EDITORIAL
ANTÓNIO CUNHA VAZ, PRESIDENTE DA CV&A
EDUCAÇÃO E TOLER ÂNCIA
A
Prémio que agora lhe chega às mãos foi propositadamente atrasada um mês para poder retratar com algum detalhe um ano de eleições acontecidas e a acontecer. De África à Europa, passando pela América Latina, muitos actos eleitorais mostram e mostrarão que a democracia é um regime que cada vez mais – nas suas formas mais ou menos perfeitas – impera. Contamos, de novo, nas nossas páginas, com um elenco de entrevistados de luxo, com artigos internacionais de qualidade e com um vasto leque de articulistas, quer regulares, quer pontuais que
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engrandecem qualquer publicação. Valeu a pena este atraso de um mês para assegurar a qualidade do produto que levamos até si. Respondendo, também, a sugestões de alguns leitores, limitámos os artigos em língua não portuguesa àqueles que de origem assim são escritos. Se é verdade que os portugueses sabem ler outras línguas, também é verdade que é para eles que escrevemos e que outros cidadãos, de diferentes nacionalidades, também compreendem a língua portuguesa. Quando há democracia há esperança num mundo melhor. Não falo de eleições, mas de democracia. Quando há conflitos, sejam eles frios ou quentes, a democracia periga. A
Rússia, a Ucrânia e a Nato são vértices de um triângulo potencialmente explosivo e, claro, prejudicial aos que defendem que a democracia, por pior que seja como regime, é sempre o menos imperfeito de todos eles. O mesmo se pode dizer de diversas geografias mundo fora. Os perigos são imensos e apenas uma arma – curiosamente, resolvi chamar-lhe assim – é capaz de impedir o regresso a passados sombrios, mas que, sejamos transparentes, sempre fizeram parte da história da humanidade. As guerras sempre existiram, mas a periculosidade das mesmas é hoje maior do que nunca. Quando falo de guerras refiro-me aos seus mais