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ODEBRECHT #152 • ano XXXVIII • jan/fev 2011

I N F O R M A

Sustentabilidade

As iniciativas socioambientais que estão transformando comunidades no Brasil e no mundo


"O desenvolvimento, por definição, tem de ser sustentável, ou ele não pode ser chamado de desenvolvimento” teo

- tecnologia empresarial odebrecht


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Nas obras das hidrelétricas de Santo Antônio e Palomino, dois casos exemplares de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa

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Sérgio Leão fala sobre a atualização da Política de Sustentabilidade da Organização Odebrecht

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O turismo sustentável está transformando a vida de comunidades situadas ao longo da Rodovia Interoceânica Sul, no Peru

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Creer Peru: qualificação profissional e inclusão social na construção da Hidrelétrica de Chaglla, no norte do país

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A Concessionária Rota das Bandeiras realiza trabalho de compensação ambiental com a participação de estudantes da rede pública

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Kulonga pala Kukula: um projeto que contribui para o desenvolvimento sustentável de 10 comunidades em Angola

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No bairro do Honga, na região metropolitana de Luanda, o combate à malária deu origem a um amplo projeto socioambiental

22

GP do Brasil de Reciclagem mostra como preservação ambiental e geração de trabalho e renda têm vocação para caminhar juntas

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A Braskem e as ações que fazem parte de seu compromisso de ser a líder global da química sustentável

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Caminhada da Braskem rumo à sustentabilidade começou com a criação da empresa em 2002

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Implantação, em Moçambique, do Caia na Rede, marca a estreia do projeto de inclusão digital fora do Brasil

ODEBRECHT INFORMA

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Martina Condori Cruz, artesã da comunidade de Tinqui, no Peru. Foto de Holanda Cavalcanti.

Escola em Ação: as atividades que estão ajudando a mudar a realidade sociocultural de Macaé (RJ) Anunciados os projetos vencedores da terceira edição do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável

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Na Venezuela, o reconhecimento a ideias criativas apresentadas por universitários de Maracaibo e Caracas

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Governo português desenvolve iniciativa voltada para o aumento do nível de educação de pessoas com mais de 23 anos de idade

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Programa Energia Social para a Sustentabilidade Local, da ETH, tem como base a gestão participativa entre a empresa, os órgãos públicos e a comunidade

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Em Camela, distrito do município do Ipojuca (PE), costureiras e artesãs se preparam para ver seu sonho realizado com a formação de uma cooperativa

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Área do entorno do Terminal da Embraport, em Santos (SP), é beneficiária de 34 iniciativas de preservação ambiental

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Nas províncias argentinas de Salta e da Patagônia, abastecimento de água e formação técnica de jovens são incentivos ao desenvolvimento

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Na Cidade do Panamá, a história da inserção social de um bairro marcado pela precariedade e pela violência

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Nos Estados Unidos, a Odebrecht conquista uma certificação que comprova sua determinação de fazer mais e melhor

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Exposição no Edifício-sede da Organização, em Salvador, conta a história da criação e do avanço da Tecnologia Empresarial Odebrecht

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No Baixo Sul da Bahia, um grupo de parceiros institucionais está participando da construção de uma classe média rural estruturada em unidades-família

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Felipe Cruz escreve sobre duas questões imperativas para o sucesso dos programas de sustentabilidade

Criado em Portugal, em 2006, o Programa Epis – Empresários pela Inclusão Social, possibilita que empresários contribuam para a melhoria da educação


02 w w w. o d e b r e c h t o n l i n e . c o m . b r > edição online

> videorreportagem

> ETH Bioenergia é uma das empresas que participam do programa Novos Líderes da Terra > Em São Paulo, 22 organizações empresariais, entre elas a Odebrecht, realizam seminário sobre mudanças climáticas > Odebrecht chega aos quatro anos sem acidentes no Projeto Braskem, em Camaçari (BA)

> blog > Leia no blog de Odebrecht Informa os posts escritos pelos repórteres e pelos editores da revista. Textos de Cláudio Lovato Filho, Fabiana Cabral, José Enrique Barreiro, Júlio César Soares, Karolina Gutiez, Leonardo Maia, Renata Meyer, Rodrigo Vilar, Zaccaria Júnior e colaboradores.

ODEBRECHT Fundada em 1944, a Odebrecht é uma organização brasileira composta de negócios diversificados, com atuação e padrão de qualidade globais. Seus 105 mil integrantes estão presentes nas três Américas, na África, na Ásia e na Europa.

> acervos online

> Uma entrevista com Guilherme Guaragna, Diretor de Empreendimentos da Braskem e responsável pelo projeto da planta de eteno verde construída em Triunfo (RS)

> Acesse as edições

> Luiz Gustavo Assunção perdeu a visão, mas persistiu na busca pela realização no trabalho

> Publicações especiais

> Trem elétrico: uma obra decisiva para a solução dos problemas de trânsito de Lima

anteriores de Odebrecht

Informa desde a nº 1 > Relatórios Anuais da Odebrecht S.A. desde 2002

(Edição Especial sobre Ações Sociais, 60 anos da Organização Odebrecht, 40 anos da Fundação Odebrecht e 10 anos da Odeprev)

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RESPONSÁVEL POR COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL NA CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S.A. Márcio Polidoro RESPONSÁVEL POR PROGRAMAS EDITORIAIS NA CONSTRUTORA NORBERTO ODEBRECHT S.A. Karolina Gutiez COORDENADORES NAS ÁREAS DE NEGÓCIOS Nelson Letaif Química e Petroquímica • Andressa Saurin Etanol e Açúcar • Bárbara Nitto Óleo e Gás • Daelcio Freitas Engenharia Ambiental • Sergio Kertész Realizações Imobiliárias • Coordenadora na Fundação Odebrecht Vivian Barbosa COORDENAÇÃO EDITORIAL Versal Editores Editor José Enrique Barreiro • Editor Executivo Cláudio Lovato Filho • Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes • Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti Infografia Adilson Secco • Ilustrações Gilberto Marchi TIRAGEM 8.620 exemplares • PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Pancrom Redação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-6051 • São Paulo (55) 11 3641-4743 email: versal@versal.com.br


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Conceitos indissociáveis A frase publicada na abertura desta edição de Odebrecht Informa, na página ao lado do sumário, reflete com exatidão como pensam e agem as equipes da Organização no Brasil e no mundo. Para elas, desenvolvimento e sustentabilidade são conceitos indissociáveis, inerentes um ao outro. Nas páginas seguintes, você encontrará vários exemplos que demonstram de que maneira os integrantes da Odebrecht colocam em prática essa convicção. No Peru, ao longo da Rodovia Interoceânica Sul, um conjunto de ações que compõem um programa de turismo sustentável está mudando a vida de famílias e comunidades e ajudando o país a obter melhores resultados de seu extraordinário potencial. Em Angola, iniciativas na região metropolitana de Luanda e na Província de Malanje estão possibilitando o aprimoramento das condições de educação e saúde de populações historicamente desafiadas pela precariedade. No Panamá, um bairro marcado pela quase completa inexistência de infraestrutura e pela violência começa a se integrar à cidade na qual está situado, e muitos de seus moradores passam a experimentar, pela primeira vez, a condição de cidadãos. No entorno do Terminal da Embraport, em Santos (SP), 34 projetos são desenvolvidos, para que sejam preservadas as características ambientais de uma área de riquíssima biodiversidade. Alguns mais abrangentes, outros mais pontuais, esses são exemplos da contribuição das empresas da Odebrecht para a melhoria da vida no planeta, que vive a realidade do aquecimento global. Em relação a isso, a Odebrecht também toma atitudes firmes: nas obras das usinas hidrelétricas de Palomino, na República Dominicana, e Santo Antônio, no Brasil, desenvolveu inventários sobre emissão de gases causadores de efeito estufa e, a partir deles, está empreendendo esforços para reduzir suas emissões. A Concessionária Rota das Bandeiras, em São Paulo, por sua vez, realiza um amplo projeto de compensação ambiental com a participação de alunos da rede pública de ensino. E a Braskem prossegue em sua caminhada de consolidação como líder global da química sustentável. Há muito mais para ler nesta edição de Odebrecht Informa, como diversos outros casos de iniciativas alicerçadas no Desenvolvimento Sustentável. Entre elas, são muitos os pontos em comum. Mas, entre todas, sem exceção, há, com certeza, um elemento que as permeia e inspira: a Tecnologia Empresarial Odebrecht. É a observância aos princípios e critérios da TEO que faz com que as ações das equipes da Odebrecht ao redor do mundo tenham coerência, eficácia e um sentido maior: ajudar as pessoas a desenvolverem sua capacidade de transformar o mundo para melhor a partir da transformação da vida de cada uma delas.


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diretrizes de sustentabilidade

Clima de compromisso Odebrecht cria um programa de mudanças climáticas e desenvolve ações que contribuem para a diminuição das emissões de gases causadores de efeito estufa texto Fabiana Cabral Nos últimos 50 anos, mais de 60% dos recursos naturais do mundo foram degradados. Atualmente, a demanda é 35% maior que a capacidade do planeta de renová-los. Permanecendo esse ritmo de crescimento, em 2030 estaremos consumindo o dobro do que a Terra é capaz de repor. Este é o cenário apontado pelo relatório A economia dos ecossistemas e da biodiversidade, divulgado pela Organização das Nações Unidas – ONU, em junho de 2010. Meses antes, em agosto de 2009, com o Instituto Ethos e outras organizações brasileiras, a Odebrecht Engenharia e Construção participou da elaboração da Carta Aberta ao Brasil sobre Mudanças Climáticas. O documento apresenta os compromissos voluntários de 22 corporações para a minimização dos impactos gerados pelas mudanças climáticas no Brasil e no mundo. Publicar relatórios anuais de emissões de gases de efeito estufa (GEE), influenciar fornecedores e clientes e promover debates sobre o tema entre a sociedade civil e instituições públicas e privadas estão entre as atividades que compõem o acordo. Além de incluir um Programa de Mudanças Climáticas em suas Diretrizes de Sustentabilidade e estruturar equipes, a Odebrecht realiza o inventário das emissões de

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GEE, identifica oportunidades nos mercados de carbono e desenvolve ações para a melhoria da eficiência no controle das emissõs em seus projetos e escritórios. “O programa foi criado para apoiar os empresários, e a metodologia foi elaborada para utilização em diferentes obras. Pensar em sustentabilidade é repensar processos, tecnologias e eficiência”, ressalta Luiz Gabriel Azevedo, Diretor de Sustentabilidade da Odebrecht Energia. Com base na metodologia GHG Protocol, utilizada mundialmente sob a liderança do World Resources Institute e do World Business Council for Sustainable Development, ao longo de 2010, a Odebrecht desenvolveu o Primeiro Inventário Corporativo de Emissões de GEE, que inclui 11 escritórios de sete estados brasileiros, 11 no exterior e mais de 100 projetos dentro e fora do Brasil. “O inventário nos informará quais são as nossas principais fontes de emissões. Em 2011, o foco passará a ser a melhoria da eficiência nos processos e nos controles para reduzir as emissões. Começaremos a identificar alternativas e oportunidades de avanço em nossas atividades da Engenharia e Construção”, revela Sérgio Leão, Responsável por Sustentabilidade das Operações de Engenharia e Construção.

O Inventário Corporativo será concluído em fevereiro de 2011 e deverá ser divulgado no Relatório Anual da Odebrecht S.A. do próximo ano. “Com os resultados, será possível estruturar programas transversais que podem ser aplicados em obras de diferentes tipos em diferentes países”, complementa Alexandre Baltar, Responsável pelo Programa de Mudanças Climáticas.

O pioneirismo de Santo Antônio Uma das maiores obras em andamento do mundo, a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia, foi o primeiro projeto da Odebrecht e o primeiro de grande porte do Brasil a elaborar um levantamento de emissões de GEE, no ano passado. “Não encontramos nenhuma metodologia pronta para realizarmos as medições nesse tipo de obra. Desenvolvemos uma técnica adaptando a metodologia do GHG Protocol que nos permitiu quantificar as emissões e obter os primeiros números”, explica José Bonifácio Pinto Júnior, DiretorSuperintendente da Odebrecht Energia.


de veículos novos e modernos, temos um sistema de monitoramento via satélite para controlar a eficiência dos 800 equipamentos. Também procuramos influenciar nossos fornecedores na adoção de melhores práticas para o controle das emissões”, diz Nelson Alves, Responsável por Meio Ambiente. José Bonifácio afirma que cada processo implantado na UHE Santo Antônio está ligado à sustentabilidade. “Desde a escolha da localização dos escritórios no canteiro, instalados em pontos já desmatados, até o tratamento de água e esgoto em estações próprias, tudo contribui para a preservação dos recursos locais. Com criatividade e vontade, é possível encontrar soluções sustentáveis.”

O carbono social de Palomino

Segundo os resultados apontados, durante os sete anos de construção o, volume total de emissões de CO2 equivalente será de 1.478.460 t. As emissões provenientes do transporte de passageiros e cargas e da produção de cimento e aço representam 62% do total. O consumo de combustíveis e lubrificantes responde por 34%. Esse volume de CO2 equivalente será totalmente compensado com o

Programa de Antecipação de Energia, que adiantará em um ano o início da operação da usina, programada para dezembro de 2011. “A antecipação da geração de energia vai fazer com que 1.700.000 t de CO2 equivalente deixem de ser lançadas na atmosfera, sobretudo por meio da queima de combustíveis fósseis das termelétricas”, pontua José Bonifácio. Apesar da previsão otimista, o Consórcio Santo Antônio Civil desenvolve diversas ações para reduzir as emissões de GEE. “Além da compra

No sul da República Dominicana, na província de San Juan, a Odebrecht constrói a Usina Hidrelétrica de Palomino para a EGEHID (Empresa de Generación Hidroeléctrica Dominicana). Com previsão de conclusão para junho de 2012, a usina incrementará em 15% a geração de energia do país. “Na República Dominicana, 85% da energia distribuída é proveniente de termelétricas. Palomino, além de produzir energia limpa, reduzirá em 400 mil a quantidade de barris de óleo importados e deixará de emitir 120 mil t de CO2 equivalente, por ano”, explica Pedro Schettino, Diretor do Contrato.

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Hidrelétrica

GUILHERME AFONSO

Santo Antônio

Para ampliar de forma sustentável as atividades de proteção ambiental e de geração de trabalho e renda das comunidades do entorno da usina, as equipes da Odebrecht e da EGEHID elaboraram um projeto no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), como uma iniciativa de carbono social, que valoriza ações voluntárias de responsabilidade social. “Os investimentos gerados pelos créditos de carbono social irão contribuir para o desenvolvimento social e econômico da região e o meio ambiente será preservado”, comenta Victor Ventura, Presidente da EGEHID. O Programa Agrícola de Guayuyal, criado pela Odebrecht em 2008, com parceria da Fundação Sur Futuro, será uma das iniciativas beneficiadas. Os moradores da região, uma das mais pobres da República Dominicana, que antes viviam

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da agricultura de subsistência, já produzem mais de 500 kg de grãos e hortaliças e recebem US$ 1.100 mensais com a venda dos produtos. Francisco Sawaguthi, Responsável por Saúde, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente de

Palomino, destaca: “Os bons resultados do projeto de MDL irão assegurar a sustentabilidade do programa nas comunidades localizadas na área de influência da usina, que também poderá se estender a outras comunidades”.

HIDRELÉTRICA SANTO ANTÔNIO SUSTENTABILIDADE EM NÚMEROS > 960 mil m3 de água são tratados por dia em cinco estações de tratamento (ETAs). > 100% do esgoto diário são tratados sem a aplicação de produtos químicos. > 70% das 10 t de resíduos gerados por dia são destinados à reciclagem ou reutilização. Pneus de veículos, lâmpadas fluorescentes, papeis e plásticos são enviados para a reciclagem. > 700 kg de restos de alimentos, por dia, se misturam à madeira triturada para a produção de composto de adubo orgânico. > 84% dos integrantes são moradores da região. > 271 km2 é o tamanho do reservatório da usina, sendo 164 km2 da própria calha natural do Rio Madeira. > A primeira das 44 turbinas bulbo estará em funcionamento em dezembro de 2011, um ano antes do previsto no edital.


Instituído pelo Protocolo de Quioto para auxiliar os processos de redução de emissões de GEE ou de captura de carbono dos países desenvolvidos, o MDL também contribui para que os países em desenvolvimento atinjam a sustentabilidade. “A República Dominicana foi um dos 138 países que assinaram o Protocolo de Quioto, e estamos investindo em fontes de energia renováveis”, diz Omar Ramírez Tejada, Vice-presidente Executivo do Conselho Nacional para Mudanças Climáticas e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. “Foi o primeiro projeto de MDL do país e com ele poderemos acessar o mercado internacional de carbono”, declara Ernesto Reyna Alcántara, Vice-Ministro de Meio Ambiente e Recursos Naturais da República Dominicana. Pelo mercado interna-

cional, estabelecido pelo Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos que precisam cumprir as metas da ONU, de redução de emissões, negociam e adquirem os créditos de carbono para compensar as emissões de GGE. O projeto está em fase de auditoria pelo Bureau Veritas Quality International. Após a aprovação da Organização das Nações Unidas (ONU), os créditos poderão ser vendidos no mercado internacional por até 21 anos, no qual poderá ser arrecadado 1 milhão de euros por ano. “Os créditos de carbono social de Palomino poderão ser comercializados no mercado voluntário, em que grandes empresas públicas e privadas adquirem certificados visando a valorização da imagem”, ressalta Luiz Gabriel Azevedo.

MDL NO PERU Para apoiar a identificação de novas oportunidades no mercado de carbono, a Odebrecht firmou uma parceria com o Programa Latino-Americano de Carbono, Energias Limpas e Alternativas da CAF (Corporação Andina de Fomento). “Já elaboramos um memorando de entendimento para a preparação de um projeto de MDL na Central Hidrelétrica de Chaglla, no Peru. Assim, Chaglla será construída dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e a venda de créditos de carbono agregará maior rentabilidade ao empreendimento”, explica Alexandre Baltar.

