# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012
ESPORTES
A forรงa transformadora de uma paixรฃo universal
1º lugar – celular Anderson Munhoz
2º lugar – máquina Lauren Pereira
3º lugar – celular Francisco da Cunha Melo
II
informa
1º lugar – máquina Carolina Almeida de Souza
3º lugar – máquina Erick Marcel Carvalho
2º lugar – celular José Marcelo Arruda de Oliveira
Nestas páginas, as imagens vencedoras do concurso Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa
Ao lado, fotos que receberam menções honrosas, de autoria de (a partir do alto, à esquerda, no sentido horário) Olavo de Pinho, Lauren Pereira, Alex Vasconcellos da Silva Guedes e Juliano de Paula Santos
informa
1
www.odebrechtonline.co Edição online
> O Programa de Caminhada e Corrida da Braskem, em São Paulo, mostra que não é preciso ser atleta profissional para manter hábitos saudáveis.
Acervo online
# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012
ESPORTES
A força transformadora de uma paixão universal
> O Clube de Corrida e Saúde Braskem em Camaçari (BA) e Paulínia (SP) tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos integrantes da empresa.
> Conheça as histórias por trás das fotos vencedoras do concurso Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa.
> Casamento coletivo na Arena Corinthians: trabalhadores que ajudam a construir o estádio da abertura da Copa de 2014 e seus cônjuges formalizam a união
> Você pode acessar o conteúdo completo desta edição em HTML ou em PDF
> Acesse as edições anteriores de Odebrecht Informa, desde a número 1, e faça o download do PDF completo da revista.
> Relatórios Anuais da Odebrecht desde 2002.
> Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev).
informa
m.br
> Leia Odebrecht Informa no seu tablet e no seu smartphone . > Reportagens, artigos, vídeos, fotos, animações e infográficos.
Videorreportagem
> Conheça os detalhes da construção da Arena Corinthians e da reforma do Maracanã, palcos, respectivamente, do jogo de abertura e da final da Copa do Mundo de 2014. > Arena Fonte Nova e Arena Pernambuco: inovação tecnológica e reaproveitamento de recursos fazem dos dois empreendimentos bons exemplos de engenharia sustentável. > No interior de Pernambuco, a reforma do Salgueirão, estádio do Salgueiro Esporte Clube, promete esquentar os clássicos da Série B do Brasileirão. > No Rio de Janeiro, o projeto Porto Maravilha, que deverá se tornar um dos principais legados das Olimpíadas de 2016, possibilita descobertas arqueológicas da época do Brasil Colônia.
Blog
> Conheça três dicas de leitura sobre desenvolvimento sustentável. > A Organização Odebrecht é eleita uma das “50 empresas do bem” pela revista Isto é Dinheiro. > Rio+20: plástico verde fabricado pela Braskem contribui para a discussão sobre sustentabilidade.
> Siga Odebrecht Informa pelo twitter @odbinforma e saiba das novidades imediatamente.
> Comente os textos do blog e participe enviando sugestões para a redação.
> A preservação do conhecimento Núcleo da Cultura Odebrecht (NCO): uma visão histórica dos resultados alcançados pela Organização Odebrecht
informa
3
Capa: Praticante de vôlei na Ilha do Cabo, em Luanda. Foto de Guilerme Afonso
4
#161
8
Conheça a história de integrantes da Organização que têm o esporte na cabeça e no coração – o tempo todo
14
Carlos José Cunha e o desafio de liderar a SuperVia em uma obra “permanente”, que atenderá 1 milhão de pessoas em 2016
16
Obras no Rio de Janeiro preparam a cidade para receber as Olimpíadas de 2016. E para muito mais
26
Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht ajuda a realizar o sonho de jovens atletas – e de um país inteiro
28
Vila dos Atletas, no bairro Ilha Pura, em execução na Barra da Tijuca, abrigará os heróis olímpicos no Rio em 2016
31
Projeto apoiado pela ETH ajuda a formar atletas que também são craques na sala de aula
34
Benedicto Junior fala da Copa de 2014, das Olimpíadas de 2016 e do legado do aumento da autoestima do povo brasileiro
39
Concurso fotográfico: integrantes da Odebrecht saem às ruas em busca de belas imagens do esporte
42
Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco veem nascer (ou renascer) quatro arenas que serão motivo de orgulho para o país
54
American Airlines Arena, em Miami, contruída pela Odebrecht e inaugurada em 1999, é a casa da equipe campeã da NBA em 2012 informa
ESPORTES 58
Memória: as inestimáveis lições proporcionadas pelos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro
62
Veja de que forma as matérias-primas petroquímicas estão presentes no futebol e em muitas outras modalidades esportivas
66
Iniciativas com a participação da Braskem fazem do esporte uma ponte para a cidadania
72
Nas praias e nas ruas de Angola, uma nação dá provas cotidianas de seu amor pelo esporte
78
Abrindo Espaços: jovens de Macaé, no litoral fluminense, têm apoio para superar situações de risco social
82
Foz Águas 5: uma concessionária com uma missão fundamental no contexto das Olimpíadas
86
Corrida e Caminhada Odebrecht: um estímulo (cada vez mais bem recebido) para a prática de hábitos saudáveis
88
Marco Aurélio Fonseca escreve sobre o esporte como ferramenta de desevolvimento e inclusão social
No mapa, estão indicados em branco os países e os estados brasileiros onde são realizados os projetos e programas retratados nesta edição de Odebrecht Informa e onde vivem e trabalham as pessoas que protagonizam as reportagens
informa
5
6
informa
EDITORIAL
Cada vez melhor
C “Nas páginas a seguir, você conhecerá histórias de pessoas, empresas, cidades e países que acreditam no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, altius, fortius. Sempre”
itius, altius, fortius. Mais rápido, mais alto (ou mais longe), mais forte. O lema olímpico ensina, inspira e incentiva: é preciso ir sempre além e superar os limites. É uma verdade que se aplica não apenas aos atletas, os heróis olímpicos, mitos de carne e osso que emocionam o mundo a cada quatro anos. Ela vale também, ou principalmente, para as cidades que recebem os jogos e, mais ainda, para as pessoas que tornam essas cidades aptas a sediar aquele que é o evento esportivo mais importante do planeta, como será o caso do Rio de Janeiro em 2016. Sim, o Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa – recém eleita pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade na categoria Paisagem Cultural Urbana –, está seguindo o lema olímpico ao pé da letra. A capital do estado fluminense passa por obras de infraestrutura – sobretudo no Centro e na Zona Oeste – que a colocarão em plenas condições de se tornar o centro mundial do esporte em 2016. Mas, na verdade, é muito mais que isso. Citius, altius, fortius. Os projetos em andamento no Rio de Janeiro tornarão a cidade apta a alcançar algo ainda mais importante que sediar os Jogos Olímpicos: com os empreendimentos ora em execução, a cidade proporcionará à sua população um extraordinário ganho de qualidade de vida, resultado do surgimento de avançadas soluções nas áreas de mobilidade urbana e habitação, por exemplo. É o que se define como legado. Antes, porém, o Rio e outras 11 capitais brasileiras serão palco de um acontecimento que está no mesmo patamar de importância e visibilidade das Olimpíadas: a Copa do Mundo. Em 2014, 32 países representados por suas seleções de futebol estarão em território brasileiro para disputar a supremacia do esporte mais popular do mundo. A reforma do legendário Estádio do Maracanã e a construção das arenas Corinthians, Fonte Nova e Pernambuco são destaques entre as obras que prepararão o país para receber o maravilhoso torneio do beautiful game organizado pela Fifa. E muito mais: essas novas arenas proporcionarão novos espaços multiuso, que servirão ao esporte e também à arte, à cultura e ao entretenimento. E ainda: poderão contribuir para o nascimento de uma nova mentalidade na gestão do futebol brasileiro. Legado. Nesta edição de Odebrecht Informa, você lerá sobre tudo isso e também sobre os projetos que têm o esporte como instrumento de fortalecimento da cidadania. Saberá de que forma uma quantidade cada vez maior de pessoas está conseguindo tornar o esporte parte de sua vida cotidiana – não como uma obrigação, mas como uma grande paixão. Nas páginas a seguir, enfim, você conhecerá histórias de pessoas, empresas, cidades e países que acreditam no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, atius, fortius. Sempre. Boa leitura.
esport
apaixonados pelo texto João Marcondes
8
E
sporte é saúde. E obsessão, amor, arte,
uma amiga, na Gincana da Primavera, em Salvador. A
ciência, raciocínio, terapia, meditação,
menina tinha três irmãos surfistas ciumentos que até
trabalho. É um jogo. É paixão também.
hoje são seus amigos. Um dia, na praia do Havaizinho,
Nesta reportagem, Odebrecht Informa
na Pituba, eles o convidaram a subir em uma prancha,
conta a história de integrantes de duas
mas “esqueceram” de passar a parafina (que dá a
empresas da Organização (Braskem e Odebrecht In-
aderência). Resultado: tombo atrás de tombo. A brin-
fraestrutura) que fazem do esporte, acima de tudo,
cadeira apenas estimulou Kleber a continuar. “Quando
um estilo de vida. São enredos de tombos e medalhas.
consegui me firmar, nunca mais parei.” Quarenta anos
E exemplos de quem quer tornar o mundo um lugar
depois e com muitos títulos brasileiros e baianos na
mais aprazível para viver.
bagagem, ele é hoje um dos mais antigos e queridos surfistas e remadores de Salvador.
De Itapuã ao Havaí
8
Carioca de nascimento, baiano por adoção, enge-
A relação de Kleber Batinga com o surfe nasceu por
nheiro de profissão, suas paixões são a família, o tra-
uma feliz casualidade. Quando garoto, no início dos
balho e o mar. Costuma olhar serenamente para as
anos 70, ele costumava concorrer, em companhia de
cores verde e azul do mar de Itapuã e se inspirar para
informa
trabalho, como a necessidade de sistematização e raciocínio rápido, o apreço por estratégia e a tática.
Esporte e amizade O vôlei também tem muito a inspirar as pessoas no ambiente de trabalho. Paula Yuko Ogata, paulista de 24 anos, engenheira de Desenvolvimento de Produtos da Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), praticou vários esportes, como ginástica olímpica e natação, mas foi o espírito de coletividade do voleibol que a conquistou. “É muito bom para fazer amigos”, destaca. Tanto que,
Kleber Batinga: um dos mais antigos surfistas e remadores de Salvador
fotos: Élcio Carriço
quando chegou à Porto Alegre, há nove meses, tratou de ajudar a reunir os fãs do esporte, novatos e veteranos, que andavam dispersos, para “bater uma bolinha” na Aceb (Associação Cultural e Esportiva da Braskem), uma vez por semana após o expediente. Natural de Araraquara (SP), Paula deu suas primeiras manchetes e cortadas com os primos. Foi campeã dos Jogos Regionais Paulistas Mirim por sua cidade natal. A história com o xadrez nasceu quase por acaso. Aos 21
Seu maior ídolo no esporte é o jogador Giba.
anos, afastou-se do trabalho por problema de saúde. Co-
“A Braskem estimula os integrantes à prática esporti-
meçou a jogar Atari em casa e descobriu um cartucho
va e à vida saudável. Um dos instrumentos para isso são
de xadrez. O resto é história de títulos baianos, regionais
os informativos internos”, ela comenta. Foi por aí que
e de jogos do Sesi. Seus filhos Esdras, 17 anos, e Eude,
Paula descobriu sua turma.
14, seguem o mesmo caminho. Ambos já são campeões baianos em suas categorias.
Um vida para o remo
Neemias, Responsável por Operações Industriais da
Compleição física adequada (1,98 m de altura, ótima
Braskem no Polo de Camaçari, vê algumas similarida-
envergadura), disciplina para acordar antes do ama-
des importantes entre as exigências do xadrez e de seu
nhecer e espírito de equipe. Sérgio Paiva Silveira esteve bem perto de se tornar um atleta profissional do remo. Quando jovem, seu desempenho chamou atenção e ele foi convidado a treinar no Flamengo, no Rio de Janeiro.
Neemias Paris: xadrez é arte, esporte e ciência
Ele foi, mas ficou apenas três meses. “Há pouco incentivo para o atleta no país. Preferi me concentrar na profissão”. Isso não impediu Sérgio de continuar treinando, competindo. E ganhando. Sua sala tem mais de 200 troféus e medalhas, uma delas a de bronze do Campeonato Mundial de Masters, na Espanha, em 1999. Ele vai para a água ao menos quatro vezes por semana. “Quero competir até os 75 anos, que é a categoria ‘I’ de competição”, garante o gaúcho de 48 anos, Técnico de Manutenção da Braskem no Polo de Triunfo. A família sempre esteve ao lado de suas investidas esportivas, mas hoje a estrela da companhia é sua filha, Sofia, de 12 anos, atleta promissora no voleibol do clube Sogipa.
10
informa
Upgrade na corrida A arquiteta Izabela Sander, 30 anos, nunca quis se tornar atleta profissional. Seu objetivo era apenas ficar em forma e, para isso, fazia corridas esporádicas. Até que, por meio de uma iniciativa da Odebrecht Infraesturura, onde trabalha, entrou para um grupo de corrida, que é acompanhado por uma assessoria esportiva profissional. O que era, de início, apenas entusiasmo transformou-se em um envolvimento tal que a corrida passou a fazer parte de sua vida. “Os profissionais do grupo me deram orientações importantes, que me levaram a correr melhor! O tipo de pisada, o ritmo, a alimentação e o aprendizado de como o corpo responde a tudo isso”, relata. “Eu não sabia a diferença entre massa magra e gordura e de sua importância para o desempenho e o bem-estar. Eu me preocupava apenas com a balança”. Fazer exercício tornou-se prazer, segundo Izabela, que mora em Belo Horizonte. “Tudo melhorou na minha vida. Hoje, me alimento melhor, tenho mais disposição, po.” Casada, mãe de uma filha, Izabela levou seus novos hábitos para dentro de casa. Conseguiu incentivar seu marido, antes sedentário, a também adquiri-los. “Ele mudou a alimentação, emagreceu 30 kg, entrou para a academia e hoje corremos juntos!”, conta, satisfeita.
Sérgio Silveira: planos de remar até os 75 anos
fotos: Ricardo Chaves
um sono tranquilo, além, é claro, da resposta do corPaula Ogata: “É muito bom para fazer amigos”
A piscina como segundo lar “Amor” também é a palavra usada pelo gaúcho André Mombach para explicar o que sente pela natação. Quando criança, ele foi a uma festinha de aniversário. Na casa, havia uma piscina, e a garotada resolveu cair na água. André foi atrás, mas não sabia nadar. “Quase me afoguei, e minha mãe, de imediato, me colocou na natação”. A história de amor nasceu assim. A piscina virou seu segundo lar. No período mais duro de treinamento, acordava às 4 horas da manhã, no frio inclemente de Porto Alegre, para treinar todos os dias. Mas ele não reclamava. “Quando estou na água, entro em estado de meditação, penso na vida, tenho boas ideias para o trabalho e para o estudo”, diz André, hoje com 20 anos, Analista de Laboratório da Braskem e cursando faculdade de engenharia de energia. Em 2009, durante um carnaval no litoral gaúcho, ele e amigos brincavam no mar quando um deles se desgarrou do grupo e “caiu” num buraco (desnível do mar). Se não fosse André nadar contra a corrente para tirá-lo dali,
informa
11
disputei uma prova com Vanderlei Cordeiro de Lima (medalhista de bronze nas Olimpíadas de Atenas 2004) na prova do Círio de Nazaré, em Belém, em 1996. Ele chegou em primeiro e eu, em terceiro”, relembra, com orgulho. Aos 43 anos, residente em Açailândia (MA), ele pretende representar a Odebrecht em sua 11ª São Silvestre.
Foco oriental Danilo Oshiro também precisa ser bom das pernas. A bolinha pesa apenas três gramas e meia, mas voa a uma velocidade de até 160 km/h, e é preciso rebatê-la centenas de vezes por jogo. Resistência, destreza e concentração são características que acompanham Danilo, Izabela Sander: conscientização em família
foto: Eugênio Sávio
31 anos, desde que começou no tênis de mesa, aos 14 anos, em sua Santos (SP) natal. Analista de Planejamento da Braskem no escritório de Porto Alegre, fã do mesatenista Cláudio Kano, ele treina todos os fins de semana, em Porto Alegre, e representa a empresa em jogos do Sesi. Em um campeonato, chega a jogar sete partidas (de meia hora) em um único dia.
seria a história de mais um afogamento trágico.
“O biotipo e a disciplina são armas que fazem os
A natação é parte da vida de Mombach, como é conhe-
orientais os mais fortes desse esporte”, analisa seu téc-
cido. De brilhante carreira no infantil e juvenil, chegou a ter
nico Jorge Fanck que, normalmente, enfrenta Danilo
índices para competir nacionalmente na categoria adulto, quem sabe até para tentar grandes jogos, como Panamericano e Olimpíadas. “Mas faltou o patrocínio”, brinca ele.
Ao lado de Vanderlei O início do relacionamento de Pedro Jesus Figueiredo com o esporte foi de pés descalços. Nascido e criado no interior do Maranhão, ele costumava percorrer longas distâncias desse jeito, sem nada a lhe proteger os pés. Como quando, por exemplo, ia da cidade de Cidelândia à fazenda onde morava sua irmã, na roça. Começou a dar uns trotes para apressar o caminho. A partir de 8 km, sentia-se relaxado, e a corrida fluía. Pensou: “Acho que sou bom nesse negócio de correr”. Virou corredor, maratonista na melhor tradição dos fundistas quenianos, de história parecida à desse montador de trilhos da Expansão da Estrada de Ferro Carajás, obra executada pela Odebrecht Infraestrutura. Logo começou a se destacar e vencer pequenas propassando e gritava: “Onde está indo, rapaz? Desse jeito vamos ter que te amarrar!” Não amarraram. E ele foi longe. Disputou 10 São Silvestres e ganhou 211 medalhas ao longo da carreira de 20 anos. “Um dos momentos mais emocionantes foi quando
12
informa
Arquivo pessoal
vas. Treinava nas ruas de Cidelândia. O pessoal o via
Pedro Figueiredo: longa experiência na São Silvestre
foto: Ricardo Chaves
Danilo Oshiro: início no tênis de mesa aos 14 anos
em competições oficiais. “Um dos meus objetivos atuais é derrotá-lo”, diz Danilo, brincando (mas nem tanto).
On the road O esporte, para Geraldo Villin Prado, 54 anos, é, acima de tudo, uma terapia. Ele é motociclista. “É higiene mental. Não penso em nada quando estou na estrada”, assegura ele, aficionado pelas máquinas de duas rodas desde criança, quando observava seu avô, que nunca guiou um carro, apenas motos. No início de 2012, Villin partiu para a aventura mais incrível de sua vida. Uma viagem de 8.200 km de São Paulo até o Deserto do Atacama, o mais árido do mundo, no Chile, e a volta a São Paulo. Ele e mais quatro irmãos, todos em motos. Fizeram a travessia da Argentina para o Chile pelo Passo de San Francisco (de raro uso) e desceram quase 5 mil m em apenas um dia. Preparo físico é essencial para um tour desses. Afinal, fica-se até 10 horas em cima da motocicleta. Ao longo de 17 dias, Villin foi recompensado com paisagens de tirar o fôlego: florestas de araucária, cactus, deserto, cordilheira, montanhas de sete cores.
quando está na estrada”, comenta o Responsável pelo Programa de Investimentos da Odebrecht Infraestrutura, que também já fez ralis de regularidade sobre duas rodas. O sonho agora é estar novamente on the road, dessa vez na Capadócia, Turquia.
foto: Holanda Cavalcanti
“A principal virtude exigida de quem pilota uma motocicleta é a atenção. Afinal, ele não é enxergado pelos outros
Geraldo Villin: preparo físico e atenção
informa
13
PERFIL: Carlos José Cunha
Condutor de uma obra permanente Presidente da SuperVia tem a missão de liderar a empresa em um processo de aprimoramento que ultrapassa o horizonte das Olimpíadas texto Elea Almeida foto Marcos Michael arlos José Cunha passou
C
Formado em Engenharia Civil
safiadores, na obra do maior shaft
30 dos seus 60 anos de vida
pela PUC do Rio de Janeiro em 1974,
vertical do Brasil, na mina de São
na Odebrecht, onde hoje
o carioca Carlos José participou de
Bento, a 80 km de Belo Horizonte.
atua como Presidente da SuperVia,
obras marcantes para a cidade nas
Na época, conquistou um prêmio
operadora do serviço de trens urba-
quatro décadas de sua carreira. Es-
internacional pela execução de
nos da região metropolitana do Rio
teve na equipe que construiu a Ponte
1.100 m de túnel sem acidentes (a
de Janeiro, que tem a Odebrecht
Rio-Niterói, os aeroportos Galeão e
média mundial era, então, de um
TransPort como acionista majoritá-
Santos Dumont, o Autódromo de
acidente fatal a cada 300 m).
ria. Depois de tanto tempo, ele não
Jacarepaguá, os emissários de Ipa-
Propostas da Organização para
apenas coloca naturalmente em
nema e da Barra da Tijuca, o Hotel
trabalhar no exterior nunca lhe fal-
prática os princípios estabelecidos
Marriott de Copacabana, entre ou-
taram, mas ele optou por ficar no
pela Tecnologia Empresarial Ode-
tras obras.
Brasil. “Recebi cinco convites para
brecht (TEO), mas busca aprimorá-
Fora de sua terra natal, assumiu
atuar em outros países, mas o des-
-los na realização de suas tarefas
responsabilidades do Rio Grande
tino sempre me manteve por perto”,
cotidianas.
do Sul ao Amazonas. Sua estreia
diz. “Apesar de acreditar na impor-
Ao chegar ao escritório, faz ques-
na Odebrecht foi em 1982, em Vi-
tância de uma experiência interna-
tão de apertar a mão de quem en-
tória, na obra do Porto de Praia
cional, optei por contribuir para o
contra pelo caminho e dar atenção
Mole. “Acompanhei o crescimento
avanço do Brasil e, principalmente,
a quem quer conversar. “Aproxima-
da Organização. Quando cheguei, a
do Rio de Janeiro.”
mos os integrantes para que todos
Odebrecht já era grande, mas nin-
O anúncio de que a capital flu-
possam se expressar. A porta da mi-
guém esperava que crescesse tan-
minense seria palco da Copa e das
nha sala fica aberta. Todos têm total
to”, afirma.
Olimpíadas fez com que Carlos José
liberdade de entrar e sair. E, cada
Em 1989, em Minas Gerais, teve
procurasse Benedicto Junior, Líder
vez mais, demonstram orgulho de
um de seus momentos mais de-
Empresarial da Odebrecht Infraes-
pertencer à nossa empresa”, conta Carlos José. No cargo desde janeiro de 2011, ele sabe o tamanho do desafio que tem pela frente: a revitalização da SuperVia faz parte do legado que a Odebrecht, no controle acionário da companhia desde 2010, quer deixar dos eventos esportivos (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016).
