Oi168 port baixa

voluntariado

a inadiável vontade de fazer o bem

rodovia abrindo caminho nos andes peruanos

qualificação mulheres ganham espaço na construção

E D I T O R I A L

Ser útil, ajudar, servir E

les estão em vários estados brasileiros, no Panamá, na República Dominicana, no Peru, na Venezuela, no México, em Angola, em Moçambique e onde mais o coração alcance.

Quando chegam aos locais em que realizam o exercício de doar seu tempo, sua energia e sua generosidade, encontram pessoas que jamais tiveram a segurança da comida na mesa todos os dias ou nunca viveram a experiência de andar pelas ruas segurando a mão do pai e da mãe ou de receber, no local onde enfrentam o crepúsculo da vida, a visita de um filho ou de um neto. É esse o tipo de realidade na qual mergulham os integrantes da Organização Odebrecht (e seus familiares) que realizam trabalho social voluntário. O que os move é um irrefreável desejo de ser útil, ajudar, servir. Compartilhar. Nas 47 páginas da reportagem especial sobre Voluntariado, você conhecerá iniciativas que vêm fazendo a

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diferença na vida de pessoas que experimentam as mais difíceis (e, por vezes, dramáticas) condições de vida.

Esperamos que a leitura desses relatos, apesar do desconcerto e da tristeza que podem, por vezes, causar, seja para você motivo de inspiração e otimismo. As experiências mostradas a seguir têm se revelado capazes de mudar não somente a vida das crianças, dos adolescentes, dos adultos e dos idosos beneficiados, mas, também, a das pessoas que realizam essas ações – os voluntários da Odebrecht.

Você está convidado, a partir de agora, a entender como e por que isso está acontecendo.

Boa leitura.]

Holanda Cavalcanti Odebrecht informa

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d e s t a q u e s

capa

hidrelétrica

Almério de Brito, integrante da Odebrecht nas obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, com crianças do Centro Educacional Semear, em Porto Velho. Foto de Almir Bindilatti.

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Voluntariado: A disponibilidade para o próximo e o espírito de servir movem os integrantes da Odebrecht em suas ações de voluntariado social

Complexo Hidrelétrico de Simplício: um feito de engenharia que resultou da criatividade, da persistência e da motivação para romper paradigmas

rodovia

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Rodovia Carhuaz-Chacas-San Luís, construída na Cordilheira dos Andes, impulsionará o desenvolvimento de uma região turística do Peru onde vivem mais de 200 mil pessoas

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urbanização A Barra da Tijuca ainda mais na vanguarda, com o projeto Ilha Pura

gente

entrevista

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Conheça um pouco da vida de Wanda Dorville, Katherine Calle, Frederico Barbosa e João Freire

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comunidade Alfabetização: empresa e poder público juntos em um esforço pelo futuro

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estágio

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papo final

Jovens aproveitam a chance de ingressar no mundo profissional

Luciana Arce e a experiência transformadora do voluntariado

Antonio Gavioli: líder de um time que conquista suas vitórias por meio do apreço e do respeito

argumento

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Genésio Couto e o engajamento dos integrantes da Odebrecht e seus familiares nas causas sociais

Odebrecht informa

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C A P A

V o l u n t a r i a d o

π Crianças em Manchay, comunidade carente em Lima: creche construída com apoio das Damas Amigas

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Celso Doni

o gesto libertador com ações voluntárias, integrantes da odebrecht ajudam a transformar comunidades e a si próprios

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Guilherme Afonso

V o l u n t a r i a d o

π Crianças na biblioteca da Escola Secundária Heróis Moçambicanos, em Moatize: um motivo a mais para ter esperança

Sair do conforto e da segurança da vida à qual se está habituado para mergulhar na realidade daqueles que, muitas vezes, não têm o que comer nem o que vestir nem, por vezes, uma simples companhia exige coragem, generosidade, tempo e energia. Exige, sobretudo, amor. Pelo próximo. Por si mesmo.

Esta reportagem especial mostra o quanto uma ação social voluntária pode ser realizadora, transformadora e até transcendente – para todos os envolvidos em sua execução.

No Brasil e nos outros países em que atuam, os integrantes da Odebrecht - e, em muitos casos, também seus familiares -, referenciados nos princípios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), buscam, por meio de múltiplas iniciativas, levar condições mais dignas de vida, mais alegria, proteção e esperança a crianças, jovens, adultos e idosos cuja história de vida – você verá – por vezes é capaz de fazer com que se repense e reavalie a maneira de viver.

Algumas dessas histórias trouxeram lágrimas aos olhos de experientes repórteres, fotógrafos e editores. Lágrimas frequentemente seguidas de sorrisos de alívio e otimismo. Perdoe-nos se essas últimas frases lhe pareceram piegas ou excessivamente dramáticas, mas as histórias que se estendem por essas 46 páginas são muito especiais, muito representativas da condição humana, e ninguém é de ferro.

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π Ao fundo, a partir da esquerda, Luciana Muniz, Marcia Santini, Luiza Cabral da Silva, Solange Penna, Sônia Cruz e Gabriela Fierro, em La Romana: computadores e alegria

Telas que se transformam em portas Texto Luiz Carlos Ramos | Foto Edu Simões

Os professores e alunos da escola da Vila Alemán, no município de San Pedro de Macorís, na República Dominicana, tiveram um belo motivo de comemoração em 23 de agosto, dia do reinício das aulas: a internet chegou.

O acesso dos mestres e dos mais de 300 estudantes de 5 a 15 anos ao milagre da informática, capaz de tornar o mundo menor, foi possível a partir da produtiva aliança entre a comunidade e as esposas de integrantes expatriados da Odebrecht

na República Dominicana, que doaram os computadores. Elas criaram o MAP (Movimento de Amor ao Próximo) e, por meio dele, dedicam-se ao trabalho social voluntário.

A Escola Básica Alemán, que recebeu oito computadores, situa-se nas proximidades do trecho San Pedro Macorís – La Romana da Autopista del Coral, que integra o Corredor Vial del Este, parte da ligação da capital, Santo Domingo, com Punta Cana. Outra escola, a de Villa Padre Nuestro, em

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V o l u n t a r i a d o

π Alunos da Escola Básica Alemán, em San Pedro de Macorís: vivendo novos tempos com a ajuda das voluntárias do MAP

La Romana, ganhou 10 computadores no ano passado. Em 2013, o apoio prosseguiu com a doação de material escolar e livros para a biblioteca. A concessão do benefício foi decidida em uma das reuniões do MAP, cujo símbolo é um catavento azul e vermelho, da República Dominicana, e verde e amarelo, as do Brasil.

Sônia Cruz, coordenadora do MAP, que foi professora na Bahia, é casada com o engenheiro Marco Cruz, Diretor-Superintendente da Odebrecht República Dominicana. Ela explica: “Este movimento existe há sete anos e hoje tem mais de 50 esposas de expatriados da Odebrecht.

As brasileiras são maioria, mas também há mulheres do Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e República Dominicana. Em encontros, como festas de Natal, São João e feijoada, e por meio de nossas contribuições mensais, arrecadamos dinheiro para

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aplicar em obras sociais. Doamos utensílios domésticos, ajudamos crianças e adultos em hospitais e apoiamos escolas, fornecendo computadores e melhorando as instalações. Tem sido magnífico ver a alegria das pessoas beneficiadas!”

“Vejo como tudo evoluiu” A festa na escola de Alemán começa com uma encenação de Los Trans-Inovadores, na qual cada um de um grupo de cinco alunos assume um componente do computador de mesa e fala de suas funções: tela, teclado, mouse, processador e webcam.

A menina Nairobi Perez, 13 anos, tendo ao peito um cartaz com desenho de um mouse, recita: “Sem mim, nada funciona”. Ela já aprendeu a usar a internet e está no Facebook. “Tenho muitos amigos”, diz.

O diretor da escola, professor Victor Grullon, está emocionado ao fazer seu discurso: “Trabalho aqui há 20 anos e vejo como tudo evoluiu.

Agradeço à ajuda dessas senhoras da Odebrecht”.

Sônia Cruz fala em nome do MAP: “Para nós, é uma honra colaborar com a educação em país tão amigo, pelo futuro das crianças”.

Todos vão para o pátio, onde uma tenda abriga os alunos. Eles cantam o Hino Nacional Dominicano e ouvem uma palestra da dentista brasileira Ila Braga Cruz Vicentin, filha de Sônia e Marco Cruz, sobre os cuidados contra as cáries.

As crianças recebem do MAP escovas e pastas de dente, além de livros, cadernos e lápis.

Márcia de Sousa, esposa do embaixador brasileiro José Marcos Vinicius de Sousa, convidada por Sônia, ajuda a distribuir os cadernos. “É muito bom ver esses sorrisos”, diz.

π Miguelito Tamare (na parte inferior da foto) e Roberto Napoleón, alunos da Escola Villa Padre Nuestro: mais motivos para sorrir

Escola reformada e ampliada Um dia antes da festa na vila Alemán, integrantes do MAP visitaram a escola da Villa Padre Nuestro, em La Romana, onde os computadores haviam sido entregues em 2012. O estabelecimento de ensino foi reformado e ampliado pela Odebrecht. A diretora Maria Regina Sarely salienta: “Com a reforma, nossa escola está mais produtiva. E os computadores dão novas perspectivas aos alunos”.

Luciana Muniz, casada com o Diretor de Desenvolvimento de Negócios no Contrato da Autopista del Coral, Lito Gusmão, é a tesoureira do MAP. “A gente tenta multiplicar nossa caixinha e, com isso, ter recursos para ampliar os benefícios às escolas. Aqui, doamos uma biblioteca e estamos sempre trazendo livros”, relata.

Outras esposas de integrantes da Odebrecht visitaram as escolas, em agosto: as brasileiras Sandra Bartolomeu, Márcia Santini, Vanessa Campos, Marcella Browne, Liana Carvalho, Solange Penna e Letícia Coelho, a equatoriana Gabriela Fierro e a peruana Elizabeth Tejeda. O Responsável por Comunicação e Novos Negócios na Odebrecht República Dominicana, Claudio Castro, experiente em ações sociais, dá apoio direto ao MAP. Na quadra reformada da escola de Padre Nuestro, Roberto Napoleon, 8 anos, e Miguelito de la Cruz, 10 anos, treinam basquete. “Adoro basquete, mas quero ser engenheiro”, diz Miguelito.

Em futebol, a República Dominicana é 86ª colocada no ranking de agosto da Fifa. Esse país caribenho é potência no basquete e no boxe, que lotam ginásios, e no beisebol, que exporta ídolos para os Estados Unidos. “Somos grandes!”, diz Roberto. ]

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V o l u n t a r i a d o

π A partir da esquerda, Wanessa Faria, Ivani Galvão, Helena Liberatori, Helen Baldi e Tereza Weyll com crianças assistidas pela Anar, na Cidade do México: apoio para quem teve um início de vida difícil

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Dê-me a sua mão Texto Luiz Carlos Ramos | Foto Ricardo Teles

José Antonio, 15 anos, quer ser músico. Seu talento aflora nas aulas de piano. Giovani, 16 anos, sonha tornar-se arquiteto. A arte aparece em seus desenhos. Estrellita quer apenas brincar. Tem só 3 anos.

Os desejos e a alegria de José Antonio, Giovani e Estrellita têm algo em comum: os três integram o grupo de 34 adolescentes e crianças – 17 meninas e 17 meninos – que moram em três casas numa mesma rua da Cidade do México, onde recebem apoio para que tenham um futuro longe dos problemas de seus primeiros anos de vida.

Todos eles estudam em escolas públicas e são sustentados pela Anar (Ayuda a Niños y Adolescentes en Riesgo, em português, Ajuda a Crianças e Adolescentes em Risco), uma instituição de assistência privada de origem espanhola (fundada em 1970) que atua no México, no Peru e na Colômbia e que é mantida por um patronato composto de empresas privadas que bancam suas despesas. É considerado em situação de risco o menor de idade que procede de ambiente familiar no qual sua integridade física, psíquica e/ou emocional esteja em perigo, seja porque os pais morreram, seja porque os pais enfrentam, por exemplo, a prisão, o alcoolismo ou vício em drogas. Detectada a situação, órgãos governamentais encaminham o menor à Anar. No México desde 1995, a associação recebe doações para poder fornecer alojamento, comida, roupas e assistência aos menores.

As três casas do bairro Santa Cruz Acayucán contam com o trabalho de funcionários remunerados pela Anar e com a atuação missionária de duas freiras católicas educadoras colombianas, Maria Perpetua Hernández e Maria Rocío Fuerta. Em fevereiro deste ano, essa equipe passou a receber o reforço valioso de esposas de integrantes expatriados da Odebrecht no México, que criaram o projeto Dame la Mano (Dê-me a Mão).

Weyll, explica: “Sentindo a necessidade de desenvolver um projeto social, conversei com as esposas dos integrantes expatriados da Odebrecht e da Braskem, para que criássemos um grupo desvinculado dos projetos sociais e dos investimentos da Organização e passássemos a dar assistência a menores carentes, para minimizar suas sequelas sociais. Assim nasceu o Dame la Mano”. A logomarca do projeto, em verde e vermelho, que remete às cores da bandeira do México e simboliza crianças em roda com as mãos dadas, foi desenvolvida pela voluntária Lara Solis, esposa de Guillermo Solis, Diretor Jurídico da Odebrecht México.

Gabriela Passano, há sete anos na Odebrecht, da equipe de Comunicação e Pessoas, pesquisou algumas opções de instituições e passou informações para o grupo de esposas, que optaram por apoiar a Anar. “Assim que decidimos pela Anar, reunimonos para avaliar como iríamos apoiá-la e estabelecer nosso plano de ação”, conta Wanessa Faria, casada com o Diretor de Administração e Finanças da Odebrecht México, Gleiber Faria. “Sou uma das tesoureiras, ao lado da Ivani Galvão e da Louise Gordilho”, informa. “Temos duas formas de apoio aos menores da Anar: por meio de doações mensais e de trabalho voluntário, com visitas semanais às crianças, ajudando-as nas tarefas escolares, na prática de leitura, nas aulas de artesanato e música e dando orientações sobre higiene bucal e corporal etc. O dinheiro arrecadado é depositado em conta bancária específica para esse fim e utilizado para atender às necessidades relacionadas à educação e saúde das crianças.”

Odebrecht Informa visitou as três casas da Anar e viu de perto a alegria com que as crianças e jovens retribuem o carinho das mulheres brasileiras.

Em respeito a uma norma da legislação mexicana, as fotos destas páginas não mostram o rosto dos menores de idade daquela instituição.

Como uma só flor seremos Como dizem os versos da poetisa chilena Gabriela Mistral, Dame la mano y danzaremos/Dame la mano y me amarás/Como una sola flor seremos/ Como una flor, y nada más, o nome não poderia ser mais apropriado. Tereza Weyll, esposa do DiretorSuperintendente da Odebrecht no México, Luís

“Somos uma família” Mal se abre a porta da casa Juan Pablo II, e aparecem oito crianças para abraçar e ganhar colo. A menor, Estrellita, sorri e pula para os braços de Ivani Galvão, que a ergue alegremente. “Somos uma família”, resume Ivani, esposa de Antonio Galvão, da Braskem. Essa casa é para crianças até 7 anos.

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V o l u n t a r i a d o

π No sentido horário, a partir de baixo, à esquerda, Helena, Wanessa, Ivani e Tereza, com crianças e seus brinquedos: a infância protegida e celebrada

Helen Baldi, casada com o engenheiro Eduardo Rozendo, Diretor de Contrato da Odebrecht no projeto Etileno XXI, recorda com vários meninos as músicas em inglês que ela lhes ensinou. “No Brasil, dei aulas de inglês até para executivos. Aqui, com as crianças, tem sido maravilhoso”, relata.

A casa ao lado é para crianças de 8 a 10 anos.

A terceira é a dos adolescentes. Nesta, Helena Liberatore, casada com Rodolpho Scheefer, engenheiro de Controle de Projetos da Braskem, chama José Antonio até o piano. Ele dedilha o teclado com arte. Helena aprova: “José Antonio é criativo, tem jeito para música”.

Ali perto, Giovani expõe seus desenhos coloridos sobre a mesa. “Ele quer ser arquiteto. Vamos apoiar financeiramente seu curso”, diz Tereza Weyll. “Hoje, o Dame la Mano é mais do que um trabalho voluntário de quem quer fazer o bem. É uma missão”, ela afirma.

Além das cinco voluntárias que foram aos lares da Anar em 19 de agosto, há mais 11 voluntárias expatriadas que participam do projeto e que estavam em férias fora do México naquele momento.

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São elas: Leila Bischoff, Carolina Lepecki, Louise Gordilho, Liziane Ramos, Adriana Aiala, Maryângela Negrão, Aline Enck, Janeide Machado, Ana Maria Schimmelpfeng, Sílvia Pires Migueles e Lara Solis.

Silvia Santillán, Diretora Geral da Anar México, disse: “Nunca havia tido um apoio como o desse grupo de voluntárias. São como anjos que chegaram ao nosso lar, doando tempo, atenção e carinho a nossas crianças e nossos adolescentes. Até então, a doação de estrangeiros era apenas financeira”.

Tereza Weyll ressaltou: “Com o crescimento das operações da Organização Odebrecht no México, certamente contaremos com o apoio de novas esposas expatriadas para fortalecermos ainda mais o Projeto Dame la Mano”.

Dois dias depois da visita, um terremoto de 6,1 graus na escala Richter sacudiu logo cedo a Cidade do México e provocou a evacuação em edifícios altos. Não houve vítimas. Só um susto. Os moradores das casas da Anar nada sentiram: estavam dormindo, tranquilos. As voluntárias do Dame la Mano querem que seja sempre assim na vida dos jovens aos quais elas se dedicam a ajudar. ]

π Crianças em creche da comunidade de Manchay, em Lima: olhares que dizem tudo

As amigas vão à luta Texto João Marcondes | Foto Celso Doni

Colégio Franklin Delano Roosevelt. Lima, Peru, 1997. No pátio da escola, duas meninas, de 6 e 8 anos, conversam. A brasileira Marilene Silveira Luna, de passagem para buscar o filho, reconhece o idioma que falam aquelas duas fofuras: português, com leve sotaque. Seriam de onde? Da Bahia?

“Quem é a mãe dessas meninas?”, exclama, admirada. A mãe está a poucos metros, na sala da diretoria, para matricular as crianças na escola americana da capital. Preparada para uma nova vida, chegara para ficar. Seu nome: Sara Barata.

O encontro entre Marilene e Sara rendeu mais que uma bela e sólida amizade. Foi além, transformou-se em caso de doação e virou história no Peru.

Apesar de ambas morarem em bairros confortáveis

de Lima, os principais trajetos que elas fazem toda semana não têm nada de glamoroso. Sacolejam dentro do carro nos tortuosos e poeirentos caminhos que levam a Huaycán, um distrito de Lima onde mal se pode dizer que as casas tenham parede, tão finas são as camadas de madeirite. Os moradores são pobres, a maioria fugida do interior, da região serrana ou amazônica, à época em que a organização terrorista Sendero Luminoso fustigava aquelas regiões.

