA), por Bev Johnson e sibylle Hechtel.

1975

A japonesa Junko Tabei é a primeira mulher a coroar o cume do Everest.

1978

O Clube Alpino Suíço aceita seu primeiro membro feminino.

1979

Lynn Hill (à direita) consegue escalar uma via de 7c (nosso IXa), até aquele momento o grau mais difícil escalado por uma mulher, antes o nível máximo alcançado por elas não passava do 6c.

1983

Lynn Hill passa a ser a primeira mulher da Costa Leste dos EUA a escalar um 7c+ (nosso IXb).

1984

Titoune Bouchard é a primeira mulher na Face Sul do Aconcágua, na Argentina.

1986

A italiana Luisa Iovanne encadena o primeiro oitavo (nosso IXc) feminino da História, com a via Come Back .

1987

Catherine Destivelle (foto à direita) encadena o primeiro oitavo francês, com a via Samizdat , em Cimaï, na França. E também o primeiro 8a+ (nosso Xa), com a via Choucas , em Buoux na França. Pág.15-

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1987

Lynn Hil ganha a Copa do Mundo de Escalada.

1987

Primeira ascensão feminina ao Cerro Torre, por Rossanna Manfrini (comMaurizio Giordani, pela Maestri ) e a primeira feminina ao Fitz Roy por Romey Drushke (com Eckhard Drushke e Luike pela rota americana.

1987

Primeira repetição e primeira feminina na Bonington-Whillans da Torre Central do Paine, por Salvaterra e Gynella Paganini.

1988

Isabelle Patissier consegue o primeiro 8b (nosso Xb) feminino com a via Sortilèges , em Cimaï, na França.

1989

As primeiras norte-americanas a fazerem o cume do Everest, foram Stacey Allison e Peggy Luce.

1990

Lynn Hill consegue o primeiro 8b+ (nosso Xc) feminino com a via Masse Critique , aberta por J. B. Tribout, que meses antes havia declarado que uma mulher jamais poderia escalar 8b+ (Xc).

1991

Ana León (foto ao lado) consegue o primeiro 8a (IXc) feminino espanhol na via Musas Inquietantes , em Chorro, Málaga.

1991

Catherine Destivelle abre uma via no Dru. Onze dias na parede.

1991

A argentina Silvia Fitzpatrick abre o primeiro 8a (IXc) da Espanha, com Lolita (antigo 8a+) e Fun fun , ambas em Ventosa.

1992

Robyn Erbesfield torna-se a campeã do Campeonato Mundial de Escalada.

1992

Lynn Hill consegue a primeira ascensão em livre da via The Nose , no Parque Nacinal de Yosemite, EUA.

1992

Catherine Destivelle faz a primeira ascensão solitária feminina invernal da Walker , nas Grandes Jorasses.

1992

Alison Hargreaves torna-se a primeira mulher a subir as seis faces norte dos Alpes.

1993

Lynn Hill consegue o primeiro 8a (nosso IXc)a vista feminino. Robyn Erbesfield não deixa por menos e consegue o primeiro 8a+ (Xa) à vista feminino, e aproveitando sua ótima forma física, encadena seu primeiro 8b+ (Xc), o segundo feminino, com a via Silence , em Troubat, na França.

1994

Lynn Hill encadena em menos de 24 horas a via The Nose (1000 metros e enfiadas de até 8a IXc brasileiro), façanha ainda sem repetição.

1995

Alison Hargreaves ganha o cume do Everest sem oxigênio, sendo a primeira mulher a fazê-lo.

1996

Mia Axon, é a quarta mulher a encadenar uma via de 8b+ (Xc).

1997

Martina cufar faz o primeiro 8b+ (Xc) da Eslovênia com a via Chiquita . O primeiro 8b+ (Xc) feminino espanhol é conseguido por Josune Berziartu, neste mesmo ano, com a via Fetuccini, em El Convento, Álava.

1998

Josune Bereciartu consegue o primeiro 8c (XIa) feminino mundial, com a via Honky Tonky, em Oñate, Euskadi.

1999

Em Omaha Beach, EUA, Katie Brown (foto à direita mais em cima), de 17 anos, encadena o primeiro 8b (Xb) à vista.

2000

E Josune Bereciartu encadena o primeiro 8c+ (XIb) feminino mundial com a via Honky Mix , em Oñate, Euskadi.

