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# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012

ESPORTES

A forรงa transformadora de uma paixรฃo universal


1º lugar – celular Anderson Munhoz

2º lugar – máquina Lauren Pereira

3º lugar – celular Francisco da Cunha Melo

II

informa


1º lugar – máquina Carolina Almeida de Souza

3º lugar – máquina Erick Marcel Carvalho

2º lugar – celular José Marcelo Arruda de Oliveira

Nestas páginas, as imagens vencedoras do concurso Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa

Ao lado, fotos que receberam menções honrosas, de autoria de (a partir do alto, à esquerda, no sentido horário) Olavo de Pinho, Lauren Pereira, Alex Vasconcellos da Silva Guedes e Juliano de Paula Santos

informa

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www.odebrechtonline.co Edição online

> O Programa de Caminhada e Corrida da Braskem, em São Paulo, mostra que não é preciso ser atleta profissional para manter hábitos saudáveis.

Acervo online

# 161 ano XXXIX JULHO/AGOSTO 2012

ESPORTES

A força transformadora de uma paixão universal

> O Clube de Corrida e Saúde Braskem em Camaçari (BA) e Paulínia (SP) tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos integrantes da empresa.

> Conheça as histórias por trás das fotos vencedoras do concurso Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa.

> Casamento coletivo na Arena Corinthians: trabalhadores que ajudam a construir o estádio da abertura da Copa de 2014 e seus cônjuges formalizam a união

> Você pode acessar o conteúdo completo desta edição em HTML ou em PDF

> Acesse as edições anteriores de Odebrecht Informa, desde a número 1, e faça o download do PDF completo da revista.

> Relatórios Anuais da Odebrecht desde 2002.

> Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev).

informa


m.br

> Leia Odebrecht Informa no seu tablet e no seu smartphone . > Reportagens, artigos, vídeos, fotos, animações e infográficos.

Videorreportagem

> Conheça os detalhes da construção da Arena Corinthians e da reforma do Maracanã, palcos, respectivamente, do jogo de abertura e da final da Copa do Mundo de 2014. > Arena Fonte Nova e Arena Pernambuco: inovação tecnológica e reaproveitamento de recursos fazem dos dois empreendimentos bons exemplos de engenharia sustentável. > No interior de Pernambuco, a reforma do Salgueirão, estádio do Salgueiro Esporte Clube, promete esquentar os clássicos da Série B do Brasileirão. > No Rio de Janeiro, o projeto Porto Maravilha, que deverá se tornar um dos principais legados das Olimpíadas de 2016, possibilita descobertas arqueológicas da época do Brasil Colônia.

Blog

> Conheça três dicas de leitura sobre desenvolvimento sustentável. > A Organização Odebrecht é eleita uma das “50 empresas do bem” pela revista Isto é Dinheiro. > Rio+20: plástico verde fabricado pela Braskem contribui para a discussão sobre sustentabilidade.

> Siga Odebrecht Informa pelo twitter @odbinforma e saiba das novidades imediatamente.

> Comente os textos do blog e participe enviando sugestões para a redação.

> A preservação do conhecimento Núcleo da Cultura Odebrecht (NCO): uma visão histórica dos resultados alcançados pela Organização Odebrecht

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Capa: Praticante de vôlei na Ilha do Cabo, em Luanda. Foto de Guilerme Afonso

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#161

8

Conheça a história de integrantes da Organização que têm o esporte na cabeça e no coração – o tempo todo

14

Carlos José Cunha e o desafio de liderar a SuperVia em uma obra “permanente”, que atenderá 1 milhão de pessoas em 2016

16

Obras no Rio de Janeiro preparam a cidade para receber as Olimpíadas de 2016. E para muito mais

26

Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht ajuda a realizar o sonho de jovens atletas – e de um país inteiro

28

Vila dos Atletas, no bairro Ilha Pura, em execução na Barra da Tijuca, abrigará os heróis olímpicos no Rio em 2016

31

Projeto apoiado pela ETH ajuda a formar atletas que também são craques na sala de aula

34

Benedicto Junior fala da Copa de 2014, das Olimpíadas de 2016 e do legado do aumento da autoestima do povo brasileiro

39

Concurso fotográfico: integrantes da Odebrecht saem às ruas em busca de belas imagens do esporte

42

Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco veem nascer (ou renascer) quatro arenas que serão motivo de orgulho para o país

54

American Airlines Arena, em Miami, contruída pela Odebrecht e inaugurada em 1999, é a casa da equipe campeã da NBA em 2012 informa


ESPORTES 58

Memória: as inestimáveis lições proporcionadas pelos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro

62

Veja de que forma as matérias-primas petroquímicas estão presentes no futebol e em muitas outras modalidades esportivas

66

Iniciativas com a participação da Braskem fazem do esporte uma ponte para a cidadania

72

Nas praias e nas ruas de Angola, uma nação dá provas cotidianas de seu amor pelo esporte

78

Abrindo Espaços: jovens de Macaé, no litoral fluminense, têm apoio para superar situações de risco social

82

Foz Águas 5: uma concessionária com uma missão fundamental no contexto das Olimpíadas

86

Corrida e Caminhada Odebrecht: um estímulo (cada vez mais bem recebido) para a prática de hábitos saudáveis

88

Marco Aurélio Fonseca escreve sobre o esporte como ferramenta de desevolvimento e inclusão social

No mapa, estão indicados em branco os países e os estados brasileiros onde são realizados os projetos e programas retratados nesta edição de Odebrecht Informa e onde vivem e trabalham as pessoas que protagonizam as reportagens

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informa


EDITORIAL

Cada vez melhor

C “Nas páginas a seguir, você conhecerá histórias de pessoas, empresas, cidades e países que acreditam no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, altius, fortius. Sempre”

itius, altius, fortius. Mais rápido, mais alto (ou mais longe), mais forte. O lema olímpico ensina, inspira e incentiva: é preciso ir sempre além e superar os limites. É uma verdade que se aplica não apenas aos atletas, os heróis olímpicos, mitos de carne e osso que emocionam o mundo a cada quatro anos. Ela vale também, ou principalmente, para as cidades que recebem os jogos e, mais ainda, para as pessoas que tornam essas cidades aptas a sediar aquele que é o evento esportivo mais importante do planeta, como será o caso do Rio de Janeiro em 2016. Sim, o Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa – recém eleita pela Unesco Patrimônio Cultural da Humanidade na categoria Paisagem Cultural Urbana –, está seguindo o lema olímpico ao pé da letra. A capital do estado fluminense passa por obras de infraestrutura – sobretudo no Centro e na Zona Oeste – que a colocarão em plenas condições de se tornar o centro mundial do esporte em 2016. Mas, na verdade, é muito mais que isso. Citius, altius, fortius. Os projetos em andamento no Rio de Janeiro tornarão a cidade apta a alcançar algo ainda mais importante que sediar os Jogos Olímpicos: com os empreendimentos ora em execução, a cidade proporcionará à sua população um extraordinário ganho de qualidade de vida, resultado do surgimento de avançadas soluções nas áreas de mobilidade urbana e habitação, por exemplo. É o que se define como legado. Antes, porém, o Rio e outras 11 capitais brasileiras serão palco de um acontecimento que está no mesmo patamar de importância e visibilidade das Olimpíadas: a Copa do Mundo. Em 2014, 32 países representados por suas seleções de futebol estarão em território brasileiro para disputar a supremacia do esporte mais popular do mundo. A reforma do legendário Estádio do Maracanã e a construção das arenas Corinthians, Fonte Nova e Pernambuco são destaques entre as obras que prepararão o país para receber o maravilhoso torneio do beautiful game organizado pela Fifa. E muito mais: essas novas arenas proporcionarão novos espaços multiuso, que servirão ao esporte e também à arte, à cultura e ao entretenimento. E ainda: poderão contribuir para o nascimento de uma nova mentalidade na gestão do futebol brasileiro. Legado. Nesta edição de Odebrecht Informa, você lerá sobre tudo isso e também sobre os projetos que têm o esporte como instrumento de fortalecimento da cidadania. Saberá de que forma uma quantidade cada vez maior de pessoas está conseguindo tornar o esporte parte de sua vida cotidiana – não como uma obrigação, mas como uma grande paixão. Nas páginas a seguir, enfim, você conhecerá histórias de pessoas, empresas, cidades e países que acreditam no lema olímpico e o vivem no dia a dia. Citius, atius, fortius. Sempre. Boa leitura.


esport

apaixonados pelo texto João Marcondes

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E

sporte é saúde. E obsessão, amor, arte,

uma amiga, na Gincana da Primavera, em Salvador. A

ciência, raciocínio, terapia, meditação,

menina tinha três irmãos surfistas ciumentos que até

trabalho. É um jogo. É paixão também.

hoje são seus amigos. Um dia, na praia do Havaizinho,

Nesta reportagem, Odebrecht Informa

na Pituba, eles o convidaram a subir em uma prancha,

conta a história de integrantes de duas

mas “esqueceram” de passar a parafina (que dá a

empresas da Organização (Braskem e Odebrecht In-

aderência). Resultado: tombo atrás de tombo. A brin-

fraestrutura) que fazem do esporte, acima de tudo,

cadeira apenas estimulou Kleber a continuar. “Quando

um estilo de vida. São enredos de tombos e medalhas.

consegui me firmar, nunca mais parei.” Quarenta anos

E exemplos de quem quer tornar o mundo um lugar

depois e com muitos títulos brasileiros e baianos na

mais aprazível para viver.

bagagem, ele é hoje um dos mais antigos e queridos surfistas e remadores de Salvador.

De Itapuã ao Havaí

8

Carioca de nascimento, baiano por adoção, enge-

A relação de Kleber Batinga com o surfe nasceu por

nheiro de profissão, suas paixões são a família, o tra-

uma feliz casualidade. Quando garoto, no início dos

balho e o mar. Costuma olhar serenamente para as

anos 70, ele costumava concorrer, em companhia de

cores verde e azul do mar de Itapuã e se inspirar para

informa



trabalho, como a necessidade de sistematização e raciocínio rápido, o apreço por estratégia e a tática.

Esporte e amizade O vôlei também tem muito a inspirar as pessoas no ambiente de trabalho. Paula Yuko Ogata, paulista de 24 anos, engenheira de Desenvolvimento de Produtos da Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), praticou vários esportes, como ginástica olímpica e natação, mas foi o espírito de coletividade do voleibol que a conquistou. “É muito bom para fazer amigos”, destaca. Tanto que,

Kleber Batinga: um dos mais antigos surfistas e remadores de Salvador

fotos: Élcio Carriço

quando chegou à Porto Alegre, há nove meses, tratou de ajudar a reunir os fãs do esporte, novatos e veteranos, que andavam dispersos, para “bater uma bolinha” na Aceb (Associação Cultural e Esportiva da Braskem), uma vez por semana após o expediente. Natural de Araraquara (SP), Paula deu suas primeiras manchetes e cortadas com os primos. Foi campeã dos Jogos Regionais Paulistas Mirim por sua cidade natal. A história com o xadrez nasceu quase por acaso. Aos 21

Seu maior ídolo no esporte é o jogador Giba.

anos, afastou-se do trabalho por problema de saúde. Co-

“A Braskem estimula os integrantes à prática esporti-

meçou a jogar Atari em casa e descobriu um cartucho

va e à vida saudável. Um dos instrumentos para isso são

de xadrez. O resto é história de títulos baianos, regionais

os informativos internos”, ela comenta. Foi por aí que

e de jogos do Sesi. Seus filhos Esdras, 17 anos, e Eude,

Paula descobriu sua turma.

14, seguem o mesmo caminho. Ambos já são campeões baianos em suas categorias.

Um vida para o remo

Neemias, Responsável por Operações Industriais da

Compleição física adequada (1,98 m de altura, ótima

Braskem no Polo de Camaçari, vê algumas similarida-

envergadura), disciplina para acordar antes do ama-

des importantes entre as exigências do xadrez e de seu

nhecer e espírito de equipe. Sérgio Paiva Silveira esteve bem perto de se tornar um atleta profissional do remo. Quando jovem, seu desempenho chamou atenção e ele foi convidado a treinar no Flamengo, no Rio de Janeiro.

Neemias Paris: xadrez é arte, esporte e ciência

Ele foi, mas ficou apenas três meses. “Há pouco incentivo para o atleta no país. Preferi me concentrar na profissão”. Isso não impediu Sérgio de continuar treinando, competindo. E ganhando. Sua sala tem mais de 200 troféus e medalhas, uma delas a de bronze do Campeonato Mundial de Masters, na Espanha, em 1999. Ele vai para a água ao menos quatro vezes por semana. “Quero competir até os 75 anos, que é a categoria ‘I’ de competição”, garante o gaúcho de 48 anos, Técnico de Manutenção da Braskem no Polo de Triunfo. A família sempre esteve ao lado de suas investidas esportivas, mas hoje a estrela da companhia é sua filha, Sofia, de 12 anos, atleta promissora no voleibol do clube Sogipa.

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informa


Upgrade na corrida A arquiteta Izabela Sander, 30 anos, nunca quis se tornar atleta profissional. Seu objetivo era apenas ficar em forma e, para isso, fazia corridas esporádicas. Até que, por meio de uma iniciativa da Odebrecht Infraesturura, onde trabalha, entrou para um grupo de corrida, que é acompanhado por uma assessoria esportiva profissional. O que era, de início, apenas entusiasmo transformou-se em um envolvimento tal que a corrida passou a fazer parte de sua vida. “Os profissionais do grupo me deram orientações importantes, que me levaram a correr melhor! O tipo de pisada, o ritmo, a alimentação e o aprendizado de como o corpo responde a tudo isso”, relata. “Eu não sabia a diferença entre massa magra e gordura e de sua importância para o desempenho e o bem-estar. Eu me preocupava apenas com a balança”. Fazer exercício tornou-se prazer, segundo Izabela, que mora em Belo Horizonte. “Tudo melhorou na minha vida. Hoje, me alimento melhor, tenho mais disposição, po.” Casada, mãe de uma filha, Izabela levou seus novos hábitos para dentro de casa. Conseguiu incentivar seu marido, antes sedentário, a também adquiri-los. “Ele mudou a alimentação, emagreceu 30 kg, entrou para a academia e hoje corremos juntos!”, conta, satisfeita.

Sérgio Silveira: planos de remar até os 75 anos

fotos: Ricardo Chaves

um sono tranquilo, além, é claro, da resposta do corPaula Ogata: “É muito bom para fazer amigos”

A piscina como segundo lar “Amor” também é a palavra usada pelo gaúcho André Mombach para explicar o que sente pela natação. Quando criança, ele foi a uma festinha de aniversário. Na casa, havia uma piscina, e a garotada resolveu cair na água. André foi atrás, mas não sabia nadar. “Quase me afoguei, e minha mãe, de imediato, me colocou na natação”. A história de amor nasceu assim. A piscina virou seu segundo lar. No período mais duro de treinamento, acordava às 4 horas da manhã, no frio inclemente de Porto Alegre, para treinar todos os dias. Mas ele não reclamava. “Quando estou na água, entro em estado de meditação, penso na vida, tenho boas ideias para o trabalho e para o estudo”, diz André, hoje com 20 anos, Analista de Laboratório da Braskem e cursando faculdade de engenharia de energia. Em 2009, durante um carnaval no litoral gaúcho, ele e amigos brincavam no mar quando um deles se desgarrou do grupo e “caiu” num buraco (desnível do mar). Se não fosse André nadar contra a corrente para tirá-lo dali,

informa

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disputei uma prova com Vanderlei Cordeiro de Lima (medalhista de bronze nas Olimpíadas de Atenas 2004) na prova do Círio de Nazaré, em Belém, em 1996. Ele chegou em primeiro e eu, em terceiro”, relembra, com orgulho. Aos 43 anos, residente em Açailândia (MA), ele pretende representar a Odebrecht em sua 11ª São Silvestre.

Foco oriental Danilo Oshiro também precisa ser bom das pernas. A bolinha pesa apenas três gramas e meia, mas voa a uma velocidade de até 160 km/h, e é preciso rebatê-la centenas de vezes por jogo. Resistência, destreza e concentração são características que acompanham Danilo, Izabela Sander: conscientização em família

foto: Eugênio Sávio

31 anos, desde que começou no tênis de mesa, aos 14 anos, em sua Santos (SP) natal. Analista de Planejamento da Braskem no escritório de Porto Alegre, fã do mesatenista Cláudio Kano, ele treina todos os fins de semana, em Porto Alegre, e representa a empresa em jogos do Sesi. Em um campeonato, chega a jogar sete partidas (de meia hora) em um único dia.

seria a história de mais um afogamento trágico.

“O biotipo e a disciplina são armas que fazem os

A natação é parte da vida de Mombach, como é conhe-

orientais os mais fortes desse esporte”, analisa seu téc-

cido. De brilhante carreira no infantil e juvenil, chegou a ter

nico Jorge Fanck que, normalmente, enfrenta Danilo

índices para competir nacionalmente na categoria adulto, quem sabe até para tentar grandes jogos, como Panamericano e Olimpíadas. “Mas faltou o patrocínio”, brinca ele.

Ao lado de Vanderlei O início do relacionamento de Pedro Jesus Figueiredo com o esporte foi de pés descalços. Nascido e criado no interior do Maranhão, ele costumava percorrer longas distâncias desse jeito, sem nada a lhe proteger os pés. Como quando, por exemplo, ia da cidade de Cidelândia à fazenda onde morava sua irmã, na roça. Começou a dar uns trotes para apressar o caminho. A partir de 8 km, sentia-se relaxado, e a corrida fluía. Pensou: “Acho que sou bom nesse negócio de correr”. Virou corredor, maratonista na melhor tradição dos fundistas quenianos, de história parecida à desse montador de trilhos da Expansão da Estrada de Ferro Carajás, obra executada pela Odebrecht Infraestrutura. Logo começou a se destacar e vencer pequenas propassando e gritava: “Onde está indo, rapaz? Desse jeito vamos ter que te amarrar!” Não amarraram. E ele foi longe. Disputou 10 São Silvestres e ganhou 211 medalhas ao longo da carreira de 20 anos. “Um dos momentos mais emocionantes foi quando

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informa

Arquivo pessoal

vas. Treinava nas ruas de Cidelândia. O pessoal o via

Pedro Figueiredo: longa experiência na São Silvestre


foto: Ricardo Chaves

Danilo Oshiro: início no tênis de mesa aos 14 anos

em competições oficiais. “Um dos meus objetivos atuais é derrotá-lo”, diz Danilo, brincando (mas nem tanto).

On the road O esporte, para Geraldo Villin Prado, 54 anos, é, acima de tudo, uma terapia. Ele é motociclista. “É higiene mental. Não penso em nada quando estou na estrada”, assegura ele, aficionado pelas máquinas de duas rodas desde criança, quando observava seu avô, que nunca guiou um carro, apenas motos. No início de 2012, Villin partiu para a aventura mais incrível de sua vida. Uma viagem de 8.200 km de São Paulo até o Deserto do Atacama, o mais árido do mundo, no Chile, e a volta a São Paulo. Ele e mais quatro irmãos, todos em motos. Fizeram a travessia da Argentina para o Chile pelo Passo de San Francisco (de raro uso) e desceram quase 5 mil m em apenas um dia. Preparo físico é essencial para um tour desses. Afinal, fica-se até 10 horas em cima da motocicleta. Ao longo de 17 dias, Villin foi recompensado com paisagens de tirar o fôlego: florestas de araucária, cactus, deserto, cordilheira, montanhas de sete cores.

quando está na estrada”, comenta o Responsável pelo Programa de Investimentos da Odebrecht Infraestrutura, que também já fez ralis de regularidade sobre duas rodas. O sonho agora é estar novamente on the road, dessa vez na Capadócia, Turquia.

foto: Holanda Cavalcanti

“A principal virtude exigida de quem pilota uma motocicleta é a atenção. Afinal, ele não é enxergado pelos outros

Geraldo Villin: preparo físico e atenção

informa

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PERFIL: Carlos José Cunha

Condutor de uma obra permanente Presidente da SuperVia tem a missão de liderar a empresa em um processo de aprimoramento que ultrapassa o horizonte das Olimpíadas texto Elea Almeida foto Marcos Michael arlos José Cunha passou

C

Formado em Engenharia Civil

safiadores, na obra do maior shaft

30 dos seus 60 anos de vida

pela PUC do Rio de Janeiro em 1974,

vertical do Brasil, na mina de São

na Odebrecht, onde hoje

o carioca Carlos José participou de

Bento, a 80 km de Belo Horizonte.

atua como Presidente da SuperVia,

obras marcantes para a cidade nas

Na época, conquistou um prêmio

operadora do serviço de trens urba-

quatro décadas de sua carreira. Es-

internacional pela execução de

nos da região metropolitana do Rio

teve na equipe que construiu a Ponte

1.100 m de túnel sem acidentes (a

de Janeiro, que tem a Odebrecht

Rio-Niterói, os aeroportos Galeão e

média mundial era, então, de um

TransPort como acionista majoritá-

Santos Dumont, o Autódromo de

acidente fatal a cada 300 m).

ria. Depois de tanto tempo, ele não

Jacarepaguá, os emissários de Ipa-

Propostas da Organização para

apenas coloca naturalmente em

nema e da Barra da Tijuca, o Hotel

trabalhar no exterior nunca lhe fal-

prática os princípios estabelecidos

Marriott de Copacabana, entre ou-

taram, mas ele optou por ficar no

pela Tecnologia Empresarial Ode-

tras obras.

Brasil. “Recebi cinco convites para

brecht (TEO), mas busca aprimorá-

Fora de sua terra natal, assumiu

atuar em outros países, mas o des-

-los na realização de suas tarefas

responsabilidades do Rio Grande

tino sempre me manteve por perto”,

cotidianas.

do Sul ao Amazonas. Sua estreia

diz. “Apesar de acreditar na impor-

Ao chegar ao escritório, faz ques-

na Odebrecht foi em 1982, em Vi-

tância de uma experiência interna-

tão de apertar a mão de quem en-

tória, na obra do Porto de Praia

cional, optei por contribuir para o

contra pelo caminho e dar atenção

Mole. “Acompanhei o crescimento

avanço do Brasil e, principalmente,

a quem quer conversar. “Aproxima-

da Organização. Quando cheguei, a

do Rio de Janeiro.”

mos os integrantes para que todos

Odebrecht já era grande, mas nin-

O anúncio de que a capital flu-

possam se expressar. A porta da mi-

guém esperava que crescesse tan-

minense seria palco da Copa e das

nha sala fica aberta. Todos têm total

to”, afirma.

Olimpíadas fez com que Carlos José

liberdade de entrar e sair. E, cada

Em 1989, em Minas Gerais, teve

procurasse Benedicto Junior, Líder

vez mais, demonstram orgulho de

um de seus momentos mais de-

Empresarial da Odebrecht Infraes-

pertencer à nossa empresa”, conta Carlos José. No cargo desde janeiro de 2011, ele sabe o tamanho do desafio que tem pela frente: a revitalização da SuperVia faz parte do legado que a Odebrecht, no controle acionário da companhia desde 2010, quer deixar dos eventos esportivos (Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016).