RICARDO TELES

Hidrelétrica de Palomino

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entrevista

Sérgio Leão: convergência entre a sustentabilidade e a cultura empresarial da Odebrecht

Um fenômeno multidimensional Sustentabilidade abrange diversos aspectos da vida das comunidades e dos países texto Zaccaria Junior / foto Edu Simões odebrecht informa


“A Sustentabilidade é um fenômeno multidimensional e abrange aspectos econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticos. Nesse sentido, as práticas empresariais sustentáveis devem visar a constituição de comunidades e países economicamente prósperos, socialmente justos, ambientalmente equilibrados, politicamente estáveis e culturalmente diversos (...)”. Assim é o início da nova redação da Política de Sustentabilidade da Organização Odebrecht, tendo como base a política vigente desde 2008, mas, agora, atualizada e ampliada. Sérgio Leão, Responsável por Sustentabilidade nas Operações de Engenharia e Construção da Odebrecht, explica que a nova política desenvolvida é uma releitura da temática sustentável que tem a Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO) como pano de fundo. “A sustentabilidade está desde o começo nos conceitos e princípios da TEO, traduzindo a responsabilidade dos líderes dos negócios com a Sobrevivência, o Crescimento e a Perpetuidade. Portanto, a sustentabilidade é um dos elementos que nossa filosofia empresarial considera desde o início, mas que agora está mais explicitada e traduzida em função das novas nomenclaturas”, diz Sérgio. Ele destaca que, assim como a TEO, a política atualizada enfatiza a atenção nas pessoas, pois, apesar de a sustentabilidade estar fortemente relacionada a ativos ambientais, à preservação e ao futuro, são as pessoas – dentro e fora da Organização –, preparadas e motivadas, que irão assegurar os resultados de um desenvolvimento sustentável dentro de sua amplitude: desenvolvimentos econômico e social, responsabilidade ambiental, diversidade cultural e participação política. Sérgio conta que desde o início do processo de reestruturação da política, um dos focos de maior atenção foi a necessidade de o documento – para ter sua eficácia garantida – explicitar o compromisso da Odebrecht em assegurar o crescimento e a sobrevivência dos negócios, além de alcançar a perpetuidade deles. Com os objetivos definidos, decidiu-se que o caminho a ser percorrido pela Organização na condução de

seus negócios seria balizado por Indicadores de Sustentabilidade que evidenciassem essa visão empresarial e que estivessem integrados às metas de seus líderes. “Revimos a política em si e os indicadores seriam sua consequência. A temática sustentável esteve na agenda dos negócios no decorrer de 2010, esteve presente em 2009 como uma das questões centrais da Visão 2020, constou no Relatório publicado neste ano, relativo a 2009, e está em destaque na fala de todos os líderes empresariais, de nosso DiretorPresidente, do Conselho de Administração, ou seja, é um assunto que permeou nossas discussões no âmbito dos negócios, sobretudo na área de Engenharia e Construção”, detalha Sérgio. Ele acrescenta que esse compromisso parte da decisão tomada em 2009, quando foi assinada a Carta Aberta ao Brasil, às vésperas da COP 15, nas quais as empresas de Engenharia e Construção da Odebrecht assumiram o compromisso de iniciar inventários de emissão de carbono, além de incluir dentro do tema sustentabilidade a integração de suas cinco vertentes das diretrizes na Engenharia: Saúde e Segurança no Trabalho, Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Programas Sociais. “Trabalhamos a revisão e a criação dessas diretrizes para estabelecer isso no âmbito da Engenharia como o modelo de orientação dos negócios, e 2010 foi o ano de criar essa institucionalização do tema”, observa Sérgio Leão. Segundo ele, o trabalho buscou retratar como a sustentabilidade ocorre na prática dos negócios, tendo como base a cultura Odebrecht. “Era fundamental que a nova política estivesse alinhada ao nosso pensamento, ao nosso modo de fazer e de agir. A Política de Sustentabilidade retrata a forma de como a TEO permeia o desenvolvimento sustentável e de como a sustentabilidade está dentro da TEO, da nossa tarefa como empresários, dos nossos vários negócios e dos compromissos assumidos pelas pessoas. É a prova da convergência que existe entre a sustentabilidade e a nossa cultura empresarial”.

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peru

Caminho sustentável

Projetos de turismo sustentável contribuem para a conservação ambiental e geração de trabalho e renda em comunidades situadas ao longo da Rodovia Interoceânica Sul, no Peru texto Cláudio Lovato Filho fotos Holanda Cavalcanti

Cirilo com a esposa, Ena, e a filha Edith: família empreendedora

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Cirilo Méndez caminha pela trilha no bosque. É uma área de 80 hectares às margens da Rodovia Interoceânica Sul. Estamos na comunidade de San Juan, distrito de Inambari, a 45 minutos de Puerto Maldonado, capital do Estado de Madre de Dios, no sul do Peru. Cirilo avança pelo caminho e vai mostrando, orgulhoso, o que cultiva ali: castanhas, cacau, café, cupuaçu, abacaxi. Ele pratica o agroflorestamento, técnica ancestral que permite a autorregeneração do bosque. Ali, Cirilo recebe turistas, estudantes e pesquisadores. Há muito o

que ver, conhecer e admirar. Depois de uma caminhada de 20 minutos (uma versão compacta do passeio, que, em sua forma completa, pode chegar a uma hora), regressamos ao Parador Turístico Familia Méndez, ponto de partida de nossa incursão na selva. Ali, no parador, funciona um restaurante bem-decorado, aconchegante e de cardápio variado. Ena, esposa de Cirilo, e Edith, filha deles, nos aguardam. É uma família que gosta de receber visitantes, esforça-se para agradá-los e quer vê-los voltar. Estão felizes com a nossa presença. Sempre ficam. Daí a pouco, estarão envolvidos na preparação do almoço, hora em que o parador lota. Os Méndez são uma família empreendedora. Nem sempre, porém, as coisas foram tão tranquilas. Antes de inaugurarem o parador, em maio de 2010, eles vendiam os produtos naturais orgânicos cultivados na propriedade aos viajantes. Um dos cinco filhos de Cirilo e Ena subia nos ônibus carregando frutas, sucos e lanches, vendiaos aos passageiros, com o ônibus em movimento, e era recolhido na estrada, dois ou três quilômetros adiante, por sua irmã Edith, que ia atrás dele, de BRASIL Iñapari

BOLÍVIA

PERU MADRE DE DIOS Puerto Maldonado

Reserva Comunal Amarakaeri Santa Rosa

Reserva Nacional Tambopata Camanti

CUSCO

(Quincemil)

Ccatcca Urcos

Ocongate

Marcapata

PUNO

Parque Nacional Bahuaja Sonene

moto, e o levava de volta para a frente da casa da família, onde esperavam pelo próximo ônibus. Hoje com um restaurante e uma vasta área para ecoturismo, os Méndez são empresários bem-sucedidos e comprometidos com a sustentabilidade. “Conseguimos isso com o apoio da iSur e somos gratos”, diz Cirilo. A iSur (Iniciativa Interoceânica Sul) foi concebida pela Odebrecht Perú e fundada em 2007 pela Conirsa, consórcio formado pela Odebrecht (líder) e outras três construtoras peruanas: Graña y Montero, JJC e ICCGSA. Também participaram da aliança estratégica para a criação da iSur as organizações não governamentais ambientais Conservación Internacional e Fundación Pro Naturaleza. A Conirsa é responsável pela construção, operação e manutenção, por 25 anos, de 710 km da Rodovia Interoceânica Sul, nos departamentos de Cusco, na região andina, e Madre de Dios, na selva amazônica (veja mapa). O objetivo é apoiar ações locais para geração de trabalho e renda e a promoção da conservação ambiental através do desenvolvimento sustentável. Faz parte da iSur o Programa de Turismo Sustentável, voltado para a criação, ao longo da rodovia, de serviços de qualidade e o fortalecimento da capacitação das comunidades locais de modo que possam ser empreendedoras desses serviços. A família Méndez, cujo parador teve sua construção executada pela Conirsa e financiada com o apoio de seis de seus subcontratistas, é um dos maiores símbolos do potencial transformador desse programa, em particular, e dos projetos da iSur, em geral. Maria Teresa Canseco, arquiteta natural de Lima e há três anos integrante da equipe da iSur, coordenou as ações de apoio à família Méndez.

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Turismo vivencial em Cuyuni e, na foto menor, Magali Salinas com Pepe: valorização da cultura e proteção de espécies ameaçadas

“É como se fosse a minha família”, diz Maria Teresa. “Estou orgulhosa. É uma experiência maravilhosa ver as pessoas se desenvolverem.” Há muitos outros exemplos ao longo do caminho. Magali Salinas coordena o trabalho do Amazon Shelter, em Puerto Maldonado, capital de Madre de Dios. Ela e outras seis pessoas, entre as quais uma veterinária e uma bióloga, recebem no local animais silvestres e domésticos vítimas de maustratos. O abrigo tem hoje 15 animais silvestres (incluindo cinco macacos) e cinco domésticos. Pepe, um macaco uivador vermelho de 12 anos, foi resgatado de um restaurante de beira de estrada, onde ficava acorrentado para entretenimento dos frequentadores. “Eu queria fazer alguma coisa contra o tráfico de animais”, diz Magali, uma ex-comissária de bordo formada em Administração de Empresas nascida em Lima que, desde 2007, mora em Madre de Dios. “Estou realizando um sonho”, ela diz. O Amazon Shelter tem uma pousada e recebe hóspedes interessados em conviver com a natureza e conhecer o trabalho realizado no abrigo. A iSur apoia o Amazon Shelter

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com divulgação, ações de marketing e envio de visitantes e hóspedes. Perto do Amazon Shelter fica El Paraíso, uma propriedade de 16 hectares pertencente a Percy Wilfredo Balarezo Yabar. Ali, numa área de selva nativa à beira do Rio Tambopata, os visitantes encontram hospedagem, espaço para camping e caminhada, comida e uma paz inacreditável para quem mora nas grandes cidades. “Comecei abrindo trilhas na mata com um machadinho”, relembra Percy, que vive no local com sua mãe, Beatriz. “Hoje recebemos turistas da Europa e dos Estados Unidos. Com a ajuda da iSur, que contratou técnicos, catalogamos as espécies da propriedade e fizemos um diagnóstico ambiental completo. Madre de Dios é a capital da biodiversidade no Peru, e isto o que realizamos aqui me deixa muito orgulhoso e emocionado.” Da selva amazônica à Cordilheira dos Andes, a Interoceância Sul proporciona ao viajante uma deslumbrante sequência de vistas e sensações. Conforme mudam o visual, a altitude e, sobretudo, a realidade socioeconômica e cultural, muda o perfil das

ações apoiadas pela iSur. No Distrito de Marcapata, mais de 2.800 metros acima do nível do mar, uma igreja construída no século 18 pelos espanhóis será restaurada. A alguns quilômetros dali, na comunidade de Tinqui, no Distrito de Ocongate, o monte Ausangate, na Cordilheira Vilcanota, a mais de 6.300 metros do nível do mar, surge imponente com seu pico nevado. Martina Condori Cruz, uma integrante da etnia quéchua de 38 anos e mãe de três filhos, fala da associação de artesãs da qual faz parte ao lado de outras 10 pessoas. Martina foi presidente da associação. Com o apoio da iSur, as artesãs aprimoraram a qualidade de seu trabalho – mantos, saias, chapéus e adereços feitos de lã de alpaca e ovelha e tingidos naturalmente, com tinta extraída de plantas da região – e aprenderam a colocar preços corretos em seus produtos. “Com a ajuda que recebemos da iSur, conseguimos nos capacitar e nos fortalecer”, diz Martina. Na descida para Cusco, encontramos o Mirador de Cuyuni, situado 3.800 m acima do nível do mar, na comunidade de mesmo nome, Distrito de Ccatcca. O mirante, construído pela Conirsa, tem uma loja onde são vendidas peças de artesanato local e um restaurante com um cardápio que vai dos lanches rápidos aos pratos mais elaborados da culinária típica da região, preparados pela chef Carmen


Rosa Rodríguez Vargas, de 27 anos, nascida em Cuyuni. Depois de temporadas em Lima e Cusco, ela voltou à sua comunidade de origem. “Estou na minha terra natal porque me capacitei e quero dar minha contribuição aqui”, ela diz. O mirante é administrado por um órgão formado por seis membros da comunidade, todos eleitos. Esse órgão escolhe o gerente do mirante. São acionistas do negócio as 62 famílias da comunidade. É no mirante o ponto de partida para uma experiência memorável: o turismo vivencial. Numa caminhada, o visitante tem contato com as atividades agrícolas e cerimônias religiosas realizadas desde tempos ancestrais pelos moradores. A rota de turismo vivencial proporciona uma forma de penetrar na cultura local e

Percy Belarezo e (na foto abaixo) Martina Condori Cruz: apoio para a realização de sonhos

compreender pelo menos um pouco o modo de viver das comunidades originais da região. Marita Medina, economista nascida em Arequipa e Jovem Parceira da Odebrecht Perú, atua na iSur desde agosto de 2009. Ela coordenou o apoio da Iniciativa às famílias. “Nosso foco hoje é a parte comercial. Estamos trabalhando para estreitar relacionamento com os agentes de turismo e trazer visitantes. O dinheiro que eles deixam aqui reverte para a comunidade.” A comunidade reconhece o apoio da iSur, é grata e aproveita as oportunidades que lhe são oferecidas. Gabriela Rocha morou dois anos em Tinqui, coordenando os trabalhos da iSur. Hoje vive em Lima. Ao acompanhar a equipe de Odebrecht Informa nas visitas aos projetos apoiados nos departamentos de Madre de Dios e Cusco, reencontrou pessoas que não via desde o começo de 2010. Quando encontrou Martina Condori Cruz, foi abraçada e saudada como “companheira”, numa mistura carinhosa e efusiva de castelhano e quéchua. “Martina enfrentou muitos desafios pessoais para levar adiante sua atuação na associação de artesãs”, diz Gabriela. “Ela é um exemplo, uma lutadora.” Gabriela é integrante da equipe de Delcy Machado, Diretor da iSur e de Responsabilidade Socioempresarial da Odebrecht no Peru. Com o apoio de Cláudia Yep, Responsável pelos Programas de Turismo Sustentável da

iSur, eles se preparam para o início de uma nova fase da história da Iniciativa Interoceânica Sul. Em 2007, a partir de um “Plan Maestro” (plano mestre), a iSur passou a desenvolver o seu Programa de Turismo Sustentável, hoje composto de oito projetos. Além desse programa, existem o de Econegócios, Governança e Conservação Ambiental. Atuando no âmbito de uma obra – a própria rodovia – e recebendo o apoio de instituições como a CAF (Corporação Andina de Fomento) e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), a iSur teve como inspiração o trabalho realizado pela Fundação Odebrecht no Baixo Sul da Bahia, com base nos quatro capitais (humano, social, ambiental e produtivo). O ano de 2011 será o da consolidação dos projetos da iSur e do estabelecimento definitivo de sua marca. Em relação ao Programa de Turismo Sustentável, Delcy Machado afirma: “Queremos transformar a Rodovia Interoceânica Sul num dos principais destinos do Peru.” Destino que deverá atrair brasileiros, que chegarão ao país pelo Acre. Concluída a construção da rodovia, e com sua entrada na fase de concessão, um sistema de governança irá assegurar a continuidade e a eficácia da contribuição da iSur. “Queremos criar uma estrutura e entregá-la ao país, e com isso ajudá-lo a obter mais benefícios de seu imenso potencial turístico”, diz Delcy.

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Nós acreditamos

Creer Perú, adaptação do Programa Acreditar às características da vida na região andina, já contabiliza mais de 4 mil inscritos texto Luiz Carlos Ramos O Programa de Qualificação Profissional Continuada – Acreditar garantiu quase 90% da atual força de trabalho que ergue a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia. Já foi implantado com sucesso em outras obras da Odebrecht no Brasil, chegou a Angola e, agora, é aplicado no Peru, onde surge como exemplo para novos desafios na América Latina. A tradução de “Acreditar” levou ao nome espanhol “Creer Perú”. As mudanças vão além do idioma, pois foi necessário adaptar o programa às características dos moradores da região andina, onde a paisagem e as condições de vida são peculiares. Assim como em Porto Velho, a obra pioneira do Creer Perú é uma barragem. Trata-se da futura Usina Hidrelétrica de Chaglla, a ser construída no rio Huallaga, a partir

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do início de 2011, entre os distritos de Chaglla e Pillao, na região de Huánuco, no norte do país, entre a Cordilheira dos Andes e a Amazônia. A população local, em que 44% são analfabetos, é pobre, tradicionalmente desconfiada em relação a empresas e acostumada somente a plantar e colher batatas. Sua produção de batatas abastece grande parte das residências e restaurantes de Lima. Como convencer pessoas de que uma obra de engenharia pode trazer uma possibildade de carreira? Foi difícil. Mas os primeiros resultados são alentadores. Jorge Barata, Diretor-Superintendente da Odebrecht Perú, mostrou-se favorável à introdução do sistema Acreditar quando a empresa conquistou, em maio de 2010, o contrato para construir uma usina com capacidade de gerar 400 MW (mega-

watts) de energia a partir de 2016. Nos escritórios da sede da empresa, em Lima, a decisão de adaptar o programa brasileiro às condições das montanhas do Peru ficou por conta da equipe de Edson Lemos, Responsável por Pessoas e Organização, e do Diretor de Contrato Erlon Arfelli. Eles coordenaram um grupo de trabalho para estudar as características da obra e da região. O passo seguinte foi investigar diretamente o próprio local e sua gente, tarefa entregue ao peruano Alfredo Alfaro Esparza e sua equipe. Para se compreender a região de Huánuco, local da obra de Chaglla, é preciso conhecer a complexidade do território e da população de todo o Peru. Em sua maioria, os moradores do Altiplano e dos vales entre a Cordilheira dos Andes são de baixa


renda e de reduzida escolaridade. Assim, o grande desafio da Odebrecht Perú ao buscar uma adaptação do Programa Acreditar ao contexto rural é transmitir conhecimentos básicos sobre o trabalho em construção civil. Apesar de suas montanhas e belas paisagens, Chaglla não explora com muita força o turismo, ao contrário de Cusco, Puno e Arequipa, mesmo porque suas estradas são precárias. Mas Huánuco, a maior cidade da região, fundada pelos espanhóis em 1539, hoje com 75 mil habitantes, é uma atração, com templos incas e igrejas coloniais. Seu time de futebol, o León de Huánuco, surpresa no Campeonato Peruano, deixou para trás os tradicionais Alianza Lima, Universitario e Sporting Cristal. A personalidade mais famosa da região foi Daniel Alomía Robles, que compôs, em 1913, El Condor Pasa, música-símbolo do Peru, conhecida pelas versões dos instrumentos quena e zampoña do folclore e pelas gravações do tenor espanhol Placido Domingo, do maestro francês

Paul Mauriat e da dupla americana Simon & Garfunkel. A partir de constantes visitas à região e da interação da equipe formada por Ana Cecília Bardales, Gonzalo Bussaleu e Alfredo Alfaro, além de um estudo do perfil socioeconômico das duas pequenas cidades, foi definida a estratégia de implantação do programa peruano, destacando a importância de uma campanha de sensibilização, dirigida à comunidade em geral, por meio de folhetos e programas de rádio, divulgando os benefícios do programa; sensibilização das crianças, levando às escolas um grupo de teatro, além de um caderno ilustrado que os estudantes entregariam aos pais, destinado a incentivá-los a trabalhar na obra; e sensibilização direta dos adultos, por meio de sessões de representação teatral em dois colégios, simulando as inscrições e criando um sistema de perguntas e respostas para tirar as dúvidas de possíveis candidatos aos empregos na barragem. Até o fim de novembro de 2010, 4.143 pessoas já haviam sido inscritas no

Creer Perú. Dessas, foram avaliadas 3.183, das quais 1.189 foram consideradas aptas para a capacitação. Numa primeira etapa, foram aprovados 480 participantes no Módulo Básico do programa, para trabalharem na obra ou continuarem sua formação no Módulo Técnico, iniciado no fim de novembro. Os instrutores ficaram animados com os resultados. Os candidatos aos postos de trabalho, por sua vez, mostraram alto índice de satisfação com o programa. O desenvolvimento do Programa Creer Perú despertou e motivou um maior interesse das pessoas em relação a Saúde, Segurança e Qualidade no Trabalho, ao Meio Ambiente e à Tecnologia Empresarial Odebrecht (TEO), o que facilitará a adaptação dos novos integrantes. Todos os textos originais do Programa Acreditar foram adaptados à realidade local. Dentro de seis anos, a barragem de 199 metros de altura será uma realidade e o Peru terá mais energia, necessária para seu crescimento econômico e social.

