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Reportagem

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Perdas econômicas associadas à ileíte Dr. Derald Holtkamp

DESTAQUES

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„ Com base em um levantamento feito com veterinários da suinocultura, as perdas na produtividade e o aumento dos custos com saúde animal em suínos afetados pela ileíte na terminação foram estimados em US$ 4,65 por suíno comercializado. „ Com base em resultados de estudos de caso-controle e desafio experimental, o valor das perdas de produtividade causadas pela ileíte na terminação variou de US$ 5,98 a US$ 17,34 por suíno comercializado. „ O custo da variação do crescimento causado pela ileíte torna mais difícil a alimentação e comercialização dos suínos, o que aumenta o custo da doença. „ O investimento em intervenções na saúde animal, como vacinas, antimicrobianos, serviços veterinários e diagnósticos, deve ser ponderado em relação ao benefício de reduzir as perdas de produtividade causadas pela ileíte. valor das perdas de produtividade e do aumento

INTRODUÇÃO

Lawsonia intracellularis (L. intracellularis) é o agente causador da enteropatia proliferativa suína, ou ileíte, uma doença que afeta suínos em todo o mundo (Lawson et al., 2000). Em suínos em crescimento, lesões, sinais clínicos e perdas de produtividade podem variar de leves a graves. Os sinais clínicos podem incluir diarreia, e as lesões podem variar desde um espessamento da mucosa do intestino delgado e cólon até uma enterite necrosante ou uma enteropatia hemorrágica proliferativa em suínos mais gravemente afetados (Rowland et al., 1975). Os suínos podem ser afetados a qualquer momento durante a fase de crescimento, mas as perdas de produtividade relacionadas à ileíte são mais significativas na terminação, desde aproximadamente 20 kg até o peso de abate (Bane et al., 2001). de peso diário (GPD), e uma conversão menos efi-

Os sinais clínicos de suínos afetados por ileíte incluem diarreia e perda de peso. No entanto, os suínos afetados frequentemente crescem mais lentamente e requerem mais alimento por unidade de ganho de peso, mesmo sem diarreia ou perda de peso. Esta forma é, muitas vezes, chadutividade não são caracterizadas por sinais clínicos evidentes. A Ileíte é um problema prevalecente em todo o mundo. Com base em uma pesquisa feita em 2012 com produtores nos Estados Unidos, realizada pelo National Animal Health Monitoring System (USDA, APHIS, NAHMS, 2016), a ileíte foi relatada como um problema sanitário em 28,7% das granjas de crescimento e terminação.

ESTIMATIVAS DE PERDAS ECONÔMICAS

Em um estudo de 2006, em uma pesquisa com veterinários para classificar e quantificar a produtividade e as perdas econômicas devido aos grandes desafios de saúde em 19 grandes empresas de produção suína nos EUA, a ileíte foi classificada como um desafio de saúde em 14 das empresas (Holtkamp et al., 2007). No mesmo estudo, o dos custos com saúde animal em suínos afetados pela ileíte nas terminações foi estimado em US$ 4,65/suíno comercializado, com perdas totais nos EUA estimadas em US$ 56,1 milhões anuais (dados não publicados).

FONTES DE PERDAS ECONÔMICAS

PERDAS DE PRODUÇÃO

A principal fonte de perdas econômicas associadas à ileíte surge das perdas de produtividade causadas pela doença. Os suínos afetados pela ileíte crescem mais lentamente e têm uma pior taxa de conversão alimentar. Um crescimento mais lento é medido por uma redução no ganho mada de doença subclínica, pois as perdas de pro-

ciente da ração em ganho de peso é medida por um aumento na taxa de conversão alimentar (TCA). A doença pode também resultar em um aumento da porcentagem de descartes, e em alguns casos pode causar mortalidade, resultando em um aumento das taxas de descarte e mortalidade. Boas estimativas das perdas de produtividade causadas pela ileíte são difíceis de fazer devido à falta de dados suficientes coletados pelos produtores.

