# 154 ano XXXVIII maio/junho 2011
As pessoas, seus sonhos e sua capacidade de realizรก-los, no trabalho e na vida
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www.odebrechtonline.com.br Leia Odebrecht Informa no seu iPad e no seu smartphone . Reportagens, artigos, vídeos, fotos, animações e infográficos. As realizações da Organização Odebrecht em seu tablet e em seu smartphone .
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# 154 ano XXXVIII maio/junho 2011
Conheça as histórias de Gilson, Donizete e Daniel, encarregados gerais nas obras da Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia
Arisson Santos: do Baixo Sul da Bahia vem o exemplo do jovem que tem orgulho de ser produtor rural e poder contribuir para o crescimento de sua comunidade
Integrantes da Base Macaé da OOG, Guaraci Almeida Costa e Djalma Menezes superaram desafios, qualificaram-se e cresceram na vida pessoal e profissional
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As pessoas, seus sonhos e sua capacidade de realizá-los, no trabalho e na vida
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Publicações especiais (Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev
De Igarapava para os Estados Unidos, de lá para a Palestina, e então de volta ao Brasil. Hoje está em Rondônia. Assim é a vida de José Amin
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Leia no blog de Odebrecht Informa os posts escritos pelos repórteres e pelos editores da revista. Textos de Cláudio Lovato Filho, Fabiana Cabral, José Enrique Barreiro, Karolina Gutiez, Leonardo Maia, Renata Meyer, Rodrigo Vilar, Thereza Martins, Zaccaria Júnior e colaboradores.
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Brian Perantoni Jr.: ele começou a trabalhar em construção durante as férias escolares, ao lado do pai, e hoje é Diretor de Contrato
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Marcelo Menéndez e Liliana Guerrero: juntos desde o Programa Jovem Parceiro até a plena vivência do canteiro de obras
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Uma revista em movimento Equipe de Odebrecht Informa apresenta o novo projeto gráfico e editorial da publicação.
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PESSOAS
Capa Ilustração de Rico Lins
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No México, três jovens engenheiros mostram como aproveitar as oportunidades
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Encarregados gerais: gente do canteiro de obras que desconhece o impossível
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Arlecio: um caso de identificação de princípios e inabalável determinação
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Roger e Rafael: dois jovens com a missão de levar adiante o sonho da Braskem
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Programa Acreditar: um novo vetor para a qualificação profissional em Angola
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Programas de desenvolvimento de pessoas: nobres e necessárias ferramentas
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Carla Barreto e a importância crucial do exemplo dos líderes
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Líderes empresariais e conselheiros falam de seus desafios de crescimento
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De Portugal e Moçambique vêm os exemplos de Bruno, Gilberto e Marcos
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Contato com diferentes culturas vem moldando a trajetória de Gustavo Silveira
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Johnny e Franyine: a história de dois líderes venezuelanos
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Luisa e Nelson e os caminhos que os conduziram ao crescimento no Peru
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Guilherme, Sérgio, Ticiana e Pedro: o aprendizado da TEO iniciado bem cedo
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A pioneira Juliana e a consciência da essencialidade de formar pessoas
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Arisson Santos: qualificação e liderança no Baixo Sul para o Baixo Sul
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Meriane da Conceição: estudante, artesã, futura integrante de cooperativa, cidadã
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Um prêmio que reconhece e estimula a busca e a transmissão do conhecimento
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O fundador Norberto Odebrecht escreve sobre a maturidade produtiva
Guilherme Afonso foto:
#154
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EDITORIAL
Nomes, histórias e sonhos que se realizam
A
na Carolina, José Eduardo, Fábio, Luisa, Nelson, Juliana, Johnny, Franyine, Bruno, Gilberto, Marcos, Carla, Gilson, Daniel, Donizete, Tzitziki, Roger, Rafael, Ticiana, Guilherme, Sérgio, Pedro...
Na Odebrecht, o desenvolvimento das pessoas se dá pelo trabalho, a partir da relação líderliderado e por meio da superação de desafios crescentes, com base em Programas de Ação individuais. Estimulados a criar, a inovar e a compartilhar o conhecimento, os integrantes sabem que pertencem a uma “Universidade Viva”, que tem como alicerce a prática da Educação pelo Trabalho.
Esses são os nomes de algumas das pessoas cujas histórias de
crescimento estão relatadas nas páginas desta edição de Odebrecht
Informa, dedicada inteiramente àqueles que, com seu conhecimento, sua capacidade de trabalho, humildade para aprender e desejo de se desenvolver, constroem a Organização. São pessoas determinadas a aproveitar ao máximo as oportunidades que lhes são oferecidas por uma organização empresarial presente em várias partes do mundo e que se aprimora permanentemente com o propósito de atender às necessidades de seus clientes e de contribuir para o desenvolvimento das comunidades nas quais atua. Pessoas que buscam realizar sonhos – seus próprios e os de seus semelhantes – com base no espírito de servir. Cada uma dessas pessoas compreende que, na Odebrecht, seu desenvolvimento se dá pelo trabalho, a partir da relação líder-liderado e por meio da superação de desafios crescentes, com base em Programas de Ação individuais. Estimulados a criar, a inovar e a compartilhar o conhecimento gerado, os integrantes sabem que pertencem a uma “Universidade Viva”, que tem como alicerce a prática da Educação pelo Trabalho. Nesta edição, de número 154, nossas reportagens procuram mostrar de que forma nossos entrevistados percebem e vivenciam essa realidade. São pessoas como Selma, Ibrahim, Helder, Arlecio, Gustavo, Gonzalo, Evaristo, Azziray, André, Anelisa... e você. Boa leitura.
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laços de Conheça a história de três jovens que encontraram em seu país de origem um ambiente de trabalho marcado pela integração e pelas oportunidades de crescimento texto Eliana Simonetti
fotos Guilherme Afonso
N
o idioma purépecha, falado por uma das dezenas de civilizações pré-colombianas cujos vestígios ainda são perceptíveis no México moderno, tzitziki significa flor. Esse também é o nome de uma das Jovens Parceiras da Odebrecht no país: Tzitziki
Del Valle. Ela estava terminando o curso de Economia, em 2008, quando soube de um processo seletivo na empresa e decidiu se candidatar. Durante as atividades, conheceu dois engenheiros que participavam de seu grupo: Gonzalo Antonio Cortez Ceniceros e Evaristo Martinez. Esse processo foi liderado por Fernando Martins, naquela época Diretor de Contrato do Projeto Hidroagrícola de Michoacán (PHM), a quem os jovens são profundamente gratos pela oportunidade de fazer parte da Odebrecht, pela amizade e pelo apoio incondicional
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famĂlia
Evaristo, Gonzalo e Tzitziki: jovens determinados a aprofundar conhecimentos, aprimorar capacitaçþes, crescer e liderar
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“Os mexicanos fizeram com que eu me sentisse em casa. Têm um coração sem tamanho” Jorge Gavino
com o qual sempre os brindou. Os três Jovens Parceiros, que cresceram e se formaram em Morelia, capital do Estado de Michoacán, ingressaram juntos no PHM, realizado pela Odebrecht para o Governo de Michoacán, na região central do território mexicano, de clima semiárido. O trio faz parte de uma turma de 20 jovens que vem aprendendo a praticar a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) na convivência no trabalho e em programas de formação – os três viajaram para Argentina, Panamá, Venezuela e Peru, em 2009, participando do Programa Jovem Construtor América Latina. “Estamos tendo uma experiência muito bonita. Formamos uma família. Mais que companheiros de trabalho, somos amigos, compartilhamos os mesmos valores”, diz Gonzalo. Sua porta de entrada na empresa foi a área comercial. Aprendeu a fazer estimativas, a negociar subcontratos. Depois, passou três meses ajudando a equipe que desenvolve projetos de novos negócios. Foi chamado para a área de custos e, para se capacitar, passou dois meses na República Dominicana. “Descobri que onde quer que estejamos, na Odebrecht existe uma unidade, um fio que nos liga e nos leva na mesma direção de crescimento”, afirma. Em abril, Gonzalo era responsável pelo Programa de Custos do Projeto Hidroagrícola de Michoacán e tinha seu futuro imediato traçado na área de novos negócios, em que aprenderá a fazer o orçamento de uma obra do começo ao fim.
Expectativas superadas Evaristo, seu companheiro, ingressou na linha de produção da obra de irrigação de Michoacán. Trabalhou na represa, nos túneis, na casa de máquinas e encerra sua participação cuidando da montagem do equipamento da hidrelétrica antes do fechamento do contrato e da entrega do empreendimento ao Governo do Estado. Nascido no México, no período da adolescência viveu seis anos na Califórnia, Estados Unidos, com a família. Gosta do convívio com gente de culturas variadas. “Os mexicanos e os brasileiros são povos semelhantes, alegres”, constata. “Em dois anos e meio de Odebrecht, todas as minhas expectativas de criação de novos relacionamentos, de aprendizado e de realização no trabalho foram superadas. Quero seguir aprendendo.” Seu projeto mais imediato? Viajar para o Brasil para assistir à Copa do Mundo de Futebol de 2014.
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“É da troca de conhecimentos que surgem as melhores soluções” Luiz Gordilho
Tzitziki, a flor que abriu esta reportagem, também ingressou na Odebrecht no canteiro de obras de Michoacán e, hoje, no escritório da empresa em Morelia, ajuda a cuidar dos trâmites para o encerramento e a entrega da obra. O sorriso e o brilho no olhar dizem muito. Porém, para não deixar dúvida, ela fala sobre sua satisfação – em português, com leve sotaque carioca: “Encanta-me conviver com as pessoas da Odebrecht. Todos nós temos um denominador comum. Estamos dispostos a ajudar uns aos outros e a empresa.” Tzitziki inscreveu-se em um curso de português na universidade. “Adoro a cultura brasileira e tenho vontade de falar bem o idioma”, revela. Há explicação para o sutil sotaque fluminense: sua primeira professora é natural do Rio de Janeiro. Quando solicitados a lembrar nomes de líderes importantes para sua formação em dois anos e meio de convivência e trabalho na Odebrecht, Tzitziki, Evaristo e Gonzalo têm, cada um, sua lista. São brasileiros e mexicanos que os ajudaram a se integrar à empresa e a crescer. Evaristo cita os engenheiros Paulo Muter e Benjamin Herrera, que lhe transmitiram conhecimentos, deram-lhe responsabilidades e ofereceram-lhe apoio na resolução de problemas. Tzitziki menciona Raúl Silva, Gerente Comercial, que lhe ensinou a negociar, e Jesus Wagner, que lhe proporcionou o relacionamento direto com o cliente, Odilon Sposito, com quem aprendeu a estabelecer metas claras e a superá-las, e Carlos Terra, que valoriza acima de tudo o trabalho em equipe. Na relação de Gonzalo, estão Mario Oikawa, integrante da Odebrecht na República Dominicana, com quem aprendeu a utilizar conceitos e programas, Marcelo da Fonseca, Gerente Administrativo e Financeiro da Odebrecht no México, que lhe apresentou desafios e delegou responsabilidades, e Jesus Wagner, lembrado também por Tzitziki, por estimular o pensamento consequente para a solução de problemas.
Um símbolo de integração Uma pessoa é unanimidade entre os três jovens parceiros. Jorge Gavino, Diretor de Contrato do Projeto Hidroagrícola de Michoacán. “Sua presença e sua liderança foram os principais motores do meu crescimento”, diz Evaristo. “Ele é minucioso, leva-nos a revisar tudo e a lapidar nossos conhecimentos”, afirma Gonzalo. “Sua confiança em nossa capacidade é estimulante”, completa Tzitziki.
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Luis Weyll, o canteiro de obras do Projeto Hidroagrícola de Michoacán e Lucio Palominos: Odebrecht oferece soluções integrais para os desafios enfrentados pelo país
O engenheiro Jorge da Silva Gavino Filho, nascido no
nos fizeram com que eu me sentisse em casa em seu
Rio de Janeiro, tem 20 anos de Odebrecht. Ingressou
país. Eles têm um coração sem tamanho”, diz. Não é
como estagiário em 1991, na fase I da Linha Vermelha –
de espantar que Gavino tenha casado com Magdalena,
e descobriu que gostava de obra pesada, movimento de
nascida em Michoacán. O casal espera a chegada de
terra, grandes máquinas. No ano seguinte, participou de
um filho em setembro. “Experimentei muitas mudan-
um processo de seleção e foi contratado pela Odebrecht
ças em minha vida pessoal e profissional. A TEO me
para a obra no Aeroporto Internacional do Rio de Janei-
preparou para isso. Sinto orgulho da Odebrecht, de par-
ro. Em duas décadas, além das obras pesadas que tanto
ticipar de suas ações, de compartilhar de seus valores
lhe agradam, Gavino participou de projetos sociais da
e de formar pessoas – especialmente quando percebo
Fundação Odebrecht, como a restauração do Mosteiro
que podem ser melhores que eu”, salienta.
de São Bento, na Bahia, e a implantação da cadeia produtiva da mandioca no Baixo Sul, também no estado. Em
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Perspectiva de crescimento
2006, passou ainda pelo Peru e por Portugal antes de
A Odebrecht chegou ao México em 1992. Sua primei-
chegar ao México, em 2006, onde fez os estudos e a pro-
ra conquista foi a construção, na região de Huítes, Esta-
posta que a Odebrecht apresentou ao Governo do Estado
do de Sinaloa, de uma barragem e uma hidrelétrica. O
de Michoacán – e depois cuidou da execução da obra.
Projeto Hidroagrícola de Michoacán, que se encerra em
Já conhecemos três dos liderados de Gavino. Os lí-
2011, é semelhante. Inclui represa, geração de energia
deres que o marcaram de maneira especial: o fundador
hidrelétrica e irrigação de terrenos férteis em uma zona
Norberto Odebrecht (“por sua paciência e determina-
árida – o Ejido de Nueva Italia, a maior associação de
ção em ensinar”), José Isidoro Silva (engenheiro que lhe
pequenos produtores rurais do país.
transmitiu conhecimentos e confiança em sua primeira
Lucio Palominos, 42 anos, é comissário dessa asso-
obra, a Linha Vermelha), Fernando Martins (mentor e
ciação. Não apenas porque com a irrigação seus man-
companheiro no trabalho e quem lhe apresentou sua
guezais serão mais produtivos, mas, também, porque,
esposa), André Vital (que acentuou seu gosto pela aten-
por meio da Odebrecht, a associação teve acesso a con-
ção aos detalhes) e Marcelo Walter (sempre empolgado
sultores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-
em operacionalizar projetos sociais).
ria (Embrapa) e a técnicas para o manejo da plantação
Pode-se dizer que Gavino é um símbolo da integra-
e o controle de pragas. Seus pais, avós e bisavós foram
ção entre mexicanos e brasileiros na Odebrecht. É co-
agricultores. Ele exporta o que colhe para o Japão e tem
nhecido nas comunidades vizinhas à obra. “Os mexica-
grandes ambições. “Gosto de trabalhar, de aprender, e,
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quando minha produção for maior, pretendo negociar
de trabalho a 12 mil pessoas. Quando estiver pronta, a
diretamente com compradores internacionais, sem ter
planta produzirá 1 milhão de t/ano de eteno e polietile-
de passar por intermediários”, diz.
nos. Luiz Martins Catharino Gordilho Neto é o Diretor de
Desde 2008, a Odebrecht México apresenta-se como
Contrato da Odebrecht nas obras de infraestrutura do
provedora de soluções integrais para problemas en-
projeto. Desembarcou no México no início do ano com a
frentados no país. “Temos uma equipe bem estrutura-
esposa, Louise, e as duas filhas, Maria Luiza, 3 anos, e
da e perspectiva de crescimento até 2020”, afirma Luis
Liza, 1 ano. Logo montou sua equipe com brasileiros e
Weyll, Diretor-Superintendente da Odebrecht no Méxi-
mexicanos, gente mais antiga e jovens com pouca expe-
co. Ele tem 33 anos de empresa – ingressou aos 20 anos
riência na empresa. “É da troca de conhecimentos que
de idade, como trainee em Engenharia de Custos, na
surgem as melhores soluções”, defende.
Bahia, sob a liderança de Luís Mameri, que hoje lidera a atuação da Odebrecht na América Latina e em Angola.
Aos 35 anos de idade e 11 de Odebrecht, Gordilho gosta de esportes, de disciplina, de competição, mas
Nesta fase mais recente, a Odebrecht México con-
encantou-se pela engenharia e, mais que isso, pelo
quistou por quatro anos consecutivos o título de Em-
empresariamento. Trabalhou no Brasil, no Peru e em
presa Socialmente Responsável, conferido pela Aliança
Angola antes de chegar ao México.
Responsabilidade Social (AliaRSE) e pelo Centro Mexi-
“Tenho tido muita sorte. Muita gente importante para
cano para a Filantropia (Cemefi), e também por quatro
minha formação passou pela minha vida, pessoas que
anos consecutivos está na lista das “100 Melhores Em-
me ensinaram muitas coisas e me deram bons conse-
presas para se Trabalhar”, resultado de pesquisa rea-
lhos”, reflete. Pessoas como Moacir Cardoso (que nas
lizada pelo Great Place to Work Institute, que mede a
obras do Salvador Trade Center lhe ensinou a trabalhar
qualidade do ambiente de trabalho e a força da cultura
com índices e produtividade), André Bastos (que tem o
organizacional. “Nosso comprometimento com o Méxi-
dom do desenho e paciência na prática da pedagogia da
co e com os mexicanos é reconhecido”, afirma Weyll.
presença), Djean Cruz (líder de realizações imobiliárias em Salvador e Recife, que o levou a ser mais detalhista),
Troca de conhecimentos
André Vital (sempre muito rápido e cuidadoso) e Amilton
O maior investimento da Braskem no exterior é o
Sendai e Luiz Bueno (com quem aprendeu a compreen-
Projeto Etileno XXI, no Estado de Veracruz, com previsão para entrar em operação em 2015. Durante a fase de construção, o contrato deverá gerar oportunidades
der e a dar ainda mais importância aos números). Na Odebrecht México, o ambiente é de integração e de trabalho conjunto para o crescimento de todos.
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gente texto Marco Antônio Antunes fotos Edu Simões
do canteiro
Apaixonados pela profissão, os encarregados gerais Gilson, Donizete e Daniel são a cara e o espírito da linha de frente da engenharia e construção
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Gilson: “Já estou me preparando para outros desafios”
A
dona de casa Regina, esposa de Gilson Gomes de Aguiar, 34 anos, encarregado geral de Escavação de Rocha nas obras da Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia, levou um susto ao receber certo telefonema, em
um dia ensolarado de junho do ano passado, na casa da fa-
mília, em Porto Velho. “Bom dia!”, disse a voz do outro lado da linha. “É aí que mora Gilson Aguiar?” “Quem é? Do que se trata? Meu marido está no trabalho”, respondeu ela. “Aqui é da Faculdade de Rondônia, e estamos ligando para dizer que o Gilson foi aprovado no vestibular de Engenharia. É para ele vir fazer a matrícula com urgência.” Aliviada e surpresa ao mesmo tempo, ela agradeceu e ligou para contar a novidade ao marido, que também tinha lá suas dúvidas sobre se seria aprovado ou não. “Foi uma alegria para toda a família”, relembra ele, que tem com Regina duas filhas, uma de 11 e outra de 9 anos. “Logo eu, que só pude concluir o Ensino Médio depois de ‘velho’, estava, enfim, pronto para começar um curso superior.” Seis anos atrás, Gilson só tinha o Ensino Fundamental e não pensava mais em voltar aos bancos escolares, ainda que nunca tenha deixado de aproveitar as oportunidades de crescimento oferecidas pela Odebrecht, como cursos, seminários e palestras sobre os mais variados temas ligados à sua profissão, como técnicas de gestão, segurança e meio ambiente. Depois de passar por várias outras obras, entre elas a Hidrelétrica de Lajeado (Luis Eduardo Magalhães), onde era um dos encarregados mais jovens, ele estava no projeto da Hidrelétrica de Capim Branco, na divisa de Uberlândia e Araguari, em Minas Gerais, quando foi influenciado por um de seus líderes na obra, o engenheiro Marcelo Piller, a voltar a estudar. Naquele momento, ficou claro para ele que se não aceitasse a sugestão, não subiria novos degraus nos contratos. “Foi duro, trabalhar e estudar ao mesmo tempo, mas, graças a ele e a meu líder direto, Divino Teodoro da Silva, tomei a decisão certa. Terminei o Ensino Fundamental, novas oportunidades surgiram e já estou no segundo semestre do primeiro ano da faculdade, preparando-me para outros desafios.” Um salto e tanto para esse filho de pai lavrador e mãe empregada doméstica, que começou a trabalhar aos 9 anos, vendendo picolés. Trabalhou também em um viveiro de mudas de café e como empacotador em um supermercado, onde conheceu a futura esposa, Regina, filha de um barrageiro que trabalhava na construção da Hidrelétrica de Miran-
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Donizete: “Descobri que estudar é bom demais. Não sei quando vou parar”
da, no Rio Araguari, em execução por outra construtora.
go mestre, Valdevino Junqueira, com quem trabalhei por
“Graças a ele, consegui um emprego na obra, onde
12 anos. Além de me ensinar tudo o que sabia, ainda me
comecei como plantador de grama em talude. Mas, 10
passou, antes de se aposentar, o cargo de encarregado
meses depois, por conta de outra indicação, já estava na
quando estávamos em uma obra da antiga Fepasa (Fer-
Odebrecht, com o cargo de operador de bomba de con-
rovia Paulista S.A., uma estatal privatizada no começo de
creto, ajudando a construir a Hidrelétrica de Igarapava
2000), em Mairinque (SP), em 1993.
