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MEIOS DE PAGAMENTO

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PIX é alternativa para CONTROLE DE CAIXA

Recém-lançado comercialmente, o uso do Pix está bastante concentrado em pessoas físicas, mas o Banco Central prevê uma adesão cada vez maior das empresas à nova modalidade de meios de pagamento. É fato que o Pix começa a substituir TEDs e DOCs no sistema bancário.

EMPRESAS DE MICRO, PEQUENO E MÉDIO portes vão se beneficiar do Pix – modalidade de pagamento estabelecida pelo Banco Central –, uma vez que os valores transacionados são transferidos em tempo real. O segmento de e-commerce também deve sentir os efeitos positivos mais rapidamente.

“Pix é modalidade que vem a compor a cesta de pagamentos à disposição, e os custos para operacionalizar, para receber uma venda, por exemplo, são relativamente menores do que nas outras modalidades. O Pix também otimiza o fluxo de caixa do vendedor, porque o valor está possível no ato da compra”, destacou Kelly Carvalho, assessora econômica da Fecomércio/SP, durante debate na segunda edição do “Café com Pix”, evento virtual realizado, no final do ano passado, pela Associação Brasileira de Internet (Abranet) e o Mercado Pago. O evento contou também com a participação de Wilson Poit, diretor-superintendente do Sebrae-SP e de Elaine Shimoda, diretora de Operações do Mercado Pago.

Na mesma linha, Elaine Shimoda explicou que a expectativa é que o Pix seja para o vendedor “potencialmente 50% mais barato que os cartões”. Ela apontou ainda que, ao avaliar a modalidade, os vendedores têm de colocar na conta os custos indiretos, como ter troco para a modalidade dinheiro.

“As máquinas já estão habilitadas para receber Pix e códigos QR. Pensando nos nossos vendedores, é uma opção excelente para fazer mais e melhores negócios, porque o dinheiro cai em segundos na sua conta e é mais barato”, ressaltou Elaine Shimoda. Ela encorajou os varejistas a serem usuários do Pix para se familiarizarem com a ferramenta. Isso, destacou, facilita na hora de adotar o Pix e oferecê-lo aos clientes.

Com a intensificação de e-commerce durante a pandemia e a incorporação de novas maneiras de vendas, como por WhatsApp, o Pix pode vir a substituir outros meios mais caros como boletos. “É importante que o empreendedor não tenha medo do novo. Com o Pix, ele tem dinheiro em caixa

“Na modalidade boleto, a mercadoria fica parada e reservada para aquele consumidor, aguardando o pagamento. Com o Pix, o dinheiro cai na hora, melhorando a gestão do estoque.”

KELLY CARVALHO Assessora econômica da Fecomércio/SP

“É importante que o empreendedor não tenha medo do novo. Com o Pix, ele tem dinheiro em caixa mesmo nos fins de semana.”

WILSON POIT Diretor-superintendente do Sebrae-SP

mesmo nos fins de semana”, disse Wilson Poit, do Sebrae-SP.

O Banco Central admite que o uso maior do Pix neste começo é pelas pessoas físicas, mas a adesão prova que, em pouco tempo, as empresas serão grandes usuárias. Entre as pessoas físicas, o Pix está substituindo TEDs e DOCs. No meio empresarial, há dúvidas com relação ao valor a ser cobrado pelas instituições financeiras, mas o Banco Central sustenta que vai fiscalizar e impedir eventuais abusos.

Um dos segmentos mais impactados pelo Pix será o de comércio eletrônico, enfatizou Kelly Carvalho, da Fecomércio/SP. “É uma grande experiência de compra para o consumidor, porque é um meio fácil, e para as empresas melhora o fluxo de caixa e estoque”, disse. No e-commerce, a expectativa é que o Pix substitua os pagamentos por boleto, reduzindo o abandono do carrinho. “Na modalidade bo-

“Havia uma demanda por parte do público em geral e o produto [Pix] tem sido bem aceito.”

LEANDRO VILAIN Diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban

Uma nova REALIDADE

O NOVO SISTEMA de pagamento instantâneo brasileiro, o Pix, é realidade desde 16 de novembro, quando, após uma fase de operação restrita (soft launch), entrou em vigor oficialmente e passou a ser ofertado por todas as instituições financeiras participantes.