Respirando o ar desértico, sob um sol inclemente, chegam ao centro comunitário do bairro, um verdadeiro oásis de alegria e conhecimento para aquela comunidade, e encontram Elba Eufrásio, que está revolucionando a vida e o comportamento das

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V o l u n t a r i a d o

π Asilo Luisa Marilac: local foi reformado como resultado do trabalho das voluntárias

mulheres de Huaycán. Elba tem 35 anos e, no rosto, algo sofrido. Quando o fotógrafo de Odebrecht Informa lhe pede para posar e sorrir, ela resiste.

“Não sorrio muito”, diz, com simpatia e resignação.

Ela foi vítima de violência doméstica (por parte do ex-marido) durante três anos. Naquela época, não sabia ao certo por que apanhava. Conseguiu escapar da casa violenta. E queria que seu caso servisse de exemplo. Mas como?

A resposta veio com as Damas Amigas do Peru, lideradas por Sara, a presidente, e Marilene, a vice.

Construíram o centro, que possui sala de computadores e uma biblioteca/brinquedoteca, com TV de plasma de 42 polegadas e uma máquina de pipoca, para as sessões de cinema informais. Mais importante: ali também são oferecidas palestras de psicólogos e de especialistas sobre direitos das mulheres e questões de cidadania.

Com a instrução adequada, Elba converteuse em uma importante líder da região. Mulheres como ela e as amigas Maximiliana Machquai, 39 anos, e Leonza Quique, 50, usam o centro para

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suas reuniões e também para o sustento, pois ali produzem e vendem seu artesanato. “Antes nos sentíamos abandonadas, tínhamos esse problema, muito comum aqui, que é a violência contra a mulher, mas com a força e o carinho destas brasileiras, estamos conquistando nossa dignidade”, diz Elba.

A ajuda é uma via de mão dupla. “Sinto-me melhor em Huaycán que na Javier Prado [sofisticada avenida de Lima]”, afirma Sara Barata, esposa de Jorge Barata, por muitos anos Diretor-Superintendente da Odebrecht Peru e atualmente Diretor Executivo da Odebrecht Latinvest. “Isso me preenche, me dá sentido”, enfatiza Marilene.

Desde criança, Sara convive com problemas sociais de perto. A mãe foi prefeita na cidade baiana de Conceição do Almeida, a 171 km de Salvador, e levava a filha para conhecer creches, escolas, asilos e onde mais houvesse um problema a ser sanado.

“O que a calça não fez, a saia vai fazer”, dizia dona Lucia Borges, mãe de Sara. A frase ecoa em sua cabeça.

Atuação em várias frentes Damas Amigas do Peru é uma organização informal de voluntárias, sem fins lucrativos, formada por mulheres de integrantes expatriados da Odebrecht e algumas convidadas especiais, como Manaura Marilene, que fundou a organização com Sara e é esposa do médico peruano Víctor Luna.

A organização é composta de mais de 20 mulheres (o número é variável), que atuam em várias frentes na capital. Em Huaycán, estão construindo o primeiro colégio com paredes de tijolos da região. Fizeram reformas e ajudam na alimentação em dois asilos. Doaram camas e equipamentos para um hospital de crianças e para um hospital do câncer, fizeram um refeitório e uma creche em outro bairro pobre de Lima, Manchay, além de promoverem diversas palestras e festividades para comunidades carentes. Mais de mil pessoas são ajudadas diretamente, e outra grande quantidade indiretamente, como as mães de meninos que frequentam as bemcuidadas creches e podem sair para trabalhar.

“O mais importante aqui é a doação. É saber dividir sua inteligência, seu sorriso com quem precisa”, argumenta Maise Guimarães”, recém-chegada

a Lima e integrada às Damas. Seu marido, Ricardo Boleira, é o atual Diretor-Superintendente da Odebrecht no país.

A organização Damas Amigas do Peru tem como evento principal a Feijoada Anual na Embaixada brasileira em Lima. O evento, que comemorará 10 anos em 2014, já conta com mais de 2 mil pessoas na lista de convidados, que pagam ingresso revertido aos projetos sociais. As Damas também têm o apoio institucional do Grupo Brasil (no Peru), com mais 50 empresas de vários países que incentivam o trabalho voluntário e social. Jorge Barata é o presidente do grupo.

Graças a esse esforço conjunto, as voluntárias conseguem tirar um raro sorriso de Domitila Truero, 92 anos, internada no Asilo Luisa Marilac, todo reformado em consequência do trabalho das Damas.

Sozinha no mundo, sem contato com a única filha que se casou e se mudou para a Inglaterra, essa costureira hoje só sai da cama quando Sara e sua equipe chegam à casa do bairro de Surquillo, em Lima, que abriga 21 idosas. “Sabe o que mais gosto nas brasileiras? Elas são carinhosas, gostam de abraçar e beijar”, diz Domitila, sem tirar os olhos de Sara. ]

π Sara Barata e Domitila Truero, moradora do asilo: quando o carinho é o bem mais essencial

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Por um sorriso a mais Texto Eduardo Souza Lima | Foto Guilherme Afonso

Tichaona, no dialeto chona, quer dizer “havemos de ver o que acontecerá”. Nascido no Zimbábue, Tichaona José Xavier foi rebatizado Teacher (em português, “professor”), ao se mudar para Moçambique, ainda criança. O nome anglo-moçambicano hoje seria uma espécie de resposta ao original: aos 19 anos, desde os 12 vivendo no Orfanato São José, em Tete, ele arregaçou as mangas para ajudar voluntários do Projeto Moatize Expansão (PME) a reformarem o parque infantil e construírem a brinquedoteca da instituição. A vontade de ajudar acabou lhe rendendo uma oportunidade de trabalho como auxiliar de oficina na Odebrecht. Como a filosofia que rege o Programa Partilhe inclui a premissa de que ser voluntário também é transmitir conhecimento e experiência, Teacher agora sonha ensinar seu ofício aos quatro irmãos que deixou em seu país natal. “Quero fazer por eles o que pessoas que nem eram de minha família fizeram por mim”, diz.

Há cinco anos em Moçambique, a pedagoga baiana Claudia Andrade, da Odebrecht, Responsável por Responsabilidade Social no PME, tem o seu próprio

π Tichaona José Xavier, o Teacher: “Quero fazer por eles”

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mantra: “O voluntariado é um vírus; ele contagia”.

Desde 2011, o trabalho voluntário no PME já mobilizou cerca de 200 integrantes, em mais de 20 ações que beneficiaram aproximadamente 6 mil pessoas.

Os colombianos Fabio Jaramillo, Gerente de Qualidade, e Sérgio Salazar, Coordenador de Controle e Qualidade, da equipe da Odebrecht no PME, foram “contaminados” ainda nos Estados Unidos, quando trabalhavam nas obras de expansão do Metrô de Miami. Lá, ajudaram a reformar casas de pessoas pobres na vizinhança. Em Tete, empenharam-se nas reformas do São José, que abriga 70 crianças e jovens, e “contagiaram” Teacher. “A ideia partiu de Sergio, que voltou de uma visita dizendo que as crianças não tinham onde brincar”, relembra Jaramillo. “Os brinquedos do antigo parque estavam em mau estado. Era perigoso para as crianças”, atesta a Irmã Maria Rafael, que cuida da instituição. O vírus espalhou-se pelo mundo: “Recebemos doações de oito países”, conta Jaramillo. “As meninas ficavam com a parte de recreação infantil, enquanto os homens pegavam no pesado”, diz a paulistana Paula Bertasi, Coordenadora de Gestão

π Crianças em Tete: no orfanato, recebem a atenção que pode fazer toda a diferença em suas vidas

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π Joelma Soquisso: herdeira da missão de Vó Tereza

de Qualidade. O parquinho foi entregue em 1º de junho.

Nos Estados Unidos, Jaramillo e Salazar trabalharam com o Diretor de Contrato carioca Paulo Brito, que agora os lidera no PME. Brito, que também tem em seu currículo passagens pelo Iraque e pela Libéria, é um entusiasta do trabalho voluntário: “O exemplo vem de cima. Quando você consegue tirar tempo do seu dia a dia para ajudar, seus liderados se sentem inclinados a fazer o mesmo”. O voluntariado no PME já chegou ao nível de epidemia. “Promovemos cafés da manhã de confraternização aos domingos, e aparecem, no máximo, umas 30 pessoas. Quando fizemos a Gincana Missão Possível, para arrecadar donativos em prol dos orfanatos, juntamos quase 200 pessoas”, diz ele.

O parque infantil e a biblioteca de Cateme, distrito de Moatize, onde se reassentaram moradores que viviam na área de mineração de carvão (realizada pela Vale por meio do PME), foram inaugurados em outubro de 2011. Ambos contaram com o trabalho dos voluntários da Odebrecht, que, por sua vez, tinham à disposição sobras de material de construção cedidas pela empresa.

“As crianças não tinham contato com livros”, relembra Claudia Andrade. “É preciso entender como

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funciona a cultura local. O desenvolvimento lúdico, motor e cognitivo das crianças na idade pré-escolar era precário, pois elas ficavam praticamente o dia todo amparadas em capulanas [corte de tecido colorido que tem mil e uma utilidades], nas costas das mães”, explica a psicóloga carioca Adriana Brito, que coordena os programas de Responsabilidade Social em Moçambique.

Reerguimento de orfanato Foi nessa época também que começaram as ações no Orfanato Mundo dos Mais Pequenos, em Tete.

Fundada em 1994, a casa era mantida com escassas doações, a obstinação e o amor ao próximo sem tamanho de Vó Teresa, dona do orfanato. A situação era precária: fossas entupidas, dependências quase em ruínas. Os voluntários do PME reformaram a cozinha e construíram uma nova rede de esgoto.

Mas Vó Teresa, que morreu em abril deste ano, era mais agradecida por outro motivo. “Ela dizia que já havia recebido muitas doações em bens e dinheiro, mas raras vezes em tempo. Poucas pessoas dispunham-se a visitar o orfanato para brincar com as crianças ou conversar com elas”, conta Adriana.

Joelma Soquisso, neta de Vó Tereza, que herdou os cuidados dos 90 internos da instituição, confirma:

“Eles vêm e brincam com as crianças, que ficam felizes”.

Claudia Andrade argumenta: “É importante que o voluntário tenha foco, ou ele se frustra, porque nunca vai conseguir resolver todos os problemas do mundo”. O Programa Partilhe nasceu para permitir a coordenação dessas ações, que vinham acontecendo de forma dispersa desde 2009. “Procuramos identificar as carências e, no início deste ano, montamos o Menu do Voluntário. Fizemos isso ao perceber que muita gente queria ajudar, mas não sabia como”, explica o paulista José Lages Magalhães, Gerente Administrativo Financeiro, há quatro anos em Moçambique. “Meu papel no Partilhe é fazer o meio de campo entre as instituições e os voluntários”, explica a assistente social catarinense Renata Koerich, Responsável pelo Programa de Voluntariado, que chegou a Tete há dois anos.

O casal de Salvador Roberto Veiga, Coordenador da área de Pessoas, e Bruna Veiga, da equipe de Controle de Documentação, participou ativamente da Gincana Missão Possível e sempre que pode faz visitas a orfanatos. “A gente sempre sai de lá com a energia renovada, depois de ver aqueles rostinhos sorrindo”, diz ela.

Aprender ensinando Um dos grandes desafios atuais de Moçambique é o combate ao HIV/Aids. Contra ele, o vírus do voluntariado tem se mostrado uma das vacinas mais eficazes, como bem sabem os integrantes moçambicanos do PME. A psicóloga Rita Henrique usa o tempo vago para levar seu “calor, afeto e carinho” aos órfãos. Formadores do Programa Acreditar, Flávio Moisés João e Vicente Abílio Correia recrutaram seus ex-alunos para ajudá-los a erguer a brinquedoteca da Associação Agrícola M'Padue, em Tete.

“Quando eu faço um trabalho social, é como se fosse minha responsabilidade”, afirma Flávio.

Ele, Damilio Fazenda e Patrício Saope criaram a Associação Geração Verde, que usa o teatro para levar noções de saúde, higiene e respeito ao meio ambiente às comunidades da região, “por amor à camisola”, como se diz lá. E Moisés de Azevedo, formado pelo Programa Acreditar e hoje integrante da equipe de Gestão Contratual, já perdeu as contas do quanto fez – como ajudar a montar o acervo da biblioteca da Escola Secundária Heróis Moçambicanos, em Moatize. “Ser voluntário é aprender ensinando. É estudar, estudar e estudar para estudar”, define. ]

π Flávio Moisés João (à esquerda) e Vicente Abílio Correia: mobilização para erguer uma brinquedoteca

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π Casa de oração: lugar de reflexão e orientação sobre diversos assuntos

Aqui somos mais fortes Texto Eduardo Souza Lima | Foto Guilherme Afonso

A epopeia de Ezequias merece um capítulo à parte na saga das ações de voluntariado dos integrantes do Projeto Moatize Expansão (PME), em Moçambique. A cada visita a uma comunidade assistida pela Agência Missionária e Assistência Social (Amas), entidade que ele fundou e preside, a cada conversa com um voluntário que atraiu para sua causa, um novo capítulo é escrito.

“Ele tira do bolso para dar alimentação às crianças”, testemunha Eusébio Hale Marques, morador do Bairro 4, em Moatize. Hoje, o trabalho de Ezequias Samuel da Rosa – há cinco anos Encarregado de Produção no PME, nascido em Alegre (ES) e hoje radicado entre os sertões da África e Campos (RJ) – já beneficia mais de 16 mil pessoas. Ele destaca a dimensão humana daquilo que faz: “Muitas dessas pessoas tinham

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perdido a capacidade de sonhar. Mas não se pode sonhar em voar enquanto não se tem sequer condições de caminhar”.

O calor (que chega aos 50ºC no verão), as chuvas torrenciais de inverno, os 13 dialetos que são falados na região e as longas distâncias, nada disso detém Ezequias. “Ele some no meio da mata, encontra um vilarejo e ajuda alguém”, conta o Diretor de Contrato do PME, Paulo Brito.

Visitar a aldeia de Gola, no Malawi (sim, o trabalho da Amas já vazou as fronteiras de Moçambique), a quase 100 km do alojamento do PME, é uma experiência que beira o transcendental. A equipe de Odebrecht Informa fez isso. Da floresta, surge mais de uma centena de mulheres e crianças que seguem nossos carros, cantando alegremente. A Amas já assiste 85 aldeias de

Moçambique e do país vizinho, em um raio de 700 km. Geralmente, são os próprios moradores quem procuram Ezequias. “A notícia se espalha pelo boca a boca”, ele explica.

Casa de oração A recepção que tivemos nas ruas calçadas de poeira do Bairro 4 foi igualmente inesquecível.

Como no Malawi, o encontro acontece em uma casa de oração, erguida por voluntários ajudados pela própria comunidade, onde seguem as belas cantorias. O Evangelho é apenas uma das formas de levar outras mensagens. “Vamos às escolas, fazemos palestras sobre noções de higiene e a importância de preservação do meio ambiente”, comenta o moçambicano José Conforme, Líder de Equipe do PME e voluntário. “Dizemos que as doenças nem sempre são causadas por maus espíritos, mas pela mosca que pousou em suas fezes e depois nos alimentos”, relata Ezequias.

Em Gola, existem réplicas da casa de oração de serventia secular. “Quando construímos uma casa, aproveitamos para ensinar um ofício aos locais, formando pedreiros, pintores, marceneiros”,

explica Luís Roce, também moçambicano, Líder de Equipe da PME e voluntário.

Hoje, a Amas conta em seu quadro de colaboradores fixos com 20 voluntários, como a nutricionista paulista Paula Marques, que decidiu permanecer em Moçambique mesmo depois do fim de seu contrato com o PME. Criada no ano passado, a entidade também adotou socialmente 200 crianças, reforma escolas e bibliotecas, constrói parques infantis e distribui mensalmente 3 t de farinha entre as comunidades por ela assistidas.

“Nosso trabalho cresceu muito, fundamos a ONG por uma questão de transparência”, diz Ezequias. Cresceu tanto que abriu filial no Brasil, em Campos (RJ), presidida por seu filho Felipe Samuel Rosa, que também trabalha na Odebrecht como Auxiliar de Segurança do Trabalho do projeto Morar Feliz: “Arrecadamos fundos para Moçambique, coletando donativos ou vendendo camisetas do Amas”, explica ele. “O principal objetivo do Amas é a formação da pessoa para o benefício do próximo”, diz Ezequias. Uma missão que começa em casa. ]

π Ezequias da Rosa: antes de voar, caminhar

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V o l u n t a r i a d o

Um não ao abandono Texto Carlos Pereira | Foto Holanda Cavalcanti

“Alguns precisam de comida, roupas e alimentos.

Mas outros necessitam de carinho, cuidado, de alguém que ouça sua história com atenção. Nosso objetivo principal é fazer esse tipo de aporte, doar amor”, diz Andrea Rabello, representante das Esposas en Acción, formado por esposas de integrantes expatriados da Odebrecht no Panamá, que se mobilizaram para praticar ações de voluntariado social no país e, também, para promover a integração das pessoas da Organização.

No começo, há sete anos, eram seis mulheres. Movidas pelo desejo de retribuir tudo o que fora proporcionado pelo país que as acolheu, realizaram ações em abrigos de cegos, asilos e

orfanatos. “A solidariedade é uma das virtudes mais bonitas do ser humano, é uma necessidade.

Cuidar da dor dos outros faz a gente esquecer a própria dor”, ensina Andrea, esposa de André Rabello, Diretor-Superintendente da Odebrecht Panamá.

O grupo foi crescendo, as atividades ganhando corpo e se diversificando. Hoje, com 90 mulheres ativas, as Esposas en Acción utilizam redes sociais para organizar encontros e atividades para arrecadação de fundos e se dividem em equipes, cada uma com sua líder, para aproveitar melhor as diversas aptidões das pessoas engajadas nas ações e, assim, potencializar os resultados.

π A partir da esquerda, Patrícia Bittencourt, Patrícia Lobo e Andréa Rabello com jovens atendidas pelo Lar Rosa Virgínia: apoio e afeto para combater o desamparo

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π Maritzia Grifo: boa vontade e compromisso

Jovens vítimas da violência O Hogar (Lar) Rosa Virgínia, casa de passagem para mães adolescentes, é uma das instituições assistidas pelas Esposas en Acción. Apesar dos desafios diários, ou devido a eles, Irmã Cándida, a diretora da instituição, transmite a serenidade típica de religiosos que atuam em projetos sociais ao falar sobre seu trabalho e a vida das jovens acolhidas.

