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ANO XXXVIII

TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]

Nº 153

“O mais importante patrimônio do ser humano é seu espírito, pois é este que lhe confere caráter e vontade de servir, bem como forças para criar, inovar e produzir em benefício de seus semelhantes”

ODEBRECHT informa

holanda cavalcanti

# 153 ano XXXVIII março/abril 2011

MAR/ABR 2011

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As realizações que refletem uma visão empresarial sobre o mais essencial dos recursos naturais

água 3/11/11 6:30 PM


Próxima edição:

Desenvolvimento de Pessoas reSPONSáVeL POr cOMuNIcAçãO eMPreSArIAL NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Márcio Polidoro

Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 120 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.

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reSPONSáVeL POr PrOGrAMAS edItOrIAIS NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Karolina Gutiez cOOrdeNAdOreS NAS áreAS de NeGócIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa cOOrdeNAçãO edItOrIAL Versal Editores editor José Enrique Barreiro editor executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes Projeto Gráfico e Ilustrações Rico Lins editora de Fotografia Holanda Cavalcanti tiragem 7.800 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom redAçãO: Rio de Janeiro (55) 21 2239-1778 São Paulo (55) 11 3641-4743 email: versal@versal.com.br

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Valdir cruz informa

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www.odebrechtonline.com.br Também disponível para tablets e smartphones

Edição online

Acervo online

Novidades

> Você pode acessar o conteúdo completo desta edição em HTML ou em PDF

# 152 ano XXXVIII março/abril 2011

Videorreportagem

Blog

> Veja o que está sendo feito para a preservação da qualidade da água do rio Madeira > Angola: os projetos que estão ajudando o país a superar o desafio do abastecimento de água > Saiba como foi desenvolvido o novo projeto editorial e gráfico de Odebrecht Informa

As realizações que refletem uma visão empresarial sobre o mais essencial dos recursos naturais

ÁGUA informa

67

> Acesse as edições anteriores de Odebrecht Informa desde a nº 1 e faça o download do PDF completo da revista > Relatórios Anuais da Odebrecht desde 2002 > Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev

> ETH desenvolve programa para usar menos água na moagem de cana-de-açúcar

ETENO VERDE Guilherme Guaragna fala da realização de um projeto que se tornou referência mundial

> Siga Odebrecht Informa pelo twitter e saiba das novidades imediatamente @odbinforma

> Leia no blog de Odebrecht

Informa os posts escritos pelos repórteres e pelos editores da revista. Textos de Cláudio Lovato Filho,

> Porto Maravilha, um projeto que vai revolucionar a zona portuária do Rio de Janeiro

Fabiana Cabral, José Enrique Barreiro, > Comente os textos do blog e participe enviando sugestões para a redação

Karolina Gutiez, Leonardo Maia, Renata Meyer, Rodrigo Vilar, Thereza Martins, Zaccaria Júnior e

> Nos estados do Rio e de São Paulo, obras em calhas e canais envolvem desafio de logística

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colaboradores.

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#153

ÁGUA

foto de capa: Vicente Sampaio

&

notícias pessoas

6

Em Maceió, no entorno das lagoas, lições de

10

Com obras em vários pontos do país, Angola

16

Uma empresa presente (e sempre bem-vinda)

20

No Peru, obra de transposição de água

24

Projeto de irrigação dos anos 1980 e 1990 leva

28

Como a tecnologia e a criatividade estão

34

Sabor, o último rio selvagem da Europa:

38

Gabriel Azevedo fala do assunto que o fascina desde

42

Aquapolo: o avanço nas técnicas de reúso

46

Cetrel e o Polo Industrial de Camaçari:

48

John Briscoe, Professor da Universidade de Harvard,

52 56 58 60 62 64

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relacionamento positivo com o ambiente

investe no abastecimento de água

no dia a dia de 4,5 milhões de pessoas

transforma o deserto em terras férteis

prosperidade ao sertão da Bahia

garantindo a preservação do Rio Madeira

conheça sua história e sua contribuição

a infância e do qual tornou-se especialista: a água

de recursos hídricos na indústria

uma relação essencial para a sustentabilidade

nos Estados Unidos, e sua advertência otimista

Organização Perfil Fundação Odebrecht TEO Engenharia submarina Gente

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EDITORIAL

O permanente espírito de renovação

A

água é o assunto escolhido para marcar a estreia de uma nova fase de Odebrecht Informa. Nesta edição, de

número 153, a revista apresenta aos leitores seu novo projeto editorial e gráfico.

Pessoas em busca de soluções, para as quais o copo nunca está meio vazio, é o que você encontrará a seguir nas páginas de Odebrecht Informa – uma publicação que se renova, mas cujo grande tema será, sempre, o ser humano e sua infinita capacidade de sonhar e realizar.

O objetivo principal da mudança é revelar de que

forma assuntos de especial relevância para a Organização, o Brasil e o mundo são tratados pelas pessoas da Odebrecht, onde quer que estejam. Esse tratamento, sempre com base nos princípios e conceitos da Tecnologia Empresarial Odebrecht, configura um modo de agir próprio, coerente e articulado, que consolida uma cultura empresarial de mais de 65 anos. Ao fim das contas, é essa cultura que queremos revelar e ajudar a manter. Entre as principais características do novo formato, está um tratamento ainda mais generoso dedicado às fotografias, que ficam maiores e mais sintéticas. Sem abrir mão de seu DNA jornalístico, que a faz se manter no caminho da busca permanente de informação relevante, segura e qualificada, Odebrecht Informa passa agora a vestir seus textos com uma roupagem mais analítica, transformando-os em convites à reflexão. A renovação é o caminho natural de tudo o que é feito por e para pessoas que entendem que a evolução se faz no dia a dia, com um espírito inquieto e construtivo. O mesmo espírito que está levando o mundo a discutir sua relação vital com a água – cujo dia mundial é comemorado em 22 de março –, em um cenário de “copo meio cheio”, como definiu o Professor John Briscoe, autor do artigo desta edição, em uma advertência otimista. Pessoas em busca de soluções, para as quais o copo nunca está meio vazio, é o que você encontrará a seguir nas páginas de Odebrecht Informa – uma publicação que se renova, mas cujo grande tema será, sempre, o ser humano e sua infinita capacidade de sonhar e realizar.

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6 H

á muita vida pulsando em torno do

desenvolve projetos para geração de trabalho e renda

complexo lacustre Mundaú-Manguaba,

em 37 municípios, envolvendo 481 escolas de educação

em Alagoas, onde se concentram as

básica da região, 230.715 alunos e 9.502 educadores

ações do Projeto Lagoa Viva, patroci-

ambientais.

nado pela Braskem. Quando foi criado,

A preservação do Complexo Estuarino Lagunar Mun-

em 2001, o projeto se resumia ao trabalho de educação

daú-Manguaba, um dos mais importantes do país, po-

ambiental na Escola de Ensino Fundamental Silvestre

rém, continua sendo o foco principal do Instituto Lagoa

Péricles e abrangia a comunidade do bairro do Pontal

Viva, uma organização não governamental criada para

da Barra, às margens da Lagoa Mundaú e próxima à

gerir os projetos ambientais da região. As duas lagoas,

Unidade Cloro-Soda da empresa. Uma década de-

apesar do trabalho de conscientização ali desenvolvido,

pois, além da conscientização ecológica, o Lagoa Viva

ainda sofrem com a degradação ambiental provoca-

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Em Alagoas, 37 municípios são beneficiados por uma iniciativa que, muito mais que trabalho e renda, gera uma relação de complementaridade entre o ser humano e o meio ambiente

Encontro das águas da Lagoa Mundaú com o mar: beleza que impressiona e inspira mudanças

lagoas A VIDA QUE EMANA DAS

texto Rubeny GoulaRt fotos Élvio luiz

da pelo assoreamento acelerado, o despejo de dejetos

caatingas, manguezais, recifes de corais e parte do Rio

industriais e esgotos oriundos de Maceió e cidades cir-

São Francisco. Hoje, além de contribuir para a Forma-

cunvizinhas. A ação desses sedimentos afeta direta e

ção Continuada de Professores em Educação Ambien-

indiretamente os cerca de 260 mil habitantes que vivem

tal da Rede Pública de Ensino, o Lagoa Viva atua na

no entorno das lagoas, dos quais 5 mil são pescadores.

capacitação profissional da comunidade.

As parcerias firmadas com as secretarias de Educação de Alagoas e dos municípios próximos ao complexo

Média de 224 eventos por ano

Mundaú-Manguaba permitiram uma ação mais abran-

Mantido pela Braskem desde 2001, o Lagoa Viva é

gente e integrada do Lagoa Viva, cuja atuação alcança

executado por meio de convênios com escolas, univer-

áreas de preservação e conservação do bioma Mata

sidades e prefeituras. Anualmente, o instituto realiza,

Atlântica e seus ecossistemas, formados por restingas,

em média, 224 eventos, entre palestras e seminários

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voltados para a educação ambiental, além de cursos e

des locais, que vivem da pesca e da comercialização de

oficinas diversas, como de apicultura, hidroponia, re-

peixes, crustáceos e moluscos típicos da região, como

ciclagem de materiais, artesanato e inglês. “O objetivo

sururu, lambreta e maçunin.

do programa é despertar nas pessoas a consciência

O Complexo Mundaú-Manguaba também é cenário

das questões ambientais e mobilizá-las para ações

do Ecovela/Braskem, evento que tem como atrações

pontuais”, explica Milton Pimentel Pradines Filho, Res-

principais uma gincana para retirada de lixo das lagoas

ponsável por Relações Institucionais da Braskem em

por jangadeiros e uma competição de canoas à vela.

Alagoas.

A adesão de municípios ao evento, que está na sétima

Os mais de 417 projetos do Lagoa Viva em anda-

edição, aumenta a cada ano. Em sua última versão,

mento, na forma de palestras, oficinas e trabalhos de

em 2010, contou com a participação de moradores de

campo, levam em conta as potencialidades e a voca-

Maceió, Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Pilar, Santa

ção de cada município. Assim, se nas áreas ribeiri-

Luzia do Norte, Barra de São Miguel, Roteiro, Penedo,

nhas do bairro do Pontal incentiva-se a piscicultura de

Piaçabuçu e até das comunidades sergipanas de Brejo

subsistência e a produção de rendas ou “filés”, como

Grande e Neópolis. Em três dias, foram retirados das

é denominado o artesanato local, em pelo menos sete

lagoas mais de 15 t de lixo.

comunidades rurais do município de Teotônio Vilela estão sendo desenvolvidos projetos de meliponicultura, a

Técnicas de cultivo

cultura do mel de abelha-sem-ferrão, nativa do Brasil.

Mesmo fora das lagoas, a água também é o com-

Já em Santana do Mundaú, um dos municípios mais

bustível vital para o projeto de produção de verduras

prejudicados pelas enchentes que atingem a região,

e legumes hidropônicos, que está sendo implemen-

prevalece o cultivo de laranja-lima enxertada.

tado pelo Lagoa Viva em escolas, áreas comunitárias

A abundância de água em Maceió, uma região cer-

e assentamentos rurais da região sob a coordenação

cada pelo mar e por lagoas, é a inspiração maior para

do técnico agrícola Robson Araújo, 27 anos. Robson

boa parte dos projetos do Lagoa Viva. Tudo, de alguma

participa do programa desde 2003 e, além de formar

forma, remete às lagoas, que, dada à beleza do lugar,

professores e alunos no desenvolvimento de técnicas

são utilizadas para passeios turísticos e a prática de

de cultivo de hortas hidropônicas e orgânicas, frutas,

esportes náuticos. A conscientização sobre o meio am-

hortaliças, leguminosas e ervas medicinais, realiza ex-

biente, em especial a preservação dos 27 km da Lagoa

periências com espécies vegetais nativas em extinção,

Mandaú e dos 42 km da Lagoa Manguaba, está direta-

como a sucupira-branca e o murici. “O Lagoa Viva foi

mente ligada à subsistência econômica das comunida-

uma bênção para a natureza e uma grande oportuni-

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Pescador com a rede e (na outra página) criança brincando na água: vidas do entorno das lagoas informa

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dade profissional para muitos”, diz Robson.

Soda, então controlada pela Trikem, empresa da Orga-

É visível, no Lagoa Viva, a associação entre a cons-

nização Odebrecht. O Projeto Lagoa, como era chama-

cientização ecológica e o seu viés profissionalizante,

do, estava voltado apenas para a comunidade do bairro

uma vez que, por definição, todas as ações de capa-

do Pontal, onde vivem cerca de 4 mil pessoas. “Tínha-

citação resultam em intervenção no ambiente natural.

mos que ampliar o espectro da educação ambiental

Por essa razão, todos que participam de quaisquer dos

para outras ações que envolvem a comunidade”, diz o

projetos do Lagoa Viva precisam cumprir o currículo

Diretor Industrial Álvaro Cezar de Almeida, que partici-

mínimo de 20 horas-aula dos cursos e palestras do

pou, à época, das gestões para implantar a nova orien-

programa. “É importante transmitir a todos essa ideia

tação do programa, já denominado Lagoa Viva.

de que a atividade econômica depende do ambiente e

Em 2003, nascia o Instituto Lagoa Viva, com a ges-

vice-versa”, explica a professora Lenice Santos de Mo-

tão da professora Lenice, que era diretora de uma es-

raes, Presidente do Instituto Lagoa Viva. Além disso,

cola local, e seu irmão Jorge Mário, já falecido. Os novos

há um permanente esforço de integração entre a aca-

gestores, muito ligados à militância ambiental, trouxe-

demia e o projeto. Por intermédio de convênio entre a

ram uma série de sugestões que ampliou o espectro do

Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Braskem e o

programa, como a produção de eventos e as oficinas de

Instituto Lagoa Viva, cerca de 150 professores de esco-

capacitação profissional, voltados não apenas para pro-

las públicas municipais já fizeram cursos de Gestão e

fessores e alunos das escolas, mas para toda comuni-

Especialização em Meio Ambiente.

dade. Em 2007, motivado por debates entre os educa-

A síntese da capacitação profissional com a consci-

dores ambientais do Lagoa Viva, foi criado o Projeto de

ência ecológica pode ser percebida na atitude de Jami-

Intervenção e Integração Escola/Comunidade, para sis-

le Talita, 25 anos, integrante do Lagoa Viva desde 2003,

tematizar a prática dos conceitos de educação ambiental

ano em que fez a oficina de “filé”. “Nossa vida, cultura e

nas escolas municipais. Uma das principais medidas foi

sobrevivência estão intimamente ligadas ao ambiente”,

a constituição de uma Comissão de Meio Ambiente nas

diz ela. Ao aprimorar a técnica que, na tradição local,

escolas para integrar educadores, alunos e a comuni-

é passada de mãe para filha, ela ajudou a aumentar a

dade em ações socioambientais. Como, a cada ano, no-

produção familiar vendida nas lojas de artesanato lo-

vos municípios ligados ao Complexo Estuarino Lagunar

cais, hoje em torno de 50 peças/mês. “Uma renda extra

Mundaú-Manguaba vão se incorporando ao Lagoa Viva,

sempre ajuda e permite que a gente dê passos maio-

cresce a demanda por novos projetos.

res”, diz Jamile, que também é aluna do curso de in-

O objetivo é que, no futuro, cada município do es-

glês, promovido pelo Instituto Lagoa Vida e ministrado

tado esteja incorporado ao projeto, que os estudantes

pela Casa de Cultura Britânica da Faculdade de Letras

tenham uma sólida formação ambiental - contribuindo

e da Pró-Reitoria de Extensão da Ufal.

para a formação de cidadãos mais conscientes em re-

Até o fim dos anos 1990, a capacitação profissional não fazia parte do projeto ambiental da Unidade Cloro-

lação ao meio ambiente – e que mais empresas participem da manutenção do Lagoa Viva.

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A FONTE D

10 A

Fontanários, estações de tratamento e sistemas de distribuição são exemplos de projetos que estão solucionando o desafio do abastecimento de água em Angola texto luiz CaRlos Ramos

fotos GuilheRme afonso

ngola, com 35 anos de independência

os moradores levam recipientes a inúmeros fontanários

e apenas nove anos em situação de

públicos e retiram a água saudável – algo que não se

verdadeira paz, está conseguindo ex-

compara com os tempos em que precisavam abrir po-

pressivo avanço na qualidade de vida

ços ou caminhar enormes distâncias, por uma água fre-

de seus habitantes, hoje em torno de

quentemente contaminada, levada por caminhões-pipa.