Já na primeira semana de operação plena, entre 16 e 22 de novembro, o Pix movimentou R$ 9,3 bilhões em um total de 12,2 milhões de transações, tendo média de R$ 762,3 por transação. E, no primeiro mês de funcionamento, o Pix movimentou R$ 83,4 bilhões em mais de 90 milhões de transações, segundo dados do Banco Central.

Desde então, as transações diárias vêm aumentando, passando de 1.515.848 no dia do lançamento (16/11) para a casa de 4 milhões entre o fim de novembro e o início de dezembro – com pico de 5.021.461 transações, somando R$ 5.259.950,07, em 4/12. Com mais popularidade e chegando perto das festas de fim de ano, o Pix voltou a registrar recordes. Apenas no dia 18 de dezembro, foram 7.598.704 transações movimentando R$ 7.554.546,69.

Contudo, a opção de agendamento futuro so-

NÚMEROS EXPRESSIVOS

Total de chaves Pix: 133.877.957, sendo Celular 29.222.536 CNPJ 2.827.369 CPF 45.924.419 E-mail 20.459.055

Aleatórias 35.444.578 Chaves de Pessoa Física 128.102.487 Chaves de Pessoa Jurídica 5.775.470

Fonte: Banco Central. Dados até 31/12/2020.

“É uma opção excelente para fazer mais e melhores negócios, porque o dinheiro cai em segundos na sua conta e é mais barato.”

ELAINE SHIMODA Diretora de Operações do Mercado Pago

leto, a mercadoria fica parada e reservada para aquele consumidor, aguardando o pagamento. Com o Pix, o dinheiro cai na hora, melhorando a gestão do estoque”, acrescentou.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Pix aparece como mais uma forma de pagamento a ser disponibilizada aos clientes. Na prática, ele tem o mesmo efeito que o recebimento em dinheiro (em espécie), pois fica disponível na conta do recebedor em poucos segundos, de uma forma segura e fácil, sem o risco de roubo ou a necessidade de se preocupar com troco, por exemplo.

Outro ponto ressaltando pela Febraban é a não necessidade de se esperar o próximo dia útil ou a próxima janela de horário para receber um pagamento, além dos custos menores e facilidade na integração com os softwares de automação e na conciliação de pagamentos.

Para o varejista, é possível trabalhar com a geração de um QR Code estático ou dinâmico ou ainda informando a chave previamente cadastrada, como o CNPJ ou um número de celular para receber os pagamentos. A API Pix do sistema do comerciante integra-se ao sistema do banco e, após isso, já é possível emitir automaticamente os QR Codes e disponibilizá-los aos clientes.

A vantagem desta integração via API, ressalta a Febraban, é que ela é padronizada, ou seja, caso o estabelecimento queira trocar de instituição financeira, ele não precisa fazer adequações, pois todos os bancos adotam o mesmo padrão.

Em nota à imprensa, Leandro Vilain, diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, classificou a estreia do Pix como um sucesso. “O sistema respondeu com absoluta estabilidade, dentro do que foi planejado. A surpresa foram os volumes de transações, na casa entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, na média diária. Isso demonstra que efetivamente havia uma demanda por parte do público em geral e o produto tem sido bem aceito”, avaliou. freu adiamento. O Banco Central postergou para o dia 15 de março o uso de QR Code no Pix para o sistema de pagamentos futuros, chamado de Pix Cobrança. Por meio dele, lojistas, fornecedores, prestadores de serviços e outros empreendedores poderão emitir um QR Code para operações de pagamento em data futura, como se fosse um boleto já com as informações de juros, multas e descontos. Até 15 de março, todos os participantes devem estar aptos a ler Pix Cobrança.

De acordo com Leandro Vilain, diretor-executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban, um dos focos da agenda evolutiva do Pix para 2021 é adicionar funcionalidades ao sistema e impulsionar as transações P2B (entre pessoas e empresas), reduzindo a necessidade de uso de dinheiro em espécie para transações comerciais.

Para o segundo trimestre deste ano, está prevista a implementação do Saque Pix, que possibilitará ao usuário fazer uma transferência pelo sistema de pagamento instantâneo para um comércio e sacar a quantia em espécie em estabelecimentos cadastrados. Também está em planejamento o Pix Garantido, que permitirá que o usuário faça transações como se fossem compras parceladas.

SAIBA MAIS Veja mais dados no site do Banco Central https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/estatisticaspix https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/pixiniciodeoperacao

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