Elas têm entre 10 e 18 anos e foram vítimas de abuso sexual e outros tipos de violência. “Chegam desnutridas, às vezes doentes, e sempre com muita raiva no coração”, descreve Irmã Cándida. Como exemplo, a religiosa conta a desconcertante história de M. Aos 13 anos, M. chegou ao Rosa Virgínia, com um filho no colo e a alma despedaçada. Passara a infância sendo rotineiramente violentada pelo pai, e, sob todo tipo de ameaça, vivia em silêncio. M. engravidou, e o violador, dissimuladamente, agiu como um homem preocupado e cioso de seus deveres: acompanhou as consultas médicas e dizia a todos que a gravidez derivou de um inconsequente namoro. “Até a hora do parto, M. não teve a oportunidade de revelar seu segredo”, relata a Irmã.

Confiando na impunidade, o pai foi conhecer o filho, e ali mesmo foi preso.

M. e seu bebê saíram da maternidade diretamente para o Lar Rosa Virgínia, os dois desnutridos. “As outras meninas se revezaram para dar leite do próprio peito à criança. Em um mês, os dois já

estavam bem melhor”, relembra Irmã Cándida, ressaltando que M., como as outras jovens, não abre mão do direito de criar o filho. “O sentimento materno floresce mesmo na adversidade. Elas querem seguir adiante, estudar, trabalhar, porque amam seus bebês.”

Segundo a líder do grupo que assiste o Lar, Patrícia Lobo, casada com Fernado Lobo, Gerente de Produção do Projeto Cinta Costera, as Esposas en Acción auxiliam o Rosa Virgínia com US$ 600 mensais, na forma de alimentos, além de providenciar remédios quando necessário. Roupas e brinquedos também são doados. A constante presença das voluntárias na casa tem um efeito terapêutico no coração machucado das jovens, através dos laços de afeição e respeito criados. “Quando não podem estar presentes, elas mantêm contato.

São como ‘angelitos’ [anjinhos] para nós”, diz irmã Cándida. As jovens também reconhecem a dedicação das esposas. Ano passado, espontaneamente, fizeram uma dança para elas. Encenaram a sua gratidão.

Patrícia Bittencourt, casada com Eduardo Bittencourt, Gerente Administrativo e Financeiro dos projetos Cinta Costera e Patrimônio Histórico, é mais uma das esposas que sempre reserva um tempo para saber como andam as coisas no Rosa Virgínia. Ela ressalta que é prioridade do grupo criar condições para que as jovens tenham a oportunidade de ser independentes no futuro. “Estamos

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V o l u n t a r i a d o

π Lis Saldanha: “Queríamos participar da educação dessas crianças”

selecionando cursos profissionalizantes e vamos decidir como patrociná-los. Algumas meninas estão terminando o secundário e querem fazer faculdade, ser advogadas”, conta, orgulhosa.

“Queríamos abraçar essas crianças” A psicóloga social Maritzia Grifo galgou carreira pública até chegar a Diretora Geral do Sistema Carcerário do Panamá. Hoje dirige o Hogar Divino Niño, uma fundação sem fins lucrativos, criada como um apostolado católico, e usa sua rica experiência para ajudar 28 crianças, de 0 a 5 anos, a encontrar um lar.

Após visitar e conhecer a seriedade do trabalho realizado no Divino Niño, seis das Esposas en Acción, lideradas por Miriam Prato, casada com Gonzalo Prato, Responsável pelo Programa de Custos no projeto Linha 1 do Metrô da Cidade do Panamá, elaboraram um projeto, com objetivos específicos e cronograma de trabalho, e firmaram uma parceria com a instituição. “Ao contrário do que pode parecer, o trabalho voluntário,

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além da boa vontade, exige compromisso”, enfatiza Maritzia, elogiando o comportamento das esposas.

Ao menos duas vezes por semana, elas promovem, no Divino Niño, atividades educativas, culturais e recreativas, como leitura de contos, jogos educativos e produção de desenhos – e apoiam as outras atividades regulares. Lis Saldanha, casada com Paulo Saldanha, Gerente de Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente nas obras da Linha 1 do Metrô, está expatriada há 10 anos. Ela contou que deixou em casa o neto de 9 meses, que viajou do Brasil para visitar os avós. “É meu compromisso.”

Vestindo a camisa do Esposas en Acción, Lis impressiona pela energia e bom humor no meio do agitado parque do Divino Niño, cheio de crianças correndo de um lado para o outro. “Mais do que apoiar financeiramente a instituição, queremos participar da educação, transmitir valores, estimular a imaginação, abraçar, literalmente, essas crianças. E estamos fazendo isso.” ]

Uma causa chamada pessoas Texto Ricardo Sangiovanni | Foto Kamene Traça

A crença de que todos são capazes de ajudar a melhorar a vida de indivíduos e de comunidades foi o que levou Luciana Arce (veja a entrevista com ela na seção “Papo Final” nesta edição) a criar, em 2008, o grupo Kambas do Bem, que reúne cerca de 80 esposas de integrantes expatriados da Odebrecht em Angola e, hoje, oferece cursos e serviços à população carente em três locais da periferia de Luanda.

As kambas (palavra que, no dialeto kimbundo, significa amigos/as) aproveitam as habilidades de suas integrantes dispostas a praticar o voluntariado e usar seus talentos para o bem do próximo. Muitas delas se propõem a ministrar cursos de formação em culinária e informática, entre outras áreas.

A falta de qualificação para o trabalho é um dos grandes desafios de Angola, país que está em reconstrução há pouco mais de 10 anos. “É impossível ficar indiferente, e o país nos proporciona oportunidades de nos doarmos aos mais necessitados”, defende Luciana, casada com Ernesto Baiardi, Líder Empresarial da Odebrecht Infraestrutura na África, Emirados Árabes e Portugal.

A primeira ação das kambas foi viabilizar, por meio de eventos beneficentes, a construção de

um fontanário na comunidade do Mussende, em Viana, na Grande Luanda, onde não havia água.

Com essa primeira realização, o Mussende iniciou seu processo de transformação. O passo seguinte foi construir, em parceria com a Odebrecht, um complexo educacional na comunidade, inaugurado em outubro 2009.

O sucesso no Mussende motivou as kambas a estenderem sua atuação a outras comunidades.

Assim, em abril de 2010, foi inaugurado, no Honga, uma igreja com salas de capacitação, creche e posto de saúde. Em 2011, as kambas iniciaram seus trabalhos no Zango, com a implantação do Centro de Formação Socioprofissional Auxiliadora do Zango (Cesa), com apoio do Governo e da Odebrecht. A gestão desses complexos foi entregue a instituições religiosas, o que garante sua autossustentabilidade.

Um quarto projeto, ainda mais arrojado, está em andamento no Zango, com aporte de US$ 500 mil feito pelas kambas, para construção de uma escola secundária dotada de quatro laboratórios profissionalizantes (para informática e eletricidade).

"Soube das Kambas do Bem antes de morar em Angola. Foi uma motivação a mais para vir",

π Luciana Arce no Cesa: presença constante nas iniciativas apoiadas pelas Kambas do Bem

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V o l u n t a r i a d o

π Kambas do Bem: difusão de conhecimentos para formação de profissionais angolanos

conta a kamba Shirley Gonçalves, engenheira, esposa de Marcos Torres, Diretor de Contrato do projeto Sistema Viário de Luanda. Ela ficou à frente da coordenação dos cursos no Honga e também participou do planejamento do curso de formação de garçons, cujas aulas, aliás, ocorrem em sua própria casa.

A fonte de motivação para o trabalho voluntário define-se, para as kambas, em uma palavra: Deus. "Somos instrumentos para levar esperança aos outros. Não sou só transformadora, a transformação acontece em mim", conta a advogada kamba Maria Eugenia Pérez Ferrer, esposa de Javier Chuman Rojas, Diretor de Contrato da construção da estrada Catata-Lóvua, que recebe semanalmente as colegas em casa para reuniões ecumênicas de estudos bíblicos.

π Etevalda (de blusa branca): palavras de motivação

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Acreditar no ser humano A fé – religiosa ou em valores humanísticos – também aparece por trás do voluntariado desenvolvido isoladamente por integrantes da Odebrecht em Angola. A ferreira angolana Etevalda Fernandes, do projeto de construção de casas populares do Zango, distribui mensalmente brindes a crianças de hospitais públicos de Luanda. A ação começou há três anos, quando ela levou um presente a um sobrinho

hospitalizado e notou o quanto o gesto alegrou não só a ele, como a todas as crianças internadas. "Levei a ideia para a igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, e passamos a arrecadar doações e organizar visitas para levar não apenas presentes, mas também palavras de motivação."

Outra ação é desenvolvida pelo pedagogo Gerri Vissapa, Responsável pelo Programa de Desenvolvimento de Pessoas em Angola. Há 10 anos, ele lidera um grupo de escoteiros dos 12 a 16 anos, pelo qual já passaram cerca de 400 jovens.

Sua preocupação é desenvolver valores como caridade e atitude comunicativa. "Já aceitei jovens delinquentes, com irmãos que perderam a vida na criminalidade. Hoje, esses meninos voltaram à escola", relata Gerri, com orgulho. "Não podemos nos contentar em culpar a guerra civil para sempre. Se não ajudarmos quem está à margem, não estaremos fazendo nada."

Ajudar é o mote da engenheira brasileira Alice Ponciano, Responsável por Meio Ambiente na obra da hidrelétrica de Laúca, a 300 km de Luanda.

Quando ela precisou contar com seus quatro auxiliares para funções mais elaboradas, notou que nenhum deles conseguia ler e escrever bem.

"Consultei colegas pedagogos, montei apostilas e, há um mês, começamos um curso de alfabetização.

Além de trabalhar, temos que fazer a nossa parte pelo próximo." ]

π Gerri Vissapa: estímulo à atitude comunicativa

π Alice Ponciano com integrantes da Odebrecht nas obras de Laúca: “A gente tem que fazer algo pelo próximo”

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π Charles Stubs com Stephanie Carvajal, Coordenadora de Programas da AmeriCorps, organização que apoia as iniciativas do Rebuilding Together (à esquerda), e Jacqueline Contney: “O que mais me tocou foram os gestos inesperados”

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Força para reconstruir Texto Thaís Reiss | Foto Stephanie Meyer

As flores e palmeiras recém-plantadas na entrada da casa de Charles Stubbs estão castigadas pelo sol forte do verão em Miami. Stubbs, 65 anos, é um veterano que serviu por dois anos na guerra do Vietnã. Residente da região de Coconut Grove desde 1960, ele acompanhou as grandes transformações no bairro e se lembra da época em que todas as casas eram construídas no estilo shotgun – residências retangulares, estreitas, com uma média de, no máximo, 3,5 m de largura e quartos dispostos um atrás do outro. Esse era o estilo de construção mais popular no sul dos Estados Unidos entre o fim da Guerra Civil Americana (1861-1865) e meados da década de 1920.

Mas não foi só a comunidade ao redor de Charles Stubbs que mudou. Ao longo dos anos, ele viu sua própria casa se deteriorar, por causa da falta de recursos para manter a propriedade. Havia muito a fazer. Hoje, graças a voluntários da organização Rebuilding Together, a residência recebeu mão de tinta, reparos elétricos, novo sistema de ventilação e novas portas e janelas resistentes a furacões.

“O que mais me tocou foram gestos inesperados, como a cama nova que ganhei”, conta Stubbs.

“Antes, eu tinha muitas dores na coluna, mas agora consigo dormir bem e descansar.”

A Rebuilding Together (do inglês, Reconstruindo Juntos) é uma organização sem fins lucrativos fundada há 30 anos em Midland, no Texas, sob o nome de Christmas in April (Natal em Abril). Iniciada por um grupo de voluntários que organizava mutirões a cada mês de abril para realizar reparos em casas nos arredores de Midland, seu principal objetivo é prover reformas nas casas de veteranos de guerra, idosos, vítimas de desastres, portadores de necessidades especiais e famílias de baixa renda que precisam de reparos urgentes. A Rebuilding Together conta com mais de 200 afiliadas espalhadas pelos Estados Unidos e um histórico de 3,4 milhões de

voluntários que já reformaram mais de 100 mil residências, o que corresponde a um valor de mercado estimado em US$ 1,3 bilhão.

“Temos uma oferta cada vez menor de moradias populares nos Estados Unidos e, em especial, em Miami”, diz Bob Miller, voluntário e Presidente do Conselho de Administração da Rebuilding Together Miami-Dade há 10 anos. “Precisamos preservar esse inventário para futuras gerações.”

Três gerações juntas na mesma casa “Muitas vezes chegamos às casas e nos deparamos com pessoas de três gerações vivendo juntas.

Com frequência, os avós são os donos, mas a filha também vive lá com crianças pequenas, das quais os idosos tomam conta enquanto a filha trabalha”, relata a engenheira Jacqueline Contney, integrante da Odebrecht, Responsável por Controle de Custos no projeto do Porto de Miami. “As casas são antigas, pequenas e não foram projetadas para comportar tantas pessoas.”

Jacqueline conheceu a Rebuilding Together há dois anos, por meio de uma iniciativa da Odebrecht na obra do Metrorail de Miami. Hoje, além de participar de mutirões e eventos beneficentes com seu marido, Ross Contney, e a filha Jordyn Contney, de 6 anos, Jacqueline é a tesoureira da afiliada em Miami. “É muito gratificante saber que o trabalho que desenvolvemos tem impacto tão direto na nossa comunidade”, ressalta Jacqueline. “Só na região onde o Sr. Stubbs mora, já reformamos quase 100 residências. Estamos, portanto, revitalizando o bairro como um todo e não apenas uma casa.”

Bob Miller acrescenta: “Além de trabalhar com as residências, também nos envolvemos com outros projetos que façam sentido e que beneficiem a comunidade. “Por exemplo, já demolimos uma cracolândia, pintamos uma igreja e construímos playgrounds”. ]

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V o l u n t a r i a d o

π A partir da esquerda, atrás, Luís Romero, Aracelis Villegas, Getsy García, Asdrúbal Zuleta e Yemina Lorenzo; à frente, Grisell Martínez, Crisbely Irisme, Elenitza Berrios e Carmen Viva: voluntários da Odebrecht na Venezuela com atuação em várias setores

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Declarações de amor à vida Texto Edilson Lima | Foto Andrés Manner

São 7 da manhã no canteiro de obras da Estação Tamanaco, da Linha 5 do Metrô de Caracas. Os trabalhadores vão chegando para mais um dia de serviço. Entretanto, uma atividade em especial tem mudado a rotina de suas manhãs desde julho: a prática da calistenia. Lideradas pelo monitor voluntário Willian Carvajal, as equipes realizam exercícios físicos para alongar a musculatura de pernas, braços, tronco e cabeça. “Primeiramente, experimentei e percebi que a calistenia faz diferença em nosso bem-estar. Depois, decidi tornar-me monitor da turma”, conta Willian.

Aos 42 anos, ele atua como Técnico de Segurança do Trabalho no mesmo canteiro. “Aqui na obra, meu trabalho é fazer inspeção, acompanhar as atividades do pessoal, melhorar os procedimentos de trabalho e transmitir informações de segurança. Quando soube do Programa de Calistenia, fiquei curioso e vi que tinha tudo a ver com minhas atividades. Então, obtive o treinamento e hoje tenho prazer de acompanhar a turma no seu dia a dia.”

O programa foi implantado pela médica Ana Colmenares, Responsável por Saúde no projeto da Linha 5. Como são oito frentes de trabalho, ela optou, com apoio da Equipe Dirigente da obra, por

mobilizar pessoas de dentro e de fora da empresa para serem monitores voluntários. “Todos receberam treinamento e ajudam a criar a cultura da prevenção. Orientamos os trabalhadores sobre como proceder em suas atividades cotidianas. Por exemplo, sobre a melhor forma de erguer materiais pesados. Uma postura errada pode causar lesões musculares graves”, explica Ana. Ao lado de Willian, são hoje 23 voluntários, e os resultados, visíveis: “As pessoas relatam que estão tendo mais qualidade de vida, e as queixas sobre dores têm diminuído“, diz a médica.

Uma equipe disposta a ajudar Seja nas frentes de trabalho, seja nos escritórios de apoio, as ações voluntárias têm brotado de várias maneiras. Em 2010, os integrantes do canteiro central das obras do Metrô, localizado no Parque Miranda, fizeram uma campanha para coletar doações para as vítimas do terremoto do Haiti, que devastou uma parte do país. Asdrúbal Zuleta, Responsável por Serviços Gerais, foi um dos mais engajados. “Todo mundo se mobilizou, e pudemos fazer algo gratificante em prol dos haitianos”, ele recorda. “Ações como essa nos engrandecem como

π Alongamento no canteiro: investimento no bem-estar para os trabalhadores

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V o l u n t a r i a d o

π Reflorestamento do Parque Galindo, em Caracas: esforço conjunto protagonizado pela comunidade e pela empresa

seres humanos. Foi uma experiência única”, completa a companheira de trabalho Aracelis Villegas, Responsável por Custos.

Eles e seus companheiros de campanha arrecadaram cerca de meia tonelada de alimentos não perecíveis, água e produtos de higiene pessoal. “Montamos pontos de coleta nos escritórios e nas frentes de trabalho”, explica Elenitza Berrios, Coordenadora de Responsabilidade Social.

Também foram doadas botas e calças de segurança do trabalho para os profissionais que atuaram no Haiti. Elas foram entregues em seu destino pela Organização Cáritas de Venezuela e pela Proteção Civil deste país.

Em 2011, o grupo fez novas doações, dessa vez às vítimas das chuvas que, no fim daquele ano, atingiram 10 estados venezuelanos. Os voluntários arrecadaram 300 kg de alimentos e produtos de higiene pessoal. Em 2012, fizeram doações às famílias que tiveram pessoas mortas ou feridas na explosão da Refinaria de Amuay, no norte do país.

Yermina Lorenzo, da equipe de Engenharia, diz: “Tudo o que fizermos, será sempre pouco, mas temos que fazer sempre”. Carmen Vivas, da Área de Correspondência, ressalta: “Essas causas só têm nos unido mais como equipe”.

O próximo passo do grupo é doar roupas e artigos de bebês para famílias carentes da comunidade La Dolorita, assistida pelos projetos sociais do Metrocable. “Ações como essas têm como base

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valores empresariais plenamente identificados com nossos valores familiares. Isso engrandece muito o espírito de servir”, argumenta Getsy García, da equipe de Planejamento.

Reflorestamento Além das campanhas e doações, parte da equipe do escritório participa das atividades de reflorestamento do Parque Galindo, na localidade de Petare.

Durante a visita a Caracas, a equipe de Odebrecht Informa acompanhou uma das atividades, que envolveu, de um lado, integrantes da empresa e, de outro, crianças e adultos das comunidades próximas ao parque.

Liderados pela engenheira Nexys Ramírez, Responsável pelo Programa Ambiental nas obras da Linha 5, os voluntários plantaram, nesse dia, 225 mudas. Uma semana antes, já tinham sido plantadas cerca de 100 mudas e, até o fim de 2013, serão mais de 400 no total. “Para cada árvore retirada no raio de influência de nossas obras, temos que plantar oito mudas. Firmamos parceria com o Instituto Nacional de Parques e estamos reflorestando este espaço público”, explica Nexys.