17 milhões. O país chega a um novo ciclo de desen-

O técnico José Carlos Carvalho, angolano de 40

volvimento, marcado pela realização de projetos hidre-

anos, está duplamente orgulhoso: por trabalhar há 11

létricos, rodoviários, de saneamento e habitacionais.

anos na Odebrecht e por morar numa casa confortável

O Governo e os moradores das duas maiores regiões

do bairro Zango II, no município de Viana, região me-

metropolitanas – Luanda, com 6 milhões de habitantes,

tropolitana de Luanda, onde a chegada da água tratada

e Benguela, de 2 milhões – e as demais províncias se

melhorou sua vida, a de sua esposa, Guilhermina, e a

unem nesse propósito.

dos seus seis filhos. “Ficou tudo mais fácil”, diz José

Paralelamente ao aspecto físico das conquistas eco-

Carlos, enquanto toma água no café da manhã com

nômicas acentuadas pelo esforço de todo o país e pelos

Guilhermina e os filhos mais novos – Adalberto, de 3

recursos oriundos da exportação de petróleo, existe ou-

anos; Aliony, de 6, e José Lamy, de 9 – antes de sair

tro fator, quase invisível, mas empolgante, na imagem

para o trabalho. “Aqui, toda a vizinhança ficou feliz”, re-

da nova Angola, contribuindo de modo decisivo para me-

lata. Ele participa das obras de Zango III e Zango IV,

lhorar a qualidade de vida da população: a água. O petró-

dois outros bairros de moradias populares, cujas ca-

leo gera esperança. E a água já se multiplica, trazendo

sas, erguidas pela Odebrecht, são concluídas já com

um novo ânimo: é levada dos rios para as casas, passan-

água e energia elétrica.

do por estações de tratamento e centros de distribuição.

A 510 km dessa cena, Maria do Rosário vive o alí-

A Odebrecht participa dos programas de águas para as

vio da conquista. Ela mora em Catumbela, na região

regiões de Luanda e Benguela, ambos em fase de ex-

de Benguela e Lobito, e vai diariamente a um fon-

pansão, e prossegue dando sua contribuição em deze-

tanário público para retirar água, como fazem ou-

nas de obras desde sua chegada a Angola, há 26 anos,

tras donas de casa. Com o filho Camir, de 8 meses,

para construir a Hidrelétrica de Capanda.

acomodado às suas costas, Maria sorri ao ajeitar

A cada mês, novas residências são beneficiadas: a

o balde de água sobre a cabeça e se despede das

água tratada chega às torneiras e aos chuveiros. Em

amigas. “Vou fazer o almoço para meus outros cin-

bairros mais precários, ainda sem rede de distribuição,

co filhos. A água agora é boa.”

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DESTE

sorriso Maria do Rosário e seu filho, Camir: “A água agora é boa”

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A resposta a um desafio Luanda cresceu muito nos últimos 35 anos, como explica o engenheiro Pedro Pinheiro, 15 anos de Odebrecht, nove em Angola, Diretor de Contrato do Projeto Águas de Luanda: “O crescimento da cidade foi desordenado. Em tempos de tensão política, muitas pessoas vieram de outras regiões do país em busca de segurança. Luanda tinha uma infraestrutura capaz de atender a menos de 500 mil habitantes. Hoje, a população chega a 6 milhões. Esse crescimento foi muito acelerado e tornou o desafio de levar água a toda a população ainda maior”. O Governo de Angola encontrou a resposta: investimentos. O Ministério de Energia e Águas prioriza verbas para não interromper as obras nas grandes cidades. Na capital, é executado o Projeto Águas de Luanda. Nele, a Odebrecht desenvolve os trabalhos com base em sua experiência em grandes obras. O programa está ligado à Empresa Pública de Águas de Luanda (Epal). “Fazer uma obra desse tipo em São Paulo ou no Rio de Janeiro seria importante. Mas, num país como Angola, é primordial. É um cenário desafiador para a Odebrecht e estamos conseguindo avançar”, analisa Pedro Pinheiro. A Estação de Tratamento Luanda Sudeste, inaugurada em 2000, recebe a água do Rio Kwanza por meio de canais, dutos e bombeamento. Essa água passa por cuidadoso sistema de purificação e chega a vários centros

“Meu trabalho ficou

de distribuição. Agora, a Odebrecht constrói o Centro de

muito mais tranquilo

zem parte da ampliação dos serviços de água. Pedro Pi-

e saudável”, conta

duas futuras estações de tratamento: “O sistema Bita,

Márcia Manoel

caudal disponível. É uma necessidade social. Tudo vai

antonio, que vive de cozinhar e vender funge, prato típico angolano

Distribuição do Benfica e outros reservatórios, que fanheiro conta que o projeto engloba a construção de mais por exemplo, vai garantir 9 m3/s de água, já que o rio tem depender dos investimentos públicos”. Investimentos não faltarão, garante Luís Filipe da Silva, titular da Secretaria de Estado de Águas de Angola, ligada ao Ministério de Energia e Águas. Ele destaca: “Vamos continuar ampliando as obras para buscar, tratar e distribuir a água a um número maior de pessoas, tanto nas regiões de Luanda e Benguela quanto em outras províncias do país, do litoral e do interior. Este é um processo que não pode parar.” O Secretário Luís Filipe ratifica a confiança do Governo angolano na sua capacidade de executar essas obras e acena com planos ambiciosos, mas realizáveis: “Já avançamos bastante. Nossa meta, agora, é fazer que, no futuro, nenhum angolano fique sem água”.

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Casas com água encanada

foram contempladas 4 mil unidades habitacionais. Com

Luanda tem um centro movimentado, com linda pai-

a ampliação do contrato, aprovada em 2010 pelo Governo

sagem da baía e do porto. Em algumas áreas da capi-

de Angola, teremos a expansão do Zango, com a cons-

tal, há setores urbanizados, com belas residências. Por

trução de mais 3 mil casas e das infraestruturas neces-

causa do crescimento desordenado, ocasionado pelo

sárias à habitabilidade de 20 mil casas. Sem dúvida, as

período de conflitos armados, do déficit habitacional e da

casas do Zango, com água encanada e energia elétrica,

necessidade de readequação do centro da cidade, surgiu

representam um grande impacto social e uma melhoria

a demanda pela construção de casas populares.

significativa na qualidade de vida dos angolanos”.

O Programa Habitacional do Zango foi concebido

Após oito anos de projeto, período que incluiu as eta-

para abrigar a população que vivia em situação de ex-

pas I e II, a realidade na comunidade do Zango vem se

trema precariedade, sem a garantia de mínimas condi-

transformando. Eram mudanças almejadas por grande

ções de habitabilidade e expostas a situações de risco,

parte da população carente, que ainda enfrenta dificul-

como os constantes desmoronamentos provocados pe-

dades no que se refere à moradia e ao abastecimento de

las chuvas torrenciais em Luanda. O programa também

água e de energia. O prosseguimento dos trabalhos de

tem a finalidade de permitir a reconstrução das infra-

realocação das populações é hoje uma das prioridades

estruturas básicas dessas zonas centrais da cidade e,

do Governo angolano, em razão da grande quantidade

consequentemente, proporcionoar condições para sua

de famílias que ainda carecem de melhores condições

requalificação.

de moradia, higiene e segurança.

O engenheiro Maurizio Bastianelli, com 21 anos

Já na região de Benguela, o engenheiro Marcus Felipe

de Odebrecht e há quase quatro anos trabalhando em

de Aragão Fernandes é Diretor de Contrato do programa

Angola, é Diretor de Contrato do Programa de Realoja-

de águas para Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Far-

mento das Populações. Ele explica: “O desafio é enorme.

ta. Após ter trabalhado em Portugal, Bolívia, Equador e

Para as etapas III e IV do Zango, em fase de conclusão,

Peru, ele enfrenta, com sua equipe, um grande desafio

Moradoras de Viana no fontanário do município: um cotidiano mais fácil

informa

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em Angola: “Nesta região, a Odebrecht participa, desde

rá estender o benefício a bairros mais distantes”, disse.

2003, de obras de reurbanização, saneamento, constru-

Um dos bairros distantes é Alto Niva, de onde a ango-

ção e recuperação de estradas e do novo terminal do ae-

lana Alexandrina Agosto Simão sai, todos os dias, para

roporto, além de estarmos na terceira etapa do Projeto

trabalhar no setor administrativo do canteiro de obras da

Águas de Benguela. A água é um vetor de qualidade de

Odebrecht. Mãe de seis filhos, Aracy, de quase um ano,

vida, a partir do momento em que ajuda a evitar males

Rosi, Inês, Balbino, Jóia e Pedro, ela festeja, ao lado das

oriundos da falta de abastecimento. A saúde da popula-

crianças e do marido, o professor Lourenço Maria An-

ção melhorou”.

tônio, a chegada da água encanada à sua casa e a toda

Os números oficiais comprovam a informação de

a vizinhança. “Agora, os meninos ficam entusiasmados

Marcus Felipe. O Departamento Provincial de Saúde de

na hora do banho e têm mais possibilidades de saúde

Benguela registrou, nos dois últimos anos, apenas 226

com essa água”, conta Alexandrina, diante do sorriso de

casos de cólera em Benguela e 132 em Lobito, uma que-

aprovação do marido. Fã do futebol de Ronaldo Fenôme-

da expressiva. Em 2006, foram 3.850 casos em Benguela

no, Lourenço gosta de usar, com orgulho, uma camisa

e 1.452 em Lobito. O Governador de Benguela, General

da seleção brasileira de futebol.

Armando da Cruz Neto, informa que, até 2012, 95% da

A alta qualidade da água de Benguela é expli-

população da região metropolitana terão acesso à água

cada pelo engenheiro Marcus Felipe: “Aqui, temos

tratada: “O Projeto Águas de Benguela beneficia cerca

o que existe de mais moderno para as estações

1,5 milhão de moradores dessa área, e a terceira eta-

de tratamento”. Essa estação conta com tanques

pa do projeto ampliará ainda mais o sistema, de modo a

enormes, em que a água vinda do Rio Catumbe-

aumentar substancialmente o número de beneficiários”.

la fica decantada para a eliminação de impurezas,

Em reunião com Marcus Felipe, o Governador elogiou o

como o lodo. O sistema é ecológico, pois tem um

trabalho da Odebrecht e destacou: “Nesta terceira fase

setor em que parte da água eliminada entra em

do programa, serão construídos novos fontanários e

um canal para ser aproveitada por meio de uma

executadas mais ligações domiciliares, o que possibilita-

etapa que a deixa pura. O lodo, uma vez separado,

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informa

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poderá, no futuro, ser reaproveitado, por exemplo,

fício da água chegar a um número maior de pessoas.

na fabricação de tijolos.

“Durante muito tempo, eu, minha esposa e meus seis

Controle da qualidade da água O engenheiro eletrônico Ricardo Dattelkremer relata

filhos não tínhamos água encanada em casa. Sei como é esse drama. Hoje, temos água e os moradores de Luanda têm mais esperança”, diz Bravo.

que a Estação de Tratamento de Benguela foi idealiza-

Exemplo dessa esperança é Denise Correia, que não

da de acordo com os padrões desenvolvidos em outros

havia nascido quando Angola tornou-se nação indepen-

projetos da Odebrecht e que seu laboratório de controle

dente, em 1975, e conviveu com dificuldades em sua in-

da qualidade da água representa o que existe de mais

fância. Denise, de 22 anos, mora no bairro Palanca com

moderno: “Esse laboratório tem uma função importan-

as irmãs Isabel e Lucineide, trabalha como técnica social da equipe de Projetos Águas de Luanda e Zona Eco-

a estação de tratamento Luanda sudeste, inaugurada em 2000, recebe a água do Rio Kwanza por meio de canais, dutos e bombeamento. essa água passa por cuidadoso sistema de purificação e chega a vários centros de distribuição

nômica Especial, atuando num ônibus especialmente preparado para percorrer a região e explicar a adultos e crianças a importância do aprimorado serviço de águas da capital angolana. “Em minha casa, ainda não temos água encanada, mas há um fontanário perto e, com isso, busco água para guardar num tanque e usar quando necessário.” Com vocação para a comunicação, Denise explica às pessoas das comunidades todas as obras e recomenda a elas o maior cuidado para não desperdiçar a água. “Esta é uma conquista maravilhosa, que logo vai chegar a toda a população de Luanda. Temos de valorizá-la”, diz. À noite, após o trabalho no ônibus, Denise vai para a Universidade Agostinho Neto, onde cursa o primeiro ano de Direito. O entusiasmo pelas recentes conquistas está presente na vida de outros moradores de Luanda. “A água que agora recebemos é de ótima qualidade, em comparação com nossa situação de outros tempos”, diz Edna Sebastiana João. “Depois que passamos a ter água no Zango, ganhamos mais saúde e alegria”, comemora Antonio Domingos, de 82 anos, líder comunitário. “Meu trabalho

te, pois é necessário checar frequentemente o resultado

ficou muito mais tranquilo e saudável”, conta Márcia Ma-

do tratamento tido pela água do rio na estação e apontar

noel Antonio, que vive de cozinhar e vender funge, prato

providências”.

típico angolano.

Assim como ocorre em Benguela, as equipes de tra-

Ao presenciar esse tipo de repercussão, o engenheiro

balho da Odebrecht em Luanda são compostas quase

Pedro Pinheiro sorri e diz: “Fazer parte de um projeto

só de angolanos, que, integrados aos brasileiros, contri-

como esse, com papel social, nos anima a cada dia, pois

buem diretamente para o sucesso dos empreendimen-

vemos o quanto as pessoas ficam felizes com a água”.

tos. Esse é o caso de Domingos Álvares Fonseca Pereira

Por sua vez, o engenheiro Maurizio Bastianelli ressalta:

Bravo, conhecido como Bravo nos canteiros de obras de

“Água e moradia são conquistas cada dia mais acessí-

Luanda. Com 14 anos de Odebrecht Angola, Bravo é téc-

veis para quem precisou lutar e esperar”. O engenheiro

nico de segurança no trabalho e comenta que, graças

Marcus Felipe, defensor da educação e da saúde como

aos cuidados tomados pela empresa, não tem havido

direitos básicos dos cidadãos, conclui: “Água significa

acidentes na ampliação da rede. Ele atua também como

saúde, e a educação ajuda as pessoas a poupar essa

um entusiasmado defensor da necessidade de o bene-

água. O que fazemos aqui não é uma obra. É a obra”.

informa

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16 pessoal rElAçãO

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l

A

s visões alarmistas de um mundo sem água, o modismo ambiental ou ainda a simples oportunidade de entrar em um setor de grande potencial não foram os fatores que levaram a Organização Odebrecht a criar, em 2007, uma empresa

dirigida a investir em ativos e serviços ambientais. A Foz do Brasil nasceu da convicção de que as enormes necessidades de investimento e eficiência da operação em sistemas de água possibilitam contribuir para a preservação da água e do meio ambiente, servindo aos clientes com infraestruturas modernas e adequadas e atendendo às populações com serviços de qualidade, gerando retorno aos seus acionistas. Essa visão, associada à possibilidade de a Foz do Brasil cres-

Integrante da Foz do Brasil nas instalações da empresa em Limeira: elevados índices de aprovação dos serviços

cer explorando a base geopolítica da Organização Odebrecht e as sinergias operacionais com Cetrel, Braskem, Quattor e empresas de Engenharia & Construção da Organização, pautou o Plano de Ação da empresa e seu crescimento nos três primeiros anos de operação. Em 2009, os planos de expansão da Foz do Brasil viabilizaramse com a associação com o FI-FGTS (Fundo de Investimento em Infraestrutura), que detém 26,53 % do capital da empresa, e busca, com esse tipo de investimento, melhorar o rendimento dos recursos do trabalhador brasileiro depositados no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. A associação Odebrecht e FI-FGTS, portanto, converge na visão do investimento de longo prazo. No mundo, há várias regiões em desequilíbrio hídrico, com grande densidade populacional e pouca fonte de água disponível, enquanto outras apresentam muita oferta de água e baixa densidade demográfica. O desafio é tratar, transportar e otimizar a água dentro de um contexto de equilíbrio. “Não temos uma perspectiva catastrófica, de caos, de falta de água no mundo, mas de que esse é um recurso que de fato precisa ser mais bem cuidado. E a Foz do Brasil a cada dia está se aprimorando para esse desa-

texto milton GeRson fotos luCiano andRade

fio”, salienta o Líder Empresarial da Foz, Fernando Santos-Reis. A participação de empresas privadas no setor ainda é pequena diante dos desafios do país, que necessita, segundo o próprio

Empresa de abastecimento de água e saneamento, a Foz do Brasil beneficia diretamente 4,5 milhões de pessoas

Governo, de mais de R$ 200 bilhões para levar a cada lar brasileiro os serviços de água e de coleta e tratamento de esgoto. No entanto, a maior contribuição que a Foz do Brasil pode oferecer, como uma das líderes desse setor, é investir e operar sistemas com eficiência, influenciando o setor e o país pelo exemplo. Em 2011, a empresa produzirá 195 milhões de litros de água potável por dia; tratará e reutilizará 963 milhões de l/dia de água industrial; coletará e tratará 345 milhões de l/dia de esgotos domésticos e industriais. Só na atividade de coleta e tratamento de esgotos, a Foz do Brasil faz com que 110 t/dia de matéria orgânica deixem de ser lançadas em rios, lagoas e praias.

informa informa

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Conhecimento e sinergia

No setor industrial, também prevalece o princípio

As regiões do Hemisfério Sul que são carentes de

da preservação da água. Em todas as etapas, como na

investimentos de água, ainda com infraestrutura a ser

reutilização de águas para o resfriamento de máquinas

desenvolvida, são lugares onde a Odebrecht está pre-

e outras finalidades, a Foz tem experiência para atuar.

sente: América Latina e África.