14
informa
“Meu cliente é a população do Rio de Janeiro”
trutura, e pedisse para atuar nos
cidade do Rio de Janeiro e mais 11
deste ano. Desde janeiro, a SuperVia
preparativos para os dois maiores
municípios da região metropolitana,
tem um dos mais modernos centros
eventos esportivos do mundo. “Eu
totalizando 10 milhões de habitan-
de controle operacional do mundo.
queria concluir minha missão no Rio
tes. “Toda obra tem início, meio e
Um novo sistema de sinalização
assim. Quando me convidaram para
fim, mas essa aqui é permanente.
reduzirá de 6 para 3 minutos o in-
a SuperVia, pensei que não havia
Não estarei aqui na SuperVia quan-
tervalo entre os trens. Todas as es-
sido compreendido, mas em menos
do a concessão acabar, em 2048,
tações serão reformadas, inclusive
de 10 minutos me convenci de que
mas temos que deixar esta semen-
a histórica Central do Brasil. Com a
tal desafio tinha tudo a ver com os
te plantada: o sistema revitalizado,
renovação total da SuperVia e a me-
jogos.”
com padrão de atendimento de ex-
lhoria da qualidade do atendimento,
celência”, reforça Carlos José.
a meta é atender 1 milhão de pas-
Carlos José afirma que foi presenteado com uma tarefa cuja rea-
Como parte da revitalização da
sageiros a partir de 2016. Hoje, são
lização possibilitará o atendimento
SuperVia, estão sendo feitos inves-
570 mil. “Meu cliente é a população
não apenas das demandas da Copa
timentos de R$ 2,4 bilhões. Serão
do Rio de Janeiro, e minha prio-
e das Olimpíadas, mas, sobretudo,
comprados 120 trens novos, dos
ridade é satisfazer esse público”,
de milhares de pessoas em várias
quais 30 estarão em circu-
comunidades da região metropolita-
lação até o fim
diz Carlos José.
na. Os 160 trens da SuperVia circulam em uma malha de cinco ramais e 270 km de extensão, interligada por 100 estações, e atravessam a
Carlos José: “Toda obra tem começo, meio e fim, mas esta aqui é permanente”
informa
15
transfor Nova onda de
texto José Enrique Barreiro fotos Geraldo Pestalozzi
Centro do Rio de Janeiro recebe obras para sua revitalização e que também ajudarão a cidade a sediar as Olimpíadas de 2016 e jogos da Copa do Mundo de 2014
16 16
informa
A Avenida Central (atual Rio Branco) recém-inaugurada, em 1910: um dos ícones da reforma urbana que conferiu nova face ao Rio de Janeiro
E
ntre 1903 e 1906, o Rio de Janeiro viveu
água nem de esgotos, o que propiciava a ocorrência de
uma transformação sem precedentes.
sucessivos surtos de doenças e epidemias. Em parale-
Com cerca de 1 milhão de habitantes, a
lo, especialmente entre as elites, pairava a aspiração
cidade, naquele tempo concentrada na
de tornar a capital da República uma cidade moderna
região hoje conhecida como Centro, expe-
e cosmopolita, no melhor estilo das principais cidades
rimentou uma reforma urbana que mudou completa-
europeias – e de Paris em particular, dada a forte influ-
mente sua feição. Foram abertas as avenidas Central
ência francesa sobre o Rio naquela época.
(atual Rio Branco), Mem de Sá, dos Passos, Beira-Mar
Hoje, pouco mais de 100 anos depois da reforma de
e Atlântica, ruas passaram por alargamentos, reforma-
Pereira Passos, o Centro do Rio de Janeiro vive uma
ram-se praças e largos, ergueu-se o Teatro Municipal
nova onda transformadora, que deverá produzir im-
e muitas outras obras foram construídas. Realizada du-
pacto semelhante. Conhecido como Porto Maravilha, o
rante a gestão do prefeito Pereira Passos, e conhecida
projeto em andamento congrega um amplo conjunto de
popularmente como Bota Abaixo, a reforma demoliu
obras e serviços que estão recuperando e revitalizando
cerca de 1.600 prédios e o morro do Senado. Mas con-
a região. O Prefeito Eduardo Paes comenta: “Uma cida-
feriu ao Rio a face pela qual a cidade ansiava.
de que não cuida da sua área de origem, que não cuida
As mudanças políticas (transição do Império para
de seu Centro, é uma cidade sem identidade. Um dos
a República, em 1889) e sociais (imigração europeia,
primeiros desafios que estabelecemos ao assumirmos
abolição da escravatura e expansão do trabalho livre,
a Prefeitura foi viabilizar esse sonho que parecia impos-
na mesma época), haviam impactado o ambiente urba-
sível para o Rio de Janeiro, que era a recuperação da
no, que conheceu um grande crescimento populacio-
sua zona portuária”.
nal e a disseminação de cortiços e outras habitações
Leandro Azevedo, Diretor-Superintendente da Ode-
precárias. As condições sanitárias eram péssimas. Não
brecht Infraestrutura no Rio de Janeiro, explica que a
havia redes de abas-
cidade finalmente reuniu condições políticas e econô-
tecimento de
micas para que todos os investimentos em mobilidade
urbana e infraestrutura, planejados há mais de uma
a região portuária estava abandonada. O projeto Porto
década, fossem realizados. “O nosso maior desafio”, diz
Maravilha vem fazer esse salvamento, de forma séria
ele, “é que todos esses investimentos estão sendo feitos
e profissional”, aprova Gabriel Catarino, Fundador da
simultaneamente. Temos 10 mil pessoas trabalhando
Associação de Moradores e Amigos do Bairro da Saúde.
na área central da cidade, construindo novas vias, redirecionando e reformando outras, mexendo no subsolo,
Obras por todo lado
abrindo túneis e remodelando todo o sistema de esgo-
Toda a movimentação que ocorre no Centro do Rio
to, água, drenagem e telecomunicações da região, num
– e que também ajuda a preparar a cidade para rece-
movimento que o Rio não via há muito tempo”.
ber as Olimpíadas de 2016 e o jogo de encerramento
Com o Centro de sua cidade transformado em um
da Copa do Mundo de Futebol de
grande canteiro de obras, o carioca vive os transtornos contrário, sabe bem o que isso significa. “Há 70 anos,
ES
MG
provocados por esse mutirão, mas não se queixa. Ao
2014 – só foi possível por conta
RJ
SP
Rio de Janeiro
Recuperação da da Recuperação zona portuária portuária zona
Rio de Janeiro
Área abrangida:
490 hectares Reforma e ampliação do sistema viário Implantação de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) Novas redes de esgoto, água, energia e gás Iluminação pública e galerias de águas pluviais
Baía da Guanabara
Novo sistema de telecomunicações
lves
es A drigu
o Av. R
Av. Ve nezue la
Av. Francisco Bicalho
Santo Cristo Linha
T do VL as
o Branc Av. Rio
Gamboa
Saúde
Centro
Aeroporto Santos Dumont
te Varg siden Av. Pre
Implantação de Veículo Leve sobre Trilho
Implantação de Veículo Leve sobre Trilho
Integração do Cen-
Integração do Centro com a zona portuária
de uma Parceria Público-Privada (PPP) voltada à realização de obras e à prestação de serviços na região. O valor total dessa PPP é de R$ 7,6 bilhões (a maior já realizada no Brasil), dos quais R$ 4,2 bilhões serão destinados às obras e R$ 3,4 bilhões a serviços de limpeza, operação de tráfego, drenagem, manutenção de praças e jardins, entre outros, dentro do prazo de 15 anos. A Odebrecht participa da PPP por meio do Consórcio Construtor Porto Rio (responsável pelas obras) e da Concessionária Porto Novo (operadora de serviços públicos concessionados). Ricardo Bueno, da Odebrecht, Diretor de Contrato da Porto Rio, explica o conceito do conjunto de obras em andamento: “Estamos fazendo tudo do zero, de forma bem-feita e estruturada para atrair os investidores e futuros usuários”. Bueno cita, entre outras intervenções infraestruturais, a construção e instalação de 84 mil m de redes e galerias (entre elas, uma galeria de
Obras na região do Morro da Providência: novas vias, melhorias sanitárias e teleférico
3,80 m por 2,20 m, espaço suficiente para passagem de um automóvel) que deverão evitar enchentes na área, 26 mil m de rede de gás, 75 mil m de uma nova rede de telecomunicações para fibra ótica e 500 mil m de redes de energia elétrica (cerca de 3.700 postes hoje na superfície serão desativados para que toda a rede aérea passe a ser subterrânea). O sistema viário da região portuária será profundamente modificado. A demolição do Viaduto da Perime-
tral, prevista para ter início no primeiro semestre de 2013, é uma das intervenções decisivas, que possibilitará a integração da cidade com a Baía de Guanabara. Em seu lugar, cerca de 3,5 km de túneis e um sistema binário de avenidas passarão a atender os veículos que se dirigem a Niterói, Baixada Fluminense e outras regiões, e, no sentido inverso, os que seguem para o Centro da cidade. “Com esse sistema, a capacidade de tráfego passará dos atuais 7.600 para 10.500 veículos/h. Não vamos apenas retirar a Perimetral, vamos substituir e ampliar o sistema”, reitera Bueno. Serão ainda recuperadas vias secundárias e calçadas e implantadas ciclovias. Está prevista também a construção de um sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) integrado a outros meios, o que deverá melhorar a articulação viária na região, priorizando os pedestres e reduzindo a poluição. A região ganhará ainda dois novos museus: o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanhã, resultado de uma
Prédio tombado perto de obras em andamento na região da Avenida Primeiro de Março: cuidados com a preservação do patrimônio histórico
parceria entre a Prefeitura do Rio e a Fundação Roberto Marinho. O Museu do Amanhã, de autoria do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, é a “cereja do bolo” do conjunto de obras no Centro do Rio. Sua construção, no antigo píer da Praça Mauá, está a cargo do consórcio Porto Rio. O museu terá um saguão de entrada com
20
informa
Trabalhos de escavação na Praça Mauá: o Centro do Rio de Janeiro se prepara para viver uma nova fase em sua existência
15 m de altura, ambientes largos e claros e cobertura com aletas impregnadas com fotocélulas, que irão abrir e fechar de acordo com as condições de melhor aproveitamento da luz solar. Com vistas a expandir o parque hoteleiro do Rio para as Olimpíadas, serão construídos dois hotéis, num total de oito prédios, que irão abrigar a mídia não credenciada do evento e, depois, serão transformados em prédios residenciais. Além da Odebrecht Infraestrutura, a Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) também participa desse projeto, denominado Porto Olímpico.
Achados arqueológicos As obras no Centro do Rio começaram com o projeto Saúde-Gamboa, que requalificou a infraestrutura da área (água, esgoto, drenagem, telecomunicações e conversão para rede elétrica subterrânea) e remodelou praças e jardins nos dois bairros. As obras incluíram várias avenidas, ruas e todo o Morro da Conceição. Em seguida, foi a vez do Morro da Providência, onde também foram feitas melhorias sanitárias e está sendo construído o teleférico que ligará a Central do Brasil à
“Todo o material está sendo cuidadosamente triado,
Cidade do Samba, na zona portuária, e que passará pela
identificado e guardado pelo Museu Histórico Nacional,
Praça Américo Brum, no alto do morro.
para depois ser transferido para a guarda da Secreta-
Durante as escavações na área do projeto
ria de Cultura do Rio”, revela Eduardo Fontenelle, da
Saúde-Gamboa foram encontrados vestígios dos an-
Odebrecht, Diretor de Contrato dos projetos Saú-
tigos Cais do Valongo e Cais da Imperatriz. O Cais
de-Gamboa e Morro da Providência. Fontenelle informa
do Valongo recebia navios negreiros, que ali desem-
ainda que foram recuperados os antigos Jardins Sus-
barcavam parte dos escravos trazidos da África.
pensos do Valongo, com a Casa da Guarda e os mictó-
Embora desativado em 1831, continuou a funcionar
rios públicos que existiam na primeira década do século
clandestinamente durante vários anos. Em 1843, D.
19. “Trouxemos um restaurador da França, que se jun-
Pedro II mandou construir sobre o Valongo, o Cais da
tou à equipe de historiadores e restauradores brasilei-
Imperatriz, para receber a Princesa Teresa Cristina
ros para deixar os Jardins Suspensos do Valongo o mais
e também, segundo historiadores, para sepultar a
próximo possível de seu formato original.”
memória do tráfico negreiro.
Da construção de túneis à preservação de obje-
As equipes do projeto encontraram parte das su-
tos históricos, são muitas as vertentes de atuação da
perfícies dos dois cais bem preservadas, o que faci-
Odebrecht no projeto Porto Maravilha. A dimensão e a
litou o trabalho de técnicos do Museu Histórico Na-
complexidade do conjunto de intervenções no Centro
cional, liderados pela doutora Tania Andrade Lima,
do Rio, o modelo de financiamento não convencional
que coordenou a pesquisa arqueológica na região.
e o formato do projeto, em que se juntam a realização
Foram encontrados, segundo o último levantamen-
de obras e a operação de serviços públicos concessio-
to, cerca de 80 mil peças, entre as quais âncoras,
nados, oferecem um novo conhecimento às equipes
balas de canhão, caixas de joias, colares, cachimbos,
da empresa. “Toda essa experiência”, estima Ricardo
moedas, pulseiras, pedaços de cerâmica e muitos
Bueno, “servirá para projetos similares em outras cida-
outros objetos que revelam um pouco do modo de
des do Brasil e será mais uma alternativa para atender
vida de uma época e da história da cidade.
aos clientes nos países onde a Odebrecht atua”.
informa
21
muito além das quatro linhas
22
texto Edilson Silva fotos Carlos Júnior
Projetos da TransOeste, TransOlímpica e Linha 4 do Metrô, além dos investimentos na SuperVia, capacitam o Rio a ambientar os grandes eventos esportivos que estão por vir e preparam a cidade para o futuro 22
informa
ém
O
porteiro Edimilson Lima, 36 anos, tem bons motivos para comemorar a inauguração da Via Expressa TransOeste, no Rio de Janeiro. Morador do bairro de Pedra de Guaratiba, seu trajeto diário até o trabalho, na Barra da Tijuca, passou
de duas horas para 40 minutos. “Enfrentávamos longos engarrafamentos bem cedo. Agora está muito melhor”, ele diz. Inaugurada em 6 de junho, a TransOeste é o primeiro de quatro projetos de mobilidade urbana que estão sendo realizados na cidade por empresas da Odebrecht, como parte da preparação do Rio de Janeiro para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Iniciada em 2010, a obra possibilita a ligação da Barra da Tijuca aos bairros de Santa Cruz e Campo Grande, todos na Zona Oeste da cidade. O projeto foi dividido em quatro lotes, e a Odebrecht Infraestrutura construiu dois deles (lotes I e II), totalizando um trecho de 24 km. Entre os destaques estão a implantação do primeiro corredor da cidade do tipo BRT (Bus Rapid Transit, popularmente chamado de “ligeirão”) e a construção do Túnel da Grota Funda, com extensão de 1,1 km, cujo funcionamento será gerenciado por um moderno Centro de Controle Operacional (CCO). “O túnel é a nossa menina dos olhos”, ressalta Tomnila Motta, Gerente de Engenharia. Além do BRT e do túnel, foram executadas a duplicação de vias, reforma das vias existentes e a construção de viadutos e pontes.
25 estações para o BRT A Odebrecht construiu 25 estações para o BRT, cujos ônibus que por ele irão trafegar terão (todos) ar condicionado e capacidade para 140 pessoas. “Essa via é uma necessidade antiga da população. A Prefeitura tinha um sonho, e nós o realizamos”, comenta Pedro Moreira, Diretor de Contrato. Estação Novo Leblon da TransOeste: ônibus com ar condicionado e capacidade para 140 pessoas
À inauguração estiveram presentes o Prefeito Eduardo Paes, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marcelo Odebrecht, Diretor-Presidente da Odebrecht S.A., e Benedicto Junior e Leandro Azevedo, respectivamente Líder Empresarial e Diretor-Superintendente da Odebrecht Infraestrutura. “Hoje, estamos rompendo com uma histórica divisão social”, disse Eduardo Paes, referindo-se ao Túnel da Grota Funda, o primeiro feito no Maciço da Pedra Branca, uma serra que divide os bairros mais desenvolvidos dos bairros mais carentes da Zona Oeste. Antes, na hora do rush, levava-se cerca de 40 minutos apenas para atravessar a serra. Com o túnel, menos de um minuto. Por dia, 220 mil pessoas serão beneficiadas.
informa
23
A partir da esquerda, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Prefeito Eduardo Paes na inauguração da TransOeste
TransOlímpica
Túnel da Grota Funda: 220 mil pessoas beneficiadas por dia
nema, à última estação da Linha 1, na Zona Sul (a ser
Com a TransOeste inaugurada, o Diretor de Con-
construída no bairro da Gávea), e, então, à Barra da Ti-
trato Pedro Moreira já se mobiliza para outro desafio:
juca. A nova linha oferecerá mais 16 km de metrô aos
construir a Via Expressa TransOlímpica, que interli-
cariocas, com seis estações. Cerca de 250 mil pessoas
gará o complexo olímpico da Barra da Tijuca ao de
circularão por ela diariamente.
Deodoro, também na Zona Oeste. Grande parte das
A primeira parte da obra está sob responsabilidade
disputas das Olimpíadas será realizada nesses dois
do Consórcio Construtor Rio Barra (CCRB), formado
complexos. “Quem faz esse trajeto hoje leva mais de
por Queiroz Galvão (líder), Odebrecht Infraestrutura,
duas horas. Com a TransOlímpica, levará 15 minutos.
Carioca Engenharia, Cowan e Servix. Corresponde ao
O deslocamento dos atletas será muito mais rápido,
trecho entre Barra da Tijuca e a Gávea, numa extensão
assim como o dos cariocas que moram nessas áreas.
de aproximadamente 12 km. As obras foram iniciadas
A previsão é que 50 mil carros passarão diariamen-
em setembro de 2010. O túnel, principal obra do projeto,
te pela nova via”, diz Fernando Góes, da Odebrecht
já está com 3,3 km de perfuração (1,6 km do trajeto do
TransPort, Diretor Administrativo Financeiro da Con-
metrô, mais o estacionamento dos trens e o vão da Es-
cessionária TransOlímpica S.A.
tação São Conrado). “Estamos bem embaixo do Parque
Formada por Odebrecht TransPort, Invepar e CCR,
da Floresta da Tijuca. Nosso trabalho tem sido monito-
a concessionária será responsável pela implantação
rado para evitar qualquer tipo de risco à flora e à fauna”,
e operação da via, por meio de uma concessão de
diz Juliano Penteado, Gerente de Produção do CCRB.
35 anos. A Odebrecht Infraestrutura, a OAS e a Andrade
A segunda parte da obra está com o Consórcio Li-
Gutierrez foram contratadas pela TransOlímpica S.A.
nha 4 Sul, formado por Odebrecht Infraestrutura (líder),
para realizar as obras.
Carioca Engenharia e Queiroz Galvão, responsável pelo
A nova via terá 13,1 km com duas faixas para car-
trecho entre a Gávea e a conexão com a Estação Ge-
ros em cada sentido e corredor segregado para o BRT.
neral Osório. Nesse trecho, será utilizado o TBM EPB
Além de pontes e viadutos, serão construídos dois túneis por sentido, com extensão total de 3,1 km. Orçadas em R$ 1,7 bilhão, as obras serão iniciadas ainda em 2012. Carlos Prado, Diretor Regional da Odebrecht TransPort nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, salienta: “Os moradores da região terão uma via totalmente nova para usarem com segurança, conforto e rapidez”.
Pelos trilhos Se, de um lado, a Prefeitura investe, de outro o Governo do Estado também faz seu papel. Até dezembro de 2015, serão investidos R$ 7,4 bilhões na Linha 4 do Metrô Rio, que ligará a Estação General Osório, em Ipa-
24
informa
Trem da SuperVia: novas composições estão entrando em operação gradativamente
Barra da Tijuca
Recreio dos Bandeirantes
Oceânico
1
TransOeste
2
TransOlímpica
3
Linha 4 do metrô
4
SuperVia
Aeroporto do Galeão
2
Avenida Brasil
a ioc Car
ns Tra
rela ma ha A Lin
4
Santa Cruz Campo Grande
mp ica
1 Pedra de Guaratiba
Tra ns
Olí
Sepetiba
Guaratiba
Recreio dos Bandeirantes
inha
rô L
Met
este TransO
Jardim Oceânico
Barra da Tijuca
3
TransOlímpica
no Rio de Janeiro, perfura o túnel e, ao mesmo tem-
Copacabana
Antero de N. Sra. Quental da Paz
2
O TBM, que será utilizado pela primeira vez po, instala os anéis de concreto que dão sustentação ao
Gávea
São Conrado
TransOeste
Pressure Balanced Convertible), o famoso em 2013.
Jd. de General Alah Osório
1 Convertible (Tunneling Boring Machine Earth “tatuzão”. A perfuração do túnel começará
4
Aeroporto Santos Dumont
Centro
3
56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. A Odebrecht Infraestrutura construiu 24 km entre Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.
13,1 km ligando Barra da Tijuca a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, numa extensão total de 3,1km.
16 km entre a Barra da Tijuca e Ipanema, passando pela Gávea.
Novos trens, centro de controle operacional de última geração, reforma de estações e novo sistema de sinalização. Deve atingir 1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.
56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. A Odebrecht Infraestrutura malha ferroviária da região meconstruiu 24 km entre Barra da Tijuca tropolitana do Rio de Janeiro e e Pedra de Guaratiba.
que tem a Odebrecht TransPort
13,1 km ligando Barra da Tijuca como acionista majoritária, está a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo implementando um programa de uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, investimentos de R$ 2,4 bilhões em numa extensão total de 3,1km.
parceria com o Governo do Estado. Está pre-
vão e o revestem. “Com ele, atuaremos em solos areno-
4 do metrô 3 Linha km entre a Barra da Tijuca e vista a 16 compra de 120 novos trens, sendo que 30 já estão
sos e rochosos, como é o caso dos encontrados em Ipa-
entrando em operação gradativamente, somando-se à
nema e no Leblon. Sem o TBM, teríamos que abrir valas a céu aberto nos trechos arenosos, o que provocaria um grande impacto na vida dos moradores”, explica Marcos
Ipanema, passando pela Gávea.
4 frota Novos trens, centrocomposições. de controle atual de 160 Mais 60 serão licitados operacional de última geração, SuperVia
reforma estações e novo sistema até o fim dodeano. Até 2015, os outros 30 serão comprade sinalização. Deve atingir
dos.
1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.
Vidigal, Diretor de Contrato. “Vamos evitar ao máximo
No início de 2012, a SuperVia inaugurou um novo
os transtornos”, assegura Aluísio Coutinho Júnior, Ge-
CCO, dotado de moderno sistema de comunicação inte-
rente de Produção.
grado com os trens, do qual faz parte um painel digital que concentra informações de toda a malha. Está em
SuperVia
curso a instalação de um novo sistema de sinalização
No contexto dos projetos para melhoria do sistema
que reduzirá pela metade o intervalo entre os trens,
de transporte da cidade, a SuperVia, responsável pela
passando para três minutos. Além da construção de três novas estações, uma das quais já foi inaugurada no primeiro semestre, as 99 estações antigas e a infraestrutura (trilhos, rede aérea de cabos, estações e subestações de energia) passarão por melhorias. “O legado dos eventos esportivos será um transporte ferroviário de qualidade para a população”, afirma Carlos José Cunha, Presidente da SuperVia. A empresa pretende passar dos atuais 540 mil passageiros por dia para 1 milhão em 2016. Segundo Leandro Azevedo, a cidade está escrevendo uma nova história no que diz respeito à mobilidade urbana: “Por onde quer que andemos, há um grande projeto em execução, todos eles pensados para transformar de vez a cidade”.
informa
25
26
vencedor DE TODOS OS DIAS
P
texto Eduardo souZa lima fotos roGÉrio rEis
Parceria entre a Marinha e a Odebrecht forma atletas e cidadãos
araense da Ilha de Caratateua, o médio-ligeiro Wesley Paiva, 18 anos, perdeu o pai quando tinha 9 meses. Foi uma criança rebelde. “Eu brigava na rua, dava muita dor de cabeça”, conta. O tio Francisco, ex-pugilista, viu no boxe uma alternativa para domar essa agressividade. A
partir disso, sua vida mudou: “O esporte me disciplinou até para os estudos”, diz. Wesley é um dos 18 atletas adotados pelo Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht, realizado no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), no Rio de Janeiro. “Nossa meta é preparar jovens atletas de alto desempenho para representar o país nas Olimpíadas. Mas, fora os resultados, que são excelentes, estamos formando futuros adultos responsáveis, que servem de exemplo para
26
informa
064_OI161_RJ_OK2.indd 26
7/20/12 5:17 PM
28 A partir da esquerda, Antonio Pessoa, Carlos Carvalho e Carlos Armando Paschoal, no local onde será construída a Ilha Pura: desenvolvimento urbanístico
casa carioca dos heróis
olímpicos texto Perla Lima fotos André Valentim
28
informa
Vila que abrigará os atletas que estarão no Rio em 2016 será resultado de um projeto inovador
A
Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos a serem realizados no Rio de Janeiro em 2016 é um projeto inovador no Brasil e no mundo. Ao contrário do que historicamente ocorre com a maioria das “cidades olímpicas”, construídas em áreas degradadas que precisavam de re-
vitalização, no Rio de Janeiro será erguida a Vila dos Atletas na Ilha Pura, bairro que será desenvolvido ao longo de 15 anos pela empresa homônima. A Ilha Pura é uma nova região da Barra da Tijuca, que se consolida como o maior vetor de crescimento da área metropolitana da capital fluminense e
informa
29
Mário Cilenti: empreendimento de alto padrão
que mais recebe investimentos em mobilidade urbana.