EM RONDÔNIA, ACREDITAR JÚNIOR FORMA SUA SEGUNDA TURMA O Programa Acreditar Júnior, criado pela Odebrecht em agosto de 2009 nas obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia, formará sua segunda turma em janeiro. Esse grupo é constituído de 188 aprendizes: 95 meninos e 93 meninas. A primeira turma, formada em 7 de agosto, teve 164. A terceira, iniciada em agosto, com encerramento previsto para julho de 2011, tem 368. Esse crescimento revela uma razão de ser: o alto grau de adesão da comu-

nidade de Porto Velho ao Programa Acreditar e à ideia de que Santo Antônio transforma, de modo positivo, a vida de Rondônia. Antônio Cardilli, Responsável por Administração e Finanças em Santo Antônio e idealizador do Acreditar e do Acreditar Júnior, vibra. “O Acreditar, para mim, é um filho que cresceu, colocou uma mochila nas costas e está ganhando o mundo para ajudar as pessoas.” A mochila é uma das imagens emblemáticas do

Acreditar Júnior, destinado a filhos de integrantes do Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC) com idade entre 14 e 17 anos e que estejam cursando, pelo menos, o sexto ano do ensino fundamental. Os adolescentes recebem mochilas, uniformes, bonés e apostilas, para participar de aulas que abrem seus horizontes. O módulo teórico dura um mês, no campus da Universidade de Rondônia; o prático, em dois semestres, oferece aulas de

informática, mecânica e outras especialidades, na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Cada aluno recebe meio salário mínimo e tem direito também a valetransporte e seguro de vida. “Ao fim do curso, eles estão qualificados para o mercado de trabalho”, diz a psicóloga Fabiane Costenaro, da equipe de Cardilli. Em Porto Velho, a notícia corre. E aumenta o número de interessados em participar da quarta turma do Acreditar Júnior.

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rota das bandeiras

Mudas plantadas na área do Corredor Dom Pedro I: compensação ambiental e conscientização

Uma semente plantada no coração Programa de plantio de mudas mobiliza estudantes e comunidade da região do Corredor D. Pedro I, em São Paulo texto Júlio César Soares / fotos Dario de Freitas Professora do ensino fundamental na Escola Municipal Therezinha do Menino Jesus Silveira Campos Sirera, em Atibaia (SP), Marlene Martiniano Bernardes tem 30 alunos, todos do quarto ano. Eles formam uma das turmas que participaram do programa de plantio de mudas realizado pela concessionária Rota das Bandeiras e pela Odebrecht Infraestrutura. A escola está loca-

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lizada no Jardim Cerejeiras, bairro carente de Atibaia e, para Marlene, esse tipo de ação ultrapassa os portões da escola e a questão ambiental. “É uma semente plantada nas crianças, que levam as ações de preservação do meio ambiente para o dia a dia, envolvendo seus familiares, conscientizando sobre a importância do meio ambiente. Eles aprendem o que é qualidade de vida”, diz.

A Rota das Bandeiras é responsável pela concessão do Corredor Dom Pedro I, que liga Campinas a Jacareí, no interior de São Paulo. A Odebrecht Infraestrutura executa, entre outras, as obras de duplicação da Rodovia SP-360 (que liga Itatiba a Jundiaí) e do trevo da Dom Pedro I (SP-065), em Campinas. A ideia de plantar sementes nas pessoas é compartilhada por Nicolas


Tanwing, Diretor de Contrato da Odebrecht nas obras do Corredor Dom Pedro I. “O trabalho é focado na conscientização das pessoas. Estamos plantando sementes na comunidade, para que as ações de meio ambiente não parem nas obras”, explica. Luiz Cesar Costa, DiretorPresidente da Rota das Bandeiras, destaca a contribuição para o desenvolvimento sustentável e o respeito às gerações futuras. “Respeitar o meio ambiente é um dos compromissos da Rota das Bandeiras. Nosso compromisso é seguir rigorosamente as normas e exigências dos órgãos ambientais para que possamos ajudar a garantir um futuro melhor para as gerações que virão.” A ação de plantio é uma contrapartida às obras realizadas nas estradas que formam o Corredor. Para cada árvore nativa que é removida, 25 novas árvores da mesma espécie são plantadas. A construção da sede da Rota das Bandeiras, no km 110 da Rodovia SP-065, demandou o plantio de 700 mudas. Até agora, mais de 20 mil mudas foram plantadas ao longo do trecho em concessão, em áreas próximas a escolas ou concedidas pelas prefeituras de cidades no entorno do Corredor Dom Pedro I. “Nossa expectativa é plantar 300 mil mudas para compensar as intervenções realizadas nas rodovias. A recepção tanto do poder público quanto da sociedade é favorável”, conta Nicolas.

Há também doação de mudas para escolas, para prefeituras (como as de Atibaia e Itatiba), para o Batalhão do Exército e o Instituto Agronômico de Campinas. O plantio é feito pelas equipes de meio ambiente da Rota das Bandeiras e da Odebrecht, que têm como parceira a empresa Tecplant. “As prefeituras ou os órgãos ambientais nos indicam um local e em seguida avaliamos o terreno, fazemos a verificação de solo, cercamos e iniciamos o plantio”, explica Sandra Camargo, Responsável pelo Sistema de Gestão Ambiental da Rota das Bandeiras. Sandra relata que a tendência é que os locais de plantio sejam próximos a Áreas de Proteção Permanente (APPs), localizadas em rios, nascentes ou encostas de morros. “Após o início do plantio, há o monitoramento trimestral da flora, exceto em períodos chuvosos, quan-

do a manutenção é mensal. Esse monitoramento dura cerca de três anos”, explica. Além do plantio de mudas, a equipe de Meio Ambiente da Rota das Bandeiras realiza vistorias para detectar a presença de animais nos locais onde serão executadas obras. Quando localizados, esses animais são levados para uma área distante e reintegrados à natureza. “Aqueles que não podem voltar à natureza por qualquer tipo de dificuldade são examinados pelo veterinário que faz parte da equipe da Rota das Bandeiras e, em alguns casos, encaminhados ao Parque do Tietê, em São Paulo, com o qual temos parceria”, diz Sandra. Além disso, a Rota das Bandeiras realiza um estudo que indica os principais trechos de passagem de animais na rodovia. “Ao descobrirmos esses trechos, executamos passagens de fauna, para evitar atropelamento na pista”, explica Sandra. Luiz Cesar Costa destaca que, para 2011, o foco das ações será nas escolas. “Desenvolveremos mais ações e projetos de conscientização, formação e educação nas comunidades, em especial nas escolas das cidades que estão no entorno da obra.” Em relação aos integrantes da concessionária, ele salienta: “Continuaremos a trabalhar em campanhas internas para orientar sobre as práticas de preservação e proteção à natureza, como o uso racional de água e energia, uso de papel reciclado e coleta seletiva de lixo”.

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angola

Fonte de esperança Programa Kulonga pala Kukula, educação para o desenvolvimento, em idioma Kimbundu, está transformando a realidade de dez comunidades angolanas texto Renata Meyer fotos Almir Bindilatti Olhares atentos e cheios de expectativa cercavam o trabalho da equipe escalada para implantar poços semiartesianos nas comunidades carentes da região do Pungo Andongo, na Província de Malanje, em Angola, onde a Odebrecht realiza o programa social Kulonga pala Kukula. Enquanto a perfuratriz entrava em ação, crianças e adultos comemoravam a conquista. Antes, o acesso à água era limitado pela inexistência de sistemas de abastecimento. Atividades básicas como banho, lavagem de roupas e mesmo o consumo eram feitas em córregos de águas barrentas ou através de buracos improvisados na terra para captação de água das chuvas. A implantação de poços semiartesianos é uma das ações de melhoria da qualidade de vida e saúde que integram o Kulonga pala Kukula, que visa contribuir para o desenvolvimento sustentável das 10 comunidades residentes próximo à Hidrelétrica

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Moradores de Malanje e a água: início de uma nova fase na vida das comunidades


O poço semiartesiano sendo construído, a horta cultivada e a preparação do funge: segurança alimentar

de Capanda, onde hoje a Odebrecht Angola realiza a construção das rodovias Capanda-Cacuso e DondoCapanda. O programa foi elaborado com base em um levantamento socioeconômico realizado em parceria com a Gesterra – Gestão de Terras Aráveis, empresa pública angolana responsável pela implantação e gestão da Fazenda Pungo Andongo, nos meses de abril e maio de 2009, que buscou identificar o perfil familiar, as condições de vida e as principais potencialidades da população local. Beneficiando um universo total de 369 famílias - 1.148 pessoas -, o programa, em cuja execução a Odebrecht investiu US$ 892 mil em 2010, reúne um conjunto de ações sistêmicas e integradas que pretendem reduzir o grau de vulnerabilidade da população, ampliar as oportunidades de educação e de geração de renda, fortalecer a história e a cultura locais e melhorar a relação da comunidade com o meio ambiente. Até 2012, a previsão é que o total de investimentos da empresa chegue a US$ 2,8 milhões. “O grande diferencial deste trabalho é o fato de as ações serem pensadas de maneira sinérgica, de modo que os resultados alcançados em cada uma contribuam para os resul-

tados das demais”, afirma a gerente do projeto, Ilana Cunha. “Outra premissa é o foco na autossustentabilidade das ações, a fim de assegurar que seus benefícios se estendam para além da atuação No primeiro semestre de 2010, o programa Kulonga pala Kukula teve início com as ações de ampliação das oportunidades geradoras de renda. Com baixo custo, alto valor agregado e ciclo de curta duração, a cadeia produtiva de hortícolas foi introduzida na localidade, contribuindo para diversificar a produção e para a segurança alimentar da população. Com os recursos destinados ao projeto, foi criado um banco de insumos, composto de 16 culturas diferentes, fornecidas aos produtores com preços de custo e carência para pagamento vinculada ao ciclo produtivo de cada cultura.

Os camponeses envolvidos recebem orientações sobre técnicas de cultivo em encontros semanais com os extensionistas agrícolas do projeto, que realizam o acompanhamento de todas as etapas da cadeia produtiva, desde o plantio até a comercialização e distribuição. A produção é vendida para clientes locais, incluindo os próprios contratos da Odebrecht e a Rede de Supermercados Nosso Super. Tradicionalmente difundida na região, a cadeia produtiva da mandioca também ganhou impulso com as ações do Kulonga pala Kukula, que hoje é responsável pela organização e gestão da moagem da fuba de bombó, farinha de mandioca muito fina utilizada para fazer o funge, a principal iguaria da culinária angolana. O programa tem ajudado a criar canais locais de comercialização, contribuindo para o incremento de 75% na renda mensal das famílias camponesas. No caso das famílias envolvidas na cadeia produtiva de hortícolas, esse incremento chega a 85%. “O Kulonga pala Kukula veio nos mostrar que, com trabalho e dedicação, podemos ir muito mais longe”, afirma o produtor Domingos Avelino Francisco, ao se referir à casa que conseguiu comprar com os recursos obtidos a partir do cultivo.

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Parteiras tradicionais: redução dos índices de mortalidade infantil e materna. Abaixo, participantes do programa Kulonga pala Kukula

Kulonga pala Kukula significa “Educar para Desenvolver” em quimbundu, língua disseminada em 11 províncias de Angola, entre elas Malanje, onde o programa é executado. Ambas as cadeias produtivas contam com o apoio logístico da Gesterra, parceira do Programa, que disponibiliza caminhões e motoristas para o recolhimento dos produtos nas comunidades e a distribuição aos clientes. A alta vulnerabilidade da população, resultado das precárias condições de moradia, da falta de abastecimento de água e da inexistência de rede de saneamento e limpeza urbana, verificados no levantamento preliminar, demandou, por parte do projeto, um arranjo de ações com impactos diretos na saúde e na melhoria da qualidade de vida. O primeiro passo foi identificar alternativas viáveis para o abastecimento de água das comunidades, com foco na melhoria dos padrões de higiene da população. Através do programa, foram investidos cerca de US$ 300 mil na implantação de cinco poços semiartesianos e 21 cisternas para captação e aproveitamento das águas das chuvas, estas últimas ainda em fase de construção em mutirão

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com a participação das comunidades. ”Percebemos que a questão do acesso à água era um fator limitador para qualquer ação que viéssemos a realizar naquelas comunidades”, afirma Ilana Cunha, que salienta que a implantação dos poços e cisternas na região é uma ação estruturante. Além de facilitar o acesso à água para as comunidades da região, o Kulonga pala Kukula promove

regularmente programas de formação de agentes de prevenção e combate à Aids e à malária, ajudando a melhorar os indicadores de saúde. Também executa o Programa de Fortalecimento das Parteiras Tradicionais, que visa contribuir para a redução dos índices de mortalidade infantil e materna, e da transmissão vertical da Aids. São promovidos cursos que orientam sobre higiene e segurança na realização de partos e sobre a importância do planejamento familiar. A baixa oferta de ensino formal é um fator crítico no desenvolvimento da região do Pungo Andongo, explicando os baixos índices de escolaridade da população e a forte migração de jovens para os centros urbanos. Com o intuito de ampliar a formação dos jovens através de um processo de educação contextualizada, pelo trabalho e para a vida, o programa deverá possibilitar a implantação, a partir de 2011, da Casa Familiar Rural, baseando-se na experiência da Fundação Odebrecht na região do Baixo Sul da Bahia. O objetivo principal é formar uma geração de líderes capazes de contribuir para o desenvolvimento das suas comunidades. Também está prevista a realização de um programa de alfabetização para adultos, que irá conferir mais autonomia aos produtores, permitindo o fortalecimento de organizações associativas de produção. Para a administradora adjunta da comuna do Pungo Andongo, Maria Teresa Oleque, o conjunto de ações do programa Kulonga pala Kukula está mudando a vida das populações locais. “Este projeto ajuda a criar novas perspectivas para o nosso povo, com frutos que começam a ser observados em diversas áreas”.


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Novos dias no Honga

Com soluções criativas, projeto melhora qualidade de vida em bairro de Luanda texto Renata Meyer / foto Almir Bindilatti Em 2009, um dado preocupante chamou a atenção das equipes da Odebrecht que trabalhavam no projeto Condomínio Monte Belo, em Luanda. Durante o período de chuvas, entre março e julho, foi observado um aumento considerável dos casos de malária entre os integrantes. Após a avaliação de médicos e pesquisadores, verificou-se que a origem do problema estava nas precárias condições sanitárias em que viviam os moradores do bairro Honga, situado no entorno da obra. Esse foi o ponto de partida de um projeto que está ajudando a transformar a realidade de muitas das 15 mil famílias que vivem na região. Desde julho de 2009, a Odebrecht e a Sakus, parceira nos empreendimentos imobiliários da Organização em Luanda, atuam na comunidade através do Projeto Honga, identificando os problemas do bairro e buscando, com ações criativas, melhorar a qualidade de vida de seus moradores. A mobilização dos líderes comunitários em torno desse objetivo e o engajamento de parceiros das iniciativas pública e privada, além de voluntários como o grupo formado pelas esposas de integrantes da Odebrecht, Kambas do Bem, foram fundamentais para a implantação e consolidação do programa, que também visa promover o resgate da cidadania e a inclusão social. O projeto, que surgiu a partir de uma preocupação com a saúde, ganhou corpo e hoje abrange uma série de ações em áreas tão diversas quanto educação, cultura, cidadania, esporte e lazer. No âmbito da saúde, foram realizadas ações corretivas e preventivas em parceria com a Repartição Municipal de Saúde da Samba (localizada na região metropolitana de Luanda e onde está situado o Honga), incluindo cursos de formação de agentes comunitários, distribuição de mosquiteiros, realização de campanhas

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Crianças do Honga jogam capoeira: lazer, integração e inclusão

de vacinação e instalação de postos de saúde móveis para tratamento da população. Um dos desafios nesta área, dada a carência de dados estatísticos populacionais – boa parte dos moradores do Honga nem sequer possui registro –, é o levantamento de informações sobre as condições de saúde da população, as principais enfermidades e a sua incidência. Esse trabalho está sendo realizado através de um convênio com a Universidade Jean Piaget, que também inclui o atendimento à comunidade por estudantes em estágios supervisionados. O atendimento será feito no centro de saúde provisório em implantação na comunidade. O Projeto Honga, hoje apoiado pelo contrato Luanda Sul devido ao término das obras do Projeto Monte Belo, também proporciona aulas de capoeira a 130 crianças, estimulando a prática esportiva e o resgate cultural através de uma arte genuinamente africana. Com materiais de construção remanescentes das obras da Odebrecht, o projeto ajudou a reconstruir a igreja do bairro e a levantar o posto de saúde provisório para atendimento à população, além da casa onde hoje reside um grupo de irmãs de caridade que se mudaram do Brasil para Angola com o objetivo de trabalhar em prol da comunidade. Na capacitação de pessoas, formou 20 mulheres na profissão de pedreiro, as quais já fazem parte do quadro da Odebrecht. O objetivo é promover outros cursos de capacitação, em um centro de formação a ser implantado, em parceria com as Kambas do Bem e a comunidade. “O Projeto Honga veio despertar a nossa comunidade para o que hoje é a evolução da sociedade. Graças a ele, podemos vislumbrar novos horizontes adiante”, afirma o líder comunitário Abraão João Cawendi.

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coleta seletiva

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Participantes da campanha de reciclagem realizada durante o GP Brasil de Fórmula 1 (nesta e na outra página): preservação ambiental e geração de trabalho e renda

Reciclagem no pódio

Campanha de reciclagem realizada durante o GP Brasil de Fórmula 1 mostrou como criar produtos e oportunidades de trabalho texto Eliana Simonetti Em parceria com a Prefeitura de São Paulo, a Plastivida e a Plásticos Suzuki, a Braskem promoveu uma campanha de reciclagem de plásticos peculiar entre os dias 4 e 28 de novembro. A largada foi dada no GP Brasil de Fórmula 1, realizado em Interlagos, e contou com pontos de coleta em cinco parques de diferentes regiões da capital paulista. A campanha não se limitou à coleta de material reciclável, mas mostrou como criar novos produtos e gerar empregos nessa cadeia. Produziu 400 lixeiras e 100 floreiras de madeira plástica, a serem doadas

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a São Paulo na comemoração do aniversário de sua fundação, em 25 de janeiro. “Esta foi uma iniciativa de primeira linha. A campanha como um todo, e a madeira plástica em particular, receberam muitos elogios”, afirma Geraldo Pires, consultor que coordena os projetos socioambientais da Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos). Pires estava em Interlagos antes do dia 4 de novembro. Participou da organização dos coletores da Cooperativa Coopercaps, e da montagem de uma fábrica piloto da Plásticos Suzuki no

autódromo. E ajudou a recepcionar os visitantes. “É interessante observar como as pessoas enxergam concretamente o conceito de sustentabilidade da Braskem”, acrescenta. A campanha coletou todos os resíduos descartados no autódromo. Além disso, 12 postos de coleta de plásticos foram instalados nos parques do Ibirapuera, da Luz, do Carmo, do Trote e Alfredo Volpi. Na comparação com o material coletado no GP 2009, considerando-se apenas o autódromo, registrou-se aumento de 22% nos recicláveis e de 21% nos plásticos coletados.