“Com diferentes modalidades contratuais e caracte-

Hoje, a Foz atua em todas as etapas do ciclo da

rísticas de negócios e, inclusive, tecnologias distintas,

água. A empresa tem ativos e negócios que tratam de

queremos estar na vanguarda de tudo que signifique o

captação; reserva; distribuição; cobrança; tratamento

manejo do recurso água”, afirma Santos-Reis.

da água servida; utilização de água de reúso, a partir dos esgotos tratados, para fins industriais, e a conse-

Investimentos

quente disposição final e correta do recurso em bacias

A Foz já direcionou, desde que foi criada, mais de

hidrográficas, rios e oceanos.

R$ 4 bilhões de investimentos no seu portfólio. No planejamento para o triênio 2011-2013, a empresa deve-

números da Foz do Brasil

rá dedicar outros R$ 8 bilhões. De acordo com Ticiana Marianetti, Responsável por Finanças, o investimento

• 4,5 milhões de pessoas atendidas

previsto para 2011 é de R$ 800 milhões. “São investi-

• 1.746 integrantes diretos

mentos de longo prazo e o payback (retorno para os

• 19 cidades atendidas em 6 estados

investimentos) médio é de 15 anos”, explica.

• Principais clientes privados: Petrobras, Braskem, Thyssen, Transpetro, Dow, Dupont, Rhodia, BattreBahia, Shell e Klabin.

A Foz do Brasil tem uma carteira de contratos com prazo médio de 24 anos. Em 2010, a receita líquida da empresa chegou a R$ 804 milhões, mais que o dobro do ano anterior. Segundo Ticiana, a expectativa

Unidade móvel da Foz: informação para a comunidade

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é obter, em 2011, um faturamento de R$ 1,3 bilhão.

economizados 400 litros todos os dias para cada resi-

Desse total, cerca de 60% estão baseados em ope-

dência, recurso que deixa de ser retirado da natureza

rações no segmento de Água, 30% na atuação com

e fica disponível para servir a mais pessoas”, salienta

as Plantas Industriais (terceirização de Centrais de

Medeiros.

Utilidades para indústrias) e 10% nas operações de Serviços Ambientais.

O elemento que completa o tripé da sustentabilidade, a valorização, tem significado amplo, segundo

De acordo com Fernando Reis, o principal desafio

Renato Medeiros. Refere-se tanto ao valor agregado à

da empresa não está na busca de recursos, uma vez

sociedade pela preservação da água (para consumo da

que existe grande disponibilidade deles no mercado

população e para a atividade produtiva) quanto à valo-

financeiro. “O desafio está na nossa capacidade de

rização da empresa perante seus acionistas, de modo

formar e integrar novos empresários parceiros que

que se possa permanentemente reinvestir seus resul-

possam servir e atender às comunidades a partir dos

tados em novos projetos.

princípios da TEO (Tecnologia Empresarial Odebre-

Medeiros aponta também para importância de con-

cht)”, diz. Em 2008, no início das atividades da em-

jugar os benefícios da sustentabilidade à satisfação e

presa, eram oito empresários parceiros. Em 2010,

à excelência no atendimento aos clientes, sejam eles o

já eram 30. “Tivemos que, ao longo do ano passado,

Poder Concedente ou a população. “O atendimento de

lançar, formar e integrar 10 empresários sobre uma

qualidade em nossas concessionárias, por meio do ser-

base de 20. Este ano temos o desafio de integrar e

viço 0800 e dos locais de atendimento ao público, com-

formar outros 10”, acrescenta.

pletam nossos indicadores de eficiência operacional.” Segundo Fernando Reis, a Foz do Brasil se insere

Sustentabilidade

no contexto de otimização e de aumento do ciclo de um

Enquanto a sociedade e o mundo corporativo discu-

recurso finito. “O que é hoje um debate pertinente da

tem exaustivamente o tema sustentabilidade, a Foz do

sociedade faz parte do dia a dia das nossas ações e dos

Brasil, por ser uma empresa cujo negócio é o manejo

nossos negócios.”

dos recursos hídricos, vê o tema de uma posição mais favorável que as companhias cujas atividades impac-

Inovações tecnológicas

tam negativamente no meio ambiente. Esse diferencial

O avanço do conhecimento das equipes da Foz tem

permite à Foz ousar na concepção de sua de Política

possibilitado à empresa capacitar-se para o domínio de

de Sustentabilidade, que está baseada em três pilares:

inovações tecnológicas como produção de água para

universalização, eficiência e valorização.

fins industriais a partir do reúso do esgoto domésti-

“No momento em que estamos atendendo a 100%

co e dessalinização da água do mar. Segundo Renato

de uma população com água potável e esgoto tratado,

Medeiros, a dessalinização ainda é custosa e pouco

cumprimos o compromisso com a universalização de

utilizada por sua alta exigência de investimento e com-

serviços que têm relação direta com a saúde e quali-

plexidade operacional, mas pode ser a saída, no futuro,

dade de vida da população”, diz Renato Medeiros, Res-

para a potabilidade em regiões onde não existam ma-

ponsável por Engenharia.

nanciais de água doce disponíveis.

A eficiência, ele explica, é um ponto sensível nas

De acordo com Fernando Reis, em um país como

operações de água e esgoto do país. O consumo médio

o Brasil, com mais de 5.500 municípios, o setor pri-

para uma casa de três a quatro pessoas hoje, no Bra-

vado tem muito a complementar o setor público. E o

sil, é de 500 litros/dia. Na realidade brasileira, para que

processo natural de superação dentro da Organização

essa quantidade de água chegue até o ponto de abaste-

Odebrecht está efetivamente demandado pelas neces-

cimento é preciso captar 1.000 litros no rio, ou seja, há

sidades do segmento em que a Foz atua.

uma perda de 50% dessa água, desde o momento em que ela é captada até o ponto de consumo final.

Ӄ por esse motivo que estaremos sempre empenhados em buscar novas tecnologias, sendo criativos

“Quando alcançamos nosso padrão de eficiência,

nas soluções inovadoras para trazer melhores resulta-

esses mesmos 500 litros chegam à residência do cida-

dos para as populações que a gente serve e para aque-

dão, com a captação de apenas 600 litros. Assim, são

las que viremos a servir”, complementa.

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DOS ANDES P texto Renata MeyeR fotos DaRio De FReitas

Uma obra de transposição de água vai tornar realidade o sonho – para muitos peruanos, o milagre – de transformar solo desértico em terras férteis

20 Represa que faz parte do projeto: armazenamento de água para uso nos períodos de maior seca

20

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informa

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S PARA O

deserto

“O

lmos talvez seja o espaço mais com-

ainda naquela década, mas, por diversas vezes, foi in-

petitivo do Peru para levar a cabo uma

terrompido em razão da escassez de recursos finan-

agricultura de excelência. Pode pare-

ceiros e limitações técnicas.

cer exagerado, mas é um dos poucos

Não é para menos. O desafio da irrigação em Lam-

lugares no planeta onde, literalmente,

bayeque passa pela construção de um túnel de 20 km

pode-se cultivar de tudo”. A afirmação é do agrônomo

de extensão e 5,3m de diâmetro, através da instável

Fernando Cillóniz. Naquele pedaço de terra, situado

geologia dos Andes, por onde se pretende transpor-

nas proximidades da Cordilheira dos Andes, mais

tar, de uma vertente à outra, mais de 400 milhões de

precisamente na região de Lambayeque, a 900 km de

m3 de água por ano.

Lima, o solo é fértil, há incidência solar ao longo de

Além da transposição do Rio Huancabamba, o Pro-

todo o ano e a baixa umidade relativa ajuda a manter

jeto Olmos, como ficou conhecido, prevê a irrigação

a ameaça de pragas distante.

de uma área de 43,5 mil ha e a construção de duas

Há um consenso entre comunidades campesinas locais, empresários do agronegócio e autoridades

centrais hidrelétricas destinadas à geração de energia para abastecimento das terras irrigadas.

peruanas de que em Olmos a produção de alimen-

A partir de 2004, o Governo Regional de Lam-

tos tem todos os recursos para se tornar o principal

bayeque realizou licitações, em regime de PPPs

motor do desenvolvimento de uma das regiões mais

(parcerias público-privadas), para a execução das

necessitadas do Peru. Na verdade, quase todos. Falta

obras e operação dos sistemas de transposição e

a água. Apesar das condições favoráveis para a agri-

produção energética. A Odebrecht Peru saiu ven-

cultura, o Vale do Olmos está situado em uma região

cedora do primeiro componente e será responsável

desértica, onde não chove mais que 215 mm por ano,

por todo o investimento necessário à realização dos

em média. O rio mais próximo, o Huancabamba, es-

projetos.

barra na geografia dos Andes, limitando seu curso

O módulo de transposição demandará investi-

à vertente Atlântica da cadeia de montanhas, exata-

mentos superiores a US$ 300 milhões e abrange,

mente no lado oposto.

principalmente, a construção do Túnel Transandino

Diante de tamanha ironia natural, através dos anos

e da Barragem Limón – esta já concluída – com ca-

Olmos ficou restrita a uma produção de subsistência.

pacidade para armazenar até 44 milhões de m3 de

Até que um ousado projeto de transposição de águas,

água a serem aproveitadas nos períodos de maior

idealizado na década de 1920, durante o governo do

seca. À frente dessa etapa está a Concessionária

Presidente Augusto Bernardino Leguía, trouxe uma

Trasvase Olmos, filial da Odebrecht, que ficará res-

nova perspectiva para a região. O sonho antigo do

ponsável pelos serviços de operação e manutenção

Governo peruano começou a ser colocado em prática

das obras por um período de 20 anos.

informa informa

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Estruturas do Projeto Olmos (nesta e na outra página): instrumentos para a criação de um polo agroindustrial

Uma das obras mais complexas do mundo

a base para o projeto de irrigação, que promete ala-

A construção do túnel é uma das mais complexas

vancar a economia de Olmos. Por meio de uma con-

obras de engenharia em execução no mundo, dadas a

cessão privada firmada com o Governo Regional de

sua profundidade, que chega a 2 mil m abaixo da su-

Lambayeque, a H2Olmos, empresa concessionária da

perfície da montanha, e as características geológicas

Odebrecht Participações e Investimentos, ficará res-

da Cordilheira dos Andes. “Trata-se de uma estrutura

ponsável pelo desenho, o financiamento, a constru-

geologicamente jovem, ainda em movimentação cau-

ção, a operação e a manutenção da infraestrutura que

sada por choques tectônicos, o que gera uma forte

distribuirá a água transposta.

instabilidade da rocha”, explica o Gerente de Engenharia Paulo Affonso Tassi.

A etapa de transposição do Rio Huancabamba é

“O Projeto de Irrigação Olmos é o resultado da nossa busca pela viabilização de negócios por meio

A obra é um desafio e tanto para os cerca de 200

de soluções inovadoras, como a conversão de terras

trabalhadores que se revezam na difícil tarefa da esca-

desérticas em fontes de produção de alimentos”, afir-

vação. Desde o início da construção do túnel, já foram

ma o Diretor de Contrato Giovanni Palacios. Em 2008,

registrados mais de 12 mil estalidos no interior da cor-

a concessionária havia apresentado ao Governo Re-

dilheira, resultantes da liberação de energia da rocha

gional de Lambayeque uma proposta de irrigação da

em perfuração. “Nosso desafio está em compreender

área, aprovada em 2010 após um processo de ajustes

a dinâmica da rocha e trabalhar em um processo con-

e adequações.

tínuo de aperfeiçoamento e inovação tecnológica para

Além da implantação de 50 km de tubos para o

superar os obstáculos e garantir a segurança dos nos-

fornecimento de água pressurizada, as obras inclui-

sos integrantes”, destaca Tassi. Dos 20 km do túnel,

rão a construção de canais, reservatórios, túnel, de-

restam ser concluídos 2,3 km, o que, segundo o enge-

sarenadores, vias de acesso e linhas de transmissão

nheiro, deverá ocorrer até o início de 2012.

elétrica. O prazo de concessão é de 20 anos, incluindo

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o período de construção das obras, e o valor total do

no, a tendência é de que, a médio e longo prazo, Lam-

investimento será de US$ 250 milhões.

bayeque se transforme em um polo agroindustrial,

Dos 43,5 mil ha a serem irrigados, 38 mil serão

com a atração de novas empresas e geração de um

vendidos por meio de leilão público. Esses terrenos, de

fluxo migratório massivo, particularmente na direção

propriedade do Governo Regional de Lambayeque, ba-

de Olmos.

tizados de Terras Novas, serão fracionados em 51 lotes,

“Em uma previsão modesta, o projeto de irrigação

com extensões que variam de 250 ha a 1.000 ha. O valor

será responsável pela criação de 40 mil oportunida-

mínimo estipulado por hectare é de US$ 4.250, preço

des de trabalho, mas há espaço para muito mais. Há

que inclui o título de propriedade e o direito à água. A

quem questione se haverá profissionais em número

expectativa é de que essas áreas venham acolher em-

suficiente na região para atender a um projeto dessa

presas agrícolas dedicadas à produção de uma gama

envergadura”, afirma. Segundo Marsano, o bom mo-

de cultivos de alta qualidade, com elevados rendimen-

mento vivido pela economia peruana, com plena aber-

tos e forte competitividade no mercado internacional.

tura comercial, e a localização estratégica do país,

Os 5,5 mil ha restantes pertencem às comunidades

que permite o fácil acesso aos mercados da Ásia e da

campesinas do Valle Viejo. Com a irrigação, os cerca

costa oeste norte-americana, são fatores favoráveis

de 2 mil habitantes da localidade terão na agricultu-

ao sucesso do projeto.

ra uma importante fonte de trabalho e renda. “Este

Além disso, de acordo com Juan Marsano, o Pro-

projeto permitirá um salto na qualidade de vida dos

jeto Olmos surge como resposta a um tema que

moradores do Valle Viejo. Sem água, ficamos prati-

tem preocupado governos e instituições ao redor do

camente impossibilitados de produzir”, afirma o líder

mundo: o abastecimento de alimentos. “Existe um

comunitário Gregorio Morales. Em ambos os casos,

conjunto de boas razões pelas quais acreditamos

será cobrada pela empresa concessionária uma tarifa

que Olmos terá à sua frente um grande momento. A

de US$ 0,07 por m de água utilizada.

ausência de investimentos dos estados no setor de

3

Polo agroindustrial Para o Diretor de Investimentos das concessionárias Trasvase Olmos e H2Olmos, Juan Andrés Marsa-

alimentos ao longo de décadas, o aumento sucessivo dos preços, as mudanças climáticas e a escassez de água ao redor do mundo são apenas alguns deles”, argumenta.