30
31 torres com 17 andares
“A formação da empresa Ilha Pura, que transforma-
A Ilha Pura tem 870 mil m2, dos quais 247 mil m2
rá esse sonho em fato tangível, é resultado da união da
estão reservados para a construção da Vila dos Atle-
filosofia de atuação e da expertise da Odebrecht Reali-
tas. Carlos Armando Paschoal, Presidente da Ilha
zações Imobiliárias (OR) e da visão desenvolvimentista
Pura, ressalta que o projeto é um investimento pri-
e de perpetuidade da Carvalho Hosken”, afirma Carlos
vado e um desafio único no país. “Nunca se ergueu
Armando Paschoal, Presidente da empresa.
31 torres com 17 andares cada, distribuídas em sete
Mário Cilenti, Diretor de Relações com o Comitê
condomínios, com total infraestrutura privativa, em
Olímpico e Paralímpico e Vila Olímpica, destaca que a
apenas três anos e meio. Isso implica lidar com quan-
vila ficará a cinco minutos de carro do Parque Olímpi-
tidades próximas às das grandes obras do setor de in-
co, onde acontecerá a maioria das competições, e seu
fraestrutura.” Carlos Armando exemplifica: o volume
padrão estará de acordo com o mercado imobiliário da
de concreto equivale à mesma quantidade utilizada
Barra da Tijuca. “Casamos as necessidades do Comi-
em uma barragem, e o número de trabalhadores no
tê Olímpico Internacional (COI) com o compromisso de
canteiro poderá chegar a 5.500. “Temos a responsabi-
venda das unidades”, salienta Mário. Todos os 3.604
lidade e a singular oportunidade de formar pessoas e
apartamentos a serem utilizados pelos 18 mil atletas
criar sistemas de gestão inovadores de logística e de
estarão vendidos antes dos jogos e entregues aos clien-
sustentabilidade”, ele observa.
tes finais em até um ano depois das competições. “O
Em termos de legado, Carlos Armando destaca a
interessante é que utilizaremos esse empreendimento
contribuição para o desenvolvimento sustentável do
como um resort para os atletas, devido ao seu padrão.”
Rio de Janeiro. “O projeto contempla um parque pú-
Antônio Pessoa, Diretor Regional da OR para o Rio
blico de 65 mil m2 e um viveiro de 20 mil m2, cons-
de Janeiro, afirma: “O desafio é desenvolver, vender e
truídos especialmente para atender o paisagismo da
entregar no prazo um projeto de alta qualidade, que su-
Vila dos Atletas, assinado pelo escritório do arquiteto
pere as expectativas do Comitê Organizador dos Jogos
e paisagista Burle Marx.”
Olímpicos e dos atletas”. Ele acrescenta: “Nossos clien-
Trabalhadores das comunidades do entorno da
tes adquirentes, o bairro Ilha Pura e o Rio de Janeiro
obra serão capacitados por meio do Programa de
terão como legado um empreendimento que conciliará
Qualificação Profissional Continuada Acreditar, e o
sustentabilidade, luxo e qualidade de vida”.
aprendizado da informática será feito por meio do
Carlos Carvalho, Diretor-Presidente da Carvalho
Programa Caia na Rede. Carlos Armando enfatiza:
Hosken, destaca que a Vila dos Atletas está inserida no
“Essa obra será exemplo de qualidade e sustenta-
futuro centro da nova cidade que surge na Zona Oeste.
bilidade. Será a melhor Vila dos Atletas de todos os
“A Ilha Pura marcará o desenvolvimento urbanístico do
tempos!” Antônio Pessoa não tem dúvida em afirmar
Rio de Janeiro, pois já nasce como bairro planejado e
que o bairro Ilha Pura, iniciado com a Vila dos Atletas,
beneficiado por grandes obras de infraestrutura em seu
“será um dos melhores lugares para se viver no Rio
entorno.”
de Janeiro”.
informa
Bolas (e notas) para o
alto
Em Deodápolis (MS), o projeto Broto de Gente oferece reforço escolar combinado com cursos de artes e informática e treinamento esportivo
Participantes do projeto jogam vôlei em Deodápolis: ocupação e estímulo para os jovens do município sul-matogrossense
texto Guilherme Oliveira fotos Bruna Romaro
D
eodápolis é um pequeno município no interior do Mato Grosso do Sul. O Censo de 2011 contabiliza que é o 46º maior em população no estado, com pouco mais de 12 mil habitantes. Boa
parte vive, direta ou indiretamente, das operações de produção de etanol, energia elétrica e açúcar da Unidade Eldorado da ETH Bioenergia. A geração de oportunidades de trabalho e renda é a grande contribuição da empresa para o desenvolvimento da região, mas uma iniciativa
31
adicional tem chamado especialmente a atenção:
o projeto Broto de Gente, que oferece a 260 jovens de 4 a 15 anos reforço escolar gratuito de português, matemática e língua estrangeira. Criado
em 2002 para cuidar dos filhos de integrantes du-
rante seus turnos de trabalho, o Broto de Gente cresceu e se transformou em uma das principais
opções de cultura e lazer para os jovens do município.
informa
31
A grande procura dos pais para colocar seus fi-
Rodrigo Felix é prata da casa e inspira os mais
justificada: além das aulas, são oferecidos cursos e
novos. Filho de integrantes da ETH e aluno do
treinamentos de informática, artes, teatro, dança,
Broto de Gente desde os 7 anos, ele afirma que
capoeira, futebol e vôlei. Os esportes são os mais
rendia tanto no projeto que convenceu os pais a
procurados. “A regra é simples: quem vai bem na
mudarem-se de Nova Alvorada do Sul para Deo-
escola, pode jogar”, explica Riverton Souza, Coor-
dápolis. Ele contou parte de sua história na edi-
denador Pedagógico do projeto. O acordo é levado a
ção 155 de Odebrecht Informa, quando tinha
sério. “Realizamos um acompanhamento trimestral
13 anos: destacou o quanto gostava das aulas
de cada um nas sete escolas da cidade e ajudamos
de futebol e informática. “Eu queria ser jogador
na orientação dos pais, quando necessário”. Sem
de futebol, e o Broto de Gente era a minha maior
pretensão de substituir a escola ou assumir o papel
chance. Riverton confiou em mim”. O treina-
indispensável dos pais, o Broto de Gente encontrou
dor-professor passou a levar o jovem para peneiras
no esporte uma ferramenta para educar, formando
em clubes de São Paulo. Hoje, aos 17 anos, veste a
jovens que valorizam o respeito, a disciplina e o tra-
camisa do Osasco Futebol Clube, time formado para
balho em equipe.
revelar jovens de todo o país. A regra do Broto se
“Com o tempo, percebemos melhoria nas no-
32
Realizando o sonho de ser jogador
lhos em uma disputada vaga no projeto é facilmente
mantém: se não estudar, não joga.
tas, mas o que impressionou foi a mudança de
Assim como Rodrigo, muitas crianças e jovens
postura dos alunos do Broto de Gente. Eles sa-
do Broto de Gente sonham viver do esporte. Um
bem que quem desrespeita colegas ou profes-
deles é Rafael Fernandes, 11 anos, o Rafinha.
sores fica de fora dos times”, diz Célia Moraes,
Apoiado por Riverton e pelo irmão Dernivaldo
Diretora da Escola Estadual Scila Médici.
Manoel, integrante da Unidade Eldorado da ETH,
informa
Rodrigo Félix (ao centro): persistência e apoio para buscar seu objetivo. Na outra página, jovens dançarinas em ação: diversidade de modalidades é uma das características do projeto
o garoto já participou de testes nos times de base
lá fazer amigos e me divertir”. Com uma rotina
do São Paulo Futebol Clube, um dos mais impor-
diária de treinos no campo e na areia, além de
tantes do país. Em setembro, Rafinha passará
exercícios de arremate e habilidade, Rafinha não
mais uma semana no Centro de Treinamento do
hesita quando perguntado sobre o que mais lhe
clube, em Cotia (SP). A viagem de ônibus levará
ensinam no Broto de Gente: “Aprendo a educar as
mais de 12 horas. Mesmo com a pouca idade, o
pessoas para o bem. Assim como minha família
atacante sabe que nem todos conseguem se tor-
aprendeu na ETH, aqui aprendo a servir ao próxi-
nar profissionais, mas isso não o preocupa. “Vou
mo e não desistir nunca”.
informa
33
legado
entrevista
O maior de todos os
B
34
texto Cláudio Lovato Filho foto Holanda Cavalcanti e Mário Grisolli
enedicto Barbosa da Silva Junior é empresário, é aficionado por futebol
Odebrecht Informa – Como foi o processo de
(corintiano, “mais um do bando de
capacitação da Odebrecht para participar de
loucos”), mas, acima de tudo, é um
projetos de grandes arenas esportivas? Quais são
brasileiro que conhece seu país.
os principais marcos dessa trajetória?
Aos 51 anos, Líder Empresarial
Benedicto Junior – No fim dos anos 1990 e no
da Odebrecht Infraestrutura, ele é o condutor da
começo dos anos 2000, os dirigentes do Vasco
participação da empresa em um conjunto de projetos
da Gama e, um pouco depois, do Botafogo e do
que fazem parte da preparação do Brasil para sediar
Fluminense, manifestaram o desejo de construir
os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa
novas arenas. Esses projetos acabaram não seguindo
do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). Como
em frente. Houve outras iniciativas, também no Rio,
empresário, sente-se motivado por participar de
que terminaram por não evoluir para a Odebrecht,
empreendimentos complexos, com enorme conteúdo
até que a cidade foi escolhida para sediar os
de legado, inovadores, longamente esperados e, por
Jogos Pan-Americanos de 2007. Assumimos a
tudo isso, desafiadores. Como esportista, está feliz
reforma do conjunto formado pelo Maracanã e pelo
por vivenciar de dentro o processo de surgimento
Maracanãzinho. E, mais adiante, ainda no contexto das
de grandes arenas (entre elas a do seu clube do
obras para o Pan, fomos contratados para as obras de
coração), as quais poderão vir a ter, segundo ele,
inteligência e acabamento do Estádio Olímpico João
papel determinante na modernização da gestão do
Havelange, o Engenhão, como carinhosamente os
futebol nacional. Como cidadão, Benedicto Junior
cariocas o apelidaram. No decorrer desse contrato,
está confiante – mais que isso, está convicto – de
fomos desafiados a concluir o estádio no tempo
que o país, “do seu jeito”, sediará a Copa do Mundo
recorde de sete meses, substituindo o consórcio
e as Olimpíadas mais alegres e emocionantes dos
que estava fazendo as obras de infraestrutura.
últimos tempos. O maior legado? “O de provarmos
Nesse período, o grande desafio era a montagem
para nós mesmos a nossa capacidade de realização
dos arcos da cobertura. O consórcio que estava
como povo.” O legado do aumento da autoestima do
deixando a obra havia gastado 15 meses para realizar
brasileiro.
25% dessa etapa, e nós teríamos que concluir os
34 informa
restantes 75% em sete meses. O Engenhão, com a nossa contribuição, foi eleito [pela revista britânica
SportBusiness] uma das 10 melhores instalações esportivas construídas no mundo em 2007. Essa atuação nas obras do Pan gerou um grande ativo de engenharia para a Odebrecht. Nossa experiência no Engenhão foi um marco na nossa trajetória de construção de grandes arenas.
os Benedicto Junior: comprovação da capacidade do povo brasileiro de realizar grandes eventos
informa
35
36
OI – Faça um resumo da situação atual dos quatro
aos atuais, no sul e norte, nas regiões costeiras. Na
estádios que a Odebrecht está construindo ou
Bahia, com o renascimento da Fonte Nova, teremos
reformando para a Copa de 2014: Maracanã, Arena
a requalificação de um ativo social histórico e com
Corinthians, Arena Pernambuco e Arena Fonte
vocação para valorizar ainda mais aquilo que o baiano
Nova. Quais são, hoje, os percentuais de avanço em
mais exporta para o Brasil, além do futebol: cultura e
cada obra?
shows de música popular. A Arena Fonte Nova será um
Benedicto Junior – Temos hoje, em São Paulo e
novo polo de diversão para os soteropolitanos. No Rio,
Pernambuco, um avanço de mais de 40% das obras.
talvez tenhamos a mais emblemática das iniciativas
No Rio e na Bahia, mais de 50%. Após o início das
em curso: a reforma do Maracanã, inaugurado na
obras, fomos apresentados a um desafio adicional no
Copa do Mundo de 1950, que à época significou
Rio de Janeiro, em Pernambuco e na Bahia: os três
uma demonstração da capacidade brasileira de
estádios passaram, em 2011, a fazer parte da lista de
empreender obras complexas. Com a revitalização, o
sedes da Copa das Confederações, que será realizada
Maracanã certamente se tornará uma referência de
em 2013. Com isso, o prazo de execução foi reduzido
conforto, segurança e avanço tecnológico, em sintonia
sensivelmente, em média 12 meses a menos, mas
com as mais rigorosas exigências do século 21. Além
tudo está correndo dentro do cronograma. O projeto
disso, o estádio, que sediará também disputas das
da Arena Corinthians está em ritmo acelerado.
Olimpíadas, receberá em seu entorno um conjunto
Estamos concluindo, com o BNDES (Banco Nacional
de investimentos que transformará a realidade local
de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco
no que se refere à mobilidade urbana e habitacional,
do Brasil, a estruturação financeira do projeto, sendo
entre outros aspectos, integrando esse gigante
o único ainda com financiamento pendente.
histórico ao seu entorno.
OI – Os projetos de construção de arenas não podem
OI – No Brasil, o futebol, como se sabe, é mais que
levar em conta apenas o estádio. É preciso pensar
um esporte: é paixão nacional e elemento que ajuda
no entorno. Rio, São Paulo, Recife e Salvador são
a definir uma identidade. Você, além de empresário
quatro metrópoles com seu cotidiano repleto de
que lidera obras de arenas, é aficionado por futebol.
desafios. Quais benefícios a construção das arenas
Na sua opinião, que tipo de impacto pode ter o
trará para as comunidades?
momento vivido hoje pelo país, com a construção de
Benedicto Junior – As arenas, por si só, são ativos
grandes arenas esportivas em várias cidades? Quais
importantes para a comunidade, mas o legado de
transformações isso pode ocasionar?
inserção social que elas proporcionam é o grande
Benedicto Junior – O momento do futebol brasileiro
destaque. Veja o exemplo da Arena Corinthians. O
leva a importantes reflexões. Inicialmente, sobre as
bairro de Itaquera, onde ela está sendo construída, é
novas formas de se construir arenas, mas, muito
muito carente. Não tenho dúvida de que poderemos
mais do que isso, sobre a participação da iniciativa
dividir a história do bairro e da região em “antes”
privada na concepção e gestão dessas arenas. Os
e “depois” da arena. Não havia investimentos em
dirigentes e torcedores dos clubes que não tiverem o
Itaquera. Com a arena, haverá mudanças profundas
privilégio de modernizar sua “casa” se perguntarão:
em razão da melhoria na infraestrutura de transportes,
por que o meu clube não tem uma arena moderna? O
da valorização dos imóveis e da chegada de empresas,
que estamos perdendo? Mas isso é apenas a reflexão
estabelecimentos comerciais e prestadores de
inicial, porque há questões mais profundas que estão
serviço. Hoje, existe uma valorização territorial
vindo à luz. A execução de novas arenas tem levado
na região de algo como 50%. Em Pernambuco, o
à descoberta de novas formas de gestão não apenas
cenário é outro, mas as expectativas são igualmente
das instalações físicas, mas dos próprios clubes. Tem
animadoras. Lá, graças à visão arrojada e moderna
levado a uma maior profissionalização. Aos poucos,
do poder público, será criado, com a Cidade da Copa,
vamos nos aproximando da realidade dos clubes
um novo vetor de desenvolvimento do Grande Recife
da Europa, que vendem ingressos para os seus
em direção ao interior do estado, que vai se somar
jogos do ano corrente e do ano seguinte também. A
informa
“As Olimpíadas de 2016 definem o horizonte de transformações pelas quais o Rio está passando. A cidade terá um sistema de transporte urbano muito mais abrangente e adequado”
então passou a ter atuação nacional a partir do Rio. Executou aqui obras de grande importância, como o Aeroporto do Galeão, a Usina Nuclear Angra 1, os edifícios-sede da Petrobras e do BNDES e o Complexo do Rio Sul, entre várias outras. Em 1993, quando muitas empresas estavam indo embora, a Construtora Norberto Odebrecht transferiu sua sede para o Rio. Viemos para ficar mais perto de alguns de nossos grandes clientes, como Petrobras, Furnas e Eletrobrás, cujas sedes eram aqui. Sempre acreditamos na cidade, em seu poder de superar desafios, em sua capacidade de se recuperar. Nós ficamos aqui, permanecemos e, por isso, desenvolvemos uma relação que é longa, produtiva e – por que não dizer? – emocional com o Rio de Janeiro.
OI – Quais são hoje os destaques dessa relação? Benedicto Junior – As Olimpíadas de 2016 definem o horizonte de transformações pelas quais o Rio está passando. A cidade terá um sistema de transporte urbano muito mais abrangente e adequado. Um dos primeiros melhoramentos nesse setor é o corredor expresso de ônibus TransOeste, que liga a Barra da Tijuca à Santa Cruz, com 56 km de extensão, na Zona Oeste da cidade. Em breve, começarão as
presença da iniciativa privada está contribuindo para
obras da TransOlímpica, nova via de ligação entre
a modernização da administração dos clubes. São
o Recreio dos Bandeirantes e Deodoro, com pistas
novas cabeças, com novas ideias e uma nova forma
exclusivas para o sistema BRT (Bus Rapid Transit).
de olhar velhos problemas. O futebol brasileiro não
Temos a expansão do Metrô, que segue avançada
pode perder essa oportunidade. É uma relação de
em quatro direções – da Barra para São Conrado,
ganha-ganha.
de São Conrado para a Barra e Gávea e de Ipanema para a Gávea –, que já conta com mais de 2.200 m de
OI – O Rio de Janeiro, além de receber jogos da
túneis e se completará com a abertura de mais obras
Copa do Mundo (entre eles, a partida final), será
em Ipanema e no Leblon. Outro grande desafio em
sede das Olimpíadas. A cidade já está passando por
curso é a modernização do sistema de trens urbanos,
profundas transformações em sua infraestrutura.
projeto realizado conjuntamente entre o Governo do
A Odebrecht tem uma participação destacada na
Estado e a SuperVia, empresa da qual a Odebrecht
preparação da cidade para esses que são os dois
TransPort é acionista majoritária. Este, com certeza,
maiores eventos esportivos do planeta. Como a
é o maior desafio da Odebrecht no país. Mas não
Odebrecht se preparou para dar essa contribuição?
há como deixar de reconhecer que as Olimpíadas
De que forma a relação histórica da Organização
de 2016 serão lembradas, acima de tudo, no que se
com o Rio de Janeiro ajudou nisso?
refere às obras, pela revitalização e reurbanização
Benedicto Junior – Para começar, a Odebrecht se
da Região Portuária por meio do projeto Porto
“nacionalizou” no Rio de Janeiro. Nasceu no Recife,
Maravilha, liderado pela Prefeitura e fruto da maior
cresceu em Salvador, tornou-se uma empresa
operação de PPP (Parceria Público-Privada) urbana
estadual na Bahia, regionalizou-se no Nordeste e
em andamento no país.
informa
37
“Não adianta termos
de sua condição de capital federal. Essa oportunidade
uma Copa perfeita
irá sediar e as grandes exigências geradas por eles.
no aspecto de
de vida dos moradores e em um novo impulso para a
organização se ela não for capaz de transmitir a emoção que as pessoas querem, merecem e precisam ter ao conhecer nosso país”
chegou com os extraordinários eventos que a cidade Isso irá resultar numa melhoria sensível na qualidade continuidade de uma trajetória de desenvolvimento sustentável.
OI – Em resumo, por que é um bom negócio para um país sediar uma Copa do Mundo? E por que vale a pena para um município receber as Olimpíadas? Benedicto Junior – Vale a pena, sobretudo, porque o país tem a oportunidade de mostrar a si mesmo e ao mundo que é capaz de realizar projetos extraordinários. No caso do Brasil, estou convicto de que o maior legado da Copa do Mundo e das Olimpíadas será este: o de provarmos para nós mesmos a nossa capacidade de realização como povo. O maior legado será o aumento da autoestima do brasileiro.
OI – O Brasil estará preparado para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas de maneira impecável? Benedicto Junior – A Copa do Mundo e as Olimpíadas serão impecáveis, sim, mas do nosso jeito. Acho que tudo pode ser expressado por uma frase que ouvi de alguns técnicos especialistas em grandes eventos
OI – Você costuma dizer que a Odebrecht “acreditou
pelo mundo afora: “A Alemanha fez o evento mais
no sonho olímpico” do Rio de Janeiro.
organizado do planeta [a Copa do Mundo de 2006] e
Benedicto Junior – Sim, sempre acreditamos no
o Brasil vai fazer o evento mais alegre do planeta”.
sucesso desse projeto, na realização desse sonho.
Vamos ter a Copa mais alegre de todos os tempos,
E mais: sempre acreditei que a escolha do Rio como
a mais feliz. Não adianta termos uma Copa perfeita
sede das Olimpíadas é, de certa forma, no plano
no aspecto de organização se ela não for capaz
nacional, uma reparação para com a cidade, e um
de transmitir a emoção que as pessoas querem,
reconhecimento mundial a ela, que é o cartão de
merecem e precisam ter ao conhecer nosso país.
visita do Brasil.
Vamos fazer uma Copa do Mundo para os brasileiros e os turistas sentirem-se felizes ao viverem uma
OI – Reparação? Como assim?
experiência que transcenderá à participação em um
Benedicto Junior – Quando, depois de dois séculos,
evento de grande porte. Queremos proporcionar às
o Rio deixou de ser a capital do país, no início de
pessoas muito mais que isso e vamos conseguir.
década de 1960, nada foi feito para compensar as
38
perdas que a cidade teria com a mudança. Não
OI – Uma pergunta ao Benedicto Junior torcedor: o
houve um plano. O Rio passou então a sofrer um
Brasil será hexa na Copa de 2014?
processo de esvaziamento econômico e declínio de
Benedicto Junior – Sim! É impossível trabalhar
sua importância política. Felizmente, esse processo
no Maracanã, ver tudo o que está sendo feito e
começou a ser sanado nos últimos anos. Mas ainda
não imaginar o Brasil jogando ali a final da Copa e
faltava um plano para ressarcir a cidade pela perda
vencendo. Temos que apagar 1950!
informa
concurso
Imagens de celebração da vida
As fotos de Carolina Almeida de Souza e (abaixo) de Anderson Munhoz: primeiros colocados nas categorias Máquina Fotográfica e Celular
Conheça os vencedores do concurso fotográfico Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa texto Emanuella Sombra
O
assunto? Esporte. Ferramentas? Uma máquina fotográfica ou um celular. Mais de 60 fotógrafos amadores participaram do concurso Esporte em
Foco, promovido por Odebrecht Informa , que propôs o
seguinte desafio: por meio de um clique, os integrantes da Organização deveriam mostrar como diferentes práticas esportivas movimentam as comunidades onde vivem e trabalham.