14

informa

“Meu cliente é a população do Rio de Janeiro”


trutura, e pedisse para atuar nos

cidade do Rio de Janeiro e mais 11

deste ano. Desde janeiro, a SuperVia

preparativos para os dois maiores

municípios da região metropolitana,

tem um dos mais modernos centros

eventos esportivos do mundo. “Eu

totalizando 10 milhões de habitan-

de controle operacional do mundo.

queria concluir minha missão no Rio

tes. “Toda obra tem início, meio e

Um novo sistema de sinalização

assim. Quando me convidaram para

fim, mas essa aqui é permanente.

reduzirá de 6 para 3 minutos o in-

a SuperVia, pensei que não havia

Não estarei aqui na SuperVia quan-

tervalo entre os trens. Todas as es-

sido compreendido, mas em menos

do a concessão acabar, em 2048,

tações serão reformadas, inclusive

de 10 minutos me convenci de que

mas temos que deixar esta semen-

a histórica Central do Brasil. Com a

tal desafio tinha tudo a ver com os

te plantada: o sistema revitalizado,

renovação total da SuperVia e a me-

jogos.”

com padrão de atendimento de ex-

lhoria da qualidade do atendimento,

celência”, reforça Carlos José.

a meta é atender 1 milhão de pas-

Carlos José afirma que foi presenteado com uma tarefa cuja rea-

Como parte da revitalização da

sageiros a partir de 2016. Hoje, são

lização possibilitará o atendimento

SuperVia, estão sendo feitos inves-

570 mil. “Meu cliente é a população

não apenas das demandas da Copa

timentos de R$ 2,4 bilhões. Serão

do Rio de Janeiro, e minha prio-

e das Olimpíadas, mas, sobretudo,

comprados 120 trens novos, dos

ridade é satisfazer esse público”,

de milhares de pessoas em várias

quais 30 estarão em circu-

comunidades da região metropolita-

lação até o fim

diz Carlos José.

na. Os 160 trens da SuperVia circulam em uma malha de cinco ramais e 270 km de extensão, interligada por 100 estações, e atravessam a

Carlos José: “Toda obra tem começo, meio e fim, mas esta aqui é permanente”

informa

15


transfor Nova onda de

texto José Enrique Barreiro fotos Geraldo Pestalozzi

Centro do Rio de Janeiro recebe obras para sua revitalização e que também ajudarão a cidade a sediar as Olimpíadas de 2016 e jogos da Copa do Mundo de 2014

16 16

informa



A Avenida Central (atual Rio Branco) recém-inaugurada, em 1910: um dos ícones da reforma urbana que conferiu nova face ao Rio de Janeiro

E

ntre 1903 e 1906, o Rio de Janeiro viveu

água nem de esgotos, o que propiciava a ocorrência de

uma transformação sem precedentes.

sucessivos surtos de doenças e epidemias. Em parale-

Com cerca de 1 milhão de habitantes, a

lo, especialmente entre as elites, pairava a aspiração

cidade, naquele tempo concentrada na

de tornar a capital da República uma cidade moderna

região hoje conhecida como Centro, expe-

e cosmopolita, no melhor estilo das principais cidades

rimentou uma reforma urbana que mudou completa-

europeias – e de Paris em particular, dada a forte influ-

mente sua feição. Foram abertas as avenidas Central

ência francesa sobre o Rio naquela época.

(atual Rio Branco), Mem de Sá, dos Passos, Beira-Mar

Hoje, pouco mais de 100 anos depois da reforma de

e Atlântica, ruas passaram por alargamentos, reforma-

Pereira Passos, o Centro do Rio de Janeiro vive uma

ram-se praças e largos, ergueu-se o Teatro Municipal

nova onda transformadora, que deverá produzir im-

e muitas outras obras foram construídas. Realizada du-

pacto semelhante. Conhecido como Porto Maravilha, o

rante a gestão do prefeito Pereira Passos, e conhecida

projeto em andamento congrega um amplo conjunto de

popularmente como Bota Abaixo, a reforma demoliu

obras e serviços que estão recuperando e revitalizando

cerca de 1.600 prédios e o morro do Senado. Mas con-

a região. O Prefeito Eduardo Paes comenta: “Uma cida-

feriu ao Rio a face pela qual a cidade ansiava.

de que não cuida da sua área de origem, que não cuida

As mudanças políticas (transição do Império para

de seu Centro, é uma cidade sem identidade. Um dos

a República, em 1889) e sociais (imigração europeia,

primeiros desafios que estabelecemos ao assumirmos

abolição da escravatura e expansão do trabalho livre,

a Prefeitura foi viabilizar esse sonho que parecia impos-

na mesma época), haviam impactado o ambiente urba-

sível para o Rio de Janeiro, que era a recuperação da

no, que conheceu um grande crescimento populacio-

sua zona portuária”.

nal e a disseminação de cortiços e outras habitações

Leandro Azevedo, Diretor-Superintendente da Ode-

precárias. As condições sanitárias eram péssimas. Não

brecht Infraestrutura no Rio de Janeiro, explica que a

havia redes de abas-

cidade finalmente reuniu condições políticas e econô-

tecimento de

micas para que todos os investimentos em mobilidade


urbana e infraestrutura, planejados há mais de uma

a região portuária estava abandonada. O projeto Porto

década, fossem realizados. “O nosso maior desafio”, diz

Maravilha vem fazer esse salvamento, de forma séria

ele, “é que todos esses investimentos estão sendo feitos

e profissional”, aprova Gabriel Catarino, Fundador da

simultaneamente. Temos 10 mil pessoas trabalhando

Associação de Moradores e Amigos do Bairro da Saúde.

na área central da cidade, construindo novas vias, redirecionando e reformando outras, mexendo no subsolo,

Obras por todo lado

abrindo túneis e remodelando todo o sistema de esgo-

Toda a movimentação que ocorre no Centro do Rio

to, água, drenagem e telecomunicações da região, num

– e que também ajuda a preparar a cidade para rece-

movimento que o Rio não via há muito tempo”.

ber as Olimpíadas de 2016 e o jogo de encerramento

Com o Centro de sua cidade transformado em um

da Copa do Mundo de Futebol de

grande canteiro de obras, o carioca vive os transtornos contrário, sabe bem o que isso significa. “Há 70 anos,

ES

MG

provocados por esse mutirão, mas não se queixa. Ao

2014 – só foi possível por conta

RJ

SP

Rio de Janeiro

Recuperação da da Recuperação zona portuária portuária zona

Rio de Janeiro

Área abrangida:

490 hectares Reforma e ampliação do sistema viário Implantação de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) Novas redes de esgoto, água, energia e gás Iluminação pública e galerias de águas pluviais

Baía da Guanabara

Novo sistema de telecomunicações

lves

es A drigu

o Av. R

Av. Ve nezue la

Av. Francisco Bicalho

Santo Cristo Linha

T do VL as

o Branc Av. Rio

Gamboa

Saúde

Centro

Aeroporto Santos Dumont

te Varg siden Av. Pre

Implantação de Veículo Leve sobre Trilho

Implantação de Veículo Leve sobre Trilho

Integração do Cen-

Integração do Centro com a zona portuária


de uma Parceria Público-Privada (PPP) voltada à realização de obras e à prestação de serviços na região. O valor total dessa PPP é de R$ 7,6 bilhões (a maior já realizada no Brasil), dos quais R$ 4,2 bilhões serão destinados às obras e R$ 3,4 bilhões a serviços de limpeza, operação de tráfego, drenagem, manutenção de praças e jardins, entre outros, dentro do prazo de 15 anos. A Odebrecht participa da PPP por meio do Consórcio Construtor Porto Rio (responsável pelas obras) e da Concessionária Porto Novo (operadora de serviços públicos concessionados). Ricardo Bueno, da Odebrecht, Diretor de Contrato da Porto Rio, explica o conceito do conjunto de obras em andamento: “Estamos fazendo tudo do zero, de forma bem-feita e estruturada para atrair os investidores e futuros usuários”. Bueno cita, entre outras intervenções infraestruturais, a construção e instalação de 84 mil m de redes e galerias (entre elas, uma galeria de

Obras na região do Morro da Providência: novas vias, melhorias sanitárias e teleférico

3,80 m por 2,20 m, espaço suficiente para passagem de um automóvel) que deverão evitar enchentes na área, 26 mil m de rede de gás, 75 mil m de uma nova rede de telecomunicações para fibra ótica e 500 mil m de redes de energia elétrica (cerca de 3.700 postes hoje na superfície serão desativados para que toda a rede aérea passe a ser subterrânea). O sistema viário da região portuária será profundamente modificado. A demolição do Viaduto da Perime-

tral, prevista para ter início no primeiro semestre de 2013, é uma das intervenções decisivas, que possibilitará a integração da cidade com a Baía de Guanabara. Em seu lugar, cerca de 3,5 km de túneis e um sistema binário de avenidas passarão a atender os veículos que se dirigem a Niterói, Baixada Fluminense e outras regiões, e, no sentido inverso, os que seguem para o Centro da cidade. “Com esse sistema, a capacidade de tráfego passará dos atuais 7.600 para 10.500 veículos/h. Não vamos apenas retirar a Perimetral, vamos substituir e ampliar o sistema”, reitera Bueno. Serão ainda recuperadas vias secundárias e calçadas e implantadas ciclovias. Está prevista também a construção de um sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) integrado a outros meios, o que deverá melhorar a articulação viária na região, priorizando os pedestres e reduzindo a poluição. A região ganhará ainda dois novos museus: o Museu de Arte do Rio e o Museu do Amanhã, resultado de uma

Prédio tombado perto de obras em andamento na região da Avenida Primeiro de Março: cuidados com a preservação do patrimônio histórico

parceria entre a Prefeitura do Rio e a Fundação Roberto Marinho. O Museu do Amanhã, de autoria do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, é a “cereja do bolo” do conjunto de obras no Centro do Rio. Sua construção, no antigo píer da Praça Mauá, está a cargo do consórcio Porto Rio. O museu terá um saguão de entrada com

20

informa


Trabalhos de escavação na Praça Mauá: o Centro do Rio de Janeiro se prepara para viver uma nova fase em sua existência

15 m de altura, ambientes largos e claros e cobertura com aletas impregnadas com fotocélulas, que irão abrir e fechar de acordo com as condições de melhor aproveitamento da luz solar. Com vistas a expandir o parque hoteleiro do Rio para as Olimpíadas, serão construídos dois hotéis, num total de oito prédios, que irão abrigar a mídia não credenciada do evento e, depois, serão transformados em prédios residenciais. Além da Odebrecht Infraestrutura, a Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) também participa desse projeto, denominado Porto Olímpico.

Achados arqueológicos As obras no Centro do Rio começaram com o projeto Saúde-Gamboa, que requalificou a infraestrutura da área (água, esgoto, drenagem, telecomunicações e conversão para rede elétrica subterrânea) e remodelou praças e jardins nos dois bairros. As obras incluíram várias avenidas, ruas e todo o Morro da Conceição. Em seguida, foi a vez do Morro da Providência, onde também foram feitas melhorias sanitárias e está sendo construído o teleférico que ligará a Central do Brasil à

“Todo o material está sendo cuidadosamente triado,

Cidade do Samba, na zona portuária, e que passará pela

identificado e guardado pelo Museu Histórico Nacional,

Praça Américo Brum, no alto do morro.

para depois ser transferido para a guarda da Secreta-

Durante as escavações na área do projeto

ria de Cultura do Rio”, revela Eduardo Fontenelle, da

Saúde-Gamboa foram encontrados vestígios dos an-

Odebrecht, Diretor de Contrato dos projetos Saú-

tigos Cais do Valongo e Cais da Imperatriz. O Cais

de-Gamboa e Morro da Providência. Fontenelle informa

do Valongo recebia navios negreiros, que ali desem-

ainda que foram recuperados os antigos Jardins Sus-

barcavam parte dos escravos trazidos da África.

pensos do Valongo, com a Casa da Guarda e os mictó-

Embora desativado em 1831, continuou a funcionar

rios públicos que existiam na primeira década do século

clandestinamente durante vários anos. Em 1843, D.

19. “Trouxemos um restaurador da França, que se jun-

Pedro II mandou construir sobre o Valongo, o Cais da

tou à equipe de historiadores e restauradores brasilei-

Imperatriz, para receber a Princesa Teresa Cristina

ros para deixar os Jardins Suspensos do Valongo o mais

e também, segundo historiadores, para sepultar a

próximo possível de seu formato original.”

memória do tráfico negreiro.

Da construção de túneis à preservação de obje-

As equipes do projeto encontraram parte das su-

tos históricos, são muitas as vertentes de atuação da

perfícies dos dois cais bem preservadas, o que faci-

Odebrecht no projeto Porto Maravilha. A dimensão e a

litou o trabalho de técnicos do Museu Histórico Na-

complexidade do conjunto de intervenções no Centro

cional, liderados pela doutora Tania Andrade Lima,

do Rio, o modelo de financiamento não convencional

que coordenou a pesquisa arqueológica na região.

e o formato do projeto, em que se juntam a realização

Foram encontrados, segundo o último levantamen-

de obras e a operação de serviços públicos concessio-

to, cerca de 80 mil peças, entre as quais âncoras,

nados, oferecem um novo conhecimento às equipes

balas de canhão, caixas de joias, colares, cachimbos,

da empresa. “Toda essa experiência”, estima Ricardo

moedas, pulseiras, pedaços de cerâmica e muitos

Bueno, “servirá para projetos similares em outras cida-

outros objetos que revelam um pouco do modo de

des do Brasil e será mais uma alternativa para atender

vida de uma época e da história da cidade.

aos clientes nos países onde a Odebrecht atua”.

informa

21


muito além das quatro linhas

22

texto Edilson Silva fotos Carlos Júnior

Projetos da TransOeste, TransOlímpica e Linha 4 do Metrô, além dos investimentos na SuperVia, capacitam o Rio a ambientar os grandes eventos esportivos que estão por vir e preparam a cidade para o futuro 22

informa


ém

O

porteiro Edimilson Lima, 36 anos, tem bons motivos para comemorar a inauguração da Via Expressa TransOeste, no Rio de Janeiro. Morador do bairro de Pedra de Guaratiba, seu trajeto diário até o trabalho, na Barra da Tijuca, passou

de duas horas para 40 minutos. “Enfrentávamos longos engarrafamentos bem cedo. Agora está muito melhor”, ele diz. Inaugurada em 6 de junho, a TransOeste é o primeiro de quatro projetos de mobilidade urbana que estão sendo realizados na cidade por empresas da Odebrecht, como parte da preparação do Rio de Janeiro para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Iniciada em 2010, a obra possibilita a ligação da Barra da Tijuca aos bairros de Santa Cruz e Campo Grande, todos na Zona Oeste da cidade. O projeto foi dividido em quatro lotes, e a Odebrecht Infraestrutura construiu dois deles (lotes I e II), totalizando um trecho de 24 km. Entre os destaques estão a implantação do primeiro corredor da cidade do tipo BRT (Bus Rapid Transit, popularmente chamado de “ligeirão”) e a construção do Túnel da Grota Funda, com extensão de 1,1 km, cujo funcionamento será gerenciado por um moderno Centro de Controle Operacional (CCO). “O túnel é a nossa menina dos olhos”, ressalta Tomnila Motta, Gerente de Engenharia. Além do BRT e do túnel, foram executadas a duplicação de vias, reforma das vias existentes e a construção de viadutos e pontes.

25 estações para o BRT A Odebrecht construiu 25 estações para o BRT, cujos ônibus que por ele irão trafegar terão (todos) ar condicionado e capacidade para 140 pessoas. “Essa via é uma necessidade antiga da população. A Prefeitura tinha um sonho, e nós o realizamos”, comenta Pedro Moreira, Diretor de Contrato. Estação Novo Leblon da TransOeste: ônibus com ar condicionado e capacidade para 140 pessoas

À inauguração estiveram presentes o Prefeito Eduardo Paes, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marcelo Odebrecht, Diretor-Presidente da Odebrecht S.A., e Benedicto Junior e Leandro Azevedo, respectivamente Líder Empresarial e Diretor-Superintendente da Odebrecht Infraestrutura. “Hoje, estamos rompendo com uma histórica divisão social”, disse Eduardo Paes, referindo-se ao Túnel da Grota Funda, o primeiro feito no Maciço da Pedra Branca, uma serra que divide os bairros mais desenvolvidos dos bairros mais carentes da Zona Oeste. Antes, na hora do rush, levava-se cerca de 40 minutos apenas para atravessar a serra. Com o túnel, menos de um minuto. Por dia, 220 mil pessoas serão beneficiadas.

informa

23


A partir da esquerda, o Governador Sérgio Cabral, o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Prefeito Eduardo Paes na inauguração da TransOeste

TransOlímpica

Túnel da Grota Funda: 220 mil pessoas beneficiadas por dia

nema, à última estação da Linha 1, na Zona Sul (a ser

Com a TransOeste inaugurada, o Diretor de Con-

construída no bairro da Gávea), e, então, à Barra da Ti-

trato Pedro Moreira já se mobiliza para outro desafio:

juca. A nova linha oferecerá mais 16 km de metrô aos

construir a Via Expressa TransOlímpica, que interli-

cariocas, com seis estações. Cerca de 250 mil pessoas

gará o complexo olímpico da Barra da Tijuca ao de

circularão por ela diariamente.

Deodoro, também na Zona Oeste. Grande parte das

A primeira parte da obra está sob responsabilidade

disputas das Olimpíadas será realizada nesses dois

do Consórcio Construtor Rio Barra (CCRB), formado

complexos. “Quem faz esse trajeto hoje leva mais de

por Queiroz Galvão (líder), Odebrecht Infraestrutura,

duas horas. Com a TransOlímpica, levará 15 minutos.

Carioca Engenharia, Cowan e Servix. Corresponde ao

O deslocamento dos atletas será muito mais rápido,

trecho entre Barra da Tijuca e a Gávea, numa extensão

assim como o dos cariocas que moram nessas áreas.

de aproximadamente 12 km. As obras foram iniciadas

A previsão é que 50 mil carros passarão diariamen-

em setembro de 2010. O túnel, principal obra do projeto,

te pela nova via”, diz Fernando Góes, da Odebrecht

já está com 3,3 km de perfuração (1,6 km do trajeto do

TransPort, Diretor Administrativo Financeiro da Con-

metrô, mais o estacionamento dos trens e o vão da Es-

cessionária TransOlímpica S.A.

tação São Conrado). “Estamos bem embaixo do Parque

Formada por Odebrecht TransPort, Invepar e CCR,

da Floresta da Tijuca. Nosso trabalho tem sido monito-

a concessionária será responsável pela implantação

rado para evitar qualquer tipo de risco à flora e à fauna”,

e operação da via, por meio de uma concessão de

diz Juliano Penteado, Gerente de Produção do CCRB.

35 anos. A Odebrecht Infraestrutura, a OAS e a Andrade

A segunda parte da obra está com o Consórcio Li-

Gutierrez foram contratadas pela TransOlímpica S.A.

nha 4 Sul, formado por Odebrecht Infraestrutura (líder),

para realizar as obras.

Carioca Engenharia e Queiroz Galvão, responsável pelo

A nova via terá 13,1 km com duas faixas para car-

trecho entre a Gávea e a conexão com a Estação Ge-

ros em cada sentido e corredor segregado para o BRT.

neral Osório. Nesse trecho, será utilizado o TBM EPB

Além de pontes e viadutos, serão construídos dois túneis por sentido, com extensão total de 3,1 km. Orçadas em R$ 1,7 bilhão, as obras serão iniciadas ainda em 2012. Carlos Prado, Diretor Regional da Odebrecht TransPort nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, salienta: “Os moradores da região terão uma via totalmente nova para usarem com segurança, conforto e rapidez”.

Pelos trilhos Se, de um lado, a Prefeitura investe, de outro o Governo do Estado também faz seu papel. Até dezembro de 2015, serão investidos R$ 7,4 bilhões na Linha 4 do Metrô Rio, que ligará a Estação General Osório, em Ipa-

24

informa

Trem da SuperVia: novas composições estão entrando em operação gradativamente


Barra da Tijuca

Recreio dos Bandeirantes

Oceânico

1

TransOeste

2

TransOlímpica

3

Linha 4 do metrô

4

SuperVia

Aeroporto do Galeão

2

Avenida Brasil

a ioc Car

ns Tra

rela ma ha A Lin

4

Santa Cruz Campo Grande

mp ica

1 Pedra de Guaratiba

Tra ns

Olí

Sepetiba

Guaratiba

Recreio dos Bandeirantes

inha

rô L

Met

este TransO

Jardim Oceânico

Barra da Tijuca

3

TransOlímpica

no Rio de Janeiro, perfura o túnel e, ao mesmo tem-

Copacabana

Antero de N. Sra. Quental da Paz

2

O TBM, que será utilizado pela primeira vez po, instala os anéis de concreto que dão sustentação ao

Gávea

São Conrado

TransOeste

Pressure Balanced Convertible), o famoso em 2013.

Jd. de General Alah Osório

1 Convertible (Tunneling Boring Machine Earth “tatuzão”. A perfuração do túnel começará

4

Aeroporto Santos Dumont

Centro

3

56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. A Odebrecht Infraestrutura construiu 24 km entre Barra da Tijuca e Pedra de Guaratiba.

13,1 km ligando Barra da Tijuca a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, numa extensão total de 3,1km.

16 km entre a Barra da Tijuca e Ipanema, passando pela Gávea.

Novos trens, centro de controle operacional de última geração, reforma de estações e novo sistema de sinalização. Deve atingir 1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.

56 km ligando Barra da Tijuca a Santa Cruz e Campo Grande. A Odebrecht Infraestrutura malha ferroviária da região meconstruiu 24 km entre Barra da Tijuca tropolitana do Rio de Janeiro e e Pedra de Guaratiba.

que tem a Odebrecht TransPort

13,1 km ligando Barra da Tijuca como acionista majoritária, está a Deodoro, divididos em duas pistas com 3 faixas cada, sendo implementando um programa de uma exclusiva para BRT. Serão construídos dois túnies por sentido, investimentos de R$ 2,4 bilhões em numa extensão total de 3,1km.

parceria com o Governo do Estado. Está pre-

vão e o revestem. “Com ele, atuaremos em solos areno-

4 do metrô 3 Linha km entre a Barra da Tijuca e vista a 16 compra de 120 novos trens, sendo que 30 já estão

sos e rochosos, como é o caso dos encontrados em Ipa-

entrando em operação gradativamente, somando-se à

nema e no Leblon. Sem o TBM, teríamos que abrir valas a céu aberto nos trechos arenosos, o que provocaria um grande impacto na vida dos moradores”, explica Marcos

Ipanema, passando pela Gávea.

4 frota Novos trens, centrocomposições. de controle atual de 160 Mais 60 serão licitados operacional de última geração, SuperVia

reforma estações e novo sistema até o fim dodeano. Até 2015, os outros 30 serão comprade sinalização. Deve atingir

dos.

1 milhão de passageiros por dia até 2016. Investimentos chegam a R$ 2,4 bilhões.

Vidigal, Diretor de Contrato. “Vamos evitar ao máximo

No início de 2012, a SuperVia inaugurou um novo

os transtornos”, assegura Aluísio Coutinho Júnior, Ge-

CCO, dotado de moderno sistema de comunicação inte-

rente de Produção.

grado com os trens, do qual faz parte um painel digital que concentra informações de toda a malha. Está em

SuperVia

curso a instalação de um novo sistema de sinalização

No contexto dos projetos para melhoria do sistema

que reduzirá pela metade o intervalo entre os trens,

de transporte da cidade, a SuperVia, responsável pela

passando para três minutos. Além da construção de três novas estações, uma das quais já foi inaugurada no primeiro semestre, as 99 estações antigas e a infraestrutura (trilhos, rede aérea de cabos, estações e subestações de energia) passarão por melhorias. “O legado dos eventos esportivos será um transporte ferroviário de qualidade para a população”, afirma Carlos José Cunha, Presidente da SuperVia. A empresa pretende passar dos atuais 540 mil passageiros por dia para 1 milhão em 2016. Segundo Leandro Azevedo, a cidade está escrevendo uma nova história no que diz respeito à mobilidade urbana: “Por onde quer que andemos, há um grande projeto em execução, todos eles pensados para transformar de vez a cidade”.

informa

25


26

vencedor DE TODOS OS DIAS

P

texto Eduardo souZa lima fotos roGÉrio rEis

Parceria entre a Marinha e a Odebrecht forma atletas e cidadãos

araense da Ilha de Caratateua, o médio-ligeiro Wesley Paiva, 18 anos, perdeu o pai quando tinha 9 meses. Foi uma criança rebelde. “Eu brigava na rua, dava muita dor de cabeça”, conta. O tio Francisco, ex-pugilista, viu no boxe uma alternativa para domar essa agressividade. A

partir disso, sua vida mudou: “O esporte me disciplinou até para os estudos”, diz. Wesley é um dos 18 atletas adotados pelo Projeto Olímpico Marinha do Brasil-Odebrecht, realizado no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), no Rio de Janeiro. “Nossa meta é preparar jovens atletas de alto desempenho para representar o país nas Olimpíadas. Mas, fora os resultados, que são excelentes, estamos formando futuros adultos responsáveis, que servem de exemplo para

26

informa

064_OI161_RJ_OK2.indd 26

7/20/12 5:17 PM



28 A partir da esquerda, Antonio Pessoa, Carlos Carvalho e Carlos Armando Paschoal, no local onde será construída a Ilha Pura: desenvolvimento urbanístico

casa carioca dos heróis

olímpicos texto Perla Lima fotos André Valentim

28

informa


Vila que abrigará os atletas que estarão no Rio em 2016 será resultado de um projeto inovador

A

Vila dos Atletas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos a serem realizados no Rio de Janeiro em 2016 é um projeto inovador no Brasil e no mundo. Ao contrário do que historicamente ocorre com a maioria das “cidades olímpicas”, construídas em áreas degradadas que precisavam de re-

vitalização, no Rio de Janeiro será erguida a Vila dos Atletas na Ilha Pura, bairro que será desenvolvido ao longo de 15 anos pela empresa homônima. A Ilha Pura é uma nova região da Barra da Tijuca, que se consolida como o maior vetor de crescimento da área metropolitana da capital fluminense e

informa

29


Mário Cilenti: empreendimento de alto padrão

que mais recebe investimentos em mobilidade urbana.