2000

Silvia Vidal faz a Wyoming Sheep Ranch (A4) em solitário sem fixar cordas. Fonte: site da Revista Desnível: www.desnivel.com.es Pág.16-

Fator2


L i s C o l u n a

M a r i a d e

C a m i n h a d a

Pico do Desengano

Situado na pacata Santa Maria Madalena, cidade serrana do Estado do Rio, no Parque Estadual do Desengano, cercada de montanhas e matas primárias, esta caminhada requer um boa dose de determinação. Primeiramente por situar-se tão longe dos centros urbanos, cerca de 320 km do Rio de Janeiro, em estradas nem sempre boas. Depois o acesso até a base da caminhada, constituído de 10 km de estradas de terra em boas condições num clima seco, mas duvidoso em caso de chuva, e de 7 km de subida de estrada precária com pedras que requer o uso de tração. Além disso a caminhada é em mata atlântica primária, em seu estado quase original, belíssima, com plantas e pássaros bem diferentes dos quais costumamos ver. A caminhada de subida ao pico varia de aproximadamente 2:30hs a 5:00hs de duração, dependendo de até aonde o carro chegar. Mas Madalena tem muito mais atrativos do que você imagina. O acesso ao Pico do Desengano parte de Santa Maria Madalena, seguindo em direção a Terras Frias. Zerando o odômetro em Madalena são cerca

de 10 km até uma ponte precária, com placas indicando a entrada do parque, e do sítio Murumbeca, onde se inicia a caminhada. A partir desta ponte a estrada de mais 7km vai piorando até que chega um local, onde somente carros com tração passam. Após a ponte passa-se por um conjunto de casas, devidamente separadas por porteiras, e currais, continua-se subindo até que se avista a esquerda uma casa abandonada. Até aqui se você conseguiu vir com um carro 4x2, talvez seja melhor deixá-lo, e iniciar uma caminhada de mais 1 hora até o sítio Morumbeca. Carros com tração podem pegar qualquer uma das estradas, após a bifurcação, sendo que a estrada que sobe abruptamente a direita encontra-se em melhores condições. Ambas as estradas levam ao sítio Morumbeca. Chegando ao sítio, deixe o carro por lá num local onde não atrapalhe a passagem. A trilha começa imediatamente antes da porteira, onde a porteira se junta com a cerca. Nota-se um caminho precário paralelo a cerca, que mais adiante volta a cruzar um arame da cerca. Chega-se ao início da trilha do Pico do Desengano. Com 5 minutos de trilha você cruza um rio seco, e com mais 10 minutos chega-se a um colo, onde vamos mudar de vale, para seguirmos o rio. Aqui deve-se pegar o caminho para a direita, não muito claro. Existe um caminho a frente batendo numa área de capim melado.


Esqueça este caminho a direção esta errada. Portanto no colo pegue o caminho da direita que desce o colo em direção ao rio. Antes de margear o rio principal da caminhada, você vai cruzar um rio em lajes de pedra. Não se esqueça que esta floresta é primária e evite danos de qualquer tipo a vegetação, e andar fora da picada principal onde o solo é firme. É importante numa região como esta evitar fazer caminhos além dos existentes. Após o colo, com no máximo 20 minutos, passa-se por debaixo de um tronco, e chega-se a um riacho. Pula-se o rio, anda-se um tempo tendo o rio ao seu lado direito, até que cruza-se o rio novamente. Agora sobe-se um pequeno barranco, e tenta-se caminhar um mesmo nível tendo o rio no seu lado esquerdo. Até aqui já se passaram cerca 30 minutos de caminhada, caso você não tenha parado muito. Anda-se mais 10 minutos e cruza-se o mesmo rio. Agora caminha-se com o rio do lado direito por mais 10 minutos numa pequena crista. Desce-se a crista e cruza-se o mesmo rio agora correndo da esquerda para direita. Este é o último local para pegar água situado a 45 minutos do início da trilha. A partir daqui inicia-se uma subida árdua com desnível de 500 metros até o cume. De uma olhada na mata atlântica preservada, que a medida que subimos a vegetação ficará mais rala, começarão a surgir samambaias, pirambeiras e finalmente os costões de pedra que levam ao cume do Pico do Desengano. Do início da subida logo após ao rio, até o início dos costões de pedra serão cerca de uma hora de caminhada. Nos costões de pedra existem marcos indicando o caminho em meio a vegetação e rocha. Caso você não seja experiente muita atenção ao transpassar os costões: é necessário ter experiência para verificar a melhor inclinação. Do início dos costões até o cume são cerca de mais 30 minutos de caminhada, perfazendo um total de 2:30 hs de caminhada desde o início da trilha. Do cume curta a vista do desengano das matas de crubixais, e de toda região. Todo o roteiro da caminhada além de outros atrativos da região esta em tracklog para GPS em http://www.trekmapas.hpg.com.br.

