Atualidade Cosmética 152

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Ano: 23/2016 • R$ 40,00

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CATEgorIAs

mercado Atualizações na cobrança do IPI de cosméticos gerou impacto negativo e indústria tem ido à Justiça para reverter decisão

PAC 2016

Inovação em cores, nomenclaturas e formatos dão o tom entre os batons

Produtos a seco ou de pouca espuma crescem em haircare

Cobertura mais do que especial da noite estrelada da premiação






16.

evento PRÊMIO ATUALIDADE COSMÉTICA

Toda a emoção de empresas e profissionais, proporcionada pela 24ª edição do Oscar da Beleza na América Latina.

42.

BATOM

NEGÓCIOS VAREJO

Equipe bem treinada, mix de produtos bem definido e estrutura financeira consolidada; a estratégia da rede Bel Salvador.

CATEGORIA

Inovação em cores, nomenclaturas e formatos; e o matte segue como a grande aposta entre as texturas.

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58. 60.

NEGÓCIOS EMPREENDEDORISMO

46.

Empresas buscam canais alternativos para turbinarem suas vendas. E uma operação independente de venda direta nasce como alternativa.

CATEGORIA HAIRCARE

Com problemas hídricos ao redor do mundo, produtos a seco ou de pouca espuma crescem nos olhos do consumidor.

62.

53.

MERCADO

IPI

As atualizações nas regras para cobrança do IPI de cosméticos gerou grande impacto negativo para a indústria, que têm ido à Justiça para reverter a decisão.

NEGÓCIOS BALANÇO

Grupo Boticário faz avalia 2016 e crê que possui muito mais motivos para comemorar do que para lamentar.

56.

painel _______________ 10 express ______________ 48 clássicos da perfumaria _ 66

NEGÓCIOS ESTRATÉGIA

Grupo L’Occitane discorre sobre a presença de L’Occitane au Brésil após três anos no mercado, uma marca com alma brasileira e com herança francesa.

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painel Reforço profissional

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epois de trazer para o Brasil em 2016 a Nexxus, uma das marcas mais conhecidas mundialmente, que é vendida no varejo e que possui características profissionais, permitindo assim o ingresso da Unilever no segmento premium da categoria de haircare no País, a gigante anglo-holandesa anunciou ainda em dezembro a compra da Living Proof, que atua no mesmo segmento. “Estamos muito satisfeitos em trazer a Living Proof para o nosso portfólio de Prestige brands. O mercado de varejo de Prestige Hair é muito atraente e oferece um significante potencial de crescimento. Através da demonstração de resultados e um forte trabalho de marketing direcionado, a Living Proof já é um negócio bem sucedido nesse segmento e estamos ansiosos para seguir no desenvolvimento e crescimento dessa maravilhosa marca”, avaliou Alan Jope, presidente de Personal Care da Unilver. “Estou extremamente orgulhosa do crescimento da Living Proof ao longo dos anos e da diferença que nossos produtos fizeram nas vidas das pessoas. A Unilever compartilha do nosso profundo compro-

TrÊs de uma vez

A

L’Oréal realizou, no início de 2017, acordo definitivo com a companhia canadense Valeant, para adquirir as marcas de cuidados com a pele CeraVe, AcneFree e Ambi pelo preço de US$ 1.3 bilhões, valor que representa quase oito vezes as receitas anuais combinadas das três marcas, que é de aproximadamente US$ 168 mi. A marca CeraVe oferece uma gama de produtos avançados de skincare, especificamente limpadores, hidratantes, protetores solares, pomadas e uma linha para bebês. Desenvolvida com dermatologistas, é uma das marcas de skincare de crescimento mais rápido nos EUA, com uma média superior a 20% nos últimos dois anos. A estratégia de distribuição multicanal da CeraVe inclui farmácias, varejistas de massa e beleza e lojas on-line selecionadas. Já a AcneFree comercializa e distribui uma gama completa de produtos de limpeza OTC e tratamentos para acne nos EUA, e a Ambi distribui produtos para a pele formulados para as necessidades dos consumidores multiculturais. Ambas as marcas são distribuídas em drogarias, varejistas em massa e lojas selecionadas on-line. “A aquisição da CeraVe, da AcneFree e da Ambi complementa fortemente o portfólio da marca L’Oréal”, declarou

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misso com a ciência, qualidade e inovação, tornando a empresa parceira ideal para o próximo estágio da nossa jornada. Estou confiante que juntos vamos acelerar nossa missão de mudar a vida das pessoas através de produtos que entregam resultados que podem ser vistos a olhos nus”, completou Grace Ray, CEO da Living Proof. A marca fará parte do portfólio Prestige da Unilever, que inclui marcas como Dermalogica, Kate Somerville, Murad e REN. A aquisição será concluída no primeiro quadrimestre de 2017, sujeita à aprovação de regulamentações. Não há nenhuma previsão de vinda da marca para o Brasil. Frédéric Rozé, presidente e CEO da L’Oréal USA. “Essas três marcas, construídas com base em sólidos relacionamentos com profissionais de saúde e amplamente distribuídas, quase duplicarão a receita de nossa Divisão de Cosméticos Ativos nos EUA e nos ajudarão a satisfazer a crescente demanda de cuidados de pele ativos a preços acessíveis”, completou. As três marcas farão parte da Divisão de Cosméticos Ativos da L’Oréal, que inclui marcas como La Roche-Posay, Vichy e SkinCeuticals, desenvolvidas e apoiadas por profissionais de saúde, como: dermatologistas, pediatras e outros médicos. “Estamos entusiasmados em acrescentar CeraVe, AcneFree e Ambi à Divisão de Cosméticos Ativos da L’Oréal, que fortalecerão nossas relações com profissionais de saúde e fortalecerão nossas posições na América do Norte, neste mercado-chave e em rápido crescimento. Um grande potencial para o crescimento internacional nos próximos anos”, adicionou Brigitte Liberman, presidente da Divisão de Cosméticos Ativos da L’Oréal. A negociação está sujeita às aprovações regulamentares padrão e outras condições usuais. Errata (Atualidade Cosmética 151) Na matéria Evento – Beauty Fair: “Novos ares soprando”, publicada na edição passada, a informação correta sobre o lançamento da Nutriex, a linha adulta da Barbie, é que os produtos são direcionados para todos os tipos de cabelo, entre eles loiros e platinados.

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painel Para microempreendedores starter pack: linha de produtos e cabines, para começar o negócio.

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á cerca de cinco meses, o Buddha Spa resolveu oferecer aos seus franqueados e ao mercado uma nova opção de negócio. Com quase 30 unidades em seis cidades brasileiras, a rede de spas criou um nova marca, o Smart Spa, com dois modelos de microfranquia, visando atender à crescente demanda de profissionais do segmento que querem empreender e precisam de um negócio com investimento compatível com seu perfil. O primeiro modelo é o “Full”, que são cabines fixas e instaladas de acordo com a localização escolhida pelo franqueado, cujo investimento inicial é de R$ 26 mil. Já o modelo “Home” exige um investimento de R$ 9 mil e possui o mesmo apoio e estrutura do modelo “Full”, exceto a cabine. Os royalties mensais para os dois modelos são de R$ 750. A ideia do negócio surgiu mesmo há cerca de dois anos, com o intuito de replicar o conceito, forma de trabalho e dinâmica da rede para um outro canal mais simples, que é o Smart Spa, considerado pela empresa como um mini Buddha Spa. A princípio, o negócio visa alcançar franqueados que já sejam profissionais do segmento, como esteticistas e terapeutas. “Mas nada impede também que, franqueados que sejam dono de salão, clínicas, academias ou hotéis, queiram ter uma operação Smart Spa”, flexibiliza Gustavo Albanesi, sócio-diretor da rede. Segundo o dirigente, a cabine é entregue pronta ao franqueado, montada e decorada. Podendo servir como uma sala de atendimento dentro destes outros locais citados. Neste momento, o Smart Spa está em fase de expansão. De acordo com Gustavo, já há duas franquias em funcionamento e há mais três sendo implementadas em janeiro. Ele revela também que há várias coversas em andamento com possíveis novos franqueados. Sobre os interessados, o dirigente afirma que ainda colhe os frutos dos contatos realizados durante a Beauty Fair 2016, quando o negócio foi lançado oficialmente. “A partir de março o objetivo é abrir cinco franquias por mês nesse formato”, vislumbra. O executivo acredita que, pela vivência e experiência que possuem com o Buddha Spa, é possível saber bem o perfil do público, o que ele espera e qual a demanda que

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tem. “A única diferença é que não é um Buddha Spa, com uma estrutura de várias salas, mas sim uma única”, compara. Os contratos com o franqueado são de dois anos e, além do investimento inicial, os eventuais novos empreendedores têm o custo de locação por mês e o valor dos royalties. “A gente estima que ele possa ter um faturamento entre R$ 6 a R$ 9 mil por mês. Então, ele vai ter um lucro de, no mínimo, R$ 3 mil e, num bom cenário, R$ 6 a R$ 7 mil por mês. Ele tem um retorno de 6 a 12 meses, no máximo. É um retorno super rápido e um negócio altamente rentável, e no começo ele vai crescendo para atingir essa operação e maturidade”, assegura Gustavo.