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MeMóRia

LEMBRANçAS texto fotos

Júlio CÉsaR soaRes beG fiGueiRedo

Executado nos anos 1980 e 1990, Projeto de Irrigação Formoso levou prosperidade à região de Bom Jesus da Lapa, na Bahia

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24

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DO

futuro

Denivaldo e a esposa, Ildenice: ele trabalhou nas obras de Formoso, como operador de trator, e, depois, tornou-se produtor

L

ocalizada às margens do Rio São Francisco, no oeste da Bahia, Bom Jesus da Lapa é famosa por ser o destino de mais de 1 milhão de romeiros católicos que todos os anos vão à Igreja de Bom Jesus da Lapa, construída dentro da gruta do Bom Jesus.

Aos poucos, a cidade vai ficando conhecida também por sua chegada a uma condição que até alguns anos parecia impossível: a de polo produtor de banana. Bom Jesus da Lapa está conseguindo isso graças ao Projeto de Irrigação Formoso, executado pela Odebrecht entre 1988 e 1999. Denivaldo Antonio de Brito é um dos que participam dessa história desde o início, em 1988. Além de produtor e funcionário do Distrito de Irrigação Formoso (DIF) – associação de produtores da região –, Denivaldo era operador de trator nas obras de Formoso. “Eu trabalhava em uma fazenda e, em 1988, vim trabalhar para a Odebrecht”, ele relembra. “Assim que a obra foi concluída, recebi o convite da empresa para atuar em Angola. Mas a Codevasf me ofereceu um lote de 4 ha e a oportunidade de trabalho no distrito. Acabei aceitando”, conta. Denivaldo é um dos 910 pequenos produtores do projeto, que conta ainda com 225 produtores com lotes maiores, conhecidos como produtores empresariais.

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Mais de 1.100 lotes irrigados Formado por dois setores, Formoso A e Formoso H, o projeto foi inteiramente concluído em 1999. Ao todo, conta com 1.165 lotes irrigados em uma área de 12 mil ha. Para que a água tenha força para chegar às plantações, são utilizadas duas estações de bombeamento e 29 estações de pressurização. A água é levada aos lotes por meio de 82,5 km de canais de irrigação e 207 km de redes de aspersão. André Rabello, Diretor-Superintendente da Odebrecht no Panamá e ex-Diretor do Contrato, afirma que o projeto inseriu na região de Bom Jesus da Lapa técnicas de agricultura e de negócio até então desconhecidas. “Formoso trouxe vigor para a economia local e regional, com técnicas e cultura empre-

Formoso inseriu na região de Bom Jesus da Lapa técnicas de agricultura e de negócio até então desconhecidas

sarial na cadeia produtiva agrícola”. André também destaca o desenvolvimento da região com a geração de oportunidades de trabalho após a entrega do contrato. Formoso gera hoje 7 mil oportunidades diretas e 14 mil indiretas, e exporta 250 t/dia.

O objetivo: autossustentabilidade A contratante da obra foi a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba

Rita de Cássia: “Formoso foi a chance que eu tive de viver daquilo que gosto”. Ao lado, agricultores trabalham em um dos lotes do projeto: implantação de novas culturas Sligni nobit alique nist, expediore modicim agnitatistii nobit aliquia

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(Codevasf), empresa pública vinculada ao Ministério

banana tornou-se a principal cultura da região, segui-

da Integração Nacional. “Nosso papel atualmente é

da de longe pelo mamão, cacau e melancia. Mas não

apoiar o DIF na operação e manutenção da infraes-

é só do plantio que vivem os beneficiados pelo projeto.

trutura de uso comum do perímetro”, explica Anto-

Rita de Cássia Fontes Teixeira deixou para trás o

nio Carlos Monteiro de Andrade, Gerente Regional de

emprego como zootécnica para se tornar a Presiden-

Empreendimentos de Irrigação da Codevasf. “O ideal

te da Associação das Mulheres Fortes, que desenvol-

é que o projeto se torne autossustentável, e estamos

ve artesanato a partir da fibra da banana. “Sempre

caminhando nessa direção.”

fui apaixonada pelo artesanato, mas o trabalho nas

Para que isso ocorra, o DIF entra em ação. Além

fazendas consumia todo meu tempo. Formoso foi a

de cuidar do fornecimento de água e de atuar como

chance que eu tive de viver daquilo que gosto”, diz.

canal de comunicação entre o produtor e a Codevasf,

A associação conta com o apoio do Serviço Brasilei-

apoia as associações de produtores que investem

ro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

na tecnologia para aumentar o número de culturas

da Bahia e com o Projeto Amanhã, desenvolvido pela

plantadas em Formoso.

Codevasf para fixar o colono em Formoso.

“Trabalhamos agora para implantar uma nova

A maior parte da produção da associação atende

cultura em alguns lotes. Recentemente, concluímos

ao mercado local. “Participamos de feiras, normal-

um viveiro para iniciar experimentos no plantio de

mente indicadas pela Codevasf, e temos parceria

limão e estamos caminhando bem”, relata Antonio

com uma loja de móveis de Bom Jesus da Lapa”,

Marcio Rodrigues, Presidente do Conselho Adminis-

explica Rita. Ela planeja voos mais altos. O compu-

trativo do DIF. A iniciativa chamou atenção da Em-

tador, comprado com o dinheiro recebido por meio

presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra-

da venda de artesanato, espera pela conexão com

pa), que, para auxiliar os produtores, há pouco tempo

a internet para divulgar o projeto pelo mundo. Per-

visitou o projeto.

guntada se sente saudade da vida de zootécnica, Rita

A princípio, Formoso seria um polo exportador de grãos. Após a metade da década de 1990, porém, a

sorri. “Não. Hoje em dia sou mais feliz e vivo com melhor qualidade.”

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TODA A VIDA QUE CORRE

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no m

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texto Cláudio lovato filho fotos RiCaRdo de saGebin

Conheça o conjunto de ações voltadas para a preservação do Rio Madeira durante a construção da Usina Santo Antônio

madeira O

personagem principal desta história é um rio.

Seu nome, Madeira. Afluente do Amazonas, ele carrega em suas águas a expectativa do surgimento de um novo e poderoso vetor de desenvolvimento para Rondônia e o país: a

Hidrelétrica Santo Antônio, que deverá começar a produzir energia em dezembro de 2011. Esse rio, margeado por igarapés e cujos formadores nas-

cem nos Andes e na chapada dos Parecis, em Mato Grosso, também é o cenário de ações ambientais inéditas voltadas para sua preservação. Trabalhando em plena Amazônia, as equipes do Consórcio Construtor Santo Antônio, formado pelo Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC) – do qual fazem parte a Odebrecht e a Andrade Gutierrez – e pela Odebrecht (responsável pela montagem eletromecânica), têm a missão de construir uma usina de proporções gigantescas, dotada de 44 turbinas, e assegurar a manutenção da qualidade da água do rio. A superação desse desafio de preservação, vivenciada

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no dia a dia da execução do projeto, está transformando Santo Antônio em referência para futuros projetos hidrelétricos no Brasil e no mundo. Iniciada em setembro de 2008, a construção da usina foi objeto de um dos mais completos e avançados estudos de impacto ambiental (EIA) já realizados para a execução de um empreendimento hidrelétrico, o que o transformou em marco e modelo no Brasil. Participaram da elaboração desses estudos especialistas e perquisadores da região Amazônica, que se dedicaram de forma exclusiva ao projeto. Os resultados alcançados propiciaram um grande avanço do conhecimento sobre o meio ambiente da bacia do Rio Madeira e orientações para sua preservação.

O monitoramento da qualidade da água é feito em tempo real, de forma contínua, em três estações

O uso de turbinas Bulbo é um exemplo disso. Esse tipo de turbina, por trabalhar com altas vazões e pequenas quedas, possibilita a construção de barragens baixas e, como consequência, a redução da área inundada (em Santo Antônio, ela será praticamente inexistente), re-

jusante (rio abaixo) do local onde está sendo construída a

sultando nos menores impactos ambientais possíveis

barragem, conhecido como cachoeira de Santo Antônio.

decorrentes da implantação do empreendimento. As

Implantado em parceria com a empresa Ecology Bra-

características naturais do Madeira, um rio com grande

sil, o sistema de monitoramento é composto de sondas

volume de água na maior parte do ano, permitiram a uti-

que fornecem, via satélite, informações sobre os seguin-

lização dessas turbinas.

tes parâmetros: temperatura da água, condutividade

Uma obra como Santo Antônio, com seu porte, im-

elétrica, oxigênio dissolvido, saturação de oxigênio, pH

portância e localização, exige de seus construtores

(potencial hidrogeniônico), ORP (potencial de redução de

aquela insatisfação permanente que leva à busca e à

oxidação), sólidos dissolvidos e turbidez. Além do moni-

identificação constante de novas e melhores soluções.

toramento em tempo real, trimestralmente são coleta-

Tratando-se de meio ambiente, no caso da Hidrelétrica

das amostras para análise laboratorial de 121 variáveis

Santo Antônio, a inquietação – por melhores que sejam

físicas, físico-químicas, químicas e biológicas.

os resultados alcançados até então – é uma marca re-

Esses dados são enviados a um laboratório móvel flutuante, que acompanha a realização de cada servi-

gistrada. “Antes de a obra começar, ainda durante a etapa de

ço nas margens direita e esquerda que possa afetar a

planejamento, identificamos todos os processos que se-

qualidade da água. Essa foi uma das iniciativas de pre-

riam executados ao longo da construção da usina e seus

servação ambiental que pesaram de maneira decisiva

respectivos impactos ambientais”, relata Nelson da Costa

na obtenção, pela obra, da Certificação ISO 14000, em

Alves, Gestor do Negócio Meio Ambiente do CSAC, que

setembro de 2010.

há 11 anos é integrante da Odebrecht. “Em relação à

“A Hidrelétrica Santo Antônio está sendo construída

água, realizamos aqui um controle integrado. Apoiamos e

sem que haja alteração na qualidade da água do Rio

acompanhamos todas as frentes de serviço e a sua rela-

Madeira”, afirma José Bonifácio Pinto Júnior, Diretor-

ção com os recursos hídricos, nas duas margens do rio.”

Superintendente da Odebrecht Energia. Ele participa do projeto desde 2001, quando foram realizados os primei-

Monitoramento da qualidade da água

ros estudos de viabilidade para o aproveitamento ener-

Um dos destaques entre as ações para preservação

gético do Rio Madeira. “Sempre tivemos a certeza de que

do Rio Madeira é o monitoramento da qualidade da água

seria assim”, complementa.

em tempo real, realizado de forma contínua em três es-

As palavras de Bonifácio encontram reforço na ar-

tações, uma a montante (rio acima) e as outras duas a

gumentação de Paulo Varella, Diretor da Agência Na-

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Nesta página, o laboratório flutuante e uma das estações de monitoramento da qualidade da água. Na página seguinte, integrante da Ecology Brasil com uma das sondas instaladas nas estações

cional de Águas (ANA). “No segundo semestre de 2010,

uma interface muito positiva com a comunidade.”

acompanhei o então Secretário Executivo do Ministério

O processo de concepção, implantação e operação

do Meio Ambiente, José Machado, em visita ao canteiro

das ETAs no canteiro de Santo Antônio foi descrito no

de obras de Santo Antônio. A impressão que tive foi de

projeto “ETA Ecológica de Ciclo Fechado: tratamento

que visitava uma obra executada em ritmo acelerado,

com reagentes orgânicos e reaproveitamento da água

que, por um lado, usa o que há de mais moderno em

do lodo gerado”, vencedor do Prêmio Destaque de 2010

tecnologia e, por outro, exercita na prática o conceito de

da Organização Odebrecht na categoria Meio Ambiente.

sustentabilidade”. Varella complementa: “A Amazônia

De autoria de Anelisa Cantieri, integrante da equipe

tem um enorme potencial hidrelétrico, mas é um ecos-

de Nelson Alves, o trabalho apresenta uma solução ino-

sistema de importância vital que precisa ser explorado

vadora: o uso de um polieletrólito catiônico de baixo peso

de forma racional e sustentada. Creio que Santo Antô-

molecular produzido a partir do tanino extraído da cas-

nio é um dos exemplos mundiais que mostram que é

ca da acácia negra em vez do sulfato de alumínio. Seu

possível preservar e desenvolver com responsabilidade

nome comercial é Veta Orgânica.

socioambiental”.

Reagente orgânico Trabalham hoje na construção de Santo Antônio cerca de 14 mil pessoas. É a população de uma cidade. No

Utilizado na maioria das estruturas de tratamento de água no Brasil, o sulfato de alumínio é um reagente químico que, descartado no meio ambiente, é de difícil degradabilidade, por ser um metal pesado, representando risco para a fauna e a flora.

canteiro de obras, 100% do esgoto sanitário é tratado em

A decisão de realizar um tratamento sem descarte

duas estações de tratamento de esgoto (ETEs), estrutu-

de resíduos que poderiam prejudicar o meio ambiente e

ras modulares instaladas nas duas margens.

de reaproveitar o efluente levou ao uso do reagente or-

O tratamento da água para uso humano e industrial

gânico à base de tanino. O efluente (lodo) gerado na la-

é feito em cinco estações de tratamento de água (ETAs)

vagem dos decantadores e filtros recircula nos tanques

– três para água potável e duas para água destinada a

de armazenamento de água industrial já tratada, depois

processos industriais. Dez municípios de Rondônia, entre

de passar por um sistema formado por geoformas e

eles Porto Velho, estão adotando o modelo de tratamento

bolsões porosos, que retêm o lodo e libera água limpa.

de água e esgotos aplicado no canteiro de Santo Antônio.

Isso faz com que diminua a necessidade de captação de

“Isso é muito gratificante”, diz Nelson Alves. “É quando as

recursos naturais, sobretudo a água. O lodo, por sua vez,

ações da empresa ‘saem’ do perímetro da obra e geram

por causa do uso de reagente orgânico, é transformado

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em adubo, empregado no reflorestamento de áreas do canteiro de obras.

“As medidas para preservação ambiental colocadas em prática como parte da construção da Hidrelétrica

As cinco ETAs do canteiro de Santo Antônio possuem

Santo Antônio são muito positivas e exemplificam as

esse sistema. A capacidade de tratamento é de 560 m3/h

melhores práticas em âmbito mundial”, afirma John

de água, sendo 400 m3/h de água industrial e 160 m3/h

Redwood, consultor de Meio Ambiente e Desenvol-

de água potável. “Temos aqui uma cidade independente

vimento Sustentável, ex-Diretor de Desenvolvimen-

da cidade”, diz Nelson Alves, referindo-se ao canteiro e a

to Sustentável Ambiental e Social do Banco Mundial.

Porto Velho, distante 7 km da obra.

“Esse conjunto de ações deve, sem dúvida, ser consi-

Na Central de Concreto, instalada na margem es-

derado como referência e merece estudo cuidadoso

querda, o reúso de água também é palavra de ordem.

e detalhado, além de ampla disseminação”. Redwood

Parte da água tratada nas ETAs é destinada à fabricação

acrescenta: “A Odebrecht tem acumulado conheci-

de concreto, e a água utilizada na lavagem dos cami-

mento ao longo de muitos anos de experiência em pro-

nhões-betoneiras é tratada em cinco piscinas de decan-

jetos relacionados à água e vem colocando em prática

tação e usada novamente na lavagem dos caminhões.

o melhor do que aprendeu.”

“Tentamos fazer com que nossa gestão ambiental seja simples, flexível e leve, de maneira a facilitar sua

Modelo reduzido

compreensão e prática por cada um dos trabalhadores

Várias outras ações têm papel relevante na preser-

do canteiro de obras. Só assim conseguiríamos os re-

vação do meio ambiente da área da obra e, em especial,

sultados esperados de conscientização em uma obra

do Rio Madeira. A explicação sobre o nome do rio, aliás,

na qual 80% do efetivo jamais havia trabalhado em um

remete a um dos grandes desafios do projeto: uma das

projeto de engenharia e construção”, salienta Nelson

características do rio é a grande concentração de sóli-

Alves. “Temos obtido respostas excelentes, e as comu-

dos em suas águas, principalmente madeira (troncos e

nidades vizinhas, onde vive a maioria dos trabalhado-

galhos) e sedimentos, fenômeno associado à sua origem

res de Santo Antônio, vêm se beneficiando disso, por-

nos flancos erosíveis dos Andes.

que as pessoas levam para lá o que aprendem aqui”. A

O manejo desses sólidos mereceu um dos maiores

equipe do Programa de Meio Ambiente da Usina Santo

estudos realizados em Santo Antônio. A decisão foi im-

Antônio, liderada por Nelson Alves, é composta de 75

plantar boias em forma de tubulação que irão direcionar

pessoas, entre elas o corpo técnico-operacional. Des-

a passagem de troncos e galhos por um canal do rio em

ses profissionais, 70 são de Rondônia.

uma área lateral da barragem.