Para a manutenção e o cultivo das mudas, Nexys contará com o apoio de María Luisa Fernandez, 56 anos, moradora da comunidade Alcabala. Em 2010, María Luisa fundou a Frente Ambientalista Urimare, com outros moradores, e, desde então, passaram a cuidar do parque. “Como o parque é um

espaço público, ou seja, é nosso, vimos que temos que cuidar dele”, ela comenta.

Pequenas atitudes, significados gigantescos As ações voluntárias podem ser coletivas ou individuais. Sofia Peña, 27 anos, integrante da equipe de Gestão de Qualidade e Risco, tomou uma atitude que é, aparentemente, simples, mas que, para uma mulher, é bastante desafiadora: cortou 33 cm de seu longo cabelo e doou à instituição SenosAyuda, que trabalha com prevenção ao câncer de mama e apoia mulheres em seu tratamento quimioterápico. “Para uma mulher, perder os cabelos por causa do tratamento quimioterápico é muito doloroso. Então decidi ajudar no que pude”, ela conta.

Influenciada pela atitude de Sofia, Johana Camargo, 33 anos, também decidiu colaborar e doou à instituição 40 cm de seus cabelos. “Quando vi o gesto dela, senti que também poderia ajudar.

Colaborar com essas mulheres que estão em tratamento é algo muito gratificante”, descreve Johana.

Os cabelos doados são transformados em perucas para as pacientes.

O casal Edwin Medrano e Ana Spadaro, 54 e 50 anos, respectivamente, da equipe de Planejamento, decidiu doar as coleções e os livros do filho Jesus Enrique, 17 anos, ao Centro de Educação Simoncito, uma escola com 240 crianças de 6 meses a 5 anos.

“Por meio da educação, podemos formar pessoas melhores para construir um mundo melhor”, diz Edwin. “A leitura deve ser cultivada sempre, para

π Ana Spadaro e Edwin Medrano: educação por um mundo melhor

conhecermos melhor o mundo e ampliar nossos horizontes”, completa Ana. Além dessa iniciativa, os dois apadrinharam cinco crianças de projetos apoiados pela Igreja Santa Mônica, onde são catequistas.

Antonio Tavares, Diretor de Contrato das obras da Linha 5 do Metrô de Caracas, destaca: “Empreendedor é aquele que encontra a solução e dá resposta aos problemas. As ações voluntárias fortalecem esse espírito nas pessoas que as praticam”. ]

π Sofia Peña (à esquerda) e Johana Camargo: ato exemplar de solidariedade

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V o l u n t a r i a d o

π O “tio” Sérgio Koch: desenvolvimento da liderança e cultivo das virtudes humanas

Alguém com quem contar Texto Fabiana Cabral e Renata Meyer | Foto Ricardo Chaves (RS) e Paulo Fridman (SP)

“Eu era muito racional, do tipo ‘um mais um é sempre igual a dois’. Quando me tornei voluntário, percebi que é possível a conta resultar em três.” Depois de mais de 10 anos de apoio financeiro a diversas ONGs, o engenheiro mecânico Roberto Ferraboli Júnior decidiu ver com os próprios olhos como suas contribuições transformavam-se em benfeitorias.

“Resolvi me doar”, comenta o integrante da Braskem, que trabalha no Polo Petroquímico do ABC (SP).

Assim começaram seus contatos com o GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), que mantém o Instituto de Oncologia Pediátrica, hospital que atende a 3 mil crianças por mês na capital paulista.

“Meu primeiro dia foi surpreendente, pois não sabia o que encontraria”, relata Roberto. Em agosto de 2012, ele foi convidado a participar do grupo Cantinho da Paz. Em três sábados por mês, Roberto passa as tardes com crianças e familiares, em diversas áreas do hospital. “Eles precisam conversar e ser ouvidos, e nosso grupo deve estar preparado

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emocionalmente para todos os momentos”, explica.

De acordo com Roberto, seu tempo passou a ser mais bem empregado desde que iniciou as ações no GRAACC, há um ano: “Estar disponível para isso é um valor pessoal. Aprendi que não posso reclamar de nada, pois tenho casa, família, amigos e alimento.

Não sei se teria a força que essas pessoas têm, e quero passar exatamente isto: força”.

Ricardo Serbaluki, também engenheiro mecânico no Polo do ABC, ajudou diversas instituições antes de chegar ao GRAACC. Ele e a esposa começaram a fazer doações e participar de eventos em uma entidade para crianças carentes na Zona Leste de São Paulo. “Uma delas tinha leucemia, e, a partir do acompanhamento do caso, conheci o GRAACC”, ele conta. Já são seis anos no grupo: “A hora mais feliz é quando uma família deixa o hospital, após um tratamento de sucesso”. Ricardo enfatiza: “Fazer o bem faz bem”. E acrescenta: “Descobri que as ações faziam bem a eles e também a mim. Entendemos nossos limites e do que somos capazes”.

Necessidade e disponibilidade Roberto e Ricardo estão entre os 460 voluntários do GRAACC que atuam em 20 setores do hospital e na Casa de Apoio Ronald McDonald – criada em parceria com a rede McDonald’s para abrigar 30 famílias durante tratamentos longos. O primeiro passo para se tornar voluntário é agendar uma visita monitorada, que acontece semanalmente.

“Mostramos como funcionam os setores e analisamos o perfil dos candidatos de acordo com a nossa necessidade e a disponibilidade de cada um”, explica Gilda Bezerra, coordenadora de Relações Públicas do GRAACC. Todos passam por recrutamento, treinamento e estágio antes de iniciarem os trabalhos.

“Nosso programa é diferenciado, pois os voluntários fazem de tudo”, comenta.

Segundo Gilda, o GRAACC tornou-se referência no Brasil. “Recebemos a certificação ISO 9001 para Voluntariado pelo quarto ano consecutivo.” Ela avalia que nos últimos anos o voluntariado mudou no país. “Antigamente, os idosos eram maioria. Hoje, pessoas de várias idades estão engajadas. Há um maior comprometimento, e os participantes buscam fazer o que gostam também nessas ações. Isso faz a diferença.”

Guardião legal Na sala que ocupa na ONG Ação Social de Fé, em Porto Alegre, o analista de sistemas da Braskem no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), Ricardo Ruschel, contempla os cartões com mensagens de carinho que recebeu das crianças atendidas pela entidade,

no Dia dos Pais. Presidente da ONG desde março de 2012, ele é o guardião legal de 32 menores em situação de abandono ou vítimas de abusos cometidos no âmbito familiar que vivem em quatro casas-lares mantidas pela entidade, após a guarda dos pais ter sido destituída pelo Juizado da Infância e da Adolescência. Cabe a Ruschel administrar as casas com os recursos recebidos principalmente da Prefeitura, por meio da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), assegurando assistência integral às crianças, com alimentação, saúde, educação, lazer, esporte e cultura.

A ONG também promove o Serviço de Apoio Socioeducativo (Sase) Escola da Vida, que oferece oficinas educativas, atividades recreativas e apoio pedagógico a cerca de 60 crianças de 6 a 14 anos, em situação de vulnerabilidade social. Ruschel conta com o apoio de uma equipe de educadores, administradores, assistente social e psicóloga: “O trabalho desenvolvido busca dar um novo significado às experiências de vida das crianças, estimulando sua autonomia, para que, no futuro, elas sejam capazes de trilhar seu próprio caminho”.

Cozinheiros de Plantão Em 1998, Nelson Tschiedel, engenheiro químico no Polo de Triunfo, reuniu alguns amigos para uma ação de voluntariado, a fim de beneficiar frequentadores do abrigo noturno público Monsenhor Felipe Diel, em Porto Alegre. O objetivo era proporcionar às pessoas, a maioria moradores de rua, uma refeição de qualidade, preparada e servida pelo grupo. Assim

π Ricardo Ruschel: incentivo à busca da autonomia

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V o l u n t a r i a d o

π Cozinheiros de Plantão: grupo chega a servir até 140 refeições por noite

surgiu a iniciativa que mais tarde foi batizada de Cozinheiros de Plantão.

O grupo, coordenado atualmente por Ana Bárbara Maldaner, Kátia Hirt e Cinthia Coelho, ganhou novos adeptos e, hoje, pelo menos 20 integrantes da Braskem participam da ação, que ocorre uma vez por mês. Cada noite, os Cozinheiros de Plantão chegam a servir 140 refeições, subsidiadas com o dinheiro arrecadado entre os participantes. No cardápio: feijão, arroz, carne, legumes, salada, suco e uma sobremesa.

“O interessante no voluntariado é que as pessoas não esperam ser requisitadas para colaborar. Todo o voluntário carrega dentro de si uma vontade de mudar o mundo, não importa como. Muitas vezes um sorriso já faz a diferença”, ressalta Nelson.

Valores do ensino religioso Às seis da tarde de um domingo, em São Paulo, Vanessa Santos da Cruz de Souza tenta atrair a atenção de crianças de 9 a 12 anos, que estão alegres, falantes e – por causa da presença da equipe de Odebrecht Informa em uma das salas da Igreja Batista Ministério da Reconciliação – curiosas. “Essa faixa etária é aquela em que elas já não se aceitam mais como crianças e querem agir como adultos. Elas são maduras para a idade e sabem o que querem”, diz Vanessa, 26 anos, secretária na Braskem, sorrindo e pedindo silêncio para iniciar as atividades.

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Com outros dois orientadores, Vanessa ministra aulas de ensino religioso na igreja durante um domingo por mês, há um ano e meio. Uma equipe de orientadores – ou “tios”, como chamam as crianças – é responsável por um dia de atividades, que envolvem música, dança, teatro e recreação. “Em cada aula, aprendo mais e percebo que ainda não sei nada. Não há rotina e é muito gratificante”, ela revela.

Vanessa iniciou ações voluntárias aos 12 anos, em uma igreja católica, dando aulas de catecismo para crianças de 3 a 10 anos. “Quando tinha aula de ensino religioso, queria ser a minha professora. Então fui atrás disso”, conta. Em meio a rotina que envolve carreira, estudo e trabalho social, ela quase desistiu, ao pensar que não conseguiria compartilhar seu tempo: “É preciso se dar por inteiro. Tem que se doar de coração, administrando tempo e afazeres”.

Com apenas 22 anos, Maila Cardoso, técnica em Química no Polo de Triunfo, tornou-se líder comunitária como resultado de sua atuação no Curso de Liderança Juvenil (CLJ), voltado à evangelização de jovens de 13 a 18 anos. Presidente do CLJ na diocese de Novo Hamburgo (RS), seu município natal, ela integra um grupo de jovens que se reúne semanalmente na Catedral de São Luiz Gonzaga para debater temas atuais e promover ações de voluntariado.

Levar carinho e atenção a crianças de um lar de passagem é uma das atividades realizadas uma vez

π Vanessa de Souza: “Em cada aula, aprendo mais”

π Maila Cardoso (à direita, sentada): experiência impactante

por mês. Os jovens visitantes dedicam-se a entreter as crianças com jogos e brincadeiras ao longo de uma manhã. “É uma experiência muito impactante, que nos faz refletir sobre a importância da família”, ressalta Maila. O grupo também faz visitas mensais a um hospital da cidade, que incluem orações e músicas para os pacientes. “A gente sempre pensa que vai fazer um bem para o próximo, mas, na verdade, fazemos para nós mesmos”, destaca.

Em Montenegro (RS), a 55 km de Porto Alegre, Sérgio Koch, técnico de manutenção na Braskem, é um dos coordenadores do movimento Onda (Objetivo Novo de Apostolado), da Paróquia São João Batista, criado para aproximar jovens de 10 a 14 anos do Catolicismo. São promovidos cursos, palestras, ações sociais e passeios, em encontros semanais.

“Mais do que conectar os jovens aos valores cristãos, o Onda educa para a vida, despertando o espírito de liderança e o cultivo de virtudes humanas”, afirma Sérgio, que há oito anos participa ativamente do movimento.

Todos os sábados à tarde, ele une-se a outros “tios” – como são chamados os orientadores do Onda – para realizar as ações previstas no cronograma. Sérgio também ajudou a construir o atual espaço onde ocorrem as atividades, situado nas dependências da paróquia. Além de participar das obras, mobiliou as salas com mesas e cadeiras cedidas pela Braskem. ]

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Prazer em conhecer – e ajudar Texto Andressa Saurin | Foto Geraldo Pestalozzi

Estamos em Mineiros, sudoeste de Goiás. Vindas de grandes cidades do país, acompanhando seus maridos, esposas de integrantes da Odebrecht Agroindustrial no Polo Araguaia chegaram ao Centro-Oeste brasileiro para viver em uma região na qual, há cinco anos, existia apenas campo. Hoje estão em funcionamento ali duas unidades da empresa.

“Estamos juntos há 10 anos. Já morei em Maceió, Salvador e São Paulo, onde estávamos havia sete anos, quando recebemos o convite para vir para cá. Digo ‘recebemos’ porque é um projeto de família. Abraçamos o convite como uma oportunidade para todos”, diz Paula Baracho, esposa de Erico, Responsável por Pessoas e Administração no Polo Araguaia. Aos 35 anos, advogada e mãe de Isadora, de quase 2 anos, Paula é uma das mulheres que fazem parte do grupo de Acompanhantes.

Ela tem a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) na ponta da língua e como elemento indissociável de seu cotidiano – no trabalho, em casa e nos momentos de lazer. “Às vezes me pego falando com minhas amigas sobre delegação”, comenta Paula. Ao lado de outras esposas, ela passou por um programa de aculturamento que discutiu a importância da integração e do envolvimento do grupo para superar, em conjunto, os desafios da nova realidade. Trocavam informação sobre médicos, escolas, babás e atividades para os filhos. Dois pontos ficaram muito claros nesse programa: elas precisavam se organizar para ajudar aquelas que viriam a passar pela mesma situação e para apoiar a comunidade.

Imbuídas do seu papel como cidadãs e prontas para agir, elas formaram duas equipes.

Apoio a projetos já existentes A Abem – Ação para o Bem de Mineiros é liderada por Liliani Mazzarioli Baldini Pires, esposa de Vinícius Jacob, Responsável por Tratos Culturais na Unidade Água Emendada. Eles chegaram à cidade há um ano e meio. “Percebi que teríamos uma oportunidade para crescermos juntos e agora estou exercitando muita coisa em que sempre acreditei.”

Por meio de interações com a Prefeitura e a Secretaria de Ação Social, Liliani e as demais

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π A partir da esquerda, em pé, Francisca de Araújo, Lilian Cruvinel, Fernanda Amoroso, Karim Koch, Michellini Kabbas, Liliani Pires, Alessandra Rodrigues e Jaqueline Marzinotto (com a filha, Ana Eduarda, no colo); à frente, agachadas, a partir da direita, Gislaine Maia, Paula Baracho e sua filha, Isadora: acolhimento e integração

π Michellini Kabbas (à esquerda) e Fernanda Amoroso: orientação a quem está chegando

integrantes da Abem identificaram na comunidade oportunidades de atuação voluntária e passaram a trabalhar diariamente em projetos já existentes. “Não adianta criarmos projetos novos se temos outros já em andamento que precisam da nossa ajuda.”

Acompanhadas dos filhos, Vitória, 11 anos, e Guilherme, de 5, e da equipe de Odebrecht Informa, Liliani e Paula entregaram colchões remanescentes dos alojamentos da Odebrecht para a associação Resgatando Vidas, que atende a dependentes químicos. “Tudo o que acontece aqui é voluntário: da internação dos jovens à alimentação preparada todos os dias. A Abem tem como objetivo apoiar projetos, não só com doações, mas oferecendo suporte para que as pessoas possam crescer e se estruturar da melhor forma possível”, afirma Liliani.

Do outro lado da cidade, Fernanda Amoroso e Michellini Kabbas aprovam a versão final do Guia de Boas-Vindas da cidade, desenvolvido pelo

grupo Ombro Amigo. A publicação, com informações sobre hospitais, médicos, instituições de ensino, entre outras dicas, ajudará as famílias recém-chegadas a se adaptarem de forma mais fácil e rápida à cidade.

“O projeto surgiu da necessidade de nos aproximarmos das pessoas e amenizarmos as dificuldades de quem está chegando. O Guia será uma bússola, com informações que procurávamos quando chegamos aqui”, explica Fernanda (esposa de Rodrigo Amoroso, Responsável pela Área Agrícola na Unidade Água Emendada), que coordena as atividades paralelamente aos desafios de mãe.

Enquanto os filhos estão na escola, Fernanda e Michellini, esposa de Marco Amaral, Responsável por Saúde, Segurança e Meio Ambiente no Polo Araguaia, correm para finalizar o Guia. “Temos responsabilidades e metas a cumprir, como em qualquer outro trabalho. A diferença é que, no voluntariado, estamos o tempo todo fazendo o bem: para os outros e para nós”, salienta Fernanda. ]

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π Rogério Tadeu Ramos Sarro, Diretor de Concessão da Foz em Limeira (primeiro à esquerda, à frente), com conselheiros do Bolsão da Cidadania e representantes da entidade assistencial Nosso Lar: apoio à criança

Ao encontro do outro Texto Bruna Paulino | Foto Bruna Romaro e Holanda Cavalcanti

É Natal. Uma grande árvore, parte da decoração temática, compõe o piso térreo do Bourbon Shopping, no bairro da Pompeia, em São Paulo. Além de adereços e luzes, a árvore carrega mais um elemento importante. Ao lado de laços, estão papéis de presente. Os clientes do shopping vão até lá, escolhem um deles e entregam embrulhos. Nesse momento, uma criança foi escolhida para ser presenteada. A equipe do Lions Clube Brasil, voluntariamente, recebe os presentes e os entrega a crianças carentes.

Nicanor Florença, integrante da equipe de Engenharia da Odebrecht Ambiental, sócio do Lions Clube há oito anos e presidente de 11 distritos, incentiva e organiza ações sociais. Ele conheceu o clube por meio da maçonaria e se identificou com a missão do programa: promover os princípios de boa governança e boa cidadania e criar o espírito de compreensão entre os povos. “Tenho origem carente e recebi ajuda quando precisei.

Participar do Lions é uma forma de retribuir por

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isso”, diz Nicanor, que, um dia, ouviu a pergunta de uma criança admirada pela ação do Lions no Bourbon Shopping: “Quem disse que Papai Noel não existe?”

Nicanor ingressou na Odebrecht Ambiental há três anos e promoveu algumas ações em sua equipe. Na data de seu aniversário, trocou a tradicional “vaquinha” para um presente pela arrecadação de 40 litros de óleo de cozinha. Esse tipo de prática faz parte de seu dia a dia. Em 24 de agosto, Dia da Infância, ele esteve na instituição Amparo Maternal, que apoia jovens mães carentes, na Vila Mariana, em São Paulo, com alguns companheiros de clube. Bem no meio delas, estava Ana Paula Siqueira, 27 anos, com Rebecca em seu colo. A menina usava uma fita lilás na cabeça e não tirava os olhos de Nicanor enquanto ele entregava kits de higiene pessoal. Isso ficou na memória dele, assim como a pergunta da criança que recebeu o presente de Natal.