Lado a lado Além de todo o suporte dado pela rede aos franqueados que começarem a operar seus próprios Smart Spas, o Buddha aposta ainda no potencial de uma nova linha de produtos, desenvolvida para uso em cabine, ou para compra pelo cliente, e que também leva o nome de “Smart Spa”. São cerca de 17 produtos, divididos entre fluido de massagem corporal, hidratante anti-flacidez, gel anti-celulite, tonificante, fluido de limpeza, fluido facial de nutrição, sérum revitalizante, massageador e sal de banho. A linha – que é a primeira da rede – foi criada junto aos serviços da microfranquia e pensada depois para ser colocada em estabelecimentos do mercado, como o próprio Buddha Spa. A ideia surgiu no sentido de desenvolver exatamente os produtos que funcionam com os protocolos aplicados pelo Buddha Spa e para que os clientes dessem continuidade em casa. Gustavo conta que, mesmo não sendo um dos objetivos principais da rede, os produtos Smart Spa são vendidos em outros dois estabelecimentos estéticos, além das próprias unidades Buddha Spa. “Com base na experiência de 15 anos nas técnicas corporais, identificamos que o protocolo técnico realizado em cabine corresponde a apenas 1/3 do resultado no tratamento estético. Os outros 2/3 dependem dos cosméticos utilizados na sessão, através da aquisição de produtos Home Care que o cliente leva para casa para dar continuidade ao tratamento, e para manter hábitos saudáveis”, justifica ele.

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Estrelas m prêmio atualidade cosmética

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cenário estava pronto para que as estrelas do mercado de beleza pudessem brilhar no palco do Teatro Bradesco, em São Paulo. E foi o que aconteceu, quando, no início de novembro, mais de 700 profissionais da indústria e do varejo de beleza se reuniram para acompanhar e torcer pela 58 empresas finalistas (representando quatro das cinco regiões do País e de diferentes portes), que estavam concorrendo ao cobiçado Oscar da perfumaria e da cosmética da América Latina. Conforme os vencedores das mais de 20 categorias foram sendo revelados, a emoção tomava conta do teatro. No palco, discursos emocionados e de muito agradecimento, motivados por estarem recebendo a mais impor-

Muita emoção e celebração em mais uma noite histórica durante a 24ª edição do Prêmio Atualidade Cosmética, que coroou, como sempre, entre players de diversos tamanhos, os melhores de 2016 >>> RAFAEL MENDONÇA

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marcantes tante premiação deste mercado. Além disso, antes e depois da cerimônia, os convidados tiveram a oportunidade de se confraternizarem e usufruirem do valioso networking. Marcada pela oportunidade que proporciona a qualquer player do mercado, a 24ª edição do PAC novamente contemplou tanto companhias já consagradas quanto aquelas que estão iniciando sua caminhada, com pouco tempo de vida, mas com trabalho e produtos dignos de gente grande. Alguma delas tiveram o gostinho de erguer um troféu pela

primeira vez, casos da Under Skin, da Mentholatum e da Vollmens, que venceu o Troféu Aparício Basilio da Silva, com a fragrância Boníssimo Black, da Avatim. Entre as novidades deste ano, estava uma categoria exclusiva para os varejistas digitais, para contemplar o melhor Ponto de Venda Digital. Além dela, também estreou “Criação Perfumística Livre”, em que perfumistas de casas brasileiras e de outros países da região apresentaram fragrâncias criadas a partir de um briefing comum. “Parabenizo à Cusman por incentivar o trabalho dos

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jovens perfumistas nacionais, das casas brasileiras. Participar da Criação Perfumística Livre nos dá mais visibilidade no mercado”, elogiou Ricardo Pires, diretor Executivo da Dierberger, uma das casas que concorreu na categoria.

Sustentação de valor Cientes de que foi um ano bastante complicado em termos de desafios financeiros, algumas companhias destacaram a importância de estarem apoiando a edição 2016 do Prêmio Atualidade Cosmética. “É uma honra ter feito parte


prêmio atualidade cosmética

Sandro Rodrigues (Hinode)

Lásaro Marques (Salon Line) com Michel Ulloa (Cramer)

“É incrível estar vivendo tudo isso. Eu vim no primeiro PAC e vi muita gente boa subindo no palco e sempre bati muita palma, com muita alegria e nunca com inveja. Com uma satisfação incrível e, cada pessoa que subia, mostrava para mim que era possível. Então, trabalhei duro, com uma crença incrível e estou muito feliz. Estou muito grato a Deus, à minha equipe, a todos que trabalham comigo e aos meus amigos.”

dessa noite, em que a Revista Atualidade Cosmética homenageia os melhores players da indústria cosmética do Brasil. A Patrus tem muito prazer em fazer parte da premiação, já que 20% do nosso negócio é transporte de cosméticos, encontramos vários clientes nossos. E uma coisa boa da vida é premiar o esforço daqueles que trabalham com seriedade em um segmento extremamente competitivo e em um país extremamente complexo como o Brasil. Todas os homenageados são merecedores pela luta empresarial de toda a indústria de cosméticos do Brasil. Não é fácil, é uma guerra grande, luta-se contra grandes multinacionais e tivemos várias empresas brasileiras que estão tendo muito sucesso. Se Deus quiser estaremos na 25ª edição, em 2017”, prometeu Marcelo Patrus, diretor da Patrus Transportes. Colhendo os frutos de investir no mercado brasileiro de fragrâncias, a Cramer também exaltou o papel do PAC para o mercado. “É um orgulho poder participar do mercado brasileiro. Cramer é uma empresa chilena que chegou há dez anos e uma das coisas que a gente quer sempre é ter uma imagem positiva, de uma empresa de qualidade dentro do

Sandro Rodrigues, CEO da Hinode e Profissional do Ano

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Letícia Taleb (Belcorp)

Victoria Gallo (L’Occitane au Brésil)

Luciano Rodrigues (Bel Salvador)

“A importância principalmente é porque estamos chegando em São Paulo agora e já fomos muito bem recebidos com este prêmio. Abriremos uma loja no Shopping Aricanduva, aqui em São Paulo, e, apesar de já ter 19 anos de mercado, já ganhamos alguns prêmios na Bahia e é uma surpresa para a gente chegar aqui (em São Paulo) e ganhar este prêmio” Luciano Rodrigues, gerente Geral da rede Bel Salvador (BA), vencedora do Troféu Atualidade Cosmética/Patrus de Ponto de Neivia Justa (Johnson & Johnson)

André Diniz (Vizcaya)

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Venda Especializado


prêmio atualidade cosmética mercado das fragrâncias. E uma das coisas que sempre escutamos é sobre o Prêmio Atualidade Cosmética”, afirmou Michel Ulloa, diretor Comercial da Cramer. “A gente fica muito grato por poder participar do evento, que é muito bacana e reconhece os melhores profissionais do setor, os melhores trabalhos e as melhores empresas. É uma grande satisfação, sempre atuamos como patrocinador quando possível e isso ajuda a reforçar nossa presença no setor cosmético, que é muito importante para a Antilhas enquanto fornecedora de embalagens, tanto para o varejo quanto para a indústria de cosméticos”, declarou Bruno Baptista, diretor Geral da Antilhas. Natália Mendes, diretora de Marketing da Vollmens Fragrances, ressalta que é muito importante para todas as empresas nacionais participarem de uma premiação como o Prêmio Atualidade Cosmética, porque não premia só produtos brasileiros, mas sim de toda a América Latina. “E para nós, enquanto empresa, é um momento de realização, em que colhemos os frutos de nosso trabalho, e mostramos a entrega que nossa equipe tem, a dedicação, afinal, é muita inspiração, mas é muita transpiração por trás disso também. É um momento de celebrar com nossos parceiros e toda a nossa equipe todas as coisas que conseguimos atingir neste anos”, completou. A edição deste ano do PAC – organizado pela revista Atualidade Cosmética, da Cusman – tem o patrocínio diamante da Patrus Transportes e da Cramer; patrocínio ouro da Antilhas Embalagens e da Interfab; patrocínio Prata da Vollmens, da Lange, da Robertet, da Kosmoscience e da Faculdades Oswaldo Cruz; e apoio da Isan Essências, Citratus, Dierberger, da Matriz Group e da L’Essence.

Murilo Reggiani e Daniela Cunha (Vult Cosmética)

“Como a gente, o Prêmio Atualidade Cosmética é um sonho, porque é o ‘Oscar’ realmente. É um prêmio que consagra todo o esforço que a gente tem feito nesse tempo todo e competindo com empresas que a gente respeita muito, em particular as do varejo, como Salon Line e Bio Extratus, que são duas empresas que a gente tem uma admiração e respeito, são empresas de colegas que dividem com a gente o dia a dia no varejo, empresas que trabalham como nós. Estamos muito satisfeitos”, Daniela Cunha e Murilo Reggiani, sócios-diretores da Vult, vencedora do Troféu Atualidade Cosmética/Patrus de Empresa do Ano

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Marina Glover (L’Occitane au Brésil)

Bruno Weiers (Go.Man)

Roberta Baldini (Mentholatum)

Gláucia Nakahara (Océane)

Lilian Luzia Ciappina (Racco)

Juliana Barbosa (Under Skin)

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prêmio atualidade cosmética Alexandre Behring (Valmari) Juliana Rocha e Fátima Dornfeld (Lola Cosmetics)

Luciana Bergamasco (Vollmens)

“Acredito que isso seja um incentivo para a gente sempre buscar excelência. Somos muito novos de varejo, viemos com uma concepção totalmente diferente com o que tinha no mercado. A palavra ‘ousadia’ é uma coisa que é nossa, assim como ‘criatividade’. E isso é muito interessante porque foi impactante, a gente quebrou paradigmas ao trazer uma comunicação totalmente diferente dentro de um mercado mais clássico. Então, este reconhecimento é maravilhoso para nós”, Juliana Rocha, executiva de Contas e Fátima Dornfeld, representante Comercial da Lola Cosmetics vencedora do Troféu Atualidade Cosmética/Patrus de Empresa Revelação

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Convidados avaliam os finalistas na categoria Criação Perfumística Livre.

