Correio de Venezuela 850

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SEXTA-FEIRA 4 DE DEZEMBRO DE 2020 CORREIO DA VENEZUELA /# 850

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Museu da Emigração vai ter dotação orçamental

Está aberto, até ao final de 2020, o concurso de apoio às associações de comunidades portuguesas

Rede Global da Diáspora dá incentivo monetário a associações que registem portugueses Associações vão receber um euro por cada novo português ou lusodescendente que se registe através de um convite individualizado AGÊNCIA LUSA A Rede Global da Diáspora, uma plataforma promovida pela Fundação AEP com apoio do Portugal 2020, criou um incentivo monetário para estimular as associações comunitárias a convidarem portugueses expatriados e lusodescendentes a participarem no projeto. Como explicou este sábado o responsável Miguel Peixoto, durante o evento de apresentação da rede para os Estados Unidos, as associações vão receber um euro por cada novo membro que se registe através de um convite individualizado. O mínimo para receber este incentivo é 250 membros, equivalendo a um donativo de 250 euros. “Queremos que tenha massa crítica”, afirmou Miguel Peixoto na apresentação ‘online’, referindo que haverá mais iniciativas em dezembro para estimular a adesão dos portugueses e lusodescendentes nos Estados Unidos, incluindo um evento com o Conselho de Liderança Luso-Americano (PALCUS). Apesar de uma comunidade considerável, que só na Califórnia ultrapassa 346 mil pessoas, não há ainda muitos portugueses residentes nos Estados Unidos registados na Rede Global da Diáspora. As associações, clubes e salões portugueses podem ter um papel importante na disseminação da plataforma, pela sua capilaridade no país – mais de 100 na Califórnia e mais de 200 na Costa Leste, por exemplo. O incentivo monetário é também uma forma de ajudar as organizações numa altura de crise por causa da pandemia de covid-19.

“São as associações que têm perpetuado a nossa língua, as tradições e costumes. São também relevantes para a proteção em tempos de crise”, referiu o diretor executivo da Fundação AEP, Paulo Dinis. O responsável garantiu que esta “será seguramente a maior rede colaborativa da diáspora portuguesa”. A apresentação ‘online’ incluiu uma mensagem da Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, que saudou a “resiliência” das associações comunitárias num momento de crise. “O movimento associativo é um vínculo fundamental ao país”, disse a governante, sublinhando a importância das comunidades “como ativo estratégico”. Berta Nunes indicou ainda que está aberto, até ao final de 2020, o concurso de apoio às associações de comunidades portuguesas, com ajudas que são atribuídas pela Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP). Este concurso visa apoiar projetos socioculturais da diáspora. “Portugal é uma marca identitária que as nossas comunidades representam além-fronteiras como ninguém”, disse Berta Nunes. O presidente da Fundação AEP, Luís Miguel Ribeiro, também sublinhou a importância das associações comunitárias e o potencial do que os EUA “podem representar para as empresas portuguesas”, já que um dos objetivos da plataforma é aproximar as Pequenas e Médias Empresas portuguesas da diáspora.

O espaço ficará instalado numa antiga fábrica conserveira em Matosinhos adaptada com um projeto do prestigiado arquiteto Souto Moura e financiado com fundos comunitários O deputado do PS eleito pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, manifestou a sua satisfação por a criação do Museu Nacional da Emigração ter, pela primeira vez, expressão orçamental, mesmo que de forma indireta, já que a referência que existe no Orçamento de Estado para 2021 é a de que o Governo vai “mapear a rede de espaços museológicos especificamente dedicados à diáspora, em articulação com os municípios”. Neste sentido, Paulo Pisco, que interveio na audição para discussão do Orçamento de Estado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, abordou a questão da importância do projeto e quis saber se estava a haver articulação com a Câmara Municipal de Matosinhos, onde ficará o museu, que terá o nome de “Cais das Migrações”. O museu ficará instalado numa antiga fábrica conserveira, adaptada com um projeto do prestigia-

do arquiteto Souto Moura e financiado com fundos comunitários, numa candidatura que já está aprovada, conforme confirmou a Secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes. Berta Nunes confirmou também que o projeto mapeamento está a ser feito em articulação com a Câmara de Matosinhos, com quem disse ter já reunido várias vezes. Esclareceu ainda que está a ser terminado “o levantamento dos espaços museológicos em Portugal e no estrangeiro, tendo sido enviado a todas as câmaras municipais um mail neste sentido, para poder ser feita uma rede dos espaços da emigração”. Paulo Pisco referiu espaços museológicos ligados à emigração como elementos centrais, designadamente os que existem em Fafe, Melgaço, Ribeira Grande e Sabugal. Está também em curso, conforme disse, um trabalho conjunto com o Turismo de forma a tentar perceber melhor o potencial que as comunidades representam para a atratividade deste projeto.

Empresários contam com diáspora para inverter retrocesso de décadas nas exportações O presidente da Associação Empresarial de Portugal disse que “regredimos uma década em dois trimestres. Passámos dos 44-45% do Produto Interno Bruto (PIB), com a ambição de chegar aos 50%, e estamos nos 30%”. E defendeu: “Vamos ter de fazer um esforço enorme de voltarmos a atingir esses indicadores, sendo certo que os mercados, atos de consumo, preferências dos consumidores se foram alterando”. O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, diz contar com a diáspora portuguesa para ajudar o país a recuperar do retrocesso de uma década nas exportações, causado pela pandemia de covid-19. Em declarações à agência Lusa a propósito das ações em curso de divulgação da Rede Global da Diáspora uma plataforma online que pretende aproximar as empresas portuguesas na diáspora e ajudá-las a aumentar os seus negócios, Luís Miguel Ribeiro disse contar com os emigrantes para ajudar na recuperação do país. “Regredimos uma década em dois trimestres. Passámos dos 44-45% do Produto Interno Bruto (PIB), com a ambição de chegar aos 50%, e estamos nos 30%”, lamentou.

E defendeu: “Vamos ter de fazer um esforço enorme de voltarmos a atingir esses indicadores, sendo certo que os mercados, atos de consumo, preferências dos consumidores se foram alterando”. “Vamos precisar muito dos portugueses na diáspora para nos ajudarem a relançar as nossas empresas. Precisamos de restabelecer novamente contactos e encontrar oportunidades de exportar”, disse.


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