30

31 torres com 17 andares

“A formação da empresa Ilha Pura, que transforma-

A Ilha Pura tem 870 mil m2, dos quais 247 mil m2

rá esse sonho em fato tangível, é resultado da união da

estão reservados para a construção da Vila dos Atle-

filosofia de atuação e da expertise da Odebrecht Reali-

tas. Carlos Armando Paschoal, Presidente da Ilha

zações Imobiliárias (OR) e da visão desenvolvimentista

Pura, ressalta que o projeto é um investimento pri-

e de perpetuidade da Carvalho Hosken”, afirma Carlos

vado e um desafio único no país. “Nunca se ergueu

Armando Paschoal, Presidente da empresa.

31 torres com 17 andares cada, distribuídas em sete

Mário Cilenti, Diretor de Relações com o Comitê

condomínios, com total infraestrutura privativa, em

Olímpico e Paralímpico e Vila Olímpica, destaca que a

apenas três anos e meio. Isso implica lidar com quan-

vila ficará a cinco minutos de carro do Parque Olímpi-

tidades próximas às das grandes obras do setor de in-

co, onde acontecerá a maioria das competições, e seu

fraestrutura.” Carlos Armando exemplifica: o volume

padrão estará de acordo com o mercado imobiliário da

de concreto equivale à mesma quantidade utilizada

Barra da Tijuca. “Casamos as necessidades do Comi-

em uma barragem, e o número de trabalhadores no

tê Olímpico Internacional (COI) com o compromisso de

canteiro poderá chegar a 5.500. “Temos a responsabi-

venda das unidades”, salienta Mário. Todos os 3.604

lidade e a singular oportunidade de formar pessoas e

apartamentos a serem utilizados pelos 18 mil atletas

criar sistemas de gestão inovadores de logística e de

estarão vendidos antes dos jogos e entregues aos clien-

sustentabilidade”, ele observa.

tes finais em até um ano depois das competições. “O

Em termos de legado, Carlos Armando destaca a

interessante é que utilizaremos esse empreendimento

contribuição para o desenvolvimento sustentável do

como um resort para os atletas, devido ao seu padrão.”

Rio de Janeiro. “O projeto contempla um parque pú-

Antônio Pessoa, Diretor Regional da OR para o Rio

blico de 65 mil m2 e um viveiro de 20 mil m2, cons-

de Janeiro, afirma: “O desafio é desenvolver, vender e

truídos especialmente para atender o paisagismo da

entregar no prazo um projeto de alta qualidade, que su-

Vila dos Atletas, assinado pelo escritório do arquiteto

pere as expectativas do Comitê Organizador dos Jogos

e paisagista Burle Marx.”

Olímpicos e dos atletas”. Ele acrescenta: “Nossos clien-

Trabalhadores das comunidades do entorno da

tes adquirentes, o bairro Ilha Pura e o Rio de Janeiro

obra serão capacitados por meio do Programa de

terão como legado um empreendimento que conciliará

Qualificação Profissional Continuada Acreditar, e o

sustentabilidade, luxo e qualidade de vida”.

aprendizado da informática será feito por meio do

Carlos Carvalho, Diretor-Presidente da Carvalho

Programa Caia na Rede. Carlos Armando enfatiza:

Hosken, destaca que a Vila dos Atletas está inserida no

“Essa obra será exemplo de qualidade e sustenta-

futuro centro da nova cidade que surge na Zona Oeste.

bilidade. Será a melhor Vila dos Atletas de todos os

“A Ilha Pura marcará o desenvolvimento urbanístico do

tempos!” Antônio Pessoa não tem dúvida em afirmar

Rio de Janeiro, pois já nasce como bairro planejado e

que o bairro Ilha Pura, iniciado com a Vila dos Atletas,

beneficiado por grandes obras de infraestrutura em seu

“será um dos melhores lugares para se viver no Rio

entorno.”

de Janeiro”.

informa


Bolas (e notas) para o

alto

Em Deodápolis (MS), o projeto Broto de Gente oferece reforço escolar combinado com cursos de artes e informática e treinamento esportivo

Participantes do projeto jogam vôlei em Deodápolis: ocupação e estímulo para os jovens do município sul-matogrossense

texto Guilherme Oliveira fotos Bruna Romaro

D

eodápolis é um pequeno município no interior do Mato Grosso do Sul. O Censo de 2011 contabiliza que é o 46º maior em população no estado, com pouco mais de 12 mil habitantes. Boa

parte vive, direta ou indiretamente, das operações de produção de etanol, energia elétrica e açúcar da Unidade Eldorado da ETH Bioenergia. A geração de oportunidades de trabalho e renda é a grande contribuição da empresa para o desenvolvimento da região, mas uma iniciativa

31

adicional tem chamado especialmente a atenção:

o projeto Broto de Gente, que oferece a 260 jovens de 4 a 15 anos reforço escolar gratuito de português, matemática e língua estrangeira. Criado

em 2002 para cuidar dos filhos de integrantes du-

rante seus turnos de trabalho, o Broto de Gente cresceu e se transformou em uma das principais

opções de cultura e lazer para os jovens do município.

informa

31


A grande procura dos pais para colocar seus fi-

Rodrigo Felix é prata da casa e inspira os mais

justificada: além das aulas, são oferecidos cursos e

novos. Filho de integrantes da ETH e aluno do

treinamentos de informática, artes, teatro, dança,

Broto de Gente desde os 7 anos, ele afirma que

capoeira, futebol e vôlei. Os esportes são os mais

rendia tanto no projeto que convenceu os pais a

procurados. “A regra é simples: quem vai bem na

mudarem-se de Nova Alvorada do Sul para Deo-

escola, pode jogar”, explica Riverton Souza, Coor-

dápolis. Ele contou parte de sua história na edi-

denador Pedagógico do projeto. O acordo é levado a

ção 155 de Odebrecht Informa, quando tinha

sério. “Realizamos um acompanhamento trimestral

13 anos: destacou o quanto gostava das aulas

de cada um nas sete escolas da cidade e ajudamos

de futebol e informática. “Eu queria ser jogador

na orientação dos pais, quando necessário”. Sem

de futebol, e o Broto de Gente era a minha maior

pretensão de substituir a escola ou assumir o papel

chance. Riverton confiou em mim”. O treina-

indispensável dos pais, o Broto de Gente encontrou

dor-professor passou a levar o jovem para peneiras

no esporte uma ferramenta para educar, formando

em clubes de São Paulo. Hoje, aos 17 anos, veste a

jovens que valorizam o respeito, a disciplina e o tra-

camisa do Osasco Futebol Clube, time formado para

balho em equipe.

revelar jovens de todo o país. A regra do Broto se

“Com o tempo, percebemos melhoria nas no-

32

Realizando o sonho de ser jogador

lhos em uma disputada vaga no projeto é facilmente

mantém: se não estudar, não joga.

tas, mas o que impressionou foi a mudança de

Assim como Rodrigo, muitas crianças e jovens

postura dos alunos do Broto de Gente. Eles sa-

do Broto de Gente sonham viver do esporte. Um

bem que quem desrespeita colegas ou profes-

deles é Rafael Fernandes, 11 anos, o Rafinha.

sores fica de fora dos times”, diz Célia Moraes,

Apoiado por Riverton e pelo irmão Dernivaldo

Diretora da Escola Estadual Scila Médici.

Manoel, integrante da Unidade Eldorado da ETH,

informa


Rodrigo Félix (ao centro): persistência e apoio para buscar seu objetivo. Na outra página, jovens dançarinas em ação: diversidade de modalidades é uma das características do projeto

o garoto já participou de testes nos times de base

lá fazer amigos e me divertir”. Com uma rotina

do São Paulo Futebol Clube, um dos mais impor-

diária de treinos no campo e na areia, além de

tantes do país. Em setembro, Rafinha passará

exercícios de arremate e habilidade, Rafinha não

mais uma semana no Centro de Treinamento do

hesita quando perguntado sobre o que mais lhe

clube, em Cotia (SP). A viagem de ônibus levará

ensinam no Broto de Gente: “Aprendo a educar as

mais de 12 horas. Mesmo com a pouca idade, o

pessoas para o bem. Assim como minha família

atacante sabe que nem todos conseguem se tor-

aprendeu na ETH, aqui aprendo a servir ao próxi-

nar profissionais, mas isso não o preocupa. “Vou

mo e não desistir nunca”.

informa

33


legado

entrevista

O maior de todos os

B

34

texto Cláudio Lovato Filho foto Holanda Cavalcanti e Mário Grisolli

enedicto Barbosa da Silva Junior é empresário, é aficionado por futebol

Odebrecht Informa – Como foi o processo de

(corintiano, “mais um do bando de

capacitação da Odebrecht para participar de

loucos”), mas, acima de tudo, é um

projetos de grandes arenas esportivas? Quais são

brasileiro que conhece seu país.

os principais marcos dessa trajetória?

Aos 51 anos, Líder Empresarial

Benedicto Junior – No fim dos anos 1990 e no

da Odebrecht Infraestrutura, ele é o condutor da

começo dos anos 2000, os dirigentes do Vasco

participação da empresa em um conjunto de projetos

da Gama e, um pouco depois, do Botafogo e do

que fazem parte da preparação do Brasil para sediar

Fluminense, manifestaram o desejo de construir

os dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa

novas arenas. Esses projetos acabaram não seguindo

do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016). Como

em frente. Houve outras iniciativas, também no Rio,

empresário, sente-se motivado por participar de

que terminaram por não evoluir para a Odebrecht,

empreendimentos complexos, com enorme conteúdo

até que a cidade foi escolhida para sediar os

de legado, inovadores, longamente esperados e, por

Jogos Pan-Americanos de 2007. Assumimos a

tudo isso, desafiadores. Como esportista, está feliz

reforma do conjunto formado pelo Maracanã e pelo

por vivenciar de dentro o processo de surgimento

Maracanãzinho. E, mais adiante, ainda no contexto das

de grandes arenas (entre elas a do seu clube do

obras para o Pan, fomos contratados para as obras de

coração), as quais poderão vir a ter, segundo ele,

inteligência e acabamento do Estádio Olímpico João

papel determinante na modernização da gestão do

Havelange, o Engenhão, como carinhosamente os

futebol nacional. Como cidadão, Benedicto Junior

cariocas o apelidaram. No decorrer desse contrato,

está confiante – mais que isso, está convicto – de

fomos desafiados a concluir o estádio no tempo

que o país, “do seu jeito”, sediará a Copa do Mundo

recorde de sete meses, substituindo o consórcio

e as Olimpíadas mais alegres e emocionantes dos

que estava fazendo as obras de infraestrutura.

últimos tempos. O maior legado? “O de provarmos

Nesse período, o grande desafio era a montagem

para nós mesmos a nossa capacidade de realização

dos arcos da cobertura. O consórcio que estava

como povo.” O legado do aumento da autoestima do

deixando a obra havia gastado 15 meses para realizar

brasileiro.

25% dessa etapa, e nós teríamos que concluir os

34 informa

restantes 75% em sete meses. O Engenhão, com a nossa contribuição, foi eleito [pela revista britânica

SportBusiness] uma das 10 melhores instalações esportivas construídas no mundo em 2007. Essa atuação nas obras do Pan gerou um grande ativo de engenharia para a Odebrecht. Nossa experiência no Engenhão foi um marco na nossa trajetória de construção de grandes arenas.


os Benedicto Junior: comprovação da capacidade do povo brasileiro de realizar grandes eventos

informa

35


36

OI – Faça um resumo da situação atual dos quatro

aos atuais, no sul e norte, nas regiões costeiras. Na

estádios que a Odebrecht está construindo ou

Bahia, com o renascimento da Fonte Nova, teremos

reformando para a Copa de 2014: Maracanã, Arena

a requalificação de um ativo social histórico e com

Corinthians, Arena Pernambuco e Arena Fonte

vocação para valorizar ainda mais aquilo que o baiano

Nova. Quais são, hoje, os percentuais de avanço em

mais exporta para o Brasil, além do futebol: cultura e

cada obra?

shows de música popular. A Arena Fonte Nova será um

Benedicto Junior – Temos hoje, em São Paulo e

novo polo de diversão para os soteropolitanos. No Rio,

Pernambuco, um avanço de mais de 40% das obras.

talvez tenhamos a mais emblemática das iniciativas

No Rio e na Bahia, mais de 50%. Após o início das

em curso: a reforma do Maracanã, inaugurado na

obras, fomos apresentados a um desafio adicional no

Copa do Mundo de 1950, que à época significou

Rio de Janeiro, em Pernambuco e na Bahia: os três

uma demonstração da capacidade brasileira de

estádios passaram, em 2011, a fazer parte da lista de

empreender obras complexas. Com a revitalização, o

sedes da Copa das Confederações, que será realizada

Maracanã certamente se tornará uma referência de

em 2013. Com isso, o prazo de execução foi reduzido

conforto, segurança e avanço tecnológico, em sintonia

sensivelmente, em média 12 meses a menos, mas

com as mais rigorosas exigências do século 21. Além

tudo está correndo dentro do cronograma. O projeto

disso, o estádio, que sediará também disputas das

da Arena Corinthians está em ritmo acelerado.

Olimpíadas, receberá em seu entorno um conjunto

Estamos concluindo, com o BNDES (Banco Nacional

de investimentos que transformará a realidade local

de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco

no que se refere à mobilidade urbana e habitacional,

do Brasil, a estruturação financeira do projeto, sendo

entre outros aspectos, integrando esse gigante

o único ainda com financiamento pendente.

histórico ao seu entorno.

OI – Os projetos de construção de arenas não podem

OI – No Brasil, o futebol, como se sabe, é mais que

levar em conta apenas o estádio. É preciso pensar

um esporte: é paixão nacional e elemento que ajuda

no entorno. Rio, São Paulo, Recife e Salvador são

a definir uma identidade. Você, além de empresário

quatro metrópoles com seu cotidiano repleto de

que lidera obras de arenas, é aficionado por futebol.

desafios. Quais benefícios a construção das arenas

Na sua opinião, que tipo de impacto pode ter o

trará para as comunidades?

momento vivido hoje pelo país, com a construção de

Benedicto Junior – As arenas, por si só, são ativos

grandes arenas esportivas em várias cidades? Quais

importantes para a comunidade, mas o legado de

transformações isso pode ocasionar?

inserção social que elas proporcionam é o grande

Benedicto Junior – O momento do futebol brasileiro

destaque. Veja o exemplo da Arena Corinthians. O

leva a importantes reflexões. Inicialmente, sobre as

bairro de Itaquera, onde ela está sendo construída, é

novas formas de se construir arenas, mas, muito

muito carente. Não tenho dúvida de que poderemos

mais do que isso, sobre a participação da iniciativa

dividir a história do bairro e da região em “antes”

privada na concepção e gestão dessas arenas. Os

e “depois” da arena. Não havia investimentos em

dirigentes e torcedores dos clubes que não tiverem o

Itaquera. Com a arena, haverá mudanças profundas

privilégio de modernizar sua “casa” se perguntarão:

em razão da melhoria na infraestrutura de transportes,

por que o meu clube não tem uma arena moderna? O

da valorização dos imóveis e da chegada de empresas,

que estamos perdendo? Mas isso é apenas a reflexão

estabelecimentos comerciais e prestadores de

inicial, porque há questões mais profundas que estão

serviço. Hoje, existe uma valorização territorial

vindo à luz. A execução de novas arenas tem levado

na região de algo como 50%. Em Pernambuco, o

à descoberta de novas formas de gestão não apenas

cenário é outro, mas as expectativas são igualmente

das instalações físicas, mas dos próprios clubes. Tem

animadoras. Lá, graças à visão arrojada e moderna

levado a uma maior profissionalização. Aos poucos,

do poder público, será criado, com a Cidade da Copa,

vamos nos aproximando da realidade dos clubes

um novo vetor de desenvolvimento do Grande Recife

da Europa, que vendem ingressos para os seus

em direção ao interior do estado, que vai se somar

jogos do ano corrente e do ano seguinte também. A

informa


“As Olimpíadas de 2016 definem o horizonte de transformações pelas quais o Rio está passando. A cidade terá um sistema de transporte urbano muito mais abrangente e adequado”

então passou a ter atuação nacional a partir do Rio. Executou aqui obras de grande importância, como o Aeroporto do Galeão, a Usina Nuclear Angra 1, os edifícios-sede da Petrobras e do BNDES e o Complexo do Rio Sul, entre várias outras. Em 1993, quando muitas empresas estavam indo embora, a Construtora Norberto Odebrecht transferiu sua sede para o Rio. Viemos para ficar mais perto de alguns de nossos grandes clientes, como Petrobras, Furnas e Eletrobrás, cujas sedes eram aqui. Sempre acreditamos na cidade, em seu poder de superar desafios, em sua capacidade de se recuperar. Nós ficamos aqui, permanecemos e, por isso, desenvolvemos uma relação que é longa, produtiva e – por que não dizer? – emocional com o Rio de Janeiro.

OI – Quais são hoje os destaques dessa relação? Benedicto Junior – As Olimpíadas de 2016 definem o horizonte de transformações pelas quais o Rio está passando. A cidade terá um sistema de transporte urbano muito mais abrangente e adequado. Um dos primeiros melhoramentos nesse setor é o corredor expresso de ônibus TransOeste, que liga a Barra da Tijuca à Santa Cruz, com 56 km de extensão, na Zona Oeste da cidade. Em breve, começarão as

presença da iniciativa privada está contribuindo para

obras da TransOlímpica, nova via de ligação entre

a modernização da administração dos clubes. São

o Recreio dos Bandeirantes e Deodoro, com pistas

novas cabeças, com novas ideias e uma nova forma

exclusivas para o sistema BRT (Bus Rapid Transit).

de olhar velhos problemas. O futebol brasileiro não

Temos a expansão do Metrô, que segue avançada

pode perder essa oportunidade. É uma relação de

em quatro direções – da Barra para São Conrado,

ganha-ganha.

de São Conrado para a Barra e Gávea e de Ipanema para a Gávea –, que já conta com mais de 2.200 m de

OI – O Rio de Janeiro, além de receber jogos da

túneis e se completará com a abertura de mais obras

Copa do Mundo (entre eles, a partida final), será

em Ipanema e no Leblon. Outro grande desafio em

sede das Olimpíadas. A cidade já está passando por

curso é a modernização do sistema de trens urbanos,

profundas transformações em sua infraestrutura.

projeto realizado conjuntamente entre o Governo do

A Odebrecht tem uma participação destacada na

Estado e a SuperVia, empresa da qual a Odebrecht

preparação da cidade para esses que são os dois

TransPort é acionista majoritária. Este, com certeza,

maiores eventos esportivos do planeta. Como a

é o maior desafio da Odebrecht no país. Mas não

Odebrecht se preparou para dar essa contribuição?

há como deixar de reconhecer que as Olimpíadas

De que forma a relação histórica da Organização

de 2016 serão lembradas, acima de tudo, no que se

com o Rio de Janeiro ajudou nisso?

refere às obras, pela revitalização e reurbanização

Benedicto Junior – Para começar, a Odebrecht se

da Região Portuária por meio do projeto Porto

“nacionalizou” no Rio de Janeiro. Nasceu no Recife,

Maravilha, liderado pela Prefeitura e fruto da maior

cresceu em Salvador, tornou-se uma empresa

operação de PPP (Parceria Público-Privada) urbana

estadual na Bahia, regionalizou-se no Nordeste e

em andamento no país.

informa

37


“Não adianta termos

de sua condição de capital federal. Essa oportunidade

uma Copa perfeita

irá sediar e as grandes exigências geradas por eles.

no aspecto de

de vida dos moradores e em um novo impulso para a

organização se ela não for capaz de transmitir a emoção que as pessoas querem, merecem e precisam ter ao conhecer nosso país”

chegou com os extraordinários eventos que a cidade Isso irá resultar numa melhoria sensível na qualidade continuidade de uma trajetória de desenvolvimento sustentável.

OI – Em resumo, por que é um bom negócio para um país sediar uma Copa do Mundo? E por que vale a pena para um município receber as Olimpíadas? Benedicto Junior – Vale a pena, sobretudo, porque o país tem a oportunidade de mostrar a si mesmo e ao mundo que é capaz de realizar projetos extraordinários. No caso do Brasil, estou convicto de que o maior legado da Copa do Mundo e das Olimpíadas será este: o de provarmos para nós mesmos a nossa capacidade de realização como povo. O maior legado será o aumento da autoestima do brasileiro.

OI – O Brasil estará preparado para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas de maneira impecável? Benedicto Junior – A Copa do Mundo e as Olimpíadas serão impecáveis, sim, mas do nosso jeito. Acho que tudo pode ser expressado por uma frase que ouvi de alguns técnicos especialistas em grandes eventos

OI – Você costuma dizer que a Odebrecht “acreditou

pelo mundo afora: “A Alemanha fez o evento mais

no sonho olímpico” do Rio de Janeiro.

organizado do planeta [a Copa do Mundo de 2006] e

Benedicto Junior – Sim, sempre acreditamos no

o Brasil vai fazer o evento mais alegre do planeta”.

sucesso desse projeto, na realização desse sonho.

Vamos ter a Copa mais alegre de todos os tempos,

E mais: sempre acreditei que a escolha do Rio como

a mais feliz. Não adianta termos uma Copa perfeita

sede das Olimpíadas é, de certa forma, no plano

no aspecto de organização se ela não for capaz

nacional, uma reparação para com a cidade, e um

de transmitir a emoção que as pessoas querem,

reconhecimento mundial a ela, que é o cartão de

merecem e precisam ter ao conhecer nosso país.

visita do Brasil.

Vamos fazer uma Copa do Mundo para os brasileiros e os turistas sentirem-se felizes ao viverem uma

OI – Reparação? Como assim?

experiência que transcenderá à participação em um

Benedicto Junior – Quando, depois de dois séculos,

evento de grande porte. Queremos proporcionar às

o Rio deixou de ser a capital do país, no início de

pessoas muito mais que isso e vamos conseguir.

década de 1960, nada foi feito para compensar as

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perdas que a cidade teria com a mudança. Não

OI – Uma pergunta ao Benedicto Junior torcedor: o

houve um plano. O Rio passou então a sofrer um

Brasil será hexa na Copa de 2014?

processo de esvaziamento econômico e declínio de

Benedicto Junior – Sim! É impossível trabalhar

sua importância política. Felizmente, esse processo

no Maracanã, ver tudo o que está sendo feito e

começou a ser sanado nos últimos anos. Mas ainda

não imaginar o Brasil jogando ali a final da Copa e

faltava um plano para ressarcir a cidade pela perda

vencendo. Temos que apagar 1950!

informa


concurso

Imagens de celebração da vida

As fotos de Carolina Almeida de Souza e (abaixo) de Anderson Munhoz: primeiros colocados nas categorias Máquina Fotográfica e Celular

Conheça os vencedores do concurso fotográfico Esporte em Foco, promovido por Odebrecht Informa texto Emanuella Sombra

O

assunto? Esporte. Ferramentas? Uma máquina fotográfica ou um celular. Mais de 60 fotógrafos amadores participaram do concurso Esporte em

Foco, promovido por Odebrecht Informa , que propôs o

seguinte desafio: por meio de um clique, os integrantes da Organização deveriam mostrar como diferentes práticas esportivas movimentam as comunidades onde vivem e trabalham.