Edison Fujita (Vollmens)

Pierro Savio (Robertet)

“A gente briga ‘na unha’ com todos os concorrentes e, este ano, a Beleza na Web se solidificou neste mercado e nos últimos dois anos teve um crescimento muito grande de venda e faturamento. E neste ano agente se solidificou no mercado como o maior site de e-commerce de beleza do Brasil e estamos caminhando para sermos um dos maiores da América Latina. Então, receber um prêmio desse é quase que uma consagração de nosso trabalho. Estamos bem felizes, é a realização de um sonho”, João Costa, VP de Produto da Beleza na Web vencedora do Troféu Atualidade Cosmética/Patrus de Ponto de Venda

Marcelo Patrus (Patrus Transportes) com João Costa (Beleza na Web).

Digital

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Aûani Cusma de Paula e José Luiz de Paula Jr. (Cusman) entregam a homenagem para Adelaide e Francisco Rodrigues (Hinode)

esde sua criação, em 2007, o Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética é um dos ápices da noite. E durante a 24ª edição do PAC esse momento foi marcante. Os homenageados desta vez foram Adelaide Rodrigues e Francisco Rodrigues, fundadores da Hinode – uma das empresas que mais tem movimentado o mercado nos últimos anos, mas cuja trajetória começou a ser construída há quase três décadas. Com uma grande presença de membros da Hinode na plateia, o momento para ambos se tornou ainda mais especial. Depois de serem muito aplaudidos, o primeiro a falar foi Francisco. Ele começou agradecendo aos

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prêmio atualidade cosmética filhos, irmãos, cunhados, amigos e fornecedores por terem acreditado em seu sonho. “Nossos distribuidores, os nossos franqueados, os nossos amigos todos que acreditaram nos nossos sonhos. Que acreditaram que nós iríamos transformar vidas de pessoas. E este prêmio é fruto de um grande trabalho. Um trabalho honesto, um trabalho com dignidade, onde nós estamos vendo nosso país na mão de gente que... Todo dia se vê na televisão essa sacanagem que acontece no País, mas nós estamos provando para o mundo que existe gente boa nesse País ainda. Que existe gente honesta, que existe gente que trabalha com dignidade e que acredita no potencial do nosso país. Por isso, esse prêmio, muito obrigado”, discursou, emocionado, o fundador da empresa. Em seguida, foi a vez de Adelaide falar e agradecer a Deus. Também fez menção à sua família e apoiadores por tudo. “Obrigado aos nossos fornecedores parceiríssimos que estão presentes também. Aos meus filhos maravilhosos, ao meu presidente lindo, Sandro Rodrigues, que esse menino desde muito jovem ele vem ao nosso lado, caminhando junto a gente, sacrificando muitas vezes a própria vida para cumprir a missão da Hinode, que é levar a oportunidade às pessoas para mudarem de vida”, emendou ela, desejando sucesso a todos. Antes de serem homenageados no palco, os fundadores da Hinode participaram de um evento com dezenas de blogueiras. Foi um bate-papo rico e prazeroso, em que Francisco e Adelaide contaram e relembraram de diversas histórias de ambos desde a fundação da companhia. “Sempre busquei algo melhor para a minha vida e para a vida dos meus filhos. Trabalhei de carteira assinada, que é o sonho de

Francisco e Adelaide (de costas), em evento especial com as blogueiras durante o Prêmio Atualidade Cosmética. todo o brasileiro, por dois anos só. E mesmo assim falei para o meu patrão ‘não quero salário fixo, quero trabalhar por produção. Quero ganhar por aquilo que eu fizer ’. Então, sempre fui em busca de algo para melhorar minha vida e a vida da minha família, óbvio. E, essa busca incessante, ela realmente terminou - digo terminou porque, depois de eu vender Porcelana Real, Tupperware, entrar numa empresa americana, aí eu caí no ‘cosmético’ em 1983, que era um porta a porta. E, além de vender, eu era uma consultora. Era aquela mulher que saía fazendo reunião domiciliar, em casas de amigas, com indicações de vizinhas e por aí afora”, contou ela. Adelaide também não se esqueceu de mencionar a importância que tem o fato de seus quatro filhos estarem ajudando a administrar a empresa atualmente. “O trabalho que era feito por dois, hoje é feito por seis pessoas da mesma família, cada um num setor. A situação é muito mais confortável. Mas, para ficar bem claro, comecei com uma sacolinha de produtos fazendo reunião

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domiciliar, venda porta a porta. Porque o segredo do nosso negócio é venda”, reforçou. “É uma emoção indescritível. É um troféu por merecimento, por muitos anos de trabalho. Eu e dona Adelaide fomos escolhidos para receber este troféu. É uma emoção muito grande, é um trabalho de muitos anos de dedicação, de crença, de credibilidade, de honestidade, um trabalho que está mudando a vida de muita gente. Este troféu, este momento é muito indescritível, é um êxtase total”, completou Francisco. Ao ingressarem no Hall da Fama do Prêmio Atualidade Cosmética, Adelaide e Francisco Rodrigues estão ao lado dos seguintes nomes: Miguel Krigsner (O Boticário), Luiz Seabra (Natura), Hirofumi Ikesaki (Ikesaki), Erotilde Diniz (Drogaria Iguatemi), Peter Gottschalk (Wheaton), Leopoldo Mesquita (L´acqua di Fiori), Antonio Amador (IFF), João Carlos Basilio da Silva (Abihpec), Joãosinho Di Domênico (químico), Eduardo Belmont (Belcorp/Peru), Sônia Corazza (cosmetóloga) e Daniel de Jesus (Niely).



prêmio atualidade cosmética

RANKING DOS MELHORES PRODUTOS DE 2016 Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Banho e Higiene SPA - Sabonetes Esfoliantes Perfumados, Valmari (392 pontos) “Hoje em dia vivemos em um mundo onde todo o produto é industrializado. E este produto é 100% artesanal, feito a mão, com muito cuidado e carinho. E ser valorizado por um prêmio com essa característica deixa a gente muito feliz. Nem acreditamos ainda”, Alexandre Behring, gerente de Produto da Valmari

2º Sabonete Líquido Flor de Graviola, L’ Occitane au Brésil (370 pontos)

3º Cacao Brasilis, Avatim (346 pontos)

2º Elséve Light Poo, L’Oréal Paris (397 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Higiene e Beleza Capilar #todecacho, Salon Line (403 pontos) “Acho que ganhar este prêmio, numa categoria tão disputada quanto essa, mostra para a gente claramente que estamos construindo uma nova categoria dentro do segmento de Tratamento Capilar. A gente trabalhou muito no desenvolvimento desta marca e o reconhecimento de uma marca que não tem tanto tempo. Ela tem um ano e meio de mercado. Então para a gente é maravilhoso estar recebendo esta premiação”, Lásaro Marques, diretor Comercial da Salon Line

3º Água Termal Umectante Sou + Cachos, Yenzah (380,5 pontos)

Troféu Atualidade Cosmética/Cramer - Beleza Masculina Go.Man, Go.Man (342 pontos) “A Go.Man é uma empresa nova, mas somos do mercado já há algum tempo e tem envolvimento com o Prêmio há um bom tempo como jurado e como finalista em outra empresa que a gente trabalhava. Então, finalmente ganhar com o nosso projeto de vida é uma baita realização. É muito importante para nós, por sermos uma empresa nova, ter esse reconhecimento. Traz muito valor para o nosso projeto”, Bruno Weiers, sócio-diretor da Go.Man

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2º The Shaving Solution Balm Multifuncional, Dr. Jones (336 pontos)

3º Truss Homem, Truss (328 pontos)

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prêmio atualidade cosmética Tratamento Corporal Neutrogena Sunfresh Mousse Efervescente, jnj (305,3 pontos) “Este prêmio significa um reconhecimento do nosso trabalho desde que lançamos Neutrogena no Brasil, com um foco muito grande em tornar uma marca relevante para a consumidora brasileira e trazendo sempre inovação e muita ciência para que a consumidora tenha uma experiência boa com um produto que entrega um resultado bom”, Neivia Justa, diretora de Comunicação para a América Latina da Johnson & Jonhson

Tratamento Facial coleção Antiaging, Under Skin (325,2 pontos) “É muito importante para nós recebermos este prêmio, porque temos pouco tempo de vida e estávamos concorrendo com grandes marcas. Então é muito representativo e motivador”, Juliana Barbosa, coordenadora de desenvolvimento da Under Skin

2º Gestante Orgânica, Souvie (304 pontos)

2º Coleção Revitalizing, Under Skin (313,3 pontos)