“Essas doações vêm sempre na hora certa. São boas para nós que precisamos de ajuda no momento, e ótimo para o desenvolvimento de nossos bebês. Ficamos muito agradecidas”, conta Ana Paula, mãe de três filhos, que está no Amparo há sete meses. “Nós servimos” é o slogan do Lions. Uma das características do Parceiro Odebrecht já fazia parte da lista de valores pessoais de Nicanor.

Bolsão da Cidadania Esse mesmo espírito de ajuda e solidariedade motivou Zenides Gomes a se voluntariar para participar do Bolsão da Cidadania, na operação da Foz – empresa da Odebrecht Ambiental que atua no segmento de água e esgoto – em Limeira (SP). “É muito bom poder ajudar a quem precisa. Eu me sinto muito bem”, conta ela, que atua há oito anos nesse programa que depende integralmente do engajamento de voluntários.

O Bolsão da Cidadania ajuda instituições cadastradas no Centro de Promoção Social Municipal, autarquia da Prefeitura cujo objetivo é desenvolver práticas de assistência social à população carente do município. Todo ano, os 13 conselheiros do programa, todos eles integrantes da Foz, reúnem-se e escolhem as quatro instituições que ajudarão ao longo do ano com a arrecadação de mantimentos, itens de higiene ou dinheiro, de acordo com a necessidade.

O programa também se estendeu a outras

unidades da Foz, em Rio Claro (SP) e Blumenau (SC), por meio de Sandro Stroiek, Diretor de Concessão, que conheceu o Bolsão quando atuava em Limeira. Segundo ele, a necessidade de engajamento é grande em função dos longos contratos da empresa, que duram no mínimo 30 anos. Os integrantes, muitas vezes mobilizados, mudam-se para a cidade, passam muito tempo vivendo no local e constroem uma vida. “Na concessão, temos que viver na cidade, interagir com a comunidade e a sociedade civil organizada”, ele argumenta.

Ao fim de cada campanha de arrecadação, os membros do conselho reúnem-se e fazem a entrega dos produtos, interagindo com o público beneficiado. Algumas doações esporádicas acontecem em outras datas comemorativas. Este ano, para celebrar o Dia Nacional do Voluntariado, em agosto, o Bolsão arrecadou 100 kg de mantimentos entregues à casa de assistência social à criança Nosso Lar e contribuirá com a alimentação e saúde de 35 delas em situação de vulnerabilidade social.

O retorno positivo não chega apenas para quem recebe as arrecadações, mas também a quem auxilia. “É uma ação gratificante”, afirma Zenides.

Ela se lembra de que a entrega mais marcante que acompanhou foi ao Cren (Centro de Reabilitação e Educação Nutricional), que trata crianças e adolescentes desnutridos. “Fiquei emocionada ao ver crianças carentes debilitadas precisando de ajuda.” ]

π Nicanor Florença (ao centro): “Tenho origem carente e recebi ajuda quando precisei”

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O futuro à espera Texto Thaís Zanchettim | Foto Almir Bindilatti

Na fachada azul da casa 7.627 da rua Tarciana de Abreu, bairro JK II, em Porto Velho, lê-se: “Centro Educacional Semear”. A identificação não traduz integralmente o propósito da escolinha. Há indícios mais precisos na frase gravada ao lado: “O sonho apenas começou. O futuro nos espera”. Para que a instituição, que atende 237 crianças carentes, se tornasse realidade, sete amigos iniciaram, em 2008, um projeto social voltado à educação e, sobretudo, à construção de um futuro mais digno das esperanças nele depositadas.

No início daquele ano, o grupo tinha apenas a ideia na cabeça e um terreno vazio doado pela igreja que frequentam (igreja do Evangelho Quadrangular).

Era necessário todo o resto. Para arrecadar fundos, eles organizaram eventos beneficentes. Depois de promoverem muitas festas e rifas, o local foi

dotado de quatro salas de aula climatizadas, refeitório, secretaria e área de recreação coberta. Com a estrutura pronta, conseguiram, via poder público, professores, merenda, uniformes e material escolar.

O propósito do Semear extrapola o bê-á-bá dos livros. “Priorizamos os valores, as questões de caráter e a importância da família”, explica Daise Carvalho, diretora e uma das fundadoras da escola.

No primeiro ano, já era possível atender 120 crianças. Até hoje, passaram pelas carteiras da escola mais de 1.100 alunos de seis bairros carentes da capital de Rondônia. Entretanto, o número de beneficiados é bem superior. As ações favorecem também as famílias dos estudantes – muitas vezes desestruturadas, formadas por mães solteiras ou por jovens que não planejaram a gravidez – ao permitir que os pais confiem seus pequenos à escola

π Daise Carvalho e Almério de Brito no Centro Educacional Semear, em Porto Velho: “O sonho apenas começou”

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π Mauricio Mendes: atento às carências de apoio e diálogo

enquanto trabalham. Essa, inclusive, é uma realidade bem conhecida por Almério Rodrigues de Brito, outro idealizador do Semear.

Terceiro de quatro irmãos, Almério foi criado apenas pela mãe, na periferia de Porto Velho.

Dividida entre dois empregos, ela cedo ensinou aos filhos o poder dos valores. “Vocês têm dois caminhos: o bem e o mal. O homem é agente do seu destino”, diz Almério, relembrando as palavras da mãe.

Depois de estudar em escola pública, ele procurou cursos gratuitos de profissionalização, oferecidos por associações e ONGs. Com carteira assinada desde os 14 anos, trabalhou muito para pagar a faculdade de Contabilidade: operador de caixa, professor particular e office boy foram alguns dos ofícios exercidos até chegar a um escritório contábil, de onde seguiria para a Odebrecht, da qual é integrante desde 2008.

Hoje, aos 30 anos, Almério é Responsável pelo Programa Financeiro do Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC), liderado pela Odebrecht Infraestrutura, e se considera um vencedor. “Minha vida foi sempre pautada em oportunidades, e é isso que eu tento proporcionar às crianças”. A cada final de ano, durante a formatura dos alunos, Almério revive um pouco dessa história. “É muito gratificante me ver na vida de cada um deles. Quero que possam transformar a sociedade.”

Canais de solidariedade Ações de voluntariado, afirmam Almério e Daise, são um somatório de forças. “Sete pessoas pensaram no projeto, mas ele é um trabalho da comunidade”, diz Almério. “Obras como o Semear são ponto de convergência de boa vontade”, ressalta Daise.

Outra iniciativa organizada por integrantes do consórcio responsável pelas obras civis da Usina Hidrelétrica Santo Antônio tem servido de canal para a solidariedade. Desde 2009, Maurício Mendes e Raimundo Nonato Bentes da Silva realizam uma campanha anual para arrecadar fundos.

O valor obtido é revertido em alimentos e roupas entregues a entidades filantrópicas de Porto Velho.

“Percebemos que muitos queriam ajudar e não sabiam como, não tinham tempo”, explica Maurício, Gerente Administrativo Financeiro do CSAC. Já foram beneficiadas instituições como o Lar Espírita da Terceira Idade André Luiz, que atende 40 idosos, e três projetos da Obra Social Santa Marcelina (duas escolas que beneficiam mais de 3,3 mil alunos e o Hospital Dr. Marcelo Cândia, que é referência no tratamento de hanseníase e conta com 100 leitos). O trabalho desenvolvido nesses locais é acompanhado por Maurício e Bentes ao longo do ano. Como forma de prestação de contas aos doadores, após as entregas, eles produzem um relatório.

Contudo, o item de maior valor não pode ser mensurado nem descrito no documento. “Vemos que eles, principalmente no asilo e no hospital, são carentes de atenção, de diálogo. São pessoas com problema de saúde, mas que têm uma lucidez muito grande e sentem falta desse contato”, analisa Maurício. A troca é o combustível da solidariedade: “Sabemos que é algo pequeno, que poderia estar mais estruturado, mas cada visita acaba nos motivando a continuar”.

Seguir em frente também está nos planos de Almério e seus amigos: “Nossa pretensão é crescer”, ele enfatiza. Pela limitação de espaço, a escola atende da Educação Infantil ao 2º ano do Ensino Fundamental. Paulo, aluno do 2º ano, está lá desde a Educação Infantil. Enquanto a diretora comenta com a turma que no ano seguinte eles terão que mudar de escola, Paulo dispara: “Eu quero continuar”. O desejo vai ao encontro dos planos de Almério: “Queremos deixar um legado”.

Após a interrupção, a aula de Paulo segue. Em coro, eles retomam a leitura do texto “Regras Básicas da Cidadania”: ser solidário, ter respeito, perdoar... A semente está lançada. ]

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π A partir da esquerda, José Renildo Correia, Laysa Costa Ferreira, João Victor Moreira, João Victor Cruz dos Santos, Samuel Melo, Rafael Moreira Alves e Patrícia Nascimento: reunidos no grupo Protagonismo Juvenil, eles compartilham conhecimentos com a comunidade

O grande trunfo da comunidade Texto Gabriela Vasconcellos | Foto Élcio Carriço

A ideia surgiu de repente, em um sonho, e não saiu mais da cabeça de José Renildo Correia, 19 anos. Morador da comunidade São Benedito, no município de Nilo Peçanha (BA), ele entendeu que era hora de iniciar um projeto voluntário que contribuísse para o desenvolvimento da região em que vive. Não poderia, porém, realizá-lo sozinho. “Procurei alguns jovens para que pudéssemos construir juntos”, conta.

Assim foi criado o projeto batizado de Protagonismo Juvenil, que integra oito jovens estudantes da Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf) – unidade de ensino ligada ao Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDCIS), fomentado pela Fundação Odebrecht em parceria com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais. Palestras, seminários e ações de reflorestamento de áreas

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degradadas são as principais iniciativas de conscientização ambiental realizadas pelo grupo.

“A gente sabe que o nosso município tem uma grande extensão de florestas. A população, muitas vezes, acaba não utilizando bem os recursos naturais, e é este o nosso objetivo: orientar para que possam fazer um manejo sustentável”, explica João Victor Moreira, 15 anos, voluntário que também mora na região.

Os conhecimentos aplicados e compartilhados com o público do projeto foram, de acordo com Rafael Alves, 16 anos, adquiridos na Cfaf. “Sempre discutimos a necessidade de desenvolver trabalhos na comunidade. Aprendemos na Casa Familiar que devemos ajudar. Antes, eu não conseguia nem falar em público. Hoje, dou palestras”, comemora.

Há um ano juntos, eles já envolveram mais de mil pessoas, realizaram plantio de 210 mudas de acácia e promoveram a limpeza do Rio do Peixe, que corta a

comunidade São Benedito. Para isso, foi necessário buscar parceiros. Sete já foram conquistados, entre eles uma emissora de rádio e a Prefeitura local, que apoiam a iniciativa, e a própria Cfaf. “Convidamos pessoas que poderiam contribuir. Com o auxílio delas, o projeto poderá crescer, se desenvolver e se expandir”, ressalta Laysa Ferreira, 15 anos.

Eles já pensam nessa ampliação. Segundo Samuel Melo, 15 anos, a finalidade é servir de exemplo para outras comunidades. “Pretendemos tornar o trabalho reconhecido em todo o Baixo Sul”, comenta. José Renildo acrescenta: “Estamos começando a trabalhar para isso. Já atuamos na zona urbana de Piraí do Norte, um município próximo. É uma forma de cuidarmos do ambiente em que vivemos, difundindo conhecimento”. A terceira localidade escolhida é São Francisco, comunidade também localizada em Nilo Peçanha e onde reside Juliana Neves, 15 anos, única integrante do grupo que não mora em São Benedito.

“Buscamos incentivar os jovens a permanecerem na área rural, pois o campo tem fundamental importância, já que é daqui que a gente retira o alimento. Queremos contribuir para evitar o êxodo rural”, reforça João Victor dos Santos, 14 anos.

Segundo Patrícia Nascimento, 15 anos, o benefício proporcionado para a região é o que motiva o grupo. “Nós não nos preocupamos em ter retorno financeiro nem pensamos somente em nós. Nossa prioridade é a comunidade.”

Após vivenciar essa trajetória, José Renildo, reconhecido pelo grupo por manter a disciplina do projeto, não poderia imaginar aonde um simples sonho o levaria. Hoje, ele tem certeza de que sonhos foram feitos para ser realizados. “A comunidade de São Benedito foi o primeiro passo. A expectativa é de que todos continuem se doando e investindo o melhor de si. Chegaremos longe”, afirma.

π Luciene de Souza: o conhecimento é o mais importante

π Jamiles Souza: oficinas para crianças

Incentivo ao voluntariado Para estimular o desenvolvimento de ações voluntárias no Baixo Sul, o Instituto Direito e Cidadania, que também integra o PDCIS, promove o projeto Trilhando Caminhos. Os participantes, que devem ter entre 14 e 18 anos, recebem a oportunidade de se conhecer melhor, aprender outras temáticas sociais e desenvolver habilidades de liderança, além de dominar as ferramentas de informática. A base conceitual dessa iniciativa teve como uma de suas inspirações o livro Juventude, Solidariedade e Voluntariado, de Vilma de Souza, lançado em 2004, com o apoio da Fundação Odebrecht.

A formação dura dois anos e, desde cedo, o protagonismo juvenil é incentivado. Os jovens precisam identificar uma carência na comunidade em que vivem e contribuir para minimizá-la. Um exemplo: Jamiles Souza, 17 anos, e seu grupo decidiram realizar oficinas lúdicas para as crianças de uma creche de Presidente Tancredo Neves (BA), onde mora. “Nossa intenção é, por meio de brincadeiras e atividades de lazer, inserir discussões no ambiente escolar, sobre temas importantes como a prática do bullying. Reunimos mais de 200 crianças”, conta.

Já Luciene de Souza, 15 anos, decidiu alertar a comunidade sobre os perigos da dengue. “No início, pensamos em mobilizar um bairro, e, no final, beneficiamos três. Fizemos isso em parceria com os postos de saúde, explicando os riscos para os moradores”, destaca. Luciene, que sonha em se tornar médica e atender crianças da região, acredita que carregará para sempre a experiência que viveu no Trilhando Caminhos. “Na vida, você pode tirar tudo de uma pessoa, menos o conhecimento que ela acumula.” ]

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π A partir da esquerda, Michael Hudson, Luciana Marques, Michelle Califfe e Silvia Souza: generosidade e espírito de servir

Experiência arrebatadora Texto Alice Galeffi | Foto Mário Grisolli

“Inexplicável” parece ser a melhor forma de expressar a sensação de ter sido voluntário social na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro. A felicidade dos integrantes da SuperVia ao relatarem à equipe da Odebrecht Informa as tarefas que desempenharam dentro e fora da empresa ao longo da JMJ contagiou a todos na sala. De repente a cidade ficou menos caótica, e o futuro, mais esperançoso.

Eles tiveram um papel importante para o êxito do evento que trouxe mais de 1,5 milhão de pessoas ao Rio de Janeiro, com o propósito de fortalecer e difundir a fé católica entre o jovens. A JMJ foi até hoje o maior acontecimento registrado no

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Rio de Janeiro. Esse recorde não se refere apenas à quantidade de pessoas e extensão de dias (foram sete), mas também a uma complexa logística de transporte dos peregrinos, que vieram de todas as partes do mundo. Além disso, a programação da JMJ mudou várias vezes, até no último instante, e o planejamento de meses da equipe da SuperVia precisou ser refeito para acompanhar essas alterações.

“Depois da JMJ, a Copa e as Olimpíadas vão ser moleza”, diz Amanda Braga da Silva, Coordenadora da Área Comercial da SuperVia. Não houve problemas nos trens nem nas estações durante a Jornada. O lixo jogado no chão, por exemplo, foi apenas um quarto do estimado. O clima era

de responsabilidade, cooperação e, acima de tudo, de alegria. “Não dava para ficar de mau humor. A energia deles era tão boa que até os nossos clientes do dia a dia, que no início pareciam incomodados com a ‘invasão peregrina’, cederam ao espírito festivo dos fiéis”, relembra Julia das Neves Dias, da equipe de Planejamento Operacional da SuperVia. O papel dos voluntários O espírito da JMJ contribuiu para irradiar o clima de paz e harmonia dentro e fora dos trens, mas, sem os voluntários, o evento não teria sido o mesmo.

O ato de peregrinar, característico da Jornada, está implicitamente ligado ao sacrifício de Jesus Cristo, e o ato de receber os peregrinos em casa e dar-lhes comida (sem receber nada em troca) faz parte dos ensinamentos cristãos de amar o próximo como a si mesmo e dar-lhe abrigo e comida. “Nosso coração é nossa casa, e nós a abrimos”, conta Silvia Souza, Coordenadora de Comunicação e voluntária do evento.

Julio César Diniz Costa, Supervisor do Sistema de Energia, “doou” uma semana de suas férias para receber e cuidar das venezuelanas Sky, 18 anos, e Roxangel, 17. “Eu as levava aos eventos e as buscava. Elas eram muito carinhosas e corriam para me abraçar quando me viam. Minha filha ficou morrendo de ciúmes.”

Michael Hudson, Responsável Financeiro da SuperVia, foi à Jornada anterior, em Madri, e ficou tão encantado com a maneira como foi acolhido na capital espanhola que desejou retribuir. Michael fez parte do grupo de visitação e fiscalização das casas que receberam os fiéis, acolheu duas argentinas e ficou responsável por guiar um grupo de 45 peregrinos.

Luciana Marques, advogada, confessa que estava receosa de receber gente em sua casa, mas, por insistência de sua irmã, que é missionária, acabou responsável por um grupo de seis pessoas, e se surpreendeu: “Foi muito bom ver que esses jovens são educados e estão unidos pelo mesmo objetivo: ajudar a melhorar o mundo. Melhor ainda é saber que minha irmã não está sozinha nessa empreitada”.

Todos são unânimes em afirmar que o trabalho voluntário na JMJ foi uma experiência única, histórica e transformadora. Sobre o trabalho da equipe da SuperVia durante a Jornada, dentro e fora da empresa, Michelle Teixeira Califfe, Líder de Ramal, afirma: “Não tem recompensa maior do que ver o evento dando certo. E, sinceramente, nós demos um show”.

“Você é linda e não está sozinha” A atuação social voluntária dos integrantes da SuperVia não se restringe à participação na JMJ.

π Lúcio Corrêa: “Eu sou a empresa e estou aí para somar”

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π Carmem Dutra: de repente, 80 crianças para cuidar

Lúcio Corrêa, Supervisor de Segurança, estava de férias quando foi entrevistado para falar do seu projeto social. “Eu amo o que faço. Por mim não tirava férias nunca”, conta. Lúcio consegue 10 cestas básicas por mês por intermédio da SuperVia e outras cinco por conta própria. Ele as distribui para as famílias necessitadas das comunidades na área de abrangência das linhas férreas da SuperVia. “Por andar muito nas ferrovias, convivo com as famílias do entorno e sei das suas necessidades”, ele comenta. Além de distribuir as cestas, Lúcio convida as famílias para tomar café da manhã uma vez por mês, quando, explica, entre outros temas, a importância de não jogar lixo nos trilhos ou atirar pedras nos trens. “Eu sou a empresa e estou aí para somar”, diz Lúcio.