RESULTADOS DO GP BRASKEM DE RECICLAGEM Coleta Seletiva em Interlagos nos dias 5, 6 e 7 de novembro PLÁSTICOS 12.055 kg (33,4%) PAPÉIS 11.200 kg (31%) > METAIS 8.700 kg (24,1%) > VIDRO 4.140 kg (11,5%) TOTAL 36.095 kg > >

Coleta de plásticos em cinco parques paulistanos entre os dias 4 e 28 de novembro VOLPI LUZ > TROTE > CARMO > IBIRAPUERA TOTAL > >

65 kg 384 kg 228 kg 373 kg 500 kg 1.550 kg

de plásticos. O plástico-madeira é produzido a partir de fórmulas que possibilitam o aproveitamento de todo tipo de plástico descartado. A seleção dos diferentes plásticos ocorre para produzir uma madeira mais resistente, ou mais flexível, por exemplo. Mas tudo é aproveitado e o resultado final é plasticamente bonito – o que não é um jogo de palavras, mas pura verdade. Foi o que as 155.213 pessoas que visitaram a minifábrica montada no autódromo puderam ver. “É preciso pensar em um destino correto e rentável para o plástico”, afirma Gustavo Bazzano, Diretor Comercial da Acinplas. “Com características físicas muito parecidas com as da madeira tradicional, e a resistência e a durabilidade do plástico, a madeira plástica feita de material reciclado é ideal para locais expostos ao tempo”, completa.

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Essa é a primeira vez que a campanha promovida pela Braskem no GP Brasil se estende a outras áreas de São Paulo. Foi em Interlagos que o prêmio, desenhado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e produzido com plástico verde, foi apresentado ao público em 2008. Em 2009, foi montada uma fábrica dentro do autódromo, para que as pessoas pudessem ver a produção dos troféus, que daquela vez foram feitos a partir da reciclagem de tampinhas de garrafas de água mineral. Em 2010, mais um passo foi dado – para mostrar que a reciclagem dos plásticos descartados é viável de forma mais abrangente. O Grupo Acinplas, controlador da Plásticos Suzuki, é líder nacional na transformação de embalagens plásticas para frutas e verduras. Acumula mais de 10 anos de experiência em trabalhos com coletores

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química

Visão ampla Unidade de eteno verde da Braskem em Triunfo: a primeira fábrica do mundo a usar, em escala industrial, matéria-prima renovável texto Luciana Moglia / foto Mathias Cramer A Braskem lançou-se em setembro de 2010 a um novo desafio: ser líder mundial da química sustentável, com o objetivo de inovar para melhor servir às pessoas. Este caminho está sendo percorrido desde a fundação da empresa, mas assume um status diferente quando passa a ser a sua Visão. No mesmo mês, a Braskem inaugurou no Polo Petroquímico de Triunfo (RS) a unidade de eteno produzido com etanol da cana-de-açúcar, a maior fábrica do mundo a usar matéria-prima renovável. Sua capacidade de produção é de 200 mil t/ano. O plástico verde apresenta um balanço ambiental muito favorável, ao retirar até 2,5 t de carbono da atmosfera para cada tonelada produzida de polietileno desde a plantação da cana-de-açúcar. A expressão “química sustentável” traduz o caminho que a Braskem traçou para percorrer até 2020. Para a Braskem, o desenvolvimento sustentável é definido como “forma de condução e desenvolvimento dos negócios considerando o atendimento das necessidades de todas as partes interessadas hoje e no futuro”. Na prática, significa ofertar produtos e serviços através de processos que aliem a viabilidade econômico-financeira com responsabilidade e compromissos em relação ao seu impacto social e ambiental. A química é mais ampla do que a petroquímica e abre caminho para a empresa trabalhar com outras fontes de matéria-prima além dos derivados de petróleo e ampliar seu portfólio de produtos. O Brasil é candidato a ser o maior abastecedor

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mundial de matéria-prima de origem renovável por ter uma boa área agricultável, disponibilidade de água e alto nível de insolação, características que favorecem a Braskem na perspectiva de utilizar fontes renováveis de matéria-prima. “Teremos de pesquisar novos processos de produção de matéria-prima, como fizemos com eteno a partir do etanol, que tenham condições econômicas e comprovada sustentabilidade. Será praticamente necessário recriar a química”, afirma Roberto Ramos, então VicePresidente de Negócios Internacionais da Braskem. O uso de matérias-primas renováveis como a canade-açúcar e a procura por outras rotas tecnológicas constituem um importante pilar dessa nova Visão da Braskem. Mas a química sustentável é parte de um conceito bem maior. “Sustentável não é só renovável. Temos de atingir melhor desempenho nos processos industriais e nos índices de ecoeficiência, como a busca da redução de emissões de CO2”, afirma Rui Chammas, Vice-Presidente de Polímeros da Braskem. Jorge Soto, Responsável por Desenvolvimento Sustentável na Braskem, explica que a empresa já contabiliza bons resultados dos investimentos em melhoria de índices de ecoeficiência. O resultado foi uma queda na intensidade de emissões de carbono, de 13%, de 2008 para 2009. “Cuidar do meio ambiente é uma forma adequada de atender às pessoas e obter resultado. Essas são as premissas de uma empresa sustentável”, afirma.


A busca pelo equilíbrio social também é um importante pilar da Visão 2020. A Braskem elegeu ações de reciclagem como prioritárias para os próximos anos, de maneira a contribuir para a inclusão social de catadores de lixo. Entre outras ações, a empresa ingressou em 2009 no projeto integrado da Rede Parceria Social de Inserção Produtiva de Catadores e Fortalecimento de Unidades de Reciclagem, realizado no Rio Grande do Sul, a partir do apoio tecnológico aos centros de reciclagem.

Unidade de eteno verde da Braskem em Triunfo: a maior fábrica do mundo a usar matéria-prima renovável odebrecht informa


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química

Em busca de melhorias revolucionárias Objetivo de chegar à liderança global da química sustentável foi definido quando a empresa nasceu, em 2002 texto Luciana Moglia / fotos Mathias Cramer O desafio lançado pela Braskem, de ser Líder Mundial na Química Sustentável para Melhor Servir às Pessoas, teve início com a fundação da empresa, em 2002. Consta de seu Compromisso Público atuar de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. Mesmo antes da criação da Braskem, as empresas que viriam a formála já vinham buscando a melhoria de seu

A nova planta de eteno verde da Braskem, em Triunfo (RS), e, na foto menor, a matéria-prima ali produzida: referência no mercado global

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desempenho em Saúde, Segurança e Meio Ambiente, através da participação no Programa Atuação Responsável, liderado pela Abiquim (Associação Brasileira de Indústrias Químicas). De 2002 a 2009, o nível de investimento nessa área subiu, com a melhoria das instalações e das práticas do dia a dia. O resultado se traduz em números. A média de investimentos entre 2003 e 2004 foi de cerca de R$ 40 milhões. Entre 2005 e 2008, a média passou a aproximadamente R$ 140 milhões. E em 2009 foi de R$ 283 milhões (incluindo o investimento na nova planta de eteno verde).

Por causa disso, de 2002 a 2009 todos os indicadores de ecoeficiência (por unidade de produção) melhoraram. O consumo de água caiu 19% e o de energia, 12%. A geração de efluentes foi reduzida em 40%. O reconhecimento vem com distinções como a permanência da Braskem no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&Bovespa pelo sexto ano consecutivo e a presen-


ça, pelo segundo ano, no Guia Exame de Sustentabilidade. ”As pessoas olham para a Braskem e já enxergam nossas boas práticas e nossa contribuição para o desenvolvimento sustentável”, afirma Jorge Soto, Responsável por Desenvolvimento Sustentável na Braskem. Para assumir a liderança global da química sustentável até 2020, a inovação será essencial. “Será ela que nos permitirá identificar melhorias revolucionárias capazes de trazer para a sociedade um nível de resposta que os problemas ambientais e sociais estão exigindo, como as mudanças climáticas e o estresse hídrico em alguns locais”, observa Soto. A empresa traçou sete macro-objetivos que orientam em direção

à Visão 2020: redução da emissão de gases de efeito estufa, busca de matérias-primas renováveis, eficiência hídrica, eficiência energética, pós-consumo, segurança química e desenvolvimento das pessoas. Para esses objetivos serem atingidos, a empresa conta sobretudo com tecnologia e pessoas. “Nossa equipe está comprometida com essa visão, levando em consideração em suas ações os princípios da sustentabilidade e a busca por inovação, a fim de que

estejamos sempre na vanguarda”, afirma Manoel Carnauba, Vice-Presidente de Petroquímicos Básicos. Um dos mais importantes desafios será a consolidação da liderança mundial na produção de resinas com matérias-primas renováveis. A Braskem tem pela frente o desafio de identificar as melhores vias tecnológicas e escolher as mais viáveis. Em alguns casos, essas viabilidades não estarão tão claras de início. Será preciso fazer apostas. Existem boas possibilidades, por exemplo, de se replicar o uso de matérias-primas renováveis no México e no Peru. O conhecimento e a dedicação das pessoas na busca pela inovação serão peças-chave de todo o processo. “A Braskem vai demandar grande esforço no desenvolvimento de pessoas e na construção de alianças estratégicas com universidades e centros de tecnologia mundiais. Vamos ter de atrair pesquisadores de nível global”, afirma Roberto Bischoff, líder da joint venture da Braskem com a Idesa no México, que desenvolve um projeto petroquímico no estado de Veracruz e que tem previsão de início de operação para 2015.

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moçambique

Caindo no mundo Programa que já beneficiou 20 mil pessoas no Brasil, entre trabalhadores da Odebrecht e moradores das comunidades no entorno das obras, o Caia na Rede fez sua estréia internacional em novembro. Sob liderança da Odebrecht e da Fundação Vale, em parceria com a Microsoft Brasil, a HewlettPackard (HP) e a Transportes Aéreos Portugueses (TAP), o Caia na Rede foi implantado em Moçambique, na área de influência do Projeto Carvão Moatize, da mineradora Vale. Três postos com computadores ligados à internet e impressoras devem beneficiar ao menos 1.500 pessoas até o fim de 2011. Um dos postos fica no canteiro do Projeto Moatize, à disposição dos integrantes da obra; o outro na escola Dom Bosco, servindo aos jovens das cidades de Moatize e Tete; e o terceiro em Cateme, onde estão as 900 famílias que moravam na área de concessão mineira e que foram reassentadas. “A receptividade tem sido fantástica. Os participantes querem continuar frequentando as salas após a finalização das aulas e utilizam a internet nas horas vagas”, destaca Marcos Vinícius Couto, Responsável pelo Caia na Rede em Moçambique.

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Emílio Munaro, Diretor de Educação da Microsoft Brasil, com participantes do Caia na Rede em Moçambique: três postos com computadores ligados à internet deverão beneficiar 1.500 pessoas até o fim de 2011

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Programa Caia na Rede, de inclusão digital, faz, em Moçambique, sua estreia internacional texto Leonardo Maia


FOTOS: ACERVO ODEBRECHT

Com carga horária de 32 horas e duração de dois meses, o curso tem dois módulos: o básico, voltado para a alfabetização digital, e o técnico, focado na utilização de serviços online e programas do sistema Office. As aulas são ministradas no sistema de e-learning, desenvolvido pela Microsoft, com a ajuda de monitores voluntários. Ocupando a posição de número 172 entre os 182 países no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Moçambique tem apenas 1,56% de sua população com acesso à internet, o que atesta a importância de um programa ligado à inclusão digital no país. Com poucos meses de vida, o Caia na Rede já tem continuidade garantida. “A Vale é nosso parceiro executivo no programa e tem presença assegurada em Moçambique por 35 anos. Esse trabalho continuará com o apoio deles”, afirma Marcos Vinícius.

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escola em ação

Lições transformadoras Programa desenvolvido em Macaé (RJ) promove a inserção social por meio de atividades culturais e comunitárias texto Rubeny Goulart Desenvolvido desde 2007, em Macaé (RJ), com o objetivo de promover a inserção social em áreas carentes através de atividades culturais e comunitárias, o programa Escola em Ação é fruto de uma parceria entre a Odebrecht Óleo e Gás (OOG), a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Secretaria de Educação do Município de Macaé. Já beneficiou diretamente mais de 1.500 pessoas, entre alunos das escolas envolvidas e pessoas das próprias comunidades do entorno, e hoje atende semanalmente mais de 400 participantes, distribuídos em sete escolas (que serão acrescidas

de mais quatro em 2011). O Escola em Ação é uma iniciativa social que está transformando vidas, ao oferecer perspectivas de crescimento para muitos jamais experimentadas. Participam do Escola em Ação 19 voluntários das próprias comunidades de Macaé, que atuam nos três projetos que compõem o programa: o Abrindo Espaços, voltado para atividades esportivas, culturais e recreativas; o Caia na Rede, de inclusão digital; e o de Qualificação Profissional, que prepara membros da comunidade para habilitações específicas do mercado de trabalho. O programa é administrado por um

Comitê Gestor, que reúne representantes das empresas apoiadoras, da Secretaria de Educação do Município e da Organização Não Governamental (ONG) Instituto Crescer, o braço executor dos projetos. O Escola em Ação nasceu sob inspiração do Programa Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz, da Unesco, que privilegia o funcionamento das escolas públicas, localizadas em comunidades carentes, nos fins de semana, para atividades culturais, esportivas e de lazer. Em Macaé, o objetivo do programa, implantado em articulação com a Secretaria Municipal de Educação, é ROBERTO ROSA

Jovens que integram o Escola em Ação: novas perspectivas

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MARCELO PIZZATO

reduzir a convivência dos jovens com a violência do seu entorno social, incentivar o interesse pelo estudo e, ao mesmo tempo, integrar comunidade e escola. Hoje, o Abrindo Espaços funciona em quatro estabelecimentos de ensino da região. O Colégio Municipal Botafogo, localizado numa das áreas mais carentes e violentas do município, foi dos primeiros a aderir ao Abrindo Espaços. Hoje, pelo menos metade dos seus 758 alunos frequenta, no contraturno das aulas e aos fins de semana, os cursos de balé, jazz, judô, capoeira e tricô ministrados na escola. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino, aumentou 40% e o colégio, que sofria com depredações contínuas, está mais preservado. “Há mais respeito e os alunos passam a maior parte do tempo na escola em atividades culturais”, diz a diretora da escola, Luziana Almeida, que atua na comunidade há mais de 22 anos. No rastro do Abrindo Espaços, o Escola em Ação lançou, em outubro de 2010, o Caia na Rede, executado, até agora, em três escolas municipais macaenses. O projeto, que se espelha nos cursos de capacitação digital ministrados nos canteiros de obras da Odebrecht, foi aplicado pela primeira vez em São Roque do Paraguaçu (BA), pelo Consórcio PRA-1, e em menos de um ano habilitou mais de mil pessoas, entre trabalhadores, professores e alunos das escolas municipais da região. Adaptado ao Escola em Ação, o Caia na Rede, realizado nas bibliotecas das escolas, com o apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Macaé, está aberto a alunos, pro-

Caia na Rede: instrumento para a atuação dos jovens em suas comunidades

fessores e membros da comunidade. Através de uma parceria nascida em 2009, o programa acabou sendo reforçado com as parcerias da Microsoft, fornecedora dos softwares e do treinamento dos professores, da Dell e da IBM, que cedem os computadores, além do Sesi (Serviço Social da Indústria), responsável pelo módulo básico de introdução à informática. “A expectativa é de que, dominando o meio digital, alguns jovens atuem dentro dos seus bairros produzindo e veiculando informações de interesse comunitário”, explica Emile Machado, Coordenadora de Responsabilidade Social da OOG e representante da empresa no Comitê Gestor. Na Escola Oscar Cordeiro, o Caia na Rede já tem nove alunos matriculados. A diretora da escola, Adelma José dos Santos Menezes, considera a inclusão digital um portal de oportunidades. “O domínio da linguagem e dos meios digitais levanta a autoestima dos alunos”, diz ela. “O Escola em Ação permite uma grande interação, inclusive com membros da comunidade que não frequentavam a escola”.

Os cursos de Qualificação Profissional, que completam o tripé de projetos do Escola em Ação, surgiram através de demanda das próprias comunidades de Macaé. Os primeiros cursos foram nas áreas de construção civil, caldeiraria, pintura elétrica e industrial. Até agora foram formados 453 jovens, todos da comunidade, e pelo menos 60% deles estão inseridos no mercado de trabalho. Além de participarem dos cursos e atividades do Escola em Ação, os membros da comunidade interagem através do trabalho voluntário. A estudante Greicy Kelly, de 15 anos, professora voluntária na Escola Engenho da Praia no curso de biscuit, uma técnica de adorno aplicado em louças, garrafas, potes e outras peças, é uma “multiplicadora”, pela capacidade de formar outros voluntários. Um deles é o amigo José Tayan, de 15 anos, que é seu aluno e também ensina a técnica de biscuit na mesma escola. “Estou feliz em poder somar, ajudar as pessoas”, ele afirma. Mais do que somar, para o Escola em Ação o trabalho de voluntariado multiplica.

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prêmio

A engenharia da preservação Terceira edição do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável tem como vencedores universitários de cinco estados brasileiros texto Leonardo Mourão Os cinco trabalhos campeões da terceira edição do Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, realizados por jovens universitários de universidades de todas as regiões do Brasil, mostram que do norte ao sul do país há um franco crescimento de talentos atentos à produção de soluções de engenharia que considerem os principais pilares da sustentabilidade: viabilidade econômica, responsabilidade ambiental e inclusão social. São futuros profissionais que se propõem, desde já, a contribuir para a sustentabilidade socioambiental do Brasil e do mundo.

Entulho reaproveitado Tome-se como exemplo o projeto “Proposta para viabilização de construções com geração de entulho zero”, elaborado por Beatriz Rossignol Vieira Cardoso, 23 anos, e Neide Braga dos Santos, 29, alunas do último ano de Engenharia Civil da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo. Orientadas pelo professor Flávio Leal Maranhão, Beatriz e Neide fizeram

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o seu Trabalho de Conclusão de Curso levando em conta que os resíduos produzidos em uma obra de construção civil são gerados em etapas distintas do andamento dos serviços e podem ser aproveitados como matéria-prima das fases seguintes. “Um canteiro de obras é um local perfeito para reciclagem e reaproveitamento de materiais e já há conhecimento técnico para fazer isso”, explica Neide. “Queremos eliminar as caçambas de entulho e todo o gasto de energia necessário para levá-las até os locais de despejo que, aliás, já estão esgotados nas cidades de grande porte.” Em seu trabalho, a dupla cita estatística mostrando que a média de entulho produzido por metro quadrado em obras novas é de 150 kg, o que faz com que uma obra de 10 mil m² produza cerca de 1.500 t de resíduos. No ano de 2000, é dito, foram descartadas na cidade de São Paulo 17.240 t de entulho por dia. “É um número muito alto”, afirma Beatriz. “E a grande questão é que os engenheiros que

hoje têm 30, 40 anos de idade não foram treinados e muitas vezes não estão atentos à necessidade de dar um destino correto a esses resíduos.” A proposta das futuras engenheiras, na metodologia que criaram, também faz sugestões de como as várias instâncias envolvidas nessa questão – Estado, construtoras e clientes – podem ser incentivadas a diminuir esse impacto ambiental. As construtoras, por exemplo, que se engajassem na prática de reciclar integralmente os resíduos nas obras, teriam direito a benefícios fiscais na compra de produtos ou contratação de serviços; quem comprasse unidades nessas edificações teriam uma redução de IPTU devido e os órgãos públicos economizariam recursos com a diminuição do trânsito de caminhões de entulhos nas vias das cidades e na manutenção das áreas de despejo. “É uma proposta inédita para o tratamento de resíduos”, afirma Flávio Leal Maranhão, professor de Materiais de Construção e Construção de Edifícios. “Nos


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A partir da esquerda, atrás, o apresentador Ricardo Voltolini, Rovy Ferreira, Enedir Ghisi, Nadja Dutra, Henrique Valladares (Líder Empresarial da Odebrecht Energia), Angelo Zanini, Francisco Cavalcante, Guilherme Soares, Lucianna Szeliga, Michélle Casagrande, Pedro Henrique Lopes, Neide dos Santos e Flávio Maranhão; à frente, Gustavo Fontes, Suelly Barroso, Synardo Pereira, Isadora da Silva, Hersília Santos e Beatriz Cardoso: sintonia entre o meio empresarial e o acadêmico

Estados Unidos e Europa, há programas similares que incentivam a economia de energia com uma adesão de 50% dos construtores. Aqui no Brasil sem dúvida teríamos um percentual parecido, com um grande impacto sobre o meio ambiente.”