3º Lipo Redux Dermabuste, Bioage (285,4 pontos)

3º Redermic Corrective R, La-Roche Posay (303 pontos)

Inovação em Produtos de Maquiagem Lip Ice Cube FPS 15, Mentholatum (423 pontos) “Somos uma subsidiária da Rotho Mentholatum, empresa líder em diversas categorias. E uma das que temos a liderança em praticamente todos os continentes é Proteção Labial, com vários produtos diferentes e inovadores, como o Lip Ice Cube”, Roberta Baldini, gerente de Marketing e Vendas da Mentholatum

2º Coleção Quero Mais Cor Meu Amor, Aspa (382 pontos)

3º Clean Solution Água Micelar, Adcos (378,5 pontos)

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prêmio atualidade cosmética Linha/Coleção de Maquiagem Alê de Souza, Océane

2º Fit Me, Maybelline (372 pontos)

(402,5 pontos)

“A Océane é uma empresa de oito anos e há dois entrou na categoria de Maquiagem. É o segundo ano que ganhamos o prêmio. Então é muito importante para a gente, porque estamos começando a ser reconhecidos também pela categoria de Maquiagem. Começou com outros produtos e outras categorias, e a parceria com Alê de Souza foi muito importante também”, Glaucia Nakahara, gerente de Marketing da Océane

Perfumaria Latino-Americana Feminina (Escolha do Consumidor) L’Image Radiant, Ésika (18,75% dos votos)

Perfumaria Latino-Americana Feminina olinda, L’Occitane au Brésil (311 pontos) “É uma honra, porque falar de brasilidade é muito amplo e plural. E trazendo ingredientes naturais dentro das linhas de produtos, mas falando principalmente da cultura brasileira, dessa alegria que a mulher tem. E transmitir isso dentro de uma fragrância é muito rico para a gente, muito gratificante”, Marina Glover, gerente de Desenvolvimento da L´Occitane au Brésil

2º Grace Midnight, Hinode (301 pontos)

3º Batons Líquido Matte, DNA Italy (349,5 pontos)

“É uma grande honra. Mais do que estar em qualquer outra categoria, estar na ‘Escolha do Consumidor’, por sermos uma empresa de venda direta moderna, com plano de carreira, mas somos muito comprometidas com a qualidade dos produtos, com inovação e com a satisfação de nossos consumidores. Então, este prêmio é o maior que a gente poderia receber. E como é um produto que está chegando no Brasil no ano que vem, este é mais um endosso de que estamos indo pelo caminho certo”, Letícia Taleb, gerente de Marketing da Belcorp BR 2º Wishes Rock, Água de Cheiro (16,25% dos votos)

3º Fascina Collection, Ésika (294 pontos)

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3º Eterna Cystal, Hinode e Grace Midnight, Hinode (11,25% dos votos)


Perfumaria Internacional Feminina Lady Emblem, Montblanc (330 pontos)

2º Fresh Couture, Moschino (324 pontos)

“Incialmente, o desafio que nós temos aqui no Brasil é a questão tributária. No Brasil, por questões tributárias, tudo se torna luxo. A Montblanc é a marca de canetas de luxo mais vendida no mundo. Através do perfume, eles conseguem mostrar um pouco esse grande projeto deles de uma maneira mais acessível, e o perfume acaba sendo mais acessível para as pessoas. Então, realmente é um projeto sensacional e estamos muito felizes por termos lançado no Brasil este ano” André Diniz, CEO da Vizcaya

3º Omnia Tourmaline Parayba, Bvlgari (298 pontos)

Perfumaria Latino-Americana Masculina (Escolha do Consumidor) Overdose Grey, Racco (22,1%)

Perfumaria Latino-Americana Masculina Cumaru, L’Occitane au Brésil (307 pontos) “A L’Occitane au Brésil valoriza as riquezas naturais, mas também as riquezas culturais. E acho que este prêmio é uma valorização tanto para essa interpretação, essa tradução desses ingredientes naturais e também para inovação, porque realmente Cumaru trouxe um design totalmente inovador, uma embalagem que não tem um cartucho convencional. O (designer) Marcelo Rosenbaum trouxe a ideia de traduzir a rusticidade dos ingredientes através desta caixa, que parece uma caixa de ovos, sendo o primeiro e único no mercado é muito orgulho”, Maria Victoria Gallo, gerente de Marketing da L´Occitane au Brésil

2º Leyenda Christian Meier, Ésika (300 pontos)

“Para mim, este foi um grande prêmio, pois foi escolhido pelo público e a gente faz produto para agradar ao público. Então, o fato de o consumidor ter escolhido é muito significativo. É uma honra, tem uma pesquisa imensa envolvida na área de perfumaria”, Lillian Luzia Ciappina, diretora Regional da Racco para o ABCD/SP

3º Homme 033 Vivré, L’Bel (271 pontos)

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2º Homme 033 Vivré, L’Bel (18,2% dos votos)

Atualidade COSMÉTICA

3º Empire VIP, Hinode (11,7% dos votos)


prêmio atualidade cosmética

Criação Perfumística Livre Luciana Bergamasco de Aguiar, Vollmens (362 pontos)

Troféu Aparício Basilio da Silva – Criação Perfumística Latino-Americana Feminina Elisabeth Maier (Robertet) - Grace Midnight, Hinode (191 pontos)

“Estou muito feliz. Para mim representa todo um esforço, um trabalho, praticamente uma vida batalhando e estudando, sempre querendo criar coisas novas. Ganhar este prêmio que foi o primeiro é maravilhoso”

2º Samuel Moraes, Citratus (325 pontos)

“Estamos extremamente honrados, porque a Hinode permitiu que nós criássemos e pensássemos junto com eles o que era comercial e o que era para o mercado de assinatura. Então é um grande reconhecimento para nós, para Hinode pela visão deles e também para nós por termos ajudado-os em sua criação”, Piero Savio, vicepresidente de Fine Fragrances da Robertet

3º Patrícia Muñoz e Karen Henriques, Cramer (308 pontos)

2º Carmita Magalhães (Firmenich ) - Olinda, L’Occitane au Brésil (190 pontos)

3º Christelle Laprade e Fabiane Coupaye (Symrise) L’Image Radiant, Ésika (187 pontos) 2º Maurice Roucel (Symrise) - Leyenda Christian Meier, Ésika (199 pontos)

Troféu Aparício Basilio da Silva - Criação Perfumística Latino-Americana Masculina Edison Fujita (Vollmens) - Boníssimo Black, Avatim (199 pontos* - vencedor no critério de desempate)

“Felicidade total, por concorrer com Maurice Roucel, Jerome Epinette, entre outros grandes nomes. E também fomos a única empresa nacional concorrendo, então tem um valor muito grande. O desafio foi fazer um perfume que agrade todas as regiões do Brasil, pois a Avatim é da região Nordeste, da Bahia. Então um perfume para agradar todo o Brasil e a América Latina, é complexo, pois tem de ter um poder de criatividade grande para isso”, Edison Fujita, perfumista da Vollmens Fragrances

Atualidade COSMÉTICA

3º Sophie Truitard (Mane) - La Folie, Racco (183 pontos)

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prêmio atualidade cosmética 1

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1) Michel Ulloa, Celso Orlandi, Magdalena Fuenzalinda, Sérgio Cardoso e Andres Brent (Cramer) 2) Marcelo Patrus (Patrus Transportes) e Bruno Baptista (Antilhas) 3) Carolina Vasone (Revista Elle) 4) Ana Herrera (O Avesso da Moda) e Sarah Oliveira (blog Sarah Oliveira) 5) Julio e Lena Peron (Feitobrasil) 6) Samuel Moraes (Citratus), Sílvia Costa (L´Essence) e esposo 7) Michael Rentel e a equipe da Citratus 8) Susana Salvatico, Gilbram Salvatico, Amarilis Bertachini, Goffredo Angelo (Formapack) e Renata Ashcar.

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prêmio atualidade cosmética 1

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1) Brito de Paula e Kelly Costa (Lacan) 2) Carolina Mass , Vanesa Misquini e Karin Silva (Wheaton) 3) Maurício Carini, Alessandra Dalben (Aptar) e Júlio Neves 4) Marcelo Pereira (ao centro) da Corel e família 5) Regina Devecchi, Mônica Eyzano, Ricardo Pires e Juliana Campanhão (Dierberger) 5) Crisciane Rodrigues (Hinode).



categoria Batons

O queridinho das nécessaires Marcas de batons apresentam inovação em cores, nomenclaturas e formatos; Matte segue como a grande aposta entre as texturas >>> carol rodrigues

T

oda mulher tem ao menos um item de maquiagem em sua bolsa. E, na maioria dos casos, este item é o batom, um dos mais antigos itens de beleza feminina. De acordo com o relatório da consultoria Mintel sobre Maquiagem e Esmaltes para Unhas, divulgado em maio de 2016, 63% das mulheres brasileiras disseram usar batom ou gloss em um dia normal, em comparação com 25% das mulheres que afirmaram usá-los em uma ocasião especial. Já no relatório divulgado no ano anterior, a subcategoria de produtos foi apontada como a mais utilizada pelas brasileiras. O consumo total de produtos para os lábios (incluindo batom, brilho labial e contorno/lápis para os lábios) foi de 75% entre as consumidoras. “Dificilmente você encontra uma mulher que tenha menos de três batons na bolsa, além dos que têm em casa. É um dos itens de maquiagem de maior rotatividade na nécessaire”, comenta Cida Martins, gerente de produto da Payot. Das jovens às maduras, a preferência varia. Para Patrícia Melo, gerente de pesquisa e desenvolvimento de produtos da Vult Cosmética, em geral, as mulheres mais maduras optam por produtos multifuncionais que ofereçam praticidade na aplicação, enquanto as mais jovens buscam cores diferenciadas e estão mais ligadas às tendências.