A lacuna de dados mais significativa decorre da dificuldade em classificar grupos de suínos em crescimento como afetados ou não pela ileíte. Estão disponíveis ferramentas de diagnóstico para determinar se os suínos estão infectados pela L. intracellularis, têm anticorpos contra L. intracellularis (isto indica uma infecção anterior) e se a bactéria está associada às lesões. No entanto, os exames diagnósticos aumentam os custos de produção e são realizados com pouca frequência e raramente de forma rotineira. Quando os diagnósticos são realizados, falta à indústria uma definição amplamente aceita para classificar grupos de suínos como afetados ou não afetados com base nos resultados de diagnósticos laboratoriais. Na prática, a observação de sinais clínicos é menos dispendiosa do que a realização de exames laboratoriais, mas é algo subjetivo, e a falta de sinais clínicos evidentes em casos subclínicos torna impossível confiar nesse parâmetro para classificar os grupos como afetados. No entanto, a falta de bons dados dos produtores, estudos observacionais publicados e estudos de desafio experimental controlados podem fornecer uma base para fazer estimativas aproximadas razoáveis.

Tabela 1. Resumo das perdas de produção dos estudos de caso-controle e desafio experimental

1. A idade dos suínos era a idade em que era desafiado. A duração do estudo é o tempo durante o qual o GPD e a CA foram medidos após o desafio. B = Baixo, M = Médio, A = Alto. Classificados como rebanhos Negativos (Controle) por sorologia. Classificados como rebanhos Positivos (Casos) por sorologia.

GPD REDUZIDO E PIORA NA CA

Os estudos publicados fornecem uma base para estimar o impacto da ileíte no GPD e na CA (Tabela 1). Um estudo de caso-controle comparando rebanhos afetados pela ileíte com aqueles não afetados pela doença relatou que o GPD no sistema wean to finish (do desmame ao final da terminação) foi reduzido em 9% e que a CA aumentou em 7% (Fourchon et al., 2000). Os rebanhos foram classificados como positivos ou negativos com base no seu estado serológico. Vários estudos experimentais de desafio, comparando suínos não desafiados (controle negativo) com suínos desafiados (controle positivo) também foram publicados. Todos os estudos resumidos na Tabela 1 incluíram um controle negativo e pelo menos um grupo de suínos desafiados, e nenhum dos estudos incluiu quaisquer grupos de suínos que foram tratados com uma vacina ou antimicrobianos. A idade dos suínos quando desafiados e a dose de desafio variaram em cada estudo. Em geral, o impacto no GPD e CA é maior nos suínos mais jovens e aumenta à medida que a dose de desafio aumenta. No caso dos estudos de desafio experimental em que os suínos tinham menos de 42 dias na época do desafio (Guedes et al., 2003; Paradis et al., 2012; Shurson, 2002a), a redução do GPD variou de 37% para 79%, e a CA aumentou de 37% para 194%. No entanto, os estudos experimentais de desafio em que os suínos tinham 42 dias (6 semanas) ou mais representam melhor o momento das infecções no campo. Em estudos nos quais os suínos tinham 42 dias ou mais na época do desafio (Shurson et al., 2002b; Beckler et al., 2012; Collins et al., 2014a,b), a redução no GPD variou de 3% a 19%. O impacto na CA foi relatado apenas em um dos estudos com suínos mais velhos (Collins et al., 2014a), no qual foi relatado um aumento de 7%. MORTALIDADE E ABATES

Nas formas mais graves da doença, a mortalidade também pode ocorrer, especialmente mais tarde na fase de crescimento. No estudo de caso-controle conduzido por Fourchon (Fourchon et al., 2000), a taxa de mortalidade no sistema de produção wean to finish foi de 5,4% em granjas negativas e aumentou para 6,7% em rebanhos positivos (um aumento relativo de 24%). A taxa de descarte também pode aumentar, pois os suínos mais gravemente afetados podem não crescer rápido o suficiente para atingir pesos que são aceitos pelos mercados frigoríficos.

VALOR ECONÔMICO DAS PERDAS DE PRODUTIVIDADE ESTIMADAS

Para estimar o valor das mudanças na produtividade causadas pela ileíte, foi realizada uma análise econômica utilizando um modelo produtivo e econômico. Para o cenário Não afetado pela ileíte, o valor basal para GPD foi de 900 gr/dia, 2,950 para CA e 4,0% para mortalidade. Os limites inferior e superior relativos à redução do GPD foram de 3% e 19%. Devido ao número limitado de estudos que relatam CA, um aumento de 7% foi usado tanto para o cenário de limite inferior quanto para o de limite superior. A taxa de mortalidade para o limite inferior permaneceu inalterada em relação à taxa não afetada de 4,0% e aumentou para 5,0% para o limite superior, um aumento de 25%, com base nos resultados do estudo de Fourchon (Fourchon et al., 2000). Em cada cenário foi utilizado um peso médio inicial de 22 kg e 115 dias de ração. Portanto, à medida que o GPD diminuiu, o peso médio do