A assistente administrativa Carmem Aparecida Dutra sempre se perguntava por que Deus não havia lhe dado filhos. Há oito anos, ao entrar na Casa

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de Apoio à Criança São Vicente de Paola – instituição de apoio privado que cuida de crianças com câncer – ela entendeu o porquê: “Naquele momento, Deus havia me dado 80 crianças”.

A partir de então, Carmem passou a apoiar a instituição e cuidar das crianças como se fossem seus filhos. Começou doando alimentos e fazendo visitas e logo criou a Equipe de Super Amiguinhos da SuperVia, que conta com o apoio de mais de 100 integrantes, que contribuem doando comida, roupas, brinquedos e dinheiro. Mas não é apenas com recursos materiais que Carmem ajuda. “Quando as mães não têm estrutura psicológica para aguentar a barra, eu cuido das crianças.” Quando uma das meninas da Casa de Apoio precisou raspar a cabeça, Carmem, em solidariedade, raspou a sua também, e disse à pequena: “Cabelo é a coisa menos importante da vida. Ele cresce de novo. O importante é você saber que é linda e não está sozinha.” ]

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A R G U M E N T O

O privilégio de servir gen é sio

“temos resultados comprovados dos trabalhos voluntários que nos emocionam e nos transformam em seres humanos melhores”

A vontade de abraçar uma causa social, sem o interesse de retribuição financeira, é o princípio do trabalho voluntário.

Para nós, integrantes da Odebrecht, esse impulso está inserido em nossa capacidade de servir, emoldurada pela humildade e a simplicidade, características essenciais para nos engajarmos culturalmente na Organização.

Nas famílias que acompanham cada integrante em seus desafios profissionais, no Brasil ou no exterior, crescentes legiões de voluntários deixam legados importantes para pessoas e comunidades. Ao longo da minha vivência, venho testemunhando como o trabalho voluntário tem feito as pessoas crescerem pelo ato de servir.

Nos anos 1990, no Equador, chamava-me a atenção que esposas de colegas se dedicavam, como voluntárias na Escola Americana de Guayaquil, a apoiar a integração de nossos filhos em um ambiente de diversidade cultural. Um

c outo

desafio que era superado com aporte emocional, em um tempo em que as facilidades de comunicação digital não existiam, e a saudade e o distanciamento da origem familiar doíam ainda mais na alma e no coração.

Nossa vocação empresarial parece ter contagiado os familiares que nos acompanham nos desafios diários. Hoje, temos resultados comprovados dos trabalhos voluntários que nos emocionam e nos transformam em seres humanos melhores. Em meus 25 anos de Organização, essa constatação ampliou-se. O que era ato humanitário isolado tomou forma. O voluntariado das famílias aprimorou-se, e a causa social virou bandeira. Assim, vamos construindo um legado de ações humanitárias, estruturadas de modo a materializar resultados sustentáveis.

Nossos voluntários conquistam sorrisos, amenizam a dor e mantêm a esperança daqueles que necessitam de ajuda. Realizam ações voltadas ao bem-estar do próximo motivados e inspirados pela crença nas causas sociais e por acreditar que a vida melhorará com a soma das forças de quem tem o privilégio de querer servir e não ser servido.

A Odebrecht somos nós, nos quatro cantos do mundo.

Estamos unidos pela Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), que nos indica: "Quem, neste mundo, deseja realizar alguma coisa encontra um caminho; quem nada deseja realizar encontra sempre uma desculpa". ]

Genésio Couto é Responsável por Pessoas, Sustentabilidade e Comunicação na Odebrecht Agroindustrial

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urbani z a ç ã o

π Barra da Tijuca: lugar das novas tendências residenciais no Rio de Janeiro

a natureza no cotidiano parque projetado pelo escritório burle marx é destaque no bairro ilha pura

Texto Júlio César Soares | Fotos Carlos Júnior

Autor do Plano Piloto de Brasília e um dos pioneiros da arquitetura modernista no Brasil, Lúcio Costa dizia que a Barra da Tijuca era o “centro geográfico da cidade do Rio de Janeiro”. Uma rápida olhada no mapa da cidade atesta que a afirmação do arquiteto pode se tornar real. Quando o grande urbanista pensou a Barra da Tijuca como uma nova opção para os cariocas, na década de 1960, vias de acesso à região, saindo do Centro e da Zona Sul, além de importantes avenidas do bairro, como a Avenida das Américas, começaram a ser construídas. Cinquenta anos depois, a Barra cresceu e continua progredindo, preparando-se para um marco na sua história: é um dos principais polos dos Jogos Olímpicos de 2016.

“Os Jogos Olímpicos se serviram das cidades em algumas ocasiões. Em outras, as cidades se serviram dos Jogos.” A frase, atribuída a Pasqual Maragall, ex-Prefeito de Barcelona, sede dos Jogos

Olímpicos de 1992, é lembrada por Antonio Pessoa, Diretor-Superintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias. Ele acredita que a nova interligação da cidade por meio de projetos como o BRT (Bus Rapid Transport, corredor exclusivo para ônibus, construído pela Odebrecht Infraestrutura), aliado a empreendimentos de alto padrão, como o bairro planejado Ilha Pura, que abrigará, em um terço de sua extensão, a Vila dos Atletas durante os Jogos Olímpicos, dará continuidade ao crescimento da Barra. “Com a população transportada com qualidade e o investimento expressivo em infraestrutura que estamos acompanhando, a Barra já é o melhor destino para morar no Rio de Janeiro”, diz.

Nasce um novo bairro De um lado, a lagoa. Do outro, a montanha. É nesse cenário que a Odebrecht Realizações Imobiliárias e a

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π Construção do bairro Ilha Pura: inovações metodológicas e gerenciais

Carvalho Hosken erguem o projeto Ilha Pura. “Somos vizinhos do Parque Estadual da Pedra Branca, estamos em frente a uma lagoa e a cinco minutos da praia”, salienta Carlos Fernando de Carvalho, Presidente da Carvalho Hosken, empresa que construiu grande parte dos condomínios da Barra e que, portanto, conta com anos de experiência na região.

“A Barra já tem o conceito de condomínio-clube consolidado, mas nosso empreendimento é o primeiro a ir além”, ressalta Maurício Cruz Lopes, Diretor Geral da Ilha Pura. Composto de 31 prédios residenciais e um comercial, o bairro contará com infraestrutura de serviços para os moradores, como já é padrão na região. “Teremos escolas de idiomas, restaurantes e outros estabelecimentos de serviços dentro do condomínio”, diz Maurício.

O “ir além” mencionado por Maurício é um parque de 72 mil m2, cujo projeto de paisagismo é

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assinado pelo escritório Burle Marx. “Nossa ideia é trazer a infância de antigamente, fazer com que as crianças brinquem em contato com a natureza”, comenta Maurício. Com equipamentos de lazer e esporte, além de pista de corrida e caminhada e ciclovia com 5 km que liga todas as torres do condomínio, o parque contará com um lago artificial de 3 mil m2 (que, por sua vez, integrará todos os condomínios do bairro, passando também por bosques e áreas de comércio e serviços).

Construção sustentável Para diminuir o fluxo de caminhões no entorno da obra, a equipe do projeto construiu duas centrais de concreto dentro do canteiro, que produzirá aproximadamente 350 mil m3 do material. “Deixamos de rodar o equivalente a 1,5 milhão de km com caminhões ao implantar as centrais na obra”, destaca

Maurício. Ele acrescenta: “Além de não interferirmos no trânsito da região, deixaremos de emitir 700 t de dióxido de carbono”.

O reúso de água é prioridade durante as obras e também o será quando o bairro estiver concluído.

O sistema aplicado para reutilização de água cinza (oriunda de torneiras e chuveiros, por exemplo) estará presente no condomínio quando pronto.

Os resultados dessas ações já começam a aparecer, como a certificação Aqua Bairros (Alta Qualidade Ambiental), concedida pela Fundação Vanzolini ao bairro Ilha Pura. Primeira certificação a levar em conta as especificidades brasileiras sobre gestão ambiental em edifícios, ela avalia 17 objetivos divididos em três temas: integração e coerência com o bairro; recursos naturais, qualidade ambiental e sanitária do bairro; e vida social e dinâmicas econômicas.

Atualmente, 2.500 integrantes atuam na construção de sete das 31 torres que farão parte da primeira etapa do bairro Ilha Pura. Com previsão de entrega aos futuros moradores em 2017, as obras estão sendo executadas de forma descentralizada. “Colocamos um empresário, com sua equipe, responsável pela construção de cada condomínio, tamanho o desafio de engenharia e de prazo que temos aqui”, conta Antonio Pessoa.

Segundo ele, isso só foi possível em razão da prática da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO).

“Estamos preparados para executar um projeto desse tamanho graças à delegação planejada de nossa equipe”, ele diz. E complementa: “Estamos superando desafios à altura das equipes da Odebrecht Realizações Imobiliárias e da Carvalho Hosken e vamos entregar um produto sustentável e de alta qualidade”. ]

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trabalhando na vastidão saiba quais foram os muitos (e, em alguns casos, impressionantes) desafios superados na construção do Complexo de simplício

π Belo e complexo horizonte: planejamento da logística foi essencial para que Simplício se tornasse realidade

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Texto Edilson Silva | Fotos Américo Vermelho

Quem visita hoje o Complexo Hidrelétrico de Simplício, na divisa dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, e vê a calmaria das águas que percorrem o circuito de mais de 30 km entre as usinas de Anta e de Simplício não imagina o tipo de desafio que os 4.500 integrantes que trabalharam por lá tiveram que superar ao longo de seis anos. Da engenharia, nas escavações de túneis e abertura de canais, à logística de equipamentos e suprimentos, passando por alimentação, segurança e alinhamento das 35 frentes de trabalho simultâneas, tudo, para as equipes, foi complexo e realizador.

As tentativas de implantar uma hidrelétrica na região começaram nos anos 1970, mas foi somente em junho de 2007 que Furnas Centrais Elétricas e as empresas contratadas iniciaram o projeto. A Odebrecht Infraestrutura e a Andrade Gutierrez formaram o Consórcio Construtor Simplício, responsável pelas obras civis.

A Usina de Anta, com duas turbinas Kaplan (14 MW cada), está localizada no município de mesmo nome. Dali, uma parte das águas do Rio Paraíba do Sul é desviada para o circuito hidráulico formado por 10 diques, 15 canais e sete túneis, por onde correm até chegar à Usina de Simplício. Então, uma queda livre de 115 m, aproveitada com a utilização de três tubulações, permite movimentar as três turbinas Francis, que possuem capacidade total de 305,7 MW. Após a passagem por Simplício, as águas retornam ao Rio Paraíba do Sul. De uma usina a outra, o desnível chega a 115 m, o que permite gerar energia o ano todo e faz de Simplício a hidrelétrica brasileira com a menor relação entre área inundada e potência: 0,05 Km2/MW. Reinaldo Lins de Freitas, Diretor de Contrato da Odebrecht, descreve: “Montamos seis grandes canteiros ao longo dos 30 km, cada um com escritórios, oficinas, banheiros, refeitório, ambulatório e outras instalações, para garantir todo o apoio às turmas e o suprimento de materiais e equipamentos”.

Durante as obras, foram utilizados cerca de 600 equipamentos pesados, como jumbos computadorizados, caminhões bota-foras, escavadeiras com capacidade para 35 e 40 t de carga, entre outros.

As equipes encontraram os mais variados tipos de solo, desde trechos mais arenosos a uma grande variedade de rocha. Do total de 30 km de extensão, 12 km correspondiam aos sete túneis, sendo o Túnel 3 o maior do Brasil em projetos

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π Andréia Borges: confiança e incentivo dos líderes

hidrelétricos: 6.040 m. O material escavado foi reutilizado na construção dos diques e canais.

Flávio Martins, hoje Diretor de Engenharia, Meio Ambiente, Projetos e Implantação de Empreendimentos de Furnas, acompanhou as obras de perto, entre 2011 e 2012, como Chefe do Departamento de Construção de Simplício: “Meu grande trabalho foi, por meio de muitas conversas, integrar as equipes das empresas contratadas e fazer com que tivéssemos uma comunicação única”, recorda Flávio.

Segundo ele, o Complexo de Simplício é um reforço estratégico para o país. “Ao entrar em operação, em junho deste ano, Simplício deu uma grande contribuição ao Sistema Elétrico Brasileiro. A usina é um reforço importante em um momento no qual o país está utilizando as termelétricas para garantir o fornecimento de energia, o que implica custos mais altos”, diz ele. De acordo com Flávio, Furnas destinará R$ 1,5 bilhão por ano nos próximos 10 anos, em parceria com investidores, ao aumento da confiabilidade e da eficiência do fornecimento de energia.

Desenvolvimento de pessoas Antes da operação, algumas condicionantes socioambientais foram atendidas por Furnas, como a

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instalação de 40 km de redes de esgoto nas cidades de Sapucaia e Anta, construção de três Estações de Tratamento de Esgoto, de um aterro sanitário e do Bairro 21, chamado assim pelo número de 21 famílias que precisaram ser realojadas da área de influência do complexo hidrelétrico.

Pela complexidade do projeto, o que não faltou foram oportunidades para o crescimento profissional. O goiano Marlano Ribeiro, 29 anos, chegou às obras em 2008, como Jovem Parceiro no Programa Financeiro. De 2008 a 2011, ele foi promovido a Responsável por Finanças e, depois, a Gerente Administrativo-Financeiro do projeto. “Muitos aproveitaram as oportunidades, principalmente pessoas da região, que eram 70% da nossa força de trabalho”, ele salienta.

Andréia Borges, 43 anos, é um bom exemplo.

Moradora da cidade de Além Paraíba (MG), localizada às margens do Rio Paraíba do Sul e a cerca de 15 km da Usina de Simplício, ela ingressou no consórcio no início das obras como assistente administrativa. Dedicou-se, assumiu desafios cada vez maiores. Hoje é técnica-responsável pelo Programa Comercial e está cursando o segundo ano da faculdade de Administração de Empresas. “A confiança e o incentivo dos meus líderes foram fundamentais para meu crescimento”, ela afirma. ]

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E N T R E V I S T A

a vitória da fidelidade Antonio GAvioli, da arena corinthians Texto Cláudio Lovato Filho | Foto Wanezza Soares

Ainda jovem engenheiro, Antonio Gavioli enfrentou o que ele até hoje considera ter sido um de seus maiores desafios como líder. Antes de ingressar na Odebrecht, em 1985, ele foi gerente de operações de uma plataforma marítima utilizada para executar as fundações do píer da Ponta da Madeira, no Maranhão. O encarregado geral da plataforma, profissional bastante experiente e capacitado, não aceitava a liderança de Gavioli. A relação ia aos trancos e barrancos, até que surgiu um problema na vida pessoal do encarregado, e Gavioli o ajudou. Muito. Para que se tenha 62

uma ideia das consequências: Gavioli acabou se tornando padrinho de um dos filhos de seu encarregado. “O líder não pode se dirigir ao liderado somente para dar ordens, reclamar de seu desempenho e em seguida se afastar. Saber que alguém se preocupa conosco é muito bom”, diz Antonio Roberto Gavioli, 59 anos, Diretor de Contrato da Arena Corinthians, que, nesta entrevista, explica por que o espírito de equipe e a busca constante pela sinergia estão entre as características mais evidentes no dia a dia do canteiro de obras que ele, corintiano que é, dirige com alegria e paixão.

ππA integração das pessoas é uma das marcas da obra da Arena Corinthians. O sentimento delas é de que realmente formam um só time. Isso pode ser observado em todos os âmbitos - do mais operacional ao mais estratégico. Como chegar a esse ponto em um projeto desse porte, com tantas pessoas no canteiro?

Antes de comentar, eu gostaria de dizer que tudo o que fizemos aqui no Corinthians é trabalho de uma equipe da qual me orgulho de fazer parte. Respondendo a pergunta, o número de pessoas não é o que importa. Podem existir equipes reduzidíssimas, de quatro ou cinco pessoas, e não haver sinergia entre elas. Aí pensamos em nosso efetivo aqui no Corinthians, que chegou a 2.500 integrantes. O segredo, eu tenho certeza, é que você não pode olhar um integrante, seja ele de qual nível for, e ver um número de registro de trabalho ou de RG. Aquela pessoa que está ali, na sua frente, tem sua individualidade, suas características, seus anseios, seus problemas, suas inseguranças. É um ser igualzinho a você. Então, é importante que durante uma conversa com seu liderado, você esteja “completo”, disponível 100% para ouvir. E ouvir de verdade. Fizemos isso com 2.500 integrantes? Não. Mas aquele que foi ouvido com qualidade será um elemento multiplicador. Seguramente, ele vai dizer a outros quatro, cinco ou seis companheiros que a liderança o atendeu bem. Esse efeito multiplicador poderá atingir as 2.500 pessoas. ππQue papel teve e tem a comunicação nesse contexto?

O que é preciso para conceber e colocar em prática um sistema eficaz de comunicação entre as pessoas em uma obra dessa magnitude? Quais instrumentos você destaca?

A comunicação é a ferramenta principal. Vamos pensar ao contrário. Como os integrantes podem organizar uma greve? Organizar greve não é fácil, leva tempo e precisa de uma comunicação, um convencimento rápido e eficaz.

Então, por que não ter uma comunicação eficaz e rápida para mobilizar os integrantes a nosso favor? Eu sempre digo aos gerentes: “Vou ficar muito magoado se um carro de sindicato encostar aqui na frente da obra e, em 10 minutos, conseguir ‘conquistar’ a confiança dos trabalhadores com os quais nós ficamos 10, 12 horas, todos os dias. Diariamente, desde o primeiro dia de obra, fazemos o DDS (Diálogo Diário de Segurança), às 7h20 da manhã. Todas as obras fazem o mesmo, mas aqui a diferença é a presença de todos os gerentes. Essa reunião diária exala o conceito “Estamos juntos”, “Começamos o dia juntos”. O DDS serve para abrir o canal de comunicação. Se algum integrante tem algo a falar, pode usar esse momento, como muitos já fizeram e fazem até hoje. Outras atividades desse tipo que temos aqui é o Café com Integrantes. Em outros locais chama-se Café com Diretor. É o trabalhador que me dá a chance de tomar café com ele, e não o contrário. É um momento de conhecer

a origem das pessoas, um pouco da vida, da família, dos anseios de cada um. Eles também me fazem muitas perguntas. Querem saber da minha vida profissional e pessoal. ππEm que medida a correta compreensão da importância da relação líder-liderado vem sendo determinante para que exista esse nível de integração e sinergia?