(instalada no Rio Grande, na divisa de São Paulo e Minas
Mato Grosso, que também voltou à escola e já está prestes a concluir o Ensino Fundamental, considera-se
Gerais).”
um autodidata em muitas matérias de sua profissão, por-
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O início da vida profissional em uma fazenda
que, além dos diversos cursos que já frequentou, costuma ler de tudo sobre máquinas e técnicas de terraplenagem.
Como Gilson, Donizete Pereira Dias, o Mato Grosso,
“Descobri que estudar é bom demais, não sei quando
55 anos, dos quais 34 na Odebrecht, encarregado geral de
vou parar”, diz ele, que atualmente também participa do
Terraplenagem em Santo Antônio, nunca perdeu as opor-
Programa de Desenvolvimento de Supervisores (PDS),
tunidades que lhe foram apresentadas nas várias obras
desenvolvido pela Odebrecht Energia e que abre aos par-
pelas quais passou. Nascido em Cassilândia (MS), filho de
ticipantes novas chances de crescimento profissional.
um barbeiro e de uma doméstica, começou a trabalhar
Tendo passado por outras obras, como o Metrô de São
aos 14 anos como servente de pedreiro em uma fazenda
Paulo; a Linha Vermelha, no Rio de Janeiro; e as hidrelé-
cujos proprietários executavam obras internas de infraes-
tricas de Itá, em Santa Catarina, Cana Brava, em Goiás,
trutura e moradias.
Irapé e Capim Branco, em Minas Gerais, além do Proje-
Em 1977, ao deixar o quartel, foi contratado como mo-
to Águas de Benguela, em Angola, ele costuma ensinar
torista de caminhão pela CBPO (empresa que viria a ser
aos seus liderados, inclusive aos engenheiros trainees,
integrada à Odebrecht três anos depois), nas obras da Hi-
que “na Odebrecht não tem trabalho que não se possa
drelétrica de Foz do Areia, no Rio Iguaçu, no Paraná. Com
fazer”. “Aqui, em momentos de dificuldade, todos se aju-
uma vontade contagiante de se lançar a novos desafios,
dam, todos se apoiam, e é o mesmo que você deve fazer
Mato Grosso fez todos os cursos que pôde para avançar
quando o outro é quem está com um problema a resolver.
na profissão e, passo a passo, tornou-se motorista de ca-
A humildade e o espírito de servir, como bem ensina o
minhão fora de estrada, trator de esteira, motoscraper e
Dr. Norberto Odebrecht, devem prevalecer sempre”, diz o
motoniveladora.
mestre, que já formou seus dois filhos no Ensino Superior.
“Uma das coisas de que ainda mais gosto é pilotar
Fernando graduou-se em Engenharia Ambiental e fez
uma patrol (como também é conhecida a motonivelado-
pós-graduação em Segurança do Trabalho, e Fabiane for-
ra)”, diz ele. Após quatro anos como operador, tornou-se
mou-se em Psicologia. Os dois trabalham na Odebrecht.
feitor, em 1982, nas obras da Hidrelétrica Nova Avanhan-
Mato Grosso também tem como referência de vida e
dava, no Rio Tietê, em São Paulo. “Grande parte do que
de trabalho o exemplo de outro líder, com quem já tra-
consegui em minha carreira profissional devo a um anti-
balhou em várias obras: Mário Lúcio Pinheiro, Diretor do
informa
Daniel: “Esta é uma empresa que continua me dando oportunidades”
Consórcio Construtor Santo Antônio, responsável pelo ge-
do como meu primeiro mestre o encarregado geral José
renciamento global da construção da Hidrelétrica Santo
Balo, com quem aprendi muito do que sei hoje”, conta
Antônio. “Esse conhece de tudo”, elogia.
Daniel. De lá para cá, a participação em uma série de obras
Cobrador de ônibus antes de se tornar soldado
emblemáticas na história da engenharia brasileira, o
A Educação pelo Trabalho também marcou a carreira
sos internos e externos deram a ele uma experiência que,
de Daniel Coelho Coutinho, 59 anos, que em 1973 come-
em sua área, apenas alguns poucos conseguiram adqui-
çou a trabalhar na Tenenge, empresa integrada à Odebre-
rir. Daniel passou pela construção das hidrelétricas de
cht em 1986. Hoje, como encarregado geral de montagem
Ilha Solteira (SP), Três Irmãos (SP), Cachoeira Dourada
na Usina Santo Antônio, ele é o responsável, entre outras
(MG), São Simão (GO), Itapebi (BA) e Baguari (MG), sem
ocupações, pela descida e montagem das peças de cada
contar diversas obras de montagem em indústrias de alu-
uma das 44 turbinas Bulbo, de alta tecnologia, que com-
mínio, fertilizantes e aço. Em uma obra da Alunorte, em
porão o sistema de geração de energia dessa hidrelétrica
Barcarena (PA), o bastão de encarregado geral lhe foi pas-
do Rio Madeira.
sado pelo assistente técnico Levi Simão, então Responsá-
No último dia 14 de abril, Daniel comandava uma equi-
aprendizado com outros mestres e muitas horas de cur-
vel por Produção e seu líder e “instrutor” de 1978 a 1986.
pe de 12 pessoas na operação de descida do distribuidor
O maior desafio de sua vida, no entanto, está sendo a
da primeira turbina a ser instalada. “O distribuidor, de
participação na equipe de montagem da Hidrelétrica de
186 toneladas, é a parte da turbina que controla o fluxo
Santo Antônio, comandada pelo Diretor de Contrato Mi-
de água na unidade geradora. Quanto mais aberto, mais
guel Senna Figueiredo. “Muitos dos que estão aqui, como
água flui e, consequentemente, mais energia é gerada”,
eu, nunca participaram de um projeto de tamanha com-
explica. A operação, realizada com destreza pela seleta
plexidade e envergadura”, diz Daniel, que antes da função
equipe do mestre, durou seis horas.
atual foi montador, mecânico montador, ajustador, con-
Para chegar a encarregado geral de uma das mais
tramestre e mestre de montagem.
importantes obras do Programa de Aceleração do Cres-
Embora considere que, profissionalmente, esteja no
cimento (PAC), do Governo Federal, esse paulista de
patamar mais elevado de sua carreira, Daniel Coutinho
Presidente Venceslau também teve de superar grandes
continua a se aperfeiçoar com o auxílio de professores e
desafios desde muito cedo na vida, como Gilson Aguiar e
livros. Ele também é aluno do Programa de Desenvolvi-
Mato Grosso. Seu pai trabalhava em serrarias de madei-
mento de Supervisores (PDS) e já sabe que não vai parar
ra, e ele, aos 13 anos, já carpia e colhia em lavouras de
por aí. “Já ajudei meus três filhos a se formarem, já recebi
algodão, antes de ser cobrador de ônibus e entrar para
a medalha de 25 anos de trabalho, durante cerimônia na
o Exército.
Bahia, em que tive a satisfação de conhecer nosso mestre
“Ao sair do quartel, fui para uma obra da (construtora)
maior, o Dr. Norberto”, diz Daniel, “mas nem por isso pen-
Camargo Corrêa, onde meu pai era carpinteiro. Depois,
so em parar. Esta é uma empresa que continua me dando
aos 22 anos, entrei para a Tenenge como montador, ten-
oportunidades. Por que não aproveitar mais algumas?”
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16 Arlecio decidiu, na universidade, em que empresa queria trabalhar. Sonhou, lutou e chegou lรก
texto Vรกlber Carvalho foto Dario de Freitas
Era uma ideia fixa 16
informa
R
ecém-chegado de Jequié, cidade do in-
tos da TEO serviam não só como princípios de uma Or-
terior da Bahia, e vivendo seus primei-
ganização, mas acima de tudo como filosofia de vida”,
ros tempos como universitário na Fa-
enfatiza Arlecio.
culdade de Administração de Empresas
Com a proximidade do fim da obra, ele passou a focar
da Universidade Católica de Salvador,
seu próximo objetivo dentro da Organização: trabalhar
Arlecio Rodrigues tinha uma ideia fixa: trabalhar na
na OCS. Em janeiro de 2000, procurou Marcos Lima,
Organização Odebrecht. “Eram poucas as disciplinas
Responsável pela empresa, que, ao tomar conhecimen-
que não mencionavam a Odebrecht como exemplo de
to da capacitação de Arlecio, o encaminhou ao programa
empresa”, relembra.
de Seguros de Pessoas, na equipe de Bettina Skelton. O
Durante o curso, ao descobrir que a irmã de uma
ciclo do sonho de estudante finalmente se completava.
de suas colegas trabalhava na Organização, Arlecio
Depois de nove anos de grande aprendizado, capaci-
começou a colocar em prática uma das característi-
tando-se a trabalhar com diversos tipos de seguro, veio
cas que iriam marcar fortemente sua futura trajetó-
o convite para assumir, em São Paulo, o Programa de
ria profissional: foco permanente a fim de alcançar as
Seguros e Garantias da Santo Antônio Energia, empresa
metas a que se determina. Assim, não deu sossego à
responsável pela contratação do Consórcio Construtor
colega, até ela, finalmente, lhe apresentar a irmã. Era
Santo Antônio para a execução das obras da Hidrelé-
Bettina Skelton, naquela época analista de cargos e
trica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia. Em
salários da Odebrecht S.A.
seguida, outro convite: ser o Responsável por Seguros
“Foi Bettina quem primeiramente me falou dos ensi-
e Garantias no Mercado Venezuela. “A OCS é cada vez
namentos da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO).
mais decisiva para o crescimento da Organização”, afir-
Fiquei encantado. Perguntei a ela se poderia apresentar
ma Arlecio, com orgulho.
meu currículo, pois a Odebrecht era o meu sonho de empresa”, revela Arlecio. Sua futura líder disse sim. Em 19 de dezembro de 1991, Arlecio Rodrigues dos Santos começou a trabalhar como auxiliar administrativo no Programa de Pessoas da Odebrecht S.A. Hoje, 19 anos depois, ele é o Responsável por Seguros e Garantias da Odebrecht Administradora e Corretora de
“No canteiro de obras passei a entender que a TEO é, acima de tudo, uma filosofia de vida” Arlecio Rodrigues
Seguros no mercado Venezuela. Atendendo diretamente ao Líder Empresarial da Odebrecht Venezuela, Euzenando Azevedo, Arlecio responde pela contratação das apólices de seis grandes obras, em um mercado cujo
A flexibilidade e a capacidade de ouvir, além da fa-
backlog (conjunto dos contratos em carteira) alcança o
cilidade de se relacionar com as pessoas, têm sido
patamar de US$ 7,4 bilhões.
importantes propulsores do desenvolvimento desse baiano nascido em 1967, na pequena cidade de Iguaí,
A experiência do canteiro de obras
no sul do estado, e que planeja concluir o MBA pelo
Arlecio trabalhou seis anos na Odebrecht S.A. “É de
Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), de São Paulo,
lá, da holding, que emanam todas as políticas da Or-
em meados de 2012.
ganização. Foi muito importante ter trabalhado lá”, ele
Quanto às maiores alegrias que teve em sua tra-
diz. Morando em Salvador, no fim dos anos 90, Arlecio
jetória, Arlecio Rodrigues não tem dúvidas. “Tive o
decidiu que era hora de entender de que modo os con-
grande privilégio de ter encontrado na Odebrecht li-
ceitos que havia aprendido na holding seriam aplicados
deranças que marcaram minha vida por vivenciarem
na prática no ambiente de um canteiro de obras.
a TEO e exercerem a pedagogia da presença. Cito em
Em fevereiro de 1998, ele foi trabalhar como Respon-
sequência cronológica Gilberto Aragão, Ivette Gui-
sável por Desenvolvimento de Pessoas no Projeto Sauí-
marães e Jô Antunes, na Odebrecht S.A.; Maurício
pe, no litoral norte da Bahia, pela Construtora Norberto
Medeiros, em Sauípe; e Bettina Skelton, Kátia Luz e
Odebrecht. “Foi onde passei a entender que os concei-
Marcos Lima, na OCS.”
informa
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energia texto Álvaro Oppermann fotos Marco Antônio Sá
É
con
uma quinta-feira de manhã na sede da Braskem, na zona oeste de São Paulo. Uma animada equipe sai de uma das salas de reunião. Perto da máquina de café, um pequeno grupo discute o lançamento de um novo produto. A idade dos profissionais varia. Alguns exibem cabelos grisalhos, outros ainda têm espi-
nhas no rosto. O entusiasmo é geral. E contagiante. Entre eles, estão os engenheiros químicos Roger Marchioni e Rafael
Christo, ambos na casa dos 30 anos. Os dois vêm protagonizando histórias de acelerado crescimento profissional. São líderes da nova geração na Braskem. “A gestão na Braskem estrutura-se na confiança e na delegação planejada”, diz Marchioni, gaúcho de 36 anos, Gerente de Marketing Estratégico e Inteligência de Mercado da Unidade de Polímeros. Ele também responde pela gerência comercial regional e de contas na Unidade de Polipropileno. “A empresa tem perfil de dinamismo e foco no resultado que me agrada”, completa Rafael, paulistano de 31 anos, Responsável por Estratégia, Marketing e Gestão de Desempenho na Unidade de Polímeros da Braskem. Formar líderes é um imperativo estratégico da Braskem, criada em 2002 a partir da integração de seis empresas do setor petroquímico. A formação e gestão de pessoas é um processo contínuo, da admissão ao pós-carreira. Como diz Rafael: “Uma semana depois de entrar aqui como estagiário, em 2001, Patrícia Maia, da equipe de P&O (Pessoas e Organização) na época, chamou-me para saber o que eu estava achando da empresa e do programa. Descobri, naquele momento, que essa era a empresa na qual eu queria trabalhar”. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Roger ingressou como estagiário, em 1996, na OPP Petroquímica (uma das empresas que viriam a formar a Braskem). Passou um ano, entre 1997 e 1998, nos Estados Unidos, por conta própria. “Em San Diego, na Califórnia, fiz ‘pós-graduação’ em lavagem de pratos”, diz ele, com orgulho. Já Rafael, estudante da Escola Politécnica da USP, saía das aulas e ia para o estágio na Braskem a pé, cruzando a movimentada Marginal Pinheiros.
PDE e MBA Roger Marchioni participou do Programa de Desenvolvimento de Empresários (PDE) da Braskem, especialmente desenhado para a gestão de negócios e liderança. Realizado na Bahia, o programa contou com a
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informa
18
tagiante Aqui estão os exemplos de Roger e Rafael, jovens motivados a colocar em prática o entusiasmo, o conhecimento e a capacidade de liderança
Roger e sua equipe: “Existe aqui a possibilidade de termos muitos líderes, que nos ajudam no autodesenvolvimento”
informa
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participação do fundador Norberto Odebrecht, de Emílio
sobre os mestres. A tônica da relação é a de transparên-
Odebrecht, Presidente do Conselho de Administração, e
cia, ambos garantem. “Se eu errasse, pedia para que me
de Marcelo Odebrecht, Diretor-Presidente, além de Re-
corrigissem na hora”, relata Rafael.
nato Baiardi, membro do Conselho de Administração,
Roger Marchioni tornou-se Gerente de Conta em
todos da Odebrecht S.A. “É inspirador vê-los, depois
meados de 2006 e passou a liderar uma equipe com
de tantos anos nos negócios, ainda com um brilho nos
seis profissionais em 2008. Contar com o ensinamento
olhos”, diz Roger.
dos líderes foi fundamental. Rafael Christo, em início de
Rafael Christo, por sua vez, trilhou o caminho do MBA
carreira, trocou a rotina de escritório, no setor de plane-
Braskem. Cauteloso, tinha receio que um mestrado re-
jamento, pelo trabalho em fábrica, na Unidade de PVC.
alizado in company fosse restringir a formação de novos
Fez a mudança com apoio do seu então líder da unidade,
contatos profissionais – o networking. O temor mostrou-
Roberto Simões (hoje Responsável pela Odebrecht De-
se infundado. Ministrado, entre outros, por professores
fesa e Tecnologia). Ficou lá um ano. “Foi excelente. Na
da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e da Harvard Busi-
fábrica, aprendi, de fato, a ser engenheiro e a entender a
ness School, o curso serviu de eficiente interface entre o
empresa na sua essência”, diz ele.
saber acadêmico e a realidade de mercado. De quebra,
A delegação planejada, que imbui os profissionais
tornou-se valiosa ferramenta de networking. “A empre-
com o senso de responsabilidade e estimula a confian-
sa tem porte muito grande”, diz ele. Rafael conheceu
ça, também tem inegável valor pedagógico no proces-
uma rica variedade de profissionais de várias áreas da
so de formação, argumentam Roger e Rafael. “Quando
Braskem, muitos dos quais ainda hoje são bons amigos
você se sente à vontade para contribuir, todo o aprendi-
e estão espalhados pela Organização Odebrecht.
zado se torna mais fácil”, diz Roger. “Brinco que, no dia em que eu tiver um líder que fique no meu cangote, eu
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Ajuda para o autodesenvolvimento
vou ficar desesperado. Aqui, as coisas acontecem sem o
O coach ou mentor – o líder mais velho e experiente
líder precisar ficar cobrando”, completa Rafael.
que aconselha o jovem profissional – também teve papel
Segundo Roger, a Braskem, apesar do grande porte,
de destaque na formação da dupla de jovens gestores.
cultiva o espírito de pequena empresa. Em um ambiente
“Existe aqui a possibilidade de termos muitos líderes,
ágil, de unidades autônomas, torna-se mais fácil e eficaz o
que nos ajudam no autodesenvolvimento”, afirma Ro-
planejamento da delegação e do fomento à responsabilida-
ger, que acredita que a relação líder-liderado é para
de individual. “Tanto líder quanto liderado conseguem de-
sempre. “Até hoje os considero meus líderes”, diz ele
senvolver-se ao máximo nesse ambiente”, observa Roger.
informa
mas e o coaching podem dar as tintas, mas quem pinta o quadro é o jovem gestor, como mostra a dupla. Para a equipe de Marketing liderada por Roger Marchioni, o grande desafio é entender a fundo a necessidade do cliente e, assim, direcionar a estratégia da Unidade de Polímeros. “O poder emana de lá (do cliente)”, diz Roger. “Devemos ajudá-lo na tradução de sua necessidade real. Muitas vezes, o que ele pede não é exatamente o que precisa”, completa. Já o grande desafio de Rafael Christo tem sido o de levar e implementar as práticas e a cultura Braskem às empresas que se fundiram. É uma balança: saber preservar as melhores práticas preexistentes, sem diRafael (o terceiro, à frente, a partir da esquerda): “Aqui as coisas acontecem sem o líder precisar ficar cobrando”
luir, contudo, a cultura de meritocracia e transparência da Braskem. Recentemente, Rafael levou a cultura da matriz brasileira à filial norte-americana, Braskem America, nascida em 2010 com a compra dos ativos de polipropileno da Sunoco Chemicals. Rafael viajou à Filadélfia. Apreensivo, não sabia como seria o clima
Equipe coesa
na chegada. Lá, a “cultura de escritório” era radical-
Roger e Rafael lideram equipes que têm, respecti-
mente diferente da qual estava acostumado. Ao con-
vamente, 16 e 50 profissionais. “É motivador ser líder”,
trário do ambiente horizontal e moderno do escritório
diz Roger. Na equipe de Rafael, a faixa etária vai dos 22
brasileiro, reinava ali a baia alta. Não se via gente nos
aos 45 anos. Na equipe de Roger, os sotaques são varia-
corredores. A recepção ao brasileiro, no entanto, foi
dos. “A diversidade impera”, ele salienta. ”Tem gaúcho,
ótima. A equipe norte-americana foi muito receptiva.
baiano, carioca, paulista... Tem até colorado”, brinca, em
Aliás, já no aeroporto o clima tinha se desanuviado. Ao
uma alusão ao Internacional, arquirrival do seu time de
pegar o táxi, o motorista, porto-riquenho, apresentou-
futebol de coração, o Grêmio.
se como Jesus. “Prazer, sou Christo”, respondeu Ra-
Roger garante que uma das principais coisas
fael, brincalhão.
que aprendeu com os líderes é manter a coesão da equipe. “O líder transmite os objetivos e um plano
Formando sucessores
para alcançá-los, e, com isso, a equipe fica com um
Na Braskem, o lema é que “se deve formar sucesso-
norte claro”, diz. Ele ressalta também a importância
res melhores que nós mesmos.” Apesar de jovens, Rafael
de desenvolver a confiança no liderado. Na arte de
e Roger já estão empenhados na formação de novos lí-
delegar, é fundamental saber avaliar corretamente
deres. Tanto Roger quanto Rafael consideram-se da “ge-
em que “ponto da curva” cada um dos liderados está.
ração passada”, diante dos profissionais de 20 e poucos
“Para uns, você pode delegar responsabilidades com
anos. Os dois gestores concordam que, mais importante
maior grau de complexidade; para outros, com grau
que transmitir conhecimentos técnicos, a função do líder
menor. É preciso ter a sensibilidade para medir isso.”