Tabela 2. Valor estimado dos GPDs mais fracos, CAs e taxas de número de animais e ao tempo que mortalidade causadas pela ileíte eles podem permanecer em cada Os valores dos GPDs, CAs e taxas de mortalidade mais fracos foram calculados como a mudança no lucro a partir do cenário não afetado pela Ileítes. O valor da perda de produtividade causada pela ileíte oscilou entre US$ 5,98 para o limite inferior e US$ 16,94 para o limite superior.

VARIAÇÃO

A principal fonte de perdas econômicas associadas à ileíte surge das perdas de produtividade causadas pelos grupos de suínos afetados pela ileíte. Observa-se a variação de leitão para leitão no ganho de peso diário entre suínos, já que alguns podem ser mais afetados do que outros. As restrições do sistema contribuem para as consequências econômicas associadas à variação. Restrições comuns à maioria dos produtores surgem de recursos fixos limitados, tais como espaço de construção, e restrições impostas pelo manejo, tal como o fluxo de suínos no sistema. O número e o tamanho das instalações colocam um limite ao instalação. Quando a variação no peso dos suínos aumenta devido à doença durante o período de crescimento, torna-se mais difícil alimentar e comercializar os suínos. As dietas serão sobrefortificadas para suínos mais pesados e subfortificadas para suínos mais leves. Dependendo para onde os produtores visam à dieta em cada fase de crescimento, o custo da ração aumentará se as dietas forem sobrefortificadas, e o crescimento e a conversão alimentar sofrerão se as 1. Limite inferior: dietas forem subfortificadas. Na comercializa- O GPD diminuiu de 0,90 para 0,87 kg/dia (-3,0%) ção, a maior variação de peso dos suínos torna - A CA aumentou de 2.950 para 3.157 kg de ração/kg de ganho (+7,0%) - A taxa de mortalidade não se alterou mais difícil vender aqueles que se enquadrem em um grupo de peso ótimo. Os suínos mais 2. Limite superior: pesados podem ser comercializados mais - O GPD diminuiu de 0,90 para 0,73 kg/dia (-19,0%) cedo, mas os suínos no extremo mais leve da - A CA aumentou de 2.950 para 3.157 kg de ração/kg de ganho (+7,0%) distribuição de peso são os que causam mais problemas. mercado também diminuiu. Foram utilizados no Se houver espaço disponível nas instalamodelo um preço de suíno de mercado de US$ ções, os suínos mais leves podem ser mantidos 1,76/kg e um preço de ração de US$ 190/tonelada. em alimentação por um período mais longo. No O preço da ração era o médio para todas as entanto, quando o espaço é limitado, como geralfases da terminação. Apenas o GPD, a CA e a taxa cializados com pesos inferiores ao ideal, o que de mortalidade mudaram entre cada um dos cená- resulta em uma perda de receita e lucro. rios. Os valores do resto dos parâmetros foram Dependendo se o espaço nas instalações mantidos constantes para os três cenários. Os é próprio ou alugado, segurar o espaço por um resultados da análise econômica são apresentados período mais longo também pode aumentar os na Tabela 2. custos.

mente acontece, os suínos mais leves são comer-

AUMENTO DOS CUSTOS DA SAÚDE ANIMAL

O custo das intervenções de saúde animal, tais como vacinas, antimicrobianos, serviços veterinários e diagnósticos, não são diretamente causados pela ileíte, mas ocorrem em resposta à doença. O dinheiro gasto nestas intervenções deve ser ponderado em relação ao benefício de reduzir os impactos da doença descrita acima. Uma análise de custo-benefício pode fornecer informações valiosas para ajudar os produtores e veterinários a decidir quais intervenções realizar.