O líder não pode se dirigir ao liderado somente para dar ordens, reclamar do seu desempenho e em seguida se afastar. O impacto positivo de você se preocupar com a vida pessoal de seu liderado direto ou indireto é altíssimo. Vai desde a redução de acidentes e a melhora da qualidade do trabalho até o aumento da produtividade. O fato de você tomar conhecimento que um liderado seu está com o filho doente num determinado dia e, no dia seguinte, ao encontrá-lo novamente, perguntar “Seu filho melhorou?” é muito positivo para todos. Eu confesso que às vezes até uso minha agenda diária para auxiliar a me lembrar. Saber que alguém se preocupa conosco é muito bom. Quando concluímos as estruturas de concreto, teríamos que demitir muita gente.

Um programa foi feito na obra para capacitar esses potenciais demitidos a realizarem serviços de acabamento.

“Abrir o canal de comunicação entre líder e liderado e ter qualidade na hora de escutar é o que 'cria' os programas”

ππO casamento coletivo realizado no canteiro de obras, o Brasileirinho (campeonato de futebol interno nos moldes do Campeonato Brasileiro), a presença de filhos de integrantes estudando e trabalhando no canteiro e as visitas de familiares às obras são exemplos de atividades que fortalecem a relação do trabalhador com o projeto e com a empresa. Como essas iniciativas foram concebidas?

Houve um dia em que um amigo, alto executivo de uma empresa e corintiano que acompanha tudo o que acontece na obra, me perguntou: “Vocês têm uma equipe ou uma pessoa que fica trancada em uma sala só pensando nesses programas de motivação?” Eu achei engraçada a pergunta, mas a realidade é completamente diferente. Abrir o canal de comunicação entre líder e liderado e ter qualidade na hora de escutar é o que “cria” os programas. Os programas que desenvolvemos foram resultados de demandas que vieram do campo. Não posso deixar de citar aqui Frederico

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Barbosa, Mestre Pará, Domingos Savio, Ricardo Corregio, Valentim Valeretto, Gilson Guardia, Maria Isabel Rodrigues, entre tantos outros que, sempre atentos a essas demandas, ouviam e implementavam os programas. O casamento comunitário, por exemplo, saiu de um café da manhã com Domingos e eu. Durante os encontros com integrantes, eu sempre pergunto: “Você é casado?” E a resposta é quase sempre a mesma: “Sou não, doutor, mas tenho mulher, filhos e vivemos juntos há 10, 15 anos”. Em seguida, eu pergunto: “Mas vocês não têm vontade de se casar, ter um casamento de verdade”? A resposta: “Temos sim, mas não temos condições financeiras de pagar aliança, cartório, roupas e festa, tirar documentos necessários etc.”

Então resolvemos fazer uma pesquisa no canteiro sobre quem gostaria de casar. Tivemos 120 casais inscritos. Destaco aqui o papel fundamental da Maria Isabel, assistente social, que pediu contribuições e foi atrás da documentação de cada casal. Após seis meses de batalha, conseguimos formalizar a união de 63 casais, sendo 64 integrantes, pois um casal trabalhava junto aqui na obra. Foi uma festa linda, num domingo. Tivemos 53 casais católicos e 10 evangélicos, com cerimônias distintas. Quanto aos demais casais, que completavam os 120, não conseguimos a documentação a tempo. ππO quanto o sentimento de pertencimento é determinante para a qualidade da relação entre o integrante e a empresa? Em que medida se conseguiu, nesta obra, a fidelização dos integrantes?

Acredito que o sentimento de pertencimento, engajamento, comprometimento ou, como dizemos na obra, o “vestir a camisa”, vem com a qualidade da relação líder-liderado. Aqui na Arena Corinthians não há refeitórios separados. Todos fazem as refeições no mesmo lugar. O Frederico [Barbosa] lançou um banner, logo no início da obra, com uma foto de alguns gerentes almoçando com ajudantes, carpinteiros, pedreiros e a seguinte frase: Aqui sentamos na mesma mesa, comemos a mesma comida e vestimos a mesma camisa. Nada vai ser mais marcante e significativo para todos nós quanto essa frase. Passar por um trabalhador no campo e dar um aperto de mão, um bom-dia, faz toda a diferença. O integrante se sente valorizado. Aflora o sentimento de pertencimento. ππEm sua opinião, o que todas essas conquistas relacionadas à gestão de pessoas poderão significar no futuro? De que maneira os conceitos e práticas desenvolvidos aqui poderão ser compartilhados, adaptados e replicados? É lógico que trabalhar em um projeto tão carismático, apaixonante, palco da Abertura da Copa do Mundo, evento que será visto por 3,5 bilhões de pessoas, a metade da população da Terra, contribui para a motivação e a sinergia,

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mas ter na Equipe Dirigente gente que gosta de gente é o primeiro passo. Sem essa condição básica atendida, a implantação dos programas fica difícil. ππConsiderando o aspecto da qualidade do ambiente de trabalho e de integração das pessoas, qual foi o momento ou episódio que mais o emocionou até agora?

O momento que mais me emociona é quando um integrante, pelo fato de estarmos concluindo alguma das várias frentes da obra, é desmobilizado. Normalmente, a desmobilização é traumática. Aqui, os integrantes vêm agradecer, choram, alguns copiosamente, tiram fotos com os gerentes, se comprometem a voltar e voltam mesmo. Um dia, eu estava no meio da obra com Mestre Pará e seis trabalhadores desmobilizados se aproximaram. Pensei: “Vixe, agora vamos apanhar” [risos]. Que nada, queriam somente agradecer, tirar uma foto e obter o nosso compromisso de chamá-los em uma próxima oportunidade. Foi emocionante. ππNo Brasil, costuma-se dizer que o futebol é a metáfora perfeita da vida. Se a construção da Arena Corinthians fosse uma partida, que partida seria essa?

Seria uma partida entre a Seleção do Brasil, com a maioria dos jogadores do Corinthians, e a Argentina. O resultado final do jogo seria Brasil 6 x 0 Argentina.

Só alegria. É nóis, mano! ]

Arena Corinthians Localização: bairro de Itaquera, Zona Leste de São Paulo Início da obra: 30 de maio de 2011 Trabalhadores no canteiro: 2.500 (no pico das obras) Capacidade: 48 mil lugares (para a Copa do Mundo de 2014 serão 68 mil, com a instalacão de assentos removíveis para 20 mil torcedores)

π Sônia Cruz com alunos da Escola Villa Padre Nuestro, na República Dominicana

Celso Doni

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c omunidade

π Saraiva Adolfo: preparando-se para ser professor

o futuro escrito do jeito certo alfabetização de crianças na província de lunda-norte contribui para a integração e o desenvolvimento social

Texto Carlos Pereira | Foto Kamene Traça

A estrada Catata-Lóvua, em construção na Província de Lunda-Norte, em Angola, já está, antes mesmo de ficar pronta, ajudando a promover o desenvolvimento social em seu entorno. Desde maio, o Programa Escola Itinerante (Xicola Ya Kututuluca, no dialeto tchokwe) vem possibilitando a alfabetização, em português, de crianças de 7 a 13 anos. O planejamento do programa, feito

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em parceria com o Governo Provincial, visando à sustentabilidade, contou com a participação dos Sobas, autoridades tradicionais da região.

Javier Chuman Rojas, Diretor do Contrato, conta que a estrada Catata-Lóvua, em construção pela Odebrecht Infraestrutura, terá 101 km e faz parte de um projeto de mais de 500 km de rodovias que ligarão as cidades de Xá Muteba e Dundo,

substituindo uma trilha rural. O objetivo da obra é integrar seis municípios da Província de LundaNorte, no extremo leste do país, próximo à fronteira com o Congo. “A região tem clima e topografia adequados à criação de polos agrícolas e agropecuários. Essa também é uma oportunidade para diversificar a economia de Angola, hoje muito concentrada no petróleo”, ressalta Rojas.

O Diretor de Educação de Lunda-Norte, Bartolomeu Sapalo, comemora a chegada da nova estrada. Seu traçado cruza comunas afastadas, praticamente isoladas, que nunca contaram com escolas e outros serviços públicos. A alfabetização é uma prioridade do Governo angolano, mas a falta de residências nessas áreas longínquas tornava impossível a fixação de professores.

“Essa preocupação foi minimizada a partir da parceria com a Odebrecht”, salienta Sapalo. A empresa oferecerá, provisoriamente, acomodações, refeições e transporte para os mestres. Essa decisão acelerou a fixação dos professores. Posteriormente, o Governo de Angola implantará as instalações permanentes. Além disso, existe um programa do

π Joaquim Carvalho: “A alfabetização alimenta os sonhos”

Governo – o 200 Fogos – que prevê a instalação de residências para os profissionais.

Ao observar as atividades conduzidas pelo professor Mario Gabriel, 49 anos, um dos 10 mestres que já fazem parte do projeto, é difícil saber quem está se divertindo mais, ele ou as mais de 50 crianças que batem palmas e cantam. Gabriel explica que seu principal objetivo é mantê-las afastadas do perímetro da obra, que desperta enorme curiosidade.

Sempre auxiliado por um tradutor, chamado Amigo da Aldeia, o mestre ensina brincadeiras e conta histórias e anedotas. “Dessa forma, as crianças começam a reconhecer a sonoridade da língua portuguesa e ficam longe da estrada”, explica.

Gabriel relata que alguns alunos já estão entendendo frases e se comunicando. É o caso de Saraiva Adolfo, de 10 anos, que, em um português ainda elementar, afirma que, um dia, também será professor. “Contei uma história sobre um aluno pobre que foi estudar na capital e voltou para ajudar a comunidade. Ele ficou muito entusiasmado, e seu rendimento está sendo surpreendente”, diz o professor.

Joaquim de Carvalho, 34 anos, especializado em Pedagogia, deixou a família em Luanda para se engajar no projeto. Ele utiliza o método cubano “Sim Eu Posso” (usado pelo Governo de Lunda-Norte nas escolas públicas), para ajudar na alfabetização dos seus 112 alunos. Por enquanto, as aulas acontecem em três turnos, em uma das casas da aldeia.

Joaquim utiliza exemplos tirados da realidade local. “Primeiramente, trabalhamos a caligrafia, e, em pouco tempo, eles já conseguem soletrar sílabas. A alfabetização alimenta os sonhos, e a presença da estrada revelou a necessidade de eles se prepararem para o futuro”, observa o professor.

Exercendo uma função primordial na organização social das comunidades tradicionais em Angola, os Sobas centralizam as decisões, organizam os eventos, desempenham o papel de juiz e fazem a ponte entre a comunidade e o Governo. Também são responsáveis pela segurança física e espiritual.

O Soba Txitangia Mualucano, da comunidade Bumbatempo, tem 60 anos, três esposas e 27 filhos. Todos vivendo sob o mesmo teto. Ele não fala português e nunca morou fora da comunidade. No passado, viveu o drama da guerra. Mas o presente é de otimismo. Ele recorda que as crianças “andavam no capim”, correndo o risco de serem atacadas por animais peçonhentos. “Não vamos para trás”, afirma, reiterando o pedido de que a escola continue a ensinar as crianças. “Com a chegada da estrada, a comunidade vai precisar disso. E que venham depois o hospital, a água e a luz”, diz o líder. ]

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rodo v ia

π Rodovia Carhuaz-Chacas-San Luís: solução de transporte, atração turística e referência de engenharia

através das montanhas no peru, nova estrada transforma a realidade de comunidades andinas

Texto João Marcondes | Foto Celso Doni

Quem disse que não há magia na engenharia? Ou que trabalhadores da construção civil não poderiam ter sensações similares as de grandes campeões, como o corredor jamaicano Usain Bolt ou a saltadora de vara russa Yelena Isinbayeva? Pois construir um túnel a quase 5 mil m de altitude, em condições climáticas que incluem temperaturas de -15ºC à noite, ar rarefeito e neve, abrindo caminho na rocha da Cordilheira dos Andes, com constantes

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desmoronamentos, requer conhecimento e determinação dignos de quem vê além do que está à frente dos olhos, usa a imaginação e, sobretudo, tem paixão por superar limites.

O esforço acabou inspirando o nome do túnel: Ponta Olímpica. Localizado a exatos 4.738 m de altura, ele é a cereja desse bolo de cobertura branca nevada e faz parte da Rodovia Carhuaz-ChacasSan Luís, de 100 km, construída pela Odebrecht no

π O túnel Ponta Olímpica: construído quase 5 mil metros acima do nível do mar

estado peruano de Ancash. A inauguração, marcada para setembro, é aguardada com grande expectativa pelo povo andino.

Antes de a Odebrecht iniciar a obra, em fevereiro de 2011, havia ali um estreito caminho de terra, considerado um dos trechos mais perigosos do mundo e responsável por muitas mortes em anos recentes. A estrada, na qual, em determinados trechos, era preciso manobrar nas bordas de abismos colossais, foi tema do programa “Rotas Mortais”, do History Channel.

O que era um rota perigosa, tornou-se uma via de mão dupla e de alta acessibilidade, monumento turístico e uma obra-prima da engenharia. “Temos que elogiar todos que trabalharam nessa rodovia. Eles merecem uma grande homenagem”, diz Winston Lewis Diaz, engenheiro peruano, Gerente de Produção da Odebrecht na obra. Ele guarda em casa uma reportagem de Odebrecht Informa de 1990 que o chama de “O Homem dos Andes”.

Para conseguir a façanha chamada olímpica, os que trabalharam no túnel tiveram acesso a roupas térmicas, mantiveram o corpo quente no turno noturno, bem como aquecedores de comida todo o tempo em que trabalharam na obra, além de serviço médico e bombas de oxigênio 24 horas. A construção gerou mais de 3 mil oportunidades de trabalho (diretas e indiretas) para moradores de cidades como Huaraz, Carhuaz e Chacas. E, o mais importante, dará grande visibilidade a essa região onde vivem cerca de 200 mil pessoas e que tem grande potencial turístico, ainda pouco explorado. Um trecho que antes levava no mínimo, sete horas para ser cumprido, agora é feito em menos de duas horas.

A região tem grande energia mística. Por ali, fala-se tanto quéchua (língua ancestral andina) quanto o castelhano. Há ruínas de cerimoniais religiosos que datam de 3 mil anos, da civilização Chavin, a mais antiga de que se tem notícia no Peru, antes dos famosos Incas.

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π Mais que mil palavras: a imagem dá uma ideia dos desafios enfrentados pela equipe da obra

“Essa estrada muda tudo” A estrada pode ser considerada uma das mais belas do mundo, pois está entre duas cordilheiras (ambas nos Andes), a Negra e Branca, esta assim chamada por ser coberta de neve. Quem pega a rodovia desde Carhuaz sobe o serpenteio montanhoso, passa pelo Callejon (vale) de Huaylas, pela Quebrada de Ulta e dá de cara com o Monte Huascarán, o mais alto de todo o Peru, com 6.768 m, além de várias lagoas cristalinas encravadas na montanha. Impossível não se emocionar. À saída do túnel Ponta Olímpica, com 1,3 km extensão, 7,2 m de largura por 6,5 m de altura, seguese para o povoado de Chacas, uma charmosa cidadezinha onde se produz os mais belos santos católicos de madeira do Peru, por meio de uma cooperativa fundada por italianos chamada Dom Bosco.

Eles são exportados para Europa, Estados Unidos e Chile.

“Essa estrada muda tudo. Antes era impossível ir e voltar em um mesmo dia. Muitas vezes ficávamos presos na estrada, por causa de um desmoronamento. Passávamos a noite inteira parados com frio e fome”, relembra Alejandro Tafur, coordenador da cooperativa, que tem 60 pessoas trabalhando no entalhe de madeira de imagens sacras.

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A estrada também passa no meio do Parque Nacional de Huascarán, e, por isso, foram necessários delicados esforços ambientais. A segurança dos trabalhadores e o cuidado com o meio ambiente exigiram procedimentos especiais. Fernando Cáceres, Gerente Comercial e de Engenharia da obra, comenta: “Foram mais de 8,5 milhões de horas trabalhadas sem um acidente grave sequer. E, mesmo com apenas 100 árvores retiradas, foram replantadas mais 13 mil árvores nativas”.

A exuberância da região manifesta-se na flora, como na exótica árvore queñuale, que tem uma espécie de “pele” que cobre seu caule e lembra muito um papiro egípcio, e também na fauna andina de colibris, beija-flores, coelhos, condores e pumas.

Até mesmo um urso da montanha foi encontrado ali. Além do patrimônio natural, há também o arqueológico, com cerâmicas chavin, inca e quéchua encontradas e catalogadas na obra.

Depois de vencer os 100 km da Rodovia Carhuaz-Chacas-San Luís, literalmente de tirar o fôlego (por causa dos quase 5 mil m de altitude), nunca foi tão verdadeiro um tradicional ditado quéchua que se ouve por ali: “Waray ewakupti ya pavaman qiran”. Ou seja: “Amanhã, quando for embora, vai se lembrar de mim”. ]

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G E N T E Texto Eliana Simonetti

FAMÍLIA

Contadora com especialização em Gestão Humana, Wanda Dorville Garcia ingressou há 10 anos na Odebrecht República Dominicana e hoje é Responsável por Pessoas.

Casada com Francisco Lozano, que trabalha no Programa Comercial de um dos projetos da Odebrecht no país, Wanda tem três filhos: Albert, 18 anos, Walner, 14, e Almy, 11. Ela e o marido praticam os princípios da Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) em casa, na educação dos filhos. “Guiá-los é tarefa difícil, e o que aprendemos da TEO nos auxilia.

Em nossa família, desenvolvemos uma boa comunicação e um ambiente de confiança. Damos nosso exemplo e influenciamos nossos filhos a serem pessoas de bem, com sentido de responsabilidade”, diz Wanda.

Edu Simões

A prática da TEO em família

π Wanda com o marido, Francisco, e os filhos Albert (à esquerda), Walner e Almy: boa comunicação

VIAGEM Arquivo Pessoal

Diversidade equatoriana

π Katherine como o marido, Jorge Cifuentes, e o filho, Raphael: paixão pela terra onde vive desde criança

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Katherine Calle nasceu nos Estados Unidos, mas, desde criança, vive na Equador. Ingressou na Odebrecht há 20 anos, como Jovem Parceira. Economista, atuou no Programa de Materiais do Projeto Santa Elena, em Guayaquil, e em outras obras no país. Hoje faz parte da equipe de Estudos do Metrô de Quito. Não perde oportunidade de conhecer a diversidade de regiões que caracteriza o Equador, terra natal de seus pais. As ilhas Galápagos e sua riqueza natural, Riobamba, cidade localizada no chamado Corredor dos vulcões, o Centro Histórico de Cuenca, declarado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, e a cidade de Quito, capital do país, que preserva ruínas de uma antiga cidade Inca, além da arquitetura espanhola dos tempos coloniais, são lugares de significado muito especial para Katherine. “O Equador combina o moderno com o histórico. Visitá-lo é uma experiência inesquecível”, diz ela. Um convite aos viajantes.

cultura Mathias Cramer

esporte

Futebol no trabalho e no lazer naturalmente passou a gostar do Corinthians e a torcer pelo sucesso do clube. Ele é, na verdade, um torcedor do futebol brasileiro, um aficionado em tempo integral. Fred foi o responsável pela construção da quadra de grama sintética e pela organização do Brasileirinho, campeonato de futebol interno realizado no canteiro de obras da Arena Corinthians nos moldes do Campeonato Brasileiro. “Foram 40 times, 1.232 gols e 412 jogos, com árbitros da Federação Paulista”, relata Frederico. “Predominaram o espírito esportivo e a confraternização”, acrescenta.