é fomentar o senso ético nos mais novos. Buscar neles
Na Braskem, uma ferramenta importante para a
tanto as competências pessoais quanto técnicas. Nessa
formação profissional é o SDC (Sistema de Desen-
tarefa – que está longe de ser uma ciência exata –, Roger
volvimento de Competências). Seu papel é mapear
foi buscar inspiração em casa. “Em termos de comporta-
as competências de cada integrante e também iden-
mento ético, minha maior inspiração foram meus pais”,
tificar oportunidades de desenvolvimento. “Os gaps
diz ele. Os resultados são gratificantes. “Hoje, eu tenho
(lacunas, em inglês) podem estar na pessoa. Ela tem
pessoas na minha equipe que poderiam ser meus líde-
de saber investir nela mesma”, enfatiza Roger.
res”, garante Rafael. “Minha alegria é ver as pessoas da
Aprender a ser líder é aprender a vencer desafios. E isso só se aprende no dia a dia. Os cursos, os progra-
minha equipe crescendo; é me realizar com a realização dos liderados”, diz Roger.
informa
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Participantes do Acreditar Angola: protagonistas de uma nova era no paĂs
22
informa
acr
editar é preciso “C
ada ser humano possui forças que ele próprio pode desenvolver, desde que tenha caráter, talento, vocação e motivação, encontre um clima organizacional adequado e seja orientado por um líder realmente
comprometido em apoiar sua educação. Atendidos tais requisitos, então não haverá mais limites para o desen-
volvimento desse ser humano: ele tenderá a ser o melhor no campo de trabalho que escolher”.
Trabalhadores angolanos têm no Programa Acreditar uma oportunidade de se desenvolver e contribuir para o avanço de seu país
A frase de Norberto Odebrecht sintetiza o cuidado da Organização com o desenvolvimento das pessoas e o entendimento de que isso é intrínseco aos negócios – assim como o oxigênio para a existência da humanidade. Essa frase prefacia o material de apresentação da mais recente iniciativa de formação da Odebrecht em terras angolanas, o Programa de Qualificação Profissional Continuada – Acreditar Angola, que começou a ser desenvolvido no país em 2009, com base na experiência bem-sucedida do Acreditar Brasil. Lê-se “mais recente iniciativa” pelo fato de, em seus 27 anos de atuação no país, a Odebrecht ter concretizado diversas atividades de formação, com estratégias diferenciadas e assertivas. Nesta reportagem, será possível conhecer algumas dessas ações – entre elas, o Acreditar, o Jovem Construtor e o início da operação da Biocom – e saber como as pessoas que participam delas estão se desenvolvendo, convivendo e aprendendo a fazer parte da nova era de Angola. É um recorte modesto dentro de uma atuação iniciada em 1984 e que já promoveu oportunidades de formação e trabalho
texto Zaccaria Júnior fotos Holanda Cavalcanti
para mais de 40 mil pessoas, 70% das quais encontraram na Odebrecht Angola seu primeiro emprego.
informa
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A partir da esquerda, Yasser Salukila, Walter Chingala, Mateus Kalei e Antonio Segunda: atividades do Programa Acreditar foram adequadas às necessidades e características de Angola
24
Adaptação à realidade local
muitas possibilidades de formação. Fui até a Odebre-
“Com a boa experiência no Brasil, a partir de 2008,
cht, fui bem recebido, fiz os testes, as provas e o exa-
sabíamos que deveríamos implementar rapidamente
me médico. Hoje estou aqui com a turma, aprendendo
o Programa Acreditar por aqui, apesar de, na época,
coisas boas e que eu não pensava que poderia encon-
não termos ainda as estratégias definidas”, relembra
trar”, relata um Yasser que se diz surpreso com o tipo
Diana Ortiz, Responsável por Pessoas & Organização
de aprendizado que encontrou, referindo-se aos funda-
em Angola. “Então, em 2009, começamos o processo
mentos básicos vistos na sala de aula, que eram desco-
de estruturação, de pensar como seria feito, e vimos
nhecidos até então. “Deparei-me com pessoas que me
que não daria simplesmente para pegar o Acreditar
fazem entender as coisas”, comenta.
Brasil e adotá-lo, pois havia a necessidade de adaptá-lo
Enquanto Yasser relatava suas experiências à
à realidade local”, ela acrescenta, desenhando com os
Odebrecht Informa, ao seu lado estava o jovem Ma-
dedos no ar, como se traçasse uma linha cronológica
teus Dumbo Kalei, 20 anos, que balançava a cabeça
do desafio que testemunhou inicialmente.
de forma afirmativa, concordando com os comentá-
O primeiro passo dado foi produzir um diagnós-
rios de seu colega. Matriculado no curso de mecâni-
tico da realidade angolana, por meio de entrevistas,
ca, Mateus conta que cresceu somente com a mãe e
testes e visitas aos projetos da Odebrecht no país.
que por causa da situação financeira restrita causa-
“Aproveitamos tudo isso para montar o Acreditar e,
da pela ausência paterna, começou a trabalhar cedo
finalmente, conseguimos implantar o programa em
em uma pequena oficina para poder sustentar suas
setembro de 2010. Percorremos um caminho difícil,
próprias necessidades.
mas temos certeza de que valeu a pena. Queremos
Mateus inscreveu-se no Acreditar, realizou os tes-
contribuir para o desenvolvimento da comunidade,
tes, recebeu as avaliações e ficou surpreso com o que
de Angola. Muitos que estão aqui precisavam de uma
passou a acontecer dali em diante. Ele esperava ape-
oportunidade”, salienta Diana.
nas por ensinamentos relacionados à mecânica. “Pri-
Yasser da Conceição Salukila, 28 anos, aluno do
meiro recebemos noções de saúde e meio ambiente, o
curso de operador de escavadeira, conta que ficou
que me chamou a atenção. Achei isso tudo muito espe-
sabendo do Acreditar por meio de sua prima e de seu
cial. Eu não conheço amor de pai, e, pelas dificuldades
pai. “Eles disseram que havia um programa novo, com
que já passei, essa oportunidade que eu encontrei no
informa
Acreditar é inesquecível. É algo, creio eu, permanente”.
no programa, no qual são abordados diversos assun-
Dançarino de hip-hop e ator de teatro nas horas que
tos, como saúde, segurança no trabalho, meio ambien-
ainda encontra vagas, Mateus vê o Acreditar como uma
te, qualidade e psicologia do trabalho, e um módulo
oportunidade para a juventude. “Isso vai nos ajudar a
específico, que varia de 160 a 260 horas, dependendo
descobrir mais conhecimentos. Se hoje eu encontrei
do curso almejado. Para os participantes que são con-
essa oportunidade, só tenho a agradecer, pois, além de
tratados pela Odebrecht, é elaborado um segundo mó-
me desenvolver, posso dar amanhã uma contribuição
dulo básico, que inclui 20 horas com informações sobre
maior ao meu país. Temos que aproveitar as oportuni-
a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), Relações
dades que, infelizmente, nossos pais não tiveram.”
Trabalhistas e Produtividade.
Essa ideia de oportunidade aos jovens também é compartilhada por Antonio Moisés Segunda, 21 anos. Apaixonado por mecânica e futebol, Antonio conta que procurou bastante por um curso para que pudesse se especializar em mecânica e que, depois de ter feito sua inscrição no Acreditar, a ansiedade tomou conta de sua vida até ser chamado. “Quando penso em mecânica, não tenho fome. Esqueço tudo. E quando recebi a ligação do pessoal do Acreditar chamando para a avaliação médica, pensei comigo ‘Meu Deus, como esperei este momento!’”. Antonio acrescenta: “Eu desejaria que o Programa Acreditar não parasse por aqui. É o momento de começarmos a consertar nossos erros, de realizar os nossos sonhos. Estou realizando o meu sonho, que é o de conseguir me formar, de poder trabalhar”. O Acreditar é composto de um módulo básico, com 60 horas de duração, voltado para todos que ingressam
“O Jovem Construtor nos faz abrir a mente. Todas as dúvidas que eu tinha foram solucionadas. Foi uma grande experiência para mim” Selma da Silva
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“Este período todo tem sido muito bom. Consegui amadurecer muito” Ibrahim da Costa
“É um grande desafio esta usina, visto que Angola já foi um país produtor de açúcar” Helder Cardoso
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informa
Os inscritos no Acreditar Angola, ministrado na cidade de Benguela desde setembro de 2010, já somam
em que estava no penúltimo ano da universidade – e foi direcionado mais tarde ao Jovem Construtor.
mais de 2.200. O programa formou até agora 456 pes-
“Foi muito boa a atitude de meu líder, pois todo mun-
soas no módulo básico e 228 no módulo específico, para
do, acredito eu, tem a vontade de crescer a cada dia que
as profissões de motorista de veículo pesado, operador
passa. E se nos oferecem a oportunidade de fazer um
de escavadeira, mecânico de equipamento pesado,
curso no qual possamos ter maior foco sobre o que na
operador de motoniveladora, pedreiro e carpinteiro. Em
verdade vai ser a nossa vida dentro da empresa, temos
breve, serão adicionados os cursos de armador, canali-
que aproveitá-la da melhor forma”, diz Ibrahim. Ele
zador, pedreiro, carpinteiro e operador de carregadeira,
avalia que sua evolução tem sido intensa não apenas
entre outros.
em sua vida profissional, mas também em sua relação
com familiares, amigos e namorada. “Em todo curso,
Mente aberta, visão ampla
formação ou atividade de que participo na empresa,
Com um belo sorriso e com prosa no ritmo da músi-
busco levar alguns dos conceitos para o meu convívio
ca Morena de Angola, de Chico Buarque – foi, inclusive,
pessoal. Este período todo tem sido muito bom. Con-
em Benguela, local deste trecho da reportagem, que o
segui crescer e amadurecer muito. Tenho um ponto de
compositor brasileiro se inspirou para criar a letra da
vista diferente. Mudei em termos de adaptabilidade, de
música -, Selma Ottiliana Marcos da Silva, 31 anos, é
convivência.”
formada em Serviço Social e atualmente lidera a equipe de Pessoas e Responsabilidade Social no Projeto Águas
Integração de culturas
de Benguela. Ela foi uma das participantes do Progra-
A 450 km de Luanda, na Província de Malanje, está
ma Jovem Construtor – que tem como objetivo acele-
sediada a Biocom – Companhia de Bioenergia de Ango-
rar a formação de jovens parceiros e lhes proporcionar
la Ltda. –, empresa angolana produtora de açúcar cuja
uma ampla visão do negócio Engenharia e Construção,
implantação foi iniciada em 2009. A usina, em fase de
desde a conquista até a desmobilização de um contrato.
construção, deverá iniciar sua operação e consequen-
Nascida angolana, Selma conta que passou mais da
te produção de açúcar em 2012. A Biocom tem entre
metade de sua vida em Portugal, com a família, que em
seus acionistas a Odebrecht, a Sonangol – Sociedade
1993 decidiu fugir do conflito armado em seu país. Ao
Nacional de Petróleos de Angola – e o grupo Damer.
passar férias em Angola, em 2007, Selma ficou interes-
Em agosto de 2010, 62 integrantes da Biocom foram
sada no que viu. Enviou seu currículo à Odebrecht, em
ao Brasil para participar de um programa de capaci-
2008, e foi convidada a ingressar na empresa. “O Jovem
tação de 1.200 horas de aulas teóricas e práticas nas
Construtor nos faz abrir a mente, pois obtemos uma vi-
áreas agrícola, industrial e administrativa, ministrado
são muito ampla das áreas. Todas as dúvidas que eu
na Unidade Eldorado da ETH Bioenergia, em Rio Bri-
tinha foram esclarecidas. Foi abordada a questão da
lhante (MS).
Logística, passando pela Engenharia e pela Responsa-
Entre esses técnicos angolanos, estava Helder Fra-
bilidade Social, entre outras. Uma grande experiência
goso da Silva Cardoso, chefe de Setor de Produção de
para o meu desenvolvimento.” No trabalho em campo,
Açúcar, que atualmente acompanha e supervisiona os
Selma destaca que cada dia reserva uma surpresa e
trabalhos de Montagem da usina. “É um grande desafio
que cada caso é sempre encarado como um aprendiza-
essa usina, visto que Angola já foi um país produtor de
do. “Ser assistente social é ajudar o próximo. Aqui não
açúcar. No entanto, por causa dos conflitos armados,
há espaço para a dita síndrome do conformismo”, diz,
essas grandes usinas deixaram de existir e, hoje, 100%
sorrindo.
do açúcar consumido no país é importado.” Com de-
Em Luanda, outro Jovem Construtor relata suas ex-
terminação, Helder destaca que a maior riqueza está
periências desde que ingressou na Odebrecht. Ibrahim
sendo o compartilhamento de experiências, baseado na
Oliveira Bravo da Costa, 26 anos, devorador de livros de
transmissão de conhecimentos e intercâmbio de cul-
Sidney Sheldon, é formado em Engenharia Civil e atua
turas, e prevê que Angola retomará o papel de grande
como engenheiro de produção no Projeto Vias Expres-
produtor de açúcar, o que contribuirá para a melhoria
sas. Ele ingressou em 2007 como estagiário – na época
das condições de vida das comunidades.
informa
27
aliados do Veja de que forma os programas de desenvolvimento apoiam a evolução das pessoas na Odebrecht
cresci
texto Renata Meyer fotos Júlio Bittencourt
O
engenheiro civil carioca José Eduar-
fraestrutura, entre elas os projetos de mineração
do Quintella ingressou na Odebrecht
Onça Puma, em Ourilândia do Norte, e da Mina de
como Jovem Parceiro em 2005, na
Ferro na Serra dos Carajás, ambos para a Vale e
primeira etapa do Programa Luz para
executados no Pará.
Todos. Hoje, aos 31 anos, ele lidera a
Em suas trajetórias na Odebrecht, José Eduar-
segunda e a terceira etapas do programa, à frente
do, Ana e Fábio vêm tendo como aliados os pro-
de uma equipe de 2 mil pessoas. Esses projetos
gramas de desenvolvimento de pessoas. Realiza-
abrangem 330 municípios do interior mineiro, com
das pela área de Pessoas e Organização, essas
obras sendo realizadas de forma simultânea em
iniciativas têm foco na disseminação e no apro-
diversas localidades. Para José Eduardo, um exer-
fundamento de conhecimentos sobre a Tecnologia
cício constante de delegação, dinamismo e eleição
Empresarial Odebrecht (TEO). Programas como
de prioridades.
o de Introdução à Cultura, o Jovem Construtor e
Ana Carolina Farias, 33 anos, pernambucana,
o Programa de Desenvolvimento de Empresários
já participou de obras na Rodovia BR-101 e na Re-
(PDE), que têm mostrado eficácia para o acultura-
finaria Abreu e Lima (Renest). Entrou para a Orga-
mento, a integração, a formação e a melhoria da
nização como estagiária em 2001, na construção
capacidade de gestão dos integrantes.
do Aeroporto de Recife, e hoje responde pela Gerência de Engenharia de um dos maiores projetos de infraestrutura em execução no país, a Ferrovia Transnordestina, que ligará Pernambuco, Piauí e Ceará. Na mesma turma de estagiários de Ana Carolina estava Fábio Toscano. Assim como Ana, Fábio nasceu em Recife e formou-se em Engenharia Civil. Aos 32 anos, ele também tem nas mãos um grande desafio: como Diretor de Contrato, participa da construção do Sítio para Lançamento de Foguetes em Alcântara, no Maranhão, um projeto complexo que se diferencia pela alta tecnologia. Fábio já atuou em diversas obras da Odebrecht In-
28
informa
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mento
Fábio: aos 32 anos, liderando a atuação da Odebrecht em um projeto de alta complexidade tecnológica
informa
29
História e filosofia
visita ao Núcleo de Cultura Odebrecht, em Salvador, e
Quando Ana e Fábio ingressaram na Odebrecht, a
leituras complementares dos livros Sobreviver, Crescer
metodologia do aprendizado sobre os princípios e valo-
e Perpetuar e Educação pelo Trabalho, de Norberto
res da Organização era bem diferente do atual formato
Odebrecht.
do Programa de Introdução à Cultura. Durante 30 dias,
Para oferecer ao Jovem Parceiro uma visão ampla e
os jovens integrantes participavam de encontros para
integrada do negócio em que atua, foi criado, em 2004,
leitura e reflexão sobre as ideias da TEO, com a orien-
o Programa Jovem Construtor. Com duração de um
tação de um tutor – em geral, um gerente ou diretor de
ano, o programa é dividido em dois módulos, que per-
contrato.
meiam todo o ciclo de execução de um projeto, de sua
Hoje o Programa de Introdução à Cultura é siste-
conquista à entrega ao cliente. Por meio de aulas expo-
matizado em torno de três módulos que apresentam
sitivas, dinâmicas, estudos de caso, pesquisa prática e
uma abordagem geral sobre a história da Organização
treinamento a distância, os participantes aprofundam
e a filosofia empresarial, além das características e
conhecimentos em áreas como administração, finan-
competências do Parceiro Odebrecht. A metodologia
ças, jurídica e qualidade.
foto:
Ana Carolina: compreensão do contexto em que a empresa está inserida
Élvio Luiz
inclui encontros presenciais, treinamento a distância,
Fábio Toscano participou da primeira turma do Jovem Construtor. “O programa possibilita a troca de experiências e percepções por meio de exemplos e exercícios práticos. Com isso, adquire-se visão global do negócio, o que é fundamental para o processo de formação e para o desempenho do integrante.” Ana Carolina também participou da estreia do Jovem Construtor. Ela ressalta: “No programa, você se dá conta de que faz parte de algo muito mais amplo do que a realidade restrita de uma obra. Setores que pareciam distantes se tornam mais próximos e começa-se a perceber sua importância no contexto geral do negócio”. Em geral, ao concluir o Jovem Construtor, o integrante torna-se Responsável por Programa (RP), absorvendo novas responsabilidades e desafios ainda maiores. “É o momento de colocar em prática toda a vivência adquirida dentro e fora do ambiente corporativo”, afirma Paulo Quaresma, Responsável por Pessoas e Organização na Odebrecht Infraestrutura. “Nessa fase, atributos, como nível de maturidade, postura diante dos desafios, percepção global do negócio, capacidade de inovação e forma de se relacionar com clientes, são observados, e aqueles que apresentam grande potencial de empresariamento são indicados para participar do PDE”, explica. Realizado pela primeira vez em 2003, o PDE permite aos jovens líderes da Organização aprimorarem competências gerenciais por meio da troca de experiências com integrantes de diferentes gerações e âmbitos da empresa. Nos encontros presenciais, líderes que ajudaram a construir a Organização contam casos de sucessos e insucessos e como conseguiram superar seus desafios. O programa, com duração de um ano,
30
informa
José Eduardo: aprendizados precisam se converter em ferramentas para o trabalho
reforça o papel do líder como educador, estimula a
A Odebrecht investe ainda em cursos focados no
capacidade de autodesenvolvimento e estabelece um
desenvolvimento de competências específicas, como
espaço de reflexão sobre a inter-relação entre planos
os programas de formação em suprimento e logística,
de vida e carreira.
especialização em finanças, idiomas e liderança. Em
“É um momento em que as atenções se voltam para
2010, as empresas do Negócio Engenharia e Constru-
o integrante e ele percebe que está sendo constante-
ção investiram cerca de R$ 7 milhões em programas
mente observado. A todo o momento, ele é provocado a
educacionais internos, que ajudaram a capacitar 7.846
mostrar quem é e para que veio”, afirma Ana Carolina.
integrantes.