No momento de comprar um batom, elas buscam alguns atributos. Segundo Daniella Brilha, diretora da marca Maybelline, são eles: a cor e o resultado depois de aplicado; a durabilidade; a consistência e o acabamento na hora da aplicação, com preferência para a textura matte; a sofisticação da embalagem e a boa relação custo-benefício. “E a própria marca, já que levam em conta se é de qualidade e confiança”, acrescenta. Neste contexto, as marcas, que já disponibilizam cores para todos os gostos, investem em texturas e nomenclaturas ousadas, e por que não formatos?

Aposta no matte O batom matte, caracterizado por não possuir brilho, ser opaco, fosco ou de efeito aveludado, vem conquistando espaço entre as brasileiras. A marca Payot, por exemplo, lançou no início de 2015 a coleção de batons Mate, inicialmente com oito cores (Délicat, Explosive, Joia Rara, Happy Day, Dominator, Femme, Sensual e Intense Purple). “Todas as cores alcançaram excelentes vendas. Tanto que, após 12 meses, o mix foi complementado com mais oito cores”, relembra Cida. A preocupação da marca era disponibilizar um batom matte, que não tivesse a característica de arrastar os lábios. Afinal, às vezes ele é mais seco e resseca um pouco. “Nosso batom Matte tem uma cremosidade muito boa e uma

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duração mais longa”, garante ela. Os novos batons se juntaram aos líquidos Matte, lançados em julho de 2015 com embalagem diferenciada, semelhante a um frasco de gloss labial. “O aplicador garante uma utilização mais definida e a secagem super rápida evidencia o efeito matte imediato. Neste produto, é necessário cuidado redobrado na formulação para garantir a fixação, que a secagem seja rápida e o produto não fique craquelado”, observa a gerente da marca que, em 2017, disponibilizará mais novidades nos batons, já em fase de desenvolvimento. O matte também é a aposta da Vult Cosmética, que lançou durante a Beauty Fair 2016 a Coleção de Batons em Bala com Efeito Matte e a Coleção Let’s Rock com cores metalizadas. “Com o sucesso da nossa linha de Batons Líquidos Matte, quisemos explorar ainda mais este acabamento, trazendo uma proposta em bala, com efeito matte, muito confortável na aplicação e durante a utilização do produto”, destaca Patrícia. São 16 cores. “Como somos uma marca super antenada às tendências, desenvolvemos a Coleção Let’s Rock que traz uma formulação bem cremosa na aplicação com efeito metalizado. Este produto é grande sucesso! Tivemos um retorno muito positivo sobre esta coleção.” Como batom é o produto queridinho dos consumidores da Vult, aten-


essencial e usual: 63% das mulheres disseram usar batom ou gloss em um dia normal, de acordo com estudo da Mintel. dendo aos pedidos, foram lançados também seis cores para complementar a linha de Batons Cremosos. São cores clássicas compostas por nudes, vermelhos e rosas. Segundo a gerente de pesquisa e desenvolvimento de produtos, para lançar as coleções, a marca realizou uma vasta pesquisa de matérias-primas e optou pela utilização de

variedade: para atender a todos os gostos, marcas apostam nos mais diferentes formatos.

ésteres e ceras vegetais, que além de propiciar à formulação um sensorial e aplicação diferenciados, ainda auxiliam na hidratação dos lábios. Patrícia prevê que, para o verão 2017, a tendência para batons sejam cores suaves e discretas, embora os clássicos vermelho, cereja, bordô e os metalizados continuem em alta. “Para embalagens, praticidade e beleza andam de mãos dadas e no que diz respeito ao sensorial, os cremosos estarão mais em evidência, mas os queridinhos matte não sairão das nossas bocas.” Também de olho na tendência matte, a Maybelline NY lançou o Extreme Matte by Color Sensational, um maxi lápis labial com uma fórmula que combina pigmentos de pura cor à resina derivada de açúcar e que, de acordo com a empresa, é capaz de entregar um efeito matte duradouro. A linha tem oito novas cores:, que também podem ser encontradas na versão lápis ultramatte dos tradicionais Color Sensational. As novidades foram disponibilizadas entre outubro e novembro e trazem nomenclaturas descoladas. Segundo Daniella, a marca oferece tendências e inovações acessíveis e em todas as comunicações busca falar com a mulher moderna, jovem e antenada. “Tentamos refletir um pouco da sua personalidade nos produtos e nomes. Eles são pensados não apenas para indicar a cor ou benefício do produto, mas também

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trazem um tom mais emocional, de como a mulher se sente ou o que ela quer dizer quando escolhe cada produto, cada cor.” A DNA Italy lançou em setembro o seu primeiro item de maquiagem: o Love Lip Color. A inovação surgiu em um frasco de esmalte, formato escolhido para mostrar a transição da marca, já consagrada no mercado de cosméticos com esmaltes, para a linha de maquiagens. Desenvolvido para realçar a cor natural dos lábios, o Love Lip conta com uma tecnologia que faz com que se adapte ao tom da boca, reforçando a preferência atual de “make natural”. Disponível em duas versões, Love Cherry, com nuance rosada, e Love Red, avermelhada, possui fragrância de frutas vermelhas. No mesmo período, a marca disponibilizou a coleção completa de batons líquidos com textura matte. Composta por 12 cores, a linha inspirada na mulher brasileira conta com tons opacos diversificados que contemplam desde as consumidoras básicas até as mais ousadas. Conforme a marca, a tendência de batons matte veio para ficar e o batom líquido, Love Lip, com a proposta de tingir os lábios com naturalidade, é uma inovação que as consumidoras têm gostado bastante.

À base de água Substâncias umectantes são alvos para o desenvolvimento de novos ativos


categoria Batons

ricardo petriccione, da primera: acabamento e design diferenciam a oferta de embalagens para os batons. karina teixeira, da lubrizol, e vanessa silva, da cosmotec: de olho nas oportunidades, fornecedoras de matérias-primas estão apostando em inovações. cosméticos para os lábios, segundo a empresa de ingredientes Lubrizol. Diante da tendência do matte, a empresa desenvolveu o Aqua Mat Lipstick. “Ele permite uma formulação de batom à base de água, proporcionando um acabamento opaco e matte nos lábios, com benefícios anti-idade e sem secura”, explica Karina Teixeira, gerente de Marketing da Lubrizol. Esta formulação estabilizada com o polímero Avalure Flex-6 permite a utilização de ingredientes ativos solúveis em água, como Antarcticine Marine Ingredient. O polímero Avalure Flex-6, um ingrediente multifuncional não iônico, oferece compatibilidade de pigmento e estabilidade à emulsão para o sistema Pickering W/O, levando à incorporação de cerca de 15% de fase aquosa com um toque suave e confortável em pó. “Esta formulação inovadora permite a utilização de ingredientes ativos solúveis em água, tais como Antarcticine ingrediente marinho C, uma glicoproteína que ajuda a reduzir os sinais de envelhecimento alisando os lábios. O éster Schercemol DISD aumenta a dispersão de pigmentos não revestidos para intensidade e cobertura de cor elevada.” De acordo com Karina, a Lubrizol também disponibiliza o Hilurlip, ativo especialmente delineado para produtos de preenchimento labial. “Trata-se de uma suspensão oleosa com partículas micronizadas de hialuronato de só-

dio, da ordem de 1 µm (micrometro), que melhora a penetração e eficácia. Estas intumescem quando em contato com a água cutânea, produzindo um efeito de preenchimento duradouro nos lábios, além de proporcionar hidratação”, completa.

Do pó ao creme Um batom em pó, o FC8916 – powder-to-cream flame Scarlet – de efeito acetinado, que proporciona a mudança de estado físico do pó ao creme quando aplicado sobre os lábios, é a inovação da empresa de ingredientes Cosmotec. De acordo com Vanessa Silva, coordenadora de Tecnologia e Inovação, isso é possível devido à utilização de dois tipos diferentes de sílicas que, em associação, permitem o desenvolvimento de fórmulas com aparência e textura que se transformam. São elas Aerosil R 202 (Evonik/Cosmotec), sílica pirogênica, pós-tratada com propriedade de encapsulamento de partículas aquosas, e Sipernat 500 LS (Evonik/Cosmotec), sílica precipitada com alta área superficial e porosidade. Segundo ela, a fórmula do batom em pó, de apresentação diferenciada, atrai a atenção do consumidor pela experiência sensorial de transformação provocada na aplicação e pelo conforto durante o uso. Durante a aplicação, as cápsulas de sílica liberam a fase aquosa, conferindo toque cremoso e refrescância. “A cor in-

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tensa é conferida por pérolas da linha Intenza (SunChemical/Cosmotec), que são pigmentos perolados compostos por mica natural ou sintética e pigmentos orgânicos”, conta Vanessa.