Quatro integrantes receberam menção honrosa: Alex da Silva Guedes e Juliano de Paula Santos, da

Carolina Almeida de Souza, da Odebrecht Energia, ven-

Odebrecht Infraestrutura no Rio, Olavo de Pinho,

ceu na categoria Máquina Fotográfica, com um registro de

da Foz do Brasil, em Cachoeiro do Itapemirim (ES)

praticantes de stand up-paddle (esporte em que se usa

e Lauren Pereira, única entre os participantes a ter

prancha e remo) em Copacabana, no Rio de Janeiro: “O

duas fotos escolhidas pela Comissão Julgadora.

esporte está se difundindo na cidade e é bem comum ver

A comissão do concurso foi formada por Mar-

os praticantes nos fins de semana”, diz Carolina, que tra-

co Antônio Antunes, Responsável por Comunica-

balha na capital fluminense. Lauren Pereira, da Odebrecht

ção na Arena Corinthians, Sérgio Bourroul, Res-

International na Guiné-Conacri, e Erick Marcel Carvalho, da

ponsável por Relacionamento com a Imprensa na

Odebrecht Infraestrutura em Marabá (PA), ficaram com o

Odebrecht S.A., Holanda Cavalcanti, Editora de

segundo e o terceiro lugares, respectivamente.

Fotografia de Odebrecht Informa, e pelo fotógrafo

Outra foto resumiu como força e união caminham

Rubens Fernandes Junior, Diretor da Faculdade de

juntas quando se trabalha em equipe. “Vi um grupo de

Comunicação e Marketing da Fundação Armando

esportistas se exercitando na praia, no Rio de Janeiro.

Álvares Penteado (Faap).

Um dependia do outro para manter o equilíbrio”, explica

Conheça a história por trás das fotos vence-

Anderson Munhoz, da Odebrecht Infraestrutura, que tam-

doras em reportagem que será publicada na edi-

bém trabalha no Rio e foi o vencedor na categoria Celular.

ção online de Odebrecht Informa. Você poderá

Nessa mesma categoria, José Marcelo de Oliveira, da Foz

acessar as imagens escolhidas nas duas catego-

do Brasil em Limeira (SP), e Francisco da Cunha Melo, da

rias e para as quatro menções honrosas – além

Odebrecht Infraestrutura no Rio, tiveram a segunda e a

de uma seleção de imagens inscritas. Acesse

terceira colocações.

www.odebrechtonline.com.br

informa

39


Comunicação

Reprodução

Tela de abertura do site “Odebrecht na Copa”: informações são usadas como fonte pelos jornalistas

de olho na copa Fichas técnicas, notícias, fotos, câmeras online e vídeos fazem parte do site sobre obras em quatro arenas que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014

A

40

texto Júlio César Soares construção dos estádios

sa grande exposição, ficou clara

semestre de 2011, reúne fichas

para a abertura e para

para nós a necessidade de ações

técnicas, notícias, fotos, câme-

a final da Copa do Mun-

de comunicação integradas, que

ras online e vídeos dos quatro

do de 2014 (Arena Corinthians e

potencializassem ainda mais as

estádios em um único banco de

Maracanã, repectivamente) e das

iniciativas já em curso em cada

dados. “Cada obra desenvol-

Arenas Fonte Nova e Pernambu-

uma das quatro arenas”, diz An-

ve suas ações de comunicação.

co fizeram com que a Odebrecht

tonio Carlos de Faria, Responsá-

Com o site, oferecemos informa-

virasse frequentadora assídua

vel por Comunicação na Odebre-

ção de forma homogênea, mos-

dos cadernos de esportes de jor-

cht Infraestrutura.

trando em conjunto a relevância

40

nais impressos e dos sites es-

Essa constatação foi o ponto

da participação da Odebrecht

pecializados. “Para termos mais

de origem do site “Odebrecht na

Infraestrutura e de seus parcei-

ganho de imagem a partir des-

Copa”, que, criado no primeiro

ros”, explica Antonio Carlos.

informa


Nesse quase um ano de vida

Além disso, outras novidades

e com mais de 1,6 milhão de vi-

estão chegando, como as fotos

sualizações de páginas, o “Ode-

em 360º e um quiz por meio do

brecht na Copa” possui alguns

qual será possível ganhar con-

marcos em sua história, como

vites para visitas ao canteiro de

a exibição da realidade aumen-

obras. “Tudo isso traz mais inte-

tada do Maracanã. Com uma

ração e uma participação maior dos usuários. A meta é ter sempre conteúdo novo para os visi-

almente um dos mais famosos

tantes”, salienta Ana Carolina.

estádios do mundo. As imagens da implosão do antigo Estádio da Fonte Nova, que emocionou, em especial, os torcedores da Bahia, também foram destaques. A maquete da Arena Corinthians, que chegou a ter mais de 300 mil visualizações em uma só semana, é até hoje um dos grandes atrativos. “O site vem transmitindo a mensagem de competência técnica e cuidado com a comunidade, o que é essencial para que o grande público conheça melhor a Odebrecht”, argumenta Antonio Carlos. Com frequência, as informações do site são usadas como

foto: Carlos Júnior

webcam e um código impresso, torcedores podem visitar virtu-

Fluxo de informação A alimentação do site requer dos responsáveis por esse trabalho muita atenção e rapidez.

“O site vem transmitindo a

tirar dúvidas técnicas sobre as

imensa paixão e com diversas histórias a serem contadas. “Enviamos informações para o ‘Ode-

mensagem de

brecht na Copa’ frequentemente

competência

citação da equipe, a atendemos

técnica e de

e, quando temos qualquer solide imediato”, explica Ana Luiza Dornelas, da equipe de Comu-

cuidado com

nicação da Arena Pernambuco.

a comunidade”

terial sobre algum fato relevan-

“Além do envio imediato de mate, também buscamos atender todas as demandas enviadas pe-

fonte pelos jornalistas. “É o caminho mais fácil e rápido para

São quatro estádios, objetos de

Antonio Carlos de Faria

los internautas”, completa Marco Antonio Antunes, Responsável por Comunicação nas obras da

obras”, diz Leandro Canônico,

Arena Corinthians.

repórter do globoesporte.com, segundo Carlos Hermanny, Dire-

novo leiaute e câmeras, atenden-

“Outras ações, como visitas

tor-Superintendente Copa 2014

do ainda melhor os visitantes”,

de comitivas da FIFA, programas

da Odebrecht Infraestrutura, a

destaca Ana Carolina Martins,

sociais e conteúdo interativo,

função do site é justamente esta:

Responsável pelo site na equipe

também são destinados ao site”,

“Oferecer mais informações do

de Comunicação da Odebrecht

observa Carine Aprile, Respon-

que a mídia veicula, com enfo-

Infraestrutura. Posicionadas em

sável por Comunicação na Arena

que na informação visual, de ca-

cada obra, as câmeras geram

Fonte Nova. Igor Lamy, Respon-

ráter técnico”. Ele acrescenta:

imagens das 7 horas da manhã

sável por Comunicação no Mara-

“Isso permite que os torcedores

às 7 da noite. “Teremos um de-

canã, ressalta: “O ‘Odebrecht na

conheçam melhor os estádios e

lay de uma hora para facilitar a

Copa’ é uma ferramenta impor-

percebam que eles são fruto de

navegação e, após as 8 horas da

tante não apenas para divulgar

muito trabalho e dedicação”.

noite, os visitantes acompanham

informações, mas para compar-

em loop a última hora de filma-

tilhar conhecimento com as ou-

gem”, detalha Ana Carolina.

tras obras”.

Em junho, algumas novidades chegaram ao site. “Temos um

informa

41


O Maracanã em obras: nova etapa na vida do mítico estádio carioca

42

arena com o coração na

Na Arena Corinthians e no Maracanã, o início e o fim de um evento que vai mobilizar o mundo em 2014

42

informa


E

texto Luiz Carlos Ramos

fotos Américo Vermelho (Maracanã) e Yann Vadaru (Arena Corinthians)

m dois dias de 2014, metade da população

em ritmo acelerado, que reforça a previsão de sucesso do

mundial estará com os olhos voltados para

Mundial.

os estádios das duas maiores cidades do

Além de participarem dessas duas obras, as equipes

Brasil: a futura Arena Corinthians, em São

da Odebrecht Infraestrutura também estão presentes na

Paulo, e o renovado Maracanã, no Rio de

construção de outros dois estádios da Copa: a Arena Fonte

Janeiro. Além do público das arquibancadas, cerca de

Nova, em Salvador, e a Arena Pernambuco, na região de

3,5 bilhões de pessoas de mais de 200 países acompanha-

Recife, os quais, assim como o Maracanã, terão jogos já

rão pela TV a abertura da Copa do Mundo, prevista para

na Copa das Confederações, em junho de 2013.

12 de junho, na capital paulista, e um número semelhante

O Brasil está de olho. O mundo todo está. E fazem uma

de telespectadores verá a final, a ser disputada no gigante

pergunta: tudo ficará pronto a tempo? Odebrecht Informa

carioca em 13 de julho. Os dois estádios de futebol, símbo-

visitou os estádios do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador

los do talento dos craques brasileiros e da paixão pelo es-

e Recife, conversou com líderes e integrantes das equi-

porte mais popular do planeta, estão em obras dia e noite,

pes, que antecipam a resposta: sim, as obras estarão

informa

43


concluídas dentro dos prazos. E não apenas isso, mas

ao fundo o Corcovado, um dos símbolos do Rio. O lance

também contribuirão para o surgimento de novos para-

inferior ficará mais perto do gramado. E logo serão insta-

digmas na construção de grandes arenas esportivas no

ladas as cadeiras de plástico.

país. Nesta reportagem, você conhecerá pessoas que

Paulo Falcão relata que esteve recentemente na

estão transformando em realidade o sonho do Maracanã

Holanda para conhecer a moderna Amsterdam ArenA:

rejuvenescido e da Arena Corinthians em pé, pronta para

“Aqui, será possível fazer o mesmo que acontece lá. Mal

abrigar sua apaixonada e fiel torcida.

termina um show musical, o gramado é recolocado no lugar do palco e recebe o futebol”. Falcão foi à arena

O renovado palco da final

holandesa ao lado de Carlos Alberto Torres, capitão da

O Maracanã de 2014 quase nada terá a ver com o da Copa de 1950. A gloriosa história de 60 anos, com fotos e relíquias de grandes craques e inesquecíveis clássicos do futebol, ficarão em um museu, ao lado do estádio que está sendo preparado para se tornar um dos mais modernos e confortáveis do mundo. “As mudanças são radicais e necessárias”, explica o Diretor de Contrato Paulo Falcão Correa Filho. “O resultado final será um belo estádio para 79.500 pessoas, uma arena multiuso.” Mais de 5 mil pessoas trabalham nas obras, diariamente. A responsabilidade pelos serviços é do consórcio formado pela Odebrecht Infraestrutura (líder) e a Andrade Gutierrez. O Governo estadual, proprietário do Maracanã, é o cliente, por meio da Empresas de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop), cujo Presidente, Ícaro Moreno, visita as obras todos os dias. O estádio foi fechado para o futebol há dois anos. Ícaro prevê: “Apesar do tempo já dedicado à busca de solução para a cobertura das arquibancadas, os trabalhos terminarão no início de 2013. Foram concluídos os 55% mais difíceis. Restam 45%.” O Gerente de Contrato Carlos Berardo Zaeyen, que participa da obra desde o início, atuou também na reforma do Maracanã para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Ele reforça as afirmações otimistas de Paulo Falcão e de Ícaro Moreno, anunciando uma nova e importante etapa: a instalação da cobertura das arquibancadas. “Os planos eram manter toda a antiga marquise e ampliá-la por meio de uma extensão de aço, mas percebeu-se que sua estrutura, condenada pelo tempo, teria que ser demolida”, relata Zaeyen. “A marquise foi demolida e agora está sendo instalado o anel de concreto do qual surgirão as hastes de aço que suportarão a cobertura feita com resistente lona especial.”

Personagens de uma bela história Zaeyen e Falcão sobem em um elevador até o plano mais alto do estádio, de onde se vê todas as obras das arquibancadas superiores e inferiores e do entorno, tendo

44

informa

A partir do alto, no sentido horário, Arnaldo Cambraia e Almir Fontenele no estúdio da Rádio Estádio; a tricolor carioca Raquel Souza da Silva; trabalhadores assistem a uma partida disputada por companheiros no canteiro de obras de Itaquera; e a flamenguista Carla de Jesus Arthur: gente que está tornando realidade o novo Maracanã e a Arena Corinthians


seleção brasileira campeã mundial de 1970, no México. Mário Jorge Lobo Zagallo, bicampeão em campo e técnico do time do tricampeonato mundial, emocionou-se ao participar recentemente do Café com o Líder, encontro mensal no Maracanã com um convidado famoso do futebol, para um bate papo com 13 trabalhadores de diferentes funções na obra, além de Paulo Falcão e Carlos Zaeyen. “Tem sido positivo para o diálogo entre os líderes e os demais integrantes da equipe, pela união. Os ex-jogadores Zico e Roberto Dinamite também já vieram para o Café com o Líder”, relata Falcão. A flamenguista Carla de Jesus Arthur, carioca de 27 anos, era uma das pessoas mais entusiasmadas com a presença dos grandes craques do passado no canteiro de obras do Maracanã. Ela foi jogadora de futebol e, há um ano, trabalha como soldadora. “Tenho o futebol no sangue. Fui zagueira do Madureira, do São Cristóvão e do Botafogo e joguei ao lado da Marta na seleção brasileira em 2000.” A ajudante de produção Elisângela Soares torce para o arquirrival do clube de Carla, o Vasco da Gama. Ela se emociona ao falar de seu trabalho. “Nunca pensei que, um dia, participaria dessa bela obra. É uma coisa de destino”. O carpinteiro Joaquim de Oliveira, torcedor do Vasco e do Corinthians, trabalha na base da cobertura. Ele garante: “Se depender do novo Maracanã, a Copa será um enorme sucesso.”

informa

45


Definindo as feições: Arena Corinthians, palco do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014, toma forma em ritmo acelerado

Raquel Souza da Silva, carioca de 19 anos, mostra seu capacete com um distintivo do Fluminense colado. “Adoro futebol e o Tricolor. Meu pai, Francisco, está aqui como mestre de obras. E eu participo da contagem de horas dos trabalhadores.” E o Botafogo? Sim, o clube que revelou Garrincha no Maracanã também é representado na construção: entre outros apaixonados botafoguenses, estão os líderes Paulo Falcão e Carlos Zaeyen.

Onde a bola rolará primeiro Ao ser concluída, em dezembro de 2013, a Arena Corinthians terá estabelecido vários recordes graças, sobretudo, à sintonia entre cliente, construtora e governos federal, estadual e municipal. Sorte do Corinthians, que agora realiza um sonho centenário. O principal recorde: o de rapidez da obra. A inauguração do estádio para 48 mil pessoas, que será o palco da abertura da Copa de 2014 com 68 mil lugares (com a instalação de arquibancadas removíveis para 20 mil), ocorrerá pouco mais de dois anos e meio depois do terreno do bairro de Itaquera ter recebido os primeiros trabalhadores da Odebrecht. Sorte da cidade de São Paulo, palco da grande festa. Em 30 de maio passado, a equipe de trabalho parou

centa: “Percebo o orgulho de todos nesta obra de grande

por alguns momentos para a festa do primeiro aniversá-

visibilidade. Lá fora, todo mundo quer saber como está a

rio do início da obra, no bairro de Itaquera, na Zona Leste.

Arena Corinthians. A resposta é simples: vai muito bem”.

Logo depois, com o mesmo entusiasmo, cada integrante

O arquiteto Jorge Borja representa o Corinthians.

reassumiu seu posto de trabalho para erguer as arqui-

“Aqui, o segredo é o envolvimento de todos, já que esta-

bancadas, que já ganharam forma. A rapidez confirma o

mos num mesmo time, em busca de soluções.” Frederico

cronograma da Odebrecht, única empresa nesse projeto.

Barbosa está na obra desde o uso da primeira pá no terre-

Em junho, estavam concluídos 40% das obras.

no de Itaquera, há pouco mais de um ano. Em sua sala, há

A área de 198 mil m onde está sendo construído o

fotos da maquete do estádio e um cartaz: “Aqui, sentamos

estádio fica ao lado de uma estação de metrô e outra de

à mesma mesa, comemos a mesma comida, vestimos a

trem. O projeto é de autoria dos arquitetos Aníbal Coutinho

mesa camisa. Odebrecht Infraestrutura”. Acostumado a

e Antonio Paulo Cordeiro, do escritório Coutinho, Diegues,

obras em túneis, ferrovias e metrôs, ele se surpreendeu

Cordeiro/DDG. O atual Presidente corintiano, Mário Gobbi,

ao chegar ao local do estádio para o início dos trabalhos.

e o vice, Luiz Paulo Rosenberg, recebem informações diá-

“Tive que dar entrevistas para dezenas de canais de TV,

rias sobre o estágio das obras.

rádios, jornais, revistas.”

2

Em sua sala, no canteiro de obras, o Diretor de Contrato Antonio Roberto Gavioli afirma que a proximidade

46

Barcelama, Ruimadri...

entre parceiros contribui para que a construção da arena

Fred, como é conhecido, orgulha-se de dizer que “a

esteja em ritmo acelerado. “Nesta sala, o ambiente ajuda,

bola já começou a rolar” na Arena da Copa. Em 21 de

pois trabalho ao lado do representante do Corinthians e do

maio, começou o Campeonato Brasileirinho, que reúne

representante da Fifa. Na sala vizinha fica o Gerente Ope-

40 times de futebol soçaite. Cada equipe tem seis traba-

racional, Frederico Barbosa. “Converso sempre com os

lhadores da obra e a final será em 3 de dezembro. En-

trabalhadores, nas frentes de serviço, em cafés da manhã

tre os times, estão Barcelama, Ruimadrid, Os Ronaldos,

e no Diálogo Diário de Segurança, realizado no início de

Marteleiros e Os Ferraduras. A quadra sintética cinza –

cada um dos três turnos de trabalho”, diz ele, que acres-

evitou-se o verde do Palmeiras, arquirrival do Corinthians

informa


–, que fica ao lado do setor de recreação Recanto do

bom participar disso tudo”, diz. A mesma opinião tem ou-

Guerreiro, é o local dos jogos nos fins de tarde, com nar-

tro mestre de obras, Valentim Valeretto, paulista de Biri-

ração pela rádio interna.

gui: “Se tinha gente que duvidava, isso tudo dá a certeza

Existe uma rádio de verdade na obra, a Rádio Estádio,

de que o estádio ficará pronto”. Ali perto, a frase pintada

mantida por um engenheiro, o Gerente de Sustentabili-

em um muro representa esse estado de espírito: “A Copa

dade Antonio Pigat Zuchowski, e por dois locutores – o

do Mundo 2014 começa aqui”.

técnico em segurança Almir Fontenele e o engenheiro

Carlos Hermanny Filho, Diretor-Superintendente –

ambiental Arnaldo Cambraia. O piauiense Almir, que tra-

Copa 2014 da Odebrecht Infraestrutura, ressalta: “A Copa

balhou em rádio em sua cidade natal, Piracuru, explica:

do Mundo é um evento sui generis e, nas obras realizadas

“A rádio funciona 24 horas por dia e pode ser ouvida nas

em seu contexto, é preciso harmonizar a participação de

áreas de convivência da obra, como o refeitório, com mú-

um grande número de atores fundamentais, como gover-

sicas e informações, além da narração dos jogos do nos-

no, Fifa, investidores, bancos, Comitê Organizador Local

so campeonato”.

(COL), fornecedores, ONGs, sindicatos, órgãos de contro-

Hoje, a obra em Itaquera tem a participação de

le e a sociedade de uma forma geral. Isso tem demanda-

1.820 trabalhadores de 22 estados. O Piauí, de Almir, en-

do paciência, flexibilidade e determinação das equipes da

tra com 218 e aparece em segundo lugar, atrás apenas de

Odebrecht envolvidas com o evento”.

São Paulo, que tem 373. Dos 250 que terminaram o cur-

Segundo Hermanny, nesse cenário, entregar o

so do Programa de Qualificação Profissional Continuada

estádio de abertura da Copa, a Arena Corinthians, e o

Acreditar, 81 foram contratados e prosseguem na obra.

de encerramento, o Maracanã, e viabilizar a constru-

Torcedores do Corinthians são maioria, mas há também

ção das arenas de Pernambuco e da Bahia por meio

são-paulinos, palmeirenses, santistas...

de Parcerias Público-Privadas (PPPs) representam

O paraibano Francisco das Chagas Lopes, Mestre

grandes desafios, que alcançam maior proporção

Pará, 38 anos de Odebrecht, arregimentou os primeiros

diante da decisão (tomada em 2011) de incluir três

trabalhadores para Itaquera e sorri ao apontar as arqui-

dessas arenas na lista de sedes da Copa das Confe-

bancadas erguidas. “Deu trabalho, mas está sendo muito

derações da Fifa, em junho de 2013.

informa

47


casas

do esporte. E das artes. E da cultura... Arenas Fonte Nova e Pernambuco receberão, além do futebol, grandes eventos nacionais e internacionais de entretenimento e negócios texto João Paulo Carvalho fotos Arthur Ikishima (Fonte Nova) e Lia Lubambo (Arena Pernambuco) Espaço multiuso: Arena Fonte Nova também ambientará shows, exposições e congressos

48

informa

48


N

ão é só a ponte Presidente Dutra,

neste lugar. Sem desmerecer o Estádio de Pi-

entre Juazeiro e Petrolina, que

tuaçu, não há nada melhor que assistir ao Bahia

une Bahia e Pernambuco. A paixão

na ‘Fonte’”.

pelo futebol e a expectativa de se-

O clube já assinou um Memorando de Enten-

diar um dos mais importantes es-

dimentos com a Fonte Nova Negócios e Partici-

petáculos esportivos do planeta são novos laços

pações (FNP) – Sociedade de Propósito Especí-

que ligam os dois estados.

fico (SPE) formada por Odebrecht Participações

Era 30 de outubro de 2007, quando o Presi-

e Investimentos e OAS e contratada pelo Gover-

dente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou o Brasil

no baiano para construir e operar a Arena Fon-

como sede da Copa do Mundo de 2014. O país já

te Nova por 35 anos – atestando a intenção de

sabia que seria escolhido, pois os demais con-

mandar seus jogos no novo estádio. O Esporte

correntes haviam retirado suas candidaturas,

Clube Vitória já foi contatado pela FNP, mas ain-

mas, após o anúncio oficial, a explosão de ale-

da não definiu se utilizará o espaço.

gria nas ruas foi a mesma de um gol em final de campeonato.

Operação inédita na cidade

Aliás, final de campeonato é uma situação à

Salvador começou a respirar o evento quando

qual as torcidas dos grandes times de Salvador

viu o antigo Fonte Nova ser demolido para dar

e Recife estão acostumadas. Os números estão

lugar à nova arena. Para o trabalho de implo-

aí para provar. Enquanto o Esporte Clube Bahia

são, ocorrido no dia 29 de agosto de 2010 e que

possui a maior torcida do Nordeste, de acordo

consumiu 700 kg de explosivos, cerca de 1.300

com pesquisa do Ibope encomendada em janei-

profissionais estiveram encarregados dos deta-

ro pela revista Lance! , o Santa Cruz, de Recife,

lhes de uma operação até então inédita na cida-

registra as maiores médias de público do Brasil,

de. Ao todo, 2.467 pessoas, entre moradores e

mesmo com o time disputando apenas a Tercei-

comerciantes, deixaram 962 imóveis das 7h às

ra Divisão do futebol nacional. Em fevereiro des-

12h daquele dia para que o trabalho obtivesse

te ano, em um jogo contra o Sport Club do Re-

êxito. E o sucesso foi tanto que rendeu à equi-

cife – que tem a maior torcida do estado – pelo

pe de comunicação e marketing da Arena Fonte

campeonato pernambucano, nada menos que

Nova o Prêmio Aberje 2011 Norte e Nordeste, na

45.109 torcedores compareceram para apoiar o

categoria Relacionamento com a Imprensa.

time coral, que terminou sagrando-se campeão estadual este ano.