CONCLUSÕES

A maior fonte de perdas econômicas associadas à ileíte é decorrente das perdas de produtividade causadas pela doença. Na terminação, na qual as perdas devidas à ileíte são mais significativas, os suínos afetados terão um GPD menor e um aumento da CA, e ocasionalmente um aumento na mortalidade e nas taxas de descarte. Outras

perdas econômicas resultam da variação de GPD entre suínos, uma vez que alguns suínos podem ser mais afetados do que outros. A variação no crescimento causada pela ileíte torna mais difícil a alimentação e comercialização dos suínos, o que aumenta o custo da doença. Poucas estimativas do custo da ileíte foram publicadas. Em um estudo, baseado em um levantamento feito por veterinários de suínos, o valor das perdas de produtividade e do aumento dos custos com a saúde animal em suínos afetados pela ileíte na terminação foi estimado em US$ 4,65 por suíno comercializado.

Referências

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Suplementação de luz não afeta o intervalo desmame-estro de fêmeas suínas hiperprolíficas

FERREIRA, R.A.1*; LOPES, J.P.N.2; CHAVES, F.J.S.R2; RESENDE, A.C.C3; RESENDE, M.P.4; SOARES, A.R.5

1 Professor do DZO/UFLA-Lavras/MG. Tutor do PET-Zootecnia. * 2 Zootecnistas UFLA 3 Proprietário Mangá Agronegócio, Lagoa Dourada MG 4 Gerente Mangá Agronegócio, Lagoa Dourada MG 5 Gerente técnico de suínos - Trouw Nutrition Premix * rony@ufla.br

Resumo

Osistema de resfriamento evaporativo adotado para melhorar o conforto térmico das fêmeas suínas pode reduzir a iluminância dos galpões. Não se sabe, até o momento, se as matrizes suínas modernas são afetadas pela falta de luz, tendo como efeito negativo piores índices reprodutivos. Programas de luz já são conhecidos na avicultura, beneficiando desde o consumo de ração até a reprodução. Em suínos, tem-se a referência de no mínimo 40 lux por oito horas e sabe-se dos efeitos positivos dela para os leitões. Objetivou-se avaliar os efeitos do uso de iluminação artificial sobre o intervalo desmame-estro de fêmeas suínas modernas, verificando a viabilidade técnica do uso de suplementação para animais mantidos em galpão climatizado. O experimento foi realizado na Fazenda Mangá Agronegócio, situada no município de Lagoa Dourada, MG, sendo adotados dois tratamentos: o fornecimento ou não de luz artificial para fêmeas suínas mantidas em galpão climatizado. Foram utilizados dados do intervalo desmame-estro (IDE) de 480 fêmeas suínas mantidas 16h em fotofase e 8h em escotofase. Destas, 240 receberam 470 lux por meio de luz artificial e 240 receberam luz natural de 10 lux. As porcas foram estimuladas duas vezes ao dia por reflexo de tolerância a macho. Foi realizado teste F para análise dos dados e não houve diferença significativa.Ambos os tratamentos mantiveram o IDE próximo à média de 3,98± dias. Diante do exposto, conclui-se que não se recomenda luz suplementar para fêmeas suínas recém-desmamadas mantidas em galpão climatizado, mesmo com intensidade luminosa abaixo de 40 lux.

Palavras-chave: climatização, Iluminância, lux, porcas e suinocultura.