Embalagem não acompanha inovação Se nas cores as marcas inovam constantemente, no quesito embalagem o ritmo não é o mesmo. “O foco do investimento nos últimos anos está voltado muito mais em fórmulas que propriamente em embalagem, que se mantém sem grandes alterações, uma vez que as novas fórmulas utilizam as formas tradicionais como batom em bastão, líquido, cremoso (lipgloss)”, observa Ricardo Petriccione, CEO da Primera Design, empresa especializada em embalagens e acessórios para produtos de maquiagem e cosméticos. No entanto, ele destaca a necessidade de diferenciar o produto no ponto de vendas através de cores e decorações especiais aplicadas à embalagem, ou seja, do design, qualidade, acabamento e funcionamento premium. “Tudo adequado às necessidades econômicas atuais do país. O luxo acessível”, acredita. Em termos de design, o mercado não para, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. “A cada dia surge um novo tipo de acabamento que imprime grande personalidade e customização aos produtos, que esperamos poder oferecer aqui no Brasil em breve”, encerra o CEO.


Healthy Hair from Root To Tip

Cabelos danificados precisam de ingredientes eficientes e cuidados especiais

para devolver sua aparência natural e saudável. A Lubrizol possui soluções exclusivas especialmente desenvolvidas para a reparação dos cabelos. Restaurando a textura, o brilho e a vitalidade dos fios mais danificados, tratando o cabelo da raiz às pontas, deixando os fios com aparência renovada. www.lubrizol.com/personalcare

© 2016 The Lubrizol Corporation. All rights reserved. All marks are the property of The Lubrizol Corporation.


categoria Cabelos

Cabelos e água, sempre de mãos dadas? Com problemas hídricos ao redor do mundo, produtos a seco ou de pouca espuma crescem nos olhos do consumidor, indicando uma nova tendência mais sustentável >>> da redação

O

shampoo a seco não é um produto novo no mercado, muito pelo contrário. É um segmento já estabelecido, porém, apenas de cunho alternativo para aqueles que precisam de algo rápido, que não envolva um enxágue demorado e que consuma muito tempo. Porém, discussões socioambientais ao redor do mundo implicam numa mudança nos hábitos do consumidor, fazendo com que produtos que não precisem de água ou requerem uma quantidade menor e mais eficiente, ganhem espaço. Pesquisas da Euromonitor International mostram que consumidores mais preocupados com a sustentabilidade dos produtos são aqueles de países sofrendo as maiores crises ambientais. No caso das crises hídricas, Índia, Indonésia, Brasil, países do Oriente Médio e Tailândia figuram entre os que tiveram maiores mudanças em hábito de consumo. Porém, problemas de abastecimento de água não são momentâneos, pelo contrário. Segundo o Fórum Eco-

nômico Mundial, as crises hídricas ao redor do mundo lideraram a lista de maiores problemas a longo prazo de 2015, e isso implica numa grande mudança de hábitos de consumo, principalmente na categoria de haircare. Falta de água não é nada desconhecido por nós, brasileiros. Em 2015, São Paulo sofreu uma das suas maiores crises hídricas – se não a maior –, passando por racionamentos e tendo que recorrer à reserva do infame Volume Morto. Atualmente, a capital do País, Brasília, passa também por um delicado racionamento de água, sem contar anos de escassez na região Nordeste. Internacionalmente falando, o estado da Califórnia, nos EUA, também passou por dificuldades em relação às suas reservas, tendo que adotar diversas medidas para que sua população não fique, literalmente, sem água. Isso gerou uma demanda que a indústria de cosméticos pode atender mundialmente ao investir e trazer novos produtos, fórmulas ou propostas em geral no segmento de shampoos secos ou com baixa espuma. As empresas, ao investirem em pesquisa e produção de produ-

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tos assim, podem proteger suas linhas contra possíveis flutuações de mercado decorrentes de aumento de custo da água, uma vez que está mantendo a demanda de produtos de limpeza capilar abastecida sem depender tanto do fornecimento de água. Além dos interesses financeiros e comerciais, a empresa auxilia com a conscientização e a própria economia de água com o preparo de campanhas específicas para essa questão, relacionando estes produtos à urgência e importância ambiental da questão, dando um caráter mais verde às suas linhas, e utilizando menos água na própria linha de produção. Portanto, investir no segmento de shampoos secos com


poos de muita espuma ou que envolvem uma grande quantidade de água em seu processo de fabricação, implicando um aumento tanto no seu preço final, quanto na sua pegada ecológica.

Conceitos adicionais

consumidora norte-americana aplica shampoo a seco: com crises hídricas mais frequentes pelo mundo, o uso do shampoo a seco vem ganhando espaço na rotina de mulheres mundo afora. uma campanha adequada e um marketing bem pensado pode significar também um ótimo ganho reputacional, pois o consumidor também está mais preocupado com questões ambientais, ele se preocupa com os “selos verdes” nos produtos que consome. Ele quer ver que aquilo que ele está usando em seus cabelos com o mínimo de impacto ambiental possível, e o caráter socioambiental de empresas que se mantém atentas a essas questões agregam um maior valor aos produtos, tornando-os mais procurados pelo consumidor. Ao contrário de que alguns pensam, a ponta final do processo não é a única que deverá sofrer alterações de mentalidade. O processo de produção

em si deverá sofrer uma alteração em seu uso de água, já que é nele que a maior quantidade de desperdício e ineficiência de uso ocorre. Os maiores impactos ambientais ocorrem nessa parte e as indústrias deverão sofrer mudanças nisso, principalmente nos países que estão já passando por crises de abastecimento. Países africanos e do Oriente Médio, principalmente, já estão pensando em começar a utilizar alternativas vegetais como água de coco em suas linhas de produção, reforçando o caráter sustentável e reduzindo o impacto ambiental. Lugares esses, também, onde a água é escassa e a população não possui poder aquisitivo suficiente para fazer uso de sham-

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Atualidade COSMÉTICA

Mais do que atenção para as questões hídricas mundiais, o uso de shampoos secos ou com menos espuma abordam também o No Poo/Low Poo. Esse conceito se originou quando consumidoras começaram a rejeitar o uso de sulfatos na formulação de seus shampoos, um ingrediente muito comum, mas que muitos afirmaram ser prejudicial aos cabelos, principalmente ao público cacheado. O sulfato presente em muitas formulações é o ativo responsável por uma limpeza mais profundas nos cabelos, indicado principalmente para cabelos mais oleosos. Mas as formulações livres de sulfato implicam em menos espuma, carregando consigo uma necessidade muito menor de água e, posteriormente, se integrando também com shampoos secos. Em resumo, o útil uniu-se ao agradável. Enquanto procurava-se uma alternativa menos agressiva de limpeza para cabelos que não precisavam de um controle profundo de oleosidade, surgiu uma solução para um problema muito maior, o de abastecimento de água. A soma desses fatores elevou o que antes era um nicho para um novo hábito de consumo e, mais que isso, uma oportunidade maior de expansão de negócios para as indústrias. Porque, primeiro, ao se alterar a forma de produção para o menor uso de água possível, se corta gastos. Segundo, se protege sua própria linha contra flutuações de mercado decorrentes das crises hídricas ao redor do mundo, trazendo maior segurança para a operação da empresa. E, por último, se adapta os produtos e as linhas para a mudança de hábito e mentalidade do consumidor, que agora não busca somente uma boa limpeza ou praticidade no seu dia a dia. Esses fatores ainda estão presentes em sua procura por um produto, mas ele também quer ter certeza de que aquilo que compra está sendo feito de maneira responsável ambientalmente.


Express

Express

O valor de um abraço Para lançar sua mais nova linha, a L’Occitane au Brésil decidiu usar um gesto de carinho – que segundo a marca é uma característica cultural muito forte de norte a sul do Brasil – como inspiração: o abraço. A linha que leva o nome do gesto é composta por cinco produtos: deo colônia, loção desodorante corporal, sabonete líquido cremoso, creme de mãos e sabonete perfumado. E para traduzir este gesto considerado pela marca como “muito brasileiro”, surgiu o desafio de criar uma fragrância que materializasse este ato. “E a gente traduziu esse abraço numa fragrância, desenvolida por vários perfumistas da Firmenich, que traz na saída um pouco mais de notas frutais, damasco e bergamota; um corpo floral mais delicado, para trazer essa delicadeza do abraço, e o fundo de musk, leite e fava tonka, para trazer aquele conforto”, explica Victoria Gallo, gerente de Marketing de L’Occitane au Brésil. Argentina de origem e casada com brasileiro, ela conta que quando chegou ao País, de certa forma, se surpreendeu com a forma com que o brasileiro “utiliza” o abraço em diferentes momentos. “Isso é tão brasileiro, que é no Brasil inteiro, não só em uma região. E como é de todo o País, combinamos os cinco extratos dos nossos biomas, dos pontos que a marca nasceu. Então, dentro desta linha, temos o extrato de Mandacaru, de Vitória Régia, de Aguapé, de Araucária e de Bromélia. Estamos representando o Brasil inteiro dentro desta linha. É um abraço do Brasil, de L’Occitane au Brésil para o Brasil”, resume. Além da fragrância, a marca também buscou representar o abraço no frasco da deo-colônia. Com design de Marcelo Rosenbaum, em parceria com o Fetiche Design Studio, o profissional se inspirou na união de um abraço e nos dois termos que, segundo Victoria, formam esta união, que não tem começo nem fim, que