Parte das 77 mil t de concreto do antigo Fonte Nova virou escultura nas mãos do artista plás-

A Copa do Mundo de 2014 vem para coroar a

tico baiano Bel Borba. Com criatividade, ferros

paixão dos brasileiros pelo futebol. As arenas

retorcidos misturados ao cimento ganharam

esportivas em construção são a materialização

forma e se transformaram em objetos de arte

de um sonho de milhões de aficionados baianos

que ficaram expostos de janeiro a março des-

e pernambucanos. Representam, além do orgu-

te ano no Palacete das Artes Rodin Bahia, em

lho de receber um evento de tamanha magnitu-

Salvador. Outra parte do concreto virou suvenir,

de, a chance de promover o desenvolvimento de

comercializado no Centro de Visitação da Arena

suas capitais por meio de melhorias urbanas e

Fonte Nova, com a renda revertida em benefí-

novas oportunidades de negócios que surgirão

cio das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). A maior

com os equipamentos multiuso que estão por se

parte dos escombros, porém, foi reciclada e

concretizar. O legado.

reutilizada na própria construção da nova arena,

Alisson Jones, torcedor do Bahia, afirma: “O sentimento é de profunda alegria por estarmos

além de outras obras de infraestrutura realizadas na capital baiana.

voltando ao nosso caldeirão: o Estádio Fonte

Em Pernambuco, a nova arena será fruto de

Nova. Agora sim o Bahia vai voltar a jogar em

uma obra que começou do zero. O terreno já era

casa, com toda a história já vivida pelo clube

de propriedade do Governo do Estado, que licitou

informa

49


A partir do alto, no sentido horário, a Arena Pernambuco em obras; o tricolor baiano Alisson Jones, na Arena Fonte Nova; José Rosano, encarregado de turno, e Thiago da Cunha José, ajudante de elétrica, na Arena Pernambuco: futuros endereços de grandes eventos esportivos e artísticos

o projeto nos moldes propostos pelo caderno de encargos da Fifa. Uma grande notícia para a região metropolitana do Recife foi dada no fim de maio pela Fifa, confirmando-a como palco da Copa das Confederações, a ser realizada em junho de 2013, em seis das 12 sub-sedes da Copa do Mundo. O trabalho nas obras das arenas segue em ritmo frenético. Salvador já ultrapassou 62% do total, enquanto Recife passou dos 43% e acelera as contratações. Ambas encontram-se, neste momento, no pico dos serviços. A Arena Fonte Nova conta com 3.300 trabalhadores, enquanto a Arena Pernambuco finalizou junho com 4 mil. A jornada começa pontualmente às 7h da manhã e acaba depois das 4h da madrugada. Alexandre Chiavegatto, Diretor de Contrato do consórcio construtor da Arena Fonte Nova, afirma: “Nossa meta é concluir a obra até dezembro deste ano, seis meses antes da Copa das Confederações, tempo suficiente para que todos os testes necessários ao bom

50

informa


andamento do espetáculo sejam realizados”. No dia 30 de maio, a Fifa divulgou a tabela dos jogos e confirmou pelo menos uma partida do Brasil em Salvador. Já Recife poderá receber a seleção espanhola, atual campeã mundial.

Futebol e shows Na Bahia, o novo empreendimento também funcionará como local para realização de grandes shows , uma carência de Salvador. Muitos espetáculos já deixaram de passar pela cidade por falta de ambiente com infraestrutura adequada. Para isso, a Arena Fonte Nova contará com 50 mil assentos cobertos, 70 camarotes para 1.250 pessoas, 2.100 assentos VIPs e 94 banheiros, dos quais 23 serão destinados a portadores de necessidades especiais. Terá ainda espaço para convenções, restaurantes com vista panorâmica para o campo e para o Dique do Tororó – um dos cartões postais de Salvador –, espaço cultural, 39 quiosques de alimentação, área de imprensa, 2 mil vagas de estacionamento, bicicletário e ampla área de circulação. De acordo com Dênio Sidreira, Presidente da Arena Fonte Nova, Salvador está prestes a receber um equipamento multiuso que a recolocará em posição de destaque no cenário nacional. “A partir de 2013, a cidade poderá receber grandes projetos culturais, como shows , exposições, conferências e congressos, além de ter uma nova opção para realização de eventos como festas de formatura e casamentos, e abrigar um museu do esporte e da cultura. É uma mudança de paradigma na forma de organizar e sediar eventos em uma cidade tão vibrante como Salvador”, destaca. Para garantir o sucesso das operações do empreendimento, foi contratada a consultoria da Amsterdam ArenA, empresa responsável pela operação de espaço homônimo na capital holandesa, onde o time do Ajax manda seus jogos. A Amsterdam ArenA recebe em média três eventos por semana, mudando de cenários constantemente. Em menos de 24 horas, um jogo de futebol dá espaço a um grande show musical, teatro, dança ou eventos corporativos. O estádio é palco do espetáculo The Sensation , um dos maiores

informa

51


Ilustração mostra como será a Arena Pernambuco, que estará inserida na primeira Smart City da América Latina: novo vetor de desenvolvimento para o estado

52

eventos de música eletrônica da Europa e, en-

cio da fase de acabamento e, em outubro, come-

tre outros artistas, já recebeu Madonna, Micha-

çarão a ser colocados os assentos e o gramado,

el Jackson, U2 e Lenny Kravitz. De acordo com

que terá dimensões de 108 m por 65 m. Ao todo,

Henk Markerink, Presidente da Amsterdam Are-

serão utilizados 45 mil m³ de concreto, sendo

nA, a Arena Fonte Nova será um novo marco para

14 mil m³ em peças pré-moldadas e 31 mil m³

Salvador, assim como ocorreu em Amsterdam,

em peças moldadas no próprio canteiro.

criando um novo destino para negócios, lazer e

Para auferir a qualidade da construção, a Are-

entretenimento. “Essa parceria permitirá trazer

na Fonte Nova passou recentemente por duas

para a Arena Fonte Nova um padrão internacional

auditorias que lhes garantiram certificado inter-

de operação, enriquecida com o ‘tempero’ local”,

nacional de qualidade e o título de Construção

afirma.

de Arena Multiuso Padrão Fifa, chancelado pelo

A Arena Fonte Nova ocupa uma área total de

Inmetro por meio da norma ISO 9001. A primeira

116 mil m², dos quais 90 mil m² são dedicados à

medição, que ocorreu entre os dias 23 e 27 de

arena multiuso. De arquibancadas são 36 mil m²,

abril, foi realizada pelo Bureau Veritas Certifica-

totalmente cobertas, com previsão de conclusão

tion (BVC) para avaliar quesitos como ambiente

para o início de julho, assim como a estrutura

de trabalho, projetos de engenharia, controle

metálica do anel de compressão da cobertura.

tecnológico dos materiais e produtos recebidos,

A partir disso, serão colocados os cabos de aço

capacitação e qualificação do efetivo e controle

que farão a tensão da estrutura que cobrirá o

de documentos, entre outros itens. A segunda

estádio. Também para julho está previsto o iní-

avaliação ocorreu entre 21 e 25 de maio, efe-

informa


do Recife por meio de ações em vários segmentos. “Com a oportunidade da Copa do Mundo, Pernambuco está trabalhando para deixar um legado para as futuras gerações. A população vai desfrutar de melhorias na mobilidade urbana, investimentos em hotelaria, entretenimento e segurança pública, além de passar a ter uma das melhores e mais modernas praças esportivas do país, que será o coração da Cidade da Copa. Isso representa uma evolução na qualidade de vida da população, e nós nos sentimos orgulhosos com a participação da nossa empresa nesse processo”, afirma. A Arena Pernambuco, assim como a de Salvador, abrigará muito mais que partidas de futebol. A estrutura terá 46 mil lugares, 4.700 vagas de estacionamento, 13 escadas rolantes, oito elevadores, 102 camarotes, em um total de 156 mil m² de área, dos quais 24 mil m² são arquibancada. Para operar o empreendimento, o Consórcio Arena Pernambuco, SPE formada pela Odebrecht Participações e Investimentos e pela Odebrecht Infraestrutura, contratou a americana AEG Facilities. A empresa, líder mundial no setor de entretenimento, é responsável pela concepção e pelo gerenciamento do LA Live, no centro de Los Angeles (EUA), e é dona do Los Angeles Lakers (clube de basquete) e do Los Angeles Galaxy (futebol). Opera mais de tuada pela Fundação Vanzolini, para averiguar

100 arenas em 14 países, inclusive a O2 Arena, em

a implantação de procedimentos e rotinas que

Londres, premiado como o melhor equipamento

permitam realizar com o máximo de correção

indoor do mundo.

todas as funções com o mais alto grau de acerto.

Segundo Marcos Lessa, Presidente do Consórcio Arena Pernambuco, a associação com a AEG garan-

Legado pernambucano

tirá a atração de nomes de peso do show business

Pernambuco está aproveitando ao máximo a re-

mundial, fazendo de Pernambuco uma referência

alização da Copa do Mundo. Uma área a 19 km do

nacional. “Se hoje, mesmo sem a estrutura que te-

marco zero do Recife foi o local escolhido para abri-

remos em breve, já recebemos artistas do porte de

gar a Arena do estado. A capital cresce em ritmo

Paul McCartney, com a inauguração da Arena Per-

acelerado e o adensamento de pessoas e veículos

nambuco esses momentos de celebração deverão

vem gerando desafios que poderão ser superados

se tornar cada dia mais frequentes.”

com a contribuição de um novo vetor de desenvolvi-

Além de toda a estrutura, a arena contará com

mento: a Cidade da Copa. Este é o nome da primei-

uma usina solar, implantada por meio de uma par-

ra Smart City (Cidade Inteligente) da América Lati-

ceria entre a Odebrecht Energia e o Grupo Neoe-

na, na qual a arena está inserida. De acordo com

nergia. A usina terá capacidade de 1 MW, energia

Bruno Dourado, Diretor de Contrato da Odebrecht

suficiente para abastecer uma cidade de 6 mil ha-

Infraestrutura responsável pela obra, o estado sou-

bitantes, que alimentará, prioritariamente, a nova

be aproveitar a oportunidade para fortalecer ainda

arena e gerará crédito de carbono para o empreen-

mais o desenvolvimento da região metropolitana

dimento.

informa

53


Lance da partida final da temporada 2012 da NBA, na qual o Heat sagrou-se campe達o: festa em Miami

o caldeir達o da cidade

54

54

informa


Casa do Miami Heat, atual campe達o da NBA, o complexo American Airlines Arena pode ser configurado para receber diversos tipos de evento

foto: Andrew D. Bernstein/NBAE/Getty Imeges

texto Thais Reiss


L

et’s go Heat, let’s go Heat, let’s go Heat! En-

des tropicais, além dos cuidados em dobro relacionados

toado por mais de 20 mil torcedores na Ame-

à preservação ambiental durante a obra de drenagem do

rican Airlines Arena (AAA), o canto crescia a

terreno, muito próximo à Baía de Biscayne.

cada passe, a cada arremesso, a cada ponto

As maiores exigências, entretanto, foram consequên-

do Miami Heat contra o Oklahoma City Thun-

cia de um cronograma extremamente ambicioso. A obra,

der na partida final da temporada de 2012 da NBA, a pri-

do tipo fast-track (sistema pelo qual o projeto é desenvol-

cipal liga de basquate do mundo, na noite de 21 de junho.

vido concomitantemente à sua construção), foi concluída

Os fãs deliravam com os lances e os movimentos precisos

em 22 meses, apesar da necessidade de mudanças no

dos jogadores, em especial dos conhecidos como “Big 3”:

projeto ao longo da construção e do fato da equipe ter

Dwayne Wade, LeBron James e Chris Bosh, que, ao lado

apenas 30% dos desenhos no início da obra, situações

de seus companheiros, ergueram a taça de bicampeões.

que fizeram parte de um contexto de realização do em-

Inaugurada em 31 de dezembro de 1999, com o Show

preendimento em ritmo muito acelerado. “A superação

do Milênio da cantora Gloria Estefan, a AAA, casa do Mia-

dos desafios só foi possível em razão do nosso excelente

mi Heat, campeão da NBA pela primeira vez em 2006, já

relacionamento com cliente, projetistas e subempreitei-

ambientou campeonatos de boxe, luta livre, artes mar-

ros. Lembro-me do clima de cooperação, da constante

ciais, tênis e ginástica olímpica, consolidando-se como

troca de ideias e da postura proativa às necessidades da

um dos principais complexos esportivos no sul da Flórida.

obra, a fim de alcançarmos todas as metas, bem como

A arena, com 640 mil m de área construída e 112 m de

abordarmos e incorporarmos todas as mudanças requi-

altura, tem capacidade para 23 mil torcedores e pode ser

sitadas”, diz Gustavo Lazaro, Responsável pelo Sistema

configurada para acomodar diversos eventos. O complexo

de Ar Condicionamento.

2

já recebeu artistas mundialmente famosos como U2, Ma-

Pablo Rodriguez ressalta que o complexo foi entregue

donna, The Rolling Stones, Lady Gaga e Paul McCartney,

dentro do cronograma proposto e que o alvará de ocupa-

e ícones brasileiros como Roberto Carlos e Ivete Sangalo.

ção foi emitido em tempo recorde. “Era algo que as auto-

Também já passaram por seus palcos espetáculos como

ridades municipais não esperavam, por causa do porte do

Disney on Ice, Blue Man Group, Latin Grammy Awards e

projeto”, ele relembra.

MTV Video Music Awards.

56

Vivian Rojas-Keller, Responsável por Administração,

“Lembro-me até hoje da instalação do último viga-

afirma que a recompensa pessoal e as amizades con-

mento. Foi incrível ver a magnitude daquela estrutura

quistadas são duradouras. “Éramos uma equipe muito

de aço mantendo a cobertura do prédio, e os aparatos

unida, e acredito que o espírito de servir foi o que nos fez

suspensos utilizados na manutenção da iluminação, do

ser bem-sucedidos no programa como um todo. A satis-

ar condicionado, das caixas de som...”, diz emocionado

fação de completar um projeto como esse e entregá-lo à

Pablo Rodriguez, Responsável por Acabamentos na obra.

comunidade é ímpar.”

A construção da AAA foi marcada por diversos desa-

Steve Binford, Responsável pela Estrutura e que hoje

fios, como os impactos gerados por furacões e tempesta-

integra a equipe da Odebrecht em Nova Orleans, concor-

informa

foto: Henrique Valle

A American Airlines Arena e, na outra página, o estádio da Florida International University: conquistas da comunidade


da: “Foi um momento marcante na minha carreira e o

Miami. Houve outra que também teve (e continua tendo)

projeto mais gratificante do qual já participei. Sou louco

forte impacto na comunidade. Isso ficou claro, mais uma

por esportes e sempre sonhei em construir um complexo

vez, em 1º de outubro de 2011, quando 22.682 torcedo-

de ponta. Refiro-me com muito orgulho a essa obra há

res apoiaram fervorosamente seus times no campus da

mais de 12 anos”.

Florida International University (FIU). O Golden Panthers,

A AAA fica estrategicamente localizada no coração de

time de futebol americano da universidade, jogava contra

Miami, e contribuiu para a revitalização da área, dando

o Blue Devils, da Duke University, com recorde de públi-

vida às propriedades adjacentes. A poucas quadras da

co no estádio. Popularmente conhecido como “a jaula”,

arena, encontram-se a famosa área turística de Bayside

por causa do nome do time (as “panteras douradas”), o

e o teatro Adrienne Arsht Center for the Performing Arts

estádio foi construído entre 2007 e 2008 pela Odebrecht

Center, também construído pela Odebrecht Estados Uni-

Estado Unidos, no mesmo local onde ficava o antigo, de-

dos e inaugurado em 2006. Gustavo Lazaro observa que

molido pela empresa.

a arena foi o início de uma nova fase da região, gerando

“A abertura do estádio teve um grande impacto na co-

empregos não apenas na indústria da construção, mas

munidade. Além de ser uma das poucas universidades da

também no setor de serviços, devido ao surgimento de

Flórida a ter seu próprio estádio, a FIU, com a inaugura-

novos edifícios residenciais, imóveis comerciais e espa-

ção da arena, proporcionou um novo motivo de orgulho a

ços gastronômicos.

dirigentes, corpo docente, alunos e atletas da instituição.

Sempre buscando maneiras de ser mais eficiente em

O esporte é capaz de unir as pessoas de uma forma muito

termos energéticos e ambientalmente amigável, a AAA

especial”, diz Carlos Nuñez, da Odebrecht. Ele passou de

foi certificada como edifício Leed pelo U.S. Green Building

Engenheiro de Projetos a Superintendente Geral durante

Council. A certificação foi concedida com base no desem-

a obra.

penho (e na melhoria) de sua operação. No caso da AAA,

Pete Garcia, Diretor Atlético da FIU, enfatiza: “A

isso significa eficiência no uso de água no paisagismo,

Odebrecht construiu um estádio capaz de unir a comu-

consumo de energia eficaz e estacionamento subterrâ-

nidade em vários tipos de eventos”. Ele diz que ter a

neo (com redução da emissão de gases que retêm calor

empresa como parceira foi a melhor decisão que to-

na atmosfera), entre outros fatores.

maram. “A obra foi finalizada dentro do cronograma

Vivian Rojas-Keller ressalta: “Acredito que vivencia-

e do orçamento propostos. Foi uma experiência exce-

mos até hoje os efeitos perenes da construção da AAA.

lente trabalhar com Gilberto Neves [Diretor-Superin-

Quem já visitou a arena e desfrutou do que ela tem a ofe-

tendente da Odebrecht Estados Unidos] e sua equipe.

recer, sabe o quanto a AAA proporciona uma experiência

Além da expertise que ofereceram, todos trataram o

intensa e com que força ela contribui para a polarização

estádio como se fosse seu!”.

da nossa comunidade”.

Estádio no campus A American Airlines Arena não foi a única instalação

de execução do projeto em Miami: “Foi uma experiência inesquecível ajudar a construir um ícone como esse na universidade na qual me formei!”.

Acervo Odebrecht

esportiva construída pelas equipes da Odebrecht em

Rudy Armenta, Diretor de Contrato da construção do estádio, afirma com o mesmo entusiasmo dos tempos

informa

57


memória

Preparativos para os jogos Pan-Americanos de 2007 mostraram a capacidade do Rio para sediar grandes eventos texto Zaccaria Junior

58

Há cinco anos, de 13 a 29 de julho

acontecido ontem. “O Pan foi muito

de 2007, o Rio de Janeiro despontava

importante para a Odebrecht. Além

como palco de um dos eventos es-

de termos enxergado a oportunida-

portivos mais importantes do con-

de de contribuir nas obras de infra-

tinente, os jogos Pan-Americanos,

estrutura e estádios, nos possibilitou

em sua 15ª edição. O orçamen-

olhar para um novo tipo de negócio,

to da candidatura, o montante de

de encarar o esporte e o entreteni-

R$ 1,48 bilhão que englobava inves-

mento como um novo business”,

timentos e custos da organização,

comenta.

trazia premissas orçamentárias que

O desafio da Odebrecht em parti-

estimavam a participação de cerca

cipar dos jogos Pan-Americanos foi

de 25 mil pessoas, entre atletas, ár-

concretizado com a entrega à popu-

bitros e delegados, voluntários e jor-

lação do Rio de Janeiro do Estádio

nalistas credenciados, entre outros.

do Maracanã modernizado, um novo

Colaborar com a realização dos jo-

Maracanãzinho (ginásio de espor-

gos Pan-Americanos era um desafio

tes), com ar-condicionado e quadra

para a Odebrecht e seus integrantes.

de 800 m², e o Estádio Olímpico João

O envolvimento da empresa com

Havelange, o Engenhão, um dos mais

o megaevento começou em 2003,

modernos do mundo, adequado a

quando o Comitê Organizador dos

competições do mais alto nível – é

jogos solicitou o apoio da empresa e

um capítulo à parte na participação

deu a largada para os preparativos

da Odebrecht no Pan de 2007. O Está-

que tornariam a capital fluminense

dio Olímpico é considerado um marco

apta a receber um evento de tama-

da engenharia, especialmente pela

nha magnitude.

desafiadora construção de sua co-

João Borba, Responsável por

bertura metálica, que, com mais de 4

Novos Negócios na Odebrecht In-

mil t, passa a sensação de flutuar so-

fraestrutura, relembra os fatos

bre o público, ao mesmo tempo que

com entusiasmo, como se tivessem

protege da chuva e dissipa ruído e ca-

informa

58 Acervo Odebrecht

Prova de fogo

O Estádio Olímpico João Havelange em obras para o Pan 2007: projeto desafiador para o Rio de Janeiro e para a Odebrecht


informa

59


lor. Na parte superior, é sustentada por quatro grandes arcos, a mais de 70 m de altura. A execução da cobertura não era, originalmente, trabalho da Odebrecht, mas a empresa acabou assumindo uma parte dele e entrou em campo para realizar acabamento, instalações, automação predial, bilhetagem, iluminação, ar-condicionado e telhas da cobertura, entre outros itens constantes do edital da licitação. Outra obra da Odebrecht no Rio de Janeiro, também realizada para servir ao Pan, foi o novo terminal de embarque e desembarque do Aero-

Complexo do Autódromo de Jacare-

do esporte como um negócio, com

porto Santos Dumont, no centro da

paguá, um projeto totalmente inova-

um olhar além da construção, o que

cidade, capaz de atender oito mi-

dor, desenvolvido para tornar o local

não era feito antes”, relata Borba.

lhões de passageiros/ano.

um dos mais modernos complexos

“Comecei a pesquisar como funcio-

poliesportivos do mundo, e que sur-

navam as arenas multiuso, o que se

giu a partir de um pedido de apoio do

fazia, como era possível ter um jogo

Comitê Organizador para que se pen-

de hóquei no gelo pela manhã, por

sasse em projetos que pudessem vir

exemplo, e à noite ter um show de

a ser desenvolvidos na cidade.

uma banda de rock. Foi aí que nas-

O surgimento de um novo negócio Quando João Borba destaca a ideia de um “novo business”, além das obras de infraestrutura e os es-

“A partir de 2003, com nosso en-

tádios, ele se refere, em especial, à

volvimento nos preparativos do Pan,

O Rio Sport Plaza foi idealizado

liderança da Odebrecht na estrutu-

comecei a ir para fora, conhecer o

para integrar, em um único local,

ração do processo de concessão do

que se fazia no mundo, com a visão

um complexo poliesportivo e outras

O Maracanã e o Maracanãzinho durante a reforma para o Pan-Americano e o Aeroporto Santos Dumont então recém-ampliado: legado para a cidade

ceu o Rio Sport Plaza”, acrescenta.


fotos Acervo Odebrecht

instalações no entorno, incluindo

vido, tendo como carro-chefe a ven-

O empreendimento, com investi-

empreendimentos na área de lazer e

da de naming rights para o complexo

mento de R$ 1,5 bilhão, será cons-

entretenimento, hotéis e centros co-

– uma equação que seria a grande

truído no mesmo local onde, há oito

merciais e de negócios. A área pre-

novidade para a época.

anos, havia sido idealizado o Rio Sport Plaza. O complexo ocupará

vista para a construção situa-se às margens da Lagoa de Jacarepaguá,

Parque Olímpico

uma área superior a 1 milhão de m²

na Barra da Tijuca, onde está atu-

A relação entre a novidade do

e será composto de quatro ginásios

almente o Autódromo Internacional

project finance, a falta de apoio po-

esportivos, dois estádios, 16 qua-

do Rio de Janeiro. “O conceito era

lítico, o prazo apertado para a reali-

dras de tênis e uma arena olímpica

construir para os jogos, com nos-

zação do projeto e a complexidade

que incluirá o centro aquático e o

sos recursos, uma arena multiuso,

da estruturação acabaram não pos-

velódromo.

um velódromo multifuncional e um

sibilitando sua concretização, mas a

O projeto contempla ainda a

parque aquático e modernizar o au-

semente já havia sido plantada. “O

construção de equipamentos olím-

tódromo, que seria homologado pela

tempo colaborou com a maturação

picos que formarão o legado dos

Federação Internacional de Automo-

da ideia do projeto Rio Sport Plaza,

Jogos, incluindo três halls que abri-

bilismo para corridas da Fórmula 1.

o que nos levou a investir hoje em

garão competições de diversas mo-

Em contrapartida, a SPE (Sociedade

PPPs em um modelo muito pró-

dalidades e uma pista de atletismo.

de Propósito Específico) do Rio Sport

ximo ao que foi pensado na época.