R a l f C ô r t e s C o l u n a

d e

T r a d i c i o n a l

Tra d n a Paraíba Vale da Pedra da Boca, localizada no município de Araruana na divisa com Rio Grande do Norte possui vários setores a serem descobertos com boas possibilidades de vias em qualquer estilo. Em um setor chamado Pinguruta abrimos algumas vias em estilo esportivo tradicional e fendas. 1 - Cumadi Frozinha E5/6, VIIb, 20m, Ralf Côrtes, Cesar Queiroz e Fabio Albuquerque; 2 - Rapadura é Mole Mas Não é Doce Não E2, V, 40m fenda em oposição, Ralf Côrtes e Eduardo Souto; 3 - Cumpadi Susurro E3, V, 20m, Ralf Côrtes e Cezar Queiroz; 4 - Essa é Minha, Ninguém Tasca E3, IV, 20m, Fabio Albuquerque e Sergio Pellissari; 5 - Via Do E2, IVsup, 15m, Daniel Bernardo, Cezar Queiroz, Eduardo Souto e João Henrique (via conquistada de baixo com grampos, não sendo considerada uma esportiva tradicional); 6 - Banheirinho E2, III, (via vertical com boas proteções móveis) 10m, Ralf Côrtes e Cezar Queiroz.


INFOFEMERJ Número 4

Croquiteca Oficial do Estado do Rio de Janeiro Você conquistou vias no Estado do Rio de Janeiro? Quer garantir a integridade da sua via, mantendo-a, se não com a configuração inicial, ao menos com a “cara” que você imaginou para ela? Então, mande logo seu croqui para a Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ), em nome da Gabriela Saliba (infofemerj@ig.com.br). Já existem algumas croquitecas informais em clubes excursionistas da cidade do Rio, no entanto, a FEMERJ está começando um trabalho oficial e só serão aceitos croquis onde constem as seguintes informações: 1. o nome dos conquistadores, 2. data da conquista, 3. localização da via com indicação da montanha, face e acesso, 4. grau, 5. material necessário (caso seja em móvel), 6. posição e diâmetro de cada grampo (1/2, 3/8 ou ¼) e 7. qualquer outra informação que o conquistador julgar relevante. Envie sua conquista para a FEMERJ o quanto antes! Novo GT Na última reunião foi criado um novo grupo de trabalho, provisoriamente chamado de GT Mínimo Impacto de Conquista, que será coordenado pelo Sergio Bula, do CEC, com o objetivo de estudar medidas para limitar futuras conquistas em algumas paredes do Estado, por duas razões: 1. Ambiental – com o intuito de preservar a cobertura vegetal das faces rochosas e/ou a manutenção de áreas para a vida animal se desenvolver sem ser perturbada (nidificação e reprodução) 2. Esportiva – com o intuito de evitar a sobreposiçao ou proximidade exagerada das vias, que acabam gerando verdadeiras cópias de pouca criatividade (ex.: Morro da Babilônia, na Urca) Estudiosos da área ambiental, montanhistas que se identifiquem e aqueles que desaprovam o GT estão convidados a participarem. A primeira medida já foi tomada

e a orientação sugerida pela FEMERJ é de não se conquistar mais vias no Morro da Babilônia (no trecho que vai do Paredão Entropia ao Paredão Phoenix). Os interessados em participar e cooperar devem procurar o Sergio no telefone: (21) 2265-4148 ou no email: sergiobula@yahoo.com Reuniões: Calendário de 2002: As reuniões acontecem na última terçafeira do mês, às 19hs, e está aberta a todos. Sua presença é muito importante para o desenvolvimento do nosso esporte! * 6 de março - AGUIPERJ/Escola Limite Vertical; / 30 de abril - CE Rio de Janeiro; / 28 de maio - CE Light; / 25 de junho - CE Carioca; / 30 de julho - CE Brasileiro; / 27 de agosto - AGUIPERJ/Escola Limite Vertical; / 24 de setembro - CE Rio e Janeiro; / 29 de outubro - CE Light; / 26 de novembro - CE Carioca. Curtas: * Parabéns aos organizadores do I Mostra Internacional de Filmes de Montanha – Banff Mountain Film Festival World Tour, realizado nos dias 14 e 15 de setembro no Centro Cultural dos Correios, e que contou com o apoio da FEMERJ. As duas noites venderam bem mais do que o esperado e foi um grande sucesso! Vida longa a todas estas iniciativas... * Na comemoração de 70 anos do Cristo Redentor, a FEMERJ teve participação ativa no mutirão de limpeza, inclusive retirando lixo da Face Sul. * Continue enviando seus cartuchos usados de tinta de impressora para o Projeto Reciclar. O dinheiro arrecadado será revertido para a FEMERJ. Os cartuchos devem ser entregues à Priscila Penna Botto nas reuniões da FEMERJ ou nos clubes e escolas de escalada. * A FEMERJ participou, no dia 22 de setembro, da comemoração do 2º ano do Conselho Gestor das Apas Leme e Babilônia. Estavam presentes representantes de diferentes instituições como a Sec. Municipal de Meio Ambiente,