Quatro integrantes receberam menção honrosa: Alex da Silva Guedes e Juliano de Paula Santos, da
Carolina Almeida de Souza, da Odebrecht Energia, ven-
Odebrecht Infraestrutura no Rio, Olavo de Pinho,
ceu na categoria Máquina Fotográfica, com um registro de
da Foz do Brasil, em Cachoeiro do Itapemirim (ES)
praticantes de stand up-paddle (esporte em que se usa
e Lauren Pereira, única entre os participantes a ter
prancha e remo) em Copacabana, no Rio de Janeiro: “O
duas fotos escolhidas pela Comissão Julgadora.
esporte está se difundindo na cidade e é bem comum ver
A comissão do concurso foi formada por Mar-
os praticantes nos fins de semana”, diz Carolina, que tra-
co Antônio Antunes, Responsável por Comunica-
balha na capital fluminense. Lauren Pereira, da Odebrecht
ção na Arena Corinthians, Sérgio Bourroul, Res-
International na Guiné-Conacri, e Erick Marcel Carvalho, da
ponsável por Relacionamento com a Imprensa na
Odebrecht Infraestrutura em Marabá (PA), ficaram com o
Odebrecht S.A., Holanda Cavalcanti, Editora de
segundo e o terceiro lugares, respectivamente.
Fotografia de Odebrecht Informa, e pelo fotógrafo
Outra foto resumiu como força e união caminham
Rubens Fernandes Junior, Diretor da Faculdade de
juntas quando se trabalha em equipe. “Vi um grupo de
Comunicação e Marketing da Fundação Armando
esportistas se exercitando na praia, no Rio de Janeiro.
Álvares Penteado (Faap).
Um dependia do outro para manter o equilíbrio”, explica
Conheça a história por trás das fotos vence-
Anderson Munhoz, da Odebrecht Infraestrutura, que tam-
doras em reportagem que será publicada na edi-
bém trabalha no Rio e foi o vencedor na categoria Celular.
ção online de Odebrecht Informa. Você poderá
Nessa mesma categoria, José Marcelo de Oliveira, da Foz
acessar as imagens escolhidas nas duas catego-
do Brasil em Limeira (SP), e Francisco da Cunha Melo, da
rias e para as quatro menções honrosas – além
Odebrecht Infraestrutura no Rio, tiveram a segunda e a
de uma seleção de imagens inscritas. Acesse
terceira colocações.
www.odebrechtonline.com.br
informa
39
Comunicação
Reprodução
Tela de abertura do site “Odebrecht na Copa”: informações são usadas como fonte pelos jornalistas
de olho na copa Fichas técnicas, notícias, fotos, câmeras online e vídeos fazem parte do site sobre obras em quatro arenas que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014
A
40
texto Júlio César Soares construção dos estádios
sa grande exposição, ficou clara
semestre de 2011, reúne fichas
para a abertura e para
para nós a necessidade de ações
técnicas, notícias, fotos, câme-
a final da Copa do Mun-
de comunicação integradas, que
ras online e vídeos dos quatro
do de 2014 (Arena Corinthians e
potencializassem ainda mais as
estádios em um único banco de
Maracanã, repectivamente) e das
iniciativas já em curso em cada
dados. “Cada obra desenvol-
Arenas Fonte Nova e Pernambu-
uma das quatro arenas”, diz An-
ve suas ações de comunicação.
co fizeram com que a Odebrecht
tonio Carlos de Faria, Responsá-
Com o site, oferecemos informa-
virasse frequentadora assídua
vel por Comunicação na Odebre-
ção de forma homogênea, mos-
dos cadernos de esportes de jor-
cht Infraestrutura.
trando em conjunto a relevância
40
nais impressos e dos sites es-
Essa constatação foi o ponto
da participação da Odebrecht
pecializados. “Para termos mais
de origem do site “Odebrecht na
Infraestrutura e de seus parcei-
ganho de imagem a partir des-
Copa”, que, criado no primeiro
ros”, explica Antonio Carlos.
informa
Nesse quase um ano de vida
Além disso, outras novidades
e com mais de 1,6 milhão de vi-
estão chegando, como as fotos
sualizações de páginas, o “Ode-
em 360º e um quiz por meio do
brecht na Copa” possui alguns
qual será possível ganhar con-
marcos em sua história, como
vites para visitas ao canteiro de
a exibição da realidade aumen-
obras. “Tudo isso traz mais inte-
tada do Maracanã. Com uma
ração e uma participação maior dos usuários. A meta é ter sempre conteúdo novo para os visi-
almente um dos mais famosos
tantes”, salienta Ana Carolina.
estádios do mundo. As imagens da implosão do antigo Estádio da Fonte Nova, que emocionou, em especial, os torcedores da Bahia, também foram destaques. A maquete da Arena Corinthians, que chegou a ter mais de 300 mil visualizações em uma só semana, é até hoje um dos grandes atrativos. “O site vem transmitindo a mensagem de competência técnica e cuidado com a comunidade, o que é essencial para que o grande público conheça melhor a Odebrecht”, argumenta Antonio Carlos. Com frequência, as informações do site são usadas como
foto: Carlos Júnior
webcam e um código impresso, torcedores podem visitar virtu-
Fluxo de informação A alimentação do site requer dos responsáveis por esse trabalho muita atenção e rapidez.
“O site vem transmitindo a
tirar dúvidas técnicas sobre as
imensa paixão e com diversas histórias a serem contadas. “Enviamos informações para o ‘Ode-
mensagem de
brecht na Copa’ frequentemente
competência
citação da equipe, a atendemos
técnica e de
e, quando temos qualquer solide imediato”, explica Ana Luiza Dornelas, da equipe de Comu-
cuidado com
nicação da Arena Pernambuco.
a comunidade”
terial sobre algum fato relevan-
“Além do envio imediato de mate, também buscamos atender todas as demandas enviadas pe-
fonte pelos jornalistas. “É o caminho mais fácil e rápido para
São quatro estádios, objetos de
Antonio Carlos de Faria
los internautas”, completa Marco Antonio Antunes, Responsável por Comunicação nas obras da
obras”, diz Leandro Canônico,
Arena Corinthians.
repórter do globoesporte.com, segundo Carlos Hermanny, Dire-
novo leiaute e câmeras, atenden-
“Outras ações, como visitas
tor-Superintendente Copa 2014
do ainda melhor os visitantes”,
de comitivas da FIFA, programas
da Odebrecht Infraestrutura, a
destaca Ana Carolina Martins,
sociais e conteúdo interativo,
função do site é justamente esta:
Responsável pelo site na equipe
também são destinados ao site”,
“Oferecer mais informações do
de Comunicação da Odebrecht
observa Carine Aprile, Respon-
que a mídia veicula, com enfo-
Infraestrutura. Posicionadas em
sável por Comunicação na Arena
que na informação visual, de ca-
cada obra, as câmeras geram
Fonte Nova. Igor Lamy, Respon-
ráter técnico”. Ele acrescenta:
imagens das 7 horas da manhã
sável por Comunicação no Mara-
“Isso permite que os torcedores
às 7 da noite. “Teremos um de-
canã, ressalta: “O ‘Odebrecht na
conheçam melhor os estádios e
lay de uma hora para facilitar a
Copa’ é uma ferramenta impor-
percebam que eles são fruto de
navegação e, após as 8 horas da
tante não apenas para divulgar
muito trabalho e dedicação”.
noite, os visitantes acompanham
informações, mas para compar-
em loop a última hora de filma-
tilhar conhecimento com as ou-
gem”, detalha Ana Carolina.
tras obras”.
Em junho, algumas novidades chegaram ao site. “Temos um
informa
41
O Maracanã em obras: nova etapa na vida do mítico estádio carioca
42
arena com o coração na
Na Arena Corinthians e no Maracanã, o início e o fim de um evento que vai mobilizar o mundo em 2014
42
informa
E
texto Luiz Carlos Ramos
fotos Américo Vermelho (Maracanã) e Yann Vadaru (Arena Corinthians)
m dois dias de 2014, metade da população
em ritmo acelerado, que reforça a previsão de sucesso do
mundial estará com os olhos voltados para
Mundial.
os estádios das duas maiores cidades do
Além de participarem dessas duas obras, as equipes
Brasil: a futura Arena Corinthians, em São
da Odebrecht Infraestrutura também estão presentes na
Paulo, e o renovado Maracanã, no Rio de
construção de outros dois estádios da Copa: a Arena Fonte
Janeiro. Além do público das arquibancadas, cerca de
Nova, em Salvador, e a Arena Pernambuco, na região de
3,5 bilhões de pessoas de mais de 200 países acompanha-
Recife, os quais, assim como o Maracanã, terão jogos já
rão pela TV a abertura da Copa do Mundo, prevista para
na Copa das Confederações, em junho de 2013.
12 de junho, na capital paulista, e um número semelhante
O Brasil está de olho. O mundo todo está. E fazem uma
de telespectadores verá a final, a ser disputada no gigante
pergunta: tudo ficará pronto a tempo? Odebrecht Informa
carioca em 13 de julho. Os dois estádios de futebol, símbo-
visitou os estádios do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador
los do talento dos craques brasileiros e da paixão pelo es-
e Recife, conversou com líderes e integrantes das equi-
porte mais popular do planeta, estão em obras dia e noite,
pes, que antecipam a resposta: sim, as obras estarão
informa
43
concluídas dentro dos prazos. E não apenas isso, mas
ao fundo o Corcovado, um dos símbolos do Rio. O lance
também contribuirão para o surgimento de novos para-
inferior ficará mais perto do gramado. E logo serão insta-
digmas na construção de grandes arenas esportivas no
ladas as cadeiras de plástico.
país. Nesta reportagem, você conhecerá pessoas que
Paulo Falcão relata que esteve recentemente na
estão transformando em realidade o sonho do Maracanã
Holanda para conhecer a moderna Amsterdam ArenA:
rejuvenescido e da Arena Corinthians em pé, pronta para
“Aqui, será possível fazer o mesmo que acontece lá. Mal
abrigar sua apaixonada e fiel torcida.
termina um show musical, o gramado é recolocado no lugar do palco e recebe o futebol”. Falcão foi à arena
O renovado palco da final
holandesa ao lado de Carlos Alberto Torres, capitão da
O Maracanã de 2014 quase nada terá a ver com o da Copa de 1950. A gloriosa história de 60 anos, com fotos e relíquias de grandes craques e inesquecíveis clássicos do futebol, ficarão em um museu, ao lado do estádio que está sendo preparado para se tornar um dos mais modernos e confortáveis do mundo. “As mudanças são radicais e necessárias”, explica o Diretor de Contrato Paulo Falcão Correa Filho. “O resultado final será um belo estádio para 79.500 pessoas, uma arena multiuso.” Mais de 5 mil pessoas trabalham nas obras, diariamente. A responsabilidade pelos serviços é do consórcio formado pela Odebrecht Infraestrutura (líder) e a Andrade Gutierrez. O Governo estadual, proprietário do Maracanã, é o cliente, por meio da Empresas de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop), cujo Presidente, Ícaro Moreno, visita as obras todos os dias. O estádio foi fechado para o futebol há dois anos. Ícaro prevê: “Apesar do tempo já dedicado à busca de solução para a cobertura das arquibancadas, os trabalhos terminarão no início de 2013. Foram concluídos os 55% mais difíceis. Restam 45%.” O Gerente de Contrato Carlos Berardo Zaeyen, que participa da obra desde o início, atuou também na reforma do Maracanã para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Ele reforça as afirmações otimistas de Paulo Falcão e de Ícaro Moreno, anunciando uma nova e importante etapa: a instalação da cobertura das arquibancadas. “Os planos eram manter toda a antiga marquise e ampliá-la por meio de uma extensão de aço, mas percebeu-se que sua estrutura, condenada pelo tempo, teria que ser demolida”, relata Zaeyen. “A marquise foi demolida e agora está sendo instalado o anel de concreto do qual surgirão as hastes de aço que suportarão a cobertura feita com resistente lona especial.”
Personagens de uma bela história Zaeyen e Falcão sobem em um elevador até o plano mais alto do estádio, de onde se vê todas as obras das arquibancadas superiores e inferiores e do entorno, tendo
44
informa
A partir do alto, no sentido horário, Arnaldo Cambraia e Almir Fontenele no estúdio da Rádio Estádio; a tricolor carioca Raquel Souza da Silva; trabalhadores assistem a uma partida disputada por companheiros no canteiro de obras de Itaquera; e a flamenguista Carla de Jesus Arthur: gente que está tornando realidade o novo Maracanã e a Arena Corinthians
seleção brasileira campeã mundial de 1970, no México. Mário Jorge Lobo Zagallo, bicampeão em campo e técnico do time do tricampeonato mundial, emocionou-se ao participar recentemente do Café com o Líder, encontro mensal no Maracanã com um convidado famoso do futebol, para um bate papo com 13 trabalhadores de diferentes funções na obra, além de Paulo Falcão e Carlos Zaeyen. “Tem sido positivo para o diálogo entre os líderes e os demais integrantes da equipe, pela união. Os ex-jogadores Zico e Roberto Dinamite também já vieram para o Café com o Líder”, relata Falcão. A flamenguista Carla de Jesus Arthur, carioca de 27 anos, era uma das pessoas mais entusiasmadas com a presença dos grandes craques do passado no canteiro de obras do Maracanã. Ela foi jogadora de futebol e, há um ano, trabalha como soldadora. “Tenho o futebol no sangue. Fui zagueira do Madureira, do São Cristóvão e do Botafogo e joguei ao lado da Marta na seleção brasileira em 2000.” A ajudante de produção Elisângela Soares torce para o arquirrival do clube de Carla, o Vasco da Gama. Ela se emociona ao falar de seu trabalho. “Nunca pensei que, um dia, participaria dessa bela obra. É uma coisa de destino”. O carpinteiro Joaquim de Oliveira, torcedor do Vasco e do Corinthians, trabalha na base da cobertura. Ele garante: “Se depender do novo Maracanã, a Copa será um enorme sucesso.”
informa
45
Definindo as feições: Arena Corinthians, palco do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014, toma forma em ritmo acelerado
Raquel Souza da Silva, carioca de 19 anos, mostra seu capacete com um distintivo do Fluminense colado. “Adoro futebol e o Tricolor. Meu pai, Francisco, está aqui como mestre de obras. E eu participo da contagem de horas dos trabalhadores.” E o Botafogo? Sim, o clube que revelou Garrincha no Maracanã também é representado na construção: entre outros apaixonados botafoguenses, estão os líderes Paulo Falcão e Carlos Zaeyen.
Onde a bola rolará primeiro Ao ser concluída, em dezembro de 2013, a Arena Corinthians terá estabelecido vários recordes graças, sobretudo, à sintonia entre cliente, construtora e governos federal, estadual e municipal. Sorte do Corinthians, que agora realiza um sonho centenário. O principal recorde: o de rapidez da obra. A inauguração do estádio para 48 mil pessoas, que será o palco da abertura da Copa de 2014 com 68 mil lugares (com a instalação de arquibancadas removíveis para 20 mil), ocorrerá pouco mais de dois anos e meio depois do terreno do bairro de Itaquera ter recebido os primeiros trabalhadores da Odebrecht. Sorte da cidade de São Paulo, palco da grande festa. Em 30 de maio passado, a equipe de trabalho parou
centa: “Percebo o orgulho de todos nesta obra de grande
por alguns momentos para a festa do primeiro aniversá-
visibilidade. Lá fora, todo mundo quer saber como está a
rio do início da obra, no bairro de Itaquera, na Zona Leste.
Arena Corinthians. A resposta é simples: vai muito bem”.
Logo depois, com o mesmo entusiasmo, cada integrante
O arquiteto Jorge Borja representa o Corinthians.
reassumiu seu posto de trabalho para erguer as arqui-
“Aqui, o segredo é o envolvimento de todos, já que esta-
bancadas, que já ganharam forma. A rapidez confirma o
mos num mesmo time, em busca de soluções.” Frederico
cronograma da Odebrecht, única empresa nesse projeto.
Barbosa está na obra desde o uso da primeira pá no terre-
Em junho, estavam concluídos 40% das obras.
no de Itaquera, há pouco mais de um ano. Em sua sala, há
A área de 198 mil m onde está sendo construído o
fotos da maquete do estádio e um cartaz: “Aqui, sentamos
estádio fica ao lado de uma estação de metrô e outra de
à mesma mesa, comemos a mesma comida, vestimos a
trem. O projeto é de autoria dos arquitetos Aníbal Coutinho
mesa camisa. Odebrecht Infraestrutura”. Acostumado a
e Antonio Paulo Cordeiro, do escritório Coutinho, Diegues,
obras em túneis, ferrovias e metrôs, ele se surpreendeu
Cordeiro/DDG. O atual Presidente corintiano, Mário Gobbi,
ao chegar ao local do estádio para o início dos trabalhos.
e o vice, Luiz Paulo Rosenberg, recebem informações diá-
“Tive que dar entrevistas para dezenas de canais de TV,
rias sobre o estágio das obras.
rádios, jornais, revistas.”
2
Em sua sala, no canteiro de obras, o Diretor de Contrato Antonio Roberto Gavioli afirma que a proximidade
46
Barcelama, Ruimadri...
entre parceiros contribui para que a construção da arena
Fred, como é conhecido, orgulha-se de dizer que “a
esteja em ritmo acelerado. “Nesta sala, o ambiente ajuda,
bola já começou a rolar” na Arena da Copa. Em 21 de
pois trabalho ao lado do representante do Corinthians e do
maio, começou o Campeonato Brasileirinho, que reúne
representante da Fifa. Na sala vizinha fica o Gerente Ope-
40 times de futebol soçaite. Cada equipe tem seis traba-
racional, Frederico Barbosa. “Converso sempre com os
lhadores da obra e a final será em 3 de dezembro. En-
trabalhadores, nas frentes de serviço, em cafés da manhã
tre os times, estão Barcelama, Ruimadrid, Os Ronaldos,
e no Diálogo Diário de Segurança, realizado no início de
Marteleiros e Os Ferraduras. A quadra sintética cinza –
cada um dos três turnos de trabalho”, diz ele, que acres-
evitou-se o verde do Palmeiras, arquirrival do Corinthians
informa
–, que fica ao lado do setor de recreação Recanto do
bom participar disso tudo”, diz. A mesma opinião tem ou-
Guerreiro, é o local dos jogos nos fins de tarde, com nar-
tro mestre de obras, Valentim Valeretto, paulista de Biri-
ração pela rádio interna.
gui: “Se tinha gente que duvidava, isso tudo dá a certeza
Existe uma rádio de verdade na obra, a Rádio Estádio,
de que o estádio ficará pronto”. Ali perto, a frase pintada
mantida por um engenheiro, o Gerente de Sustentabili-
em um muro representa esse estado de espírito: “A Copa
dade Antonio Pigat Zuchowski, e por dois locutores – o
do Mundo 2014 começa aqui”.
técnico em segurança Almir Fontenele e o engenheiro
Carlos Hermanny Filho, Diretor-Superintendente –
ambiental Arnaldo Cambraia. O piauiense Almir, que tra-
Copa 2014 da Odebrecht Infraestrutura, ressalta: “A Copa
balhou em rádio em sua cidade natal, Piracuru, explica:
do Mundo é um evento sui generis e, nas obras realizadas
“A rádio funciona 24 horas por dia e pode ser ouvida nas
em seu contexto, é preciso harmonizar a participação de
áreas de convivência da obra, como o refeitório, com mú-
um grande número de atores fundamentais, como gover-
sicas e informações, além da narração dos jogos do nos-
no, Fifa, investidores, bancos, Comitê Organizador Local
so campeonato”.
(COL), fornecedores, ONGs, sindicatos, órgãos de contro-
Hoje, a obra em Itaquera tem a participação de
le e a sociedade de uma forma geral. Isso tem demanda-
1.820 trabalhadores de 22 estados. O Piauí, de Almir, en-
do paciência, flexibilidade e determinação das equipes da
tra com 218 e aparece em segundo lugar, atrás apenas de
Odebrecht envolvidas com o evento”.
São Paulo, que tem 373. Dos 250 que terminaram o cur-
Segundo Hermanny, nesse cenário, entregar o
so do Programa de Qualificação Profissional Continuada
estádio de abertura da Copa, a Arena Corinthians, e o
Acreditar, 81 foram contratados e prosseguem na obra.
de encerramento, o Maracanã, e viabilizar a constru-
Torcedores do Corinthians são maioria, mas há também
ção das arenas de Pernambuco e da Bahia por meio
são-paulinos, palmeirenses, santistas...
de Parcerias Público-Privadas (PPPs) representam
O paraibano Francisco das Chagas Lopes, Mestre
grandes desafios, que alcançam maior proporção
Pará, 38 anos de Odebrecht, arregimentou os primeiros
diante da decisão (tomada em 2011) de incluir três
trabalhadores para Itaquera e sorri ao apontar as arqui-
dessas arenas na lista de sedes da Copa das Confe-
bancadas erguidas. “Deu trabalho, mas está sendo muito
derações da Fifa, em junho de 2013.
informa
47
casas
do esporte. E das artes. E da cultura... Arenas Fonte Nova e Pernambuco receberão, além do futebol, grandes eventos nacionais e internacionais de entretenimento e negócios texto João Paulo Carvalho fotos Arthur Ikishima (Fonte Nova) e Lia Lubambo (Arena Pernambuco) Espaço multiuso: Arena Fonte Nova também ambientará shows, exposições e congressos
48
informa
48
N
ão é só a ponte Presidente Dutra,
neste lugar. Sem desmerecer o Estádio de Pi-
entre Juazeiro e Petrolina, que
tuaçu, não há nada melhor que assistir ao Bahia
une Bahia e Pernambuco. A paixão
na ‘Fonte’”.
pelo futebol e a expectativa de se-
O clube já assinou um Memorando de Enten-
diar um dos mais importantes es-
dimentos com a Fonte Nova Negócios e Partici-
petáculos esportivos do planeta são novos laços
pações (FNP) – Sociedade de Propósito Especí-
que ligam os dois estados.
fico (SPE) formada por Odebrecht Participações
Era 30 de outubro de 2007, quando o Presi-
e Investimentos e OAS e contratada pelo Gover-
dente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou o Brasil
no baiano para construir e operar a Arena Fon-
como sede da Copa do Mundo de 2014. O país já
te Nova por 35 anos – atestando a intenção de
sabia que seria escolhido, pois os demais con-
mandar seus jogos no novo estádio. O Esporte
correntes haviam retirado suas candidaturas,
Clube Vitória já foi contatado pela FNP, mas ain-
mas, após o anúncio oficial, a explosão de ale-
da não definiu se utilizará o espaço.
gria nas ruas foi a mesma de um gol em final de campeonato.
Operação inédita na cidade
Aliás, final de campeonato é uma situação à
Salvador começou a respirar o evento quando
qual as torcidas dos grandes times de Salvador
viu o antigo Fonte Nova ser demolido para dar
e Recife estão acostumadas. Os números estão
lugar à nova arena. Para o trabalho de implo-
aí para provar. Enquanto o Esporte Clube Bahia
são, ocorrido no dia 29 de agosto de 2010 e que
possui a maior torcida do Nordeste, de acordo
consumiu 700 kg de explosivos, cerca de 1.300
com pesquisa do Ibope encomendada em janei-
profissionais estiveram encarregados dos deta-
ro pela revista Lance! , o Santa Cruz, de Recife,
lhes de uma operação até então inédita na cida-
registra as maiores médias de público do Brasil,
de. Ao todo, 2.467 pessoas, entre moradores e
mesmo com o time disputando apenas a Tercei-
comerciantes, deixaram 962 imóveis das 7h às
ra Divisão do futebol nacional. Em fevereiro des-
12h daquele dia para que o trabalho obtivesse
te ano, em um jogo contra o Sport Club do Re-
êxito. E o sucesso foi tanto que rendeu à equi-
cife – que tem a maior torcida do estado – pelo
pe de comunicação e marketing da Arena Fonte
campeonato pernambucano, nada menos que
Nova o Prêmio Aberje 2011 Norte e Nordeste, na
45.109 torcedores compareceram para apoiar o
categoria Relacionamento com a Imprensa.
time coral, que terminou sagrando-se campeão estadual este ano.