Brita substituída O momento da construção civil vem colocando como uma necessidade urgente a busca de alternativas para os resíduos produzidos

nas cidades, também fora delas o grande fluxo de construções está exigindo novas abordagens na construção civil. A quantidade de estradas que começam a ser pavimentadas é um exemplo disso. Os recursos naturais, principalmente a pedra britada, são limitados e a sua extração é hoje fortemente regulamentada pelos órgãos ambientais. Uma solução para essa questão é proposta pelos alunos Synardo Leonardo de Oliveira

Pereira e Francisco das Chagas Isael Teixeira Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará. Orientados pela professora Suelly Helena de Araújo Barroso, que teve os trabalhos que orienta escolhidos pelo Prêmio Odebrecht em todas as suas três edições, os universitários propõem que se utilize resíduos provenientes da indústria siderúrgica como agregado em revestimento do tipo Tratamento Superficial Duplo (TSD). O desempenho desse subproduto foi com-

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parado com as placas de TSD convencionais em um procedimento de laboratório que simula a resposta dos dois produtos, comprovando-se a eficiência dos resíduos cirúrgicos em rodovias de baixo volume de tráfego.

Cinza na estrada Um segundo trabalho que também sugere o reaproveitamento de materiais que costumam ser descartados, na melhor das hipóteses em áreas de despejo controladas, para a utilização na construção de rodovias foi elaborado na PUC do Rio de Janeiro, pelos alunos Gino Omar Calderón Vizcarra e Lucianna Szeliga, sob a orientação da professora Michéle Dal Toé Casagrande. Nessa proposta, avaliou-se a possibilidade de utilizar cinzas volantes (assim chamadas por serem resíduos leves resultantes da queima de produtos orgânicos) em uma mistura com solo argiloso para compor a base de rodovias. Foram examinadas as cinzas produzidas na Usina Verde, localizada na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, que tiveram sua composição química estudada e sua resistência mecânica testada. A conclusão é que as cinzas são capazes de estabilizar a base dos pavimentos, diminuindo sua movimentação de expansão e contração, sendo adequadas para rodovias que recebem uma carga moderada de veículos. E, o melhor, esse processo poderia evitar que essas cinzas fossem lançadas na atmosfera, como acontece em muitos incineradores de lixo urbano.

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Escada de peixes Em um país como o Brasil, em que a abundância de rios faz com que seja altamente profícua a construção de hidrelétricas para a produção de energia elétrica, a preocupação com o impacto dos grandes lagos artificiais sobre a ictiofauna está sempre presente. A interrupção de um curso d’água por uma grande barragem costuma impedir, sobretudo, o fluxo migratório dos peixes para a cabeceira dos rios no período de reprodução. Para minimizar esse grave risco, são construídas “escadas” ao lado das barragens que permitem aos peixes escalá-las, como fariam em uma corredeira natural. No entanto, conforme constataram três alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet/MG), na maioria das vezes essas “escadas” são feitas de concreto liso o que dificulta ou mesmo impede que os peixes vençam esses degraus até a montante dos rios. Para solucionar esse desafio, Isadora Carvalho da Silva, Guilherme Gonçalves Soares e Pedro Henrique Viana de Araújo Lopes propuseram que fossem agregados a esses anteparos seixos e argilas que tornariam a superfície desses dispositivos rugosos o suficiente para servirem de apoio aos peixes. No trabalho, que teve como orientadora a professora Hersília de Andrade e Santos, os alunos propuseram um tipo de mecanismo de transposição que, além de agregar seixos e perfis de argila para facilitar a propulsão dos peixes, é capaz de tornar o fluxo de

água compatível com o movimento ascendente dos animais. Foram produzidas peças de concreto experimentais para esse mecanismo de transposição e medidos o fluxo e o turbilhonamento da água que passava por eles.

Escola para todos os climas Da Universidade Federal de Santa Catarina surgiu a proposta de desenvolver uma escola modular sustentável e capaz de proporcionar conforto a seus ocupantes em qualquer dos diferentes climas existentes no país. De autoria dos alunos Gustavo Prado Fontes e Rovy Pinheiro Pessoa Ferreira, o trabalho orientado pelo professor Enedir Ghisi propõe o uso de técnicas construtivas tanto modernas quanto tradicionais e com tecnologias inovadoras que tenham por objetivo gerar e preservar recursos com eficiência energética, proporcionando conforto térmico e luminoso. O projeto prevê o uso de aquecimento solar da água, aproveitamento de água de chuva, reutilização de águas usadas e ventilação e iluminação naturais. Como um dos objetivos era tornar os módulos adequados a diferentes tipos de clima, foram escolhidas três cidades – Curitiba, Ituaçu e Belém, respectivamente no Paraná, Bahia e Pará – nas quais as condições climáticas são bem diversas. As análises, simuladas em computador, mostraram a necessidade de adaptar o módulo para os extremos climáticos de cada uma das regiões (em Curitiba, o frio; em Belém, o forte calor), o que foi feito.


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venezuela

Novas ideias, novas soluções ACERVO ODEBRECHT

Em sua primeira edição, Prêmio Odebrecht Venezuela de Desenvolvimento Sustentável mobiliza universidades de todo o país texto Cláudio Lovato Filho

A partir da esquerda, Jorge Yánez, Fruto Vivas (conferencista), Guillermo Bonilla, Joaquin Clausnitzer Paez, Aillen Ferreira Camacaro, Euzenando Azevedo, Maria Boscan Granadillo, Alvaro Waracao Navaez, José Cláudio Daltro (Responsável por Administração e Finanças na Odebrecht Venezuela), Marcos Catillo Rondon, Manuel Briceño, Agustín Marulanda e Emily Marín: alunos, professores e representantes de universidades recebem reconhecimento da empresa

Jovens universitários construindo seu próprio futuro e pensando o amanhã de seu país. O grupo de Caracas apresentou uma solução para a redução do impacto ambiental que pode ser causado pela instalação de uma fábrica de concreto maldimensionada. A estudante de Maracaibo fez uma sugestão para o desenvolvimento elétrico, hídrico e gasífero de um complexo turístico-hoteleiro na Ilha de Coche. Venceram a primeira edição do Prêmio Odebrecht Venezuela de Desenvolvimento Sustentável, dirigido a estudantes de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de universidades de todo o país. Na cerimônia de premiação, realizada em Caracas, no dia 16 de novembro, a alegria e a vibração típicas do ambiente universitário deram o tom da festa. O salão do Hotel Marriott no qual ocorreu a solenidade mais parecia o prédio de um campus. Estavam reunidas 190 pessoas, entre estudantes, professores, diretores de departamento, reitores, representantes de entidades de classe, de associações e de meios de comunicação, além de clientes da Odebrecht. Joaquin Bertholdo Clausnitzer Paez, Aileen Gabriela

Ferreira Camacaro e Marcos Alfredo Castillo Rondon estudam Engenharia Civil na Universidade José Maria Vargas, de Caracas. Foram orientados, na elaboração de seu projeto, pelo Professor Alvaro Jose Waracao Narvaez. Maria Daniela Boscan Granadillo, aluna de Engenharia Elétrica da Universidade de Zulia, em Maracaibo, foi orientada em seu projeto pelo Professor Cesar Francisco Alvarez Arocha. Dividiram o primeiro lugar em um prêmio novo mas muito disputado, cuja segunda edição já começou a ser preparada. Receberam troféus, certificados e BsF (bolívares fortes) 90 mil, total distribuído entre os estudantes, os orientadores e as universidades. “Queremos motivar os jovens estudantes a conceberem e executarem projetos com base no Desenvolvimento Sustentável, gerando conhecimento e difundindo novas ideias”, disse Euzenando Azevedo, Líder Empresarial da Odebrecht Venezuela, na abertura da solenidade. Ele ressaltou a tradição existente na Odebrecht da busca de um relacionamento o mais estreito possível com o meio acadêmico, em todos os países onde as equipes da empresa estejam presentes.

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portugal

Isabel e Tatiana: rejeição à escola tratada com diálogo

Uma nova relação Programa com a participação de empresários ajuda a mudar a maneira como os jovens veem a escola texto José Enrique Barreiro / fotos Marcella Haddad Um ano atrás, sem interesse pelos estudos, a adolescente portuguesa Soraia Caetano, aluna do 9º ano da Escola EB 2/3 Cardoso Lopes, no bairro da Amadora, em Lisboa, estava prestes a tomar uma decisão radical em sua vida. “Eu queria abandonar a escola.” Ela dedicava seu tempo apenas a jogar futebol e a navegar pela internet. Em relação à escola, desmotivação, mau comportamento e notas baixas. O abandono era iminente. Foi quando apareceu em sua vida a professora Isabel Duarte, que atua como mediadora do Programa Epis – Empresários pela Inclusão Social. Criado em Portugal, em

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2006, a partir de uma convocação feita pelo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva aos empresários do país para que ajudassem na melhoria da educação, o Epis está voltado para o combate ao insucesso e ao abandono escolar e para o desenvolvimento de boas práticas de gestão educacional. Mais de 80 empresas, entre elas a Odebrecht Bento Pedroso Construções (BPC), apoiam o programa. “Nós fazemos o acompanhamento individual do aluno em dificuldade”, relata Isabel Duarte, que conseguiu reverter a situação escolar de Soraia Caetano, que não pensa mais em

abandonar os estudos. Pelo contrário: passou a gostar de estudar, obtém boas notas e ainda encontra tempo para treinar e jogar como guardaredes (goleira) do time jovem de futebol feminino do Benfica. Outra adolescente que teve sua relação com a escola transformada pelo relacionamento com Isabel Duarte foi Tatiana Mendes, também do 9º ano da EB 2/3 Cardoso Lopes, cuja vida, um ano atrás, segundo a estudante, “era só vadiar”. Hoje, Tatiana, que quer ser estilista, tira as melhores notas em Educação Visual de sua turma. Sobre o trabalho da mediadora, Tatiana reconhece: “O


mais importante foi ela conversar comigo”.

Soluções simples “Fazemos um trabalho complementar ao da escola. Por meio de um acompanhamento individual extraclasse, ajudamos os alunos a adotar rotinas simples, mas que podem ser decisivas para seu desenvolvimento”, esclarece Diogo Simões Pereira, Diretor do Epis. Uma dessas rotinas é aprender a estudar organizando melhor o tempo diário e definindo prioridades e concentrações. “Não ensinamos matérias, isso cabe aos professores das classes. Nem queremos mudar a vida dos alunos. Queremos apoiá-los para que tirem melhores notas, transformem sua relação com os estudos e percebam que a única perspectiva de futuro é através da escola, pois é ela que oferece a certificação necessária para a inclusão social”, afirma Diogo. Para dar conta de seus desafios, o Epis desenvolveu uma tecnologia centrada na mediação. Os mediadores

Diogo Pereira: trabalho complementar

não são professores das escolas em que atuam. São personagens externos a elas. Dedicam-se a compreender as questões vividas pelo aluno em dificuldade escolar, em quatro âmbitos: consigo mesmo, com sua família, com seu território (comunidade) e com sua escola. Através do diálogo e do estímulo, buscam as soluções melho-

res e mais simples para superação das dificuldades. “Os professores da sala de aula, por mais que queiram, não têm tempo nem condições de fazer esse trabalho. Por isso estamos aqui”, diz Isabel Duarte, uma das 73 mediadoras do Epis que, em 2009 e 2010, acompanharam 5.812 alunos de 94 escolas do país.

Escolas do Futuro

Soraia: "Eu queria abandonar a escola"

A outra frente de trabalho do Epis tem como foco a gestão educacional. Denominado Escolas do Futuro, o projeto busca disseminar as melhores práticas das escolas portuguesas que apresentam bons resultados. Já foram identificadas 130 boas práticas. Reunidas em um livro dirigido a diretores, professores e pais, constituem referência para a melhoria da gestão educacional em Portugal, país que apresenta uma das maiores taxas de insucesso e abandono escolar da Europa. “Estamos atrasados, no campo da educação, em relação aos países da Europa do Norte e Central”,

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posiciona Diogo Simões Pereira. Ele explica: “Contribuiu para isso o fato de o ensino português, que há 20 anos era elitista, ter se universalizado, o que levou muitos jovens a serem os primeiros de suas famílias a ingressar na escola. Com isso, o desempenho médio baixou”. O movimento, porém, segundo ele, é temporário. Mais adiante, a qualidade geral do ensino voltará a crescer. Solicitado por Odebrecht Informa a eleger duas das 130 práticas que implementaria de imediato, caso fosse designado diretor de uma escola portuguesa, ele apontou as seguintes: - Conhecer muito bem o aluno e seu meio socioeconômico. Identificar aqueles que merecem tratamento especial (“em geral, 20% do total de cada turma, os demais têm condições de seguir sozinhos”) e focar neles. - Apostar na proximidade dos pais à escola. Quando os pais acompanham a educação dos filhos, os resultados são melhores. Quando percebem que os pais não acompanham, os jovens passam a correr risco escolar.

APRENDER A EMPREENDER Além do Epis, outras instituições não governamentais têm apoiado a melhoria da educação portuguesa. Entre elas está a Junior Achievement, fundada em 1919 nos Estados Unidos e que desde 2005 atua em Portugal, onde desenvolve o programa Aprender a Empreender, dirigido a todos os âmbitos escolares. O objetivo do programa, segundo Erica Nascimento, Diretora Regional Sul Lisboa da instituição, é aproximar os alunos do mundo profissional através de atividades extraclasse. Nas escolas do Ensino Básico, são apresentados o papel da família e o da comunidade e transmitidas informações práticas sobre finanças pessoais. No Ensino Secundário, os jovens ficam sabendo sobre empresas, bancos e relacionamentos profissionais e têm o desafio de criar uma ideia empresarial. No Ensino Universitário, eles organizam e operam uma empresa fictícia. “Nosso foco é a educação para Erica Nascimento: oferecimento de ferramentas

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o empreendedorismo”, diz Erica. “Os jovens portugueses, como mostra nossa história, têm espírito empreendedor, mas precisam de ferramentas para que possam realizar negócios sustentáveis. É o que procuramos oferecer-lhes.” O programa tem o apoio da Odebrecht Bento Pedroso Construções e de outras empresas portuguesas. Além de oferecer contribuição financeira, as empresas incentivam seus integrantes a irem às escolas, como voluntários, levar suas experiências de trabalho para os alunos. Anabela Nunes, da equipe de Comunicação da Odebrecht Bento Pedroso Construções, é um desses voluntários. Nos períodos 2007/2008 e 2008/2009, atuou na Escola de São Marcos, de Ensino Básico, em Porto Salvo, onde procurou mostrar às crianças, através de jogos, o papel do dinheiro, como fazer compras, porque pagar impostos e como montar uma loja. “Eu procurava fazer com que eles distinguissem o desejo da necessidade, o essencial do supérfluo, pois acredito que isso é muito importante na vida”, explica Anabela. Erica diz que há um número cada vez maior de voluntários das empresas no programa. “Eles são fundamentais, pois trazem o conteúdo da realidade do trabalho que se reúne ao conteúdo das escolas.” Desde que o Aprender a Empreender foi criado em Portugal, em 2005, cerca de 1.300 voluntários atuaram em 1.280 turmas de 390 escolas do país, levando sua experiência a 28 mil alunos.


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Vitória da determinação

Trabalhadores portugueses aproveitam oportunidade para aumentar seu nível de escolaridade texto José Enrique Barreiro / foto Marcella Haddad O dia 25 de novembro foi uma data importante na vida do português Francisco Rodrigues, 57 anos, o Chico Bragança, como é conhecido, Encarregado de Obras na Barragem do Baixo Sabor, no distrito de Bragança, norte de Portugal. Nesse dia, ele, que só havia estudado até o 4º ano, recebeu o diploma do 9º ano escolar (equivalente no Brasil à conclusão do Ensino Fundamental). Na cerimônia de entrega dos diplomas, realizada em uma sala no canteiro de obras da barragem, Fernando Calado, Diretor da Unidade de Bragança do Instituto de Emprego e Formação Profissional, entidade que coordena o programa, explicitou o que Chico Bragança e os outros 17 trabalhadores que concluíam o 9º ano sabiam por experiência própria: “Não é nada fácil trabalhar durante o dia e ainda estudar à noite, quando o corpo e a mente pedem descanso. Quem já viveu isso sabe quanta determinação é necessária”. A oportunidade de Chico e seus colegas concluírem o 9º ano só foi possível porque eles se inscreveram no programa Novas Oportunidades, do Governo português, voltado para o aumento do nível de educação de pessoas com mais de 23 anos de idade. Através do processo RVCC (Reconhecer, Validar e Certificar Conhecimentos), a experiência de vida das pessoas é reconhecida como conhecimento. Conteúdos de escolaridade são acrescidos, permitindo que adultos obtenham melhores certificações educacionais. O mais interessante, porém, é que isso não é feito em escolas, mas nos locais de trabalho, como ocorreu com Chico e seus colegas nas obras de construção da Barragem do Baixo Sabor.

Livro da Vida Localizada no distrito de Bragança, a Barragem do Baixo Sabor terá dois grandes reservatórios de água, captada do rio Sabor, afluente do Douro. Um reservatório a montante, com altura máxima de 123 m, e outro a jusante, com altura máxima de 45 m. Ambos começarão a ser enchidos em janeiro de 2013. Realizada para a EDP – Gestão da Produção de Energia S.A., a construção dessa que é uma das mais importantes obras em andamento no país está a cargo da empresa Baixo Sabor ACE, constituída pela Odebrecht Bento Pedroso Construções e pela Lena Construções, com liderança da primeira. Há cerca de 800 trabalhadores no canteiro e previsão de 1.600 no pico das obras. É nesse ambiente que o programa Novas Oportunidades se desenvolve. “A ideia do programa não é estudar para concluir; é reconhecer a capacitação que as pessoas possuem”, explica António Monteiro,

Chico Bragança recebe seu diploma: capacitação reconhecida

da Odebrecht, Gerente Administrativo-Financeiro da Baixo Sabor ACE, que ao lado de Clarisse Monteiro e Filipe Amaral forma a equipe que levou o programa Novas Oportunidades para a obra e coordena sua realização. António dá um exemplo concreto do que significa reconhecer capacitação: “Alguns dos trabalhadores que se formaram tinham vasta experiência no uso de explosivos para desmonte de rocha, mas não podiam trabalhar nisso, pois não possuíam o 9º ano escolar, o que os impedia de possuir a `carta de fogo´, que é o certificado para trabalhar com explosivos. Agora poderão fazê-lo.” O reconhecimento da capacitação dos trabalhadores é feito por educadores que, uma vez por semana (na primeira fase) e quatro vezes por semana (na segunda fase), vão à obra para trabalhos de classe de Português, Matemática, Informática e outras matérias. O trabalho final do curso é a elaboração, pelos alunos, do seu “Livro da Vida”, no qual retratam a experiência que tiveram até ali. O programa Novas Oportunidades permite também a conclusão do 12º ano escolar, para aqueles que já possuam o certificado do 9º ano. Foi o caso de Ricardo Santos Cardoso, 40 anos, que atua na área comercial da Baixo Sabor ACE. Ele, que já se movimentava para prosseguir nos estudos, ficou feliz quando soube que poderia fazer isso na própria obra, sem precisar se deslocar a Bragança ou a outro local. Além do diploma (que recebeu em 13 de dezembro), Ricardo revela que foi importante também o convívio em classe e a troca de informações com companheiros de outras áreas da obra.