Holanda Cavalcanti

Arquivo Pessoal

Frederico Barbosa, mineiro de Pedra Azul, tem 32 anos de Organização.

Era ainda bem pequeno quando se encantou pelo futebol. Na adolescência, atingiu sua estatura atual: 1,96 m. Professores e amigos apostavam que ele passaria a se dedicar ao basquete. Nada disso.

“Futebol é minha paixão”, confessa.

Seu time do coração é o Fluminense, do Rio de Janeiro, mas, em seu estado natal, torce pelo Clube Atlético Mineiro e, no Rio Grande do Sul, pelo Grêmio. Desde o início das obras da Arena Corinthians, em São Paulo, é o Gerente Operacional. Torcedor do Santos, na Baixada Santista,

π Frederico em dois tempos: espírito esportivo

π Freire: carreira intimamente ligada ao incentivo à arte

Química cultural Nascido em Porto Alegre, o engenheiro químico João Freire ingressou há 30 anos na Companhia Petroquímica do Sul (Copesul), que mais tarde seria integrada à Braskem.

Em 2002, recebeu o desafio de qualificar os programas culturais com planejamento de metas, estratégias e orçamento. De 2003 a 2006, coordenou o Ciclo Brasil, uma série de seminários, exposições, festivais de música e publicação de livros. A partir de 2007, sua equipe organizou o Fronteiras do Pensamento, ciclo anual de conferências de intelectuais, cientistas e líderes de diversas áreas.

Em 2009, o Fronteiras tornouse sustentável, patrocinado pela Braskem e por empresas parceiras, realizado em Porto Alegre, São Paulo e Salvador. “Iniciativas culturais precisam evoluir e crescer continuamente”, afirma João Freire, sempre com novos projetos em mente e feliz com o que faz.

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est á gio

π Karina Vieira: "Faria tudo de novo"

Todos na mesma vibração Jovens aproveitam oportunidades proporcionadas pelos estágios, que passam a ter processo unificado na Organização

Texto Júlio César Soares | Foto Paulo Fridman

Karina Beatriz Vieira é da equipe de Pessoas e Organização da Braskem. Por dois anos, antes de ser efetivada, estagiou na empresa. Moradora de Diadema, na Grande São Paulo, enfrentava diariamente o percurso de sua casa até o escritório, localizado na capital paulista, e, de lá, para a Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo. Ao todo, eram 30 km percorridos em sete horas diárias no trânsito. Apesar do esforço, recorda com carinho os tempos de estagiária.

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“Já nos primeiros meses eu me identificava com valores como confiança e espírito de servir”, relembra Karina, 26 anos. Em seu processo seletivo para o estágio, em 2010, ela concorreu com quase 15 mil estudantes. “Hoje recebo candidatos no Polo de Capuava, em Mauá (SP), para apresentar as instalações e mostrar como nosso trabalho funciona.

Lembro-me da época de estagiária e digo a eles que faria tudo de novo.”

Karina é uma dos muitos jovens participantes

do Programa Jovem Parceiro da Braskem, que neste ano recebeu a inscrição de 17 mil jovens. A divulgação foi feita de várias formas. “Além de campanhas em universidades e redes sociais, temos um aliado no processo de divulgação que é o site (www. jovensbraskem.com.br)”, salienta Daniela Panagassi, da equipe de Pessoas e Organização da Braskem.

Ao contrário de Karina, Alexandre Fantato de Oliveira, aluno do 5º ano de Engenharia Civil, passou em 2011 por um processo seletivo pontual na Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR).

Integrante da equipe que atua nas obras do novo edifício da Odebrecht, que está sendo construído em São Paulo, ele conseguiu entrar na Organização por causa da alta demanda de profissionais feita pela OR em seus empreendimentos à época. Pouco tempo depois, passou por uma etapa de entrevistas e foi admitido. “Já conhecia a Odebrecht, sabia que era uma das maiores empresas no setor de Engenharia e Construção. A vontade de trabalhar aqui era grande”, relembra. Sua líder na obra, a engenheira Polyana Biondo, atesta a força de vontade do estudante de 22 anos. “Ele sempre demonstra vontade de aprender e tenta fazer seu melhor. Seu interesse e responsabilidade são constantes.”

Processo unificado “A partir deste ano, visando às contratações para o início de 2014, os candidatos poderão ter a dimensão real, em um único processo, sobre a diversidade

e o real tamanho da Organização Odebrecht”, explica Juliana Uchinaka, da equipe de Pessoas e Organização da Odebrecht S.A. A dinâmica do processo, porém, continuará a mesma. “O Programa Jovem Parceiro terá as seguintes etapas: inscrição, teste online, dinâmicas de grupo, painel e entrevista”, informa Juliana.

“Já se foi o tempo em que a maior responsabilidade de um estagiário era tirar cópias em uma máquina. Hoje ele possui responsabilidades na sua área de atuação e participa de projetos importantes para a empresa”, argumenta Karina Vieira. Para ela e para o estudante Alexandre Fantato, fica a sensação de que uma porta foi aberta: ambos são exemplos de jovens que procuraram na Organização uma oportunidade de crescimento profissional antes mesmo de concluírem a graduação.

Os levantamentos mais recentes da Associação Brasileira de Estagiários (Abres) mostram que, em 2011, havia 1 milhão de vagas de estágio em todo o Brasil. Nesse mesmo período, o número de estudantes do Ensino Superior era de 6,7 milhões, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desproporção entre a quantidade de vagas e o número de estudantes, a opinião de especialistas é de que os jovens têm plenas condições de escolher onde querem estagiar. “Eles escolhem as empresas por afinidade”, enfatiza Felícia Duarte, Gerente de Projetos da Cia. de Talentos. ]

π Alexandre Fantato: "A vontade de trabalhar aqui era grande"

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“O valor do ser humano é que explica a grandeza de suas realizações”

saberes

a curva no momento certo o aprendizado da liderança vem com a formação e a educação, afirma o diretor industrial do estaleiro enseada do paraguaçu Texto Alice Galeffi | Foto Ricardo Artner

antonio

c i z ino

Antonio Cizino Sanchez realizou o sonho de seu pai: ter um filho formado em engenharia. “Meu pai foi o grande engenheiro da minha vida”, diz ele. Vindo de uma família humilde, em que trabalho e educação eram as ferramentas principais para o crescimento, Cizino, quando criança, caminhava 18 km por dia para ir à única escola rural disponível na região. Na volta, almoçava e seguia direto para a roça, para capinar, cortar cana e mexer com equipamentos. Hoje ele é Diretor Industrial do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), empresa formada por Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki.

Cizino, que está na Organização desde 1979, conta, em entrevista exclusiva para a série Saberes, como seu conhecimento em equipamentos e sua força de vontade foram decisivos em sua trajetória. Em 1991, após ter concluído seu

san c h e z

programa no Chile, foi transferido para a Inglaterra. “Em cada lugar novo, a família se unia mais. Nós éramos os amigos das crianças.”

Após uma série de dificuldades enfrentadas nas escolas estrangeiras, como o baixo rendimento e as notas ruins, um PA (Programa de Ação) foi criado com as crianças, que tiveram desafios e metas estabelecidos. Elas superaram o bullying “por serem brasileiras”, dominaram o inglês e passaram a estar entre os melhores alunos da escola.

“Servir, formar e educar as pessoas no trabalho e pelo trabalho” é o maior ensinamento que Cizino costuma transmitir a seus liderados. Ele acredita que ninguém nasce líder.

“Existe uma curva de aprendizado no momento certo.”

Os valores fundamentais como simplicidade, humildade, honestidade e dedicação foram-lhe transmitidos pelo pai. ]

O resto são histórias de evolução natural decorrente desses princípios e podem ser conferidas em www.odebrechtonline.com.br/videos/category/projeto_saberes/

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Ď€ Integrantes da Odebrecht trabalham nas obras da Arena Corinthians, no bairro de Itaquera, em SĂŁo Paulo

Almir Bindilatti

click

ideias

Texto Emanuella Sombra

Por dentro do PVC Você já entrou em uma casa feita com material plástico? Uma casa de verdade, durável e confortável, com quartos, sala, cozinha e banheiro? Promovido pela Braskem em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), um concurso propôs o seguinte desafio: projetar uma casa cujos elementos construtivos sejam prioritariamente plásticos, em especial o PVC. O projeto vencedor será divulgado em outubro.

Milton Pradines, Gerente de Relações Institucionais da Braskem em Alagoas, explica que o PVC é um material durável, reciclável e com propriedades térmicas ideais para o revestimento residencial. “Além disso, é importante dar visibilidade a novas tecnologias aplicadas à Construção Civil, incorporando os conceitos da habitação sustentável.”

O concurso faz parte das comemorações pela inauguração, em 1988, da primeira unidade de PVC em Alagoas, estado que é hoje o maior produtor dessa resina termoplástica na América Latina.

Serão premiados os três melhores projetos. O concurso dará origem a uma exposição aberta ao público.

Ideia orgânica E se a empresa onde você trabalha passar a servir alimentos orgânicos no cardápio do refeitório? E se, além de proporcionar mais qualidade de vida a você e a seus colegas, a empresa estiver fortalecendo a economia de pequenos produtores rurais? Por meio do Programa Energia Social, a Odebrecht Agroindustrial tomou essa iniciativa nas unidades Alcídia e Conquista do Pontal, no Polo São Paulo. A ação ocorre em parceria com a Cooperativa Porto Feliz, que produz os alimentos e os vende às unidades do polo.

Aterro de isopor Uma técnica oriunda da Noruega irá acelerar a construção de um viaduto na Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), em Jundiaí (SP), obra que vem sendo realizada pela Concessionária Rota das Bandeiras. A metodologia é chamada de Aterro Ultraleve e faz uso de blocos de isopor, os chamados Expanded Polysterene Blocks (EPS), em substituição ao aterro convencional. Por ser mais leve, o isopor pode ser utilizado sobre terreno mole.

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2013

A COMUNICAÇÃO É ESSENCIAL Desde que foi criada, em outubro de 1973, Odebrecht Informa publica o que de mais relevante nossas equipes realizam nas comunidades em que estão presentes, destacando sempre o nosso modo de ser, o nosso espírito de servir. Ao completar 40 anos, a revista continua a se renovar para seguir em frente nessa missão. Pois a comunicação, mais do que nunca, é essencial.

www.odebrechtonline.com.br

q uali f i c a ç ã o

damas da construção no panamá, programa construdama incentiva a inserção de trabalhadoras no mercado da construção civil

Texto Carlos Pereira | Fotos Holanda Cavalcanti

Cecilia Franco gostava de moda quando era adolescente. Queria fazer os vestidos dos desfiles da televisão. Mas a deriva da vida levou-a por outro caminho, marcado por adversidades. Aos 38 anos, separada e com três filhos para criar, a máquina de costura, que deveria realizar seu sonho, era apenas uma ferramenta para garantir parte do sustento da casa. Foi quando ela decidiu se inscrever no Programa Construdama, voltado à inserção de trabalhadoras no aquecido mercado da construção civil do Panamá. Sua vida mudou, pois agora ela tem condições de se sustentar e as crianças, e apoiá-las em tudo o que é necessário, sobretudo nos aspectos de educação e saúde – enfim, assumir, de forma plena e compesadora, as responsabilidades próprias de uma chefe do lar.

O programa, fruto de uma parceria entre a Odebrecht Panamá e o Instituto de Formação Profissional e Capacitação para o Desenvolvimento Humano (INADEH), surgiu após o estudo do impacto socioambiental das Obras 2 do Projeto Água Potável, que levará água e regularizará seu fornecimento a 650 mil pessoas. Sob responsabilidade da Odebrecht Infraestrutura, o estudo revelou que, nas comunidades vizinhas ao projeto, havia um grande número de mulheres chefes de família com um perfil bastante particular: cerca de 30 anos, baixa escolaridade, com filhos e sem emprego fixo.

Márcio Accioly, Gerente Administrativo e Financeiro da Odebrecht Infraestrutura, conta que essa constatação motivou a empresa a realizar alguma ação para, com ela, incentivar a igualdade de gênero no país, um dos oito Objetivos do Milênio da ONU. “Assim nasceu o Construdama.

O Panamá hoje é um canteiro de obras, e apenas 8% dos trabalhadores da construção civil são mulheres. Estamos ajudando a mudar essa situação.” Acioly acrescenta que as mulheres

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contratadas têm desempenho igual aos dos homens nas tarefas que lhes são confiadas na obra.

Donas de casa tornam-se construtoras Leonardo Betegon, Responsável pelo Construdama no INADEH, informa que o primeiro módulo do curso (pedreiro e armador) contou com 50 mulheres inscritas e que 44 delas se graduaram.

“Fizemos um ranking, levando em consideração desempenho acadêmico, pontualidade e outros critérios, que está sendo referência para as contratações”, explica. E acrescenta: “Conseguimos em três meses transformar donas de casas em construtoras. É uma grande mudança”.

Cecilia esqueceu-se da máquina de costura e completou o curso com louvor. No último dia 26 de junho, com grande festa, recebeu seu diploma. Em seguida, foi contratada para trabalhar nas obras do projeto Água Potável. Hoje, com uma produtividade maior que a dos homens da sua equipe, já está sendo observada para uma possível promoção: encarregada de grupo. Tudo isso em menos de um ano. “Tenho um irmão pedreiro que dizia que o trabalho era muito pesado para mim. Hoje nós competimos para ver quem levanta uma parede mais rápido”, ela diz.

Ana Maria Jimenez, 33 anos, três filhos, é mais uma das 28 chefes de família selecionadas para trabalhar, após passar pelo Construdama. Ana conta que as crianças dão risada quando ela sai de casa vestida com o uniforme da obra. “Eles dizem que eu pareço um homem, mas não ligo.

Sei como essa nova vida é importante para mim.

Tenho amigas que são casadas sem amor e assim permanecem para sustentar os filhos. Isso eu não preciso fazer”, afirma. “Hoje em dia, tenho capacidade de fazer investimentos para melhorar a qualidade de vida da minha família, algo que, antes, era um sonho distante”, ela complementa. ]

π Ana Maria Jimenez (à esquerda) e Cecilia Franco: superação e independência

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papo

f inal

o bem que a amizade faz luciana arce, líder do grupo kambas do bem Há cinco anos em Angola, Luciana Arce vem se dedicando ao voluntariado e descobrindo, com essa iniciativa, o valor da doação. Casada com o Líder Empresarial da Odebrecht Infraestrutura na África, Portugal e Emirados Árabes, Ernesto Baiardi, ela formou o grupo Kambas do Bem, que mobiliza esposas de expatriados da Odebrecht em favor do próximo. Nesta entrevista, Luciana fala do significado desse trabalho.

Texto Ricardo Sangiovanni | Foto Kamene Traça

ππO que a levou ao voluntariado?

Em uma visita oficial à comunidade do Mussende, que é formada por refugiados de guerra, fiquei sensibilizada com as condições de vida das crianças. Naquele momento, fui provocada por um integrante da Odebrecht a contribuir para reverter aquele quadro. Era uma realidade que parecia impossível mudar, mas era também um grande desafio e uma oportunidade que me permitiu ser um instrumento de Deus.

ππO que você faz para que o grupo se mantenha motivado?

Como líder do projeto, acredito na importância do exemplo; a pedagogia da presença, como se chama na Odebrecht. Nossa motivação vem da consciência de que somos capazes de mudar, de alguma maneira, a vida de jovens e crianças, oferecendo-lhes novas oportunidades. É um ciclo, no qual ajudamos a transformar e somos transformadas.

ππComo surgiram as Kambas do Bem? Depois daquela visita ao Mussende, convidei as mulheres expatriadas para uma reunião de apresentação do possível projeto. Era uma forma de integrar o grupo, utilizar suas habilidades e colocar em prática uma ação social.

ππHá quem critique o voluntariado, dizendo que será sempre um pequeno gesto diante de uma realidade social complexa e desafiadora. Como você encara esse tipo de observação?

Costumo dizer que, com pequenos gestos, feitos com amor, é possível conseguir grandes mudanças.

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ππQual o maior aprendizado destes seus cinco anos em Angola?

Angola nos proporciona crescer como seres humanos, rever nossos valores e aprender, com seu povo, sempre sorridente e alegre, a acreditar em um futuro melhor. ππQual o futuro das Kambas do Bem? Se Deus permitir, expandiremos esse exemplo para outros países da África. Fico feliz em saber que quem passou por essa experiência do voluntariado aqui levou a semente do bem, multiplicando o amor ao próximo. ]

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Fazem parte da Organização Odebrecht: Negócios Odebrecht Engenharia Industrial Odebrecht Infraestrutura – Brasil Odebrecht Infraestrutura – África, Emirados Árabes

e Portugal Odebrecht Infraestrutura – América Latina Odebrecht Infraestrutura – Venezuela Odebrecht Realizações Imobiliárias Odebrecht Ambiental Odebrecht Latinvest Odebrecht Óleo e Gás Odebrecht Properties Odebrecht TransPort Braskem Estaleiro Enseada do Paraguaçu Odebrecht Agroindustrial Odebrecht Defesa e Tecnologia Investimentos Odebrecht Energias Brasil Africa Fund Latin Fund Empresas Auxiliares Odebrecht Comercializadora de Energia Odebrecht Corretora de Seguros Odebrecht Previdência Ação Social Fundação Odebrecht

RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO na ODEBREChT S.A. Márcio Polidoro RESPONSáVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA ODEBREChT S.A. Karolina Gutiez

COORDENAçãO EDITORIAL Versal Editores Editor José Enrique Barreiro Editor Executivo Cláudio Lovato Filho Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes

Tiragem 4.200 exemplares • Pré-impressão e Impressão Pancrom Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023 São Paulo (55) 11 3641-4743 e-mail: versal@versal.com.br

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Américo Vermelho

contribuição

Simplício. Obras em território mineiro e fluminense, 30 km de distância entre as duas usinas que compõem o complexo hidrelétrico.

Mais de 4.500 trabalhadores no pico dos serviços, 35 frentes de trabalho simultâneas, seis canteiros e um bairro inteiramente novo, criado para o realojamento de famílias que residiam na área de influência direta do projeto. Bairro 21, 21 famílias, e o Brasil mais forte nesta segunda década do século 21. Seja bem-vindo, Simplício. Sua chegada significa um reforço energético fundamental para o país e sua inauguração, o coroamento de um esforço que fez escola e se tornou referência.