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Trânsito rápido no Madeira: ribeirinhos se deslocam no rio usando pequena embarcação chamada de “voadeira”

Esse e outros recursos – como o Sistema de Trans-

Integração de atividades

posição de Peixes (STP), que possibilitará a passagem

Investimentos como esse fazem parte de um cenário

de espécies da área de jusante para a de montante e ga-

bastante complexo em que se destaca não apenas a ex-

rantirá as condições ideais para sua reprodução – foram

pectativa de uma futura geração de energia de 3.150 MW,

testados com a utilização do recurso de modelo reduzi-

fundamental para o país, mas também uma preocupação

do, em Rondônia e no Rio de Janeiro.

genuína com a proteção de um ecossistema rico e crucial

O STP foi testado em um modelo reduzido construído

para o Brasil e para o mundo.

na cachoeira de Teotônio, 20 km a montante do local de

Henrique Chaves, Professor da Faculdade de Engenha-

execução da Hidrelétrica Santo Antônio. Um outro modelo

ria Florestal da Universidade de Brasília (UNB) e consultor,

reduzido, executado na escala 1:80 (um por oitenta), a um

é autor de um trabalho acadêmico que mostra a integra-

custo de R$ 10 milhões, mostrando a usina completa, foi

ção das diversas atividades em Santo Antônio relaciona-

construído na Subestação São José de Furnas, em Belford

das à água. “A Odebrecht tem buscado, de forma racional

Roxo, no Rio de Janeiro. É uma maquete gigantesca que

e integrada, a redução dos impactos ambientais sobre os

ocupa uma área de 4 mil m2 e permite a realização dos

mananciais, o que contribui de maneira efetiva para a pre-

ensaios das atividades necessárias ao desenvolvimento

servação da quantidade e da qualidade da água na área de

da obra, a verificação da funcionalidade das estruturas de

influência de suas obras.”

concreto e a avaliação do comportamento dos sedimen-

Em Santo Antônio, chamaram sua atenção, em especial,

tos. O desvio do Rio Madeira, planejado para julho de 2011,

o uso racional da água para abastecimento do canteiro, o

está sendo simulado no modelo reduzido, que foi projeta-

tratamento de esgotos, a reciclagem dos resíduos sólidos

do pela empresa PCE Engenharia.

e a proteção dos mananciais por meio da revegetação dos

“Aqui conseguimos antecipar situações que se-

taludes do canteiro e dos bota-foras (áreas de descarte de

rão enfrentadas na obra e oferecer alternativas para

materiais não aproveitados na obra). “Essas atividades con-

sua solução”, explica o engenheiro Edgar Fernando

tribuem para a preservação da qualidade da água do Rio Ma-

Trierweiler Neto, de Furnas (empresa que lidera,

deira, do solo e da vegetação na área de influência da obra.”

com a Odebrecht, a empresa Santo Antônio Ener-

O trabalho de preservação ambiental realizado em San-

gia, encarregada da operação da usina por 30 anos).

to Antônio, segundo Henrique Chaves, transformou a obra

Edgar compartilha a responsabilidade pelo modelo

em referência para futuros projetos hidrelétricos no Brasil.

reduzido com o engenheiro Pedro Ernesto Albuquer-

“São iniciativas inovadoras e de grande impacto, inéditas

que Souza, da empresa Engevix.

em obras de grande porte no país.”

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Para preservar as águas do Rio Sabor, em Portugal, ações de minimização e compensação ambiental são desenvolvidas por meio de 12 programas

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o último r

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texto fabiana CabRal fotos holanda CavalCanti

o rio

selvagem

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E

ntre as montanhas à margem do Rio Sabor, António Augusto Salvador, 62 anos, assobia para indicar o caminho dos pastos ao seu rebanho. Com a ajuda de um mastro de bambu para

apoiar-se, ele percorre, diariamente a região, acom-

panhado de 110 ovelhas e dois cachorros. “Sou pastor de ovelhas e nasci para isso. Só sei fazer isso”, conta sorridente. A poucos quilômetros dali, Paula Cristina Lopes Sendas Costa, proprietária do Café Tic Tac, anda de lá para cá com agilidade para atender todos os seus clientes. “Pela manhã, muitas pessoas vêm para fazer o pequeno almoço [tomar o café da manhã] e à noite reúnem-se para conversar e jogar cartas. Virou ponto de encontro”, ela comenta sobre seu primeiro negócio. Antônio e Paula são moradores do município de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, na região norte de Portugal. Originária do século 13, a cidade montanhosa, de cerca de 10 mil habitantes, fica perto

O pastor António Augusto Salvador: “Nasci para isso”

da fronteira com a Espanha e da confluência dos rios Sabor e Douro, que nascem em território espanhol.

mo e o desperdício de energia e armazenar água. Seus

No trecho do Rio Sabor em Torre de Moncorvo, o

reservatórios, que ficarão dispostos entre as cidades

Agrupamento Complementar de Empresas (ACE),

de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e

formado pela Odebrecht-Bento Pedroso Construções

Macedo de Cavaleiros, darão origem à mais significativa

(BPC) e Lena Construções, realiza, desde 2008, as

reserva de água na bacia hidrográfica do Rio Douro, em

obras civis do Aproveitamento Hidrelétrico (AHE) do

território português. “Isso irá duplicar a contenção de

Baixo Sabor para a EDP – Gestão da Produção de Ener-

água no Douro”, diz Gilberto Costa. Carvalho Bastos re-

gia S.A.

força: “O Baixo Sabor também aumentará a capacidade

O projeto integra o Programa Nacional de Barra-

das outras barragens já instaladas ao longo do Douro”.

gens com Elevado Potencial Hidrelétrico (PNBEPH),

Os escalões contribuirão ainda para reduzir as

criado pelo Governo português em 2007. “A instalação

emissões de gases que contribuem para o efeito estu-

desta e de outras barragens e os reforços de potência

fa, regular a distribuição de água na região, sobretudo

das já existentes garantem a autonomia de Portugal

em épocas de seca, controlar as cheias e rentabilizar

na geração de energia, cuja capacidade subirá de 60%

a energia excedente proveniente dos parques eólicos.

para 76% até 2020”, explica Gilberto Costa, Diretor de

Os sistemas de turbinagem e de bombeamento irão

Contrato. “Além de minimizarem a dependência ener-

recuperar o desperdício das eólicas funcionando dos

gética do exterior, os escalões irão reforçar o sistema

“dois lados”. Em determinados períodos, em vez de

de abastecimento elétrico. As barragens reversíveis,

turbinar a água para gerar energia, utiliza-se a das eó-

como as do Baixo Sabor, podem armazenar água para

licas para bombeá-la e armazená-la nos reservatórios,

os períodos de maior consumo, aproveitando a energia

à espera dos ciclos de maior consumo. “A principal ati-

excedente das eólicas”, acrescenta Carvalho Bastos,

vidade de jusante será a contenção da água, enquan-

Representante da EDP.

to a de montante, a principal, a produção de energia

O AHE do Baixo Sabor será constituído de duas bar-

elétrica. O bombeamento será feito do Rio Douro para

ragens, a montante e a jusante (rio acima e rio abaixo)

o Rio Sabor, e a turbinagem ocorrerá do Sabor em di-

do Sabor, equipadas por sistemas reversíveis – de tur-

reção ao Douro”, explica Carlos Matos, Responsável

binagem e de bombeamento – para equilibrar o consu-

pelas obras na jusante.

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Um rio selvagem

proteção de taludes e manutenção da galeria ripícola

Ao contrário do Douro, que possui seis barragens

(vegetação típica das margens de rios e lagos) –, e a

no lado português e sete no território espanhol, o Rio

instalação de estações de tratamento da água e do es-

Sabor é conhecido como o “último rio selvagem da Eu-

goto provenientes dos canteiros também fazem parte

ropa”, por não possuir influências humanas, com exce-

do programa. “Em três anos de obras, não identifica-

ção das atividades de pequenos agricultores.

mos nenhuma alteração na qualidade da água”, pontua

Para preservar as águas do “rio selvagem” e a vida

Augusta.

animal e vegetal do seu entorno, o ACE Baixo Sabor de-

O AHE do Baixo Sabor começará a gerar energia

senvolve várias ações de minimização e compensação

elétrica a partir do segundo semestre de 2014. Porém,

ambiental, com o apoio da EDP e de instituições par-

a EDP dará continuidade a todos os programas am-

ceiras. São 12 programas ligados à fauna e à flora, aos

bientais por mais 75 anos, como previsto em contrato.

ecossistemas aquáticos, à qualidade do ar e da água e à conservação do patrimônio histórico e cultural da região, com 140 técnicos ambientais envolvidos no Plano de Gestão Ambiental da Obra (PGAO).

Desenvolvimento local O controle das cheias e o equilíbrio entre a produção e o consumo de energia não serão os únicos be-

De acordo com Augusta Fernandes, Coordenadora

nefícios que o AHE do Baixo Sabor proporcionará aos

do Sistema de Gestão Integrado – QAS (Qualidade, Meio

moradores da região. “Com a grande massa de água

Ambiente e Segurança) do ACE, o principal objetivo é

formada pelos reservatórios, serão criadas zonas de

evitar a contaminação da água do rio. “Com o Progra-

irrigação de terras e áreas para a prática de esportes

ma de Monitoramento da Qualidade da Água, realiza-

aquáticos, incentivando o turismo e o desenvolvimen-

mos análises mensais em 23 pontos distintos ao longo

to econômico do interior do norte do país”, assegura

dos 80 km do rio. Temos 27 parâmetros de avaliação

António Monteiro, Gerente Administrativo-Financeiro

como acidez, carga orgânica e contaminação biológica,

do ACE.

e também avaliamos a vida animal em todo o percurso.

Mesmo observando as obras de longe, o pastor de

A documentação é analisada pela Comissão Ambiental

ovelhas António e a pequena empresária Paula já per-

da União Europeia.”

cebem mudanças. “As coisas estão melhores, porque

A implantação de medidas de controle de erosão e transporte de sedimentos – colocação de barreiras,

há mais trabalho”, comenta António. “Eu espero mais movimento e mais turismo”, revela Paula.

Integrantes do ACE Baixo Sabor monitoram a qualidade da água: rigor em defesa do rio

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PE

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entRevista

PENSAMENTO

fluido texto KaRolina Gutiez foto bRuno veiGa

O

escritório em Brasília é apenas um ponto de referência para esse baiano de Salvador, de 46 anos, que há três trabalha na Organização Odebrecht, mais precisamente na Odebrecht

Energia. Luiz Gabriel Todt de Azevedo não para. Além da capital federal, onde vive com a esposa, Ivana, e dois filhos, Bernardo, de 12 anos, e Victor, de 15, o engenheiro civil divide seu tempo entre Rio de Janeiro, São Paulo, onde esta entrevista foi realizada, e cidades nas quais a empresa mantém projetos de energia. Eventualmente, ministra aulas e palestras em universidades como Harvard, nos Estados Unidos. E está presente, com frequência, em discussões ao redor do mundo sobre temas relacionados à sustentabilidade, em especial aquele que o fascina e com o qual soube que iria trabalhar desde a infância: a água.

informa informa

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A rotina sempre foi assim. Antes da Odebrecht,

âmbito global, qual seria?

Gabriel, mestre em hidrologia e ph.D em recursos

GABRIEL – A situação ainda não é alarmante, mas

hídricos pela Colorado State University, instituição

é muito complexa. E o que vai acontecer nos pró-

norte-americana de excelência nesse assunto, tra-

ximos 20 anos depende de nós. Nós governos, nós

balhou durante 14 anos no Banco Mundial, dedican-

empresas, nós sociedade. A demanda global de

do-se a projetos envolvem o principal recurso natu-

água atualmente é de 4,5 trilhões de m³/ano. Des-

ral em mais de 20 países da América Latina, África

ses, 70% são destinados à agricultura, e a neces-

e Europa Central. Ocupou, ainda, o cargo de Vice-

sidade por alimentos só tende a crescer. A capaci-

Presidente da WWF (World Wildlife Fund), a maior

dade que o planeta tem de renovar esse recurso é

rede internacional de conservação da natureza. No

de 4,3 trilhões de m³/ano. Ou seja, já consumimos

Banco Mundial, financiou projetos da Odebrecht,

um pouco acima do potencial renovável, ainda que

vários hídricos, e, por isso, já conhecia muitos dos

1 bilhão de pessoas no mundo não tenham acesso

seus futuros colegas de trabalho.

à água e 2 bilhões sejam privados de saneamen-

Seu interesse pessoal pelos temas ligados ao

to básico. Se nada mudar na tendência atual, até

desenvolvimento de países e comunidades expli-

2030 a demanda vai aumentar 40%, passando para

ca o longo período de

6,9 trilhões de m³/ano. O

atuação profissional em

cenário impõe desafios

uma agência multilateral. “Hoje, no entanto, sinto que contribuo mais para o desenvolvimento estando na Odebrecht do que no Banco Mundial. A Organização implanta projetos icônicos em âmbito mundial e isso é bastante motivador.”

a situação ainda não é alarmante, mas é muito complexa. e o que vai acontecer nos próximos 20 anos depende de nós. nós governos, nós empresas, nós sociedade.

ao planeta, mas oferece oportunidades fantásticas, sobretudo na nossa área de atuação. A Odebrecht tem uma enorme contribuição a dar na construção de panoramas alternativos, no Brasil e no exterior. oi – Que gols a or-

odebrecht informa –

ganização já marcou

Quais papéis a ode-

nessa disputa?

brecht exerce quando o assunto é água?

GABRIEL – Destaco projetos realizados pela Odebre-

GABRIEL AzEVEDO – A Organização desempenha qua-

cht quando eu ainda não trabalhava na Organização,

tro papéis essenciais. Somos, primeiramente, grandes

mas com os quais tive contato, tanto como consul-

usuários de água. Mas estamos buscando cada dia

tor, no início de minha carreira, como durante minha

mais excelência e eficiência no uso. Com a Foz do Bra-

atuação no Banco Mundial. A construção da barra-

sil, somos prestadores de serviços de abastecimento

gem de Seven Oaks, na Califórnia, Estados Unidos,

de água, coleta e tratamento de resíduos domésticos

na década de 1990, para o controle de inundações,

e industriais. Construímos, ainda, equipamentos de in-

foi criticada naquela época, mas reabriu o debate

fraestrutura relacionados à água, como hidrelétricas,

sobre grandes barragens no oeste americano e des-

barragens, projetos de irrigação, emissários, adutoras

mistificou o julgamento sobre o assunto (o projeto

etc. Por fim, atuamos como investidores em grandes

rendeu prêmios à Odebrecht posteriormente, entre

empreendimentos hídricos, como a Usina Hidrelétrica

eles o de Construtora do Ano de 1999 nos Estados

Santo Antônio, em Rondônia, e o Projeto de Irrigação

Unidos). O Canal da Integração (hoje chamado de Ei-

Olmos, no Peru.

xão das Águas e em fase de conclusão dos trechos 4 e 5, no qual a Odebrecht, em consórcio, ficou res-

oi – se você tivesse que traçar um cenário

ponsável pelo trecho 3), complexo de estações de

sobre esse recurso natural, no Brasil e em

bombeamento, canais, sifões, adutoras e túneis que

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irão transpor as águas do Açude do Castanhão para

oi – Quais são as tendências mundiais para o

reforçar o abastecimento para 4 milhões de habitan-

tratamento da questão?

tes de 13 municípios – incluindo a Região Metropo-

GABRIEL – Começamos a ver uma discussão em

litana de Fortaleza –, é o maior empreendimento de

torno da água virtual. É preciso contabilizar a

infraestrutura do Ceará. Essa obra tem visibilidade

água que é consumida em produtos industria-

internacional, pois conseguiu integrar um projeto de

lizados e agrícolas. A soja e a carne brasileiras,

infraestrutura de grande envergadura com neces-

exportadas em grande escala, têm embutida a

sidades hídricas da população. Outro exemplo é a

água utilizada no seu cultivo. Da mesma forma,

barragem de Ponto Novo, construída no semiárido

as resinas que a Braskem exporta para cinco

baiano para perenizar o rio Itapicuru-açu, possibi-

continentes. Com isso, o Brasil é um dos maio-

litando a instalação de três sistemas integrados de

res exportadores mundiais de água. As atenções

fornecimento de água, que, juntos, beneficiaram 70

têm se voltado para o debate sobre mudanças

mil pessoas. O empreendimento foi financiado pelo

climáticas. Trata-se, realmente, de uma questão

Banco Mundial, que o utilizou como referência, ape-

complexa, com impactos em escala global e que

sar do pequeno porte.

precisa ser discutida. Mas a água também tem essa dimensão e não vem sendo analisada na

oi – o que a Usina Hidrelétrica santo antônio tem a ensinar para o mundo, no que diz respeito à água?