Parte das 77 mil t de concreto do antigo Fonte Nova virou escultura nas mãos do artista plás-
A Copa do Mundo de 2014 vem para coroar a
tico baiano Bel Borba. Com criatividade, ferros
paixão dos brasileiros pelo futebol. As arenas
retorcidos misturados ao cimento ganharam
esportivas em construção são a materialização
forma e se transformaram em objetos de arte
de um sonho de milhões de aficionados baianos
que ficaram expostos de janeiro a março des-
e pernambucanos. Representam, além do orgu-
te ano no Palacete das Artes Rodin Bahia, em
lho de receber um evento de tamanha magnitu-
Salvador. Outra parte do concreto virou suvenir,
de, a chance de promover o desenvolvimento de
comercializado no Centro de Visitação da Arena
suas capitais por meio de melhorias urbanas e
Fonte Nova, com a renda revertida em benefí-
novas oportunidades de negócios que surgirão
cio das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A maior
com os equipamentos multiuso que estão por se
parte dos escombros, porém, foi reciclada e
concretizar. O legado.
reutilizada na própria construção da nova arena,
Alisson Jones, torcedor do Bahia, afirma: “O sentimento é de profunda alegria por estarmos
além de outras obras de infraestrutura realizadas na capital baiana.
voltando ao nosso caldeirão: o Estádio Fonte
Em Pernambuco, a nova arena será fruto de
Nova. Agora sim o Bahia vai voltar a jogar em
uma obra que começou do zero. O terreno já era
casa, com toda a história já vivida pelo clube
de propriedade do Governo do Estado, que licitou
informa
49
A partir do alto, no sentido horário, a Arena Pernambuco em obras; o tricolor baiano Alisson Jones, na Arena Fonte Nova; José Rosano, encarregado de turno, e Thiago da Cunha José, ajudante de elétrica, na Arena Pernambuco: futuros endereços de grandes eventos esportivos e artísticos
o projeto nos moldes propostos pelo caderno de encargos da Fifa. Uma grande notícia para a região metropolitana do Recife foi dada no fim de maio pela Fifa, confirmando-a como palco da Copa das Confederações, a ser realizada em junho de 2013, em seis das 12 sub-sedes da Copa do Mundo. O trabalho nas obras das arenas segue em ritmo frenético. Salvador já ultrapassou 62% do total, enquanto Recife passou dos 43% e acelera as contratações. Ambas encontram-se, neste momento, no pico dos serviços. A Arena Fonte Nova conta com 3.300 trabalhadores, enquanto a Arena Pernambuco finalizou junho com 4 mil. A jornada começa pontualmente às 7h da manhã e acaba depois das 4h da madrugada. Alexandre Chiavegatto, Diretor de Contrato do consórcio construtor da Arena Fonte Nova, afirma: “Nossa meta é concluir a obra até dezembro deste ano, seis meses antes da Copa das Confederações, tempo suficiente para que todos os testes necessários ao bom
50
informa
andamento do espetáculo sejam realizados”. No dia 30 de maio, a Fifa divulgou a tabela dos jogos e confirmou pelo menos uma partida do Brasil em Salvador. Já Recife poderá receber a seleção espanhola, atual campeã mundial.
Futebol e shows Na Bahia, o novo empreendimento também funcionará como local para realização de grandes shows , uma carência de Salvador. Muitos espetáculos já deixaram de passar pela cidade por falta de ambiente com infraestrutura adequada. Para isso, a Arena Fonte Nova contará com 50 mil assentos cobertos, 70 camarotes para 1.250 pessoas, 2.100 assentos VIPs e 94 banheiros, dos quais 23 serão destinados a portadores de necessidades especiais. Terá ainda espaço para convenções, restaurantes com vista panorâmica para o campo e para o Dique do Tororó – um dos cartões postais de Salvador –, espaço cultural, 39 quiosques de alimentação, área de imprensa, 2 mil vagas de estacionamento, bicicletário e ampla área de circulação. De acordo com Dênio Sidreira, Presidente da Arena Fonte Nova, Salvador está prestes a receber um equipamento multiuso que a recolocará em posição de destaque no cenário nacional. “A partir de 2013, a cidade poderá receber grandes projetos culturais, como shows , exposições, conferências e congressos, além de ter uma nova opção para realização de eventos como festas de formatura e casamentos, e abrigar um museu do esporte e da cultura. É uma mudança de paradigma na forma de organizar e sediar eventos em uma cidade tão vibrante como Salvador”, destaca. Para garantir o sucesso das operações do empreendimento, foi contratada a consultoria da Amsterdam ArenA, empresa responsável pela operação de espaço homônimo na capital holandesa, onde o time do Ajax manda seus jogos. A Amsterdam ArenA recebe em média três eventos por semana, mudando de cenários constantemente. Em menos de 24 horas, um jogo de futebol dá espaço a um grande show musical, teatro, dança ou eventos corporativos. O estádio é palco do espetáculo The Sensation , um dos maiores
informa
51
Ilustração mostra como será a Arena Pernambuco, que estará inserida na primeira Smart City da América Latina: novo vetor de desenvolvimento para o estado
52
eventos de música eletrônica da Europa e, en-
cio da fase de acabamento e, em outubro, come-
tre outros artistas, já recebeu Madonna, Micha-
çarão a ser colocados os assentos e o gramado,
el Jackson, U2 e Lenny Kravitz. De acordo com
que terá dimensões de 108 m por 65 m. Ao todo,
Henk Markerink, Presidente da Amsterdam Are-
serão utilizados 45 mil m³ de concreto, sendo
nA, a Arena Fonte Nova será um novo marco para
14 mil m³ em peças pré-moldadas e 31 mil m³
Salvador, assim como ocorreu em Amsterdam,
em peças moldadas no próprio canteiro.
criando um novo destino para negócios, lazer e
Para auferir a qualidade da construção, a Are-
entretenimento. “Essa parceria permitirá trazer
na Fonte Nova passou recentemente por duas
para a Arena Fonte Nova um padrão internacional
auditorias que lhes garantiram certificado inter-
de operação, enriquecida com o ‘tempero’ local”,
nacional de qualidade e o título de Construção
afirma.
de Arena Multiuso Padrão Fifa, chancelado pelo
A Arena Fonte Nova ocupa uma área total de
Inmetro por meio da norma ISO 9001. A primeira
116 mil m², dos quais 90 mil m² são dedicados à
medição, que ocorreu entre os dias 23 e 27 de
arena multiuso. De arquibancadas são 36 mil m²,
abril, foi realizada pelo Bureau Veritas Certifica-
totalmente cobertas, com previsão de conclusão
tion (BVC) para avaliar quesitos como ambiente
para o início de julho, assim como a estrutura
de trabalho, projetos de engenharia, controle
metálica do anel de compressão da cobertura.
tecnológico dos materiais e produtos recebidos,
A partir disso, serão colocados os cabos de aço
capacitação e qualificação do efetivo e controle
que farão a tensão da estrutura que cobrirá o
de documentos, entre outros itens. A segunda
estádio. Também para julho está previsto o iní-
avaliação ocorreu entre 21 e 25 de maio, efe-
informa
do Recife por meio de ações em vários segmentos. “Com a oportunidade da Copa do Mundo, Pernambuco está trabalhando para deixar um legado para as futuras gerações. A população vai desfrutar de melhorias na mobilidade urbana, investimentos em hotelaria, entretenimento e segurança pública, além de passar a ter uma das melhores e mais modernas praças esportivas do país, que será o coração da Cidade da Copa. Isso representa uma evolução na qualidade de vida da população, e nós nos sentimos orgulhosos com a participação da nossa empresa nesse processo”, afirma. A Arena Pernambuco, assim como a de Salvador, abrigará muito mais que partidas de futebol. A estrutura terá 46 mil lugares, 4.700 vagas de estacionamento, 13 escadas rolantes, oito elevadores, 102 camarotes, em um total de 156 mil m² de área, dos quais 24 mil m² são arquibancada. Para operar o empreendimento, o Consórcio Arena Pernambuco, SPE formada pela Odebrecht Participações e Investimentos e pela Odebrecht Infraestrutura, contratou a americana AEG Facilities. A empresa, líder mundial no setor de entretenimento, é responsável pela concepção e pelo gerenciamento do LA Live, no centro de Los Angeles (EUA), e é dona do Los Angeles Lakers (clube de basquete) e do Los Angeles Galaxy (futebol). Opera mais de tuada pela Fundação Vanzolini, para averiguar
100 arenas em 14 países, inclusive a O2 Arena, em
a implantação de procedimentos e rotinas que
Londres, premiado como o melhor equipamento
permitam realizar com o máximo de correção
indoor do mundo.
todas as funções com o mais alto grau de acerto.
Segundo Marcos Lessa, Presidente do Consórcio Arena Pernambuco, a associação com a AEG garan-
Legado pernambucano
tirá a atração de nomes de peso do show business
Pernambuco está aproveitando ao máximo a re-
mundial, fazendo de Pernambuco uma referência
alização da Copa do Mundo. Uma área a 19 km do
nacional. “Se hoje, mesmo sem a estrutura que te-
marco zero do Recife foi o local escolhido para abri-
remos em breve, já recebemos artistas do porte de
gar a Arena do estado. A capital cresce em ritmo
Paul McCartney, com a inauguração da Arena Per-
acelerado e o adensamento de pessoas e veículos
nambuco esses momentos de celebração deverão
vem gerando desafios que poderão ser superados
se tornar cada dia mais frequentes.”
com a contribuição de um novo vetor de desenvolvi-
Além de toda a estrutura, a arena contará com
mento: a Cidade da Copa. Este é o nome da primei-
uma usina solar, implantada por meio de uma par-
ra Smart City (Cidade Inteligente) da América Lati-
ceria entre a Odebrecht Energia e o Grupo Neoe-
na, na qual a arena está inserida. De acordo com
nergia. A usina terá capacidade de 1 MW, energia
Bruno Dourado, Diretor de Contrato da Odebrecht
suficiente para abastecer uma cidade de 6 mil ha-
Infraestrutura responsável pela obra, o estado sou-
bitantes, que alimentará, prioritariamente, a nova
be aproveitar a oportunidade para fortalecer ainda
arena e gerará crédito de carbono para o empreen-
mais o desenvolvimento da região metropolitana
dimento.
informa
53
Lance da partida final da temporada 2012 da NBA, na qual o Heat sagrou-se campe達o: festa em Miami
o caldeir達o da cidade
54
54
informa
Casa do Miami Heat, atual campe達o da NBA, o complexo American Airlines Arena pode ser configurado para receber diversos tipos de evento
foto: Andrew D. Bernstein/NBAE/Getty Imeges
texto Thais Reiss
L
et’s go Heat, let’s go Heat, let’s go Heat! En-
des tropicais, além dos cuidados em dobro relacionados
toado por mais de 20 mil torcedores na Ame-
à preservação ambiental durante a obra de drenagem do
rican Airlines Arena (AAA), o canto crescia a
terreno, muito próximo à Baía de Biscayne.
cada passe, a cada arremesso, a cada ponto
As maiores exigências, entretanto, foram consequên-
do Miami Heat contra o Oklahoma City Thun-
cia de um cronograma extremamente ambicioso. A obra,
der na partida final da temporada de 2012 da NBA, a pri-
do tipo fast-track (sistema pelo qual o projeto é desenvol-
cipal liga de basquate do mundo, na noite de 21 de junho.
vido concomitantemente à sua construção), foi concluída
Os fãs deliravam com os lances e os movimentos precisos
em 22 meses, apesar da necessidade de mudanças no
dos jogadores, em especial dos conhecidos como “Big 3”:
projeto ao longo da construção e do fato da equipe ter
Dwayne Wade, LeBron James e Chris Bosh, que, ao lado
apenas 30% dos desenhos no início da obra, situações
de seus companheiros, ergueram a taça de bicampeões.
que fizeram parte de um contexto de realização do em-
Inaugurada em 31 de dezembro de 1999, com o Show
preendimento em ritmo muito acelerado. “A superação
do Milênio da cantora Gloria Estefan, a AAA, casa do Mia-
dos desafios só foi possível em razão do nosso excelente
mi Heat, campeão da NBA pela primeira vez em 2006, já
relacionamento com cliente, projetistas e subempreitei-
ambientou campeonatos de boxe, luta livre, artes mar-
ros. Lembro-me do clima de cooperação, da constante
ciais, tênis e ginástica olímpica, consolidando-se como
troca de ideias e da postura proativa às necessidades da
um dos principais complexos esportivos no sul da Flórida.
obra, a fim de alcançarmos todas as metas, bem como
A arena, com 640 mil m de área construída e 112 m de
abordarmos e incorporarmos todas as mudanças requi-
altura, tem capacidade para 23 mil torcedores e pode ser
sitadas”, diz Gustavo Lazaro, Responsável pelo Sistema
configurada para acomodar diversos eventos. O complexo
de Ar Condicionamento.
2
já recebeu artistas mundialmente famosos como U2, Ma-
Pablo Rodriguez ressalta que o complexo foi entregue
donna, The Rolling Stones, Lady Gaga e Paul McCartney,
dentro do cronograma proposto e que o alvará de ocupa-
e ícones brasileiros como Roberto Carlos e Ivete Sangalo.
ção foi emitido em tempo recorde. “Era algo que as auto-
Também já passaram por seus palcos espetáculos como
ridades municipais não esperavam, por causa do porte do
Disney on Ice, Blue Man Group, Latin Grammy Awards e
projeto”, ele relembra.
MTV Video Music Awards.
56
Vivian Rojas-Keller, Responsável por Administração,
“Lembro-me até hoje da instalação do último viga-
afirma que a recompensa pessoal e as amizades con-
mento. Foi incrível ver a magnitude daquela estrutura
quistadas são duradouras. “Éramos uma equipe muito
de aço mantendo a cobertura do prédio, e os aparatos
unida, e acredito que o espírito de servir foi o que nos fez
suspensos utilizados na manutenção da iluminação, do
ser bem-sucedidos no programa como um todo. A satis-
ar condicionado, das caixas de som...”, diz emocionado
fação de completar um projeto como esse e entregá-lo à
Pablo Rodriguez, Responsável por Acabamentos na obra.
comunidade é ímpar.”
A construção da AAA foi marcada por diversos desa-
Steve Binford, Responsável pela Estrutura e que hoje
fios, como os impactos gerados por furacões e tempesta-
integra a equipe da Odebrecht em Nova Orleans, concor-
informa
foto: Henrique Valle
A American Airlines Arena e, na outra página, o estádio da Florida International University: conquistas da comunidade
da: “Foi um momento marcante na minha carreira e o
Miami. Houve outra que também teve (e continua tendo)
projeto mais gratificante do qual já participei. Sou louco
forte impacto na comunidade. Isso ficou claro, mais uma
por esportes e sempre sonhei em construir um complexo
vez, em 1º de outubro de 2011, quando 22.682 torcedo-
de ponta. Refiro-me com muito orgulho a essa obra há
res apoiaram fervorosamente seus times no campus da
mais de 12 anos”.
Florida International University (FIU). O Golden Panthers,
A AAA fica estrategicamente localizada no coração de
time de futebol americano da universidade, jogava contra
Miami, e contribuiu para a revitalização da área, dando
o Blue Devils, da Duke University, com recorde de públi-
vida às propriedades adjacentes. A poucas quadras da
co no estádio. Popularmente conhecido como “a jaula”,
arena, encontram-se a famosa área turística de Bayside
por causa do nome do time (as “panteras douradas”), o
e o teatro Adrienne Arsht Center for the Performing Arts
estádio foi construído entre 2007 e 2008 pela Odebrecht
Center, também construído pela Odebrecht Estados Uni-
Estado Unidos, no mesmo local onde ficava o antigo, de-
dos e inaugurado em 2006. Gustavo Lazaro observa que
molido pela empresa.
a arena foi o início de uma nova fase da região, gerando
“A abertura do estádio teve um grande impacto na co-
empregos não apenas na indústria da construção, mas
munidade. Além de ser uma das poucas universidades da
também no setor de serviços, devido ao surgimento de
Flórida a ter seu próprio estádio, a FIU, com a inaugura-
novos edifícios residenciais, imóveis comerciais e espa-
ção da arena, proporcionou um novo motivo de orgulho a
ços gastronômicos.
dirigentes, corpo docente, alunos e atletas da instituição.
Sempre buscando maneiras de ser mais eficiente em
O esporte é capaz de unir as pessoas de uma forma muito
termos energéticos e ambientalmente amigável, a AAA
especial”, diz Carlos Nuñez, da Odebrecht. Ele passou de
foi certificada como edifício Leed pelo U.S. Green Building
Engenheiro de Projetos a Superintendente Geral durante
Council. A certificação foi concedida com base no desem-
a obra.
penho (e na melhoria) de sua operação. No caso da AAA,
Pete Garcia, Diretor Atlético da FIU, enfatiza: “A
isso significa eficiência no uso de água no paisagismo,
Odebrecht construiu um estádio capaz de unir a comu-
consumo de energia eficaz e estacionamento subterrâ-
nidade em vários tipos de eventos”. Ele diz que ter a
neo (com redução da emissão de gases que retêm calor
empresa como parceira foi a melhor decisão que to-
na atmosfera), entre outros fatores.
maram. “A obra foi finalizada dentro do cronograma
Vivian Rojas-Keller ressalta: “Acredito que vivencia-
e do orçamento propostos. Foi uma experiência exce-
mos até hoje os efeitos perenes da construção da AAA.
lente trabalhar com Gilberto Neves [Diretor-Superin-
Quem já visitou a arena e desfrutou do que ela tem a ofe-
tendente da Odebrecht Estados Unidos] e sua equipe.
recer, sabe o quanto a AAA proporciona uma experiência
Além da expertise que ofereceram, todos trataram o
intensa e com que força ela contribui para a polarização
estádio como se fosse seu!”.
da nossa comunidade”.
Estádio no campus A American Airlines Arena não foi a única instalação
de execução do projeto em Miami: “Foi uma experiência inesquecível ajudar a construir um ícone como esse na universidade na qual me formei!”.
Acervo Odebrecht
esportiva construída pelas equipes da Odebrecht em
Rudy Armenta, Diretor de Contrato da construção do estádio, afirma com o mesmo entusiasmo dos tempos
informa
57
memória
Preparativos para os jogos Pan-Americanos de 2007 mostraram a capacidade do Rio para sediar grandes eventos texto Zaccaria Junior
58
Há cinco anos, de 13 a 29 de julho
acontecido ontem. “O Pan foi muito
de 2007, o Rio de Janeiro despontava
importante para a Odebrecht. Além
como palco de um dos eventos es-
de termos enxergado a oportunida-
portivos mais importantes do con-
de de contribuir nas obras de infra-
tinente, os jogos Pan-Americanos,
estrutura e estádios, nos possibilitou
em sua 15ª edição. O orçamen-
olhar para um novo tipo de negócio,
to da candidatura, o montante de
de encarar o esporte e o entreteni-
R$ 1,48 bilhão que englobava inves-
mento como um novo business”,
timentos e custos da organização,
comenta.
trazia premissas orçamentárias que
O desafio da Odebrecht em parti-
estimavam a participação de cerca
cipar dos jogos Pan-Americanos foi
de 25 mil pessoas, entre atletas, ár-
concretizado com a entrega à popu-
bitros e delegados, voluntários e jor-
lação do Rio de Janeiro do Estádio
nalistas credenciados, entre outros.
do Maracanã modernizado, um novo
Colaborar com a realização dos jo-
Maracanãzinho (ginásio de espor-
gos Pan-Americanos era um desafio
tes), com ar-condicionado e quadra
para a Odebrecht e seus integrantes.
de 800 m², e o Estádio Olímpico João
O envolvimento da empresa com
Havelange, o Engenhão, um dos mais
o megaevento começou em 2003,
modernos do mundo, adequado a
quando o Comitê Organizador dos
competições do mais alto nível – é
jogos solicitou o apoio da empresa e
um capítulo à parte na participação
deu a largada para os preparativos
da Odebrecht no Pan de 2007. O Está-
que tornariam a capital fluminense
dio Olímpico é considerado um marco
apta a receber um evento de tama-
da engenharia, especialmente pela
nha magnitude.
desafiadora construção de sua co-
João Borba, Responsável por
bertura metálica, que, com mais de 4
Novos Negócios na Odebrecht In-
mil t, passa a sensação de flutuar so-
fraestrutura, relembra os fatos
bre o público, ao mesmo tempo que
com entusiasmo, como se tivessem
protege da chuva e dissipa ruído e ca-
informa
58 Acervo Odebrecht
Prova de fogo
O Estádio Olímpico João Havelange em obras para o Pan 2007: projeto desafiador para o Rio de Janeiro e para a Odebrecht
informa
59
lor. Na parte superior, é sustentada por quatro grandes arcos, a mais de 70 m de altura. A execução da cobertura não era, originalmente, trabalho da Odebrecht, mas a empresa acabou assumindo uma parte dele e entrou em campo para realizar acabamento, instalações, automação predial, bilhetagem, iluminação, ar-condicionado e telhas da cobertura, entre outros itens constantes do edital da licitação. Outra obra da Odebrecht no Rio de Janeiro, também realizada para servir ao Pan, foi o novo terminal de embarque e desembarque do Aero-
Complexo do Autódromo de Jacare-
do esporte como um negócio, com
porto Santos Dumont, no centro da
paguá, um projeto totalmente inova-
um olhar além da construção, o que
cidade, capaz de atender oito mi-
dor, desenvolvido para tornar o local
não era feito antes”, relata Borba.
lhões de passageiros/ano.
um dos mais modernos complexos
“Comecei a pesquisar como funcio-
poliesportivos do mundo, e que sur-
navam as arenas multiuso, o que se
giu a partir de um pedido de apoio do
fazia, como era possível ter um jogo
Comitê Organizador para que se pen-
de hóquei no gelo pela manhã, por
sasse em projetos que pudessem vir
exemplo, e à noite ter um show de
a ser desenvolvidos na cidade.
uma banda de rock. Foi aí que nas-
O surgimento de um novo negócio Quando João Borba destaca a ideia de um “novo business”, além das obras de infraestrutura e os es-
“A partir de 2003, com nosso en-
tádios, ele se refere, em especial, à
volvimento nos preparativos do Pan,
O Rio Sport Plaza foi idealizado
liderança da Odebrecht na estrutu-
comecei a ir para fora, conhecer o
para integrar, em um único local,
ração do processo de concessão do
que se fazia no mundo, com a visão
um complexo poliesportivo e outras
O Maracanã e o Maracanãzinho durante a reforma para o Pan-Americano e o Aeroporto Santos Dumont então recém-ampliado: legado para a cidade
ceu o Rio Sport Plaza”, acrescenta.
fotos Acervo Odebrecht
instalações no entorno, incluindo
vido, tendo como carro-chefe a ven-
O empreendimento, com investi-
empreendimentos na área de lazer e
da de naming rights para o complexo
mento de R$ 1,5 bilhão, será cons-
entretenimento, hotéis e centros co-
– uma equação que seria a grande
truído no mesmo local onde, há oito
merciais e de negócios. A área pre-
novidade para a época.
anos, havia sido idealizado o Rio Sport Plaza. O complexo ocupará
vista para a construção situa-se às margens da Lagoa de Jacarepaguá,
Parque Olímpico
uma área superior a 1 milhão de m²
na Barra da Tijuca, onde está atu-
A relação entre a novidade do
e será composto de quatro ginásios
almente o Autódromo Internacional
project finance, a falta de apoio po-
esportivos, dois estádios, 16 qua-
do Rio de Janeiro. “O conceito era
lítico, o prazo apertado para a reali-
dras de tênis e uma arena olímpica
construir para os jogos, com nos-
zação do projeto e a complexidade
que incluirá o centro aquático e o
sos recursos, uma arena multiuso,
da estruturação acabaram não pos-
velódromo.
um velódromo multifuncional e um
sibilitando sua concretização, mas a
O projeto contempla ainda a
parque aquático e modernizar o au-
semente já havia sido plantada. “O
construção de equipamentos olím-
tódromo, que seria homologado pela
tempo colaborou com a maturação
picos que formarão o legado dos
Federação Internacional de Automo-
da ideia do projeto Rio Sport Plaza,
Jogos, incluindo três halls que abri-
bilismo para corridas da Fórmula 1.
o que nos levou a investir hoje em
garão competições de diversas mo-
Em contrapartida, a SPE (Sociedade
PPPs em um modelo muito pró-
dalidades e uma pista de atletismo.
de Propósito Específico) do Rio Sport
ximo ao que foi pensado na época.