Além disso, será construída toda a

Plaza teria o direito de explorar um

Pode-se dizer que a recente parti-

infraestrutura do Parque Olímpi-

parque imobiliário que contaria com

cipação na construção e operação

co, um centro de convivência, um

hotel, shopping center, centro de

do Parque Olímpico é a evolução

edifício comercial, que servirá de

convenções, espaços destinados ao

daquela ideia”, afirma João Borba.

Centro de Mídia para a maioria dos

lazer e entretenimento, além de edi-

O Consórcio Parque Olímpico

20 mil jornalistas, e um hotel com

fícios comerciais, em uma área total

Rio 2016, composto pela Odebre-

400 quartos. Principal complexo

de 900 mil m²”, ressalta Borba. Tudo

cht Infraestrutura, Andrade Gu-

esportivo das Olimpíadas de 2016,

isso, ele salienta, seria desenvolvido

tierrez e Carvalho Hosken, foi for-

o parque abrigará 15 modalida-

e construído com recursos próprios

mado para a participação em uma

des esportivas e 11 paralímpicas.

da Odebrecht que, em contrapartida,

licitação de projeto de PPP promo-

“Certamente, outros investimentos

teria o direito de explorar comer-

vida pela Prefeitura do Rio de Ja-

nesse tipo de parceria virão com o

cialmente a área pelo período de 50

neiro para implantação, operação

tempo, consolidando a participação

anos. Para viabilizar os investimen-

e manutenção do Parque Olímpico

da Odebrecht nesse business”, diz

tos, um project finance foi desenvol-

dos Jogos de 2016.

João Borba.

informa

61


a matéria-pr

entra em campo

Dos antigos materiais, feitos de couro natural, até os equipamentos de hoje, produzidos com resinas termoplásticas, uma história de evolução tecnológica no esporte texto Emanuella Sombra fotos Fred Chalub

Rolos de couro sintético produzidos pela Sintex: empresa fornece material para a fabricação de artigos esportivos de algumas das mais famosas marcas mundiais

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informa

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prima N

o início do século 20, elas eram feitas de couro espesso, não possuíam travas e mais pareciam botas. A partir da década de 1950, seus fabricantes descobriram o couro de gado, que, mais

leve e maleável, permitia aos atletas mais agilidade e maior controle da bola. Conforme o futebol amadurecia, as chuteiras se modernizavam: no fim dos anos 1950, Pelé usou modelos de couro de canguru com travas que podiam ser trocadas, que se adequavam aos diferentes tipos de gramado. Diego Armando Maradona experimentou as de sola e trava de poliuretano, que pesavam 270 g, e Ronaldo Fenômeno lançou moda com suas travas longitudinais e cores chamativas. Hoje o supercraque Lionel Messi dá nó em seus marcadores calçando modelos levíssimos, de 150 g, feitos de couro e fibra sintéticos. “A evolução dos calçados esportivos foi gigantesca. A produção setorizada de hoje permite aos fabricantes um maior controle de qualidade”, explica Reginaldo Milbradt, Presidente do Grupo Sintex, um dos cinco maiores produtores de couro sintético do Brasil. Diariamente, ele acompanha as diferentes fases de produção dos materiais na fábrica localizada em Boraceia, município pertencente a um estratégico polo calçadista no interior de São Paulo. Reginaldo detalha como funciona a linha de produção, sem tirar os olhos de uma imensa esteira de papel moldável, onde um viscoso líquido negro é despejado. Ali, esse líquido é espalhado, aquecido e depois resfriado, até se transformar em enormes rolos de couro sintético preto, que logo são embalados e etiquetados. Em meia hora, o líquido é substituído por outro, verde-cana, e depois outro, prata, em um ritmo que precisa atender à constante demanda dos clientes – algumas das principais marcas do mercado de artigos esportivos. A Sintex fornece matéria-prima para fabricantes de chuteiras, tênis, bolas e luvas de goleiro – o que corresponde a 50% da produção total da fábrica, que também atende o mercado calçadista. Tudo começa na mistura dos ingredientes. “É como executar uma enorme receita de bolo: o leite é o plastificante, os ovos são os pigmentos e a farinha é a resina de PVC”, compara Reginaldo, com humor. Mensalmente, de 75 a 120 t dessa “farinha” chega à Sintex em caminhões da Braskem, responsável por 70% da resina de PVC fornecida à fábrica. Números que

INFORMA

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devem aumentar em razão da Copa das Confederações (2013) e da Copa do Mundo (2014) que, segundo estimativa da Sintex, devem aquecer a produção da fábrica em pelo menos 20%. A alta do dólar, por sua vez, deve contribuir ainda mais para tornar o produto de fabricação nacional mais competitivo. “Nossa produção está diretamente ligada ao consumidor final. Se as pessoas compram mais bola, teremos de produzir mais a resina de PVC”, exemplifica Alex Ricardo Duarte, Gerente de Contas PVC da Braskem. Ele explica que propriedades mecânicas do couro sintético – mais leve e resistente que couro animal –, aliadas ao baixo custo em relação a outros materiais, tornam o PVC um dos produtos mais requisitados pela indústria esportiva. Atenta às novas tendências e antecipando-se às demandas dos fabricantes de artigos como tênis, chuteiras e bolas – cada vez mais preocupados com o desempenho, o design e a durabilidade de seus produtos –, a Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, busca soluções por meio de pesquisas, desenvolvimento de tecnologia e fina sintonia com seus clientes. Resinas como o polietileno, produzidas pela empresa, tornam-se matéria-prima para a fabricação de grama sintética – uma opção de gramado de fácil manutenção e menos suscetível às condições climáticas. Insumos como o butadieno se transformam em esteiras de academia, e solventes como o tolueno viram adesivos para tênis de alta performance. E, contrastando com uma época em que os atletas vestiam camisas pesadas e shorts de algodão, o cumeno é ingrediente para a produção do nylon utilizado na confecção de uniformes.

Amsterdam ArenA Em outras frentes, a inovação exigida pela indústria esportiva é atendida com soluções já conhecidas e testadas: tecnologia desenvolvida há seis anos pela Braskem, a fabricação de plástico “verde” a partir do etanol da cana-de-açúcar tornou-se protagonista do contrato firmado entre a empresa e a Amsterdam ArenA, na Holanda. A partir dele, serão fornecidos em uma primeira etapa 2 mil assentos feitos de polietileno de cana para a casa do Ajax Football Club, clube de futebol que apresentou ao mundo o genial Johan Cruyff.

Da

rio

de

Fre itas

“Trata-se de uma opção

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INFORMA


Produção de couro sintético: matéria-prima utilizada pela Sintex é fornecida pela Braskem

sustentável, que é produzir etileno a partir do etanol da cana”, afirma Fabio Carneiro, Diretor Comercial da Braskem para Negócios Renováveis. Além de vir de fonte renovável – do etanol derivado do plantio da cana-de-açúcar –, o etileno pode ser processado nos mesmos equipamentos que fabricam o plástico convencional. Na carona da preocupação global com a preservação dos recursos naturais, a iniciativa da Braskem foi tema de reportagem de destaque publicada no site da CNN em fevereiro. De acordo com Carneiro, a perspectiva é substituir todos os 54 mil assentos antigos do estádio holandês e viabilizar esse tipo de alternativa em outros equipamentos esportivos do Brasil, a exemplo dos estádios que sediarão a próxima Copa do Mundo. É com os olhos voltados para a Copa que a indústria aposta suas principais fichas. E a Braskem já vem marcando presença nos preparativos para o evento esportivo mais aguardado do planeta. Quem assistir à final da Copa do Mundo no Maracanã, em 13 de julho de 2014, desfrutará de uma proteção metálica composta de resina hidrocarbônica licenciada e produzida pela empresa no Polo Petroquímico de Santo André (SP). A resina Unilene, que é exportada para países da Europa e para os Estados Unidos, é um dos componentes de duas tintas fabricadas pela holandesa Akzo Nobel. Os Intergard 475HS e Interseal 670HS revestirão a cobertura e as estruturas metálicas do lendário estádio carioca, que vem sendo reformado pelo Consórcio Maracanã Rio 2014, formado pela Odebrecht Infraestrutura e pela Andrade Gutierrez. “A Unilene tem como um de seus principais atributos a impermeabilidade à água, o que contribui para a maior proteção anticorrosiva das estruturas metálicas nas quais o revestimento é aplicado. Para o fabricante, essa qualidade é essencial na hora de tornar seu produto mais competitivo”, avalia Arariboia Martins, Gerente Técnico da Akzo Nobel (Unidade M&PC – Revestimentos Marítimos e de Proteção). De acordo com ele, a multinacional negocia a aplicação das mesmas tintas em outras arenas que estão sendo construídas ou reformadas no país. “É um tipo de resina de grande aplicabilidade. Está presente não só em tintas, mas também em pneus de corrida, adesivos para calçados esportivos, bolas de futebol...”, enumera Leonardo Fernandes, Gerente de Contas Mercado Interno (MI) Unilene na Braskem, deixando claro que esses são apenas alguns entre muitos exemplos.

INFORMA

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66 Elber Mateus: um dos jovens talentos da Escolinha de Beach Soccer do Pontal, em Macei贸

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informa

eu


quero

e eu posso

Na Bahia, em Alagoas e em São Paulo, crianças ficam mais perto de realizarem o sonho de, um dia, se tornarem atletas profissionais

texto Ricardo Sangiovanni (Bahia e Alagoas) e Thereza Martins (São Paulo)

C

riança, para sonhar, não precisa de muito. Prova disso são dois projetos sociais apadrinhados pela Braskem, que têm proporcionado a cerca de 400 crianças das periferias de Salvador e de Maceió o sonho de chegar, um dia, a se tornar

atletas profissionais. Em Salvador, a Braskem é parceira do Sesi (Serviço Social da Indústria) no programa Atleta do Futuro, que oferece 400 vagas em três modalidades – balé, futebol e caratê – a jovens com idade entre 6 e 17 anos. Em Maceió, a empresa apoia a Escolinha de Beach Soccer do Pontal, que tem 43 alunos de 5 a 14 anos. O Atleta do Futuro é abrigado pela Ação Social do Mosteiro do Salvador, ONG que atende crianças carentes dos subúrbios da capital baiana. A coordenação pedagógica é feita pela equipe do Sesi, e a Braskem entra como empresa parceira – que, por sua vez, possibilita a atuação conjunta entre Sesi e Mosteiro - e supervisiona o projeto. No balé clássico (primeira modalidade abraçada pelo projeto, em 2010) 223 crianças estão matriculadas. O apoio do Sesi ajudou a garantir a sobrevivência do curso, que já existia desde 2001, e a melhorar a infraestrutura da sala de aula, que hoje tem cerca de 50 m2 e é equipada com espelhos, barras de

foto: Márcio Lima

apoio, aparelhagem de som e de iluminação e assoalho de madeira adequado. “É um trabalho muito gratificante”, diz a professora Ana Cristina Ferraz, formada em dança e credenciada pela Royal Academy of Dance, de Londres – cujo métoinforma

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do, referência internacional em formação de bailarinos, é seguido no Mosteiro. “Essas meninas chegam aqui uns ‘patinhos feios’ e saem verdadeiros ‘cisnes’. A dança disciplina e educa”, afirma orgulhosa Ana Cristina. Se os parâmetros forem a desenvoltura e a elegância demonstradas por alunas como Deijane Gonçalves, 17 anos, a professora não exagera. Ao fim de uma aula pública aplaudida por familiares das alunas, a garota contou que a identificação com o balé surgiu “logo de cara”, quando fez a primeira aula no Mosteiro, há oito anos. Deijane logo passou a cultivar o sonho de toda bailarina iniciante: ser aprovada nos testes do balé Bolshoi e se mudar para Joinville (SC), onde fica a sede brasileira da companhia russa. Nas duas primeiras seleções, apesar da árdua preparação, não foi aprovada – e chorou muito. Mas o desejo se realizaria em 2008, quando, após uma audição do Bolshoi em Salvador, ela finalmente foi indicada. A temporada em Santa Catarina, porém, duraria poucos meses, pois a estadia tinha que ser custeada pelos pais da menina, que não tiveram condições de bancá-la. Madura, ela soube compreender as dificuldades e voltou a Salvador, mas não parou de treinar no Mosteiro nem desistiu da carreira de bailarina. Moradora de Escada, subúrbio de Salvador, Deijane acredita que o curso de balé “já salvou muitas pessoas” da prostituição e do tráfico de drogas, comuns na região. Colega de Deijane até o final do ano passado, Grimaldo Oliveira Silva Filho, 17 anos, concorda. “É uma atividade que nos mantém longe dessas coisas. Tenho alguns amigos que foram para essa vida [do tráfico]”, lamenta o jovem bailarino, morador do Alto de Coutos, bairro vizinho. Grimaldo começou a treinar aos 12 anos no Mosteiro. Aprimorou-se tanto que, no início deste ano, foi aceito numa companhia de dança da cidade, o Balé Jovem Salvador. “Com o balé, passei a entender o que é cultura”, diz ele, que não escapa do preconceito por ser homem e dançar. “Eu não ligo: quando piso aqui no tablado, o resto fica lá fora, minha imaginação flui. É quando tenho a certeza de que meus sonhos vão se realizar.” Ele sonha

Balé da bola O sucesso da experiência com o balé clássico levou o Sesi e a Braskem a estenderem o programa em 2012

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informa

foto: Márcio Lima

alto: quer dançar na companhia russa Kirov. Deijane Gonçalves: perseverança para seguir a carreira de bailarina


a outros dois tipos de “balé” - o da bola, com o futsal, e

Salomão e a mãe, Isabel: desenvolvimento a olhos vistos

o das artes marciais, com o caratê. O futsal tem cerca de 40 matriculados, e o caratê, aproximadamente 50, mas a meta é chegar a 120 em cada modalidade até o próximo ano. As aulas começaram em março. Alguns meninos, como o pequeno Salomão Brejeiro, 8 anos, gostaram tanto que praticam não apenas um, mas os dois esportes. A mãe dele, a dona de casa Isabel Brejeiro, 43 anos, diz que, em apenas três meses de treinos, o garoto “já se desenvolveu muito”. E não só como esportista: Salomão está mais engajado nos estudos; afinal, só treina quem vai bem na escola, segundo as regras do projeto. “Gosto de caratê, mas quero ser jogador de futebol”, diz Salomão, que, apesar de torcer pelo Bahia, sonha mesmo em jogar “no time de Messi” - o Barcelona. Desejo, aliás, compartilhado pelos colegas Carlos Alberto Junior, 9 anos, Douglas Silva, 10, e Gessivaldo Lima, 14. Habilidosos, eles têm se destacado nos treinos e poderão ser indicados para as divisões de base de clubes baianos, segundo o treinador Augusto Andrade. “Mas o fundamental é o estudo”, salienta.

Escolinha de vida A garotada da Escolinha de Beach Soccer do Pontal, em Maceió, também tem os nomes dos craques do Barça na ponta da língua. E, assim como os colegas baianos, não podem descuidar dos estudos se quiserem seguir treinando. A escolinha é capitaneada pelo ex-jogador de Beach

Soccer Rodrigo Willer, 30 anos. Morador do bairro do Pontal, na periferia de Maceió, Willer montou a escolinha há dois anos, “para dar às crianças o que eu não tive na infância”. Ele é integrante do Lagoa Viva, instituto criado pela Braskem e hoje parceiro da empresa em projetos socioambientais. Atualmente, ao todo, 43 meninos do bairro treinam aos sábados os fundamentos do futebol de areia, na quadra construída pela Associação de Moradores com apoio da Braskem. Os pequenos atletas se inspiram no vizinho de bairro e vice-artilheiro do último Campeonato Brasileiro de Beach Soccer, Tade treinar desde pequeno. Se vocês se dedicarem, com certeza vão se tornar grandes jogadores, bem melhores do que eu”, disse Tales, convidado especial da preleção à turminha.

foto: Márcio Lima

les Marcel, 25 anos. “Eu não tive essa oportunidade,

informa

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foto: Paulo Fridman

Participantes do grupo de natação da Aceb-SP: acesso a bolsas de estudos

Antes de a bola rolar, tem aula: uma mistura de

levou o nome da Aceb-SP a Algarrobo, no Chile, para o

recreação com lições de respeito aos professores e

torneio anual realizado naquela que é considerada pelo

aos colegas, dicas de reciclagem e de uso racional da

Guinness Book a maior piscina do mundo, com mais

água. Para envolver a garotada, Willer costuma apos-

de 1 km de comprimento, o equivalente a 20 piscinas

tar refrigerantes com os alunos em divertidas dispu-

olímpicas oficiais. Nesse torneio, Nathália sagrou-se

tas de pênaltis.

campeã na categoria feminina juvenil.

E, divertindo-se, as crianças assimilam melhor os

“Foi uma experiência única. Conheci atletas reco-

fundamentos do esporte. No jogo-treino contra a mole-

nhecidos no Brasil e em outros países, pude ver como

cada do bairro do Trapiche (outro bairro da periferia de

treinam e ter um exemplo neles”, afirma. A Aceb-SP

Maceió, que, porém, não tem a sorte de ter uma esco-

esteve representada no torneio por 16 nadadores e pa-

linha), os craques do Pontal – Everton Souza, 12 anos,

trocinou a participação de cinco.

Elber Mateus, 12, e João Vitor Caetano, 13 – deram um

No mesmo grupo de Nathália, treinam as irmãs

show não só de técnica individual, mas de consciência

Ana Carolina e Mariana da Costa Pires, de 9 e 11 anos,

tática coletiva. Placar final: 10 x 3. Goleada da cidadania.

respectivamente. No caso delas, a natação abriu as portas para bolsas de estudos em uma escola parti-

Na piscina, com garoa e frio

cular da região. Quem conta a história é Marco Anto-

De Maceió para São Paulo o clima muda, mas o de-

nio Pires, pai das meninas. “Elas estudavam em um

sejo de realizar sonhos é o mesmo. Nem mesmo a ga-

colégio municipal, mas minha esposa e eu queríamos

roa e o frio intenso do fim de uma tarde de outono desa-

transferi-las para o ensino privado. A escola que nos

nimaram as jovens participantes do grupo de natação

interessava oferece bolsa atleta para quem está apto a

do Projeto Social Aceb-SP. Às 4h da tarde em ponto,

disputar jogos esportivos pelo time interno. Elas quase

lá estavam elas, prontas para o primeiro mergulho e

não sabiam nadar, mas se desenvolveram rapidamente

o início do treino. Treino de atletas que deu a algumas

e, treinando na Aceb, conseguiram a matrícula, a bolsa

delas medalhas de campeãs.

atleta e a participação no time da escola.”

É o caso de Nathália de Souza Giolo, 16 anos. Ela participa da equipe de natação da Associação Cultural e

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Elo entre empresa e comunidade

Esportiva Braskem (Aceb), em Santo André (SP), desde

O Projeto Social Aceb-SP foi criado em 2006, com

os 11 anos. Já conquistou títulos nadando em piscinas e

o objetivo de incentivar a inclusão social por meio do

em mar aberto. No ano passado, integrou a equipe que

esporte e de atividades educacionais. Além da natação,

informa


à saúde em qualquer idade”, afirma Flávia Molla, proNathália Giolo: “Foi uma experiência única”

fessora de educação física e coordenadora da equipe de natação da Aceb. Um dos requisitos para a inscrição no projeto social é estar matriculado em escola de 1º ou 2º grau. O outro é manter vínculo com associações de bairro, pois as inscrições no projeto da Aceb são feitas por meio delas, cujas sedes também funcionam como ponto de encontro das crianças e dos jovens, que são transportadas, na ida e na volta, em ônibus fretados pela Braskem. “Um monitor da associação comunitária sempre acompanha os grupos”, informa Flávia. Além do ônibus, a empresa também oferece uni-

fotos: Paulo Fridman

forme e lanche aos participantes. O que Vinícius Nascimento de Souza, 11 anos, torcedor do Santos, mais gosta de fazer na Aceb é jogar futebol. “Em casa, não tenho com quem brincar, fico jogando videogame”, afirma.

o projeto oferece outras práticas, como futebol, basquete, handebol e vôlei, aulas de música e recreação. “A Aceb era subutilizada no período diurno, quan-

Vinícius de Souza: fascínio pelo futebol

do a maior parte dos associados, integrantes da Braskem, trabalha. Dessa forma, temos espaço e tempo livres para atender às comunidades do entorno do Polo Petroquímico do Grande ABC, oferecendo, por meio do projeto social, opções de lazer às pessoas inscritas”, afirma Debora Hernandes Machado, analista de Relações Institucionais da Braskem, para as regiões do ABC e de Cubatão. A Associação está localizada praticamente em frente às unidades produtivas PE 7 (polietileno) e Unib 3 (petroquímicos básicos) da Braskem em Santo André, quase divisa com Mauá. Bairros populares cresceram em áreas vizinhas e, assim, o projeto social foi criado para atender essa população. “A Aceb é também um elo entre os bairros da região e a empresa, um ponto de encontro e de comunicação”, destaca Debora. Mais de 500 pessoas dessa população vizinha, entre crianças, jovens e público acima dos 60 anos, frequentam a Aceb e usufruem de uma estrutura composta de salas, áreas de recreação, piscinas e quadras. O ponto alto das atividades é o esporte, por conta dos benefícios que oferece e do interesse que desperta. “A atividade esportiva ajuda o desenvolvimento da criança e do adolescente, aprimora sua coordenação motora, estimula a disciplina, a atenção, a responsabilidade e a socialização, além, é claro, de fazer bem

informa

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72 Partida de vôlei na Ilha do Cabo, em Luanda: lazer e confraternização ao ar livre

movim 72

informa


Paixão pelos esportes, uma característica marcante do povo angolano, se manifesta nas praias, nas ruas e nas praças texto Eliana Simonetti fotos Guilherme Afonso

um país em

imento informa

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Participantes do programa Vida Ativa e, na foto ao lado, Wilson e Lara Cunha com o filho Ricardo: investimento na saúde e no bem-estar

N

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a África, Angola é uma potência do

“Já vínhamos aqui jogar vôlei na praia antes que a

basquete: venceu 10 dos últimos 11

Odebrecht trouxesse redes. Agora nossa frequência é

torneios de Afrobasket, o campeona-

maior”, diz Peterson Patrício, arquiteto de 33 anos que

to masculino continental que ocorre a

encontra os amigos para praticar o esporte às terças e

cada dois anos e é classificatório para

quintas-feiras, após o trabalho, e aos sábados de ma-

os Jogos Olímpicos e para o Mundial da modalidade.

nhã. Peterson, que participou dos confrontos armados

O futebol mobiliza outra multidão no país. Grande

no interior do país e estudou na África do Sul depois de

parte dos angolanos, de todas as faixas etárias, prati-

completar o ensino médio em Benguela, nota com sa-

ca algum esporte.

tisfação o aumento no número de pessoas que se exer-

Na Ilha do Cabo, em Luanda, onde equipes da Ode-

citam nas praias e praças de Luanda. “Nosso povo está

brecht Angola reformaram, ampliaram e moderniza-

a buscar resultados crescentemente positivos”, afirma.

ram a avenida, as calçadas e a sinalização, e também

Como leva o esporte a sério, Peterson deixa para ir

instalaram equipamentos para a prática de esportes,

com as filhas à praia aos domingos, quando não joga com

a frequência de pessoas é impressionante. “Os an-

os companheiros. Aos fins de semana, muitas famílias

golanos têm enorme prazer de desfrutar de locais

aproveitam o espaço melhorado. Em meados de maio,

bem-cuidados, de promover seu bem-estar e dessa

Wilson e Lara Cunha, empresários do setor de informá-

forma, rapidamente se apropriam das áreas revita-

tica, caminhavam ali com o filho Ricardo, de um ano e

lizadas pelo projeto, ajudando inclusive na sua con-

meio. Eles não moram perto da ilha, mas todos os dias,

servação”, diz Eduardo Badin, Diretor de Contrato do

às 5h da manhã, Wilson pode ser encontrado fazendo

Projeto Vias de Luanda, líder das obras realizadas na

seus primeiros aquecimentos antes da corrida e da mus-

Ilha do Cabo.

culação que o deixam pronto e bem disposto para o dia a

informa


dia. “A paisagem, os equipamentos instalados na beira da

ginástica aeróbica disponíveis para os que queiram

praia, tudo nos convida a procurar uma saúde melhor, a

fazer exercícios com orientação profissional. Os

encarar a vida da melhor maneira”, diz ele.

candidatos passam primeiramente por uma triagem: um técnico em enfermagem anota os dados

Vida ativa

gerais de cada um: pressão arterial, batimentos

A receptividade dos angolanos levou a Odebre-

cardíacos e temperatura. Depois, podem juntar-se

cht, em parceria com o Governo Provincial de Lu-

àqueles que mexem braços e pernas, pulam e se

anda, a dar um passo além. Aos finais de semana,

divertem no calçadão. “Chegamos a ter mais de 200

logo no começo da ilha, junto aos equipamentos de

pessoas em aulas oferecidas às 7h da manhã do

ginástica, ficam um disc-jockey e um professor de

domingo”, revela Virgínia Machado da Silva, Responsável por Programas Sociais e Relações com a Comunidade do Projeto Vias de Luanda. Esse programa de atividades físicas orientadas por profissionais chama-se Vida Ativa. Foi lançado em 29 de janeiro e, em maio, contava com 1.800 inscritos, a maior parte deles frequentadores das aulas de aeróbica ou de uma das quadras de vôlei, basquete e futebol disponibilizadas na área. “Sempre malhei para ter o corpo em ordem, mas fazer ginástica com orientação organiza as coisas, é mais eficiente”, reconhece Manuel Fernandes, relações públicas em uma empresa de consultoria, que caminha uma hora de casa à ilha para participar das aulas nas manhãs dos fins de semana.