GABRIEL – Já trabalhei em muitas hidrelétricas e nunca vi uma usina tão bem planejada do ponto de vista da sustentabilidade, em todas as suas vertentes: aspectos do meio físico, do meio so-

É preciso contabilizar a água que é consumida em produtos industrializados e agrícolas. a soja e a carne brasileiras, exportadas em grandes volumes, têm embutida a água utilizada no seu cultivo. É o conceito de água vitual.

mesma proporção. oi – como você trata a água na sua vida pessoal?

GABRIEL – Meu pai era engenheiro

e

sempre

trabalhou em obras hídricas. Por isso, soube desde pequeno que meu destino

era

trabalhar

com água. Ela faz parte

cial, da biodiversidade

da vida de qualquer ser

etc. Embora estejamos

humano, mas, no meu

mexendo com o rio,

caso, desperta meu in-

quando olho para a obra tenho a impressão de que o Madeira e a usina têm uma relação harmoniosa.

teresse desde a infância. Além do meu trabalho, meus hobbies estão relacionados à água. O favorito é a pesca. E da mesma forma como fui influencia-

oi – o que uma organização deve fazer para estar

do, procuro compartilhar minha vida profissional

na vanguarda desse tema? e o que não deve?

com meus filhos. Eles sempre visitaram projetos

GABRIEL – Não se deve menosprezar ou ignorar

nos quais trabalhei, desde favelas na África até a

a importância do assunto. Afinal, não há nenhuma

Usina Santo Antônio, para onde pretendo levá-los

atividade econômica que dispense o uso ou a dis-

esse ano. É uma maneira de explicar que a ausên-

ponibilidade da água. Deve, além de implantar boas

cia que o meu trabalho lhes impõe se justifica pelo

práticas internamente, influenciar a formulação

fato de eu estar fazendo algo de bom para outras

de políticas que tenham como objetivo promover

pessoas e para o meio ambiente. E eles se preo-

seu uso eficiente e sustentável. Um exemplo: in-

cupam, questionam. Hoje eles têm muito mais in-

cluirmos no Programa de Qualificação Continuada

formação e consciência do que os jovens da minha

Acreditar módulos sobre água. Precisamos dar o

geração. Mas o desafio deles, certamente, será

exemplo e influenciar.

muito maior.

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Dependências do Aquapolo no ABC paulista: novo paradigma de qualidade para água de reúso no país

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A LóGICA DO

reúso texto eliana simonetti fotos bRuna RomaRo

E

stá em execução avançada, na região do ABC paulista, o Projeto Aquapolo, de produção de água de reúso para o Polo Petroquímico de Capuava. É a so-

lução para alguns problemas sérios. As principais dificuldades para o desenvolvimento do polo são a

poluição crescente do rio Tamanduateí, a falta de água na estiagem e a necessidade de utilizar água potável para fins industriais.

Um marco na utilização de água industrial no Brasil, Projeto Aquapolo foi concebido para atender às empresas do Polo Petroquímico de Capuava, no ABC paulista

O Aquapolo garantirá a água de uso industrial de que a petroquímica paulista necessita. As indústrias do Polo Petroquímico de Capuava, também no ABC paulista, têm importante peso na economia paulista: recolhem 27% do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado pelo estado; empregam cerca de 25 mil pessoas direta e indiretamente; e produzem materiais para consumo interno e para exportação – como etileno, polipropileno, polietileno, matérias-primas para a fabricação de resinas, borrachas, tintas e plásticos. Entretanto, para não danificar suas máquinas, essas indústrias dependem fortemente de fornecimento confiável de água e carecem de sustentabilidade desse ponto de vista. O polo retira a maior parte da água de que precisa do córrego dos Meninos, afluente do rio Tamanduateí. Esse recurso está no limite, e já não se pode confiar que seja capaz de suprir as necessidades atuais – menos ainda as futuras, pois as empresas do polo pretendem expandir seus negócios.

Tecnologia de ponta A Aquapolo Ambiental, Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada pela Foz do Brasil (empresa de engenharia ambiental da Organização Odebrecht) e pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), contratou a Odebrecht

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Infraestrutura para construir uma Estação de Água Indus-

de supermercado, há caminhões fazendo manobras em pá-

trial (Epai) com tecnologia de ponta para fornecer água para

tios de empresas, grupos de crianças saindo das escolas.

uso industrial, dentro da área de sua Estação de Tratamento

“Os trabalhos da Odebrecht foram planejados para não in-

de Esgotos na divisa entre São Paulo e São Caetano do Sul

terferir na vida das cidades e de seus moradores”, explica

(ETE ABC).

Emyr Costa, Diretor de Contrato do Projeto Aquapolo.

Atualmente, o esgoto tratado na ETE ABC é retornado à

Assim, onde existe muita área construída, muito movi-

natureza. Quando a nova Epai estiver funcionando, após o

mento, o método utilizado é este: os tubos são instalados

tratamento costumeiro, o esgoto será conduzido a um tan-

em pequenas partes, que depois são soldadas. Quando o

que com bactérias que se alimentam de detritos orgânicos

solo permite, a perfuração é feita com máquinas que pare-

(quando eles forem insuficientes, a ETH, empresa de bioe-

cem miniaturas dos tatuzões (shields) usados em obras de

nergia da Organização, providenciará material para manter

metrô. E em outras áreas, como às margens do rio Taman-

a colônia de bactérias viva e ativa).

duateí, os tubos são acomodados em valas abertas.

Depois, o material passará por um vale de oxidação em

Conforme dados da Sabesp, a Região Metropolitana de

forma de labirinto, cuja concepção foi premiada na Europa,

São Paulo é uma das mais carentes de disponibilidade hí-

o TMBR (Tertiary Membrane Bio-Reactor), com membranas

drica do país, com índices semelhantes às das áreas mais

de ultrafiltração, e seguirá para um equipamento de mem-

secas do Nordeste, de 201 m³ por habitante ao ano – muito

branas de osmose reversa que, por pressão, extrai do líquido

abaixo do recomendado pela ONU, que é de cerca de 2.500

a alta condutividade e os padrões sólidos, amônia e outros

m³. Mesmo que de forma indireta, a Aquapolo propiciará o

elementos que tornam o efluente impróprio para uso indus-

aumento da oferta de água tratada e a melhoria das condi-

trial. “O Projeto Aquapolo estabelece um novo paradigma de

ções de saúde da população. “Não resta dúvida de que este

qualidade para a água de reúso no país”, diz Ivanildo Hespa-

é um empreendimento de fundamental importância para a

nhol, especialista no tema, Professor da Escola Politécnica

sustentabilidade do Grande ABC e do Polo Petroquímico de

da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Capuava”, afirma Guilherme Paschoal, Diretor de Opera-

A água de reúso passará por duas estações elevatórias e partirá rumo ao polo por uma adutora, com tubos de 900

ções da Aquapolo Ambiental.

mm de diâmetro recobertos com tripla camada de polietile-

Sustentabilidade e economia

no (para maior durabilidade), com o selo da Braskem. Como

A planta da Aquapolo é a maior desse tipo no Hemisfério

a camada de polietileno é espessa, tocar nos tubos é mais

Sul e a quinta maior do mundo. Seu cliente mais importante

ou menos como passar a mão em um pneu de carro. Só que

é a Quattor, controlada pela Braskem, que consumirá mais

cada tubulão de 12,30 m pesa 17.721 kg.

de 60% do que será produzido pelo projeto, mas empresas

No polo, a água de reúso produzirá vapor e resfriará cal-

como Cabot, Oxiteno, White Martins e Oxicap, todas locali-

deiras. Quatro grandes reservatórios que não são aprovei-

zadas no polo, também serão beneficiadas. Além de ganhar

tados pela ETE ABC estão sendo cobertos para garantir o

em sustentabilidade, essas empresas farão economia, já

fornecimento ininterrupto de água aos clientes, mesmo em

que a água de reúso custa 30% menos que a que passa por

período de seca.

tratamento convencional. “Este é um projeto pioneiro que representa um marco na utilização de água industrial no

Obra e vida nas cidades

Brasil”, afirma Celso Luiz Tavares Ferreira, Vice-Presidente

Na operacionalização desse projeto existe um desafio

de Químicos Básicos da Quattor, empresa que, em 2010, re-

adicional. A região do ABC paulista é densamente ocupada

gistrou expansão de 40% em sua produção.

por residências e empresas e seu solo contém muita areia e

Há mais. Apesar do objetivo do projeto ser voltado ao Polo

pedregulho. Implantar os tubos nesse ambiente não é tarefa

Petroquímico, a planta terá capacidade maior que a neces-

fácil. Hoje, passear por algumas ruas de São Caetano pode

sária. Abre-se, assim, a perspectiva de utilização da água de

exigir uma certa dose de paciência. De 100 em 100 metros,

reúso por outras empresas e municípios localizados no en-

há enormes buracos, largos e fundos, onde descem traba-

torno da adutora. Com o Aquapolo, ganham as empresas, os

lhadores trajados com equipamentos de segurança para

governos, a população (com a manutenção e possivelmente

cavar túneis horizontais, sustentados por peças de concreto

o aumento de oferta de empregos na região) e o meio am-

antes de receberem os tubos de aço.

biente, pois o efluente descartado após o uso industrial terá

No entorno, a vida segue: passam pessoas com sacolas

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melhor qualidade que o atual.

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O Projeto Aquapolo em números • Contrato de gestão de fornecimento de água ao Polo de Capuava com duração de 34 anos, até 2043. • Estação de Água Industrial com capacidade para produzir até 1.000 litros/s de água de reúso. • Adutora com tubos de 900 mm e 17 km de extensão em três municípios (São Paulo, Santo André e São Caetano do Sul). • Até 1,6 bilhão de litros/mês de água potável deixará de ser consumido pelas indústrias do polo.

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elemen

DE SUSTENTAçãO

A Cetrel, em Camaçari: empresa interliga e centraliza o tratamento de efluentes de todas as 90 indústrias do polo

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46

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Cetrel garante a sustentabilidade ambiental do Polo Industrial de Camaçari

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ento texto válbeR CaRvalho fotos aRtuR iKishima

C

a boa gestão ambiental. A obra foi realizada pela Odebrecht. Antes de serem lançados ao mar, a 4,8 km da costa, são removidos mais de 97% da carga biodegradável dos efluentes, um índice acima do que preconiza a legislação ambiental. “Fizemos uma campanha de monitoramento para aferir como era o meio ambiente antes do emissário entrar em operação e após o início dos lançamentos. Firmamos um convênio com a Universidade Federal da Bahia e realizamos duas campanhas anuais de monitoramento com a expedição de relatórios em que se avalia a qualidade ambiental nesse ecossistema marinho”, salienta Eduardo Fontoura, Respon-

onstruído sobre um dos maiores aquíferos do

sável por Laboratório e Monitoramento. Ele observa que “em

país, o de São Sebastião, o Polo de Camaçari

17 anos de funcionamento do emissário, a Cetrel nunca teve

– o maior complexo industrial do Brasil – não

problemas com a comunidade nem com os vigilantes pesca-

seria um empreendimento ambientalmen-

dores de Arembepe”. Os indicadores ambientais no ecossiste-

te sustentável se não existisse a Cetrel. Nos

ma marinho são os mais positivos.

estudos para a criação do polo, na década de 1970, decidiu-

Hoje, a Cetrel é responsável pelo gerenciamento dos

se, de forma pioneira no país, que, em vez de cada empresa

recursos hídricos de toda a região do polo, tanto das águas

ter seu próprio sistema de proteção ambiental, uma única

subterrâneas (lençóis freáticos e aquíferos) quanto das águas

companhia estatal seria responsável pela operação de um

superficiais. A empresa faz o controle com georreferencia-

sistema global de gestão do meio ambiente, o que acarretaria

mento (monitoramento e produção) de mais de mil poços –

menos custo e maior eficiência.

imprescindível para uma região onde atuam várias empresas

Essa companhia foi, então, criada e recebeu o nome de

de extração de água mineral para consumo humano.

Central de Efluentes Líquidos do Polo de Camaçari (Cetrel),

Sérgio Tomich explica que desde que a Braskem assu-

hoje Cetrel S.A. e controlada pela Braskem. Situada a 45 km

miu o controle da empresa, a Cetrel deixou de ser apenas

de Salvador, interliga e centraliza o tratamento de efluentes

uma “gestora de fim de tubo” e passou a prospectar novos

de todas as 90 indústrias existentes no Polo de Camaçari.

negócios no ramo em que tem expertise reconhecida. Além

Em produção plena, o polo consome 12 mil m /h de água

do tratamento de efluentes líquidos contaminados e do mo-

e verte aproximadamente 1,2 a 1,5 m3/s de efluentes líquidos

nitoramento oceanográfico e dos rios, a Cetrel também atua

tratados através de seu emissário submarino. É a metade da

em programas piloto de tratamento de água para reúso in-

sua capacidade nominal de vazão.

dustrial, os quais a empresa vem desenvolvendo em parceria

3

A Cetrel, que atua em Camaçari em parceria com a Foz do

com a Braskem.

Brasil, recebe dois tipos de efluentes: as águas não contami-

Durante a Conferência COP 16, realizada em dezembro de

nadas, pluviais em sua maioria, e os efluentes contaminados

2010, no México, que discutiu o tema Conservação da Biodiversi-

por compostos orgânicos de todo tipo e compostos inorgâni-

dade no Mundo, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimen-

cos, como sulfatos, nitratos, amônia e outros produtos nocivos

to Sustentável selecionou os cases com as melhores práticas de

ao ambiente, se não tratados devidamente.

sustentabilidade ambiental. “A Conservação da Biodiversidade

“Isso nada mais é do que água poluída. Nosso trabalho é tratar rigorosamente esses efluentes, para minimizar os ris-

no Ecossistema Marinho na Área de Influência do Emissário Submarino da Cetrel” foi um dos cases escolhidos do Brasil.

cos quando os devolvermos ao meio ambiente”, explica Sérgio

Em janeiro de 2011, foi assinada uma carta de intenções

Tomich, líder dos Negócios de Desenvolvimento de Materiais

entre o Governo da Bahia, a Petrobras e algumas indústrias

e Gestão de Resíduos Especiais da Cetrel.

de fora do polo, para acabar com as emissões na baía de

Emissário submarino

Todos os Santos. ”Além dessas emissões industriais e das emissões da Refinaria Landulfo Alves, quase 90% dos esgotos

Com a ampliação do polo, nos primeiros anos da década

domésticos de Camaçari e Dias d’Ávila serão interligados ao

de 1990, a construção de um emissário submarino para a

emissário da Cetrel”, comemora Sérgio Tomich. As águas da

disposição oceânica dos efluentes tornou-se necessária para

maior baía do Atlântico Sul agradecem antecipadamente.