Além disso, será construída toda a
Plaza teria o direito de explorar um
Pode-se dizer que a recente parti-
infraestrutura do Parque Olímpi-
parque imobiliário que contaria com
cipação na construção e operação
co, um centro de convivência, um
hotel, shopping center, centro de
do Parque Olímpico é a evolução
edifício comercial, que servirá de
convenções, espaços destinados ao
daquela ideia”, afirma João Borba.
Centro de Mídia para a maioria dos
lazer e entretenimento, além de edi-
O Consórcio Parque Olímpico
20 mil jornalistas, e um hotel com
fícios comerciais, em uma área total
Rio 2016, composto pela Odebre-
400 quartos. Principal complexo
de 900 mil m²”, ressalta Borba. Tudo
cht Infraestrutura, Andrade Gu-
esportivo das Olimpíadas de 2016,
isso, ele salienta, seria desenvolvido
tierrez e Carvalho Hosken, foi for-
o parque abrigará 15 modalida-
e construído com recursos próprios
mado para a participação em uma
des esportivas e 11 paralímpicas.
da Odebrecht que, em contrapartida,
licitação de projeto de PPP promo-
“Certamente, outros investimentos
teria o direito de explorar comer-
vida pela Prefeitura do Rio de Ja-
nesse tipo de parceria virão com o
cialmente a área pelo período de 50
neiro para implantação, operação
tempo, consolidando a participação
anos. Para viabilizar os investimen-
e manutenção do Parque Olímpico
da Odebrecht nesse business”, diz
tos, um project finance foi desenvol-
dos Jogos de 2016.
João Borba.
informa
61
a matéria-pr
entra em campo
Dos antigos materiais, feitos de couro natural, até os equipamentos de hoje, produzidos com resinas termoplásticas, uma história de evolução tecnológica no esporte texto Emanuella Sombra fotos Fred Chalub
Rolos de couro sintético produzidos pela Sintex: empresa fornece material para a fabricação de artigos esportivos de algumas das mais famosas marcas mundiais
62
informa
62
prima N
o início do século 20, elas eram feitas de couro espesso, não possuíam travas e mais pareciam botas. A partir da década de 1950, seus fabricantes descobriram o couro de gado, que, mais
leve e maleável, permitia aos atletas mais agilidade e maior controle da bola. Conforme o futebol amadurecia, as chuteiras se modernizavam: no fim dos anos 1950, Pelé usou modelos de couro de canguru com travas que podiam ser trocadas, que se adequavam aos diferentes tipos de gramado. Diego Armando Maradona experimentou as de sola e trava de poliuretano, que pesavam 270 g, e Ronaldo Fenômeno lançou moda com suas travas longitudinais e cores chamativas. Hoje o supercraque Lionel Messi dá nó em seus marcadores calçando modelos levíssimos, de 150 g, feitos de couro e fibra sintéticos. “A evolução dos calçados esportivos foi gigantesca. A produção setorizada de hoje permite aos fabricantes um maior controle de qualidade”, explica Reginaldo Milbradt, Presidente do Grupo Sintex, um dos cinco maiores produtores de couro sintético do Brasil. Diariamente, ele acompanha as diferentes fases de produção dos materiais na fábrica localizada em Boraceia, município pertencente a um estratégico polo calçadista no interior de São Paulo. Reginaldo detalha como funciona a linha de produção, sem tirar os olhos de uma imensa esteira de papel moldável, onde um viscoso líquido negro é despejado. Ali, esse líquido é espalhado, aquecido e depois resfriado, até se transformar em enormes rolos de couro sintético preto, que logo são embalados e etiquetados. Em meia hora, o líquido é substituído por outro, verde-cana, e depois outro, prata, em um ritmo que precisa atender à constante demanda dos clientes – algumas das principais marcas do mercado de artigos esportivos. A Sintex fornece matéria-prima para fabricantes de chuteiras, tênis, bolas e luvas de goleiro – o que corresponde a 50% da produção total da fábrica, que também atende o mercado calçadista. Tudo começa na mistura dos ingredientes. “É como executar uma enorme receita de bolo: o leite é o plastificante, os ovos são os pigmentos e a farinha é a resina de PVC”, compara Reginaldo, com humor. Mensalmente, de 75 a 120 t dessa “farinha” chega à Sintex em caminhões da Braskem, responsável por 70% da resina de PVC fornecida à fábrica. Números que
INFORMA
63
devem aumentar em razão da Copa das Confederações (2013) e da Copa do Mundo (2014) que, segundo estimativa da Sintex, devem aquecer a produção da fábrica em pelo menos 20%. A alta do dólar, por sua vez, deve contribuir ainda mais para tornar o produto de fabricação nacional mais competitivo. “Nossa produção está diretamente ligada ao consumidor final. Se as pessoas compram mais bola, teremos de produzir mais a resina de PVC”, exemplifica Alex Ricardo Duarte, Gerente de Contas PVC da Braskem. Ele explica que propriedades mecânicas do couro sintético – mais leve e resistente que couro animal –, aliadas ao baixo custo em relação a outros materiais, tornam o PVC um dos produtos mais requisitados pela indústria esportiva. Atenta às novas tendências e antecipando-se às demandas dos fabricantes de artigos como tênis, chuteiras e bolas – cada vez mais preocupados com o desempenho, o design e a durabilidade de seus produtos –, a Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, busca soluções por meio de pesquisas, desenvolvimento de tecnologia e fina sintonia com seus clientes. Resinas como o polietileno, produzidas pela empresa, tornam-se matéria-prima para a fabricação de grama sintética – uma opção de gramado de fácil manutenção e menos suscetível às condições climáticas. Insumos como o butadieno se transformam em esteiras de academia, e solventes como o tolueno viram adesivos para tênis de alta performance. E, contrastando com uma época em que os atletas vestiam camisas pesadas e shorts de algodão, o cumeno é ingrediente para a produção do nylon utilizado na confecção de uniformes.
Amsterdam ArenA Em outras frentes, a inovação exigida pela indústria esportiva é atendida com soluções já conhecidas e testadas: tecnologia desenvolvida há seis anos pela Braskem, a fabricação de plástico “verde” a partir do etanol da cana-de-açúcar tornou-se protagonista do contrato firmado entre a empresa e a Amsterdam ArenA, na Holanda. A partir dele, serão fornecidos em uma primeira etapa 2 mil assentos feitos de polietileno de cana para a casa do Ajax Football Club, clube de futebol que apresentou ao mundo o genial Johan Cruyff.
Da
rio
de
Fre itas
“Trata-se de uma opção
64
INFORMA
Produção de couro sintético: matéria-prima utilizada pela Sintex é fornecida pela Braskem
sustentável, que é produzir etileno a partir do etanol da cana”, afirma Fabio Carneiro, Diretor Comercial da Braskem para Negócios Renováveis. Além de vir de fonte renovável – do etanol derivado do plantio da cana-de-açúcar –, o etileno pode ser processado nos mesmos equipamentos que fabricam o plástico convencional. Na carona da preocupação global com a preservação dos recursos naturais, a iniciativa da Braskem foi tema de reportagem de destaque publicada no site da CNN em fevereiro. De acordo com Carneiro, a perspectiva é substituir todos os 54 mil assentos antigos do estádio holandês e viabilizar esse tipo de alternativa em outros equipamentos esportivos do Brasil, a exemplo dos estádios que sediarão a próxima Copa do Mundo. É com os olhos voltados para a Copa que a indústria aposta suas principais fichas. E a Braskem já vem marcando presença nos preparativos para o evento esportivo mais aguardado do planeta. Quem assistir à final da Copa do Mundo no Maracanã, em 13 de julho de 2014, desfrutará de uma proteção metálica composta de resina hidrocarbônica licenciada e produzida pela empresa no Polo Petroquímico de Santo André (SP). A resina Unilene, que é exportada para países da Europa e para os Estados Unidos, é um dos componentes de duas tintas fabricadas pela holandesa Akzo Nobel. Os Intergard 475HS e Interseal 670HS revestirão a cobertura e as estruturas metálicas do lendário estádio carioca, que vem sendo reformado pelo Consórcio Maracanã Rio 2014, formado pela Odebrecht Infraestrutura e pela Andrade Gutierrez. “A Unilene tem como um de seus principais atributos a impermeabilidade à água, o que contribui para a maior proteção anticorrosiva das estruturas metálicas nas quais o revestimento é aplicado. Para o fabricante, essa qualidade é essencial na hora de tornar seu produto mais competitivo”, avalia Arariboia Martins, Gerente Técnico da Akzo Nobel (Unidade M&PC – Revestimentos Marítimos e de Proteção). De acordo com ele, a multinacional negocia a aplicação das mesmas tintas em outras arenas que estão sendo construídas ou reformadas no país. “É um tipo de resina de grande aplicabilidade. Está presente não só em tintas, mas também em pneus de corrida, adesivos para calçados esportivos, bolas de futebol...”, enumera Leonardo Fernandes, Gerente de Contas Mercado Interno (MI) Unilene na Braskem, deixando claro que esses são apenas alguns entre muitos exemplos.
INFORMA
65
66 Elber Mateus: um dos jovens talentos da Escolinha de Beach Soccer do Pontal, em Macei贸
66
informa
eu
quero
e eu posso
Na Bahia, em Alagoas e em São Paulo, crianças ficam mais perto de realizarem o sonho de, um dia, se tornarem atletas profissionais
texto Ricardo Sangiovanni (Bahia e Alagoas) e Thereza Martins (São Paulo)
C
riança, para sonhar, não precisa de muito. Prova disso são dois projetos sociais apadrinhados pela Braskem, que têm proporcionado a cerca de 400 crianças das periferias de Salvador e de Maceió o sonho de chegar, um dia, a se tornar
atletas profissionais. Em Salvador, a Braskem é parceira do Sesi (Serviço Social da Indústria) no programa Atleta do Futuro, que oferece 400 vagas em três modalidades – balé, futebol e caratê – a jovens com idade entre 6 e 17 anos. Em Maceió, a empresa apoia a Escolinha de Beach Soccer do Pontal, que tem 43 alunos de 5 a 14 anos. O Atleta do Futuro é abrigado pela Ação Social do Mosteiro do Salvador, ONG que atende crianças carentes dos subúrbios da capital baiana. A coordenação pedagógica é feita pela equipe do Sesi, e a Braskem entra como empresa parceira – que, por sua vez, possibilita a atuação conjunta entre Sesi e Mosteiro - e supervisiona o projeto. No balé clássico (primeira modalidade abraçada pelo projeto, em 2010) 223 crianças estão matriculadas. O apoio do Sesi ajudou a garantir a sobrevivência do curso, que já existia desde 2001, e a melhorar a infraestrutura da sala de aula, que hoje tem cerca de 50 m2 e é equipada com espelhos, barras de
foto: Márcio Lima
apoio, aparelhagem de som e de iluminação e assoalho de madeira adequado. “É um trabalho muito gratificante”, diz a professora Ana Cristina Ferraz, formada em dança e credenciada pela Royal Academy of Dance, de Londres – cujo métoinforma
67
do, referência internacional em formação de bailarinos, é seguido no Mosteiro. “Essas meninas chegam aqui uns ‘patinhos feios’ e saem verdadeiros ‘cisnes’. A dança disciplina e educa”, afirma orgulhosa Ana Cristina. Se os parâmetros forem a desenvoltura e a elegância demonstradas por alunas como Deijane Gonçalves, 17 anos, a professora não exagera. Ao fim de uma aula pública aplaudida por familiares das alunas, a garota contou que a identificação com o balé surgiu “logo de cara”, quando fez a primeira aula no Mosteiro, há oito anos. Deijane logo passou a cultivar o sonho de toda bailarina iniciante: ser aprovada nos testes do balé Bolshoi e se mudar para Joinville (SC), onde fica a sede brasileira da companhia russa. Nas duas primeiras seleções, apesar da árdua preparação, não foi aprovada – e chorou muito. Mas o desejo se realizaria em 2008, quando, após uma audição do Bolshoi em Salvador, ela finalmente foi indicada. A temporada em Santa Catarina, porém, duraria poucos meses, pois a estadia tinha que ser custeada pelos pais da menina, que não tiveram condições de bancá-la. Madura, ela soube compreender as dificuldades e voltou a Salvador, mas não parou de treinar no Mosteiro nem desistiu da carreira de bailarina. Moradora de Escada, subúrbio de Salvador, Deijane acredita que o curso de balé “já salvou muitas pessoas” da prostituição e do tráfico de drogas, comuns na região. Colega de Deijane até o final do ano passado, Grimaldo Oliveira Silva Filho, 17 anos, concorda. “É uma atividade que nos mantém longe dessas coisas. Tenho alguns amigos que foram para essa vida [do tráfico]”, lamenta o jovem bailarino, morador do Alto de Coutos, bairro vizinho. Grimaldo começou a treinar aos 12 anos no Mosteiro. Aprimorou-se tanto que, no início deste ano, foi aceito numa companhia de dança da cidade, o Balé Jovem Salvador. “Com o balé, passei a entender o que é cultura”, diz ele, que não escapa do preconceito por ser homem e dançar. “Eu não ligo: quando piso aqui no tablado, o resto fica lá fora, minha imaginação flui. É quando tenho a certeza de que meus sonhos vão se realizar.” Ele sonha
Balé da bola O sucesso da experiência com o balé clássico levou o Sesi e a Braskem a estenderem o programa em 2012
68
informa
foto: Márcio Lima
alto: quer dançar na companhia russa Kirov. Deijane Gonçalves: perseverança para seguir a carreira de bailarina
a outros dois tipos de “balé” - o da bola, com o futsal, e
Salomão e a mãe, Isabel: desenvolvimento a olhos vistos
o das artes marciais, com o caratê. O futsal tem cerca de 40 matriculados, e o caratê, aproximadamente 50, mas a meta é chegar a 120 em cada modalidade até o próximo ano. As aulas começaram em março. Alguns meninos, como o pequeno Salomão Brejeiro, 8 anos, gostaram tanto que praticam não apenas um, mas os dois esportes. A mãe dele, a dona de casa Isabel Brejeiro, 43 anos, diz que, em apenas três meses de treinos, o garoto “já se desenvolveu muito”. E não só como esportista: Salomão está mais engajado nos estudos; afinal, só treina quem vai bem na escola, segundo as regras do projeto. “Gosto de caratê, mas quero ser jogador de futebol”, diz Salomão, que, apesar de torcer pelo Bahia, sonha mesmo em jogar “no time de Messi” - o Barcelona. Desejo, aliás, compartilhado pelos colegas Carlos Alberto Junior, 9 anos, Douglas Silva, 10, e Gessivaldo Lima, 14. Habilidosos, eles têm se destacado nos treinos e poderão ser indicados para as divisões de base de clubes baianos, segundo o treinador Augusto Andrade. “Mas o fundamental é o estudo”, salienta.
Escolinha de vida A garotada da Escolinha de Beach Soccer do Pontal, em Maceió, também tem os nomes dos craques do Barça na ponta da língua. E, assim como os colegas baianos, não podem descuidar dos estudos se quiserem seguir treinando. A escolinha é capitaneada pelo ex-jogador de Beach
Soccer Rodrigo Willer, 30 anos. Morador do bairro do Pontal, na periferia de Maceió, Willer montou a escolinha há dois anos, “para dar às crianças o que eu não tive na infância”. Ele é integrante do Lagoa Viva, instituto criado pela Braskem e hoje parceiro da empresa em projetos socioambientais. Atualmente, ao todo, 43 meninos do bairro treinam aos sábados os fundamentos do futebol de areia, na quadra construída pela Associação de Moradores com apoio da Braskem. Os pequenos atletas se inspiram no vizinho de bairro e vice-artilheiro do último Campeonato Brasileiro de Beach Soccer, Tade treinar desde pequeno. Se vocês se dedicarem, com certeza vão se tornar grandes jogadores, bem melhores do que eu”, disse Tales, convidado especial da preleção à turminha.
foto: Márcio Lima
les Marcel, 25 anos. “Eu não tive essa oportunidade,
informa
69
foto: Paulo Fridman
Participantes do grupo de natação da Aceb-SP: acesso a bolsas de estudos
Antes de a bola rolar, tem aula: uma mistura de
levou o nome da Aceb-SP a Algarrobo, no Chile, para o
recreação com lições de respeito aos professores e
torneio anual realizado naquela que é considerada pelo
aos colegas, dicas de reciclagem e de uso racional da
Guinness Book a maior piscina do mundo, com mais
água. Para envolver a garotada, Willer costuma apos-
de 1 km de comprimento, o equivalente a 20 piscinas
tar refrigerantes com os alunos em divertidas dispu-
olímpicas oficiais. Nesse torneio, Nathália sagrou-se
tas de pênaltis.
campeã na categoria feminina juvenil.
E, divertindo-se, as crianças assimilam melhor os
“Foi uma experiência única. Conheci atletas reco-
fundamentos do esporte. No jogo-treino contra a mole-
nhecidos no Brasil e em outros países, pude ver como
cada do bairro do Trapiche (outro bairro da periferia de
treinam e ter um exemplo neles”, afirma. A Aceb-SP
Maceió, que, porém, não tem a sorte de ter uma esco-
esteve representada no torneio por 16 nadadores e pa-
linha), os craques do Pontal – Everton Souza, 12 anos,
trocinou a participação de cinco.
Elber Mateus, 12, e João Vitor Caetano, 13 – deram um
No mesmo grupo de Nathália, treinam as irmãs
show não só de técnica individual, mas de consciência
Ana Carolina e Mariana da Costa Pires, de 9 e 11 anos,
tática coletiva. Placar final: 10 x 3. Goleada da cidadania.
respectivamente. No caso delas, a natação abriu as portas para bolsas de estudos em uma escola parti-
Na piscina, com garoa e frio
cular da região. Quem conta a história é Marco Anto-
De Maceió para São Paulo o clima muda, mas o de-
nio Pires, pai das meninas. “Elas estudavam em um
sejo de realizar sonhos é o mesmo. Nem mesmo a ga-
colégio municipal, mas minha esposa e eu queríamos
roa e o frio intenso do fim de uma tarde de outono desa-
transferi-las para o ensino privado. A escola que nos
nimaram as jovens participantes do grupo de natação
interessava oferece bolsa atleta para quem está apto a
do Projeto Social Aceb-SP. Às 4h da tarde em ponto,
disputar jogos esportivos pelo time interno. Elas quase
lá estavam elas, prontas para o primeiro mergulho e
não sabiam nadar, mas se desenvolveram rapidamente
o início do treino. Treino de atletas que deu a algumas
e, treinando na Aceb, conseguiram a matrícula, a bolsa
delas medalhas de campeãs.
atleta e a participação no time da escola.”
É o caso de Nathália de Souza Giolo, 16 anos. Ela participa da equipe de natação da Associação Cultural e
70
Elo entre empresa e comunidade
Esportiva Braskem (Aceb), em Santo André (SP), desde
O Projeto Social Aceb-SP foi criado em 2006, com
os 11 anos. Já conquistou títulos nadando em piscinas e
o objetivo de incentivar a inclusão social por meio do
em mar aberto. No ano passado, integrou a equipe que
esporte e de atividades educacionais. Além da natação,
informa
à saúde em qualquer idade”, afirma Flávia Molla, proNathália Giolo: “Foi uma experiência única”
fessora de educação física e coordenadora da equipe de natação da Aceb. Um dos requisitos para a inscrição no projeto social é estar matriculado em escola de 1º ou 2º grau. O outro é manter vínculo com associações de bairro, pois as inscrições no projeto da Aceb são feitas por meio delas, cujas sedes também funcionam como ponto de encontro das crianças e dos jovens, que são transportadas, na ida e na volta, em ônibus fretados pela Braskem. “Um monitor da associação comunitária sempre acompanha os grupos”, informa Flávia. Além do ônibus, a empresa também oferece uni-
fotos: Paulo Fridman
forme e lanche aos participantes. O que Vinícius Nascimento de Souza, 11 anos, torcedor do Santos, mais gosta de fazer na Aceb é jogar futebol. “Em casa, não tenho com quem brincar, fico jogando videogame”, afirma.
o projeto oferece outras práticas, como futebol, basquete, handebol e vôlei, aulas de música e recreação. “A Aceb era subutilizada no período diurno, quan-
Vinícius de Souza: fascínio pelo futebol
do a maior parte dos associados, integrantes da Braskem, trabalha. Dessa forma, temos espaço e tempo livres para atender às comunidades do entorno do Polo Petroquímico do Grande ABC, oferecendo, por meio do projeto social, opções de lazer às pessoas inscritas”, afirma Debora Hernandes Machado, analista de Relações Institucionais da Braskem, para as regiões do ABC e de Cubatão. A Associação está localizada praticamente em frente às unidades produtivas PE 7 (polietileno) e Unib 3 (petroquímicos básicos) da Braskem em Santo André, quase divisa com Mauá. Bairros populares cresceram em áreas vizinhas e, assim, o projeto social foi criado para atender essa população. “A Aceb é também um elo entre os bairros da região e a empresa, um ponto de encontro e de comunicação”, destaca Debora. Mais de 500 pessoas dessa população vizinha, entre crianças, jovens e público acima dos 60 anos, frequentam a Aceb e usufruem de uma estrutura composta de salas, áreas de recreação, piscinas e quadras. O ponto alto das atividades é o esporte, por conta dos benefícios que oferece e do interesse que desperta. “A atividade esportiva ajuda o desenvolvimento da criança e do adolescente, aprimora sua coordenação motora, estimula a disciplina, a atenção, a responsabilidade e a socialização, além, é claro, de fazer bem
informa
71
72 Partida de vôlei na Ilha do Cabo, em Luanda: lazer e confraternização ao ar livre
movim 72
informa
Paixão pelos esportes, uma característica marcante do povo angolano, se manifesta nas praias, nas ruas e nas praças texto Eliana Simonetti fotos Guilherme Afonso
um país em
imento informa
73
Participantes do programa Vida Ativa e, na foto ao lado, Wilson e Lara Cunha com o filho Ricardo: investimento na saúde e no bem-estar
N
74
a África, Angola é uma potência do
“Já vínhamos aqui jogar vôlei na praia antes que a
basquete: venceu 10 dos últimos 11
Odebrecht trouxesse redes. Agora nossa frequência é
torneios de Afrobasket, o campeona-
maior”, diz Peterson Patrício, arquiteto de 33 anos que
to masculino continental que ocorre a
encontra os amigos para praticar o esporte às terças e
cada dois anos e é classificatório para
quintas-feiras, após o trabalho, e aos sábados de ma-
os Jogos Olímpicos e para o Mundial da modalidade.
nhã. Peterson, que participou dos confrontos armados
O futebol mobiliza outra multidão no país. Grande
no interior do país e estudou na África do Sul depois de
parte dos angolanos, de todas as faixas etárias, prati-
completar o ensino médio em Benguela, nota com sa-
ca algum esporte.
tisfação o aumento no número de pessoas que se exer-
Na Ilha do Cabo, em Luanda, onde equipes da Ode-
citam nas praias e praças de Luanda. “Nosso povo está
brecht Angola reformaram, ampliaram e moderniza-
a buscar resultados crescentemente positivos”, afirma.
ram a avenida, as calçadas e a sinalização, e também
Como leva o esporte a sério, Peterson deixa para ir
instalaram equipamentos para a prática de esportes,
com as filhas à praia aos domingos, quando não joga com
a frequência de pessoas é impressionante. “Os an-
os companheiros. Aos fins de semana, muitas famílias
golanos têm enorme prazer de desfrutar de locais
aproveitam o espaço melhorado. Em meados de maio,
bem-cuidados, de promover seu bem-estar e dessa
Wilson e Lara Cunha, empresários do setor de informá-
forma, rapidamente se apropriam das áreas revita-
tica, caminhavam ali com o filho Ricardo, de um ano e
lizadas pelo projeto, ajudando inclusive na sua con-
meio. Eles não moram perto da ilha, mas todos os dias,
servação”, diz Eduardo Badin, Diretor de Contrato do
às 5h da manhã, Wilson pode ser encontrado fazendo
Projeto Vias de Luanda, líder das obras realizadas na
seus primeiros aquecimentos antes da corrida e da mus-
Ilha do Cabo.
culação que o deixam pronto e bem disposto para o dia a
informa
dia. “A paisagem, os equipamentos instalados na beira da
ginástica aeróbica disponíveis para os que queiram
praia, tudo nos convida a procurar uma saúde melhor, a
fazer exercícios com orientação profissional. Os
encarar a vida da melhor maneira”, diz ele.
candidatos passam primeiramente por uma triagem: um técnico em enfermagem anota os dados
Vida ativa
gerais de cada um: pressão arterial, batimentos
A receptividade dos angolanos levou a Odebre-
cardíacos e temperatura. Depois, podem juntar-se
cht, em parceria com o Governo Provincial de Lu-
àqueles que mexem braços e pernas, pulam e se
anda, a dar um passo além. Aos finais de semana,
divertem no calçadão. “Chegamos a ter mais de 200
logo no começo da ilha, junto aos equipamentos de
pessoas em aulas oferecidas às 7h da manhã do
ginástica, ficam um disc-jockey e um professor de
domingo”, revela Virgínia Machado da Silva, Responsável por Programas Sociais e Relações com a Comunidade do Projeto Vias de Luanda. Esse programa de atividades físicas orientadas por profissionais chama-se Vida Ativa. Foi lançado em 29 de janeiro e, em maio, contava com 1.800 inscritos, a maior parte deles frequentadores das aulas de aeróbica ou de uma das quadras de vôlei, basquete e futebol disponibilizadas na área. “Sempre malhei para ter o corpo em ordem, mas fazer ginástica com orientação organiza as coisas, é mais eficiente”, reconhece Manuel Fernandes, relações públicas em uma empresa de consultoria, que caminha uma hora de casa à ilha para participar das aulas nas manhãs dos fins de semana.