Vida para ele e para ela

é infinito, para representar o abraço neste frasco.“Se olhar por trás, você vê um coração. Dois corações encostando um no outro. Então, a ideia foi que o frasco, assim como o abraço é um gesto que não precisa de palavras, transmita o abraço sem precisar de palavras, porque você olha para ele e entende o abraço nele”, contextualiza a gerente. Já as ilustrações das embalagens foram desenvolvidas pela agência de design Centdegrés e representam encontros por meio de círculos aquarelados em cores vibrantes, para mostrar a diversidade de sentimentos e elos que unem as pessoas no momento de um abraço. Distribuição: lojas próprias, quiosques e-commerce. Preços: de R$ 28 (creme de mãos) a R$ 125 (deo colônia). SAC: 0800 171 272. Site: www.loccitaneaubresil.com

Seguindo sua sequência de criações conjuntas com grandes nomes dos cosméticos, a Avon anuncia a Avon LIFE, nova linha criada em colaboração com o renomado designer Kenzo Takada, conhecido mundialmente por suas criações inspiradas em elementos orientais e ocidentais, sempre tirados da natureza. A marca é constituída por uma fragrância feminina e uma masculina, ambas assinadas também por mestres perfumistas da casa de fragrâncias Fimenich, uma das mais reconhecidas mundialmente. Dentre eles estão Alberto Mortilas, Olivier Cresp e Frank Voelkl. Ambas as fragrâncias possuem dois elementos em comum, a violeta no centro de tudo e a íris ao fundo. As duas, também, tem grande foco nos aromas florais, que segundo Takada traduzem positividade, otimismo e, claro, sofisticação. A Avon LIFE For Her tem como objetivo trazer à mulher um mix envolvendo fluidez e frescor, enquanto que a Avon Life For Him busca mais personalidade, com notas aquáticas que também traduzem fluidez, porém com a adição da pimenta preta e zimbro, que trazem a robustez masculina para a fragrância. Distribuição: venda direta. Preço: R$ 149 (cada). SAC: 0800 708 2866. Site: www.avon.com.br

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Há 38 anos a Ápice se dedica à produção de soluções gráficas para: Displays Cintas Cartelas Blister Cartuchos Luvas Packs Promocionais Rótulos em Papel Couché

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Express para a Pele dos pequenos A Mustela desenvolveu a linha Mustela Solares, que visa a proteção contra raios UV de bebês e crianças. A pele infantil, comparada à adulta, possui uma barreira cutânea muito mais frágil e, portanto, necessita de cuidados mais específicos. Pensando nisso, a marca incluiu em sua fórmula um complexo de ativos patenteados de origem natural e Vitamina E. Entre esses ativos patenteados está o Perséose de Abacate, um ingrediente biomimético que protege as células-mãe contra os raios UV e agressões externas, como areia. Possui uma textura leve e de rápida absorção na pele, sua fórmula possui 85% de sua fórmula proveniente de ingredientes naturais e é livre de perfumes, álcool, parabenos e outros conservantes de risco à saúde. O novo formato da embalagem torna a aplicação mais prática, com design arrojado e nas cores azul e amarelo. Distribuição: farmácias, supermercados e perfumarias. Preços: R$ 52,74 (rosto), R$ 80,86 (loção) e R$ 116,04 (spray). SAC: (11) 3331-4640. Site: www.mustela.com.br

Magia dos contos de fada

Look natural

A Revlon Professional lança sua linha Equave. Inspirada na magia dos contos de fada, a linha promete resultados imediatos para o cabelo. Enriquecidos com queratina, os produtos visam maior proteção contra fatores externos como poluição, química e o calor de secadores e chapinhas, além de proporcionar maior força e vitalidade para os fios. A linha é formada por três produtos: o Equave Detangling Shampoo – que promove limpeza e nutrição, conferindo ação dupla para o cabelo –, o Equave Sun Protection Detangling Conditioner – um leave-in que traz suavidade e maciez para os fios, além de propriedades antioxidantes e proteção contra os danos de raios UVA e UVB – e o Equave Hydro Nutritive Detangling Conditioner, outro

A M.A.C lança no Brasil o novo lápis Brown Sculpt. O lápis proporciona uma grande amplitude de opções com sua ponta angular e retrátil, ideal para moldar ou aumentar as sobrancelhas, enquanto sua ponta pontiaguda proporciona um efeito de precisão. Seu lado plano também confere a possibilidade para um look natural ou difuso, além de possuir uma escova para pentear e definir.

leave-in de ação instantânea que hidrata e reconstrói o fio. Distribuição: salões profissionais. Preços: R$ 76,90 (shampoo), R$ 81,90 (leave-in Hydro Nutritive) e R$ 99 (leave-in Sun Protection). SAC: (11) 4878-2001. Site: www.revlonprofessional.com.br

Distribuição: lojas próprias e e-commerce. Preço: SAC: 0800 892 1695. Site: www.maccosmetics.com.br

Unhas de valor

Efeito leque

Com grande sucesso e aceitação do consumidor nos

Sucesso nos Estados Unidos, a Maybelline NY está trazendo para o Brasil um produto muito forte de seu portfólio: a Máscara Lash Sensational. A fórmula apresenta uma cor preta, com dez níveis diferentes de cerdas para seu pincel, proporcionando um maior alcance para os menores cílios, trazendo um efeito leque. A máscara estará disponível em duas versões: lavável e à prova d'água, tendo sua quantidade disponível limitada.

EUA, as marcas Morgan Taylor e Gelis – fortes na linha de cuidado com as unhas – chegam ao Brasil por meio do grupo Hand & Nails Harmony Inc. Os esmaltes da Morgan Taylor apresentam cores fiéis às que são identificadas em suas embalagens, enquanto seus frascos são feitos com design personalizado no vidro italiano, que foram projetados para que a entrada de luz ocorra sem nenhuma distorção. São livres de substâncias que geralmente causam alergia na consumidora e tem suas cores inspiradas em pérolas, pedras preciosas ouro e prata, com brilho efeito gel e rápida secagem. Enquanto a Gelish é conhecida por ser a primeira marca a utilizar a tecnologia LED de secagem rápida em seus esmaltes, além de serem feitos para os profissionais de salões e durarem até 21 dias, e quando retirados, não danificam as unhas. Distribuição: salões de beleza. Preço: R$ 35 (Morgan Taylor - 15 ml). SAC: (21) 2263.7829. Site: www.nailalliance.com.br

Atualidade COSMÉTICA

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Distribuição: farmácia, supermercado, perfumaria e quioesques. Preço: R$ 55,40. SAC: 0800 701 0114. Site: www.maybelline.com.br


neuronioadicional.com.br


negócios Resultados artur grynbaum: crescimento de um dígito alto em um ano difícil como 2016, deve ser comemorado.

Missões cumpridas

Grupo Boticário faz avaliação sobre 2016 e crê que possui muito mais motivos para comemorar do que para lamentar. Segundo seu presidente, Artur Grynbaum, as quatro unidades de negócio cumpriram seus papéis ao longo do ano >>> Aûani Cusma de Paula e Rafael Mendonça Atualidade COSMÉTICA

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ão poucas as companhias que têm a possibilidade de, ao olhar para 2016, dizer: “Apesar do ano difícil, continuamos crescendo”. Uma delas certamente é o Grupo Boticário que, mesmo diante de todos os desafios apresentados pelo mercado no ano, tem motivos para comemorar. Cada uma à sua maneira, as quatro unidades de negócio do Grupo mostraram sinais evolutivos. “Vamos apresentar um crescimento sim neste ano e vamos terminar o ano com a abertura de mais de 70 novas lojas em todo o País. Tínhamos uma previsão que beirava 35, 50, e nós conseguimos com esforço do nosso time, com nossos parceiros de negócios, fazer um maior número de oportunidades de empregos, na abertura de nossas lojas, fechando então com um número bem maior do que tínhamos planejado. E quando comparamos com o que temos visto no mercado, é um número bastante diferenciado”, vibra Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário. De acordo com o empresário, o balanço da empresa vai apresentar um crescimento de um dígito alto, o que pode ser entendido como algo entre 6% e 9% de incremento nas vendas. O executivo crê que o papel de todas as marcas foi cumprido bem ao longo da temporada, realizando um equilíbrio interessante entre elas. “O Boticário seguiu crescendo; Eudora fez uma respiração, voltamos a planejar o que a gente tinha e também estamos satisfeitos, ela lançou mais de 100 produtos e dobrou o tamanho do time. Quem disse, berenice? fecha o ano com 200 lojas. Com quatro anos de atuação já é a maior rede de lojas de maquiagens do Brasil. E a The Beauty Box também, é a maior rede de perfumaria seletiva multimarcas por número de lojas. Então, a gente sai de um ano de crise e nós não estamos alheios a isso, mas procuramos olhar quais são as oportunidades que temos

de fazer a expansão de consumidores, de nossos pontos, de canais, para poder hoje, através dessa questão múlti, de vários canais e várias marcas, conseguir poder estimular diferentes tipos de consumidores”, resume ele. A multicanalidade já vem fazendo parte da realidade do Grupo Boticário há alguns anos. Mais recentemente, resolveram se aventurar também no canal farma, com os produtos de quem disse, berenice? e da marca própria da The Beauty Box. “O consumidor de farma tem crescido. É uma compra diferente da que temos em nossas lojas, é uma compra muito mais de oportunidade. Nós temos um conceito de especialistas em maquiagem, quando a cliente entra em nossas lojas ela tem um ‘show’ de nossas atendentes com relação a conhecimento de produtos e tudo mais. No farma é conveniência, mas é uma boa oportunidade para o cliente experimentar, às vezes ela vai atrás de um batom, um produto mais simples e ela encontra isso no farma. E aí eu quero estar presente também para oferecer esse contato da marca com esse consumidor, para ele conhecer melhor”, observa Artur.