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aRGUMento

a Segurança hídrica e o setor privado

Diante da escassez de água, o copo pode parecer meio vazio. Mas uma aproximação maior entre líderes empresariais e formuladores de políticas públicas, com vistas a desenvolver melhores práticas e aplicar novas tecnologias, pode fazer toda a diferença em favor do mundo em que vivemos tradução: maRia das GRaças s. salGado

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informa

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A

insegurança hídrica surge como

logias para tratamento de água e esgoto. O custo

um dos grandes desafios do sécu-

da dessalinização cairá em breve para um nível em

lo 21. Desafio que políticos e líde-

que a maioria das cidades e empresas em áreas li-

res empresariais devem enfrentar

torâneas poderá usá-la como uma parte importan-

juntos. Formuladores de políticas

te de suas fontes de suprimento. Existem também

geralmente reconhecem que o setor privado tem

empresas que fornecem aos usuários informações

que exercer um papel importante na construção

pontuais, justas e precisas, como a probabilidade

da infraestrutura para o futuro e que as novas tec-

de chuva e a umidade do solo, aumentando, dessa

nologias desenvolvidas por empresas de ponta são

maneira, a eficiência no uso da água.

instrumentos cruciais para o gerenciamento da es-

Executivos dessas empresas sabem que o pro-

cassez de água. Mas os líderes empresariais tam-

gresso depende do avanço interligado de tecno-

bém devem se empenhar mais para conscientizar

logias e políticas. Eles têm visto casos em que

a sociedade de que são as boas políticas públicas

deficiências em políticas significam que tecnologias

que tornam possíveis investimentos e inovações por

que fazem uso mais eficiente da água não estão

parte do setor privado.

sendo empregadas como deveriam. Isso provocou

Líderes do setor público e ONGs têm, há muito,

um compromisso entre executivos e líderes polí-

dominado o debate em torno das políticas hídricas.

ticos no sentido de assegurar que políticas-chave

Recentemente, contudo, empresas progressistas

fossem colocadas em marcha. Líderes empresa-

começaram a se preocupar com um melhor geren-

riais enfatizam exemplos como o da bacia dos rios

ciamento da água. Essas empresas passaram en-

Murray-Darling, na Austrália, onde um ambiente

tão a prestar mais atenção ao ambiente hídrico em

político facilitador permitiu que uma redução de

que atuam.

70% na disponibilidade de água provocasse impacto

Algumas empresas descobriram que a escassez

quase zero no valor da produção agrícola.

crescente de água constitui uma “ameaça à sua li-

Pensando bem, o copo certamente está meio

cença social para operar”. Como resposta, algumas

cheio, não apenas porque líderes empresariais pro-

têm feito generosas doações a grupos de ativistas.

gressistas entendem que a escassez de água é um

Outras têm solicitado o estabelecimento de padrões

problema que afetará suas indústrias e suas comu-

de desempenho que elas possam, então, atender.

nidades, mas também porque eles estão compro-

As mais avançadas, entretanto, reconhecem que,

metidos com políticas que ajudarão a encontrar as

ao mesmo tempo em que precisam administrar

soluções. Por sua vez, lideranças políticas come-

mais eficientemente a água dentro de seus em-

çaram a entender como o setor privado pode con-

preendimentos, a sociedade também necessita de

tribuir para a implantação de políticas mais efeti-

um ambiente regulatório justo, eficiente e previsível

vas. Mais líderes empresariais e políticos precisam

para governar todos os usos da água. Essas empre-

seguir o caminho de seus colegas progressistas.

sas acreditam que têm contribuições úteis e legíti-

Só assim poderemos garantir o contínuo avanço

mas para o processo de elaboração de políticas e

de novas tecnologias, assegurar a formulação de

que boas práticas de negócios podem guiar avanços

uma nova geração de políticas de gerenciamento da

efetivos no setor público.

água e alcançar, finalmente, a segurança hídrica do

Um segundo grupo de empresas está desen-

planeta.

volvendo tecnologias que podem possibilitar à sociedade obter mais produtos por gota de água. Por exemplo, o desenvolvimento de sementes altamente produtivas e tecnologias agrícolas. Como a agricultura é responsável por mais de 80% da água usada no mundo em desenvolvimento, essas inovações são vitais para um melhor gerenciamento da água. Outras empresas estão desenvolvendo novas tecno-

John Briscoe

é o Professor Gordon McKay de Prática de Engenharia Ambiental na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos

informa

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Valdir cruz

“o gerenciamento dos recursos hídricos está entre os maiores desafios mundiais” John Briscoe

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&

notícias pessoas Veja a seguir reportagens sobre realizações recentes das equipes da organização odebrecht no Brasil e no mundo e seções sobre o dia a dia de integrantes das empresas

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reunião geral da odebrecht: o passado, o presente e o futuro em convergência

56

o técnico em edificações e escritor Krishnamurti dos anjos vai publicar seu quinto livro

58

no Baixo Sul da Bahia, jovens constroem (literalmente) sua cidadania

60

Três jovens norte-americanos falam de sua experiência com a prática da Teo

62

oog diversifica seus negócios e passa a atuar no segmento de engenharia submarina

64

o cotidiano de gabriela rocha, Juliana monteiro e nadja fontes: gente da odebrecht

Denise Batista, moradora do Baixo Sul da Bahia

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oRGanização

na Reunião anual Geral da organização, Marcelo odebrecht destaca a importância da teo como o legado maior das gerações pioneiras

reflexões sobre uma caminhada texto JosÉ enRique baRReiRo fotos beG fiGueiRedo e ÉlCio CaRRiço

“A

gradeço às gerações que

estamos construindo o presente e

zembro de 2010, no edifício-sede da

nos antecederam, aos que

construiremos o futuro”.

Organização, em Salvador.

vieram antes de nós e nos

Com essas palavras, Marcelo

Durante uma hora, ele expôs

ofereceram as condições para fa-

Odebrecht, Diretor-Presidente da

os principais resultados alcança-

zer o que estamos fazendo. Foram

Odebrecht S.A., encerrou sua apre-

dos pelo conjunto de empresas da

eles que consolidaram a TEO, que

sentação na Reunião Anual Geral da

Odebrecht em 2010 e apresentou

é o nosso legado maior, com o qual

Odebrecht, realizada em 21 de de-

um panorama geral do estágio de

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crescimento da Organização.

cando a mesma cultura empresarial”,

Destacou, entre outros aspectos,

disse ele. “Nessa cultura, confiança é

o aumento do número de integran-

a palavra essencial, pois é ela que per-

tes – hoje a Odebrecht tem cerca de

mite a delegação, a descentralização,

120 mil pessoas, de mais de 60 na-

a parceria e todas as nossas outras

cionalidades, atuando no mundo –,

práticas empresariais.”

observando o crescimento de 71%,

Marcelo

Odebrecht

destacou

em 2010, no número de integrantes

também os diversos projetos que

no Brasil (de 45 mil para 78 mil).

estão sendo desenvolvidos nas

Marcelo também mostrou dados

empresas no campo do Desenvol-

sobre a atuação cada vez mais inter-

vimento Sustentável, que propicia-

nacional e diversificada da Organi-

ram, em 2010, benefícios a 450 mil

zação, tendo ressaltado a presença

pessoas de 550 comunidades.

recente da Braskem no México, da

Para dar continuidade ao cres-

Odebrecht América Latina e Angola

cimento da Organização, no rumo

em Cuba, da Odebrecht Internatio-

da Visão 2020, ele conclamou os lí-

nal na Guiné e da Odebrecht óleo e

deres presentes a prosseguir “so-

Gás na Coreia do Sul.

nhando o sonho de nossos clien-

“Nessa atuação cada vez mais

tes,

entregando-lhes

soluções

internacional e diversificada, nosso

integradas e inovadoras e sendo a

principal desafio é prosseguir prati-

escolha de cada um deles”.

Na foto maior, Emílio, Norberto e Marcelo Odebrecht; e nesta foto, plenária da Reunião Anual

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Práticas de sustentabilidade A Reunião Anual Geral da Odebrecht contou com a participação de acionistas, membros do Conselho de Administração da Odebrecht S.A., conselheiros consultivos e dos principais líderes da Organização. Os resultados de cada empresa foram apresentados por Maurício Medeiros, da Fundação Ode-

1 Emílio

Odebrecht,

Presidente

brecht; José Carlos Grubisich, da

do Conselho de Administração da

ETH; Paul Altit, da OR; Fernando

Odebrecht S.A., encerrou o encon-

Reis, da Foz do Brasil; Roberto Ra-

tro com a leitura de sua mensagem

mos, da OOG; Carlos Fadigas, da

anual, na qual, entre outros pontos,

Braskem; Henrique Valladares, da

estimulou os líderes a darem cada

Odebrecht Energia; Márcio Faria,

vez mais destaque ao Balanço So-

da Odebrecht Engenharia Indus-

cial de suas empresas: “Precisa-

trial; Benedicto Junior, da Odebre-

mos, mais do que nunca, incorporar

cht Infraestrutura; Luiz Mameri, da

práticas de sustentabilidade, ge-

Odebrecht América Latina e Ango-

rando valor para a sociedade e as

la. Euzenando Azevedo, da Ode-

comunidades às quais servimos”.

7

brecht Venezuela; e Luiz Rocha, da Odebrecht International.

Engajamento familiar

O Presidente de Honra da Ode-

As empresas da Organização

brecht S.A., Norberto Odebrecht,

realizaram suas próprias reuniões

leu sua mensagem anual, na qual

anuais. Na reunião das empresas

estimulou os líderes a entende-

de Engenharia e Construção, um

rem e praticarem, sempre mais

dos destaques foi o Encontro de

e melhor a Tecnologia Empresa-

Acompanhantes, que reuniu, em

rial Odebrecht: “Só assim vocês

Costa do Sauípe, em 18 de dezem-

poderão levar nossa Organização

bro, cerca de 300 cônjuges de inte-

a patamares cada vez mais eleva-

grantes.

dos de desenvolvimento”, disse o fundador da Odebrecht.

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O tema do encontro foi “Cônjuges, Carreira e Família”. Marcelo

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2

3

4

5

6

Diversos momentos da Reunião Anual: 1. participantes do Encontro de Acompanhantes 2. Mário Sérgio Cortella 3. Ticiana Marianetti, Marcos Rabelo e Fernando Reis 4. Sany Gomes 5. Euzenando Azevedo e Henrique Valladares 6. José Carlos Grubisich, Roberto Ramos, Daniel Villar e Paul Altit 7. Valéria Ventura

Odebrecht, convidado especial do

Sany Gomes, Yvana Couri e An-

vel por Pessoas & Organização na

evento, fez uma palestra e respon-

drea Rabello, esposas de integran-

Odebrecht S.A., que apresentou a

deu a perguntas dos acompanhan-

tes, falaram sobre as experiências e

Visão 2020 da Organização; o profes-

tes. “Família é o que há de mais

trabalhos com acompanhantes em

sor e filósofo Mário Sérgio Cortella,

importante”, destacou Marcelo, que

seus países de residência, Emirados

que propôs uma reflexão sobre a

ressaltou a importância do engaja-

Árabes, Argentina e Panamá, res-

vida em casal como um processo si-

mento familiar na busca do equilí-

pectivamente.

milar à construção de uma obra; e a

brio entre a realização profissional e pessoal do integrante.

Também fizeram apresentações no evento Carla Barreto, Responsá-

psicóloga intercultural Andrea Fuks, que encerrou o encontro.

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peRFiL: Krishnamurti Góes dos anjos

minhas experiências e você

Krishnamurti, técnico em edificações, usa o talento de escritor para compartilhar seus aprendizados

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texto VálbeR CaRValho foto MáRCio liMa

K

dos

jante, conto autobiográfico que

Anjos pode se orgulhar

abre o novo livro, descreve sua

rishnamurti

Góes

por ser talentoso tanto

presença em diferentes locais

com os números quanto com as

do mundo a serviço da empresa,

letras. Ele é o responsável por

como Angola e Panamá.

Planejamento do Sistema BA-

leitor voraz desde a ado-

093, na área metropolitana de

lescência, ele enxerga a litera-

Salvador, um complexo viário

tura como uma missão. “As ex-

com 257 km de estradas, sob

periências que vivemos devem

concessão privada, que liga o

ser repassadas às pessoas, de

Polo Petroquímico de Camaçari e

uma maneira que se torne útil

seu entorno ao Porto de Aratu e a

para que o mundo seja, um dia,

Salvador. Mesmo trabalhando in-

algo melhor”, argumenta. Krish-

tensamente, Krishnamurti sem-

namurti já está fazendo pesqui-

pre arranja tempo para escrever.

sas para sua próxima obra: um

No início de fevereiro, lançou seu

romance histórico ambientado na

quinto livro de ficção, 12 Contos e

Bahia, no ano de 1798, em plena

Meio Poema, dando continuidade

revolta dos Alfaiates.

à sua carreira literária. A paixão

Deligni nobit alique nist, expediore modicim agnitatistii nobit aiem hil

Das

lembranças

especiais

pela escrita está no sangue. “Meu

de Krishnamurti, uma das que

avô, Severo dos Anjos, era editor

se destacam foi seu encontro

da revista literária A luva e foi o

com Norberto Odebrecht. Krish-

primeiro a publicar um poema de

namurti era um jovem técnico

Jorge Amado”, diz.

recém-formado.

“Mudei

total-

Técnico em Edificações, Krish-

mente a ideia que eu tinha do

namurti ingressou na Odebrecht

que era um líder”, ele confessa.

em 1986. Saiu cinco anos de-

Esse encontro com o funda-

pois, passando a colaborar com

dor da Organização Odebrecht e

a Organização como profissional

outros episódios significativos de

autônomo. Foi quando começou

sua trajetória profissional são a

a escrever. Mais tarde, foi re-

inspiração da literatura de Krish-

contratado pela Odebrecht. O Via-

namurti. Da literatura e da vida.

“As experiências que vivemos devem ser repassadas às pessoas, de uma maneira que se torne útil para que o mundo seja, um dia, algo melhor”

informa

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FUndação odeBRecHt

o cimenTo da cidadania o ambiente de canteiro de obras transforma a vida de jovens do Baixo sul

texto GabRiela vasConCellos foto máRCio lima

E

m meio a blocos de concreto,

turmas, Denise sempre mostrou

cimento e areia, o brilho do

curiosidade pela profissão exercida

batom e os cabelos soltos de

por seu pai e irmão. “Sou apaixonada

Denise Batista chamam atenção. Aos

pelo que faço. O trabalho é pesado,

matemática, comunicação, elabora-

26 anos, a pedreirinha, como é cari-

mas, quando você gosta, se torna

ção de projetos, orçamentos e plano

nhosamente chamada pelos colegas,

fácil. É o que escolhi”, garante com

de vida e carreira. Nas outras três

não se considera vaidosa, mas gosta

firmeza. De acordo com Christophe

semanas, é oferecido o acesso a

de expor seu lado feminino. “Quando

Houel, Líder Educador, durante a

conhecimentos práticos no canteiro

estou de farda, pareço um homem.

seleção dos participantes, o talento

de obras, com acompanhamento de

Quero que as pessoas percebam que

de Denise já a destacava. “Hoje está

monitores, encarregados e enge-

sou uma mulher.” Moradora de Igra-

comprovado”, ele afirma.

nheiros.

A “pedreirinha” Denise Batista: “Sou apaixonada pelo que faço”

piúna (BA), ela ingressou na turma

Denise e os colegas estão apren-

Apoiado pelo Banco Nacional de

piloto do Construir Melhor – projeto

dendo não apenas a levantar pare-

Desenvolvimento Econômico e So-

ligado ao Programa de Desenvolvi-

des, mas a desenvolver sua cidada-

cial (BNDES), o Construir Melhor tem

mento Integrado e Sustentável do

nia. “Nosso desafio é a formação de

sua sede em fase de implantação no

Mosaico de Áreas de Proteção Am-

pessoas”, salienta Houel. O curso é o

município de Valença (BA), em terre-

biental do Baixo Sul da Bahia (PDIS),

único de longa duração oferecido no

no doado pela Prefeitura. Até maio de

instituído pela Fundação Odebrecht.

Brasil, ministrado em 18 meses, em

2011, a obra deverá estar concluída.

O projeto capacita agentes multipli-

regime de alternância. Mensalmente,

Os aprendizes estão trabalhando na

cadores da construção civil na região.

os educandos passam uma semana

execução das instalações, que abriga-

Uma das poucas mulheres entre

na sala de aula aprendendo conceitos

rão laboratórios de marcenaria e in-

os 43 aprendizes das duas primeiras

teóricos sobre informática, português,

formática, fábrica de blocos, salas de

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informa

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aula e alojamentos. Essa é apenas mais uma das experiências práti-

Quem apoia o projeto construir Melhor

cas vividas pelos educandos, que

• Fundação Odebrecht

já atuaram na construção de habi-

• BNDES

tações com 65 m² no Loteamento Nova Igrapiúna, de uma fábrica, no município de Laje (BA), e da sede da Escola de Instrução Militar, que está sendo edificada anexa ao Colégio Estadual Casa Jovem, em Igrapiúna, – esta última, uma instituição também ligada ao PDIS. Denise já participou de diversas obras. Da semana intensa, só recla-

• Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) • Sesi (Serviço Social da Indústria) • Michelin • Prefeitura de Igrapiúna • Prefeitura de Valença • Cooperativa da Construção Civil • Banco do Nordeste do Brasil • Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia • Caixa Econômica Federal

ma da massa nas unhas, uma das poucas vaidades que tem. “O curso mudou a minha vida. Não tinha nenhuma expectativa, agora tenho planos e visão de futuro”, diz a “pedreirinha”.