Flávio José Mateus, aficionado por basquete: Angola é potência continental nesse esporte
informa
75
Diretores de contrato e outros integrantes da Odebrecht Angola no Estádio Nacional de Ombaka, em Benguela: uma experiência para se eternizar na memória e no coração
A equipe do Vias de Luanda tomou outra iniciativa
meu país, ser reconhecido no exterior e poder jogar
bem aceita pelas comunidades da capital angolana.
entre os melhores, na liga de basquete dos Estados
Ao revitalizar vias, largos e calçadões de avenidas,
Unidos”, diz ele, confiante. “Meu técnico diz que tudo
instalou quadras ou equipamentos de ginástica – o
é possível, portanto, trabalho duro para realizar meus
que fosse mais adequado para o espaço e a região.
sonhos”, completa.
O resultado é notável. Em todos os fins de tarde, por onde quer que se ande nessas áreas revitalizadas da
Jovens em situação de risco
capital, há muita gente reunida. Não há equipamento
Flávio e Candido são primos. Eles e mais cinco jo-
desocupado. Arborizados, calçados e cercados com
vens vivem com dona Emília, mãe de Cândido, no Bair-
alambrados, os largos têm brinquedos para a crian-
ro Operário. As condições de vida são difíceis, mas já
çada e, sempre, ao menos meia quadra de basquete.
foram piores. Atualmente, todos frequentam a escola e
É assim com o Largo Cambambe, no bairro Cru-
têm, pelo menos, uma atividade extracurricular. O mais
zeiro, vizinho ao Bairro Operário. Flávio José Mateus,
novo dos garotos, Ivanilson, 7 anos, também filho de
19 anos, e Candido Antonio Gaspar Madureira, 17,
dona Emília, pratica capoeira em outra instalação, cujo
treinam basquete ali, haja ou não mais companheiros.
surgimento tornou-se possível com a contribuição do
“Após as aulas, sempre nos encontramos na quadra
Projeto Vias Estruturantes, executado pela Odebrecht
para treinar”, conta Flávio, cujo sonho é ingressar na
Angola: quadras esportivas construídas e repassadas à
Força Aérea de Angola. Candido, que começou a jogar
irmandade Dom Bosco, que se dedica a promover pro-
basquete há quatro anos, já foi chamado para compor
jetos educativos em Angola.
a seleção sub-17 de Angola. “Desejo representar bem
76
informa
A parceria entre a Odebrecht e a Congregação Sale-
Exercício dentro da empresa Para os integrantes da Odebrecht, fatos como esses são conhecidos, compensadores e, também, estimulantes. O cuidado com o corpo é uma das obrigações dos trabalhadores que desejam estar bem, a cada dia, para produzir o seu melhor. Em todas as instalações da Odebrecht há uma quadra de esportes ou uma sala de musculação que funcione como fator de incentivo para as pessoas se exercitarem. Inédita foi a experiência que ocorreu em Benguela, no litoral sul de Angola, no início de maio. Estava agendada para ocorrer na cidade a reunião de coordenação mensal, com a participação de todos os diretores de contrato e todos os integrantes da OD (Organização Dinâmica) do DS (Diretor-Superintendente) da Odebrecht Angola, Ernesto Baiardi, que também esteve presente no encontro. Para encerrar o evento, a equipe da empresa em Benguela organizou uma surpresa: uma partida de futebol no Estádio Nacio-
Acervo Odebrecht
nal de Ombaka – palco de algumas partidas da Copa Africana das Nações (CAN), realizada em 2010 –, com direito a uniformes padronizados pendurados nos armários do vestiário, ingresso dos times no campo ao som de Waka Waka (canção oficial da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul), jogo mediado por uma equipe de árbitros da Liga de Futebol de Benguela, e siana de Dom Bosco em Angola completou 10 anos em
entrevista no fim da partida.
2011. A equipe do Projeto Vias Estruturantes construiu,
O autor do primeiro gol do certame, Felix Augusto
em 2011, oito quadras poliesportivas onde ocorrem, dia
Martins, Diretor de Infraestrutura no Sul de Angola,
e noite, atividades como futebol, basquete, vôlei, capo-
que cuida de um novo projeto de mineração de ferro, é
eira e ginástica olímpica, dirigidos a crianças e jovens
fanático por futebol. Segundo ele, jogar em um estádio
que vivem em situação de risco. “Apoiamos a iniciativa
profissional foi a realização de um sonho. “Foi muito
porque acreditamos que o esporte é um meio para a
prazeroso perceber que não estamos unidos ao povo
inserção dos jovens na sociedade, pois proporciona a
angolano somente pelos aspectos culturais e pelo
eles uma oportunidade, um caminho a seguir”, afirma
idioma, mas também pelo amor e respeito ao espor-
o Diretor de Contrato Tiago Britto.
te”, diz. Segundo Marcus Felipe de Aragão Fernandes,
A brasileira Larissa Cristina Ribeiro, professora de
Diretor dos Contratos de Benguela e Kwanza Sul, “o
ginástica voluntária em missões salesianas, está em
melhor desse evento foi a convivência e a integração
Angola há dois anos. Ela dá aulas de ginástica olím-
das pessoas numa situação descontraída, de prática
pica para crianças e adolescentes. É muito benquista
esportiva”. José Carlos Pinheiro, o Zeca, Responsável
pelos alunos. “Todos gostam de aprender, de se sen-
Administrativo e Financeiro, preparara, com apoio de
tir queridos, de progredir. Nas atividades em que os
todos os integrantes da equipe da Odebrecht em Ben-
movimentos devem ser muito precisos é necessário
guela, a infraestrutura completa para a realização da
desenvolver atenção e disciplina. As mudanças que as
partida. Ele chegou a Angola em janeiro de 2011 e sen-
atividades físicas promovem nas crianças e nos jovens
te-se em casa. “Fui diretor da liga de futebol da cidade
fazem bem a eles e a todos nós”, ressalta Larissa.
de Mundo Novo, na Bahia”, explica.
informa
77
78
luta a boa
78
informa
Em Macaé (RJ), adolescentes têm apoio para superar situações de risco social
Kemille de Jesus (à esquerda) e Agata de Oliveira: mais calma e equilíbrio
texto Júlio César Soares fotos Marcelo Pizzato
informa
79
M
aicon da Silva Fernandes, 17 anos, é
Maicon Fernandes: em busca de um futuro de paz e crescimento
aluno do Colégio Municipal Botafogo, em Macaé (RJ). Ele estuda pela manhã e pratica judô e caratê à tarde, na escola. Morador do bairro Malvinas,
um dos mais carentes da cidade, Maicon viu no esporte a possibilidade de escapar de um cotidiano de violência e buscar um futuro de paz e crescimento. “Eu era um cara brigão, que não levava desaforo para casa”, conta. “Com as artes marciais, aprendi a me controlar, a ser mais paciente e a ter a disciplina que tenho nas lutas”. Agata Almeida de Oliveira e Kemille Peçanha de Jesus, também da mesma escola, têm histórias semelhantes à de Maicon. Falam do dia a dia difícil da favela e de como suas vidas passam por uma transformação há pouco considerada improvável por muitos. “Deixamos a rua e agora estamos seguros na escola”, explica Agata. “Praticar artes marciais trouxe calma e equilíbrio”. Kemille reforça: “Sou uma pessoa melhor hoje, mais atenta às aulas e respeitosa com os funcionários da escola”. Maicon, Agata e Kemille participam do Programa Abrindo Espaços, iniciativa da Odebrecht Óleo e Gás (OOG) com apoio da Unesco (o órgão da Organização das Nações Unidas que atua com a educação) e da Secretaria de Educação de Macaé. Localizada no norte do estado do Rio de Janeiro, Macaé é conhecida por sua pulsante indústria petrolífera. Empresas nacionais e internacionais se estabeleceram na cidade e ajudaram a transformá-la na oitava mais rica do país em 2006. Contudo, mesmo mantendo bons números econômicos desde então, o município ainda enfrenta grandes desafios sociais. Criado em 2007, dentro da estratégia de apoio à superação de obstáculos e promoção da melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes, o Abrindo Espaços faz parte do Programa Escola em Ação, que desenvolve ações com foco em educação, esportes, lazer, qualificação profissional de jovens, geração de renda, inclusão digital e educação ambiental, com estímulo ao envolvimento comunitário e ao voluntariado. A mudança de comportamento dos alunos que parelogiada pela Diretora do Colégio Botafogo, Luiziana Simões de Almeida. Há 15 anos no cargo, ela recorda de tempos difíceis: “Nossa escola mudou muito. Não temos mais portas quebradas e desrespeito com os funcionários. Os alunos sentem que esse espaço é
80
informa
foto: Américo Vermelho
ticipam do Programa Abrindo Espaços é enfatizada e
patrimônio deles”. E acrescenta: “A parceria entre os
ciano de Souza, integrante do Programa de Sustenta-
setores público e privado é essencial para que possa-
bilidade da OOG. Principal canal entre a empresa e as
mos transformar a vida dessas crianças”.
escolas, Domiciano, ou Domi, como é conhecido nas comunidades de Macaé, acredita no potencial forma-
Formação de cidadãos conscientes
dor do projeto. “Trabalhamos para formar cidadãos
O Abrindo Espaços busca incluir a prática esporti-
conscientes, que entendam as necessidades das suas
va nos colégios como alternativa às comunidades com
comunidades e lutem para mudar o quadro atual”.
pouco ou nenhum espaço de lazer disponível e como
O apoio da OOG inclui o fornecimento de materiais
contribuição para a superação de um cotidiano marca-
para a prática esportiva, o apoio às viagens que os
do pela violência. Já beneficiou mais de 19 mil alunos
alunos fazem para disputar campeonatos e o envol-
de sete instituições de ensino e uma associação cultu-
vimento direto no planejamento, no monitoramento
ral ao longo dos seus cinco anos de existência. Baseado
e na avaliação das atividades e na articulação com a
nos quatro pilares da Educação elaborados pela Unesco
comunidade e as famílias. A ideia principal pode ser
– “aprender a conhecer, a fazer, a conviver, a ser e a
formar cidadãos, mas sem dúvida alguns alunos re-
transformar (a si mesmo e a sociedade)” –, o programa
velam ter “DNA” de futuros grandes atletas. É o caso
busca formar não apenas atletas, mas, sobretudo, cida-
de Renan Souza Pereira, 16 anos, estudante da Escola
dãos conscientes do seu papel na sociedade.
Engenho da Praia. Esguio e com quase 1,80 m de altu-
“Quando não formo grandes atletas, formo grandes
ra, demonstra técnica nos treinos de atletismo e pensa
professores, pessoas que vão passar o ensinamento
em transmitir seus conhecimentos. “Quero ensinar
adiante e ajudar suas comunidades”, argumenta Paulo
crianças que, assim como eu, não têm oportunidade
Cesar Maillet, mestre de jiu-jitsu no Espaço Art e Luz.
de praticar esportes”, diz. Ele também se imagina de-
Lutador há 17 anos e treinado pela tradicional Família
fendendo o país no futuro. “Meu esporte predileto é o
Gracie, Paulo é voluntário no programa.
futebol de salão e luto para um dia representar a sele-
“Não se trata do esporte pelo esporte”, diz Domi-
ção brasileira”, revela.
Leonardo Campos (à esquerda) e Ezequias Rocha: cotidiano seguro e produtivo
informa
81
água
a toda prova
texto Aline Brandão fotos Mario Grisolli
82
82
informa
Inauguração da ETE em região do Rio de Janeiro que sediará diversas disputas das Olimpíadas de 2016 marca início de atuação da concessionária Foz Águas 5
O lĂder comunitĂĄrio Carlos Renato Sampaio: um projeto para elevar a autoestima da comunidade
informa
83
I
magine um filme em que histórias de vida distintas se encontram em um determinado momento. O cenário, o Rio de Janeiro, mais precisamente a Zona Oeste, distante dos famosos cartões-postais de uma das mais be-
las cidades do mundo e com uma série de desafios sociais e ambientais a serem superados. O enredo tem como personagens os quase 2 milhões de habitantes da região e os atletas dos Jogos Olímpicos de 2016. Celebridades da elite do esporte mundial e pessoas comuns, heróis do cotidiano que suam a camisa todos os dias, vão se cruzar em uma película feita para ter um final feliz. No âmbito do Programa de Infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, a Prefeitura inaugurou em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Constantino Arruda Pessôa, em Deodoro. O evento marcou o início da atuação da Foz Águas 5 – concessionária constituída pelas empresas Foz do Brasil e Saneamento Ambiental Águas do Brasil (Saab) –, que será responsável pelos investimentos em infraestrutura e operação do sistema de esgotamento sanitário por 30 anos da chamada AP-5 (Área de Planejamento 5) da capital fluminense (dividida em cinco grandes
“Um bom atleta precisa ter saúde física e emo-
áreas de planejamento urbano). A região, que com-
cional para conseguir superar seus próprios li-
preende 48% do território do município, é composta
mites. Para atingir alto rendimento, ele deve ter
de 21 bairros e receberá, nas Olimpíadas, as provas
um corpo forte e sadio e, sobretudo, autoestima”,
de hipismo, pentatlo e tiro, entre outras.
ressalta Cacá, que tem boas expectativas em relação às melhorias que serão feitas na região em
84
Mudança de vida
virtude das Olimpíadas. “A ausência de saneamen-
Se para os atletas é a oportunidade de mostrar
to básico causa problemas de saúde, e as pessoas
ao mundo o seu talento, para a população da re-
têm dificuldade para formar uma boa imagem de
gião é a vez de ter acesso aos serviços de coleta e
si mesmas, na medida em que ainda é frequente
tratamento de esgotos. O saneamento básico pode
a existência de esgoto a céu aberto”, argumenta.
mudar, e muito, a vida das pessoas. É o caso do
“Teremos inúmeras facilidades perto da nossa
líder comunitário Carlos Renato Sampaio, o Cacá,
comunidade, novos acessos com rodovias, cons-
morador do bairro de Deodoro desde que nasceu,
truções modernas, mas ainda nos falta o básico:
há 39 anos. Formado em Educação Física e Serviço
precisamos de serviços essenciais, como a coleta
Social, casado e pai de quatro filhos, ele passou
e o tratamento dos esgotos. Muitos moradores ain-
a maior parte da infância e da adolescência ten-
da convivem com valas negras, e isso traz grandes
tando ganhar a vida como jogador de futebol. Aos
impactos à saúde da população”, ele acrescenta.
23 anos, pendurou prematuramente as chuteiras
Em mais um projeto que confirma que o cami-
e abriu uma escolinha para crianças e jovens da
nho para a universalização dos serviços de água e
região. Percebeu que o esporte é um importante
esgoto passa pela união de forças dos setores pú-
veículo de promoção social e, hoje, se dedica a for-
blicos e privados, a Foz Águas 5 investirá, ao longo
mar jovens atletas no Piscinão de Deodoro.
do período da concessão, mais de R$ 2,6 bilhões
informa
Fernando Bessa e a ETE: potencialização dos ganhos econômicos e sociais para a região
para nos próximos 10 anos tratar 100% do esgoto
Brasil e da Saab estamos certos de que em bre-
coletado das casas de 1,5 milhão de pessoas. Até
ve os moradores da região já poderão perceber
o início das Olimpíadas, deverão ser tratados 95%
os resultados positivos de nosso trabalho”, afir-
dos esgotos coletados de 40% da população da re-
ma Fernando Bessa, Presidente da Foz Águas 5.
gião, com investimentos iniciais de R$ 600 milhões.
“A iniciativa da Prefeitura de priorizar a Zona Oes-
“É uma vitória fantástica para a Zona Oeste. São
te na ampliação do acesso ao saneamento básico
essas intervenções que, de fato, qualificam o meio
por meio de um modelo de concessão e a parceria
ambiente e mudam a vida da gente”, disse o Pre-
com a Nova Cedae [companhia estadual responsá-
feito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no evento de
vel pelos serviços de água e esgoto do Rio] para a
inauguração da ETE.
gestão comercial do fornecimento de água poten-
Pesquisas mostram que as melhorias no saneamento básico proporcionam uma cadeia de bene-
cializarão os ganhos econômicos e sociais que esta região obterá com as Olimpíadas de 2016.”
fícios socioeconômicos que vão da valorização dos
Além dos benefícios em termos de qualidade
imóveis à economia de recursos para o sistema
de vida e preservação ambiental, o serviço pro-
público de saúde. Um estudo feito pela Fundação
porcionará a curto prazo mais eficiência e rapidez
Getulio Vargas (FGV) para o Instituto Trata Brasil
no atendimento e na prestação do serviço de es-
apontou que, em 2009, quase 70 mil crianças entre
gotamento sanitário. A expectativa é que, com a
0 e 5 anos foram internadas por diarreia no país e
estruturação e o desenvolvimento do sistema, os
quase 220 mil trabalhadores tiveram que se afas-
jovens da região possam, além de assistir aos Jo-
tar do trabalho por conta desse problema.
gos Olímpicos em uma comunidade com infraes-
“Temos um grande desafio pela frente, mas com os investimentos previstos e a expertise da Foz do
trutura, ter melhores condições de se tornar os representantes do Brasil em futuras olimpíadas.
informa
85
demais Isso aqui é bom
Corrida e Caminhada Odebrecht reúne integrantes e familiares para celebrar o esporte e cultivar o bem-viver
I
texto Renata Meyer niciativa concebida para estimular a prática esporti-
educadores físicos da Assessoria Esportiva MPR, par-
va, a Corrida e Caminhada Odebrecht, realizada pela
ceira do evento, que abordam a importância da prática
primeira vez em 2007, já faz parte do calendário da
de esportes para a saúde. Em seguida, uma sessão de
Organização. O evento, sob a responsabilidade da
alongamento garante a preparação de todos os partici-
Área de Apoio à Saúde do Escritório de São Paulo,
pantes para os exercícios físicos. De acordo com a prefe-
surgiu como parte da programação comemorativa ao Dia
rência e o preparo de cada pessoa, são formados grupos
Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril.
para caminhada leve, caminhada rápida, trote e corrida.
Realizada duas vezes por ano, sempre aos sábados, no
O final das atividades é marcado pela apresentação do
Parque Villa Lobos, em São Paulo, a Corrida e Caminhada
Coral formado por integrantes da Organização e por um
Odebrecht – que reúne integrantes dos vários negócios da
café da manhã composto de alimentos saudáveis.
Organização e seus familiares – procura demonstrar como
Estatísticas levantadas pela Área de Apoio à Saúde
determinadas ações podem levar ao aprimoramento do
mostram que o sedentarismo atinge cerca de 55% dos
bem-estar: atividade física, alimentação saudável, recre-
integrantes. “Precisamos conscientizar as pessoas de que
ação infantil, lazer, descontração, música, convívio entre
a melhoria do estilo de vida é fundamental para a manu-
amigos e familiares e contato com a natureza.
tenção da saúde e para a prevenção das doenças”, afirma Alice Sawamura, Enfermeira do Trabalho na Organização.
O desafio de vencer o sedentarismo A programação tem início com as orientações de
86
informa
Desde a estreia, a Corrida e Caminhada tem registrado aumento contínuo do número de participantes. Eram
86
foto: Edu Simões
foto: Holanda Cavalcanti
Galbênia Costa e o marido Jomar: cultura de saúde. Ao lado integrantes da Braskem fazem aquecimento e, abaixo corrida no Parque Villa Lobos: combate ao sedentarismo
200 pessoas em 2007, e a última edição, ocorrida em 14
um líder da Organização foi convidado a transmitir uma
de abril de 2012, teve cerca de 1.900. Neste ano, o even-
mensagem de sustentabilidade. “Temos muita sorte de
to ocorreu também em Brasília, iniciativa da Odebrecht
trabalhar em uma Organização que pensa seriamente em
Realizações Imobiliárias (OR), e em Salvador, sob res-
sustentabilidade”, disse Marcelo Arantes, Responsável por
ponsabilidade da Braskem.
Apoio ao Empresariamento (RAE) Pessoas e Organização,
Frequentadora assídua da Corrida e Caminhada
Tecnologia da Informação e Suprimentos da Braskem,
Odebrecht, Galbênia Costa, que integra a equipe de
na última edição da Corrida e Caminhada Odebrecht. Na
Pessoas e Organização da Odebrecht S.A., participou
ocasião, todos os participantes receberam sacolas da ETH
de quase todas as edições do evento. Adepta da prática
Bioenergia produzidas com o plástico “verde” da Braskem.
de esportes, ela faz questão de levar o marido, Jomar,
Segundo Galbênia Costa, o grande desafio das empre-
que também é integrante da Organização. “Essa é uma
sas é conectar o tema Saúde à estratégia de cada negócio
oportunidade especial para confraternizar com os cole-
como fator de geração de valor. “Programas como esses
gas e conhecer seus familiares. O evento proporciona
devem ser incentivados e vistos como investimento, pois
um momento ímpar de descontração e integração, im-
contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos in-
possível na correria do dia a dia”, afirma.
tegrantes e para o consequente aumento da produtividade. Além disso, estimulam a prática de hábitos saudáveis, pro-
atendimento aos participantes, com supervisão da equi-
porcionam a criação de uma cultura de saúde e colaboram
pe da Área de Apoio à Saúde. Nos últimos dois eventos,
para um mundo mais sustentável”, argumenta.
foto: Fernando Vivas
Uma equipe de treinadores e recreacionistas presta
informa
87
ARGUMENTO
88
88
informa
esporte e inclusão social Em Macaé (RJ), um exemplo de como a prática esportiva pode contribuir para a construção de vidas cidadãs
A
prática de esportes, além dos benefícios
Isso pode ser medido com a diminuição e a me-
para corpo e mente, é uma importante fer-
lhoria da conservação das escolas participantes do
ramenta de socialização, e os motivos que
Abrindo Espaços. Além disso, os jovens que fazem
levam crianças e adolescentes a praticarem uma
parte das atividades esportivas servem de espelho
determinada atividade desportiva são muitos. Seja
para os demais, que passam a ver as conquistas al-
a oportunidade de fazer novos amigos ou a vontade
cançadas e desejam participar delas também. São
de superar suas próprias limitações, quem prati-
medalhas e campeonatos conquistados por crian-
ca uma atividade física reconhece sua importância
ças e adolescentes que, em sua maioria, nunca ha-
para a melhoria da capacidade motora e cognitiva
viam saído de Macaé ou mesmo realizado alguma
e, por vezes, serve de incentivo para aqueles que
atividade esportiva anteriormente. Assim, ao ve-
estão em volta.
rem esses resultados e a maior sociabilidade entre
O Programa Abrindo Espaços, parte do Programa Escola em Ação, uma iniciativa da Odebrecht
quem participa das atividades, os de fora passam a querer entrar nos grupos também.