Introdução

A suinocultura teve grandes avanços nas áreas de nutrição, genética e manejo, o que possibilitou ganhos expressivos em produtividade. Para que os suínos consigam expressar seu potencial genético produtivo, muitas fases da criação estão sendo realizadas em galpões climatizados, com alto grau de fechamento, o que reduz a iluminação interna. Embora tenha havido avanços nos sistemas de resfriamento de galpões, o resfriamento evaporativo vem sendo amplamente empregado como alternativa para melhorar o conforto térmico das fêmeas suínas. Este sistema pode se apresentar de duas formas principais: na primeira, o ar resfriado pelas placas evaporativas é direcionado, por meio de tubos, à região cervical das fêmeas, mais usado na maternidade; eno segundo, as placas evaporativas são instaladas nas laterais dos galpões, de modo que o ar externo passe por elas e entre na edificação já resfriado.Este últimoé mais utilizado para a fêmeas gestantes, mas também pode ser adotado na maternidade (Mendes et al. 2020). Com o emprego destas placas evaporativas nas laterais dos galpões, muitas vezes se estendendo por todo o pé direito da edificação, há redução significativa na iluminância interna, reduzindo a quantidade de lux às fêmeas suínas. A iluminação está relacionada às necessidades básicas, como alimentação, água e conforto térmico (Baldwin e Meese, 1979). Os ritmos diários de atividade dos animais são fortemente influenciados e determinados pelas condições de luz ao longo do dia. Embora o ritmo circadiano endógeno tenha influência direta da luz, a literatura disponível sobre os efeitos da iluminação, em suínos, é relativamente incipiente (Aguggini et al., 1992). Em espécies sazonais, a reprodução é regulada por meio da modulação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (HHG) pela melatonina. Isso ocorre pela ativação de receptores de melatonina encontrados em diferentes locais, como em neurônios hipotalâmicos liberadores de GnRH, hipófise anterior e gônadas (Vanecek,1998; Roy et al., 2001; Frungieri et al., 2005). Os efeitos da luz já foram evidenciados no desempenho de cordeiros (Forbeset al., 1975; Brinklow e Forbes, 1984), ratos, hamsters (Wurtman, 1975) e de outros mamíferos, como éguas e gatas. Ao estudar o efeito do fotoperíodo sobre a produção de vacas leiteiras, Reksenet al. (1999), observaram que a utilização de iluminação, no período da noite, aumentou a produção de leite e melhorou a fertilidade com a maior exposição diária à luz. Em aves, a manipulação do fotoperíodo é largamente utilizada a fim de se adiantar ou retardar o início da

postura, melhorar a qualidade da casca do ovo e maximizar a eficiência alimentar (Etches, 1994). Os primeiros achados em mamíferos que relacionam o fotoperíodo como um marcador sazonal foram relatados em 1932, por Baker & Ranson. Eles observaram que muitas funções fisiológicas dos mamíferos apresentavam caráter sazonal. Posteriormente, evidenciou-se que o fotoperíodo tem grande importância em muitas espécies de interesse zootécnico, como os ovinos, que são influenciados em seus aspectos produtivos e reprodutivos. O aumento da luminosidade pode elevar seu ganho de peso (Eisemannet al., 1984), produção de leite (Kann, 1997) e o crescimento da lã (Butler, 1994). Esta sazonalidade ocorre em função das mudanças no perfil de secreção de melatonina advindas de alterações no fotoperíodo. Os ovinos são classificados como animais de fotoperíodo curto, sendo este um potente sincronizador biológico. Os javalis, ancestrais do suíno doméstico dividem o dia em longos períodos de sono profundo e atividades (Gundlach, 1968). Em áreas onde não são perturbados, eles são primariamente ativos durante o dia (Zhang et al., 2007). Porém, javalis e suínos selvagens podem adotar hábitos noturnos em resposta à pressão de caça (Lemel et al., 2003). Ao tratar de fertilidade sazonal, o fotoperíodo é o fator mais importante, pois os javalis são animais de dias curtos, e sua reprodução é estimulada pelo encurtamento do dia no outono, com um período sexualmente inativo na primavera e início do verão (Mauget, 1982). Até certo ponto, espera-se que o suíno doméstico seja influenciado por essa herança (Peltoniemi e Virolainen, 2006) Os estudos sobre a influência da intensidade luminosa em relação ao bem-estar dos suínos são poucos e contraditórios (Aguggini et al., 1992). Van Putten (1980) não conseguiu provar, experimentalmente, que o repertório comportamental dos suínos e, indiretamente, seu bem-estar, sejam afetados pela presença ou ausência de luz. Entretanto, sabe-se que as alterações no ciclo de luz escura afetam a atividade hormonal da glândula pineal, que desempenha um importante papel no controle neuroendócrino do ritmo circadiano e da fisiologia reprodutiva dos animais (Aleandri et al., 1996). Andersson (2001) mostrou que suínos de idade, raça e sexo diferentes apresentaram aumento na concentração de melatonina no período noturno, com elevada amplitude entre os animais, o que sugere uma origem genética dessas diferenças. Nesse mesmo sentido, McGloneet al. (1988) estudaram a influência do fotoperíodo 1L:23E (L=horas de luz; E=horas de escuro) e 16L:8E no consumo, ganho de peso e mortalidade, não encontrando diferenças entre os tratamentos, porém foi verificada redução na taxa de retorno ao cio em porcas durante o fotoperíodo 16L: 8E. Kraeling et al. (1987) avaliaram o efeito do fotoperíodo e temperatura na secreção de prolactina em marrãs ovariectomizadas. Cinco marrãs ovariectomizadas foram colocadas em cada uma das duas câmaras a 20°C com 12 horas de luz e 12 horas de escuridão (12L:12E) por oito dias. Os autores verificaram que aumentos simultâneos de temperatura e fotoperíodo aumentaram a resposta da prolactina sérica ao hormônio tireoestimulante. McGlone et al. (1988), realizaram três experimentos para avaliar a produtividade de porcas e leitões sob fotoperíodo estendido. Verificaram que o fotoperíodo prolongado reduziu o intervalo desmame-estro (IDE). Não foram observados benefícios no peso da leitegada ou na sobrevivência pré-desmame ou pós-desmame pelo uso de fotoperíodo prolongado. Os primeiros estudos sobre a influência da luz para suínos realizados no Brasil foram conduzidos por Furlan et.al. (1986a, 1986b), e os autores trabalharam com animais em crescimento e terminação. Outros pesquisadores também estudaram os efeitos da suplementação de luz para suínos na fase de creche (Souza Júnior et al., 2011). A iluminação artificial tem sido usada também em outras fases, como a maternidade, com o objetivo de melhorar a sobrevivência de leitões e seu peso ao desmame (Mabry et al., 1982;1983), mas poucos são os relatos dos efeitos nas fêmeas modernas. Não somente no Brasil há carência de estudos nesta linha com suínos, e muitas indagações e suposições compõem a realidade dos produtores. Este estudo se faz particularmente importante em situações em que as fêmeas suínas são mantidas em galpões climatizados, uma vez que o uso de resfriadores laterais tipo cooling promove escurecimento do galpão. Assim, uma pesquisa foi conduzida para estudar o efeito da intensidade de iluminação sobre o intervalo desmame-estro nas fêmeas suínas alojadas em galpão climatizado.