Flávio José Mateus, aficionado por basquete: Angola é potência continental nesse esporte

informa

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Diretores de contrato e outros integrantes da Odebrecht Angola no Estádio Nacional de Ombaka, em Benguela: uma experiência para se eternizar na memória e no coração

A equipe do Vias de Luanda tomou outra iniciativa

meu país, ser reconhecido no exterior e poder jogar

bem aceita pelas comunidades da capital angolana.

entre os melhores, na liga de basquete dos Estados

Ao revitalizar vias, largos e calçadões de avenidas,

Unidos”, diz ele, confiante. “Meu técnico diz que tudo

instalou quadras ou equipamentos de ginástica – o

é possível, portanto, trabalho duro para realizar meus

que fosse mais adequado para o espaço e a região.

sonhos”, completa.

O resultado é notável. Em todos os fins de tarde, por onde quer que se ande nessas áreas revitalizadas da

Jovens em situação de risco

capital, há muita gente reunida. Não há equipamento

Flávio e Candido são primos. Eles e mais cinco jo-

desocupado. Arborizados, calçados e cercados com

vens vivem com dona Emília, mãe de Cândido, no Bair-

alambrados, os largos têm brinquedos para a crian-

ro Operário. As condições de vida são difíceis, mas já

çada e, sempre, ao menos meia quadra de basquete.

foram piores. Atualmente, todos frequentam a escola e

É assim com o Largo Cambambe, no bairro Cru-

têm, pelo menos, uma atividade extracurricular. O mais

zeiro, vizinho ao Bairro Operário. Flávio José Mateus,

novo dos garotos, Ivanilson, 7 anos, também filho de

19 anos, e Candido Antonio Gaspar Madureira, 17,

dona Emília, pratica capoeira em outra instalação, cujo

treinam basquete ali, haja ou não mais companheiros.

surgimento tornou-se possível com a contribuição do

“Após as aulas, sempre nos encontramos na quadra

Projeto Vias Estruturantes, executado pela Odebrecht

para treinar”, conta Flávio, cujo sonho é ingressar na

Angola: quadras esportivas construídas e repassadas à

Força Aérea de Angola. Candido, que começou a jogar

irmandade Dom Bosco, que se dedica a promover pro-

basquete há quatro anos, já foi chamado para compor

jetos educativos em Angola.

a seleção sub-17 de Angola. “Desejo representar bem

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informa

A parceria entre a Odebrecht e a Congregação Sale-


Exercício dentro da empresa Para os integrantes da Odebrecht, fatos como esses são conhecidos, compensadores e, também, estimulantes. O cuidado com o corpo é uma das obrigações dos trabalhadores que desejam estar bem, a cada dia, para produzir o seu melhor. Em todas as instalações da Odebrecht há uma quadra de esportes ou uma sala de musculação que funcione como fator de incentivo para as pessoas se exercitarem. Inédita foi a experiência que ocorreu em Benguela, no litoral sul de Angola, no início de maio. Estava agendada para ocorrer na cidade a reunião de coordenação mensal, com a participação de todos os diretores de contrato e todos os integrantes da OD (Organização Dinâmica) do DS (Diretor-Superintendente) da Odebrecht Angola, Ernesto Baiardi, que também esteve presente no encontro. Para encerrar o evento, a equipe da empresa em Benguela organizou uma surpresa: uma partida de futebol no Estádio Nacio-

Acervo Odebrecht

nal de Ombaka – palco de algumas partidas da Copa Africana das Nações (CAN), realizada em 2010 –, com direito a uniformes padronizados pendurados nos armários do vestiário, ingresso dos times no campo ao som de Waka Waka (canção oficial da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul), jogo mediado por uma equipe de árbitros da Liga de Futebol de Benguela, e siana de Dom Bosco em Angola completou 10 anos em

entrevista no fim da partida.

2011. A equipe do Projeto Vias Estruturantes construiu,

O autor do primeiro gol do certame, Felix Augusto

em 2011, oito quadras poliesportivas onde ocorrem, dia

Martins, Diretor de Infraestrutura no Sul de Angola,

e noite, atividades como futebol, basquete, vôlei, capo-

que cuida de um novo projeto de mineração de ferro, é

eira e ginástica olímpica, dirigidos a crianças e jovens

fanático por futebol. Segundo ele, jogar em um estádio

que vivem em situação de risco. “Apoiamos a iniciativa

profissional foi a realização de um sonho. “Foi muito

porque acreditamos que o esporte é um meio para a

prazeroso perceber que não estamos unidos ao povo

inserção dos jovens na sociedade, pois proporciona a

angolano somente pelos aspectos culturais e pelo

eles uma oportunidade, um caminho a seguir”, afirma

idioma, mas também pelo amor e respeito ao espor-

o Diretor de Contrato Tiago Britto.

te”, diz. Segundo Marcus Felipe de Aragão Fernandes,

A brasileira Larissa Cristina Ribeiro, professora de

Diretor dos Contratos de Benguela e Kwanza Sul, “o

ginástica voluntária em missões salesianas, está em

melhor desse evento foi a convivência e a integração

Angola há dois anos. Ela dá aulas de ginástica olím-

das pessoas numa situação descontraída, de prática

pica para crianças e adolescentes. É muito benquista

esportiva”. José Carlos Pinheiro, o Zeca, Responsável

pelos alunos. “Todos gostam de aprender, de se sen-

Administrativo e Financeiro, preparara, com apoio de

tir queridos, de progredir. Nas atividades em que os

todos os integrantes da equipe da Odebrecht em Ben-

movimentos devem ser muito precisos é necessário

guela, a infraestrutura completa para a realização da

desenvolver atenção e disciplina. As mudanças que as

partida. Ele chegou a Angola em janeiro de 2011 e sen-

atividades físicas promovem nas crianças e nos jovens

te-se em casa. “Fui diretor da liga de futebol da cidade

fazem bem a eles e a todos nós”, ressalta Larissa.

de Mundo Novo, na Bahia”, explica.

informa

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78

luta a boa

78

informa


Em Macaé (RJ), adolescentes têm apoio para superar situações de risco social

Kemille de Jesus (à esquerda) e Agata de Oliveira: mais calma e equilíbrio

texto Júlio César Soares fotos Marcelo Pizzato

informa

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M

aicon da Silva Fernandes, 17 anos, é

Maicon Fernandes: em busca de um futuro de paz e crescimento

aluno do Colégio Municipal Botafogo, em Macaé (RJ). Ele estuda pela manhã e pratica judô e caratê à tarde, na escola. Morador do bairro Malvinas,

um dos mais carentes da cidade, Maicon viu no esporte a possibilidade de escapar de um cotidiano de violência e buscar um futuro de paz e crescimento. “Eu era um cara brigão, que não levava desaforo para casa”, conta. “Com as artes marciais, aprendi a me controlar, a ser mais paciente e a ter a disciplina que tenho nas lutas”. Agata Almeida de Oliveira e Kemille Peçanha de Jesus, também da mesma escola, têm histórias semelhantes à de Maicon. Falam do dia a dia difícil da favela e de como suas vidas passam por uma transformação há pouco considerada improvável por muitos. “Deixamos a rua e agora estamos seguros na escola”, explica Agata. “Praticar artes marciais trouxe calma e equilíbrio”. Kemille reforça: “Sou uma pessoa melhor hoje, mais atenta às aulas e respeitosa com os funcionários da escola”. Maicon, Agata e Kemille participam do Programa Abrindo Espaços, iniciativa da Odebrecht Óleo e Gás (OOG) com apoio da Unesco (o órgão da Organização das Nações Unidas que atua com a educação) e da Secretaria de Educação de Macaé. Localizada no norte do estado do Rio de Janeiro, Macaé é conhecida por sua pulsante indústria petrolífera. Empresas nacionais e internacionais se estabeleceram na cidade e ajudaram a transformá-la na oitava mais rica do país em 2006. Contudo, mesmo mantendo bons números econômicos desde então, o município ainda enfrenta grandes desafios sociais. Criado em 2007, dentro da estratégia de apoio à superação de obstáculos e promoção da melhoria das condições de vida de crianças e adolescentes, o Abrindo Espaços faz parte do Programa Escola em Ação, que desenvolve ações com foco em educação, esportes, lazer, qualificação profissional de jovens, geração de renda, inclusão digital e educação ambiental, com estímulo ao envolvimento comunitário e ao voluntariado. A mudança de comportamento dos alunos que parelogiada pela Diretora do Colégio Botafogo, Luiziana Simões de Almeida. Há 15 anos no cargo, ela recorda de tempos difíceis: “Nossa escola mudou muito. Não temos mais portas quebradas e desrespeito com os funcionários. Os alunos sentem que esse espaço é

80

informa

foto: Américo Vermelho

ticipam do Programa Abrindo Espaços é enfatizada e


patrimônio deles”. E acrescenta: “A parceria entre os

ciano de Souza, integrante do Programa de Sustenta-

setores público e privado é essencial para que possa-

bilidade da OOG. Principal canal entre a empresa e as

mos transformar a vida dessas crianças”.

escolas, Domiciano, ou Domi, como é conhecido nas comunidades de Macaé, acredita no potencial forma-

Formação de cidadãos conscientes

dor do projeto. “Trabalhamos para formar cidadãos

O Abrindo Espaços busca incluir a prática esporti-

conscientes, que entendam as necessidades das suas

va nos colégios como alternativa às comunidades com

comunidades e lutem para mudar o quadro atual”.

pouco ou nenhum espaço de lazer disponível e como

O apoio da OOG inclui o fornecimento de materiais

contribuição para a superação de um cotidiano marca-

para a prática esportiva, o apoio às viagens que os

do pela violência. Já beneficiou mais de 19 mil alunos

alunos fazem para disputar campeonatos e o envol-

de sete instituições de ensino e uma associação cultu-

vimento direto no planejamento, no monitoramento

ral ao longo dos seus cinco anos de existência. Baseado

e na avaliação das atividades e na articulação com a

nos quatro pilares da Educação elaborados pela Unesco

comunidade e as famílias. A ideia principal pode ser

– “aprender a conhecer, a fazer, a conviver, a ser e a

formar cidadãos, mas sem dúvida alguns alunos re-

transformar (a si mesmo e a sociedade)” –, o programa

velam ter “DNA” de futuros grandes atletas. É o caso

busca formar não apenas atletas, mas, sobretudo, cida-

de Renan Souza Pereira, 16 anos, estudante da Escola

dãos conscientes do seu papel na sociedade.

Engenho da Praia. Esguio e com quase 1,80 m de altu-

“Quando não formo grandes atletas, formo grandes

ra, demonstra técnica nos treinos de atletismo e pensa

professores, pessoas que vão passar o ensinamento

em transmitir seus conhecimentos. “Quero ensinar

adiante e ajudar suas comunidades”, argumenta Paulo

crianças que, assim como eu, não têm oportunidade

Cesar Maillet, mestre de jiu-jitsu no Espaço Art e Luz.

de praticar esportes”, diz. Ele também se imagina de-

Lutador há 17 anos e treinado pela tradicional Família

fendendo o país no futuro. “Meu esporte predileto é o

Gracie, Paulo é voluntário no programa.

futebol de salão e luto para um dia representar a sele-

“Não se trata do esporte pelo esporte”, diz Domi-

ção brasileira”, revela.

Leonardo Campos (à esquerda) e Ezequias Rocha: cotidiano seguro e produtivo

informa

81


água

a toda prova

texto Aline Brandão fotos Mario Grisolli

82

82

informa

Inauguração da ETE em região do Rio de Janeiro que sediará diversas disputas das Olimpíadas de 2016 marca início de atuação da concessionária Foz Águas 5


O lĂ­der comunitĂĄrio Carlos Renato Sampaio: um projeto para elevar a autoestima da comunidade

informa

83


I

magine um filme em que histórias de vida distintas se encontram em um determinado momento. O cenário, o Rio de Janeiro, mais precisamente a Zona Oeste, distante dos famosos cartões-postais de uma das mais be-

las cidades do mundo e com uma série de desafios sociais e ambientais a serem superados. O enredo tem como personagens os quase 2 milhões de habitantes da região e os atletas dos Jogos Olímpicos de 2016. Celebridades da elite do esporte mundial e pessoas comuns, heróis do cotidiano que suam a camisa todos os dias, vão se cruzar em uma película feita para ter um final feliz. No âmbito do Programa de Infraestrutura para as Olimpíadas de 2016, a Prefeitura inaugurou em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Constantino Arruda Pessôa, em Deodoro. O evento marcou o início da atuação da Foz Águas 5 – concessionária constituída pelas empresas Foz do Brasil e Saneamento Ambiental Águas do Brasil (Saab) –, que será responsável pelos investimentos em infraestrutura e operação do sistema de esgotamento sanitário por 30 anos da chamada AP-5 (Área de Planejamento 5) da capital fluminense (dividida em cinco grandes

“Um bom atleta precisa ter saúde física e emo-

áreas de planejamento urbano). A região, que com-

cional para conseguir superar seus próprios li-

preende 48% do território do município, é composta

mites. Para atingir alto rendimento, ele deve ter

de 21 bairros e receberá, nas Olimpíadas, as provas

um corpo forte e sadio e, sobretudo, autoestima”,

de hipismo, pentatlo e tiro, entre outras.

ressalta Cacá, que tem boas expectativas em relação às melhorias que serão feitas na região em

84

Mudança de vida

virtude das Olimpíadas. “A ausência de saneamen-

Se para os atletas é a oportunidade de mostrar

to básico causa problemas de saúde, e as pessoas

ao mundo o seu talento, para a população da re-

têm dificuldade para formar uma boa imagem de

gião é a vez de ter acesso aos serviços de coleta e

si mesmas, na medida em que ainda é frequente

tratamento de esgotos. O saneamento básico pode

a existência de esgoto a céu aberto”, argumenta.

mudar, e muito, a vida das pessoas. É o caso do

“Teremos inúmeras facilidades perto da nossa

líder comunitário Carlos Renato Sampaio, o Cacá,

comunidade, novos acessos com rodovias, cons-

morador do bairro de Deodoro desde que nasceu,

truções modernas, mas ainda nos falta o básico:

há 39 anos. Formado em Educação Física e Serviço

precisamos de serviços essenciais, como a coleta

Social, casado e pai de quatro filhos, ele passou

e o tratamento dos esgotos. Muitos moradores ain-

a maior parte da infância e da adolescência ten-

da convivem com valas negras, e isso traz grandes

tando ganhar a vida como jogador de futebol. Aos

impactos à saúde da população”, ele acrescenta.

23 anos, pendurou prematuramente as chuteiras

Em mais um projeto que confirma que o cami-

e abriu uma escolinha para crianças e jovens da

nho para a universalização dos serviços de água e

região. Percebeu que o esporte é um importante

esgoto passa pela união de forças dos setores pú-

veículo de promoção social e, hoje, se dedica a for-

blicos e privados, a Foz Águas 5 investirá, ao longo

mar jovens atletas no Piscinão de Deodoro.

do período da concessão, mais de R$ 2,6 bilhões

informa


Fernando Bessa e a ETE: potencialização dos ganhos econômicos e sociais para a região

para nos próximos 10 anos tratar 100% do esgoto

Brasil e da Saab estamos certos de que em bre-

coletado das casas de 1,5 milhão de pessoas. Até

ve os moradores da região já poderão perceber

o início das Olimpíadas, deverão ser tratados 95%

os resultados positivos de nosso trabalho”, afir-

dos esgotos coletados de 40% da população da re-

ma Fernando Bessa, Presidente da Foz Águas 5.

gião, com investimentos iniciais de R$ 600 milhões.

“A iniciativa da Prefeitura de priorizar a Zona Oes-

“É uma vitória fantástica para a Zona Oeste. São

te na ampliação do acesso ao saneamento básico

essas intervenções que, de fato, qualificam o meio

por meio de um modelo de concessão e a parceria

ambiente e mudam a vida da gente”, disse o Pre-

com a Nova Cedae [companhia estadual responsá-

feito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no evento de

vel pelos serviços de água e esgoto do Rio] para a

inauguração da ETE.

gestão comercial do fornecimento de água poten-

Pesquisas mostram que as melhorias no saneamento básico proporcionam uma cadeia de bene-

cializarão os ganhos econômicos e sociais que esta região obterá com as Olimpíadas de 2016.”

fícios socioeconômicos que vão da valorização dos

Além dos benefícios em termos de qualidade

imóveis à economia de recursos para o sistema

de vida e preservação ambiental, o serviço pro-

público de saúde. Um estudo feito pela Fundação

porcionará a curto prazo mais eficiência e rapidez

Getulio Vargas (FGV) para o Instituto Trata Brasil

no atendimento e na prestação do serviço de es-

apontou que, em 2009, quase 70 mil crianças entre

gotamento sanitário. A expectativa é que, com a

0 e 5 anos foram internadas por diarreia no país e

estruturação e o desenvolvimento do sistema, os

quase 220 mil trabalhadores tiveram que se afas-

jovens da região possam, além de assistir aos Jo-

tar do trabalho por conta desse problema.

gos Olímpicos em uma comunidade com infraes-

“Temos um grande desafio pela frente, mas com os investimentos previstos e a expertise da Foz do

trutura, ter melhores condições de se tornar os representantes do Brasil em futuras olimpíadas.

informa

85


demais Isso aqui é bom

Corrida e Caminhada Odebrecht reúne integrantes e familiares para celebrar o esporte e cultivar o bem-viver

I

texto Renata Meyer niciativa concebida para estimular a prática esporti-

educadores físicos da Assessoria Esportiva MPR, par-

va, a Corrida e Caminhada Odebrecht, realizada pela

ceira do evento, que abordam a importância da prática

primeira vez em 2007, já faz parte do calendário da

de esportes para a saúde. Em seguida, uma sessão de

Organização. O evento, sob a responsabilidade da

alongamento garante a preparação de todos os partici-

Área de Apoio à Saúde do Escritório de São Paulo,

pantes para os exercícios físicos. De acordo com a prefe-

surgiu como parte da programação comemorativa ao Dia

rência e o preparo de cada pessoa, são formados grupos

Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril.

para caminhada leve, caminhada rápida, trote e corrida.

Realizada duas vezes por ano, sempre aos sábados, no

O final das atividades é marcado pela apresentação do

Parque Villa Lobos, em São Paulo, a Corrida e Caminhada

Coral formado por integrantes da Organização e por um

Odebrecht – que reúne integrantes dos vários negócios da

café da manhã composto de alimentos saudáveis.

Organização e seus familiares – procura demonstrar como

Estatísticas levantadas pela Área de Apoio à Saúde

determinadas ações podem levar ao aprimoramento do

mostram que o sedentarismo atinge cerca de 55% dos

bem-estar: atividade física, alimentação saudável, recre-

integrantes. “Precisamos conscientizar as pessoas de que

ação infantil, lazer, descontração, música, convívio entre

a melhoria do estilo de vida é fundamental para a manu-

amigos e familiares e contato com a natureza.

tenção da saúde e para a prevenção das doenças”, afirma Alice Sawamura, Enfermeira do Trabalho na Organização.

O desafio de vencer o sedentarismo A programação tem início com as orientações de

86

informa

Desde a estreia, a Corrida e Caminhada tem registrado aumento contínuo do número de participantes. Eram

86


foto: Edu Simões

foto: Holanda Cavalcanti

Galbênia Costa e o marido Jomar: cultura de saúde. Ao lado integrantes da Braskem fazem aquecimento e, abaixo corrida no Parque Villa Lobos: combate ao sedentarismo

200 pessoas em 2007, e a última edição, ocorrida em 14

um líder da Organização foi convidado a transmitir uma

de abril de 2012, teve cerca de 1.900. Neste ano, o even-

mensagem de sustentabilidade. “Temos muita sorte de

to ocorreu também em Brasília, iniciativa da Odebrecht

trabalhar em uma Organização que pensa seriamente em

Realizações Imobiliárias (OR), e em Salvador, sob res-

sustentabilidade”, disse Marcelo Arantes, Responsável por

ponsabilidade da Braskem.

Apoio ao Empresariamento (RAE) Pessoas e Organização,

Frequentadora assídua da Corrida e Caminhada

Tecnologia da Informação e Suprimentos da Braskem,

Odebrecht, Galbênia Costa, que integra a equipe de

na última edição da Corrida e Caminhada Odebrecht. Na

Pessoas e Organização da Odebrecht S.A., participou

ocasião, todos os participantes receberam sacolas da ETH

de quase todas as edições do evento. Adepta da prática

Bioenergia produzidas com o plástico “verde” da Braskem.

de esportes, ela faz questão de levar o marido, Jomar,

Segundo Galbênia Costa, o grande desafio das empre-

que também é integrante da Organização. “Essa é uma

sas é conectar o tema Saúde à estratégia de cada negócio

oportunidade especial para confraternizar com os cole-

como fator de geração de valor. “Programas como esses

gas e conhecer seus familiares. O evento proporciona

devem ser incentivados e vistos como investimento, pois

um momento ímpar de descontração e integração, im-

contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos in-

possível na correria do dia a dia”, afirma.

tegrantes e para o consequente aumento da produtividade. Além disso, estimulam a prática de hábitos saudáveis, pro-

atendimento aos participantes, com supervisão da equi-

porcionam a criação de uma cultura de saúde e colaboram

pe da Área de Apoio à Saúde. Nos últimos dois eventos,

para um mundo mais sustentável”, argumenta.

foto: Fernando Vivas

Uma equipe de treinadores e recreacionistas presta

informa

87


ARGUMENTO

88

88

informa


esporte e inclusão social Em Macaé (RJ), um exemplo de como a prática esportiva pode contribuir para a construção de vidas cidadãs

A

prática de esportes, além dos benefícios

Isso pode ser medido com a diminuição e a me-

para corpo e mente, é uma importante fer-

lhoria da conservação das escolas participantes do

ramenta de socialização, e os motivos que

Abrindo Espaços. Além disso, os jovens que fazem

levam crianças e adolescentes a praticarem uma

parte das atividades esportivas servem de espelho

determinada atividade desportiva são muitos. Seja

para os demais, que passam a ver as conquistas al-

a oportunidade de fazer novos amigos ou a vontade

cançadas e desejam participar delas também. São

de superar suas próprias limitações, quem prati-

medalhas e campeonatos conquistados por crian-

ca uma atividade física reconhece sua importância

ças e adolescentes que, em sua maioria, nunca ha-

para a melhoria da capacidade motora e cognitiva

viam saído de Macaé ou mesmo realizado alguma

e, por vezes, serve de incentivo para aqueles que

atividade esportiva anteriormente. Assim, ao ve-

estão em volta.

rem esses resultados e a maior sociabilidade entre

O Programa Abrindo Espaços, parte do Programa Escola em Ação, uma iniciativa da Odebrecht

quem participa das atividades, os de fora passam a querer entrar nos grupos também.