Oportunidade Ligada ao Construir Melhor, nasceu a Cooperativa da Construção Civil (Coonstruir), formada pelos aprendizes, cuja remuneração é definida de acordo com a produtividade, gerando trabalho e renda. O presidente da Coonstruir é ex-aluno do Colégio Estadual Casa Jovem. Pedro Rogério da Silva, 25 anos, nascido em Ituberá (BA), conheceu o ofício com seu pai, Raimundo da Silva. “Ele é mestre de obras há 30 anos. Nasci na construção civil.” Pedro ingressou na primeira turma do Construir Melhor. Apesar de ser quase profissional, desejava aprimorar sua formação. Mesmo sem o apoio de seu pai, que não aprovava a decisão de deixar temporariamente os serviços para estudar, uma vez que passaria a ganhar menos, resolveu continuar. Hoje, no fim do curso, recebe mais de R$ 1.500 e é encarregado da construção da sede da Escola de Instrução Militar. “Meu pai me vê com

orgulho dirigindo uma obra sozinho.

os aprendizes elaboraram a Casa dos

Agora quer trabalhar comigo, mas

Sonhos. A ideia é beneficiar uma fa-

digo para ele que está na hora de se

mília do Baixo Sul com uma moradia

aposentar e descansar. É a minha vez

digna. “Elaboramos desde o desenho

de tocar o barco”, diz, sorrindo.

das plantas ao levantamento dos ma-

Luan Araújo, 20 anos, compartilha

teriais necessários. Dividimo-nos em

do sonho de Pedro Rogério. “Espe-

equipes e fomos a campo entrevistar

ro ser um pedreiro qualificado, au-

as pessoas. Outra parte da turma foi

mentar a renda da minha família e

em busca de patrocínio. A mão de

oferecer uma casa melhor a eles”,

obra será nossa e o material doado

conta com empolgação o morador de

por parceiros da região”, conta Denise

Valença (BA) e aprendiz da segunda

Batista, uma das autoras da iniciativa.

turma do projeto.

A família escolhida reside há 20

De acordo com Christophe Houel,

anos em uma casa de taipa. Os no-

a união do Construir Melhor com a

vos pedreiros aguardam apenas a

Coonstruir está contribuindo para

liberação de alvará da Prefeitura de

melhorar a qualidade de vida da po-

Igrapiúna para dar a notícia. “Sem-

pulação do Baixo Sul. “Queremos

pre disse a eles que seriam os cons-

oferecer infraestrutura para a região.

trutores dos sonhos alheios. A reali-

Aliado a isso, temos a capacitação de

zação desse projeto comprova isso.

agentes multiplicadores da constru-

É o resultado de uma formação para

ção civil. Estamos ajudando a retirar

a vida cidadã”, destaca Laís Freire,

muitas pessoas de uma situação de

Coordenadora Pedagógica do Cons-

vulnerabilidade”.

truir Melhor. A capacitação de uma nova turma

Casa dos Sonhos

terá início em maio de 2011. Para

A primeira turma do Construir

fazer parte do Construir Melhor, é

Melhor começou suas atividades em

preciso ter entre 18 e 26 anos. “Não

junho de 2009 e concluiu o curso em

queremos pessoas já qualificadas,

janeiro de 2011. Desafiados a apre-

porque nosso desafio é dar oportu-

sentar um projeto em que sintetizas-

nidades a todos”, enfatiza Christophe

sem todo o conhecimento adquirido,

Houel.

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teo tecnologia empresarial odebrecht

É a nossa filosofia Jeff, chris e Hal, jovens engenheiros norte-americanos, levaram a teo para dentro de suas vidas texto Renata PinheiRo

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A

experiência de viver a Tecno-

guntar e desempenhar. Jeff acredita

“A comunicação com o cliente é

logia Empresarial Odebrecht

que, para crescer, é preciso assumir

algo extremamente importante, e

(TEO) depende de seu enten-

total responsabilidade pelo trabalho.

terem confiado em mim para essa

dimento, sua aceitação e sua prática

Com história similar a de Jeff,

tarefa me ajudou a perceber que a

cotidiana. Dos Estados Unidos, vem

Christopher Conerly, 26 anos, en-

confiança era a base do meu relacio-

o exemplo de três jovens que estão

genheiro com graduação em ge-

namento com os meus líderes.”

fazendo da TEO a filosofia de traba-

renciamento de construção, acre-

Para Greg Newman, 26 anos, mais

lho e de vida.

dita que a confiança nas pessoas é

conhecido por seus colegas como

Jeff Willis, 24 anos, é integrante

fator decisivo para o crescimento

Hal, o conceito da Educação pelo

da equipe que executa as estações

profissional. Quando entrou na

Trabalho, sobre o qual ele ouviu falar

de bombeamento que fazem parte do

empresa, também recém-formado

quando ainda estava na Universidade

sistema de diques que protege Nova

(pela Universidade do Estado da

do Estado da Louisiana, fez surgir, de

Orleans das enchentes. Ele ingres-

Louisiana), integrava a equipe de

imediato, seu interesse pela Odebre-

sou na Odebrecht há quase três anos.

qualidade da obra de construção e

cht. Hal conta que sua primeira obra,

Seu primeiro contato com a TEO o

ampliação dos diques do lago Ca-

o dique do lago Chalmette (hoje par-

deixou um pouco desconfia-

ticipa da construção de uma

do. Ao ouvir que teria de as-

parede de contenção de 5,4

sumir total responsabilidade pelo seu programa, pensou que se tratava apenas de uma maneira de atraí-lo para a empresa, pois estava acabando de se formar engenheiro mecânico pela Universidade de Tulane, em Nova Orleans. Rapidamente, sua ideia sobre delegação planejada e responsabilidade

km de extensão), foi um

“Meu líder gastava horas explicando o porquê das coisas, como deveríamos gerenciar os custos, as estratégias. esse tipo de interação não tem preço.”

enorme aprendizado. Seu envolvimento direto com os programas financeiro e de gerenciamento de uma obra real lhe trouxe conhecimentos a partir dos quais passou a estar em condições de enfrentar e superar desafios crescentes.

Hal newman

“Meu líder gastava ho-

mudou. Logo no seu primei-

ras explicando o porquê das

ro dia, recebeu um conjunto

coisas, como deveríamos

de plantas de projeto, a informação

taouache, em Nova Orleans. Rapi-

gerenciar os custos, as estratégias.

de que teria apoio constante e que

damente foi percebendo que seus

Esse tipo de interação não tem pre-

seria responsável por tudo o que dizia

líderes confiavam nele para exe-

ço.” Segundo Hal, engenheiro gra-

respeito à área mecânica da obra.

cutar o trabalho. Chris conta que

duado em gerenciamento de cons-

Na primeira reunião de coorde-

sentiu isso na pele quando soube

trução, um dos aspectos cruciais

nação, Jeff sentiu o peso da dele-

que uma das suas responsabilida-

para o seu crescimento tem sido o

gação, quando teve de responder às

des era a comunicação direta com

aprendizado contínuo, e não há me-

perguntas sobre o assunto e debater

o cliente, o Army Corps of Engine-

lhor local para se preparar do que em

algumas questões. Ele conta que

ers, com quem estaria em contato

um canteiro. “A obra foi uma escola

hoje entende a importância da dele-

frequente para tratar de assuntos

pra mim, me educou, e me ajudou

gação para sua formação. “Quando

relacionados à qualidade da obra.

a aprender sobre os vários aspectos

as coisas são feitas corretamente,

Ficou surpreso. Chris conta que

de um contrato.” Hal acredita que o

a confiança se constrói, e mais res-

essa foi, para ele, uma das primei-

desenvolvimento das pessoas é um

ponsabilidades nos são dadas.” Ele

ras provas de que a Odebrecht era

investimento de longo prazo. “O que

relembra que, ao se sentir responsá-

diferente e que realmente o que

todo mundo quer é responsabilidade

vel por uma tarefa, teve de se esfor-

ele havia lido nos livros da TEO era

para crescer. Eu estou dando o meu

çar ao máximo para aprender, per-

uma prática no dia a dia.

melhor.”

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enGenHaRia sUBMaRina

Hora do mergulho odebrecht óleo e Gás diversifica seus negócios e passa a atuar no segmento subsea texto edilson lima

A

Odebrecht óleo e Gás (OOG)

O valor do contrato (corresponden-

cal da instalação. O início dos lan-

está diversificando seus ne-

te aos serviços do consórcio) é de

çamentos está previsto para o fim

gócios. Em 30 de novembro

US$ 90 milhões. Os serviços de mer-

de 2011. “Nossa atuação, neste

de 2010, constituiu um consórcio

gulho de pessoas e equipamentos,

projeto, é de gerenciamento. Serão

com a Acergy, empresa que acaba de

a instalação do gasoduto e as ativi-

cerca de 60 profissionais em ação”,

se fundir com a Subsea 7 (passando

dades de pré-comissionamento do

destaca Eduardo Lavigne, Gerente

a adotar o nome Subsea 7), para a

sistema serão de responsabilidade

de Projetos da OOG. Até o término

construção e instalação, para a Pe-

exclusiva da Subsea 7.

dos 18 meses de contrato, serão

trobras, de um gasoduto submarino

Os tubos serão fornecidos pela

geradas cerca de 450 oportunida-

Petrobras e transportados pelo

des diretas de trabalho, para brasi-

O consórcio será responsável pelo

consórcio para o Porto de São Se-

leiros e estrangeiros, em virtude do

gerenciamento do projeto, pela enge-

bastião, em São Paulo. Do porto,

número de fornecedores de equi-

nharia, compra, fabricação e logística.

serão levados por balsas até o lo-

pamentos.

de 150 km no Espírito Santo.

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Pré-sal faz crescer demanda

mentos da Petrobras, a empre-

cado da engenharia submarina.

sa investirá US$ 108 bilhões até

Não temos dúvida de que essa

Com a descoberta da camada

2014 na exploração e produção de

caminhada conjunta nos trará um

de pré-sal no Brasil, a demanda

petróleo. Aproximadamente US$

grande aprendizado”, diz Ricardo

por serviços de engenharia sub-

40 bilhões serão destinados ao

Viana, Diretor de Contrato da OOG.

marina tenderá a crescer a cada

segmento subsea.

A OOG torna-se, assim, a pri-

ano. Segundo estudos da UBS

A entrada da OOG nesse novo

meira empresa brasileira a in-

(empresa de atuação global com

negócio é fruto do sonho de par-

vestir efetivamente no mercado

sede na Suíça e que realiza pes-

ticipar de um mercado muito qua-

subsea, competindo com os big

quisas e presta serviços na área

lificado e até hoje dominado por

players mundiais desse segmento.

financeira), o pré-sal exigirá in-

empresas estrangeiras. Partin-

“Ser pioneiro tem vantagens, por

vestimentos de aproximadamen-

do da experiência de mais de 30

um lado, e novos desafios, por ou-

te US$ 600 bilhões. Desse total,

anos da Odebrecht em operações

tro lado. Pretendemos conquistar

estima-se que 30% serão para

offshore, foram feitas análises de-

nosso espaço, sem nos descuidar-

o segmento subsea. Entende-se

talhadas do mercado desde o fim

mos da segurança empresarial”,

como subsea tudo o que engloba

de 2009, para que, então, fosse

salienta Ricardo Viana. Ele acres-

os serviços e equipamentos das

montada uma estratégia de ação,

centa: “O mercado da engenharia

estruturas submarinas responsá-

o que incluiu a busca de um par-

submarina representa uma enor-

veis pela exploração e produção

ceiro tecnológico que valorizasse

me oportunidade para servirmos

de óleo e gás situadas entre o leito

os esforços da OOG.

aos nossos clientes e contribuir-

marinho e a superfície. Segundo o plano de investi-

“A Subsea 7 é uma empresa com grande experiência no mer-

mos para o desenvolvimento dos trabalhadores brasileiros”.

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Gente

Tempo de (se) transformar

O pioneirismo de uma capixaba

Gabriela ajuda a melhorar a vida de comunidades peruanas Juliana é a primeira diretora de contrato da oR

J

uliana Monteiro, 31 anos, nasceu em Cachoeiro do Itapemirim (ES), mas cresceu em Vitória, onde con-

cluiu o Ensino Médio. Depois mudou-se para o Rio de Janeiro, para estudar engenharia civil. Formou-se em 2002 e se transferiu para São Paulo, onde vive até hoje. Juliana vai quase diariamente à academia de ginástica e adora sair com o marido, Sandro Gamba, e amigos. Viajar é outro hobby. Sempre que pode, vai a Vitória para matar a saudade dos pais e da tradicional moqueca capixaba. A engenheira ingressou na Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) em 2006, como Responsável pelo projeto Alpha Square. Entre 2009 e 2010, esteve à frente de outros dois empreendimentos: Alpha Park e The One. Por seu desempenho, foi promovida, em janeiro, a Diretora de Contrato, tornando-se a primeira mulher a assumir essa função na empresa: “As mulheres estão enfrentando e superando novos desafios na sociedade”, ela diz.

N

o último dia 2 de fevereiro, dia de festa no mar, a soteropolitana Nadja Silva Fontes completou

13 anos de trabalho na Braskem. Engenheira com especialização na área de Automação e Controle de Processo, ela está concluindo um MBA em Gestão

A

os 25 anos, formada em

Psicologia

pela

Boston College, nos Estados Unidos, a brasileira Gabriela Rocha compõe a equipe de Responsabilidade Socioempresarial da Odebrecht no Peru desde janeiro de 2008. No princípio, coordenou projetos de desenvolvimento sustentável no entorno da rodovia Interoceânica Sul. Morou nos Andes, quase 4 mil metros acima do nível do mar, convivendo com comunidades indígenas. Apaixonou-se pela cultura ancestral forte e preservada, pelas cores e pelos contrastes do Peru. Atualmente apoia as obras nas áreas de Programas Sociais e Mudanças Climáticas. “Nesses três últimos anos, eu mudei muito”, diz Gabriela. “Hoje acredito plenamente no poder das empresas de transformar o cenário socioeconômico de uma região para beneficiar os mais necessitados.”

Da planta industrial às praias e trilhas nadja equilibra dedicação ao trabalho e desfrute do lazer

Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nadja ingressou na empresa como trainee em 1998.

plantas, para um melhor ambiente de trabalho e para

Atualmente é a responsável pela equipe da Engenha-

o crescimento profissional das pessoas”, diz. E fora

ria de Processo de Olefinas, na Unidade de Insumos

do horário de trabalho? Aí Nadja relaxa e também fica

Básicos I, em Camaçari (BA). “No trabalho, o que mais

satisfeita: adora pegar uma praia com a família e se

me satisfaz é contribuir para a melhoria contínua das

aventurar em trilhas com amigos.

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Próxima edição:

Desenvolvimento de Pessoas reSPONSáVeL POr cOMuNIcAçãO eMPreSArIAL NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Márcio Polidoro

Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 120 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.

018_OI153_OK_capa.indd 2

reSPONSáVeL POr PrOGrAMAS edItOrIAIS NA cONStrutOrA NOrbertO Odebrecht S.A. Karolina Gutiez cOOrdeNAdOreS NAS áreAS de NeGócIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa cOOrdeNAçãO edItOrIAL Versal Editores editor José Enrique Barreiro editor executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes Projeto Gráfico e Ilustrações Rico Lins editora de Fotografia Holanda Cavalcanti tiragem 7.800 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom redAçãO: Rio de Janeiro (55) 21 2239-1778 São Paulo (55) 11 3641-4743 email: versal@versal.com.br

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ANO XXXVIII

TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]

Nº 153

“O mais importante patrimônio do ser humano é seu espírito, pois é este que lhe confere caráter e vontade de servir, bem como forças para criar, inovar e produzir em benefício de seus semelhantes”

ODEBRECHT informa

holanda cavalcanti

# 153 ano XXXVIII março/abril 2011

MAR/ABR 2011

018_OI153_OK_capa.indd 1

As realizações que refletem uma visão empresarial sobre o mais essencial dos recursos naturais

água 3/11/11 6:30 PM


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