O PDE representou um divisor de águas em sua vida.
Os programas de desenvolvimento são elabora-
Ela participou do programa em 2009, mesmo ano em
dos e executados internamente pelas equipes de
que assumiu pela primeira vez uma gerência de proje-
Pessoas e Organização e, em alguns casos, em par-
to. Desde que foi lançado, cerca de 410 integrantes das
ceria com instituições de ensino. Paulo Quaresma
empresas de Engenharia e Construção da Odebrecht já
afirma: “Nosso maior desafio é equilibrar as expec-
participaram do PDE.
tativas em torno dos planos de vida e carreira das pessoas com os objetivos da Organização, sobretu-
A escola do dia a dia
do no que tange aos compromissos com os clientes.
Aos líderes mais maduros, na maior parte diretores
Mas é no âmbito da relação líder-liderado que as
de contrato, a Organização oferece o Programa MBA
decisões devem ser tomadas”.
Empresarial, em parceria com a Fundação Getúlio Var-
José Eduardo Quintella, Ana Carolina Farias e Fábio
gas. O curso, com 530 horas, permite o aprimoramento
Toscano ingressaram na Odebrecht bastante jovens,
profissional promovendo uma visão ampla e sistêmi-
incorporaram a filosofia empresarial, souberam trans-
ca das atividades empresariais em áreas estratégicas,
formar desafios em oportunidades e, ainda muito jo-
como finanças, gestão de pessoas e sustentabilidade.
vens, alcançaram importantes posições de liderança.
José Eduardo Quintella e Fábio Toscano estão no
Apesar de experiências e desafios distintos, em um
grupo de 30 integrantes que atualmente cursa o MBA
ponto eles concordam: a verdadeira escola é o dia a
Empresarial. Para José Eduardo, é uma oportunidade
dia de trabalho. “Os ambientes são muito ricos, e as
de atualização e de retorno ao meio acadêmico. “É
oportunidades de aprendizado estão em toda parte. Os
preciso encontrar o momento certo de investir em uma
programas de desenvolvimento são um complemento
formação com esse nível de profundidade, para que
fundamental, mas a responsabilidade sobre o proces-
os aprendizados se convertam em ferramentas para o
so de formação pertence a cada um”, argumenta José
trabalho.”
Eduardo.
informa
31
entrevista
“Nossos valores nada valem se não
pratica
texto José Enrique Barreiro foto Lívia Aquino
U
ma mulher movida a desafios. Essas poucas palavras podem resumir o espírito profissional de Carla Barreto, Responsável por Pessoas e Organização na Odebrecht S.A. Baiana
de Salvador, Carla está na Odebrecht desde 1994, quando ingressou na área de controladoria da Construtora Norberto Odebrecht (CNO). A maior parte de sua trajetória até agora foi dedicada a programas financeiros: na própria CNO, na área petroquímica (esteve na OPP, participou dos primeiros passos para a aquisição da Copene e assumiu a controladoria da Unidade Poliolefinas da Braskem) e na Odebrecht S.A. Dez anos depois de seu ingresso, retornou à CNO. “Não era mais a empresa que eu havia deixado. Quando voltei, 70% de seu faturamento estava no exterior e 30% no Brasil; antes, era o inverso”, lembra Carla. Após participar da reorganização societária da CNO (trabalho que reestruturou os ativos e investimentos entre mais
32
informa
pelos
2 3
forem
ados líderes” Carla Barreto: “Quando olho para trás, agradeço por ter trabalhado com líderes que sempre me incentivaram e me tiraram da zona de conforto”
33
de 100 pessoas jurídicas da empresa e que permtiu
a nossa cultura empresarial, continue a nos levar
a constituição da OOG, OR e Foz do Brasil), Carla
adiante, independentemente de nosso porte, diver-
foi para a área de Planejamento da Odebrecht S.A.
sificação e complexidade. Precisamos garantir, em
Há um ano, ela procurou seu líder, André Amaro, e
todos os âmbitos, a presença de líderes educado-
solicitou: “Quero trabalhar com a agenda de Pesso-
res integrados à nossa cultura e comprometidos
as”. Para quem havia lidado sempre com Finanças,
com a formação de novas gerações de líderes. Para
o pedido poderia ter soado estranho. André, no en-
a Organização, essa agenda é estratégica.
tanto, sabia que estava diante de alguém que busca desafios, e lhe ofereceu o programa de Pessoas e
OI – O que está sendo feito para garantir
Organização da Odebrecht S.A. Para Carla, mãe de
crescimento com integração cultural?
dois filhos, Rafael e Júlia, casada com Jayme Fon-
Carla – O importante é garantir aderência à nossa
seca, Responsável por Finanças na CNO), uma mu-
cultura. Sempre buscamos identificar o jovem na
lher que gosta de ler e estudar, viajar com a família
universidade e construir com ele um plano de vida
e praticar ioga, ela se encontra no lugar certo neste
e carreira. Essa dinâmica prossegue, mas estamos
momento da Odebre-
sendo desafiados pelo
cht: “Nosso maior de-
crescimento acelera-
safio está relacionado aos temas que envolvem pessoas”. Odebrecht Informa – Por que, depois de uma carreira sólida na área de Finanças, você decidiu ir para a agenda de Pessoas?
Carla Barreto – Foi o resultado do trabalho de apoio a Marcelo
“Ninguém substitui o líder educador. Ele é o eixo de formação e desenvolvimento das pessoas. Quando olho para trás, agradeço por ter trabalhado com líderes que sempre me incentivaram e, sobretudo, me tiraram da zona de conforto”
do. O boom de infraestrutura no Brasil e em outros países nos surpreendeu.
Inten-
sificamos a busca de jovens, trouxemos de volta
ex-integrantes
que haviam se aposentado
ou
mesmo
saído da Organização precocemente. Finalmente,
estamos
a-
cessando o mercado
Odebrecht na consoli-
e mobilizando líderes
dação da Visão 2020,
maduros. Precisamos
do qual tive a oportunidade de participar. Esse tra-
assegurar que esses líderes se integrem rapida-
balho, intenso e estratégico, permitiu-me dialogar
mente à nossa cultura. Reforçar o papel do líder
com Marcelo e líderes da Organização e ter uma
educador é crucial, porque as iniciativas para ace-
nova perspectiva dos desafios para a próxima dé-
lerar a integração de pessoas não serão corporati-
cada. Entendi, naquele período de muitos debates,
vas. Pelo contrário, dependerão sempre da relação
que a Organização estava bem resolvida na área de
líder-liderado. Há algumas iniciativas em anda-
Finanças e que o nosso maior desafio estaria na
mento, mas acredito que ainda precisamos avan-
agenda de Pessoas. Foi esse desafio que me cha-
çar muito.
mou a atenção, e me mobilizei nessa direção. OI – O que significa aderir à cultura Odebrecht?
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OI – Por que a agenda de Pessoas se tornou
Carla – Cultura é a prática de valores e princípios.
decisiva?
Sem serem praticados, valores e princípios não
Carla – Há cinco anos éramos 40 mil integrantes;
formam cultura, são letra morta, palavras ao ven-
hoje, somos 120 mil, e com evidentes perspectivas
to, significantes sem significado. Nosso desafio é
de crescimento. É uma evolução avassaladora. Pre-
fomentar a prática empresarial vinculada a nossos
cisamos assegurar que o que nos trouxe até aqui,
valores e princípios. Isso requer disciplina, peda-
informa
gogia da presença, líderes educadores e proces-
nossa universidade são os canteiros de obras, as
sos. A cultura tem de permear tudo o que fazemos.
unidades industriais, as usinas, as plataformas
Qualquer ação tem de refletir a nossa cultura. E
de petróleo. Aí fomos formados, aí formaremos as
os líderes são a base de tudo isso. Lembro sem-
próximas gerações. Essa é a verdadeira Universi-
pre da mensagem de Dr. Norberto Odebrecht no
dade Odebrecht, da qual nós somos os professores.
encontro que fizemos para iniciar a construção da
Educação pelo Trabalho, esse é o nosso caminho, e
Visão 2020: “Esses princípios, conceitos e valores
não há outro”. Ou seja, estudar é muito importante,
de nada valerão se não forem praticados, perma-
não há dúvida. Mas é no aprendizado do dia a dia
nentemente, pelos líderes da Organização”.
que se formam os líderes.
OI – Qual exatamente o papel dos líderes nes-
OI – Qual o papel da holding Odebrecht S.A.
se proecesso?
nesse trabalho de formação de líderes?
Carla – O desenvolvimento de nossos integrantes
Carla – Somos guardiões da prática de nossa cul-
depende de líderes educadores. Quando olho para
tura e procuramos dar unidade às ações. Fomen-
trás, agradeço por ter
tamos a visão de uma
trabalhado com líderes
Organização compro-
que sempre me incentivaram e, sobretudo, me tiraram da zona de conforto. Devo muito a eles. Gostaria de citar Hélio Guimarães, Ney Silva, Luiz Mendonça, Carlos Fadigas, Paulo Cesena e, mas recentemente, André Amaro, que me deram exemplo e me desafiaram. Não existe fórmula. A educação se dá pelo
“Há cinco anos éramos 40 mil integrantes; hoje somos 120 mil, com evidentes perspectivas de crescimento. É uma evolução avassaladora. Precisamos garantir que o que nos trouxe até aqui, a nossa cultura empresarial, continue a nos levar adiante”
metida com a transformação.
Consoli-
damos políticas, mas olhamos
para
cada
negócio como único e, ao mesmo tempo, integrado ao conjunto.
Estimulamos
transversalidade,
a a
mobilização de forças sinérgicas para a antecipação e o atendimento das demandas de
nossos
clientes.
trabalho, no dia a dia. O
Mas fazemos tudo isso
que existe é a visão e
na linha [nas opera-
ções das empresas
o comprometimento de um líder educador com a formação de sua equipe.
com os clientes] e para a linha. Nossa agenda de Pessoas e Organização só tem sentido se for ofere-
OI – E a educação para o trabalho?
cida, compartilhada e exercida pela linha.
Carla – Reforça, mas não substitui. Vou contar uma história. Durante aqueles debates para a
OI – Quem é, para você, o Parceiro Odebrecht?
formulação de nossa Visão 2020, foi solicitado a
Carla – Uma pessoa de conhecimento, aderente à
Marcelo Odebrecht a criação de uma Universidade
nossa cultura. É preciso que tenha capacidade de
Odebrecht, uma universidade corporativa nos mol-
se comunicar e humildade, porque guardar para si
des de tantas que existem por aí. Havia certa ex-
o saber de nada serve; o saber precisa ser com-
pectativa de que Marcelo encampasse a ideia.
partilhado. O Parceiro Odebrecht é também uma
Eu não esqueço das palavras dele quando comen-
pessoa que faz as coisas acontecerem e que tem
tou o assunto diante de todos e recusou a proposta:
muita garra. Alguém que gosta de educar e formar
“Vocês querem o quê? Que eu construa um prédio
pessoas, que tem a ambição de ser um verdadeiro
com salas de aula para formar pessoas? Nunca. A
líder educador.
informa
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Relatos
inspirad
texto Rodrigo Vilar
E
sta reportagem apresenta o exemplo de seis integrantes da Odebrecht que iniciaram suas carreiras na Organização ainda jovens e construíram histórias emblemáticas de aprendizado, realizações e crescimento. Os líderes empresariais Carlos Fadigas (Braskem), Benedicto Júnior (Odebrecht Infraestrutura) e Euzenando Azevedo (Odebrecht Venezuela), e os conselheiros Luiz Villar, Renato Baiardi e Pedro Novis têm trajetórias distintas, mas todas elas marcadas pela completa e, por isso, simbólica comunhão com os valores e princípios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO).
Da sala de aula para um grande desafio empresarial Carlos Fadigas, recém-formado no curso de Administração de Empresas, tinha 22 anos quando começou a trabalhar, em 1992, na Odebrecht Química, como analista de investimentos, em Salvador. “Éramos um grupo muito pequeno na holding de petroquímica , pois tínhamos apenas participações minoritárias em algumas empresas”, relembra. No entanto, exatamente nesse período, teve início a privatização do setor e a Odebrecht – com a liderança de Alvaro Cunha – adquiriu o controle de duas empresas petroquímicas, a PPH e a Poliolefinas. Era o início da atuação da Odebrecht como operadora na área química. Com a nova etapa, Fadigas mudou-se para São Paulo, onde assumiu o Programa de Planejamento da recém-criada OPP. Em pouco tempo, o jovem administrador saía da sala de aula da faculdade para assumir um importante desafio empresarial, que lhe permitiu participar, como assessor, de reuniões da qual participavam Emílio Odebrecht (na época Diretor-Presidente da Odebrecht S.A. e hoje Presidente do Conselho de Administração da empresa), Gilberto Sá (então Diretor Financeiro da holding e hoje integrante de seu Conselho de Administração) e Alvaro Cunha (então Presidente da OPP). “A discussão nesses encontros era sobre qual deve-
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Líderes empresariais e conselheiros falam de momentos, desafios e
apredizados especialmente significativos em sua trajetória na Organização ria ser a estrutura empresarial do setor petroquímico no Brasil: se a segunda geração iria comprar as empresas de primeira geração; se nós teríamos dois players nacionais e três internacionais; se o setor seria dominado por empresas nacionais; qual seria o papel do BNDES... Enfim, estava na mesa onde o futuro do setor químico brasileiro estava sendo construído”, recorda Fadigas. Segundo ele, seu início de carreira é um exemplo prático de como a Organização, de um jeito muito sincero e próprio, confia e delega responsabilidade aos seus integrantes. “Depois disso, você não consegue mais pensar pequeno. Acabei me condicionando a enxergar o todo, sempre.” Nessa fase, assim como nas seguintes, Fadigas contou com o apoio de líderes. “O Alvaro Cunha sempre foi educador e, apesar de não me reportar diretamente a ele, tinha uma interação muito forte com ele.” Para ilustrar, Fadigas conta uma passagem, quando identificou alguns fatores de risco que considerava importantes e fez uma apresentação para expor a situação ao Conselho da área Petroquímica. Caprichou no detalhamento, mas deixou de lado as soluções. Naquele momento, ouviu de Alvaro Cunha e nunca mais esqueceu: “Você quer que a gente fique surpreso, espantado? Mas o que deve ser feito, qual é a solução? Nunca mais apareça aqui com um problema e sem uma sugestão de solução.” A lição foi passada em tom amistoso e com uma dose de humor, mas a mensagem era clara. “Esse é outro traço importante de líderes com quem trabalhei. Bom humor e,
ores sobretudo, otimismo.” Alguns anos depois, conviveu com Marcelo Odebrecht, na época Vice-Presidente de Investimentos da área Petroquímica e hoje Diretor-Presidente da Odebrecht S.A. Em 2002, Marcelo convidou Fadigas para trabalhar na área financeira da Construtora Norberto Odebrecht (CNO), onde passou a ser Diretor em 2004. “Sempre me chamou a atenção no Marcelo o seu otimismo. Essa é uma característica muito forte e um ensinamento que trago sempre comigo. Ser empresário é acreditar. Antes de construir, você precisa acreditar”, enfatiza. Emílio Odebrecht também foi uma importante referência na sua formação. Chamava a atenção de Fadigas a dinâmica de pensamento e ação, além do jeito cativante de liderar. “Dr. Emílio, de uma forma muito pessoal e carismática, sempre provoca as pessoas a irem cada vez mais longe, pensar cada vez maior. Assim como com Alvaro Cunha, minha relação com ele era de inspiração.” Aos 41 anos, Líder Empresarial da Braskem, Fadigas afirma: “Sempre acreditei no poder de realização das pessoas, que somos plenamente responsáveis pela construção do nosso destino, e que precisamos saber o que queremos”. Para ele, a confiança, a delegação planejada e a parceria desenvolvem e fortalecem esse tipo de sentimento nas pessoas. “Hoje, olhando para esse passado recente, percebo que duas coisas foram muito importantes na minha trajetória: os líderes que tive e a aderência dos valores pessoais que recebi de meus pais com os da TEO”, enfatiza.
O tempo e a presença dedicados pelos líderes Da petroquímica para a engenharia. Década de 1980. Aos 25 anos, Benedicto Barbosa da Silva Júnior ingressava na Odebrecht por meio da Companhia Brasileira de Projetos e Obras – CBPO. Essa história teve início graças a uma apresentação sobre o programa de trainee da empresa, realizada na Escola de Engenharia de Lins (SP), onde ele estudava. Na oportunidade, ficou impressionado com a forma como a CNO estruturava o crescimento e desenvolvimento dos seus integrantes. “Era para mim uma visão diferente de como se relacionar com as pessoas“, explica.
De início, ficou seis meses no escritório central da empresa em Osasco (SP), no Setor de Orçamentos e Custos, apoiando a elaboração das propostas. Logo depois, foi para a Barragem dos Flores, um projeto de contenção de enchentes, no Maranhão. “Foi uma experiência bastante rica, que durou quatro anos. Ali percebi que tudo o que eu vi no escritório, no setor de proposta, se materializava dentro do canteiro.” Em três anos, Júnior, como é chamado pelos colegas de longa data, passou de trainee a diretor de contrato. “Passei por todas as áreas: primeiro comercial, depois equipamentos, produção e engenharia”. Para ele, foi o momento de assimilar uma visão abrangente do negócio, além de aprender a se relacionar e dar resultado como liderado ao mesmo tempo em que passava a liderar. “Esse crescimento se deve à minha vontade de trabalhar e aos meus líderes, que dedicaram tempo e presença para me formar. Tive a sorte de trabalhar com Pedro Novis, Renato Baiardi e Getúlio Giacóia. Agora tenho contato com o Marcelo Odebrecht, que complementa minha visão empresarial com seu arrojo.” Em meados de 1988, o jovem Benedicto foi para o Rio de Janeiro, de modo a assumir o setor comercial da Linha I do Metrô de Copacabana. “Saí de uma obra de R$ 100 milhões para uma de R$ 400 milhões, com grande complexidade, em área urbana e de alto risco, que requeria um relacionamento muito próximo com a comunidade.” Destacou-se e rapidamente assumiu novas e maiores responsabilidades. Em dois anos, chegava novamente a diretor de contrato. “Essa obra para mim foi um teste de fogo, na qual aprendi muito e me qualifiquei para desafios ainda maiores”, relata. Com o aprendizado adquirido, foi participar da construção da Usina Hidroelétrica de Xingó, na divisa de Sergipe com Alagoas, assumindo a Gerência de Administração Contratual. Então chegou o momento de partir para o mundo. Em 1993, aos 33 anos, seguiu para a China, onde trabalhou o mercado para a construção da Usina Hidrelétrica Tiangsianqiao, e, um ano depois, assumiu o mercado do Sudeste Asiático, como diretor executivo. “O prestador de serviço precisa ser humilde na sua essência. A experiência no exterior nos ajuda nesse sentido”, ensina. Hoje, como Líder Empresarial da Odebrecht Infraestrutura, ele se lembra disso o tempo todo. Para Benedicto, uma das coisas que atraem o jovem no modelo da Odebrecht é que, com base em um planejamento, a empresa delega, transferindo responsabilidade e autoridade no programa pactuado. “Quando o jovem se adapta, ele fica. Aqui, independentemente do nível hierárquico, as pessoas interagem para buscar o que é o certo. É importante que o integrante perceba que tem espaço para crescer e provoque seu líder para que as oportunidades sejam dadas. Não dá para ficar esperando.”
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Sobre a importância de preparar as novas gerações, Benedicto diz que a formação de pessoas está na essência da empresa e que o papel mais nobre do líder não é o de buscar negócios diferenciados e sim o de transferir o que aprendeu para a geração que vai sucedê-lo. “Nós estamos conduzindo uma Organização que, na geração anterior à nossa, superou desafios que muitos acreditavam ser impossíveis. Então hoje, nós temos a responsabilidade de preparar os jovens que irão nos suceder e conduzir a Organização a um patamar ainda mais elevado e solidificado.”