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energia social

Movimento coletivo Conheça um caso emblemático de transformação social resultante da parceira entre empresa, poder público e comunidade texto Fabrício Correa qual todos compartilham as prioridades e as responsabilidades dos projetos a serem implantados, auxiliando na identificação de parcerias que potencializem seus resultados. “Promovemos encontros mensais, e todos os participantes realizam atividades de educação para a sustentabilidade. No início da implantação do programa, para muitos deles, esse era um conceito desconhecido e distante”, aponta Carla, Responsável por Sustentabilidade na ETH Bioenergia. No primeiro trimestre de 2010 foram realizadas, nos cinco municípios, 22 reuniões, com 173 pessoas. Após seis meses, entre julho e setembro, foram contabilizados 89 eventos – entre encontros, seminários, reuniões e capacitações –, envolvendo 1.868 pessoas. “O Energia Social traz possibilidades para inserir o cidadão como

agente das mudanças sociais. Esse é o sucesso do programa. Todos enxergam a possibilidade de transformar sua cidade em um município melhor para os seus filhos e contribuir para as próximas gerações”, salienta Carla, que indica a gestão participativa junto com a comunidade como o principal elemento para transformar uma ideia em realidade. Segundo Carla, estimular o envolvimento tem como premissa o exercício de a população encontrar meios de resolver seus próprios problemas. "O que temos de fazer é identificar junto com as comunidades, as necessidades locais, definir juntos as prioridades, fazer as escolhas e juntos concretizar projetos que se sustentam no tempo", afirma. Ao completar um ano, o programa comemora também a consolidação ACERVO ODEBRECHT

Se alguém perguntar aos moradores das cidades de Caçu e Cachoeira Alta (GO), Nova Alvorada do Sul (MS), Mirante do Paranapanema e Teodoro Sampaio (SP) se eles sabem ou se ouviram falar do termo “sustentabilidade”, muitos mostrarão na prática exatamente o que é isso, por conta do Programa Energia Social para a Sustentabilidade Local, lançado em dezembro de 2009 pela ETH Bioenergia com a proposta de promover transformações sociais, ambientais e econômicas nesses municípios, através da gestão participativa entre a empresa, os órgãos públicos e a comunidade. O programa assume o compromisso com o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida na região. A configuração de cada ação surge a partir de um diálogo aberto, no

A partir da esquerda, Adelmo Barbosa de Freitas, do Sindicato dos Produtores Rurais de Caçu; José Carlos Girot, representante da comunidade; Antonio Carlos Gomes de Carvalho, Gerente Administrativo de Pessoas da ETH - Polo GO; André Luiz Guimarães, Prefeito de Caçu; Carla Pires, Responsável por Sustentabilidade na ETH; e Eline Petroni Fleury, Prefeita de Cachoeira Alta (ao microfone): identificação de projetos que se sustentem no tempo.

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Integrantes do Conselho Comunitário de Nova Alvorada do Sul (MS) e a Flor da Sustentabilidade Local: indicação dos campos cruciais a serem trabalhados para a construção de uma cultura ecológica na escola

dos primeiros projetos. Entre os temas prioritários, estão definidos a qualificação profissional para aumentar as condições de aproveitamento das oportunidades de trabalho, a construção de hortas e viveiros comunitários, a implantação de pontos de cultura da sustentabilidade e a execução dos projetos de gerenciamento de resíduos dos municípios, entre outros. Cada município é constituído de um Conselho Comunitário (CC) e quatro Comissões Temáticas (CT), que se reúnem mensalmente e têm as tarefas de mapear e eleger as prioridades e conceber projetos. Os conselhos e as comissões são formadas por integrantes da ETH, do governo local e lideranças da sociedade civil. Um resultado inovador está no diálogo aberto entre a comunidade. Em uma reunião é possível encontrar diversos agentes da sociedade: prefeito, secretário municipal, padre, liderança da ETH,

professor, agentes da saúde e o cidadão. O sucesso do programa está na base de sua concepção. São documentos, princípios e instrumentos de referência externa e interna para a construção de sociedades sustentáveis: Carta da Terra; Oito Objetivos do Milênio; Agenda 21; Política de Sustentabilidade da Organização Odebrecht e Código de Ética da ETH, entre outros. Para subsidiar o trabalho do Programa Energia Social, antes do início das atividades foram realizados levantamentos sobre o contexto social em cada região de atuação. Os relatórios foram construídos com base em entrevistas com lideranças locais – uma média de 40 pessoas foram entrevistadas em cada localidade –, além da análise de indicadores demográficos como renda familiar, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e de escolaridade. Esse amplo estudo

subsidiou a constituição dos conselhos, aproximando as discussões da realidade local. O programa conta com o apoio da ONG 5 Elementos – Instituto de Educação Ambiental. Para cada município há um facilitador contratado pela ETH – a pessoa que será responsável por organizar as reuniões, executar ações para estimular a participação de moradores e lideranças e envolver os governos locais. Os próximos passos incluem implantação do Energia Social em mais quatro cidades – Mineiros e Perolândia (GO), Alto Taquari (MT) e Costa Rica (MS) –, acompanhando o crescimento da empresa. Está em desenvolvimento um conjunto de indicadores de avaliação do programa e dos projetos, e o lançamento do site, para potencializar a troca de experiências entre os municípios, a comunicação e a transparência do programa.

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na emenda

Parte do grupo de costureiras e artesãs e, na outra página, Dona Risolene: vitória depois de 11 anos de luta

A costura de um sonho No Ipojuca (PE), costureiras e artesãs conseguem realizar um antigo objetivo: formar uma cooperativa texto Sheyla Lima fotos Élvio Luiz

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Há 11 anos, um grupo de costureiras e artesãs do distrito de Camela, no município do Ipojuca, na região metropolitana do Recife, luta pela formação da Cooperativa Na Emenda. O nome vem do trabalho que elas desenvolvem: artigos de cama, mesa, banho e vestuário a partir de retalhos de tecidos. No início de 2008, teve início a mobilização para o contrato do projeto Implantação PTA POY PET, da Odebrecht Engenharia Industrial, que visa a construção de três plantas industriais para a Petroquisa, braço petroquímico da Petrobras.

A obra fica localizada no Complexo Industrial e Portuário de Suape, também no Ipojuca. É aí que as duas histórias se cruzam e começa a nascer o futuro do Na Emenda. “Nosso primeiro contato com o grupo foi no início de 2009. Ficamos sabendo da existência dele por meio da secretária municipal de Desenvolvimento daquela época, Simone Osias, em uma de nossas reuniões com a Prefeitura”, conta a coordenadora de Comunicação Social do contrato, Ana Carolina Sousa. “Conhecemos a fundadora do grupo, dona


Risolene, e o artesanato desenvolvido pelas mulheres e vimos que o Na Emenda tinha potencial. Então, oferecemos dois cursos didáticos de empreendedorismo, em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)”, completa. Apesar de bem-aceitas, as aulas teóricas não eram o foco das costureiras e elas ansiavam partir para a prática. “Nos reunimos com o nosso cliente, a PetroquímicaSuape, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Prefeitura para montar um plano de ação”, relata Ana Carolina. A Odebrecht e o Senai entraram com a parte educacional e, juntos, custeiam o curso de costura industrial para 40 mulheres. A carga horária é de 340 horas. O curso conta com disciplinas como Desenho de Moda, Desenvolvimento de Coleção e Regulamentação para Etiquetagem de Produtos Têxtil e do Vestuário. “O objetivo é que elas se profissionalizem para atender à demanda de confecção de fardamento das empresas do Polo de Suape e das equipes da rede hoteleira de Porto de Galinhas e da Prefeitura”, detalha a coordenadora. As aulas – que tiveram início em novembro e vão até fevereiro – estão sendo realizadas no distrito de Camela, de segunda a sexta-feira, em dois turnos. O prédio utilizado foi cedido pela Prefeitura por dois anos, tempo necessário para que fique pronto o local definitivo da cooperativa, cujo terreno será doado também pela Prefeitura do Ipojuca.

Todo o maquinário necessário para a cooperativa será de responsabilidade da PetroquímicaSuape. Segundo o Gerente de Comunicação e Relações Externas da empresa, Cláudio Paula, um dos motivos que o fez apostar no Na Emenda foi o perfil empreendedor do grupo. “Além disso, o projeto se enquadra em dois dos três eixos necessários para os nossos programas sociais, que são a geração de renda e a educação profissional”, destaca. O curso de costura industrial significa a realização de um sonho

para as mulheres do grupo. “Eu passei 11 anos lutando por uma oportunidade. Não só para mim, mas para as outras mulheres de Camela”, afirma a fundadora do Na Emenda, Risolene Gonçalves, a dona Risolene, como é mais conhecida. “Quando a Odebrecht me apresentou a proposta, comecei a pensar que finalmente nós iríamos ter mais chances. Que muitas mulheres que hoje não têm nenhuma renda vão poder ganhar o dinheiro delas. Se nós conseguirmos colocar 40 mulheres para produzir fardamentos, são 40 famílias que mudam de vida”, diz, emocionada. Para a coordenadora de Comunicação Social do contrato Implantação PTA POY PET, a mudança na realidade das costureiras e artesãs de Camela é gratificante. “A sementinha que a Odebrecht plantou vai durar bastante e render muitos frutos ainda”, acredita Ana Carolina Sousa.

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embraport

Programas de vida Iniciativas socioambientais da Embraport, em Santos (SP), são referência no país texto Miucha Andrade fotos Guilherme Afonso

Ednaldo: transmissão de conhecimento para os filhos

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O pernambucano Ednaldo Monteiro de Almeida começou a pescar lagosta aos 16 anos, em Olinda. Seis anos depois, instalou-se na Baixada Santista, em São Paulo, envolveu-se com pesca profissional oceânica e conheceu Uruguai, África do Sul e Ilha da Trindade, entre outros lugares. Passou a ficar períodos de três meses longe de casa e, quando a saudade da esposa e dos três filhos apertou, mudou o rumo da sua vida e foi trabalhar como auxiliar de campo na Embraport – Empresa Brasileira de Terminais Portuários, projeto da Odebrecht TransPort em parceria com a DP World, localizado à margem esquerda do Porto de Santos. Desde novembro de 2006, Naldo, como é conhecido, faz parte da equipe de Meio Ambiente da empresa e apoia biólogos na realização de programas ambientais que se tornaram referência. A Embraport foi um dos primeiros empreendimentos da região a receber Licença Ambiental após um longo período sem que ocorresse a emissão dessas autorizações. “Por isso, os estudos elaborados para o terminal foram realizados com pro-


Regina: contribuição para o meio científico

fundidade, abrangência e qualidade, servindo de modelo aos projetos seguintes”, explica a engenheira Regina Tonelli, Responsável por Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente na Embraport. Desde 2006, a empresa já investiu R$ 8 milhões em 34 programas relacionados a flora, fauna, engenharia, arqueologia e a ações socioambientais, condicionantes para a instalação do projeto. Naldo começou no apoio ao salvamento de 34 mil plantas como orquídeas, bromélias, cactos, samambaias e antúrios, entre outras espécies. Essas plantas foram doadas para instituições diversas, a fim de serem utilizadas em projetos de recuperação e enriquecimento de áreas degradadas na região do entorno, além de contribuir para as coleções dos parques municipais, como o Orquidário e o Jardim Botânico Chico Mendes, em Santos. Os trabalhos na flora permitiram à Embraport ser pioneira na elaboração de um modelo matemático para determinação da biomassa dos ecossistemas de manguezal, restinga

e campos úmidos. ”Foi uma grande contribuição para o meio científico, pois os resultados alcançados neste programa permitem a viabilização de projetos relacionados ao mercado de crédito de carbono para ecossistemas similares”, conta Regina Tonelli.

Treinamentos Após um ano de trabalho com a flora, Naldo recebeu treinamentos especializados e começou a trabalhar com a fauna. Uma das atividades realizadas por ele é a pesca para o Programa de Monitoramento de Fauna Aquática. A cada dois meses, Naldo lança a rede no estuário do entorno da Embraport e pesca bagre, carapeba, parati e siri-azul, entre outras espécies. As amostras são encaminhadas para o Instituto de Pesca, em Santos, onde especialistas analisam em laboratório aspectos que podem estar relacionados aos impactos do projeto no meio aquático. Um dos destaques dos programas de fauna é o de monitoramento do gavião asa-de-telha, pioneiro no uso

da radiotelemetria no Brasil. Esse gavião é uma espécie ameaçada de extinção no estado de São Paulo e, por isso, mereceu um programa específico. Naldo participa dessa atividade e faz armadilhas para atrair os gaviões. “Faço iscas com frango, codorna ou porquinho-da-índia”, explica. Após a captura, o animal recebe um radiotransmissor, possibilitando seu monitoramento e contribuindo com propostas de conservação e preservação dessa ave de rapina no litoral paulista. “Minha função é ficar com o GPS e passar a posição para o biólogo responsável”, orgulha-se. Mas não é só o gavião que encanta Naldo. Ele prefere trabalhar na identificação de aves da região do empreendimento. “Armamos uma rede para capturá-los, os identificamos com uma anilha e depois soltamos os bichos”, conta. Ele gosta tanto do assunto que já comprou quatro livros sobre aves. “Aprendo muito aqui e transmito o conhecimento para os meus filhos”, diz, satisfeito. “Quando saio para campo com os consultores, não tenho vergonha de perguntar.”

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Após quatro anos de trabalho na Embraport e muitas capacitações, Naldo recebeu recentemente um bem-vindo reconhecimento. “Meu salário praticamente dobrou e agora posso investir na minha casa própria.” Frequentador da Praia do Guaiuba, no Guarujá, ele não dispensa o futebol do fim de semana e pretende comprar um carro em 2011. Hoje, aos 35 anos, ele percebe que trocar de profissão representou uma mudança significativa em sua vida.

Apoio às comunidades pesqueiras Além da flora e fauna, a Embraport realiza programas com as comunidades pesqueiras da região. O Apoio à Pesca Artesanal visa capacitar os pescadores por meio de cursos profissionalizantes, de maneira a aprimorarem suas atividades. O programa possibilita, ainda, o apoio à manutenção das tradições e festividades das comunidades caiçaras

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e promove ações voltadas para a geração de renda. Desde 2006, a Embraport capacitou 400 pescadores e promoveu 37 cursos, como os de construção e reparo de embarcações e de manutenção de motores marítimos. E há o estímulo para os pescadores regularizarem sua documentação, como a Carteira de Identificação e Registro (CIR), por meio de cursos desenvolvidos pela Marinha do Brasil. “Graças às capacitações que a Embraport proporcionou, muitos pescadores estão aptos para atuar em outras funções”, afirma Edson dos Santos Cláudio, Presidente da Colônia de Pescadores de Vicente de Carvalho. “Eles não perdem sua identidade, estão sempre com um pé na água e pescam durante as suas folgas”, salienta. “Meu maior orgulho é saber que alguns estão trabalhando no novo terminal.” Foi por intermédio de Edson que Naldo começou a trabalhar na Embraport. Aos 75 anos, seu Edson, como é chamado por todos, já foi mecânico, vereador, assessor de prefeito e funcionário público. “Sempre fui ligado ao mar”, conta. Aposentado há 24 anos, nunca parou de trabalhar. Assumiu a Colônia dos Pescadores, filiada à Federação Estadual dos Pescadores, e apoia os associados e suas famílias com documentação básica para garantir o pagamento de benefícios sociais como INSS, auxílio-natalidade, seguro do defeso e aposentadoria. Seu objetivo é elevar o nível de vida dos pescadores para que possam sustentar sua família com dignidade. “Nesse sentido, o terminal traz benefícios e um futuro melhor para todos nós”, afirma.

A brinquedoteca da Ilha Diana: espaço para o lazer e o aprendizado das crianças

ILHA DIANA: RESGATE HISTÓRICO E CULTURAL A tranquila Ilha Diana está localizada a 20 minutos de barco do Porto de Santos, na foz do rio Diana, próximo do futuro Terminal Embraport. O acesso é feito somente por pequenas embarcações, com capacidade para 45 pessoas, em horários fixos de saída determinados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Com 29.463 m2, a ilha abriga 50 famílias e cerca de 200 pessoas. “Aqui somos todos parentes”, explica Elisa Maria da Silva Alves, moradora da ilha. São primos próximos que se ajudam para realizar compras de mercado, entre outras necessidades. Elisa tem 32 anos, dois filhos e trabalha na brinquedoteca da comunidade. Lá, ela cuida de crianças a partir de um ano de idade, das 8h30 às 11h30. As crianças brincam soltas de esconde-esconde, de pular corda e jogam futebol no campo ao lado. A


brinquedoteca era uma antiga casa que foi restaurada pela Embraport, de acordo com a arquitetura local. “Melhorou 100%. Nada melhor do que um espaço próprio para as crianças”, diz Elisa. A restauração está inserida no Programa de Pesquisa e Resgate do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural da Ilha Diana e da área do Terminal Embraport. Durante a realização dos trabalhos, especialistas identificaram alguns sítios arqueológicos tipo sambaqui na ilha e na Embraport. Sambaqui é o nome dado aos depósitos de conchas feitos por

Em 2011, por iniciativa da Embraport, a Ilha Diana receberá uma nova linha de transmissão de energia elétrica. Atualmente, a comunidade recebe energia por meio de um cabo antigo, que provoca oscilações frequentes e a queima de eletrodomésticos. A empresa está instalando a linha de transmissão com seus postes e cabos que chegarão até um poste com transformador na ilha, e, a partir daí, a Prefeitura, em parceria com a CPFL Energia, será responsável pela distribuição interna e pela iluminação pública. O traçado da linha buscou minimizar os impactos ambientais. Os cabos de transmissão terão altura máxima de 11 m, superior à da atual vegetação, evitando o corte de árvores. A chegada da nova linha de energia à ilha trará para a população um salto expressivo na qualidade de vida, evitando desperdício, perda de alimentos e de eletrodomésticos.