INFOFEMERJ Prefeitura Militar da Zona Sul, Forte do Leme, Instituto Estadual de Florestas do RJ, Associação de Moradores dos Morro da Babilônia e dos Cabritos, da rua Lauro Müller, da Vila Benjamin Constant e de Botafogo, ONG Florescer, UNIRIO e UFRJ, C. Comercial de Copacabana e Cercanias (CCCC). Como uma das ações do evento, foi realizado um reflorestamento no Morro da Babilônia. * Todos aqueles escaladores independentes que querem se federar, deverão participar de uma avaliação feita em três etapas eliminatórias e ministradas pela FEMERJ, sendo elas: 1. Preencher uma ficha com o currículo e algumas referências 2. Fazer a prova teórica baseada em itens presentes no currículo mínimo; 3. Prova prática, na pedra. Como se federar? Para se federar, o interessado deverá procurar a entidade onde fez o curso básico de montanhismo (clubes, instrutores ou escolas de escalada) para que ele autorize a inscrição que será, então, encaminhada para a FEMERJ pelo mesmo. Qualquer interessado pode ser FEDERADO, desde que: a) tenha feito algum Curso Básico de Montanhismo (CBM) homologado pela FEMERJ; b) apresentando o respectivo certificado; c) respeite os critérios de conduta e ética estabelecidos pela FEMERJ; e d) seja maior de 18 (dezoito) anos. Os menores de 18 (dezoito) anos terão de apresentar autorização assinada pelo responsável; Art. 17 ? O interessado que quiser ser FEDERADO da FEMERJ sem ter participado de um CBM reconhecido pela FEMERJ, e demonstra suficientes conhecimentos técnicos, será submetido a um teste prático e teórico a ser ministrado pelo Departamento Técnico da FEMERJ. Vantagens de ser um federado: 1. 50% de desconto na entrada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PNSO) e Parque Nacional de Itatiaia – necessário apresentar a carteira da FEMERJ. 2. 10% de desconto em diversas lojas de montanhismo: · F. Equipamentos - Rua Visconde de Pirajá 444/sobreloja

216 - (21) 523-2292 · Camelos Adventures – Estr. Fco da Cruz Nunes, 8305 loja 101 – Itaipu – Niterói – tel.: (21) 609 9843 · On The Rock s- Shopping Downtown Bloco 8 – Loja 124 – Barra da Tijuca – RJ – tel.: (21) 491.9725 · Half Dome – Alameda dos Nhambiquaras, 946 – Moema – SP – tel.: (11) 5052.8082 · Half Dome – Rua Dr. Vila Nova, 321 – SP – tel.: (11) 255.4331 3. Participação nos campeonatos da FEMERJ. 4. Muro do Centro Excursionista Brasileiro (CEB) – 40% de desconto. 5. Albergue da Juventude – 35% de desconto na anuidade para quem se associar. 6. Refúgio das Águas, em Salinas – Sergio Tartari – 10% de desconto. 7. Abrigo 3 Picos, em Salinas – Zezinho – 10% de desconto. 8. Pedra Bonita, em São Conrado – entrada livre 9. Outros acordos estão sendo firmados. Divulgaremos em breve... Valores para se federar: ANUIDADE – R$ 30,00 (trinta reais). Participe você também! · Os interessados em fazer parte da lista da FEMERJ deverão mandar um email sem título para o seguinte endereço: FEMERJ-subscribe@egroups.com · Pedimos a participação e colaboração dos montanhistas para que enviem informações, para o email abaixo, do estado das trilhas e vias que existem no nosso estado. · A FEMERJ está fazendo uma votação para saber quais vias devemos regrampear no Projeto Pitangui. Sugestões para infofemerj@ig.com.br · Notícias, sugestões e qualquer tipo de contato e informação deverá ser enviada para o endereço: infofemerj@ig.com.br · Já está no ar o Site da FEMERJ, no endereço: www.femerj.org