Convites que mudam uma vida Euzenando Azevedo, Líder Empresarial da Odebrecht Venezuela, lembra-se bem do dia que terminou sendo o mais decisivo para seu ingresso na então Construtora Norberto Odebrecht, há 35 anos. “Quase um ano e meio depois de me formar em Engenharia Civil, em Pernambuco, fui chamado pelo Gerente de Contrato Girleno Gadelha Cordeiro para uma entrevista no escritório da empresa em Recife”, conta. O encontro aconteceu no início da noite e correu bem. Porém, já no fim da conversa, ele foi surpreendido por Girleno: “Gostei da entrevista, mas só vai servir para algo se você for comigo amanhã para uma obra em Maceió. Você pode estar às 5 horas no aeroporto?” Aos 23 anos, de origem humilde e vindo de uma cidade com menos de 5 mil habitantes no interior de Pernambuco, Euzenando não conseguiu esconder o choque. Então veio a provocação de Girleno. “Se você quer assumir desafios na sua vida adulta, esse é o primeiro.” No dia seguinte, uma terça-feira, às 4 horas da manhã, lá estava Euzenando no Aeroporto dos Guararapes. “Evidente que na noite anterior não dormi, ansioso para saber o que ele queria comigo”, relata. Pegaram um avião rumo a Maceió. No caminho, conversaram sobre família e outros assuntos fora do âmbito profissional. Chegando ao destino, encaminharam-se a um terreno onde havia um barracão de madeira. Girleno pediu para o porteiro chamar o encarregado de obra e o encarregado administrativo financeiro. Para o espanto de Euzenando, ele foi apresentado à equipe da seguinte forma: “Este é o novo gerente de obra”. Assim começou a história de Euzenando na Odebrecht, trabalhando com Girleno Gadelha na equipe do DiretorSuperintendente, Murilo Martins. A obra era a construção de um edifício residencial para a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – Previ. A empreitada foi um sucesso e durou um ano e meio. “Já era casado, e minha esposa estava grávida de sete meses do nosso primeiro filho quando a obra estava terminada”, conta. Depois disso veio a construção de uma nova unidade das Lojas Americanas, também em Maceió.
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informa
Carlos Fadigas: líderes com otimismo
Na sequência, após concluir alguns projetos na cidade, Murilo Martins – a quem Euzenando já estava ligado diretamente – convidou-o a assumir um programa em Fortaleza. “Aprendi com Murilo a enxergar o macro, mas sem perder os pontos focais, as pequenas particularidades, que podem fazer a diferença entre o êxito ou o fracasso”, diz. Em 1984, já como Gerente de Contrato e com 32 anos, identificou uma oportunidade para a empresa no Rio Grande do Norte. Com o sinal verde de seu líder, Euzenando ganhou ainda um reforço de peso. “Murilo colocou para me apoiar Laerte Rabello (falecido em 2000), então Responsável por Desenvolvimento de Negócios, que foi um grande professor e a quem eu devo toda a minha capacidade de relacionamento e negociação com cliente”, enfatiza. Juntos conquistaram o contrato do porto e seguiram acreditando no potencial do mercado potiguar. Reconhecido pelo desempenho, Euzenando assumiu também o desenvolvimento de negócios no Piauí e no Ceará. Em 1994, ele aceitou uma missão que mudaria sua vida e que lhe foi confiada pelo então Líder Empresarial Renato Baiardi: negociar, na Venezuela, a dívida de um contrato de construção de um grande centro comercial, o Centro Lago Mall, que havia sido interrompido com a extinção do Banco de Maracaibo. Após a operação, deveria encerrar as atividades da construtora no país. “Foi minha primeira viagem para fora do Brasil. Cheguei em Caracas no dia 23 de abril 1994, estava sozinho, mas tinha na minha bagagem o conhecimento que Laerte e Murilo tinham me passado”, relembra.
Benedicto Júnior: preparação dos jovens
Euzenando não tinha domínio algum da língua espanhola e passou a estudar o idioma e o país até oito horas por dia. Depois de um tempo conhecendo as particularidades locais e já falando espanhol, chegou à conclusão de que a Venezuela era uma terra promissora para a Odebrecht. Ele estava convencido de que a empresa podia não apenas encontrar uma forma de receber o que lhe era devido, mas também finalizar a obra do centro comercial. Demonstrou isso a seu líder Renato Baiardi e, a partir daí, sua missão seria a de ficar no país e desenvolver o mercado. “Recebemos todo o dinheiro devido e, mais adiante, passamos a conquistar contratos no interior do país e em Caracas, obras que contam a nossa história na Venezuela.” As obras no Metrô de Caracas, iniciadas em 1998, são um marco na atuação na Venezuela, pois garantiram a sobrevivência e possibilitaram o crescimento da Organização no país. Euzenando é grato àqueles que lhe apoiaram, indicaram caminhos e inspiraram seu estilo de liderança. “Se tive três grandes professores na minha vida, esses foram Murilo Martins, Laerte Rabello e Renato Martins. Com Baiardi eu tenho um sentimento de gratidão, pois mesmo sem ter tido convívio direto, ele acreditou na minha capacidade.” Em 2011, Euzenando completou 17 anos vivendo em Caracas, onde se considera integrado e feliz. “Consolidamos a atuação e estamos há um bom tempo entre os mercados mais importantes da Organização, atuando como uma empresa local que entende, respeita
Euzenando Azevedo: motivação de iniciante
e incentiva a cultura venezuelana”, sublinha. Ao olhar para trás, o engenheiro pernambucano considera-se realizado. “Em nenhum momento me questionei sobre aquela decisão de entrar no avião com Girleno Gadelha, em 1977, e ir para Maceió. Venho sempre trabalhar com aquela mesma motivação do primeiro dia.”
Três companheiros de geração “A geração da qual faço parte é privilegiada, pois teve a oportunidade de conviver, no cotidiano, com o fundador da Organização e conceituador da TEO, Dr. Norberto”, explica Luiz Villar, integrante do Conselho de Administração da Odebrecht S.A. Junto com ele, fazem parte dessa mesma geração outros dois membros do Conselho: Renato Baiardi e Pedro Novis. Em 1969, ainda cursando a Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, Luiz Villar integrava um grupo de jovens engenheiros recrutados por Norberto Odebrecht e que teve a responsabilidade de absorver a experiência dos mestres de obras, muitos deles formados por Emílio Odebrecht, pai de Norberto, e que estavam chegando à idade de aposentadoria. Logo que começou a trabalhar, Villar percebeu que as atitudes e postura trazidas de casa, como o espírito de servir e a busca do autodesenvolvimento, tornaram natural seu alinhamento com a Organização. “Quando ingressei na empresa, ainda estagiário, encontrei o ambiente perfeito para fortalecer esses dois conceitos e praticar um terceiro, o da parceria. Mais tarde, vim a entender a com-
informa
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Renato Baiardi: patrimônio humano e filosofia
pleta dimensão da parceria, que envolve também uma comunhão sobre valores e comportamentos.” Seu primeiro líder foi Alípio Lima, hoje Conselheiro Consultivo da Organização. Segundo Villar, Alípio sempre foi uma pessoa muito sensível e preocupada em desenvolver as pessoas. Suas conversas eram mais sobre comportamentos e valores que sobre engenharia. Outra qualidade era a de facilitar o contato direto com Norberto Odebrecht, que dava seu apoio em questões mais complexas. “Lembro-me de que, aos 22 anos, eu estava à frente de um empreendimento importante para a Bahia e para a Organização: as obras civis da Usiba. Nessa época, fui chamado para ter uma primeira conversa com Dr. Norberto, após uma visita que fez às obras, sem a presença de Alípio. Não lembro mais o motivo, mas aconteceu de eu discordar dele, e Dr. Norberto não usou nem a autoridade do mais velho, nem do mais experiente, nem do dono da empresa, usou apenas sua paciência de educador. Não me recordo que tese prevaleceu, mas essa postura generosa e de permitir a contestação me marcou muito. Aprendi que criar o ‘clima’ é uma responsabilidade do líder-educador.” O início da vida profissional de outro jovem estudante de engenharia, Renato Baiardi, também foi de fácil adaptação. Baiardi tinha um primo que trabalhava na Odebrecht e, perante a família, o parente era o símbolo do profissional bem-sucedido. “Então minha mãe sempre dizia que eu tinha que trabalhar na mesma empresa. Como meu pai conhecia Dr. Norberto,
40
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Luiz Villar: a completa dimensão da parceria
não foi difícil entrar na Organização, em 1967, ainda como estudante.” Na época, para Baiardi, a empresa já era completamente diferenciada de todas as outras. Segundo ele, enquanto as demais construtoras eram fortes em equipamentos e patrimônio físico, a Odebrecht era forte em patrimônio humano e filosofia. Assim como o amigo Luiz Villar, com quem trabalhou em obras importantes, como o Aeroporto do Galeão e a Usina Nuclear de Angra I, Renato Baiardi teve, desde o início, uma contribuição bastante relevante de Norberto Odebrecht na sua formação. “Tive a felicidade de, nos primeiros 12 anos de carreira, conviver de maneira muito próxima com Norberto Odebrecht, na mesma época em que acontecia a conceituação e sistematização da nossa Tecnologia Empresarial”, relata. Baiardi lembra com carinho um dos seus primeiros encontros com o fundador, quando ouviu: “O importante não é quem está certo e sim o que é certo”. O jovem recém-chegado identificou-se com esse tipo de valor e viu a oportunidade de aprender e se desenvolver profissionalmente na empresa. “Já nessa época, Norberto não fazia distinção de idade para delegar desafios. E foi assim comigo porque recebi desafios que acreditava serem maiores que a minha capacidade, mas, ao mesmo tempo, tive mestres e encarregados experientes que me ajudaram muito”, salienta. Um dos primeiros encarregados, com quem trabalhou e de quem lembra com carinho é o técnico em engenharia mecânica Osmar Macedo, um dos criadores do Trio Elé-
Pedro Novis: confiança, apoio e incentivo
trico e falecido em 1997. “Era um grande profissional de serralheria e pessoa de grande valor. Lembro-me de que depois do expediente fazíamos uma roda para tocar violão e cavaquinho, que era o momento de descontração da turma da obra”, conta, sorridente. Quem também aproveitou ao máximo as oportunidades para absorver conhecimento com líderes históricos é Pedro Novis. Então estudante do 3º ano de Direito, ingressou na Odebrecht como estagiário, em 1968. “São 42 anos de trabalho. Fiz minha carreira e tive todas as oportunidades que você possa imaginar que um profissional de jovem a maduro pode ter”, afirma, com orgulho. Nessa trajetória, ele aponta dois períodos marcantes de sua contribuição: o primeiro, como Líder Empresarial da CBPO; e o segundo, como Diretor-Presidente da Odebrecht S.A., entre 2001 e 2008, quando foi sucedido por Marcelo Odebrecht. Segundo Novis, ainda como um jovem trainee ele encontrou na empresa um ambiente no qual três aspectos se destacavam: “o primeiro é o da confiança. Essa atitude genuína que permeia toda a Organização, de acreditar no potencial e na capacidade de realização das pessoas e delegar; o segundo é a visão desenvolvimentista, de crescer, contribuir e se renovar; o terceiro é um misto de visão de empresário com certa continuidade do que foi minha vida familiar. Eu venho de uma família de empresários e encontrei na Odebrecht a oportunidade de, mesmo não sendo o controlador, me comportar como se o empresário fosse”.
Uma situação que, de acordo com Novis, mostra com perfeição a figura do líder provocando situações de desenvolvimento para o liderado aconteceu com Norberto Odebrecht. No início dos anos 70, na época em que atuava na área imobiliária, Pedro Novis conduzia um projeto que envolvia um plano diretor ambicioso, direcionado para a região do Iguatemi, em Salvador. Para viabilizá-lo, o jovem precisava adquirir um terreno de um milhão de m² ou 100 hectares, que era disputado por outros empresários. Foi então que, com Norberto Odebrecht em férias, Pedro Novis preparou uma oferta irrecusável e convenceu o proprietário a vender o terreno. “Ele aceitou, fechamos o negócio e fui providenciar, no auge dos meus 23 anos, a redação do contrato de compra e venda”, relata. O documento foi assinado, mas, logo depois, os concorrentes conseguiram identificar brechas e falhas, e convenceram o proprietário a rescindir o contrato, devolver o sinal e fechar o negócio com eles. “E assim aconteceu. Restava a mim comunicar ao Dr. Norberto que eu havia comprado, mas tinha perdido o terreno.” A partir daí, continuou com a missão de renegociar a área já em posse da concorrência. Depois de um alguns meses de difíceis negociações, fechou o negócio e conseguiu dar sequência aos planos. “E qual a moral dessa história?”, pergunta o próprio Pedro Novis. “Primeiramente, a delegação que me foi dada e que me levou a um erro. Tive que encontrar formas de superar esse erro e isso custou muito, pois tivemos que pagar um sobrepreço considerável. Mesmo assim, em nenhum momento, Dr. Norberto me questionou de forma depreciativa, me repreendeu ou se mostrou desgostoso pelo fato de a primeira tentativa ter sido frustrada.” Muito pelo contrário, ele diz, as palavras que ouviu foram de apoio e de incentivo. Para Novis, ficou o ensinamento da segurança e incentivo que um líder transmite e o efeito desses gestos no processo de educação de um jovem que está em busca da maturidade profissional. “Essa é uma atitude que nunca vi ninguém aqui dentro ter com tanta coragem e coerência como teve e tem Dr. Norberto, ao longo de sua vida”, diz. Para o colega Luiz Villar, o caso faz parte do Treinamento em Serviço. “Delegar tem essa necessidade. Tanto o líder quanto o liderado precisam ter coragem e entender que podem existir erros. Mesmo assim, temos o pleno entendimento de que se você aproxima a delegação de quem está prestando diretamente o serviço ao cliente, a decisão adotada sempre será a mais correta.” Renato Baiardi reforça a mensagem: “Os desafios estão cada vez mais complexos. O crescimento sustentável só se dará pela formação de novos e competentes empresários que entendam e pratiquem esses e outros ensinamentos da TEO”.
informa
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a compr do
lid
Eles passaram por experiências diversificadas e marcantes nos canteiros de obra, o que contribuiu de forma decisiva para sua formação como líderes
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42 informa
eensão sentido de
erar Bruno (à esquerda) e Gilberto: atuação em diferentes programas e ambientes vem possibilitando a cada um deles oferecer uma contribuição qualificada para o crescimento da BPC
texto Cláudio Lovato Filho fotos Ricardo de Sagebin
M
uito antes de descobrir o significado deste conceito, Bruno André Jimenez Medeiros já era uma pessoa do mundo. Nascido em Bruxelas, em 1973, filho de pai português e mãe espanhola, mudou-se com a família, aos 3 anos de
idade, para Moçambique. Viveu em Maputo por 10 anos e, então, regressou à Bélgica, onde morou mais quatro anos. Depois disso, Portugal. Em Coimbra, em 2001, formou-se engenheiro civil. Naquele ano, ingressou no Programa Jovem Parceiro da Odebrecht – Bento Pedroso Construções (BPC). Mal sabia que sua vida de cidadão do planeta estava a ponto de ser retomada, agora com sua completa compreensão do que isso significava. Pela Odebrecht, depois de atuar em obras em Portugal, Bru-
no foi para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e para Djibuti, na costa leste da África. Experiências decisivas para seu desenvolvimento pessoal e profissional. De volta a Portugal, assumiu, em maio de 2009, a liderança das obras do IC 32 – Subconcessão do Baixo Tejo, projeto viário na região metropolitana de Lisboa.
informa
43
De Jovem Parceiro a Diretor de Obra, Bruno vem tendo, na Organização, uma trajetória capaz de inspirar os jovens que buscam aproveitar, da melhor forma possível, suas oportunidades de crescimento. Em setembro de 2001, Bruno estava com um posto de trabalho garantido em uma empresa espanhola. Ele já havia passado pelas entrevistas para ingresso no Programa Jovem Parceiro da Odebrecht, mas o chamado não vinha, e os espanhóis tinham pressa. Até que, quando se preparava para dar uma resposta positiva a eles, o telefone tocou. Era Ênio Silva, da Odebrecht, convidando-lhe para se integrar à equipe que participava da construção da Rodovia A-2, ligação entre Lisboa e o Algarve. “Era uma obra com logística complexa. Havia muitos desafios, e desafios são oportunidades”, diz Bruno. Ele era responsável por fundações e pilares. Morou dois anos no
lhista e praticar a boa comunicação.” Outras obras vieram, como a Ferrovia Tunes-Faro e as concessões rodoviárias do norte (Aenor). Experiências que ajudaram a formar um líder. Em 2004, Bruno participou do
foto:
com meus líderes, aprendi o quanto é importante ser deta-
Gisela Scheinpflug
Alentejo, em um povoado chamado Almodovar. “Nessa obra, Marcos: “Não podemos ter medo de errar, pois a empresa precisa de pessoas de caráter e coragem”
Programa de Desenvolvimento de Empresários (PDE). Foi seu primeiro contato com a Odebrecht fora de Portugal. Em
Foram pessoas que me mostraram que, para ser líder de
Salvador, interagiu diretamente com o fundador Norberto
verdade, é preciso estar disponível e se dedicar à tarefa de
Odebrecht e outros líderes históricos da Organização.
ajudar as pessoas a se desenvolverem.”
A oportunidade de atuar no exterior veio em 2006, em Emirados Árabes Unidos, transferiu-se para Djibuti. Ali, de
“Somos responsáveis pelos que trabalham conosco”
início, foi o responsável pela cravação de estacas nas obras
Um dos líderes de Bruno foi Gilberto Vidal Ramos da
Dubai, em uma obra rodoviária. Depois de um ano nos
do Terminal de Contêineres de Doraleh, no Porto de Djibuti.
Costa. Eles trabalharam juntos nas obras da Aenor. Da mes-
Pouco tempo depois, tornou-se Responsável pela Produção
ma forma que Bruno, Gilberto formou-se engenheiro civil
de toda a obra do cais. Em Djibuti, Bruno teve sua primeira
em Coimbra, onde nasceu, e ingressou na Odebrecht logo
experiência em uma área diferente da de Produção: passou
após a conclusão da faculdade, em 1990. Gilberto é hoje o
a integrar e depois a liderar o Programa Comercial. “Foi
Diretor de Contrato que lidera a construção da Hidrelétrica
uma nova experiência profissional, uma boa mudança, para
do Baixo Sabor, no interior do norte de Portugal.
a qual eu havia criado as condições”, relata.
versitário, Giberto teve seu primeiro contato com a filosofia
Bruno é grato aos aprendizados que colheu e às oportunida-
da Odebrecht. Lembra-se de que ficou fascinado. “Eu havia
des que recebeu nesses 10 anos de trajetória na Odebrecht.
tido contato anterior com o mercado, mas a Odebrecht era
Para ele, nada é mais importante do que formar pessoas.
diferente. A forma de gestão descentralizada, a delegação
“Esse é o nosso desafio maior”, salienta. Sua equipe direta,
planejada, o foco no cliente, enfim, a cultura empresarial,
composta de seis gerentes, é jovem. O mais novo deles tem
nada disso tinha a ver como o que eu já conhecia.” Gilberto chegou a Viana do Castelo, no norte de Portugal,
30 anos.
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Quando ainda estava na fase de conclusão do curso uni-
Hoje, depois de dois anos à frente da obra do Baixo Tejo,
“A convivência com líderes de personalidades diferentes
como trainee e integrante do Programa de Engenharia nas
foi importante para a minha formação como líder e como
obras de construção dos acessos à nova ponte sobre o Rio
educador”, afirma Bruno. “Eles me deram exemplos fortes.