Material e métodos

O experimento foi conduzido em suinocultura comercial localizada no município de Lagoa Dourada, MG, situado a 20o89’64” de latitude sul e 44o04’52”de longitude oeste, com altitude de 1.080 m, na região do Campo das Vertentes. O clima é Cwb, segundo a classificação de Köeppen, sendo caracterizado como temperado úmido, com inverno seco e verão temperado. Os dados foram coletados em fêmeas suínas recém-desmamadas alojadas em galpão de gestação. O galpão era orientado na direção norte-sul, no eixo de seu comprimento, com telhado em duas águas de telhas de fibrocimento. Para climatização, foram instaladas duas placas evaporativas nas laterais leste e oeste, próximas ao oitão norte do galpão, e os exaustores foram instalados no oitão oposto,na extremidade sul, caracterizando um sistema de resfriamento evaporativo com pressão

Figura 1: Vistas externa e interna de galpão para fêmeas suínas em gestação. Mangá agronegócio

negativa. As placas evaporativas ocupavam todo o pé-direito do galpão, (Figura 1) tornando a extremidade norte da edificação com mínima iluminação natural. Foram coletados dados em fêmeas suínas recém-desmamadas mantidas em galpão climatizado, com 10 metros de largura e 100 metros de comprimento,com 470 gaiolas para alojamento de fêmeas em gestação, com as dimensões 2,20 x 0,60 x 1,00m (comprimento, largura, altura), tendo piso suspenso de plástico, equipadas com bebedouro do tipo lâmina d’água e comedouro de fornecimento manual de ração. As gaiolas eram distribuídas em três linhas, sendo 450 destinadas a porcas em gestação e 25 destinadas às porcas recém-desmamadas e aptas à inseminação artificial. Destas 25 gaiolas, foram utilizadas 24 para alojar as fêmeas em coleta de dados, sendo uma gaiola vazia, utilizada como separação dos tratamentos por uma lona plástica adiáfana, ou seja, que não permitia a passagem da luz. Conforme o manejo da granja, as fêmeas suínas recém-desmamadas eram acondicionadas nas gaiolas localizadas na extremidade norte do galpão, posicionadas entre as placas evaporativas, caracterizado como o local com menor iluminância natural na edificação em razão das placas evaporativas. Para caracterizar os tratamentos experimentais, semanalmente, 24 fêmeas recém-desmamadas foram alojadas nesta extremidade do galpão e eram acompanhadas até a manifestação do cio. Destas, 12 foram alojadas em gaiolas sem a suplementação de luz artificial (10 lux de intensidade luminosa) e outras 12 em gaiolas com suplementação de luz (470 lux de intensidade luminosa – Figura 2), separadas pela lona plástica adiáfana. Logo após a manifestação do cio, as fêmeas eram transferidas para outras gaiolas e inseminadas. Assim, o estudo dos efeitos do uso de luz artificial sobre o intervalo desmame-cio (IDE) foi realizado com a coleta de dados de IDE semanalmente, durante 20 semanas, totalizando o uso de 480 fêmeas suínas, sendo 240 com luz e 240 sem luz. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com dois tratamentos. No tratamento 1 (sem luz), foramutilizados 10 lux de intensidade luminosa, e no tratamento 2 (com luz), 470 lux de intensidade luminosa, ambos com iluminação artificial de 16 horas por meio de lâmpadas de led de 15Winstaladas acima da cabeça das fêmeas suínas. Completando o período nictemeral, todas as fêmeas receberam escotofase de oito horas.As mensurações da intensidade luminosa foram realizadas com luxímetro digital portátil da marca Minipa,modelo Mlm-101®. Conforme o manejo da propriedade, o desmame das porcas foi realizado em período matutino com a retirada dos leitões e, em seguida, realizando o deslocamento delas às baias individuais no galpão, onde receberam alimentação de 2,5 kg/diade ração em duas refeições ao dia e fornecimento de água à vontade. Todas as fêmeas foram expostas à presença de rufião duas vezes ao dia. A detecção do cio ocorreupor meio do reflexo de tolerância ao homem, com uma pressão exercida no dorso da fêmea avaliada durante as exposições diárias ao macho. Ao final do experimento, os dados foram tabulados e analisados utilizando o teste F, tendo duas variáveis: fêmeas suínas com luz e fêmeas suínas sem luz.

Resultados

Os resultados são apresentados na forma de gráfico (Gráfico 1) e pode-se observar que o fornecimento de luz artificial não foi suficiente (P=0,53) para promover melhora(redução) no intervalo desmame-cio das fêmeas suínas. A reprodução é uma função controlada pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (HHG), no qual os neurônios hipotalâmicos apresentam secreção pulsátil de fator liberador do hormônio gonadodrópico (GnRH), que estimula a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH) edo hormônio luteinizante (LH) pela hipófise anterior. Esta estimulação é modulada pela melatonina, produzida na escotofase pela fêmea suína. Pelos resultados, as fêmeas suínas mostraram não ser influenciadas pela luz na incidência de estro após o desmame.Em um estudo conduzido por Griffithe Minton (1991) com suínos em crescimento e terminação, no qual os autores mantiveram os animais em ambiente com luz (202 lux) ou escuro (7 lux) por 14 dias, foi verificado que não houve alteração significativa nas concentrações de ACTH, cortisol ou melatonina. Evidenciaram ainda que os animais mantidos por 24 horas em qualquer dos tratamentosmantinham o ritmo circadiano de secreção dos hormônios estudado. Estes resultados nos auxiliam a justificar a falta de resposta à suplementação de luz para as porcas recém-desmamadas. Entretanto, outros estudos nos levam a inferir que a recomendação mínima de 40 lux para fêmeas suínas (Dias et al. 2016) pode não ser aquela preferida pelas porcas ou ter influência no IDE, necessitando rever as recomendações para esta fase e para outras fases do sistema produtivo. Nossas sugestões se amparam nos resulta-

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dos de Taylor et al. (2006), que, ao avaliarem diferentes intensidades luminosas para suínos (2,4; 4; 40 e 400 lux), verificaram que há certa preferência por determinadas intensidades luminosas em diferentes momentos. Segundo os autores, os animais preferiram descansar em menor intensidade (2,4 lux) de luz e defecar em ambientes mais iluminados (400 lux). Em outro estudo com suínos pesados (dos 111 aos 160kg), os autores verificaram melhor desempenho quando os animais estavam em ambiente com 70 lux por 14 horas, em relação à recomendação atual, de 40 lux por 8 horas (Martelli et al. 2005).

Conclusão

Não se recomenda luz suplementar para fêmeas suínas recém-desmamadas mantidas em galpão climatizado, mesmo com intensidade lumi-

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