O Paraná, apesar de ser um Estado com forte tradição no montanhismo e escalada, e até mesmo possuir alguns escaladores de expressão nacional, não é privilegiado como o Rio de Janeiro, por exemplo, em termos de grandes paredes. Sem dúvidas a escalada de aventura no Paraná sempre concentrou-se no conjunto Marumbi, até mesmo por existirem poucas paredes de tamanho razoável fora dali. Possivelmente depois do Marumbi o local mais conhecido para a escalada de aventura era o Ibitirati. A via normal (Mar de Caratuvas) foi aberta ainda na década de 80. O itinerário, apesar de ser muito visual , é predominantemente trepamato. No entanto, a face noroeste da montanha apresenta-se bem limpa. É esta a face visível da trilha do Pico Paraná. Em 1997, Ingo, Domingos e Xicão, conquistaram a Eco-Xiitas na referida face. No ano seguinte, C a r l o s Michel e e u

fizemos a primeira, e até agora a única, repetição da via. Voltei empolgado e com as atenções voltadas para a ainda virgem parede do União, entre o Pico Paraná e Ibitirati. Como arrumar companheiro para essas empreitadas não é lá muito fácil, tardei mais um ano para lá voltar. Com o Adriano Oliveira, companheiro de muitas roubadas, conquistei a primeira via do União, em agosto de 1999. A parede mostrou-se melhor até do que se imaginava. Rocha de boa qualidade, muitas agarras. Algumas das mais belas enfiadas que já escalei foram

Conjunto Pico Paraná, da esquerda par a direita: Pico Ibitirati, União e Pico Paraná (1887m).


nessa parede. Em dezembro, pouco antes do ano novo, voltamos lá e abrimos mais duas vias, ainda mais belas, em pleno verão, fechando assim o milênio com chave de ouro. Esgotamos assim as possibilidades no União. Voltei meu interesse para uma nova via na face noroeste do Ibitirati. Em abril de 2000 nos lançamos à parede, após uma investida prévia para transporte de material. Foi uma conquista gratificante, tendo a última enfiada, sido conquistada quase inteiramente à noite. Para encerrar a aventurinha , nos retiramos da parede jumareando com um vento fortíssimo, na verdade o mais forte que já peguei em uma parede. Com essa via aparentemente esgotaramse as possibilidades de novos itinerários nessa face. Apesar da parede ser razoavelmente ampla, a maior parte é lisa ou requer um demasidado número de grampos para ser escalada, o que não condiz com o estilo do local e muito provavelmente as linhas são descontínuas. Com esta agora há seis vias no local, num lugar de visual magnífico.

No Ibitirati: Mar de Caratuvas , Eco-xiitas , Infarto Neurológico . Ambas as vias (Eco e Infarto) são comprometidas e expostas. Requerem um bom domínio de escalada móvel e boas noções de como orientarse na parede. No caso de precisar abandonar a escalada ao meio, devido ao mau tempo ou outro fator qualquer, a situação pode ficar um pouco complicada. No União: A Pressa é Inimiga da Proteção, Prá Que Corda Então? , Seg de Corpo , Mantenha seu Medo . Vias expostas. Especialmente na Pressa... é -fundamental ter boa intuição sobre o itinerário à seguir, pois são muitas as possibilidades, mas nem todas servem, e há duas enfiadas sem nenhum grampo intermediário. Atenção! Neste tipo de escalada a experiência conta muito. Não superestime sua capacidade, pois um simples acidente nesta região, especialmente na face noroeste do Ibitirati, pode ter sérias conseqüências. O local é de difícil acesso e esta face é particularmente pouco conhecida. Um resgate aí pode ser algo difícil. Não subestime o grau que consta no croqui. Não é a mesma coisa fazer um sexto grau à vista com proteção precária ou mesmo sem proteção em lances muitas vezes pouco óbvios. E lembre-se, como é freqüente haver mais de uma possibilidade, uma escolha errada pode lhe colocar na roubada . Por último, como o tempo na região costuma ser instável e mudar em poucas horas, é importante escolher bem o dia de tentar a escalada e ser rápido para diminuir as chances de pegar mau tempo. Um bom croqui e um bom planejamento são fundamentais. Texto: José Luís Capachão Verbiski Curitiba/PR. Informações no CPM (Clube Paranaense de Montanhismo), Rua Anne Frank, 2340 - Curitiba - PR - Cep. 81650-020. Foto: Cintia Adriane.





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