Lima. Foram cerca de nove meses de uma experiência que
informa
marcou para sempre o jovem engenheiro. Depois disso, com
Um fato no início da trajetória de Marcos na Odebrecht
a conquista de grandes obras no Porto, mudou-se para lá, de
pode ajudar a explicar por que ele está hoje em condições
modo a assumir novos desafios. No início de 1995, tornou-se
de superar os desafios que enfrenta em Moçambique. Em
responsável pelas várias obras rodoviárias e ferroviárias na
1999, aos 24 anos, ele assumiu como engenheiro de produ-
região do Porto, com destaque para a construção do Anel
ção no projeto de Canalização do Rio Cabuçu de Cima, em
Viário da cidade. “A construção de uma autoestrada dentro de
Guarulhos (SP), uma obra realizada no meio de favelas por
uma cidade é sempre uma obra de grande complexidade”, diz
onde passaria o canal. “Eu estava em um momento em que
Gilberto. Naquele mesmo ano, foi convidado a participar das
o que mais importava era obter conhecimento. Eu tinha um
comemorações dos 50 anos da Organização Odebrecht, em
líder comprometido com a minha formação e dois mestres
Salvador. “Foi um momento marcante”, ele relembra.
de obra que tinham mais tempo de empresa que eu de ida-
O período foi de muitos aprendizados para Gilberto. “O
de. Eu disse a eles, em conversas particulares: ‘Mestre, não
contato direto com o cliente me fez entender melhor a re-
tenho experiência neste tipo de obra, mas estou aqui para
lação acionista-cliente. Foi uma oportunidade que tive de
apoiá-lo’. Depois disso, uma relação de confiança se con-
mostrar aos nossos contratantes como a Odebrecht era di-
solidou, a ponto de, cinco anos depois, eu levar um deles
ferente e que iria apoiá-los e satisfazê-los em todas as suas
comigo para Angola.”
necessidades. Isso agregou muito à minha formação.”
Marcos chegou a Angola em junho de 2003, para assumir
Em 1998, já como Diretor de Contrato, Gilberto passou
a Gerência de Produção nas obras do Condomínio Atlânti-
a participar da fase embrionária da atuação da Odebrecht
co Sul, em Luanda. “Encarar o desafio de ir para Angola foi
em concessões rodoviárias em Portugal. Era uma época em
a melhor decisão que eu poderia ter tomado no meu início
que os governos começaram a investir fortemente em con-
de carreira”, ele afirma. “Quando cheguei, o país vivia a fase
cessões como forma de viabilizar economicamente grandes
final dos conflitos armados e estava com sede de cresci-
projetos. A participação de Gilberto nesse campo possibili-
mento. A experiência em Angola me fez perceber como as
tou-lhe ampliar a visão profissional e aprimorar-se como
pessoas da Organização, com base em sua filosofia, se
empresário. De forma semelhante ao que ocorreu com as
adaptam a novos ambientes e situações, e fazem acontecer.”
concessões, Gilberto também esteve presente nos primeiros
Em 2005, Marcos participou do PDE, segundo ele “uma
movimentos relacionados ao projeto do trem-bala Lisboa-
experiência única, com uma energia excepcional por causa
Madri. É uma atuação empresarial bastante diversificada,
de toda a troca de experiências entre pessoas de diferentes
ele admite – e comemora. “Precisamos mudar, as mudan-
gerações”. Munido da experiência inicial em Guarulhos, dos
ças são estimulantes”, enfatiza. “Temos de buscar sempre
anos passados em Angola e do reforço do PDE, Marcos fez
novos desafios e, sobretudo, jamais estar satisfeitos com os
as malas e rumou para Moçambique. “É um orgulho fazer
resultados que alcançamos.”
parte de um projeto pioneiro e sentir o quanto ele é impor-
A missão de formar pessoas é o que mais motiva Gil-
tante para o progresso do país, ao gerar um impacto signi-
berto. “É preciso conhecer as pessoas, conversar com elas,
ficativo para uma região antes sem grandes investimentos.”
dentro e fora do canteiro”, salienta. “Somos responsáveis pelas pessoas que trabalham conosco.”
“Mestre, eu não tenho experiência”
Convidado a deixar uma mensagem aos jovens que estão ingressando agora na Organização, diz: “Pode parecer óbvio, mas pratiquem a TEO. Entendam que a Organização parte do princípio da confiança no ser humano e, por isso, delega,
De Portugal a Moçambique, para uma outra história de
dando-nos liberdade para sempre irmos em busca do que é
crescimento. Marcos Martins de Camargo, nascido em Ara-
certo. Não podemos ter medo de errar, pois a empresa pre-
çatuba (SP), formou-se em Engenharia Civil pela Fundação
cisa de pessoas de caráter e coragem”. Gilberto Costa re-
Armando Álvares Penteado (FAAP) em 1997, aos 23 anos.
força: “Conheçam a Organização, identifiquem-se com seus
Naquele mesmo ano, ingressou na Odebrecht como Jovem
valores e dediquem-se a estar sempre insatisfeitos com os
Parceiro. Desde 2009, ele é Gerente de Construção do Pro-
resultados alcançados”. Bruno Medeiros finaliza: “Estejam
jeto Carvão Moatize, no interior de Moçambique. “Desde o
sempre prontos para mudar (e se mudar, acrescenta, de
início desta obra, sabíamos que não seria fácil, pois, além de
maneira bem-humorada). Obtenham conhecimento, sobre-
estarmos entrando em um novo país, trabalhamos em uma
tudo com a vivência cotidiana do trabalho e da vida e com o
região remota, a 1.500 km da capital, Maputo.”
contato com as pessoas”.
informa
45
PERFIL PERFIL:Johann Gustavo Bremmer Silveira
O dever (e o prazer) de se adaptar
No exterior, ele ampliou seus horizontes. Hoje, em Nova Orleans, participa da realização de um sonho da comunidade
texto Cláudio Lovato Filho foto Lia Lubambo
G
ustavo Silveira era engenhei-
lhe ampliou os horizontes sobre a Or-
reerguimento da cidade onde o jazz
ro civil recém-formado pela
ganização, o trabalho e a vida. Pouco
nasceu. De início, Gustavo, sob a li-
Universidade Católica de
tempo depois, novamente a convite
derança de Dimas Salvia, participou
Salvador quando recebeu do Diretor
de Paulo Suffredini, Gustavo lançou-
da construção de dois levees (diques)
de Contrato Paulo Suffredini o con-
se a um novo e marcante desafio:
que fazem parte do sistema de prote-
vite para conhecer as obras da Bar-
foi para o Iraque e o Kuait atender o
ção de Nova Orleans. Na sequência,
ragem de Seven Oaks, na Califórnia,
Army Corps of Engineers, o mesmo
a Odebrecht conquistou mais duas
em 1998. E o que seria apenas um
cliente de sua estreia profissional na
obras na cidade, também relaciona-
programa de trainee com duração de
Califórnia. “Apesar de ter sido uma
das ao sistema de proteção contra
três meses tornou-se uma trajetória
fase bastante conturbada para a re-
enchentes e furacões. Ambas estão
de 13 anos nos Estados Unidos.
gião, sou profundamente grato por
em andamento e, em uma delas,
ter vivido a experiência de trabalhar
Gustavo trabalha como Project Ma-
no Oriente Médio”, diz Gustavo.
nager (Gerente de Projeto), na equipe
Depois do trabalho no condado californiano de San Bernardino, Gustavo transferiu-se para Miami, para inte-
Um furacão o levaria de volta
do Diretor de Contrato Rudy Armenta.
grar a equipe da Odebrecht na cons-
aos Estados Unidos. Em uma Nova
“Devo muito aos desafios que te-
trução do Performing Arts Center.
Orleans devastada pela passagem do
nho vivido no exterior”, diz Gustavo,
Em 2006, ele participou da Programa
Katrina, Gustavo juntou-se à equipe
filho de pai mineiro e mãe baiana,
de Desenvolvimento de Empresários
da Odebrecht que contribuiu (e con-
nascido há 36 anos no Rio de Janeiro
(PDE), uma experiência poderosa que
tinua a contribuir) para o completo
e criado em Salvador. “A exposição a novos mercados e diferentes culturas fez com que meus horizontes se
“Lidar com pessoas de diferentes nacionalidades, em distintas realidades contratuais, me tornou mais adaptável e preparado”
abrissem. Lidar com pessoas de diferentes nacionalidades, em distintas realidades contratuais, tornou-me mais adaptável e preparado.” Nova Orleans tem proporcionado a Gustavo experiências pessoais e profissionais valiosas. Ali ele teve a oportunidade de trabalhar com o experiente mestre de obras Frank Doddi, um dos primeiros integrantes da Odebrecht nos Estados Unidos. “Ele
4646
informa
se tornou um mentor e um amigo”,
ning Village, a ser construído em
empresa, confesso que fico muito
diz Gustavo.
um parque no centro de Nova Or-
gratificado em termos pessoais.”
A atuação na cidade também
leans. Gustavo faz parte do comitê
Ele completa: “Estamos ajudando o
tem lhe permitido contribuir para
que gere o projeto. Ele é respon-
Estado da Louisiana e o Childrens’
a integração da empresa à comu-
sável pela participação da Odebre-
Museum a realizar um sonho”.
nidade. Nesse sentido, um dos
cht, que fornece suporte técnico de
Uma contribuição que resulta, so-
destaques é o relacionamento com
design e construção, levantamento
bretudo, em conquista de confiança
o Louisiana Chidrens’ Museum,
topográfco e estudo geotécnico.
e integração à realidade local – ob-
instituição pública que desenvolve
“Vejo isso como um exemplo do tipo
jetivos que fazem parte da filosofia
um projeto para a criação de um
de comprometimento social que te-
da Organização Odebrecht e que
centro de apoio e ensino familiar,
mos com a comunidade ao nosso
Gustavo aprendeu, ainda bastante
uma iniciativa de inclusão social e
redor. Fora os resultados tangíveis
jovem, a ter como prioridades per-
educacional chamada Early Lear-
e intangíveis para a sociedade e a
manentes em seu trabalho.
informa informa
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48
garra em campo
48
informa
Coordenar equipes e transmitir a elas a ideia de que crescer depende de assumir desafios maiores: é o que fazem Johnny e Franyine em Puerto La Cruz e Caracas texto Ana Cecília Americano fotos Andrés Manner
Johnny: satisfação em prestigiar, desafiar e acompanhar os liderados
informa
49
E
nquanto no sul da Venezuela Johnny Alberto Gamboa, 50 anos, é o Responsável pela Sala Técnica de Engenharia nas obras da Hidrelétrica Manuel Pilar (Tocoma), em um dos afluentes do Rio Orinoco, no norte do
país, em Caracas, Franyine Alcala, 31 anos, lidera a Sala Técnica de Engenharia na construção do Metrô a Cabo de Mariche e do Trem Aéreo Bolivariano. Pela diferença de idade, poderia-se supor que am-
“O que tenho a oferecer é a minha energia e a minha capacidade de ação”
bos tivessem estilos diferentes de gestão. Mas os dois,
Franyine
apesar de serem de gerações distintas, comungam de uma mesma filosofia de trabalho e de vida: a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO). São ávidos por novos desafios e participam de uma corrente de transmissão de conhecimento que forma novos líderes.
Educador nato “Gamboa”, diz seu líder direto, o engenheiro Mauro Leite Martins, “é um líder-educador nato”. Engenheiro mecânico formado pela Universidade de Oriente, de Puerto de La Cruz, Gamboa traz na bagagem a experiência de quem já trabalhou no lançamento de tubulações para transporte de petróleo para a PDVSA, estatal de petróleo venezuelana, na construção de uma fábrica de cimento e nos projetos de duas pontes sobre o Rio Orinoco.
50
Mauro Martins resume: “Gamboa treina e prepara as
equipe que detalha as especificações de dutos, arma-
pessoas com muita paciência e faz questão de repassar
ções, formas, pré-moldados, parte elétrica, carpintaria
a cultura da empresa à sua equipe”. Também sabe ser
e outros serviços que norteiam os colegas no campo de
firme na cobrança de resultados. Mas é no nível do rela-
trabalho.
cionamento pessoal com Gamboa que Martins reserva o
A hidrelétrica, também conhecida como Tocoma, é
maior elogio: “Ele é o meu irmão venezuelano”. A parce-
um investimento de US$ 2 bilhões e deverá converter a
ria dos dois teve início nos projetos da segunda e terceira
força do Rio Caroní em 2.160 MW. A obra é realizada por
pontes sobre o Orinoco e agora segue em Tocoma.
um consórcio de três empresas – Odebrecht, Impregilo
Os dois engenheiros alimentam uma admiração mú-
(Itália) e Vincler (Venezuela). Johnny Gamboa é um dos
tua. O venezuelano, que eventualmente substitui Martins
profissionais da Odebrecht que faz a interface com in-
na Engenharia da hidrelétrica, faz questão de se referir
tegrantes das outras duas empresas, administrando as
ao líder com afeto. “Aprendi com ele técnicas de enge-
diferenças culturais.
nharia e condução dos negócios. Mas, o mais importan-
Com a equipe, algumas rotinas tornam os resultados
te, é que ele me mostrou como enfrentar situações de
mais eficientes. “Tenho reuniões diárias com meu líder
vida”, conta, referindo-se, sobretudo, ao relacionamento
e meus liderados”, diz. E semanais com o seu Diretor de
com colegas, liderados e líderes. “Sigo seu exemplo”,
Contrato, José Carlos Prober. Um calculista avaliado por
assegura Gamboa, com orgulho.
Mauro Martins como excepcional, Gamboa dedica 40%
À frente de uma equipe de 33 pessoas, Gamboa tem
do seu tempo a coordenar sua equipe. “Tenho líderes
a responsabilidade de manter o ritmo da obra. Ele e sua
intermediários que também coordenam suas equipes”,
equipe elaboraram os planos e desenhos para a execu-
diz. Ele admira as novidades no processo de formação
ção da obra, na qual o trabalho é realizado sem inter-
de seus jovens liderados, que dominam ferramentas
rupções, 24 horas por dia, sete dias por semana. É sua
sofisticadas de computação. “Quando me formei, tinha
informa
de fazer todos os cálculos à mão. Hoje, um cálculo que
dade da Sala Técnica. Hoje acho que ele me enganou”,
demorava três dias é feito em três horas”, exemplifica.
afirma, rindo. Para ela, o que mais pesa na sua função
Em seu entendimento, todos os integrantes de sua
não é o trabalho em si, mas a noção da responsabili-
equipe devem saber fazer um pouco de tudo: calcular,
dade que o envolve. Por exemplo, o projeto de Mariche
especificar, identificar materiais, desenhar. Para ele,
– que normalmente levaria dois anos e meio para ser
uma das prioridades cotidianas é ouvir e identificar as
concluído – deverá ser entregue em menos da metade
necessidades e expectativas da equipe. “Procuro ver o
desse tempo.
potencial de cada integrante, ampliar suas habilidades,
Segundo Antonio Luiz Souza, Responsável por Enge-
mas reafirmar seu conhecimento específico”, diz Gam-
nharia nas obras do Metrô a Cabo, Franyine, à frente de
boa. Ele destaca a importância de prestigiar o liderado
um time de 15 pessoas, tem um perfil estruturado tanto
dando a ele oportunidades crescentes de realizar – sem-
por sua boa formação acadêmica quanto pelo aprendiza-
pre com acompanhamento.
do adquirido nos projetos das pontes sobre o Rio Orinoco. “Ela começou como estagiária e logo se destacou”,
Complexidade “desmistificada”
conta. Souza salienta, entre as qualidades da jovem en-
Foi o que ocorreu com Franyine Alcala. Ela fazia parte
genheira, a organização, a motivação e a humildade.
da equipe de Gamboa na construção da Terceira Ponte
“O que realmente tenho a oferecer é a minha energia
sobre o Rio Orinoco. “Com ele, aprendi a me organizar,
e a capacidade de ação”, diz ela. “Sou a primeira que
pois me delegou muita responsabilidade”, lembra-se a
chega, a última que sai”, garante, de bom humor. Franyi-
jovem, elogiando a paciência do antigo líder.
ne procura conhecer o que falta para cada um de seus
Franyine, hoje com oito anos de Odebrecht, diverte-
liderados e descobrir soluções para suas carências. E
se ao dizer que o que Gamboa executava lhe parecia
ressalta sempre aos seus liderados a importância social
fácil. “Ao me preparar, ele desmistificava a complexi-
das obras para os venezuelanos.
informa
51
a arte
ouvir e buscar o certo
A
jovem Luisa Carrión Rojas tinha aca-
nha formação com o trabalho diário e por meio do contato
bado de se graduar em Engenharia
com integrantes mais experientes. Também procuro me
Ambiental, em agosto de 2003, quando
aperfeiçoar com cursos de especialização, com o apoio da
ingressou no projeto da Rodovia Tingo
empresa. Já cursei um MBA de Gestão Ambiental na Uni-
María-Aguaytia, executada pela Odebre-
versidade de São Paulo e atualmente faço Especialização
cht Peru na região de Ucayali. “Eu era uma das poucas
em Segurança, também na USP”, relata.
mulheres do canteiro”, lembra. Apesar de estar longe da
Em agosto de 2009, Edson Lemos, então Responsável
família e, pela primeira vez, atuando em uma obra, Luisa
Administrativo e Financeiro da Odebrecht Peru, convidou-
adaptou-se rapidamente.
a para liderar a equipe de Saúde, Segurança do Trabalho e
“Conheci a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO)
Meio Ambiente (SSTMA). Um novo desafio assumido com
e percebi que seus principais valores eram os mesmos
o entusiasmo natural de Luisa. “A empresa nos dá muitas
que eu tinha na minha casa: confiança e respeito”, conta.
oportunidades. Não temos limites para crescer.”
A peruana de sorriso fácil recorda-se, com carinho, dos
Hoje, ela lidera uma equipe de quatro pessoas e
primeiros líderes: o chileno Lyonel Laulié e o brasileiro
coordena o trabalho de nove gerentes de SSTMA nos
Daniel Vilar: “Eles me ensinaram que a TEO é uma filo-
contratos. “Estabelecemos um caminho único com
sofia de vida”.
comunicação, respeito e confiança. Assim como a
Luisa passou por muitos projetos no país – pelas IIRSAs Sul e Norte (rodovias) e pelos portos de Callao e Bayovar. “Quando entrei na empresa, complementei mi-
TEO, consideramos a segurança, a saúde e o meio ambiente nossos valores”, explica.
Adaptação rápida A cultura organizacional também foi um dos fatores para a rápida adaptação do baiano Nelson Bulhões, quando ele trocou Salvador por Lima. Desde 1995, Nelson mantinha contato com a Odebrecht atuando em empresas parceiras: “Sempre admirei a cultura da Organização”. Em 2006, ele recebeu um convite para liderar a
52
equipe de Finanças no Peru. “Encontrei um ambiente de confiança, disciplina, respeito e ética, no qual o espírito de servir está sempre presente.”
No início deste ano, Nelson tornou-se Responsável Administrativo e Financeiro da Odebrecht no Peru, substituindo seu líder Edson Lemos, que passou a liderar o Pro-
grama de Pessoas e Organização da Odebrecht América Latina e Angola. Nelson preparou-se para os novos desa-
Luisa: confiança e respeito
fios com cursos de capacitação e por meio da delegação planejada do líder. “Edson me ensinou a ouvir e a buscar
sempre o certo, a influenciar e ser influenciado”, salienta.
52
informa
2
de
Luísa e Nelson procuram transmitir a suas equipes os conhecimentos e sentimentos que lhes foram passados por seus líderes
texto Fabiana Cabral fotos Geraldo Pestalozzi
Luisa e Nelson são exemplos de integrantes da Odebrecht Peru que se aperfeiçoam por meio da Educação pelo Trabalho – contato com líderes e aprendizado diário e da Educação para o Trabalho – cursos de especialização voltados às suas áreas. “O desenvolvimento de pessoas depende também do crescimento da empresa. Quando juntamos o nosso conceito de formar integrantes com o crescimento organizacional, o processo fica mais dinâmico”, pontua Jorge Barata, Diretor-Superintendente da Odebrecht no país. Segundo ele, a superação de desafios e as oportunidades, acompanhadas da prática da TEO, são os principais elementos motivadores para o desenvolvimento profissional.
Nelson: fortalecimento da prática da TEO
A cultura fortemente presente No Peru, a disseminação e a prática da TEO são es-
trodução à Cultura e dos que realizaram o programa há
timuladas em todos os contratos desde o início da atu-
alguns anos. “Reunimos os profissionais para novos cur-
ação da Odebrecht no país, em 1979, ano de estreia da
sos sobre a TEO”, informa.