Óleo e Gás (OOG) em parceria com a Unesco e a

Contudo, não são apenas os jovens e seus fa-

Prefeitura de Macaé (RJ), oferece, desde 2007, ati-

miliares os únicos que se beneficiam da prática

vidades esportivas como atletismo, judô, capoeira e

de esportes. A sociedade também sai ganhando.

hóquei a crianças e adolescentes de escolas muni-

Com a promoção de atividades esportivas, todos

cipais de comunidades carentes da região. Nos fins

ganham. Além da redução do vandalismo nas

de semana, essas escolas são abertas, e voluntá-

escolas, há também a diminuição do número de

rios das próprias comunidades participam das au-

jovens envolvidos em ambientes e grupos pauta-

las, que têm atraído cada vez mais alunos.

dos pela violência e pelo tráfico e uso de drogas.

Os benefícios são reconhecidos por familiares,

A OOG entende que, ao contribuir para a melho-

professores, diretores das escolas e, principal-

ria da qualidade de vida nas comunidades em que

mente, pelos jovens participantes do projeto, que

está inserida, está investindo na inclusão social

veem seu rendimento escolar, sua concentração e

dos jovens (especialmente) e apoiando seu cresci-

sua sociabilidade melhorarem significativamente.

mento e sua adaptação à vida adulta.

Por meio das aulas, os alunos têm a oportunidade de se reunir, trocar experiências e melhorar a capacidade física e mental. Em comunidades onde não há espaços de lazer disponíveis, a abertura das escolas nos fins de semana representa, muitas vezes, a única oportunidade para crianças e adolescentes desses locais conviverem. À diminuição da evasão escolar soma-se o reconhecimento e a valorização do espaço escolar.

Marco Aurélio Fonseca é Responsável por Sustentabilidade na Odebrecht Óleo e Gás (OOG)

informa

89


90

informa


&

notícias pessoas Veja a seguir reportagens sobre realizações recentes das equipes da Organização Odebrecht no Brasil e no mundo 92

No Baixo Sul da Bahia está em andamento a implantação de

95

Luiz de Mendonça, Líder Empresarial da ETH, fala do ritmo

98

Defesa e Tecnologia: a contribuição da Odebrecht para a

acelerado de crescimento da empresa

proteção dos ativos do país Gente: Rafela Araújo, Sílvio Freitas e Bruno Gonçalves falam de seu dia a dia e de suas paixões

foto: Almir Bindilatti

100

um modelo de turismo agrícola, ecológico e sustentável

informa

91


Desenvolvimento sustentável

Trilhas para novos mundos Roteiro Turístico Ecoétnico: um novo vetor de desenvolvimento para o Baixo Sul texto Gabriela Vasconcellos fotos Almir Bindilatti

E

92

m meio às belezas da

lia. “Recebo uma diária e muitas

Mata Atlântica, os chei-

gorjetas”, brinca.

ros se confundem: pés de

O fim da trilha com o agricul-

tangerina e canela preenchem o

tor revela um presente: o Rio das

ar e tornam a trilha ainda mais

Almas, que corre sem pressa

exuberante. Árvores seculares

pelos municípios baianos de Ta-

rodeiam cada passo, acompa-

peroá e Nilo Peçanha. Em suas

nhadas pelos cultivos de dendê

águas, os turistas têm a possi-

e piaçava, característicos do Bai-

bilidade de praticar tirolesa e

xo Sul da Bahia. Nesse cenário,

rafting (descida em corredeiras

tem início o Roteiro Turístico

utilizando botes infláveis). O pri-

Ecoétnico, que está sendo estru-

meiro dos três dias de viagem

turado na região pelo Instituto de

que contemplam o roteiro, reali-

Desenvolvimento Sustentável do

zado em parceria com a agência

Baixo Sul da Bahia (Ides).

Ativa Rafting e Aventuras, chega

A proposta é que os visitantes

ao fim na pousada Rio das Matas,

sejam recebidos por agriculto-

onde é possível dormir ao som

res como Juvenal Divino, mora-

dos pássaros.

dor da comunidade Rio das Ma-

Logo após o amanhecer do

tas, localizada em Taperoá (BA).

segundo dia, é o momento de co-

Pequeno produtor, ele guia, há

meçar a vivenciar a cultura local

quatro anos, grupos interessa-

de Nilo Peçanha (localizada a 284

dos em conhecer modos de vida

km de Salvador). A primeira para-

de populações rurais. “Enquan-

da é na sede da Cooperativa das

to caminho pela roça vou falan-

Produtoras e Produtores Rurais

do sobre as diferentes culturas,

da Área de Proteção Ambiental do

mostro na prática o conhecimen-

Pratigi (Cooprap), que comerciali-

to que tenho”, conta. Para Divino,

za peças de artesanato, vassouras

o turismo é uma oportunidade

e biojoias produzidos com fibra de

de incrementar a renda da famí-

piaçava pelos moradores da re-

informa


gião. Assim como o Ides, a Cooprap é uma instituição ligada ao Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS), apoiado pela Fundação Odebrecht. A viagem segue. Na comunidade quilombola de Jatimane, os turistas têm a oportunidade de conhecer mais um pouco da rotina de trabalhadores da zona rural, como Miltaides do Rosário, nascido e criado ali. Dono de um restaurante às margens do Rio Jatimane, Miltaides oferece passeios de canoa e visitas a cachoeiras. “Organizando o turismo, Juvenal Divino: “Enquanto caminho pela roça vou falando sobre as diferentes culturas”

sei que vamos crescer. Já recebi consultores do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para fazer o diagnóstico e levantar as nos-

Miltaides do Rosário: “Sei que vamos crescer”

sas necessidades”, relata. De acordo com Márcia Mattos, Líder da Aliança Cooperativa do Turismo do Ides, esse tem sido o papel da instituição. “Estamos apoiando as comunidades a articularem parcerias que contribuam para o aprimoramento do roteiro Ecoétnico. Buscamos cursos de qualificação profissional e apoio à comercialização. A ideia é podermos realizar as adaptações para atrair mais pessoas”, salienta. A parceria com o Sebrae foi iniciada em 2011, quando o roteiro Ecoétnico foi selecionado pelo Projeto Talentos do Brasil Rural. A iniciativa é fruto da integração entre os Ministérios do Desenvolvimento Agrário, do Turismo e do Meio Ambiente, do Sebrae e da Agência de Cooperação Alemã,

informa

93


que está incentivando a inserção

Após saborear os pratos pro-

de produtos e serviços da agri-

duzidos por dona Nida, como é

cultura familiar no turismo.

çanha.

conhecida, o segundo dia do ro-

Segundo Liliana Leite, Di-

Zenilda do Rosário, também

teiro tem fim na Praia do Pratigi,

retora Executiva do Ides, o Ro-

moradora de Jatimane, já conta

localizada no município de Itu-

teiro de Turismo Ecoétnico é o

com o apoio do Sebrae. A maris-

berá (BA). Com aproximadamen-

primeiro passo para consolidar

queira, além de participar de ca-

te 15 km de extensão, a praia é

uma prática diferenciada. “O

pacitações,

quase deserta, ocupada apenas

turismo de sol e praia já está

por algumas barracas.

materializado na região. Preci-

recebe

consultoria

para o seu Restaurante Quilom-

samos aproximar os visitantes

bola Pedro Sorriso, nome dado em homenagem ao marido. Com isso,

Um novo olhar

da cultura local e fortalecer

realizou mudanças na estrutura e

Para dar continuidade à des-

o

na organização do estabelecimen-

coberta da cultura local, no ter-

com o desenvolvimento de uma

to. “Aprendi um pouco em cada

ceiro e último dia o turista tem

consciência que traz como base

reunião. Assim estamos virando

a oportunidade de visitar a sede

estruturante a sociobiodiversi-

referência na região. Muitos vêm

do grupo folclórico Zambiapun-

dade”, argumenta. “Buscamos o

de outros lugares para almoçar”,

ga, ter aulas de percussão com

convívio harmônico com a natu-

diz ela, que foi convidada pelo Se-

o grupo Olopunga e de capoeira

reza, com preservação da identi-

brae para compartilhar sua expe-

com o grupo Capoarte. “Nos uni-

dade cultural dentro de um pro-

riência em um evento no Rio Gran-

mos pelo Baixo Sul, aqui mos-

cesso produtível e sustentável

de do Sul. “Lá vou contar sobre o

tramos nossas tradições. So-

para, dessa forma, consolidar

meu pirão, meu peixe defumado e

nhávamos com isso e agora está

o agroecoturismo e proporcio-

minha moqueca, minhas especia-

se tornando realidade”, destaca

nar renda complementar para a

lidades.”

Walmorio do Rosário, Presiden-

unidade-família”, acrescenta.

Zenilda do Rosário: “Estamos virando referência”

94

te do Zambiapunga de Nilo Pe-

informa

protagonismo

comunitário,


Organização

O chamado das novas fronteiras

Luiz de Mendonça tem a missão de liderar a ETH em sua trajetória de crescimento texto Luciana Lana foto Dario de Freitas

C

om quase 6 mil m de altitude, o Monte Kilimanjaro, no norte da Tanzânia,

perto da fronteira com o Quênia, é o ponto mais alto do continente africano. Antigo vulcão, tem o topo coberto de neve e é rodeado por savana. Foi nesse lugar fascinante e desafiador que veio à mente do engenheiro Luiz de Mendonça, pela primeira vez, a ideia de ser o Líder Empresarial da ETH Bionergia. “Eu estava de férias, subindo o

monte com meus filhos, quando fiquei sabendo da oportunidade que se abria na ETH”, conta Luiz. Ele refletiu sobre sua trajetória profissional dentro da Organização e achou que era hora de encarar um novo desafio. Na época, ele ocupava o cargo de Vice-Presidente da Unidade de Negócios Internacionais e Negócios Verdes da Braskem. Com 10 anos de trabalho na Organização Odebrecht, Luiz voltou do Kilimanjaro para encarar um desafio de proporções se-

Luiz de Mendonça: “Nossa intenção é dobrar a capacidade instalada da empresa até 2020”

melhantes à subida do monte: a ETH é uma empresa nova, com crescimento significativo nos últimos anos e enorme potencial de expansão. Atuando na produção e

informa

95


96

comercialização de etanol, energia

é preciso um esforço enorme e

dos atuais R$ 5.600/hectare para

elétrica e açúcar para os mercados

sinergia impecável, envolvendo

R$ 4.300/hectare.

nacional e internacional, a empre-

plantio, colheita, programação

sa tem como meta se tornar a líder

de tratores, caminhões, pesso-

brasileira na geração de energia

as, troca de turnos, alteração

Capacidade de moagem

limpa e renovável. Atualmente,

de clima e uma série de aspec-

Cem por cento mecanizadas, as

conta com nove unidades indus-

tos logísticos”, enfatiza Luiz, que

nove unidades que compõem os

triais – duas adquiridas e sete pro-

acrescenta: “Este é o momento

cinco polos produtivos da empre-

jetos greenfield (iniciados do zero),

em que a ETH começa a atingir

sa têm capacidade de moagem de

nos estados de Goiás, Mato Gros-

uma estabilidade. Até aqui, a em-

40 milhões de toneladas de cana,

so, Mato Grosso do Sul e São Pau-

presa integrou, em média, cerca

para gerar 3 bilhões de litros de eta-

lo, e tem 15 mil integrantes.

de 3 mil pessoas a cada ano, e

nol e 2.700 Gwh de energia elétrica.

“As unidades agroindustriais

encerrou 2011 com a conquista

Entretanto, para atingir essa produ-

da ETH são referência no setor.

de 100 mil novos hectares plan-

ção, é preciso investir nos canaviais

Descarregamos um treminhão

tados. Agora é hora de aprimorar

e acrescentar a cada ano, até 2014,

(espécie de trem rodoviário) por

todos os nossos processos”.

100 mil novos hectares plantados.

minuto. Mas não é isso o que

“Plantar melhor” é o primeiro

Em 2011, foram moídos 13 milhões

impressiona alguém que vem da

passo, segundo Luiz de Mendon-

de toneladas de cana. Para este

petroquímica. Quando visitei pela

ça – e isso significa planejar, tra-

ano, a previsão de moagem é de

primeira vez uma frente agrícola

tar o solo, replantar o que for ne-

20 milhões e, para 2013, de 29 mi-

da ETH, entendi a complexida-

cessário, arrendar novas terras,

lhões de toneladas de cana.

de da operação: para descarre-

entre outras iniciativas. Uma das

“Nossa intenção é dobrar a

gar um treminhão por minuto

metas é reduzir o custo do plantio

capacidade instalada da ETH até

informa


Acervo Odebrecht

Unidade da ETH em Eldorado (MS): oportunidades diretas de trabalho e investimentos em educação, saúde, infraestrutura e inclusão social

2020, ano ao qual pretendemos

to de produtos químicos diversos

brinca. Mas o que mais o atrai, diz,

chegar sendo capazes de realizar

a partir do caldo da moenda (óleos

é o desafio de recrutar pessoas,

a moagem de mais de 80 milhões

graxos para as indústrias cosmé-

capacitá-las e engajá-las, além de

de toneladas de cana”, adianta

tica e de lubrificantes).

contribuir para o desenvolvimen-

Luiz. Para chegar a esse patamar,

Não fosse bastante, existem

to das comunidades. “A ETH está

serão necessários novos projetos

ainda projetos no exterior. Em

explorando novas fronteiras agrí-

greenfield, aquisições e associa-

Angola, a ETH apoia a construção

colas. Quando chegamos a uma

ções, e Luiz tem por base a avalia-

de uma usina de açúcar, com 32

cidade, além de gerar cerca de

ção positiva do mercado: só para

mil hectares e capacidade para

3 mil oportunidades diretas de tra-

atender a demanda nacional de

produzir 2 milhões de toneladas

balho, transformamos a vida das

etanol será preciso duplicar a pro-

do produto. Na América do Sul,

pessoas, investindo em educação,

dução. Há também uma série de

a equipe de Desenvolvimento

saúde, infraestrutura e inclusão”,

projetos em estudo com empre-

de Negócios da empresa estuda

afirma Luiz. Ele acrescenta: “O

sas parceiras. Com a Braskem,

oportunidades na Colômbia, no

que mais impressiona é que tam-

por exemplo, está sendo discu-

Peru e no México.

bém levamos às comunidades

tida a implantação de uma nova

Do desenho de um canavial

uma nova forma de pensar. Hoje,

unidade de polímeros “verdes”

à luminosidade necessária para

nossos integrantes são empre-

acoplada a uma unidade da ETH.

o crescimento da cana, Luiz de

sários, todos já conhecem a TEO

Com empresas de biotecnologia,

Mendonça diz que tem muito a

(Tecnologia Empresarial Odebre-

está sendo avaliada a produção do

aprender sobre seu novo mercado

cht). Em tão pouco tempo, fizemos

chamado etanol de segunda ge-

de atuação. “Até que as explosões

um excelente trabalho de acultu-

ração (feito a partir do bagaço da

solares descalibravam o GPS das

ramento, e isso é um grande moti-

cana) e também o desenvolvimen-

colhedeiras eu fiquei sabendo”,

vo de orgulho para nós”.

informa

97


Defesa e Tecnologia

Um tema soberano

Criada em 2011, a ODT concentra todas as iniciativas da Organização em um setor fundamental para o crescimento do país texto Fabiana Cabral

O

Brasil é o quinto maior

cial, cibernético e nuclear. Uma das

país do mundo, ocupa 47%

primeiras iniciativas foi a instituição

da América do Sul e tem

do Programa Nacional de Desen-

uma geografia privilegiada. Possui

volvimento de Submarinos (Pro-

23 mil km de fronteiras, sendo mais

sub), da Marinha do Brasil. Escolhida pela francesa DCNS -

países vizinhos – e 7.300 km maríti-

uma das líderes mundiais em defe-

vegetação variados, o território brasileiro é conhecido por sua ampla biodiversidade, grandes reservas hídricas e potencial energético. O

Roberto Simões: desenvolvimento de tecnologias

FOTO:

mas. Com geologia, relevo, clima e

HOLANDA CAVALCANTI

de 15.700 km terrestes – com 10

tegrar o Consórcio Baía de Sepetiba (CBS), que gerencia o programa, e a Itaguaí Construções Navais (ICN), empresa responsável pela construção de quatro submarinos conven-

país agora se prepara para explorar a “Amazônia Azul”, área de cerca

democracia. Iniciou-se a criação

cionais e de um submarino nuclear,

de 4.500 km onde se encontram,

de uma indústria de defesa nacio-

com transferência de tecnologia. A

entre outras riquezas, as reservas

nal autônoma e tecnologicamente

Odebrecht Infraestrutura foi desta-

do pré-sal.

independente. “Uma indústria de

2

Recentemente, o Brasil deu

defesa sólida gera desenvolvimen-

mais um importante passo para

to de novas tecnologias e oportu-

consolidar seu papel no cenário

nidades de trabalho qualificadas”,

geopolítico internacional, partici-

afirma Roberto Simões, Diretor

pando, como líder, de intervenções

Executivo da Odebrecht Defesa e

militares no Haiti e do Comando da

Tecnologia (ODT).

Frota das Nações Unidas, na costa do Líbano.

98

sa naval –, a Odebrecht passou a in-

Defesa nacional

Nos últimos 30 anos, porém,

Para garantir o monitoramento

poucos investimentos foram reali-

das fronteiras e proteger os re-

zados para a proteção do território

cursos naturais do país, o Governo

nacional. Tornou-se necessário,

brasileiro lançou, em dezembro

então, atualizar os sistemas de

de 2008, a Estratégia Nacional de

defesa e segurança, assegurar a

Defesa (END), visando a moder-

soberania da nação e resguardar

nização das Forças Armadas e o

fronteiras, riquezas, população e

fortalecimento dos setores espa-

INFORMA

O Prosub iniciou a fabricação de quatro submarinos convencionais, como o desta foto, e de um submarino movido à energia nuclear, previstos para estarem prontos em 2017


Mectron: desenvolvimento e fabricação de equipamentos aeronáuticos embarcados em aeronaves civis e militares

Proteção dos ativos do país

cada para a construção do estaleiro

prestados às Forças Armadas, in-

e da base naval, em Itaguaí, no Rio

tegradora de sistemas complexos

A atuação nesses projetos fez

de Janeiro, onde serão fabricados

para os setores de defesa, espaço

com que a Organização, em 2011,

e operados os submarinos. No ano

e segurança pública.

concebesse a Odebrecht Defesa e

passado, cortaram-se as primeiras

A Mectron fabrica sistemas de

Tecnologia (ODT), que concentra to-

chapas das seções dos primeiros

mísseis e produtos de alta tecno-

das as iniciativas na área de defesa

submarinos.

logia para o mercado aeronáu-

e segurança. “A Organização sentiu

A participação da Odebrecht no

tico, como radares, sistemas de

que o setor é fundamental para o

setor não parou por aí. Em 2010, a

comunicação, comando e contro-

crescimento e desenvolvimento do

empresa formou uma joint venture

le para aviões. Para o setor es-

país, com proteção dos seus ativos,

com a Cassidian, do grupo europeu

pacial, fabrica a parte eletrônica

como água, energia e biodiversida-

EADS, para atuar na integração de

embarcada nos veículos lança-

de”, salienta Roberto.

sistemas críticos na área de defe-

dores e subsistemas de satélites,

Desde então, a ODT passou a

sa e segurança. No ano passado,

como sistemas de energia, ar-

operar na concepção de grandes

adquiriu o controle da Mectron,

mazenamento de dados, teleme-

projetos em ambientes de alta com-

empresa com 20 anos de serviços

tria e telecomando.

plexidade, na estruturação da arquitetura financeira dos investimentos e em absorção, elaboração e emprego de tecnologias avançadas. Segundo Roberto Simões, a empresa contribui, ainda, para a modernização do Sistema Nacional de Defesa, como vetor de desenvolvimento e estímulo à produção industrial brasileira. “Temos capacidade de relacionamento político e estratégico e de absorção de tecnologia, e competência industrial para colaborar com a END e com os programas do Ministério da Defesa, como o SISFRON, na fronteira ‘seca’, e o SisGAAz, na fronteira ‘molhada’”, ressalta Roberto Simões.

INFORMA

99


gente

Vida de mestre Sílvio: há 52 anos na Organização, sempre com seu capacete preto

S

eu Sílvio ingressou na Tenenge em 13 de novembro de 1958, como soldador. Em 1967,

observando os engenheiros com capacetes bran-

foto:

Elvio Luiz

cos, resolveu usar um modelo personalizado, preto – sua marca até os dias atuais. Integrante da Odebrecht Engenharia Industrial na obra PTA POY PET, em Pernambuco, Sílvio Freitas completará 80

Tempo de realizações

anos em outubro. Chega ao canteiro às 6h da manhã

Rafaela vive um momento muito especial – no trabalho e na vida

séries do ensino fundamental, mas é um mestre.

e não para até o sol se por. Cursou apenas quatro “Aprendi tudo o que sei no trabalho e com o traba-

A engenheira Rafaela Elaine Araújo é Gerente de Ope-

lho”, ensina.

rações da concessionária Rota dos Coqueiros, em Pernambuco. Trata-se de uma concessão de 33 anos para implantação, operação e manutenção do trecho rodoviário de 6,5 km que liga Recife aos municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, no sul do estado. A Rota dos Coqueiros, da qual faz parte a Ponte do Paiva, sobre o Rio Jaboatão, tornou-se, segundo Rafaela, “um cartão-postal de Pernambuco”. Nascida em Campina Grande (PB), ela está grávida do primeiro filho, esperado para setembro,

paisagem. “Estamos em um local de natureza privilegia-

L Lubambo Hia olanda Cavalcanti

da”, afirma Rafaela.

foto foto:

e aproveita ao máximo o lugar onde trabalha. Em seus horários de lazer, de manhã ou ao cair da tarde, sempre pode ser encontrada caminhando na praia e apreciando a

Trabalho e família Bruno transmite seus aprendizados aos companheiros e aos filhos

S

empre tive vontade de aprender, e a Odebrecht me possibilitou, mais que aprender, transmitir o que sei aos meus companhei-

ros e à minha família”, diz Bruno Miguel Gonçalves, Encarregado de Mecânica nos projetos da Odebrecht na Província de Benguela, em Angola. Integrante há 12 anos, ele diz que a empresa tem sido sua

Guilherme Afonso

mais importante escola. “Meus líderes me ensinaram até a cuidar da economia doméstica”. Bruno aproveita seus momentos de folga para curtir os filhos. Frequentemente vai à praia com os mais velhos: Ronaldo, que quer trabalhar na área de eletrônica, e Rivaldo,

foto:

cujo sonho é ser um astro do futebol angolano.

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informa


Próxima edição:

Meio Ambiente

RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO EMPRESARIAL NA CONSTRuTORA NORBERTO ODEBREChT S.A. Márcio Polidoro

Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 160 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.

RESPONSáVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA CONSTRuTORA NORBERTO ODEBREChT S.A. Karolina Gutiez COORDENADORES NAS áREAS DE NEGóCIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa COORDENAçãO EDITORIAL Versal Editores Editor José Enrique Barreiro Editor Executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes Ilustrações Karmo e Adilson Secco Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti Tiragem 5.650 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 / São Paulo (55) 11 3641-4743 email: versal@versal.com.br


foto: Fernando Vivas

“Os melhores executores, em qualquer profissão, veem sempre nas pessoas que treinam e desenvolvem o mais esplêndido monumento que podem deixar atrás de si” TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]

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informa


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