LIA LUBAMBO

homens indígenas que habitaram regiões do litoral brasileiro entre 4,5 mil e mil anos atrás. Atualmente, a empresa conserva um dos sítios e monitora outros sete. Como parte desse programa, a Embraport realizou a Semana de Arqueologia, uma ação de educação patrimonial, com capacitação de professores, envolvimento de 1.300 alunos de escolas de ensino fundamental da região e distribuição de 1.400 exemplares de cartilhas didáticas sobre o tema. Por ser a comunidade mais próxima, as primeiras oportunidades de trabalho da Embraport foram destinados a moradores da Ilha Diana. Desde a chegada da empresa, houve muitos benefícios em parceria com a Prefeitura de Santos, como a construção de muro de arrimo, reforma do píer de atracação de barcos, desenvolvimento de projeto paisagístico e doação do viveiro de mudas com plantas nativas, com a utilização de exemplares resgatados da área do terminal. No viveiro trabalha Silvia Helena de Souza, de 42 anos, que antes vendia mariscos e caranguejos. “Vivia com um negócio incerto, não ganhava quase nada”, conta. “Agora, o dinheiro é garantido”, alegra-se. Silvia é contratada da Prefeitura de Santos e recebe um salário mínimo para cuidar das plantas no período das 7 às 13 horas. Adora esse trabalho e se sente realizada por poder executá-lo a poucos passos de sua casa. Junto com outras 38 pessoas, Silvia recebeu treinamento de 46 horas sobre fundamentos básicos de jardinagem, paisagismo, cultivo e reprodução de Orquídeas. “Quando a gente faz o que gosta, as plantas nos agradecem com as flores.”

Silvia: fazendo o que gosta

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argentina

Alunos da Escola Assembleia de Deus e, na página ao lado, a professora Maria Cristina Ferrari (à esquerda) com sua colega Fannyn Yanacon: antes, Maria Cristina chegava à escola equilibrando baldes na moto

Quando o resultado vem na forma de FUTURO Diálogo com populações da área de abrangência das obras busca proporcionar um legado capaz de aprimorar a qualidade de vida texto Sérgio Bourroul / fotos Guilherme Afonso

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“Precisamos retribuir e deixar algo para as comunidades com as quais convivemos aqui na Argentina”, diz Flávio Faria, Diretor-Superintendente da Odebrecht Engenharia Industrial. “Empreendemos nosso negócio de forma sustentável a longo prazo, satisfazendo as expectativas das comunidades e compartilhando a riqueza e o conhecimento gerado por nossa atividade”, ele complementa. Marina Gonzalez Ugarte, coordenadora de Responsabilidade Social Empresarial, afirma: “Não queremos impor soluções. Procuramos estabelecer o diálogo com as populações que convivem com as nossas obras para, em conjunto, desenvolvermos alternativas para a melhoria da qualidade de vida dos que ali permanecerão após a conclusão do nosso trabalho”. Marina passa a maior parte de seu tempo na estrada, entre canteiros e povoados, articulando-se com representantes de comunidades nativas, autoridades, ONGs, diretores de contratos e integrantes das obras. Ou seja, criando as condições para que o legado ao qual se refere Flávio Faria aconteça e frutifique.

Tartagal A maior obra da Odebrecht na Argentina atualmente é a expansão do Gasoduto 2007-2010, que corta 15 províncias do norte ao sul do país e obriga a empresa a conviver com diferentes realidades geográficas e sociais. No extremo norte, a 1,7 mil km de Buenos Aires e apenas 40 km da fronteira com a Bolívia, no município de Tartagal, província de Salta, chove apenas quatro meses por ano. Durante um semestre, os rios

ficam secos, mas as tempestades de verão provocam inundações com frequência, causando graves danos às cidades e áreas rurais. Habitada por imigrantes, trabalhadores da indústria petrolífera e índios de várias etnias, é uma região isolada e carente de quase tudo, inclusive de água potável. Ali, o novo gasoduto cruzará o rio Tartagal a 15 m de profundidade em uma extensão de 700 m de tubulações de 30 polegadas. É uma obra rápida, realizada com um equipamento tuneleiro que consome cerca de 400 m3 de água por dia. A única possibilidade seria obter a água de um poço, que poderia ter sido escavado ao lado do canteiro onde foi instalado o equipamento, dentro de uma grande fazenda de soja. Mas a opção foi outra, mais complexa por um lado, porém mais sustentável por outro. A escavação ocorreu a 2 km dali, dentro do terreno de uma escola da comunidade “Kilómetro 6”, frequentada por descendentes das etnias wichi, chorote e toba. De maneira a deixar para a comunidade o poço com 182 m de profundidade e capacidade de 37 mil l/h, caminhões-pipa fazem várias viagens por dia levando água até a frente de trabalho. “Nossa obra durou menos de um mês,

mas a comunidade se beneficiará desta água para sempre”, comemora Marina Gonzalez. Para tomar essa decisão, foram necessárias discussões com a liderança da comunidade indígena, a direção das escolas e a Secretaria de Educação da Província de Salta, responsável pelas unidades e, a partir de agora, também pela manutenção do poço e seu sistema de distribuição de água. Além da Escola Primaria Assembleia de Deus, que tem 500 alunos, onde estão instalados o poço e dois tanques de 2,75 mil l de capacidade, a água é levada também a 1,2 km dali, para um jardim de infância frequentado por outras 120 crianças de até 5 anos de idade. Até alguns meses atrás, a professora Maria Cristina Ferrari trazia água de sua residência, equilibrando baldes na motocicleta. Já Susana Cortes, diretora da Escola Primária, lembra que não havia água encanada no prédio: “Hoje temos água farta e quente, o que nos permite oferecer refeições de qualidade e introduzir na educação dos alunos noções de higiene pessoal”. Além do poço e dos reservatórios, foram instalados aquecedores, novos encanamentos e torneiras nas cozinhas e banheiros das duas unidades.

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Trabalhador no programa de formação técnica, em Dolavon: prova da força do voluntariado

Dolavon No outro extremo do país, na localidade de Dolavon, na Patagônia, onde a Odebrecht está concluindo a ampliação da Planta Compressora de Gás de Dolavon, a prioridade foi dada para a formação técnica dos jovens da região, após levantamento feito pela empresa em parceria com autoridades locais. Em seu terceiro mandato, o Prefeito Martín Bortagaray diz que, dos cerca de 3,6 mil habitantes de Dolavon, 30% têm até 18 anos, e o índice de desemprego é de 18%. “Temos pouca oferta de trabalho.

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Nossos jovens estão nos deixando e partindo para regiões mais desenvolvidas”, lamenta o prefeito. “Precisamos capacitá-los para o trabalho e retê-los por aqui.” A parceria tem funcionado. O Centro de Formação Profissional nº 657 ocupava uma sala de uma casa de família de Dolavon. O espaço ficou pequeno e a Prefeitura cedeu um galpão do antigo cinema da cidade para a instalação da nova escola e iniciou sua reforma. A Odebrecht cedeu material de construção, equipamentos, ferramentas e incentivou

seus integrantes a participarem desta ação. Em setembro, no início das obras, 14 integrantes da obra da planta compressora dedicaram seu tempo e conhecimento ao trabalho voluntário. “Engenheiros e técnicos passaram uma tarde lixando e pintando as paredes do nosso galpão juntamente com os alunos. Foi emocionante”, lembra a diretora do Centro, Maria Albertella. A empresa também abriu seu canteiro de obras para uma visita dos jovens aprendizes e escalou alguns de seus engenheiros para revisarem as apostilas adotadas pelo curso de Metalomecânica, apoiado pela Odebrecht. Os 120 alunos, a maioria de 17 anos, passam a tarde no Centro (que oferece também cursos de Contabilidade e Informática) e frequentam a escola regular durante a noite. O curso de auxiliar metalomecânico tem carga horária de 250 horas anuais, entre aulas teóricas e práticas, e nele são produzidas peças de serralheria como bancos, porta-lixo, mesas e estruturas metálicas domésticas, que são comercializadas, gerando recursos reinvestidos na própria escola. Ao fim, os aprovados recebem diploma e um novo impulso para suas vidas. O futuro parece promissor. A Prefeitura tem planos para adquirir peças da escola, como bancos e playgrounds, para suas praças. A Odebrecht quer atrair parceiros e fornecedores para o projeto. E o estudante Ivan Obarrio sonha: “Quero montar uma serralheria aqui na minha cidade e criar meus filhos com uma qualidade de vida melhor que a minha”.


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O Curundu, na Cidade do Panamá (nesta página e na seguinte): fim de um longo período de isolamento

Agora ele faz parte da cidade Projeto do Curundu permite a inserção social do bairro que apresenta as condições de vida mais precárias da Cidade do Panamá texto Lorena Gómez Mais de 50 anos se passaram desde que os primeiros moradores começaram a chegar e levantar suas humildes moradias nos terrenos que todo ano inunda o rio Curundu. O bairro que tem o mesmo nome do rio é hoje o mais precário da Cidade de Panamá. Um assentamento de casas na forma de palafitas, construídas com madeira, papelão e lâminas de zinco. As carências enfrentadas pelos moradores do Curundu vão desde a dificuldade de arrumar um emprego formal, pela falta de preparação técnica ou profissional, até a ausência de serviços básicos, infraestrutura viária, sistema de drenagem e sanitário.

Por isso, entre os programas sociais do Governo panamenho, a renovação do Curundu é um projeto prioritário, cujo impacto mudará expressivamente as condições urbanas e sociais de uma importante área localizada no centro da cidade. Especificamente, o objetivo é a inserção social do bairro no desenvolvimento da cidade, melhorando as condições de segurança pública e fortalecendo a capacidade produtiva dos curundenhos através do treinamento profissionalizante e empresarial. A Odebrecht venceu a licitação pública para executar esse projeto alicerçado em um Plano Mestre que define a infraestrutura como base

de um Plano de Ação Integral Social (Pais). O Projeto do Curundu, mais do que uma obra de construção, é uma intervenção pública que procura integrar essa área à cidade, social, ambiental e urbanisticamente, potencializando sua localização central e valorizando o talento e a capacidade empreendedora dos curundenhos. As novas infraestruturas unirão o bairro às áreas vizinhas, permitindo sua interação com as demais regiões da cidade. O Curundu será o primeiro bairro do Panamá com desenhos e espaços públicos pensados para torná-los uma área de ligação entre locais próximos, tanto nos aspectos estruturais, quanto nos sociais.

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O novo Curundu vai ter mais quadras esportivas e parques infantis do que qualquer outra área da cidade, contará com um centro de orientação infantil e um centro de capacitação para adultos, terá espaços culturais (incluindo um anfiteatro) e áreas verdes recreativas; e, adicionalmente, proverá 2 mil m2 de espaços comerciais destinados a abrigar as micro e pequenas empresas do Curundu. O bairro se tornará, dessa forma, um novo polo social e comercial na capital panamenha. Tudo isso faz com que o impacto

social do projeto supere os 12 hectares que abrange a construção, e que os seus beneficiários sejam muito mais do que os quase 5 mil moradores que vivem nesses terrenos. Calcula-se que seus efeitos positivos chegarão a mais de 20 mil pessoas – população estimada dos locais vizinhos ao Curundu. Para executar o projeto, foi necessário deslocar as famílias beneficiárias de suas antigas casas enquanto são construídos seus novos apartamentos. Há duas opções: escolher um subsídio denominado Aluguel Social, com o qual as pessoas podem pagar

aluguel num local escolhido por elas, ou decidir por moradias temporárias construídas pela Odebrecht na mesma área do projeto. Já nessa etapa, as famílias beneficiárias experimentam uma melhoria na sua qualidade de vida, pois as moradias temporárias construídas pela empresa têm todos os serviços básicos necessários e estão livres do risco das inundações. Os que escolhem o Aluguel Social, por sua vez, podem se mudar para uma casa com melhores condições das que tinha a sua antiga casa.

Capacitação para um futuro melhor O Pais, desenhado pela Odebrecht e aprovado e implantado pelo Ministério da Vivenda e Ordenamento Territorial (Miviot), promotor do projeto, tem como objetivo principal a inclusão social dos curundenhos. Ele contém um amplo programa de capacitação que dá condições aos residentes do Curundu para desenvolverem ao máximo sua capacidade de trabalho e empreendedorismo. Os espaços comerciais em construção serão utilizados pelos próprios curundenhos, já que sua capacidade produtiva será potencializada atra-

EM HARMONIA COM O AMBIENTE Os curundenhos estão acostumados a viver perto do rio, mas essa situação, longe de representar um privilégio, tem sido uma fonte de problemas e de riscos, desde as inundações produzidas na temporada de chuvas,

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até o cheiro ruim gerado pelas águas paradas sob as suas casas. O Projeto do Curundu inclui a construção de um aterro que elevará o nível dos terrenos. O leito do rio que dá nome ao bairro está passando por uma ade-

quação e estão sendo construídas redes de coleta de águas servidas que se conectarão com um outro megaprojeto panamenho: o Saneamento da Cidade e da Baía do Panamá, no qual participa a Odebrecht.

O projeto de Saneamento coletará as águas residuais domésticas e industriais que historicamente são despejadas nos rios e na baía, de forma que possam ser recuperadas como áreas de lazer para a população.


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Imagem mostra como será o bairro depois de concluído o projeto: introdução de infraestrutura e melhores condições para a conquista da cidadania

vés de cursos coordenados com a Autoridade da Micro, Pequena e Média Empresa, entidade governamental que também está contribuindo para o planejamento dos negócios que são desenvolvidos na área, segundo as necessidades identificadas na comunidade. Além disso, está em curso o desenvolvimento dos planos de capacitação oferecidos aos curundenhos para que possam aproveitar as oportunidades de trabalho existentes nos polos de atividade próximos da sua comunidade. Hospitais, portos, hotéis, projetos de construção e até faculdades são alguns locais que precisam de pessoal com diferentes perfis ocupacionais num raio de 10 km. A possibilidade de ter acesso a essas opções de trabalho, de desenvolver suas próprias empresas, de viver num ambiente completamente renovado, assim como uma série de campanhas alavancadas pelo Estado e apoiadas pela empresa para a promoção de uma cultura de paz, um bom convívio

e solidariedade, são peças-chave que transformarão o Curundu num exemplo de renovação urbana e desenvolvimento sustentável.

De pasiero a parceiro A pobreza e a marginalização que reinavam no Curundu tornaram o bairro um local perigoso, em que a violência e a criminalidade faziam parte do dia a dia. Tudo isso criou para o resto da população panamenha uma imagem ruim, que todos os curundenhos carregaram durante anos. O estereótipo do curundenho era tão negativo que muitos deles afirmam que não podiam conseguir trabalho pelo simples fato de viver no Curundu. Alguns até disseram que, para conseguir trabalho, tinham de dar outro endereço ou mentir sobre o local onde viviam. Para mudar essa situação, na concepção do projeto foi contemplada a participação e integração dos curundenhos, fazendo deles protagonistas e parte do processo. Sua atuação como

cidadãos produtivos e dignos é a fase de preparação para sua reinserção na sociedade panamenha. Além das atividades previstas no Pais, o projeto promove a inserção no mercado de trabalho através de ofertas dentro da obra. Alguns dos que hoje assumem responsabilidades na construção, antes ficavam presos num ambiente de gangues, onde cada um tinha sua turma, seus pasieros, e também seus inimigos. Os pasieros, que no Panamá é sinônimo de amigos, eram os colegas das más companhias, e os inimigos, aqueles com quem era preciso tomar cuidado. Muitos moradores do Curundu já estiveram na prisão e, quando saem de lá, após cumprirem a sua condenação, não conseguem trabalho por causa de seus antecedentes. Para muitas dessas pessoas, essa será a primeira oportunidade de trabalho. Ronny Murillo, encarregado de obra, explica que agora ele tem um cartão de banco e uma licença de motorista. Agora, vai até um caixa do banco e sabe que as pessoas o veem como “mais um cliente”. “Aqueles que antes me olhavam como um risco para eles, como um perigo, hoje me cumprimentam, me dizem ‘bom dia, como vai?’, e eu sinto orgulho disso, porque eles viram que sou uma outra pessoa.” Muitos curundenhos estão descobrindo como, através da construção do projeto, sua qualidade de vida vai melhorando, ao mesmo tempo em que muda a imagem da população sobre deles, pois agora são vistos como o que realmente são: integrantes de uma comunidade desejosa de trabalhar e de se integrar ao desenvolvimento econômico e social da cidade.

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estados unidos

Prova de superação Certificação LEED, em processo de obtenção pela Odebrecht nos Estados Unidos, representa um passo adicional em relação às práticas sustentáveis texto Renata Pinheiro As atividades humanas estão mudando a composição da atmosfera terrestre. Os gases que causam o efeito estufa permanecem na atmosfera por períodos que variam de décadas a séculos. Medir o nosso impacto sobre a mudança climática é o primeiro passo essencial para o avanço rumo a uma sociedade mais sustentável. O rastreamento da nossa “pegada (do inglês, footprint) de carbono” é um passo simples, que pode ser adaptado

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à forma como atuamos, melhorando nossa interação com o meio ambiente. “Pegada de carbono” é o conjunto total de gases de efeito estufa (GEE) gerado por uma organização, evento ou produto. Para simplificar, muitas vezes é representado em termos da quantidade de CO2 ou seu equivalente em outros GEEs emitidos. Um exemplo da contribuição dada pela Odebrecht nesse sentido ocorre através da parceria com o Condado de Miami-Dade

para a construção do MIA Mover. Esse projeto proporcionará uma alternativa de transporte público eficaz e ambientalmente correta, que elimina cerca de 100 ônibus em operação e reduz emissões de CO2. A equipe da obra está buscando a Certificação LEED Ouro para a Estação MIA Mover. LEED é a sigla para Liderança em Energia e Design Ambiental. A certificação é reconhecida internacionalmente como o sistema de certificação de


Água, energia elétrica e reciclagem

estratégias que visam melhorar sua execução em pontos como economia de energia, rendimento de água e redução das emissões de CO2, para aprimorar a qualidade ambiental interna e preservar os recursos do planeta. Créditos de Energia Renovável estão sendo utilizados e compensarão 70% do consumo de energia da estação durante dois anos, subsidiando o desenvolvimento de opções de energia renovável como a eólica, a solar e a geotérmica. Com cerca de 780 megawatts-hora (MWh) sendo negociados, estima-se que o MIA Mover prevenirá a emissão de aproximadamente 468 t de CO2 à atmosfera. A equipe do projeto também desenvolveu uma campanha educacional com foco em construções verdes, práticas sustentáveis e soluções ecológicas. A campanha inclui um programa concentrado em um estilo de vida sustentável, utilizando o MIA Mover como um exemplo, e é direcionado aos estudantes do Sistema Público de Educação do Condado de Miami-Dade. FOTOS: ACERVO ODEBRECHT

edificações que minimizam impactos ambientais, tanto na fase de construção quanto na de uso. O sistema MIA Mover Automated People Mover será o primeiro projeto do Condado de Miami-Dade a conquistar a Certificação LEED Ouro. O projeto inclui um sistema automatizado de transporte, com 2 km de extensão, que conectará o Aeroporto Internacional de Miami ao Centro Intermodal. A Estação Central de Miami, no Centro Intermodal, liga os sistemas de metrô, trem, ônibus e táxi ao aeroporto, oferecendo uma alternativa de transporte a moradores e visitantes. A Odebrecht também está construindo a extensão do metrô (AirportLink) que ligará o sistema de metrô da cidade ao Centro Intermodal. Ao buscar a certificação LEED, a Odebrecht dá um passo adicional em direção às práticas sustentáveis. Um conjunto de diretrizes foi selecionado para quantificar o design e a construção do projeto em termos de sustentabilidade. A Estação MIA Mover foi projetada e está sendo construída utilizando

Na outra página, alunos do Sistema Público de Educação do Condado de MiamiDade durante atividade da campanha desenvolvida pela equipe da Odebrecht: informação sobre soluções ecológicas. Na foto acima, a obra do MIA Mover

A conservação da água é crucial em um projeto LEED. A equipe adotou uma abordagem proativa para reduzir o consumo de água durante a vida da estação. Instalações de baixo consumo e sem a utilização de água foram incorporadas ao projeto com o objetivo de reduzir o consumo de água em pelo menos 30%. Além disso, o projeto também elimina a necessidade de irrigação para o paisagismo, por causa da escolha de vegetação nativa. A estação foi projetada para aumentar a eficiência energética e diminuir a quantidade de eletricidade necessária para sua operação. O resultado deverá ser uma economia de mais de 15% em custos energéticos. O Mia Mover já reciclou mais de 80% de todos os escombros de sua construção. Além disso, 20% de todo o material instalado no local da obra foi extraído, transformado ou fabricado no máximo a 800 km do projeto. Essa iniciativa não só reduz o impacto associado ao transporte, mas também é positiva para a economia local. “A identificação e implementação de práticas verdes, que reduzem a emissão de carbono, podem ser facilmente aplicadas aos projetos, independentemente da busca pela certificação LEED”, diz Gilberto Neves, Diretor-Superintendente da Odebrecht nos Estados Unidos. “A fim de combater o aquecimento global, devemos começar a investir em idéias que possam transformar a maneira como fazemos negócios, gerando oportunidades de lucro que nos ajudarão a preservar o planeta para as gerações futuras”, ele enfatiza.