Organização fora do Brasil. “Nossa cultura é o elo entre
Cursos de desenvolvimento voltados às áreas de Fi-
profissionais de diferentes nacionalidades e tradições”,
nanças, Custos e Pessoas e Organização, e programas
comenta Barata.
de Desenvolvimento de Carreira e de Formação de Novos
Com o aumento do número de projetos e, consequen-
Encarregados também são oportunidades de aprimora-
temente, de integrantes, a partir de 2004, os programas
mento oferecidas aos integrantes. “Contamos com par-
de cultura foram intensificados. “Tínhamos 90% de pro-
cerias de universidades e de outras instituições de ensino
fissionais novos. Precisávamos fazer com que os 10%
técnico. Baseados na Visão 2020, o nosso objetivo é cres-
com mais tempo de empresa os influenciassem em rela-
cer como empresa e estimular o crescimento dos profis-
ção à nossa cultura”, conta Barata.
sionais”, complementa Liliana.
Cursos para a difusão da cultura foram criados, como
Na liderança de suas equipes, Luisa e Nelson preocu-
o Programa Ativadores da TEO e o de Introdução à Cul-
pam-se em manter com os liderados a mesma relação
tura para os novos integrantes. O tema foi incluído, ain-
que tiveram e ainda têm com seus líderes. Luisa acredita
da, em outros treinamentos, como no Programa Líderes
que para a equipe gerar bons resultados é preciso que
Capatazes – destinado aos encarregados das obras – e
o líder acompanhe de perto o desenvolvimento de cada
no Programa de Desenvolvimento em Contratos (PDEC) -
integrante. “Sempre os incentivo a participarem de pro-
voltado aos Responsáveis por Programa.
gramas de capacitação e especialização”, exemplifica.
Liliana Vértiz, Responsável por Pessoas e Organização
Nelson completa: “Procuramos fortalecer a prática da
no Peru, afirma que, anualmente, sua equipe realiza o
TEO em nosso relacionamento, influenciando e sendo in-
levantamento de integrantes que não passaram pelo In-
fluenciados, na busca da superação de desafios”.
informa
53
aprendiza
54 U
que começaram
texto João Marcondes fotos Lívia Aquino
m adolescente de 15 anos faz uma viagem
legação com responsabilidade e respeito. Mas, sobretudo,
de férias para fora do Brasil. Ele visita seu
ele transmitia a ideia de que é preciso ter mérito para con-
pai, que reside na Cidade do México. Da
quistar alguma coisa”, recorda-se Guilherme, que, hoje
capital, viajam duas horas de avião até Los
com 36 anos, é Diretor Operacional da Foz do Brasil no
Moches. Depois pegam um carro e en-
Projeto Aquapolo, em São Paulo.
frentam três horas de estrada rumo a uma região de al-
Parceria entre a Foz do Brasil e a Sabesp, o Aquapolo
titude e semiárida. Uma pequena vila aproxima-se. Tudo
destaca-se pela inovação. Utiliza água tratada dos esgo-
modesto: um supermercado, barzinhos e casinhas. Os
tos do ABC paulista para reúso industrial. De modo a lide-
dois atravessam os tapumes, e um novo mundo revela-
rar um projeto como esse, Guilherme passou por várias
se: tudo é superlativo naquela obra. O maquinário, o nú-
etapas dentro da empresa e teve vários líderes, a começar
mero de trabalhadores, as escavações.
pelo pai, em casa.
Guilherme Paschoal não sabia que ali já estava dando
Seu primeiro líder na empresa marcou-o pela
os primeiros passos de imersão na cultura Odebrecht e
experiência de vida e pelas realizações. Guilherme,
na própria Organização, a qual estimula a integração das
que ingressara na Organização em 1998, conheceu-o
famílias com o ambiente de trabalho. O pai, o engenheiro
quando tinha 23 anos e morava no interior da Bahia,
Carlos Armando Guedes Paschoal, integrante da Organi-
próximo a Eunápolis, onde participava da construção
zação desde 1988, levara-o para conhecer a obra da Bar-
da Hidrelétrica de Itapebi. Durante a implantação do
ragem de Los Huites, no Rio Fuerte, Estado de Sinaloa,
canteiro principal, Guilherme morou em um posto de
até hoje lembrada pelos recordes em lançamento de con-
gasolina, que servia como restaurante e dormitório,
creto. Em Los Huites, chegaram a ser lançados 248 mil
junto com outros jovens profissionais. “Aprendi muito
m de concreto em um único mês.
nesse tempo. Especialmente a esquecer o passado,
3
“Meu pai já praticava a TEO (Tecnologia Empresarial Odebrecht) em casa. Passava valores como confiança, de-
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Guilherme, Sérgio, Ticiana e Pedro iniciaram cedo seu contato com os princípios da TEO
informa
viver o presente, aprendendo o máximo possível, e pensar no futuro”, ele conta.
dos em casa
Pedro: desenvolvimento da liderança
O líder foi Clóvis Danúbio, um técnico especiali-
Ainda na infância, passou a entender a necessidade de
zado de longa trajetória na Organização. Gaúcho, de
respeitar o meio ambiente e o ser humano. Seu pai é bió-
formação militar, transmitiu a Guilherme suas pas-
logo, e a mãe, psicóloga.
sagens na universidade da vida, como os seis meses que passou na selva colombiana.
Paulistano do bairro da Aclimação, Trentini vive desde 2002 em Salvador, como Diretor Operacional da Cetrel Lu-
“Ele foi um líder natural, apesar de eu ser o engenhei-
mina, empresa ligada à Foz do Brasil. Simpático, de estilo
ro e ele o técnico”, diz Guilherme. “Trabalhávamos com
conciliador e muito bom ouvinte, Sérgio demonstra que a
explosões subterrâneas, túneis, e ele tinha grande habi-
liderança, em seu caso, surge como algo muito natural.
lidade em logística e administração, sabia o que era uma obra e eu ainda não.”
Ele está à frente de um time de 130 pessoas, com enormes desafios ambientais, como tratamento de
Guilherme levou de Clóvis ensinamentos para
resíduos da Petrobras e fiscalização da qualidade do
toda a vida dentro da Organização. Os aprendizados
solo. “A liderança tem de ser uma ascendência natu-
e as experiências compartilhadas em Itapebi acom-
ral, nunca imposta”, opina. “É preciso saber ouvir as
panharam-no na vida pessoal (na contínua formação
pessoas e admitir erros.”
de seus valores) e na vida profissional (que incluí-
O espírito para o desafio e para o empresariamen-
ram quatro anos no exterior durante seus 13 anos
to são características de Trentini. Como estudante
na Odebrecht). “A vida em movimento, com desafios
universitário ou já como geólogo, sua diversão era
constantes, foi algo que sempre desejei.”
escalar montanhas ou explorar cavernas. “Tem que
Saber ouvir e admitir erros Assim como Guilherme, Sérgio Trentini, 39 anos, tam-
ter pedra no meio”, brinca. Formar uma relação simbiótica, orgânica com o meio ambiente, não foi difícil. “Preciso estar perto da natureza, sempre.”
bém teve desde cedo, em casa, uma importante fator de
Para dirigir a Cetrel Lumina, sua escola foi a própria
incentivo para o encaminhamento da vida profissional.
Odebrecht. Na experiência de um ano em Mossoró, no
informa
55
Pedro é Diretor de Controladoria da Foz do Brasil. Tem 19 anos de Organização, nove dos quais passados em Angola. Ele entrou na Odebrecht em 1992, também por influência caseira. O pai, chamado Pedro como ele, há muitos anos trabalhava na empresa. A família Sá, aliás, é tradicional nas frentes de atuação da Odebrecht. Pedro tem tio, primos e um irmão como colegas de Odebrecht. Em 1997, aos 25 anos, o administrador Pedro foi lançado no maior desafio de sua vida: mudar-se para Angola e atuar no projeto de infraestrutura do bairro Luanda Sul, a primeira PPP (parceria público-privada) em Angola, liderada pela Odebrecht, que tinha como sócia a empresa Prado Valladares. “Fiquei com certo receio diante dessa proposta de mudança”, admite. Sentindo-se apoiado, Pedro encheu-se de brio e partiu para a nova missão. “Tudo o que é novo é bom”, teoriza. Acolhido na família Odebrecht em Angola,
“Aprendi o espírito de servir, de olhar para o outro” Ticiana
sentiu-se bem, motivado e desenvolveu sua liderança. Pedro Sá ficou três anos no projeto. Voltou ao Brasil e, em seguida, já casado, foi morar no Peru. Mais uma experiência de expatriação e absorção de uma nova cultura. Angola, entretanto, voltaria à sua vida. Em novembro
Rio Grande do Norte (em um projeto de tratamento de
de 2004, retornou ao país, dessa vez como diretor, para
resíduos para a Petrobras), Guilherme contou com a lide-
morar no bairro que ajudara a construir.
rança e ensinamentos de Maurício Prado, um líder marcante em sua trajetória. “É um cliente (Petrobras) muito rigoroso, em um contrato complexo e cheio de minúcias. Você tem de saber negociar, ser flexível, lidar com pessoas. E meu líder foi essencial nesse processo”, diz. Da mesma forma que Guilherme, Sérgio Trentini participou do PDE (Programa de Desenvolvimento de Empresários), em que mergulhou na cultura da Odebrecht e tomou consciência do porte da Organização. “Estabelecemos relações com gente que trabalha em todas as partes do mundo. Dos Estados Unidos a Angola, de Djibuti ao Peru. Sem contar o contato com os líderes históricos da Organização”, destaca.
A abertura para o novo Você sente falta de ir ao cinema. Abre o jornal, procura uma sessão. Mas há algo errado. Não há nenhum filme em cartaz. Pior, não há cinema onde você mora. O que fazer? Para muitos, a solução poderia ser simplesmente ligar a televisão. No caso do soteropolitano Pedro Sá, essa solução não o atendia plenamente.
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informa
Seus dois filhos, Julia e Pedro, passaram os primeiros anos de vida em Luanda. “O país estava muito melhor, já desenvolvido, com várias opções. Para as crianças foi muito bom já no início da vida sentir a realidade da África.” Ainda faltava o cinema, e Pedro viu a construção de um shopping (O Belas Shopping, o primeiro de Angola) com salas de exibição, fruto do seu trabalho e do de seus companheiros brasileiros e angolanos.
Servir em vez de ser servido Tal pai tal filho? No caso de Ticiana Marianetti, 40 anos, é tal pai, tal filha. Desde criança, a menina interessava-se por números e pelo trabalho do pai, o engenheiro civil Piero Marianetti, integrante da Odebrecht “da época do Dr. Norberto”. Ticiana não titubeou e partiu para a faculdade de Engenharia Civil, tal qual o pai. Neta de italianos da Lombardia e da Toscana, ela tinha sede de entrar na grande família Odebrecht. E não demorou muito. Em 1993, já era estagiária. Em seus primeiros anos na Organização, ainda na sua Bahia natal, trabalhou em projetos sociais
“A vida com desafios constantes foi algo que sempre desejei” Guilherme
apoiando as obras de Irmã Dulce, da Fundação José Silveira e no Mosteiro de São Bento, sob a supervisão do fundador Norberto Odebrecht. “Ali aprendi o espí-
rito de servir, de olhar para o outro”, salienta Ticiana. Em 1998, ela partiu para fazer uma especialização (MBA) na Universidade Berkeley, na Califórnia, nos Esta-
foto: márcio lima
dos Unidos. Especializou-se em Project Finance (projetos voltados para o equacionamento financeiro de empreendimentos como concessões e parcerias público-privadas). Queria trazer sua capacitação para a Odebrecht. Depois de algumas experiências profissionais nos Estados Unidos e na Europa, Ticiana finalmente retornou à casa em 2006, pela Bento Pedroso Construções (BPC), em Portugal. Em 2008, começou a participar dos trabalhos para a criação do que viria a ser a Foz do Brasil. Era a chance de trabalhar em uma área de grande visibilidade (meio ambiente) e de aplicar o objeto de seus estudos na Califórnia. Motivação de sobra. Hoje, como Diretora Financeira da Foz do Brasil, Ticiana exerce papel de liderança na empresa. Ela enfatiza a
“É preciso saber ouvir as pessoas e admitir erros” Sérgio
importância dos aprendizados da época das obras sociais, pelas quais iniciou sua trajetória na Odebrecht. “Ter participado da reforma do Mosteiro foi inesquecível”, diz. “Aquilo me ensinou que tanto os cidadãos quanto as empresas têm um papel na sociedade. E que o líder tem que servir, e não ser servido.”
informa
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A primeira Diretora de Contrato da OR, ela assume com entusiasmo seu papel como formadora de pessoas
Jovem, desbravadora,
educadora texto Domitila Carbonari fotos Yan Vadaru
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informa
A
mais nova Diretora de Contrato da
liana, que participou do Programa de Introdução à
Odebrecht Realizações Imobiliárias
Cultura no primeira ano de existência da iniciativa.
(OR) tem um jeito firme, jovem e fe-
“Conhecer a Tecnologia Empresarial Odebrecht
minino. Juliana Mesquita Monteiro
(TEO) foi importante para o meu amadurecimento
Gamba, 32 anos, é a primeira mulher
profissional e também para que eu revisitasse valo-
a ocupar esse cargo na empresa e é também a mais jovem entre os diretores de incorporação.
res familiares”, relata. Enquanto esteve à frente do Alpha Square, Ju-
Juliana nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES)
liana assumiu, em 2008, o cargo de Responsável
e cresceu em Vitória, onde concluiu o Ensino Médio.
por Centro de Resultado (RCR). Participou, nesse
Filha de mãe arquiteta e pai engenheiro, sempre
mesmo ano, do Programa de Desenvolvimento de
desejou seguir os passos de sua família. Mudou-se
Empresários (PDE), no qual teve a oportunidade de
para o Rio de Janeiro, estudou Engenharia Civil e
aprender com as experiências de líderes maduros e
formou-se em 2002. Em seguida, transferiu-se para
de se relacionar com pessoas de diferentes negócios
São Paulo, onde vive até hoje.
na Organização. A partir daí, com mais maturidade
A entrada na OR ocorreu em um momento em que
e confiança, desenvolveu novos projetos, como o Al-
Juliana ansiava por novos desafios. “A empresa me
pha Park, também parte do complexo Alpha Square,
encantou, pois era relativamente nova na área imobi-
e o The One, edifício de lajes corporativas em um dos
liária e, assim, eu teria a oportunidade não apenas de
bairros mais valorizados de São Paulo, seu primeiro
acompanhar seu crescimento, que era promissor, mas
empreeendimento empresarial na OR.
também de me envolver em todas as etapas de um de-
Em janeiro de 2011, Juliana obteve o grande re-
senvolvimento imobiliário. Nas outras empresas em que
conhecimento de suas conquistas: foi promovida a
trabalhei, eu era responsável por apenas uma etapa do
Diretora de Contrato, tornando-se a primeira mulher
processo de incorporação”, ela relembra.
a assumir essa função na OR. Ela faz parte da equipe
Juliana ingressou na OR atuando como Respon-
de Paulo Melo, Diretor de Incorporação da Regional
sável por Programa (RP), quando ainda tinha 27
Centro-Sul, e enfrentará este ano seu primeiro tes-
anos. Acompanhou desde o início o desenvolvimento
te de fogo, lançando empreendimentos residenciais
do Alpha Square, primeiro megaempreendimento da
nos bairros Paraíso e Vila Mariana, ambos em São
OR em Alphaville (SP). “Cheguei no momento certo,
Paulo.
porque ainda estávamos realizando os estudos para
Fora do cotidiano de trabalho, ela participa do
aquisição do terreno”, diz. Ela teve atuação central
MBA Executivo Odebrecht, no Insper (Instituto de En-
em todas as etapas de evolução desse empreendi-
sino e Pesquisa), e tem como parte de sua rotina a
mento, da concepção do produto e aprovação do pro-
prática de exercícios físicos. Apesar de suas grandes
jeto à criação da estratégia de marketing e de vendas
responsabilidades, Juliana encara esse desafio com
e o acompanhamento de resultados.
naturalidade e não deixa de viver com prazer sua vida
“Meu líder sempre foi presente, e isso fez muita
pessoal. Adora sair com o marido e amigos, e, sem-
diferença para a minha formação como empresária”,
pre que pode, viaja para Vitória e mata a saudade dos
destaca. O Alpha Square foi para ela um aprendizado
pais e irmãos.
do que, na prática, é a Cultura Odebrecht. “Logo que
Ser a única mulher em uma equipe formada por
lançamos o projeto, eu senti na pele o significado do
setes homens não parece ser um bicho de sete ca-
espírito de servir. Estávamos todos empenhados em
beças para ela. “As mulheres estão enfrentando e
oferecer o melhor produto aos nossos clientes.”
superando novos desafios na sociedade”, ela diz. Re-
Redescoberta dos valores familiares Integrar-se totalmente à Cultura Odebrecht passou a ser, então, uma meta fundamental para Ju-
fletindo sobre a posição que ocupa, Juliana tem convicção de que presenciou um importante movimento de crescimento da OR e hoje tem consciência de seu papel como líder na formação de pessoas.
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minha
meu ofício, meu lar
Arisson: “Muitos duvidavam das novas técnicas que apliquei”
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informa
60
terra,
D
esde criança, Arisson Santos mantinha uma grande ligação com a natureza. Montado a cavalo, gostava de percorrer quilômetros e criar animais de pequeno porte. A relação com a terra havia nascido
em seu sangue. Morador da comunidade de Gendiba, município de Presidente Tancredo Neves (BA), o jovem, que hoje tem 18 anos, escolheu para a vida o trabalho com a agricultura. “Tenho orgulho de ser produtor rural”, assegura. A trajetória direcionada para o campo ganhou ainda mais força em 2008, quando Arisson ingressou na Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFRPTN) – unidade de ensino ligada ao Programa de Desen-
Arisson dos Santos sempre teve a paixão pela natureza correndo nas veias. Hoje faz o que mais gosta: é produtor rural
volvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDIS), instituído pela Fundação Odebrecht. Durante os três anos de formação na Casa, Arisson desenvolveu dois projetos educativo-produtivos: o primeiro na propriedade da família, espaço correspondente a um hectare de terra; e o segundo em terras de parentes, em uma área de dois hectares. O plantio de mandioca e banana lhe rendeu, entre 2008 e 2009, cerca de R$ 14 mil. Os insumos necessários para o cultivo foram fornecidos para Arisson com o apoio do programa Tributo ao
texto Gabriela Vasconcellos fotos Artur Ikishima
Futuro – que apoia iniciativas certificadas pela Fundação Odebrecht por meio de destinações de Imposto de Renda dos integrantes da Organização Odebrecht. O lucro é sempre reinvestido na plantação seguinte. “Muitos duvidavam das novas técnicas que apliquei, mas tive um bom resultado e consegui ter lucro”, conta Arisson, que cursou, na Casa, a habilitação técnica em Agropecuária. Sua formação teve como base a Pedagogia da Alternância: uma semana em regime de internato, com aulas na sala e no campo, e duas semanas em sua propriedade, aplicando os novos conhecimentos, sob o acompanhamento e a orientação de monitores especializados. Arisson e seus colegas aprenderam sobre administração rural, cooperativismo, manejo de solos, irrigação, drenagens, além dos mais diversos cultivos. Foi em 2010 que o produtor descobriu o quanto poderia evoluir contando com o apoio da família. E a vida começou a mudar. Arisson firmou uma parceria com seu pai, o agricultor Antônio Santos, e juntos compraram um terreno de, aproximadamente, 10 hectares. Quase metade da área já foi preenchida com a cultura da banana – o que equivale a cerca de quatro campos e meio
informa
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Arisson com os pais: sonho construído em família
de futebol. Com isso, a renda dobrou e a previsão é de
Ele só irá crescer, não sei onde vai parar. É um exemplo
conquistar R$ 27 mil até o fim deste ano. “Agora a gente
a ser seguido”, afirma Araújo.
pensa grande. Foi uma ousadia. É preciso sempre dizer que somos capazes”, garante Antônio. Adquirir o novo terreno não foi fácil. Antônio, que ha-
cidade incentivando jovens a permanecerem no campo.
via abandonado a agricultura para trabalhar como vigi-
“Quero que eles me ultrapassem. Só posso crescer se a
lante noturno, foi influenciado pelos resultados do filho a
minha comunidade também se desenvolver, por isso re-
retornar para a atividade no campo. “É incrível construir
passo os meus conhecimentos. Assim, meu vizinho pro-
um sonho com meu pai”, conta o novo empresário rural.
duz com qualidade e o vizinho dele também”, explica o
Unidos, eles cuidam da plantação todos os dias e fazem
produtor que é ainda poeta e multiplicador dos Círculos
planos para o futuro. “Vamos melhorar a produtividade
de Leitura – projeto também ligado ao PDIS que estimu-
e expandir a área”, diz Arisson, animado. Para sua mãe,
la a leitura, a compreensão de textos, o estudo de clás-
Nadia Santos, tudo mudou. “Não tínhamos lugar para
sicos da literatura e contribui para o desenvolvimento de
plantar nem adubo. Agora o dinheiro sobra até para ar-
novos líderes.
rumar a casa”, comemora.