Óleo e Gás (OOG) em parceria com a Unesco e a
Contudo, não são apenas os jovens e seus fa-
Prefeitura de Macaé (RJ), oferece, desde 2007, ati-
miliares os únicos que se beneficiam da prática
vidades esportivas como atletismo, judô, capoeira e
de esportes. A sociedade também sai ganhando.
hóquei a crianças e adolescentes de escolas muni-
Com a promoção de atividades esportivas, todos
cipais de comunidades carentes da região. Nos fins
ganham. Além da redução do vandalismo nas
de semana, essas escolas são abertas, e voluntá-
escolas, há também a diminuição do número de
rios das próprias comunidades participam das au-
jovens envolvidos em ambientes e grupos pauta-
las, que têm atraído cada vez mais alunos.
dos pela violência e pelo tráfico e uso de drogas.
Os benefícios são reconhecidos por familiares,
A OOG entende que, ao contribuir para a melho-
professores, diretores das escolas e, principal-
ria da qualidade de vida nas comunidades em que
mente, pelos jovens participantes do projeto, que
está inserida, está investindo na inclusão social
veem seu rendimento escolar, sua concentração e
dos jovens (especialmente) e apoiando seu cresci-
sua sociabilidade melhorarem significativamente.
mento e sua adaptação à vida adulta.
Por meio das aulas, os alunos têm a oportunidade de se reunir, trocar experiências e melhorar a capacidade física e mental. Em comunidades onde não há espaços de lazer disponíveis, a abertura das escolas nos fins de semana representa, muitas vezes, a única oportunidade para crianças e adolescentes desses locais conviverem. À diminuição da evasão escolar soma-se o reconhecimento e a valorização do espaço escolar.
Marco Aurélio Fonseca é Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht Óleo e Gás (OOG)
informa
89
90
informa
&
notícias pessoas Veja a seguir reportagens sobre realizações recentes das equipes da Organização Odebrecht no Brasil e no mundo 92
No Baixo Sul da Bahia está em andamento a implantação de
95
Luiz de Mendonça, Líder Empresarial da ETH, fala do ritmo
98
Defesa e Tecnologia: a contribuição da Odebrecht para a
acelerado de crescimento da empresa
proteção dos ativos do país Gente: Rafela Araújo, Sílvio Freitas e Bruno Gonçalves falam de seu dia a dia e de suas paixões
foto: Almir Bindilatti
100
um modelo de turismo agrícola, ecológico e sustentável
informa
91
Desenvolvimento sustentável
Trilhas para novos mundos Roteiro Turístico Ecoétnico: um novo vetor de desenvolvimento para o Baixo Sul texto Gabriela Vasconcellos fotos Almir Bindilatti
E
92
m meio às belezas da
lia. “Recebo uma diária e muitas
Mata Atlântica, os chei-
gorjetas”, brinca.
ros se confundem: pés de
O fim da trilha com o agricul-
tangerina e canela preenchem o
tor revela um presente: o Rio das
ar e tornam a trilha ainda mais
Almas, que corre sem pressa
exuberante. Árvores seculares
pelos municípios baianos de Ta-
rodeiam cada passo, acompa-
peroá e Nilo Peçanha. Em suas
nhadas pelos cultivos de dendê
águas, os turistas têm a possi-
e piaçava, característicos do Bai-
bilidade de praticar tirolesa e
xo Sul da Bahia. Nesse cenário,
rafting (descida em corredeiras
tem início o Roteiro Turístico
utilizando botes infláveis). O pri-
Ecoétnico, que está sendo estru-
meiro dos três dias de viagem
turado na região pelo Instituto de
que contemplam o roteiro, reali-
Desenvolvimento Sustentável do
zado em parceria com a agência
Baixo Sul da Bahia (Ides).
Ativa Rafting e Aventuras, chega
A proposta é que os visitantes
ao fim na pousada Rio das Matas,
sejam recebidos por agriculto-
onde é possível dormir ao som
res como Juvenal Divino, mora-
dos pássaros.
dor da comunidade Rio das Ma-
Logo após o amanhecer do
tas, localizada em Taperoá (BA).
segundo dia, é o momento de co-
Pequeno produtor, ele guia, há
meçar a vivenciar a cultura local
quatro anos, grupos interessa-
de Nilo Peçanha (localizada a 284
dos em conhecer modos de vida
km de Salvador). A primeira para-
de populações rurais. “Enquan-
da é na sede da Cooperativa das
to caminho pela roça vou falan-
Produtoras e Produtores Rurais
do sobre as diferentes culturas,
da Área de Proteção Ambiental do
mostro na prática o conhecimen-
Pratigi (Cooprap), que comerciali-
to que tenho”, conta. Para Divino,
za peças de artesanato, vassouras
o turismo é uma oportunidade
e biojoias produzidos com fibra de
de incrementar a renda da famí-
piaçava pelos moradores da re-
informa
gião. Assim como o Ides, a Cooprap é uma instituição ligada ao Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS), apoiado pela Fundação Odebrecht. A viagem segue. Na comunidade quilombola de Jatimane, os turistas têm a oportunidade de conhecer mais um pouco da rotina de trabalhadores da zona rural, como Miltaides do Rosário, nascido e criado ali. Dono de um restaurante às margens do Rio Jatimane, Miltaides oferece passeios de canoa e visitas a cachoeiras. “Organizando o turismo, Juvenal Divino: “Enquanto caminho pela roça vou falando sobre as diferentes culturas”
sei que vamos crescer. Já recebi consultores do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para fazer o diagnóstico e levantar as nos-
Miltaides do Rosário: “Sei que vamos crescer”
sas necessidades”, relata. De acordo com Márcia Mattos, Líder da Aliança Cooperativa do Turismo do Ides, esse tem sido o papel da instituição. “Estamos apoiando as comunidades a articularem parcerias que contribuam para o aprimoramento do roteiro Ecoétnico. Buscamos cursos de qualificação profissional e apoio à comercialização. A ideia é podermos realizar as adaptações para atrair mais pessoas”, salienta. A parceria com o Sebrae foi iniciada em 2011, quando o roteiro Ecoétnico foi selecionado pelo Projeto Talentos do Brasil Rural. A iniciativa é fruto da integração entre os Ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Turismo e do Meio Ambiente, do Sebrae e da Agência de Cooperação Alemã,
informa
93
que está incentivando a inserção
Após saborear os pratos pro-
de produtos e serviços da agri-
duzidos por dona Nida, como é
cultura familiar no turismo.
çanha.
conhecida, o segundo dia do ro-
Segundo Liliana Leite, Di-
Zenilda do Rosário, também
teiro tem fim na Praia do Pratigi,
retora Executiva do Ides, o Ro-
moradora de Jatimane, já conta
localizada no município de Itu-
teiro de Turismo Ecoétnico é o
com o apoio do Sebrae. A maris-
berá (BA). Com aproximadamen-
primeiro passo para consolidar
queira, além de participar de ca-
te 15 km de extensão, a praia é
uma prática diferenciada. “O
pacitações,
quase deserta, ocupada apenas
turismo de sol e praia já está
por algumas barracas.
materializado na região. Preci-
recebe
consultoria
para o seu Restaurante Quilom-
samos aproximar os visitantes
bola Pedro Sorriso, nome dado em homenagem ao marido. Com isso,
Um novo olhar
da cultura local e fortalecer
realizou mudanças na estrutura e
Para dar continuidade à des-
o
na organização do estabelecimen-
coberta da cultura local, no ter-
com o desenvolvimento de uma
to. “Aprendi um pouco em cada
ceiro e último dia o turista tem
consciência que traz como base
reunião. Assim estamos virando
a oportunidade de visitar a sede
estruturante a sociobiodiversi-
referência na região. Muitos vêm
do grupo folclórico Zambiapun-
dade”, argumenta. “Buscamos o
de outros lugares para almoçar”,
ga, ter aulas de percussão com
convívio harmônico com a natu-
diz ela, que foi convidada pelo Se-
o grupo Olopunga e de capoeira
reza, com preservação da identi-
brae para compartilhar sua expe-
com o grupo Capoarte. “Nos uni-
dade cultural dentro de um pro-
riência em um evento no Rio Gran-
mos pelo Baixo Sul, aqui mos-
cesso produtível e sustentável
de do Sul. “Lá vou contar sobre o
tramos nossas tradições. So-
para, dessa forma, consolidar
meu pirão, meu peixe defumado e
nhávamos com isso e agora está
o agroecoturismo e proporcio-
minha moqueca, minhas especia-
se tornando realidade”, destaca
nar renda complementar para a
lidades.”
Walmorio do Rosário, Presiden-
unidade-família”, acrescenta.
Zenilda do Rosário: “Estamos virando referência”
94
te do Zambiapunga de Nilo Pe-
informa
protagonismo
comunitário,
Organização
O chamado das novas fronteiras
Luiz de Mendonça tem a missão de liderar a ETH em sua trajetória de crescimento texto Luciana Lana foto Dario de Freitas
C
om quase 6 mil m de altitude, o Monte Kilimanjaro, no norte da Tanzânia,
perto da fronteira com o Quênia, é o ponto mais alto do continente africano. Antigo vulcão, tem o topo coberto de neve e é rodeado por savana. Foi nesse lugar fascinante e desafiador que veio à mente do engenheiro Luiz de Mendonça, pela primeira vez, a ideia de ser o Líder Empresarial da ETH Bionergia. “Eu estava de férias, subindo o
monte com meus filhos, quando fiquei sabendo da oportunidade que se abria na ETH”, conta Luiz. Ele refletiu sobre sua trajetória profissional dentro da Organização e achou que era hora de encarar um novo desafio. Na época, ele ocupava o cargo de Vice-Presidente da Unidade de Negócios Internacionais e Negócios Verdes da Braskem. Com 10 anos de trabalho na Organização Odebrecht, Luiz voltou do Kilimanjaro para encarar um desafio de proporções se-
Luiz de Mendonça: “Nossa intenção é dobrar a capacidade instalada da empresa até 2020”
melhantes à subida do monte: a ETH é uma empresa nova, com crescimento significativo nos últimos anos e enorme potencial de expansão. Atuando na produção e
informa
95
96
comercialização de etanol, energia
é preciso um esforço enorme e
dos atuais R$ 5.600/hectare para
elétrica e açúcar para os mercados
sinergia impecável, envolvendo
R$ 4.300/hectare.
nacional e internacional, a empre-
plantio, colheita, programação
sa tem como meta se tornar a líder
de tratores, caminhões, pesso-
brasileira na geração de energia
as, troca de turnos, alteração
Capacidade de moagem
limpa e renovável. Atualmente,
de clima e uma série de aspec-
Cem por cento mecanizadas, as
conta com nove unidades indus-
tos logísticos”, enfatiza Luiz, que
nove unidades que compõem os
triais – duas adquiridas e sete pro-
acrescenta: “Este é o momento
cinco polos produtivos da empre-
jetos greenfield (iniciados do zero),
em que a ETH começa a atingir
sa têm capacidade de moagem de
nos estados de Goiás, Mato Gros-
uma estabilidade. Até aqui, a em-
40 milhões de toneladas de cana,
so, Mato Grosso do Sul e São Pau-
presa integrou, em média, cerca
para gerar 3 bilhões de litros de eta-
lo, e tem 15 mil integrantes.
de 3 mil pessoas a cada ano, e
nol e 2.700 Gwh de energia elétrica.
“As unidades agroindustriais
encerrou 2011 com a conquista
Entretanto, para atingir essa produ-
da ETH são referência no setor.
de 100 mil novos hectares plan-
ção, é preciso investir nos canaviais
Descarregamos um treminhão
tados. Agora é hora de aprimorar
e acrescentar a cada ano, até 2014,
(espécie de trem rodoviário) por
todos os nossos processos”.
100 mil novos hectares plantados.
minuto. Mas não é isso o que
“Plantar melhor” é o primeiro
Em 2011, foram moídos 13 milhões
impressiona alguém que vem da
passo, segundo Luiz de Mendon-
de toneladas de cana. Para este
petroquímica. Quando visitei pela
ça – e isso significa planejar, tra-
ano, a previsão de moagem é de
primeira vez uma frente agrícola
tar o solo, replantar o que for ne-
20 milhões e, para 2013, de 29 mi-
da ETH, entendi a complexida-
cessário, arrendar novas terras,
lhões de toneladas de cana.
de da operação: para descarre-
entre outras iniciativas. Uma das
“Nossa intenção é dobrar a
gar um treminhão por minuto
metas é reduzir o custo do plantio
capacidade instalada da ETH até
informa
Acervo Odebrecht
Unidade da ETH em Eldorado (MS): oportunidades diretas de trabalho e investimentos em educação, saúde, infraestrutura e inclusão social
2020, ano ao qual pretendemos
to de produtos químicos diversos
brinca. Mas o que mais o atrai, diz,
chegar sendo capazes de realizar
a partir do caldo da moenda (óleos
é o desafio de recrutar pessoas,
a moagem de mais de 80 milhões
graxos para as indústrias cosmé-
capacitá-las e engajá-las, além de
de toneladas de cana”, adianta
tica e de lubrificantes).
contribuir para o desenvolvimen-
Luiz. Para chegar a esse patamar,
Não fosse bastante, existem
to das comunidades. “A ETH está
serão necessários novos projetos
ainda projetos no exterior. Em
explorando novas fronteiras agrí-
greenfield, aquisições e associa-
Angola, a ETH apoia a construção
colas. Quando chegamos a uma
ções, e Luiz tem por base a avalia-
de uma usina de açúcar, com 32
cidade, além de gerar cerca de
ção positiva do mercado: só para
mil hectares e capacidade para
3 mil oportunidades diretas de tra-
atender a demanda nacional de
produzir 2 milhões de toneladas
balho, transformamos a vida das
etanol será preciso duplicar a pro-
do produto. Na América do Sul,
pessoas, investindo em educação,
dução. Há também uma série de
a equipe de Desenvolvimento
saúde, infraestrutura e inclusão”,
projetos em estudo com empre-
de Negócios da empresa estuda
afirma Luiz. Ele acrescenta: “O
sas parceiras. Com a Braskem,
oportunidades na Colômbia, no
que mais impressiona é que tam-
por exemplo, está sendo discu-
Peru e no México.
bém levamos às comunidades
tida a implantação de uma nova
Do desenho de um canavial
uma nova forma de pensar. Hoje,
unidade de polímeros “verdes”
à luminosidade necessária para
nossos integrantes são empre-
acoplada a uma unidade da ETH.
o crescimento da cana, Luiz de
sários, todos já conhecem a TEO
Com empresas de biotecnologia,
Mendonça diz que tem muito a
(Tecnologia Empresarial Odebre-
está sendo avaliada a produção do
aprender sobre seu novo mercado
cht). Em tão pouco tempo, fizemos
chamado etanol de segunda ge-
de atuação. “Até que as explosões
um excelente trabalho de acultu-
ração (feito a partir do bagaço da
solares descalibravam o GPS das
ramento, e isso é um grande moti-
cana) e também o desenvolvimen-
colhedeiras eu fiquei sabendo”,
vo de orgulho para nós”.
informa
97
Defesa e Tecnologia
Um tema soberano
Criada em 2011, a ODT concentra todas as iniciativas da Organização em um setor fundamental para o crescimento do país texto Fabiana Cabral
O
Brasil é o quinto maior
cial, cibernético e nuclear. Uma das
país do mundo, ocupa 47%
primeiras iniciativas foi a instituição
da América do Sul e tem
do Programa Nacional de Desen-
uma geografia privilegiada. Possui
volvimento de Submarinos (Pro-
23 mil km de fronteiras, sendo mais
sub), da Marinha do Brasil. Escolhida pela francesa DCNS -
países vizinhos – e 7.300 km maríti-
uma das líderes mundiais em defe-
vegetação variados, o território brasileiro é conhecido por sua ampla biodiversidade, grandes reservas hídricas e potencial energético. O
Roberto Simões: desenvolvimento de tecnologias
FOTO:
mas. Com geologia, relevo, clima e
HOLANDA CAVALCANTI
de 15.700 km terrestes – com 10
tegrar o Consórcio Baía de Sepetiba (CBS), que gerencia o programa, e a Itaguaí Construções Navais (ICN), empresa responsável pela construção de quatro submarinos conven-
país agora se prepara para explorar a “Amazônia Azul”, área de cerca
democracia. Iniciou-se a criação
cionais e de um submarino nuclear,
de 4.500 km onde se encontram,
de uma indústria de defesa nacio-
com transferência de tecnologia. A
entre outras riquezas, as reservas
nal autônoma e tecnologicamente
Odebrecht Infraestrutura foi desta-
do pré-sal.
independente. “Uma indústria de
2
Recentemente, o Brasil deu
defesa sólida gera desenvolvimen-
mais um importante passo para
to de novas tecnologias e oportu-
consolidar seu papel no cenário
nidades de trabalho qualificadas”,
geopolítico internacional, partici-
afirma Roberto Simões, Diretor
pando, como líder, de intervenções
Executivo da Odebrecht Defesa e
militares no Haiti e do Comando da
Tecnologia (ODT).
Frota das Nações Unidas, na costa do Líbano.
98
sa naval –, a Odebrecht passou a in-
Defesa nacional
Nos últimos 30 anos, porém,
Para garantir o monitoramento
poucos investimentos foram reali-
das fronteiras e proteger os re-
zados para a proteção do território
cursos naturais do país, o Governo
nacional. Tornou-se necessário,
brasileiro lançou, em dezembro
então, atualizar os sistemas de
de 2008, a Estratégia Nacional de
defesa e segurança, assegurar a
Defesa (END), visando a moder-
soberania da nação e resguardar
nização das Forças Armadas e o
fronteiras, riquezas, população e
fortalecimento dos setores espa-
INFORMA
O Prosub iniciou a fabricação de quatro submarinos convencionais, como o desta foto, e de um submarino movido à energia nuclear, previstos para estarem prontos em 2017
Mectron: desenvolvimento e fabricação de equipamentos aeronáuticos embarcados em aeronaves civis e militares
Proteção dos ativos do país
cada para a construção do estaleiro
prestados às Forças Armadas, in-
e da base naval, em Itaguaí, no Rio
tegradora de sistemas complexos
A atuação nesses projetos fez
de Janeiro, onde serão fabricados
para os setores de defesa, espaço
com que a Organização, em 2011,
e operados os submarinos. No ano
e segurança pública.
concebesse a Odebrecht Defesa e
passado, cortaram-se as primeiras
A Mectron fabrica sistemas de
Tecnologia (ODT), que concentra to-
chapas das seções dos primeiros
mísseis e produtos de alta tecno-
das as iniciativas na área de defesa
submarinos.
logia para o mercado aeronáu-
e segurança. “A Organização sentiu
A participação da Odebrecht no
tico, como radares, sistemas de
que o setor é fundamental para o
setor não parou por aí. Em 2010, a
comunicação, comando e contro-
crescimento e desenvolvimento do
empresa formou uma joint venture
le para aviões. Para o setor es-
país, com proteção dos seus ativos,
com a Cassidian, do grupo europeu
pacial, fabrica a parte eletrônica
como água, energia e biodiversida-
EADS, para atuar na integração de
embarcada nos veículos lança-
de”, salienta Roberto.
sistemas críticos na área de defe-
dores e subsistemas de satélites,
Desde então, a ODT passou a
sa e segurança. No ano passado,
como sistemas de energia, ar-
operar na concepção de grandes
adquiriu o controle da Mectron,
mazenamento de dados, teleme-
projetos em ambientes de alta com-
empresa com 20 anos de serviços
tria e telecomando.
plexidade, na estruturação da arquitetura financeira dos investimentos e em absorção, elaboração e emprego de tecnologias avançadas. Segundo Roberto Simões, a empresa contribui, ainda, para a modernização do Sistema Nacional de Defesa, como vetor de desenvolvimento e estímulo à produção industrial brasileira. “Temos capacidade de relacionamento político e estratégico e de absorção de tecnologia, e competência industrial para colaborar com a END e com os programas do Ministério da Defesa, como o SISFRON, na fronteira ‘seca’, e o SisGAAz, na fronteira ‘molhada’”, ressalta Roberto Simões.
INFORMA
99
gente
Vida de mestre Sílvio: há 52 anos na Organização, sempre com seu capacete preto
S
eu Sílvio ingressou na Tenenge em 13 de novembro de 1958, como soldador. Em 1967,
observando os engenheiros com capacetes bran-
foto:
Elvio Luiz
cos, resolveu usar um modelo personalizado, preto – sua marca até os dias atuais. Integrante da Odebrecht Engenharia Industrial na obra PTA POY PET, em Pernambuco, Sílvio Freitas completará 80
Tempo de realizações
anos em outubro. Chega ao canteiro às 6h da manhã
Rafaela vive um momento muito especial – no trabalho e na vida
séries do ensino fundamental, mas é um mestre.
e não para até o sol se por. Cursou apenas quatro “Aprendi tudo o que sei no trabalho e com o traba-
A engenheira Rafaela Elaine Araújo é Gerente de Ope-
lho”, ensina.
rações da concessionária Rota dos Coqueiros, em Pernambuco. Trata-se de uma concessão de 33 anos para implantação, operação e manutenção do trecho rodoviário de 6,5 km que liga Recife aos municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, no sul do estado. A Rota dos Coqueiros, da qual faz parte a Ponte do Paiva, sobre o Rio Jaboatão, tornou-se, segundo Rafaela, “um cartão-postal de Pernambuco”. Nascida em Campina Grande (PB), ela está grávida do primeiro filho, esperado para setembro,
paisagem. “Estamos em um local de natureza privilegia-
L Lubambo Hia olanda Cavalcanti
da”, afirma Rafaela.
foto foto:
e aproveita ao máximo o lugar onde trabalha. Em seus horários de lazer, de manhã ou ao cair da tarde, sempre pode ser encontrada caminhando na praia e apreciando a
Trabalho e família Bruno transmite seus aprendizados aos companheiros e aos filhos
S
empre tive vontade de aprender, e a Odebrecht me possibilitou, mais que aprender, transmitir o que sei aos meus companhei-
ros e à minha família”, diz Bruno Miguel Gonçalves, Encarregado de Mecânica nos projetos da Odebrecht na Província de Benguela, em Angola. Integrante há 12 anos, ele diz que a empresa tem sido sua
Guilherme Afonso
mais importante escola. “Meus líderes me ensinaram até a cuidar da economia doméstica”. Bruno aproveita seus momentos de folga para curtir os filhos. Frequentemente vai à praia com os mais velhos: Ronaldo, que quer trabalhar na área de eletrônica, e Rivaldo,
foto:
cujo sonho é ser um astro do futebol angolano.
100
informa
Próxima edição:
Meio Ambiente
RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO EMPRESARIAL NA CONSTRuTORA NORBERTO ODEBREChT S.A. Márcio Polidoro
Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 160 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.
RESPONSáVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA CONSTRuTORA NORBERTO ODEBREChT S.A. Karolina Gutiez COORDENADORES NAS áREAS DE NEGóCIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa COORDENAçãO EDITORIAL Versal Editores Editor José Enrique Barreiro Editor Executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes Ilustrações Karmo e Adilson Secco Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti Tiragem 5.650 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 / São Paulo (55) 11 3641-4743 email: versal@versal.com.br
foto: Fernando Vivas
“Os melhores executores, em qualquer profissão, veem sempre nas pessoas que treinam e desenvolvem o mais esplêndido monumento que podem deixar atrás de si” TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]
102
informa