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teo

A prática da confiança Exposição em Salvador conta o processo de concepção e avanço da Tecnologia Empresarial Odebrecht texto Rodrigo Vilar / foto Almir Bindilatti Nos dicionários de língua portuguesa, o significado da palavra “tecnologia” é o de um conjunto de conhecimentos ou princípios científicos que se aplicam a uma finalidade prática. Nesse sentido, a base conceitual e filosófica da Organização Odebrecht - batizada de Tecnologia Empresarial Odebrecht - vai muito além. É uma filosofia de vida desenvolvida pela prática e aplicada na prática. A exposição Disciplina, Respeito e Confiança – A Construção da Tecnologia Empresarial Odebrecht - TEO, instalada no Edifício-sede da Organização, em Salvador, apresenta o processo de elaboração dessa cultura empresarial, concebida pelo fundador Norberto Odebrecht a partir de suas crenças, seus valores e sua vivência profissional. A TEO tem por base a confiança nas pessoas e na capacidade ilimitada de se desenvolverem. É também uma referência ética que norteia a prática de todos os integrantes da Organização, onde quer que estejam. Para compreender de forma precisa esse conjunto de valores é necessário conhecer a história de vida de seu criador. Nascido em 1920, em Recife, Norberto Odebrecht recebeu, desde cedo, uma sólida educação dos pais Herta e Emílio Odebrecht, alicerçada no espírito de servir, na humildade e na disciplina. Em 1925, a família

Odebrecht se mudou para Salvador, local identificado pelo engenheiro e empresário Emílio como promissor para o mercado de construção civil. No ano seguinte, Norberto passou a ter o Pastor luterano Otto Arnold como preceptor e, nessa condição, responsável pelo complemento de sua educação. Com o tutor, além da alfabetização em alemão e ensino religioso, aprendeu a enxergar o mundo com um olhar crítico, interpretando-o e agindo sobre ele. Em seus passeios semanais, verdadeiras aulas práticas, o Pastor e Norberto observavam a natureza e visitavam bairros ricos e pobres de Salvador. Por meio do diálogo, o Pastor Otto fortalecia ensinamentos para toda a vida, sendo um dos mais importantes o valor de servir e não o de ser servido. Aos 14 anos, nas oficinas da Emílio Odebrecht & Cia., empresa de engenharia do pai, o adolescente Norberto, por iniciativa própria, aprendeu os ofí-

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“A TEO favorece e cria um ambiente para que cada integrante da Organização possa se desenvolver nas dimensões intelectual, profissional, financeira, familiar e pessoal.” Renato Baiardi, membro do Conselho de Administração da Odebrecht S.A

cios de pedreiro, serralheiro e armador. Foi chefe de almoxarifado e responsável por transporte. “Não pense que as tarefas às quais me refiro consistiam em brincadeiras do filho do patrão. A mesada que recebia de meu pai era calculada com base nas horas efetivas de trabalho, marcadas pelo mestre de obras ao qual estava subordinado”, relata Norberto Odebrecht. Ali, nas oficinas e nos canteiros, teve a oportunidade de conviver e aprender com os mestres e os operários da empresa, homens de caráter nobre e consciência profissional. Mais tarde, complementou sua formação no curso de Engenharia, iniciado aos 18 anos na Escola Politécnica de Salvador. “Tive uma infância e uma juventude realmente privilegiadas, pois, sem traumas ou sobressaltos, fui aos poucos absorvendo Concepções Filosóficas e adquirindo hábitos muito importantes para quem pretende ser empresário e vencer na vida”, afirma. Na universidade, estudou os princípios da Administração Científica do Trabalho, de Frederick Taylor e Henri Fayol, baseados na divisão hierarquizada do trabalho e no controle. O jovem empresário não aceitava esses princípios. Sua educação familiar e sua experiência no trabalho recomendavam que seguisse outra direção: a da Descentralização, da Delegação Planejada e da Parceria, que implica a partilha dos resultados alcançados.


Mostra no Edifício-sede: TEO é a marca e o diferencial da Organização

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“A valorização do ser humano, a delegação, a base do relacionamento na confiança, esses são temas universais.” Luiz Rocha, Líder Empresarial da Odebrecht International

Identificados os pilares, começava a tomar forma a Tecnologia Empresarial Odebrecht. “A intuição e os condicionamentos governaram minhas decisões e ações durante muito tempo. Somente aos 48 anos tomei consciência de que, em minhas crenças e em meus valores, havia uma coerência interna e de que o intuitivo e o racional estavam igualmente presentes.” Assim, o engenheiro pragmático e disciplinado começava o exercício de conceituação daquilo que aprendera na prática. De suas primeiras reflexões surgiu o livro De que Necessitamos?, de 1968, no qual buscava o fortalecimento da unidade de pensamento e de propósito da organização. No pequeno livro, Norberto reitera as qualidades do modelo de empresariamento descentralizado e da delegação,

citando o jornalista e político francês Jean-Jacques Servan-Schreiber: “A descentralização coloca o poder de tomar decisões o mais perto possível do teatro das ações. Ela exige a compreensão de que o conjunto de várias decisões individualmente boas vale mais para uma empresa do que as decisões tomadas e controladas por um organismo central”. A partir do amadurecimento dos conceitos e princípios apresentados no primeiro trabalho, o lançamento do segundo livro, Pontos de Referência, em 1970, serviu de guia para os integrantes da Odebrecht, sobretudo os jovens, que buscavam a construção da grande empresa nacional, numa década marcada pela chegada da construtora às regiões Sudeste e Sul do Brasil. Onze anos depois, toma forma Sobreviver, Crescer e Perpetuar, terceiro livro, publicado em 1981. Nele, Norberto sistematiza pela primeira vez os princípios, conceitos e critérios que constituem os fundamentos da cultura da Organização, que então passava a se chamar Tecnologia Empresarial Odebrecht. Por fim, já em 1991, em pleno desafio da internacionalização, lança o quarto livro, Educação pelo

Trabalho, que fornece as bases para que se intensifique e melhore o ciclo permanente de formação das novas gerações e disseminação da cultura. Durante a elaboração de todos os quatro livros, Norberto Odebrecht sempre provocou a participação e teve o apoio de companheiros de trabalho que contribuíram com ideias e novos aprendizados. Ainda hoje, aos 90 anos e em pleno ritmo de trabalho na Presidência do Conselho da Fundação Odebrecht, reitera que a TEO é uma filosofia em construção. “A TEO é a nossa marca. É o nosso diferencial. É uma cultura viva que precisa ser internalizada, praticada e atualizada no tempo, visando manter a base que nunca muda.”

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“A sustentabilidade está na gênese da TEO, cuja prática visa manter a Organização no rumo da Sobrevivência, do Crescimento e da Perpetuidade.” Emílio Odebrecht, Presidente do Conselho de Administração da Odebrecht S.A.

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baixo sul da bahia

Todos juntos! Uma parceria que ajuda a fortalecer a família rural texto Gabriela Vasconcellos Como músicos em uma orquestra, eles compartilham o mesmo palco, unindo suas habilidades e competências de maneira harmônica, para tornar próspera e dinâmica uma área rural com grande patrimônio ambiental, contribuindo para a fixação dos jovens no campo. Os diversos parceiros institucionais do Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo Sul da Bahia (PDIS) estão ajudando a construir uma classe média rural estruturada em unidades-família, protagonista do próprio desenvolvimento sustentável. Este é o objetivo comum, superior e nobre que os move. Instituído pela Fundação Odebrecht, o PDIS apresenta em sua nova marca o conceito de um mosaico: a união de elementos que forma um todo, maior e único. Com foco na crença de que não faltam talentos às pessoas, mas oportunidades para que se realizem, a sociedade civil organizada, os governos Federal, Estadual e municipais e a iniciativa privada trabalham juntos trilhando o caminho para a sustentabilidade. Dessa forma, buscase alcançar, no Baixo Sul da Bahia, os Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – propugnados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e subscritos por 192 países, inclusive o Brasil. Por meio da Governança Participativa – pela qual o primeiro, o segundo e o terceiro setores atuam de forma integrada e sinérgica –, o PDIS promove a geração de trabalho e a justa distribuição de renda, a educação do campo de qualidade e a conservação ambiental. Segundo Mauricio Medeiros, Presidente Executivo da Fundação Odebrecht, esse é o diferencial do Programa. “O sistema inovador de governança cria um espaço colaborativo para a construção de iniciativas sociais e traz benefícios a todas as partes envolvidas”, assegura.

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“Já podemos colher os frutos da parceria entre o MDS e a Fundação Odebrecht. O PDIS tem sido fundamental para a qualificação profissional e para a formação das famílias visando a inclusão social produtiva. A atuação da Fundação Odebrecht nessa área pode servir de modelo para que outras empresas sejam parceiras e cumpram sua função social.” Márcia Lopes, Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

“O Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de APAs do Baixo Sul da Bahia é o modelo concreto de como atingir um projeto regional de todos, instrumento fundamental da sustentabilidade, garantida pelos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.” André Lisboa Filho, Prefeito de Ituberá (BA) e Presidente do Ciapra

“O BNDES tem buscado trabalhar em conjunto com instituições que demonstrem grande capacidade executiva e de investimento, forte conhecimento da região e profunda identidade com um modelo de crescimento e desenvolvimento que contemple as dimensões da coletividade e dos indivíduos, econômica e social, e que possa ser reproduzido por gerações. A Fundação Odebrecht é nossa parceira desde a primeira hora." Elvio Gaspar, Diretor da Área de Crédito e Inclusão Social


“Os governos Estadual, Federal e municipais, de mãos dadas com a iniciativa privada, precisam estimular iniciativas voltadas para o desenvolvimento de tecnologia e geração de renda, com valorização do meio ambiente, para que os jovens possam viver no campo com dignidade.” Jaques Wagner, Governador da Bahia

“O trabalho no Baixo Sul da Bahia propõe a construção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável. Os produtores não tinham condições de sobreviver e hoje saíram de uma situação de exclusão social. Os filhos e netos de muitos deles, que migraram em busca de oportunidades, estão retornando à região e vivendo dignamente.” Alessandro Teixeira, Presidente da Apex-Brasil

"O Banco do Brasil soma esforços ao PDIS, por acreditar e valorizar parcerias que buscam o desenvolvimento sustentável para o território do Baixo Sul da Bahia. Apoiamos atividades produtivas que visem geração de trabalho e renda, melhoria da qualidade de vida, conservação ambiental e fixação do homem no campo." Edson Pascoal, Superintendente do Banco do Brasil na Bahia

“Buscamos sempre gerar, para nossos beneficiários, impacto mensurável e acreditamos que a única maneira de ampliar nossa atuação é por meio de projetos, como o implantado pela Fundação Odebrecht. O PDIS tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida de muitas pessoas. O desafio agora é mobilizar novos parceiros para que este modelo possa ser replicado em outras comunidades no Brasil e na América Latina e Caribe.” Luciana Botafogo, Especialista Setorial do Fundo Multilateral de Investimentos

“O PDIS está completamente alinhado com o Exército Brasileiro, pois tem a finalidade social de formar o cidadão e transmitir valores e virtudes. Estamos contribuindo para o crescimento cultural e pessoal de jovens, que vislumbram um futuro próspero em sua comunidade e são pautados por princípios importantes nos dias de hoje: a conservação do meio ambiente e a visão de sustentabilidade.” João Francisco Ferreira, General de Divisão e Comandante da 6ª Região Militar

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argumento por FELIPE CRUZ

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Líderes globalmente responsáveis O tema socioambiental é objeto de atenção na Odebrecht desde suas origens. Nos últimos anos, entrou definitivamente na agenda negocial, pela adoção de novas tecnologias nos produtos e processos das empresas, na consolidação da Foz do Brasil e da ETH Bioenergia, e na qualidade e quantidade dos trabalhos com o entorno de nossas operações. A Braskem realiza seu inventário de emissões de gases de efeito estufa desde 2006 e as outras empresas estão se preparando para fazê-lo. No conjunto das empresas temos mais de 500 pessoas trabalhando apenas em ações socioambientais. Temos ainda muito mais a contribuir! Duas questões imperativas para o sucesso de programas de sustentabilidade são a capacidade de empresariamento e a articulação entre os atores de determinada região ou contexto. De nosso lado, essas são competências essenciais que desenvolvemos através dos tempos pela própria demanda da natureza de nossos negócios. Sem exceção, qualquer de nossos empreendimentos se inicia com um grande diálogo em torno de sua viabilização, com clientes, governos, entidades financeiras, empresas privadas e outros atores sociais na busca de uma articulação positiva para sua concretização. A solução para relevantes questões humanas da atualidade fome, miséria, meio ambiente - exige o desenvolvimento de infraestrutura como instrumento de acessibilidade e criação de novos negócios sustentáveis para a geração de maiores oportunidades de trabalho e renda. Elevada capacidade de empresariamento e de comunicação de líderes - nos negócios, nos governos e na sociedade em geral - em todos os níveis, são os fatores fundamentais para a desejada construção do bem comum. A opção deliberada pelo rumo do Sobreviver, Crescer e Perpetuar da Organização, uma política clara quanto a reinvestimento e uma crença sólida na continuada identificação, formação e integração de

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novos empresários pressupõem um mundo em desenvolvimento, mas não a qualquer custo. É verdade que não devemos e nem podemos assumir papéis em substituição ao Estado, mas tampouco podemos apenas nos restringir a responder “demandas de compensação”, reagindo a exigências legais, requisitos de entidades de financiamento, organismos de licenciamento e grupos de interesse da sociedade em geral. Estamos juntos em uma agenda de convergência de interesses e, portanto, nossos empreendimentos são oportunidades. O significado de Sustentabilidade na Odebrecht é exatamente utilizar proativamente a nossa energia empresarial a serviço de potencializar os efeitos dos empreendimentos que estamos e estaremos criando, para que sejam verdadeiros indutores do Desenvolvimento Sustentável das regiões em que se encontram. É importante ressaltar que essa não é uma ação de benemerência; o Desenvolvimento Sustentável pressupõe resultados nos campos econômico, sociocultural e ambiental. Essa postura é coerente com nossos valores e nos coloca ainda mais a serviço da sociedade e, desta maneira, à frente na criação de novas, mais abrangentes e continuadas oportunidades. Com nossos valorosos mestres, aprendemos a construir obras de infraestrutura com qualidade, preço adequado e prazo ajustado às necessidades dos clientes. A “obra atual” exige que nos tornemos líderes globalmente responsáveis, para adiante dos muros da empresa, e que desempenhemos com competência esta tarefa empresarial que se alarga, em benefício de uma sociedade mais justa, promovendo a utilização mais equilibrada dos recursos naturais e contribuindo para a ativação de um movimento pelo Desenvolvimento Sustentável – no nosso entorno, nos países em que atuamos e no planeta. Felipe Cruz é Responsável por Programas Sociais na Área de Sustentabilidade da Odebrecht Engenharia e Construção


O TREM PEDE PASSAGEM Pelos trilhos da Transnordestina, Passará o progresso do Sertão. Uma obra por nós tão desejada, Como o prato que o faminto deseja, Mudará a geografia sertaneja E a economia também será mudada. Quando a “serpente de ferro”, embalada Roncar nos trilhos e estremecer o chão, Nossa terra terá uma impulsão Que mudará para sempre nossa sina; Pelos trilhos da Transnordestina, Passará o progresso do sertão. O Brasil que construiu Tucuruí, Itaipu, Paulo Afonso e outras mais Certamente também será capaz De fazer este Trem passar aqui. E o Nordeste eu sei vai aplaudir Depois de pronta esta grande construção. Onde se vê o estrago da supressão, Terá a ponte que a beleza nos fascina; Pelos trilhos da Transnordestina, Passará o progresso do sertão. De Elizeu Martins no Piauí, De Pecém na bela Fortaleza, Neste Trem viajará toda a riqueza Do Nordeste, doce terra cariri. O entroncamento será mesmo bem aqui! Neste Salgueiro, que eu amo de paixão, Passando ao lado do berço de Lampião, Para Suape irá o Trem na estrada fina; Pelos trilhos da Transnordestina, Passará o progresso do sertão.

Engenharia aqui temos sobrando! Sem descuidar do lado social, Gente boa olhando a parte ambiental, Isso agora e quando o Trem tiver passando. Os transtornos que a obra está causando, Como o barulho de alguma detonação, A poeira de trator e caminhão, O resultado final tudo elimina; Porque nos trilhos da Transnordestina, Passará o progresso do sertão. É por isso que “O Trem Pede Passagem” Para esta obra importante e tão bonita, Que fortalece o Nordeste e o habilita Como centro de produção e escoagem. Para o mundo teremos outra imagem, Sem ser aquela de seca e desolação; Deus proteja do engenheiro ao peão Que constroem essa dádiva divina; Porque nos trilhos da Transnordestina, Passará o progresso do sertão.

Dedicado a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, estão dando o melhor de si para a realização desta obra tão importante para o desenvolvimento do Nordeste. Diógenes Vieira – Técnico Social do Projeto O Trem Pede Passagem Salgueiro (PE), julho de 2010.

Com a finalidade de assegurar as melhores soluções para o bom andamento das obras nos 1.121 km do traçado da Ferrovia Transnordestina nos estados de Piauí e Pernambuco, foi criado pela Odebrecht e pelo cliente (Transnordestina Logística S.A. – TLSA), com apoio dos governos estaduais, o Projeto O Trem Pede Passagem. A obra, realizada em contrato de aliança entre a Odebrecht e a TLSA, envolve desapropriações, o que requer acompanhamento direto das famílias afetadas. Com a realização de visitas, as equipes do projeto O Trem Pede Passagem, do qual Diógenes Vieira, autor deste poema de cordel, é integrante, tentam assegurar a eficácia da comunicação entre o expropriante e os expropriados, e a consequente harmonia nessa relação.


FOTO: GUILHERME AFONSO

Jovem na brinquedoteca da Ilha Diana, em Santos (SP). O im贸vel foi restaurado pela Embraport. odebrecht informa


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