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É com grande empolgação que após a jornada de trabalho, Arisson percorre escolas municipais de sua
O jovem Arisson quer mais. “Vou dar continuidade
De acordo com Quionei Araújo, monitor da CFR-PTN
a minha formação cursando uma faculdade”, garante.
que acompanhou Arisson, o que o difere é a capacidade
“Após chegar a um desafio, precisamos planejar outros.
de não se intimidar com problemas. “A mão cheia de ca-
É disso que o ser humano é feito. O limite é além do limi-
los, o sol de meio-dia na cabeça e o sorriso é mantido.
te. Sempre crescendo!”
informa
Mãos que dão forma à
cidadania Meriane é estudante, artesã e se prepara para fazer parte de uma cooperativa
M
texto Gabriela Vasconcellos foto Artur Ikishima
eriane da Conceição aprendeu o ofício de artesã com a sua mãe, Maria da Conceição. Moradoras da comunidade quilombola de Lagoa Santa, no município de Ituberá (BA), elas se reúnem
todas as noites para dar forma a cestas, bolsas, bandejas, luminárias, entre outras peças, a partir da fibra de piaçava. Contribuem, assim, para ampliar a renda da família, que vive da agricultura. Mãe e filha já comemoram os resultados dessa união. “Juntas, conseguimos construir uma nova moradia. Se não fosse o artesanato, ainda estaríamos na casa de taipa. Hoje temos uma casa feita de tijolos e com três quartos”, comemora Maria, associada da Cooperativa das Produtoras e Produtores Rurais da Área de Proteção Ambiental do Pratigi (Cooprap). Meriane, de 17 anos, diz que, quando tiver a idade mínima necessária (18 anos), também entrará na Cooprap. “Fazer artesanato é como cuidar de uma planta. Vejo nascer e crescer, cada dia um movimento diferente”, conta Meriane, que está cursando o Ensino Médio e concluiu em 2010 a qualificação em Sistemas Agroflorestais oferecida pela Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf), onde também teve acesso a cursos que contribuíram para aprimorar o ofício de artesã. “O que mais me marcou foi o conhecimento. Aprendi muito”, garante. A decisão de Meriane de entrar na Cfaf foi inspirada em seu irmão André Carlos da Conceição, que já havia passado pela Casa. Ele hoje cursa Administração de Empresas e atua na área financeira e contábil do Instituto de Desenvolvimento Sustentável do Baixo Sul da Bahia (Ides), instituição que, como a Cooprap e a Cfaf, também integra o PDIS. “Assim como ele, quero ser autora da minha própria história”, diz Meriane. Para André Carlos, os jovens tornam-se protagonistas quando lhes são apresentadas oportunidades. “Somos capazes de olhar o mundo com
Meriane: “Quero ser autora da minha própria história”
uma visão diferente”, afirma.
informa
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Dario de Freitas
foto:
Márcio Lima
Luiz Roberto Chagas (2008): com 42 anos de atuação na Odebrecht, é Responsável pelo Apoio Funcional de Engenharia. Atua com as equipes de Produção dos contratos e na elaboração de propostas. É autor do livro Engenharia da Construção – Obras de Grande Porte, um dos títulos de referência do Programa Jovem Construtor
foto:
Sérgio Leão: consolidação da cultura de sustentabilidade
o sa
potencializado Prêmio Conhecer para Servir destaca a atuação de integrantes que contribuem para a disseminação de experiências e soluções na Organização
64
texto Thereza Martins
64
informa
B
ill, Danilo, Jacques, Luiz Roberto e Sérgio. Cinco engenheiros, todos com mais de 50 anos, experiência reconhecida em suas especialidades e trajetória consolidada na Odebrecht. Os cinco têm em comum,
também, a disponibilidade para colocar, com humildade e simplicidade, seu conhecimento a serviço da Organização, e a habilidade de orientar equipes, fortalecer um ambiente de colaboração e compartilhar o que sabem com colegas, mesmo que de outras áreas, e abrir espaço em suas agendas para apoiá-los na busca de soluções. Pelo perfil e pela atuação, eles foram homenageados com o prêmio Conhecer para Servir, criado em 2006 e atribuído uma vez por ano a um integrante. “O objetivo do prêmio é reconhecer exemplos de comportamento e sinalizar posturas valorizadas pela Organização”, afirma Olindina Dominguez, Responsável pelo Ciaden (Conhecimento e Informação para Apoiar o Desenvolvimento de Negócios), programa que coordena a iniciativa. “São integrantes que extrapolam suas funções, servindo a outros ambientes.” As indicações são avaliadas pelos líderes das empresas de Engenharia e Construção da Odebrecht e o Vice-Presidente de Operações, Paulo Lacerda, que ouvem diretoressuperintendentes, diretores de contrato e integrantes da
Organização Dinâmica e validadas por uma comissão julgadora. A cerimônia de entrega ocorre em dezembro, nos eventos de fim de ano, em Sauípe (BA).
O papel do líder
André Valentim foto:
Andrés Manner
foto:
aber
Bill Marques (vencedor em 2006): há 32 anos na Odebrecht, é Responsável pelo Programa de Tecnologia de Materiais de Construção. Com base no Rio de Janeiro, atua em todas as empresas de Engenharia e Construção da Odebrecht, apoiando as equipes dos contratos e prospectando novas tecnologias e materiais para os projetos da Organização
Danilo Abdanur: compartilhamento de aprendizados
foto:
Dario de Freitas
Jacques Raigorodsky (2007): com 30 anos na Organização, é Responsável por Processos Construtivos P&D&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). Participa da Comunidade de Conhecimento de Infraestrutura Marítima e do Programa Jovens Técnicos
O mineiro Sérgio Leão, Responsável por Sustentabili-
Metrô de Los Teques, na Venezuela, mineiro como Sérgio
dade na Odebrecht, foi o ganhador da edição 2010 do Co-
Leão, trabalha na Odebrecht desde 1983, ano em que se
nhecer para Servir. Engenheiro civil e sanitarista, ele fez
formou pela Universidade Federal de Ouro Preto. Ele foi o
carreira acadêmica e foi consultor de meio ambiente antes
ganhador do Conhecer para Servir em 2009.
de iniciar sua atuação na Organização, em 1992.
Como engenheiro de minas, atuou em obras subterrâ-
Segundo ele, o papel do líder é decisivo no desempenho
neas e de túneis, em escavações de galerias para projetos
dos integrantes. “Tive a sorte de contar com líderes que
de mineração e em obras civis de metrôs e hidrelétricas no
me mostraram como uma área de apoio se encaixa na es-
Brasil e em outros países da América Latina, nos Estados
trutura dos negócios de engenharia, o que foi importante
Unidos, em Angola e na África do Sul.
para a consolidação da cultura e da estrutura de sustentabilidade da Odebrecht.”
“Devo meu desenvolvimento profissional à prática da Educação pelo Trabalho, à convivência com especialistas
Sérgio Leão destaca os princípios da Tecnologia Em-
internacionais e a leituras técnicas que sempre fiz. Acho
presarial Odebrecht (TEO) como base para o desenvolvi-
que é meu dever compartilhar o que aprendi com os co-
mento do espírito de servir ao cliente, além de serem um
legas”, afirma.
incentivo à criatividade dos integrantes, à liberdade para
Danilo é líder da Comunidade de Conhecimento de
apresentar propostas, à autonomia e à responsabilidade.
Transporte sobre Trilhos (trens e metrôs). As comunidades
À frente de uma equipe composta de 11 pessoas, Sérgio
de conhecimento coordenam e possibilitam a transferên-
Leão vê o conhecimento como um processo dinâmico de
cia do conhecimento gerado nos diferentes ambientes da
troca de experiências, do esforço individual e da humildade
Organização. Delas participam integrantes com experiên-
de estar sempre aberto para aprender coisas novas.
cia em tipos específicos de projeto (usinas hidrelétricas,
Educação pelo Trabalho Danilo Abdanur, Gerente de Produção nas obras do
rodovias, portos e aeroportos, entre outros), interesses comuns e dispostos a compartilhar seus aprendizados e inovações.
informa
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ARGUMENTO
Maturidade Os Seres Humanos devem fazer de suas Vidas algo extraordinário, revestido de significado especial
A
produtiva
lgumas das tendências prenunciadas para o Futuro apontam, felizmente, para a mudança de um fato indiscutível: o de que as Sociedades Ocidentais, em contraste com as Orientais, reservam papel pouco nobre às Pessoas de idade avançada. Tais tendências são evidenciadas: • na Prioridade crescente dos temas da Saúde e do Meio Ambiente, reflexo da necessidade do Ser Humano de conviver melhor consigo mesmo, com seus Semelhantes e com a Natureza; • no envelhecimento das populações, devido à redução das taxas de Natalidade e ao aumento progressivo da expectativa média de Vida; • nos Custos, cada vez maiores, que esse envelhecimento representa, em termos de Previdência e de tratamento dos Idosos. Apontam para a mesma direção Tendências mais genéricas, como a globalização da Economia e a revolução da Informática, graças às quais o Conhecimento Produtivo se destaca como o principal fator competitivo de países e Organizações Empresariais. Vivendo mais e melhor, em uma Sociedade que solicita, crescentemente, o seu Conhecimento acumulado, o Idoso valoriza-se cada vez mais, embora a maioria dos brasileiros dessa idade esteja hoje distante de uma Velhice digna. O problema vivenciado pela maior parte dos Aposentados, em todo o Mundo, é o hiato que surge em suas Vidas após a Aposentadoria. A sensação de vazio, de desamparo, de inutilidade, faz com que percam o ânimo e a alegria de viver. Muitas Empresas contribuem para isso ao afastar seus Empregados justamente quando eles estão em sua fase mais Produtiva e Sábia. Esse procedimento acaba produzindo um prejuízo incalculável e invisível, pois a Empresa alija uma Pessoa cujos Conhecimentos, que ela própria ajudou a adquirir,
66
informa
possuem valor inestimável. Ao agir assim, tais Empresas seguem padrões fixados durante a Revolução Industrial, segundo os quais o que contava era a força muscular e não o intelecto. Dessa forma, induzem seus Integrantes a uma Vida improdutiva. Ocorre que vivemos hoje na Sociedade pósindustrial, na qual o que importa é o poder do cérebro e não o dos músculos. Na linha reta que une os Clientes e os Acionistas de uma Empresa, existem Seres Humanos de três Gerações: a Primeira é composta por Jovens que, por meio da Educação pelo Trabalho, irão desenvolver a Sabedoria necessária para aplicar o Conhecimento adquirido; a Segunda é formada por Pessoas amadurecidas que ocupam posição de Liderança e que dominam o Conhecimento aplicado, indispensável ao Sucesso de seus Negócios; a Terceira Geração é formada por Pessoas experimentadas pela Vida, que devem ser realizadas enquanto Cidadãos e envelhecer de maneira produtiva e digna. Esses Seres Humanos privilegiados são portadores de um imenso Saber, que deve ser canalizado aos mais Jovens mediante a prática da Liderança e pela disponibilidade de tempo, pela presença e pelo exemplo. Disse Sócrates que «para indivíduos prudentes e bem preparados, a velhice não constitui peso algum». Saúde física e mental, portanto, serão frutos do nosso viver cotidiano. A constante preocupação com nosso nível de Qualidade de Vida determinará o grau de higidez que teremos na Terceira Idade. A Visão da Vida como um TODO será, certamente, resultante da Visão prazerosa com que passaremos a ver o Trabalho, que nos dignifica e confere sentido maior à própria Vida. Se o Ser Humano conseguir, pelo Trabalho, acumular seu capital intelectual, será útil ao seu Semelhante, deixando de cumprir mera obrigação para fazer algo sadio e realizador.
Para quem é dotado do Espírito de Servir, o Trabalho é também uma forma contínua de prazer. Consequentemente, a ampliação do período da Vida Produtiva será, mais e mais, uma reivindicação daqueles para os quais Servir ao Próximo é antes um Direito do que um Dever. É imprescindível que os Líderes, situados normalmente na Geração intermediária, apoiem os Jovens na formulação de Planos de Vida e Carreira de longo prazo, os quais devem ter Propósitos ambiciosos, pois o que satisfaz o Idoso de hoje dificilmente satisfará o de amanhã. E, certamente, só poderão cumprir esses Planos se preservarem sua Saúde.
Essa constatação abre campo novo e vasto para que os Seres Humanos, ao se tornar mais amadurecidos, assumam crescente responsabilidade na Educação e no Desenvolvimento de novas Gerações, visando a: • oferecer inestimáveis contribuições ao Futuro das Organizações; • transferir sua Sabedoria aos mais Jovens, orientando-os para a Vida; • encontrar uma Tarefa desafiante, prazerosa e realizadora, capaz de dignificá-los perante a Comunidade, e • fazer de sua vida algo, de fato, extraordinário, revestido de um significado especial.
ADENDOS ATUAIS, DO AUTOR, AO ARTIGO MATURIDADE PRODUTIVA: • CORREÇÕES
• EVOLUÇÕES
O termo Competitivo (fator competitivo) já não faz
Continuo propugnando um necessário e equilibrado
parte do meu repertório empresarial. Usei o mesmo
alinhamento sistêmico entre: Conhecimento, Comu-
circunscrito ao propósito do uso construtivo das for-
nicação e Informação, conforme publicado em Docu-
ças de cada um para neutralização das fraquezas, na
mento recente, intitulado «Século XXI – Era do Conhe-
busca de Resultados impactantes.
cimento e da Comunicação» cujo conteúdo pode ser
Todavia, deixei de usá-lo diante de sua interpreta-
sintetizado na afirmação a seguir:
ção como mecanismo de confronto, no qual o Sucesso
• a Comunicação é o veículo do Conhecimento
só cabe ao Vencedor, resultando no necessário fra-
que ordena os Procedimentos corretos, para os
casso da outra Parte.
quais são requeridas Informações qualificadas,
Essa posição vem sendo cada vez mais fortalecida pela minha convicção de que todos precisam e devem
instrumentalizadas pela Informática, com exatos
ganhar, em função de suas efetivas contribuições, no
dos pela SUSTENTABILIDADE.
conteúdos e frequências, coerentes com os exigi-
jogo do ganha-ganha, fundamental à Sustentabilidade, em todos os seus Âmbitos e focos. • CONFIRMAÇÕES A importância do Conhecimento e da Experiência, possibilitados pela idade, em todo o Mundo se evidencia e cresce frente à maior preocupação da Humanidade relativa ao desequilíbrio da Vida Planetária, recomendando e exigindo novos perfis de entendimento corporativo e conciliador entre os Seres Humanos,
Norberto Odebrecht Presidente de Honra da Odebrecht S.A.
invocando sobretudo a SOLIDARIEDADE. Nessas condições, avolumam-se e se qualificam
Este artigo, de autoria de Norberto Odebrecht,
as necessárias contribuições do Conhecimento e da
fundador da Organização Odebrecht, foi original-
Experiência.
mente publicado no jornal Folha de S. Paulo, na
O que se mostra necessário são construtivos ajustes e adaptações dessas contribuições às limitações
seção “Tendências e Debates”, em 1995. Para esta edição de Odebrecht Informa, o autor fez
impostas pela idade, possíveis de serem otimizadas
uma leitura crítica do artigo e propôs algumas re-
com as ricas e indispensáveis contribuições pautadas
visões, em razão do tempo decorrido desde a pri-
no Conhecimento, na Experiência, na Dedicação e no
meira publicação. Foram mantidos os destaques
Comprometimento.
gráficos indicados por ele.
informa
67
GENTE
A experiência de estar no mundo
Azziray e os valores que pratica em sua vida pessoal e profissional
André e o bem que faz o convívio com culturas diferentes
foto:
A
Holanda Cavalcanti
A TEO no trabalho e em família
Andrés Manner
dministrador de empresas com
MBA em Finanças Empresariais, o carioca André Borges Gomes passou 15 de seus 35 anos de vida em empresas
foto:
da Organização Odebrecht. Começou como estagiário no Programa de Finanças da Odebrecht S.A., atuou na OPP
N
ascida em Maracaibo, na Venezuela, Azziray
Petroquímica, depois na Braskem e, em 2003, passou a in-
Priscila Isea González é filha de Yarizza González,
tegrar a Odebrecht Administradora e Corretora de Seguros
uma das primeiras integrantes da Odebrecht no país,
(OCS). Apoiou operações nos Emirados Árabes Unidos e
atualmente Responsável por Relações Sindicais e com
morou três anos em Abu Dhabi. Hoje é Gerente de Seguros
a Comunidade no Projeto de Soja da empresa no Es-
e Garantias da OCS em Angola – país ao qual, com sua es-
tado de Anzoátegui. “Cresci sob os princípios da Tec-
posa Fizú e seu filho Rodrigo, está plenamente integrado.
nologia Empresarial Odebrecht (TEO) e assim também
“O conhecimento de novas culturas leva ao crescimento
formo meus filhos. Eles observam a mim e a avó tra-
profissional, pessoal e familiar”, afirma. Em Abu Dhabi, An-
balhando e vivendo com amor, dedicação, honestida-
dré assistiu à transformação de um país desértico produtor
de, responsabilidade e humildade”, diz. Azziray integra
de petróleo em um dos destinos turísticos mais procurados
a equipe do Programa de Administração e Finanças
do planeta. “Vi que um povo determinado é capaz de mudar
da Odebrecht no Projeto El Dilúvio-Palmar, em Ma-
seu destino e sei que isso está acontecendo também entre
racaibo, projeto de irrigação que está transformando
os angolanos.”
uma região com graves problemas socioeconômicos. “Tenho paixão por meu país e pela Organização Odebrecht. Trabalhamos para que os problemas sejam solucionados da melhor maneira”, afirma.
A
Orgulho compartilhado
paulista Anelisa Cantieri diz que a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) está em seu sangue,
pois cresceu nos canteiros de obra de barragens em que seu pai trabalhou pelo Brasil afora. “Experimentei o orgulho compartilhado em casa, o que me levou a seguir os passos de meu pai, meu maior incentivador”, diz. Foi estagiária nas
Anelisa, o incentivo em casa e a construção de uma carreira
obras das hidrelétricas de Cana Brava, em Goiás, e Capim
2010, assumiu o Programa de Meio Ambiente, em apoio ao
Branco, em Minas Gerais. Fez um curso técnico de Meio
seu líder Nelson Alves, Gestor do Negócio Meio Ambiente.
Ambiente e passou a atuar na gestão ambiental no cantei-
“A experiência aqui em Santo Antônio tem me construído
ro de Capim Branco, perto de Uberlândia, onde concluiu a
como profissional. Desenvolvemos projetos sustentáveis,
faculdade de Engenharia de Produção. Em 2009, foi tra-
ambientalmente corretos e socialmente justos, referências
balhar na Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia e, em
para outros empreendimentos e comunidades.”
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Próxima edição:
Inovação e Tecnologia
RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO EMPRESARIAL NA CONSTRuTORA NORBERTO ODEBREChT S.A. Márcio Polidoro
Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 120 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.
RESPONSáVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA CONSTRuTORA NORBERTO ODEBREChT S.A. Karolina Gutiez COORDENADORES NAS áREAS DE NEGóCIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica | Andressa Saurin Etanol e Açúcar | Bárbara Nitto óleo e Gás | Daelcio Freitas Engenharia Ambiental | Sergio Kertész Realizações Imobiliárias | Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa COORDENAçãO EDITORIAL Versal Editores Editor José Enrique Barreiro Editor Executivo Cláudio Lovato Filho Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes Projeto Gráfico e Ilustrações Rico Lins Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti Tiragem 7.300 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-1778 São Paulo (55) 11 3641-4743 email: versal@versal.com.br
Holanda Cavalcanti foto:
“A confiança no potencial do ser humano e em sua vontade de desenvolver-se é o fundamento das concepções filosóficas da Organização Odebrecht. O ser humano é a origem e o fim de todas as ações na sociedade, e seu trabalho, o meio primordial de sobrevivência, crescimento e perpetuidade da espécie. O trabalho deve ser simultaneamente um dever e um direito, pois é por meio do trabalho produtivo que o ser humano se liberta e se humaniza” TEO [Tecnologia Empresarial Odebrecht]
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