avanços em diferentes frentes O Grupo Boticário também se orgulha de outros movimentos que realizou durante 2016. O presidente recorda que a unidade de Camaçari, no estado da Bahia, foi transformada na fábrica de cosméticos mais sustentável do Brasil. Também na Bahia, inauguraram o primeiro centro gratuito de formação e estética no Nordeste, além de outras experiências, como a nova tecnologia em que chips simulam órgãos; o processo de fabricação de cremes a frio; e o plástico vegetal nos cremes. Na área de Pesquisa & Desenvolvimento, algumas mudanças foram realizadas visando uma melhor assertividade com relação ao consumidor, buscando entender as propostas de valor das marcas e fazer uma contri-

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Atualidade COSMÉTICA

buição em termos técnicos também. “Tenho uma pessoa dentro do P&D que consegue capturar esses sinais de nossas marcas e traduzir de uma forma mais P&D, traz um pouco daquela conversa mais técnica e passa uma conversa cada vez mais de consumidor”, pontua. “A vantagem é que a gente tem hoje um modelo que nos dá uma dinâmica bastante boa em relação ao mercado, com diferentes marcas, diferentes canais e diferentes produtos. E se o P&D trouxer uma coisa bacana eu posso colocar em quatro marcas, por exemplo. E cada vez mais eu consigo que a visão seja afinada com relação ao consumidor, aí a gente tem uma assertividadade muito maior.” Avaliando suas operações internacionais, o executivo fala sobre a Colômbia, país onde O Boticário inaugurou três lojas neste ano, chegando assim a oito. Ele conta que houve crescimento nas unidades já existentes e diz que está com uma expectativa grande com este Natal, para ver como vai ser a reação do páís. “Porque a gente fez um investimento em marca para ver se a gente conseguiu atingir o ‘coraçãozinho’ dos colombianos. Mas está dentro e faremos o possível para expandir.” Principal unidade de negócio do Grupo, o Boticário explorou bastante as promoções durante o ano. Para Artur, elas fazem parte da dinâmica do jogo e, em anos em que há uma competição maior no mercado, tem de fazer alguns investimentos maiores em cima disso. “Mas acredito que a gente tenha feito uma boa equação lá. A gente foi assertivo na quantidade, na profundidade das promoções que fizemos, conseguimos atrair a atenção dos consumidores, primeiramente dos parceiros de negócio e vamos fechar uma boa equação de resultados”, assegura. O Boticário lançou em 2016 mais de 300 produtos e fechará o ano com mais de 3.700 lojas. Confira a seguir um balanço do desempenho das demais unidades de negócio ao longo desta temporada.


negócios Resultados

Eudora

“2016 foi um ano de muita transformação e crescimento de Eudora. Felizmente, a palavra ‘crise’ não esteve em nossa agenda”, assim resumiu Daniel Knopfholz, diretor da Eudora. E de fato foi um ano bastante significaticentral de serviço da vo para esta unidade de negócio do Grupo eudora: espaço funciona Boticário, que possui quase seis anos de vida. como ponto de apoio às Ao longo de 2016, Eudora apresentou mais representantes, que podem de 100 novos produtos e inaugurou mais de se abastecer diretamente ali. 40 pontos de venda, entre lojas e quiosques, para representantes e consumidores finais. Além disso, a unidade de crença dela no dia a dia. “A sensualidade é uma das expressões também celebra outro avanço no ano. “Também dobramos o ta- da mulher, mas não é única. Não abandonamos, evoluímos sobre manho de nossa equipe, hoje temos quase 700 pessoas. Num ano aquele território. A nossa estratégia é que a marca se fortaleça atrade desemprego e notícias ruins, a gente dobrar a equipe é motivo vés de seus pordutos e não que cada linha tenha uma expressão de muito orgulho”, cita Daniel, que assumiu o cargo há dois anos tão forte”, contextualiza. “Entendemos que a missão de Eudora era, e meio. Segundo ele, de lá para cá, a marca passou por um perío- além de trazer essa oportunidade de poder, ajudar a fazer, incentido de muita evolução. Ele revela que o trabalho de estruturação var e provocar para que mais gente começasse a cuidar de sua prófoi realizado em cima de três frentes. A primeira foi a abertura e pria vida e ser protagonista de sua própria história”, emenda. Daniel destaca que a abertura dessas chamadas “Centrais de investimento em novos PDVs; a segunda foi um trabalho forte de marca, buscando evoluir seu posicionamento e deixá-lo ainda Serviço” - PDVs de 300 m² a 1.000m² - acaba ajudando na logístimais evidente; e a terceira frente foi a comunicação, mais voltada ca do negócio. “Isso porque a mulher não precisa fazer o pedido e receber daqui uma semana. Faz a compra imediata e vende. em buscar representantes, para chegar a mais gente. Quando Eudora foi lançada em 2011, a sensualidade era uma Ela tem essa facilidade de ir a qualquer hora lá e se abastecer. É das pilastras da marca. Com o novo posicionamento, que será tipo um atacado, já estamos com mais de 30 dessas no Brasil e apresentado em definitivo no segundo semestre de 2017, a marca isso supre bastante a cadeia logística. O nosso desenvolvimento entende que a sensualidade é uma forma de expressão de alguns logístico é para o Grupo todo, não só para a Eudora, e continua momentos da mulher, mas que não é um driver de pensamento, sendo expandido”, explica. loja da qdb?: marca iniciou expansão para o exterior com três lojas em Portugal.

quem disse, berenice? São 200 lojas em apenas quatro anos de vida, sendo mais de 50 unidades inauguradas e mais de 100 produtos lançados apenas neste ano. Estes são alguns números de quem disse, berenice?, unidade de negócios do Grupo Boticário que atua com o modelo de franquias focado em Maquiagem e que está presente em praticamente todos os estados do Brasil, exceto Acre e Roraima. Além disso, com sua marca própria, também conta atualmente com um projeto piloto com a Raia Drogasil. “A gente sabe o quanto o mercado de farmácias vem crescendo e queríamos fazer acertar esse novo formato de maquiagem. Ainda estamos estudando este novo canal.

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Seria muito prematuro dar algum dado sobre desempenho”, conta Marcella Nogueira, gerente de categoria maquiagem e perfumaria de quem disse, berenice?. A gerente lamenta o fato de que, hoje, é possível ver um número menor de pessoas frequentando shoppings. Porém, considera que a marca teve um bom ano, tendo ficado até um pouco acima do número de abertura de loja prevista para 2016. No início de dezembro, quem disse, berenice? deu seu primeiro passo internacional, com a inauguração de três unidades em Portugal, um sonho realizado pela marca. “O fato de ser em Portugal nos aproxima em termos de língua. Entendeu nossa proposta maior, entendeu a irreverência do nome... E a consumidora pediu, a consumidora portuguesa acessa muito aos blogs brasileiros, existe uma comunicação muito forte com as blogueiras”, discorre Marcela. O intuito de quem disse, berenice? é inspirar cada vez mais mulheres a serem bonitas do seu jeito. E, de acordo com a gerente, está cada vez mais claro que não existe idade para a proposta. “Temos tanto as jovens consumidoras como as mulheres mais velhas, maduras, buscando produtos de maquiagem, tirando dúvidas de como se maquiar, procurando produtos certos para tom de pele... Cada vez mais a gente vê o quanto a maquiagem fala com uma parcela certa da população em termos de idade, basta ter uma atitude jovem, é isso que impulsiona nossa marca”, emenda ela, dizendo que esta é uma marca que fala com pessoas de espírito jovem.

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The Beauty Box

Com um modelo criado para vender marcas nacionais e importadas, de diferentes faixas de preço, a rede de perfumarias multimarca apresenta números interessantes em pouco mais de quatro anos de vida. Com unidades em oito estados, a The Beauty Box aproveitou 2016 para investir forte em expansão, terminando o ano com 52 lojas. “Finalmente vamos nos tornar uma multimarca nacional”, comemora Breno Salek, diretor de Marketing e Vendas da rede. A crise vivida pelo segmento de

produtinhos da beauty: marca própria da rede tem alcançado bons resultados de acordo com a empresa.

shoppings centers apresentou boas oportunidades de expansão para a bandeira. Breno conta que alguns desses empreendimentos até custearam as obras das lojas, para poderem contar com a marca em suas cidades. De acordo com o executivo, alguns ajustes de loja também foram realizados ao longo deste ano. “A gente trabalha o modelo high-low nas nossas lojas, que vai de Dior, Lâncome, até Granado, Phebo, quem disse, berenice?, Eudora, etc. Acreditamos muito nessa democracia. Pesquisamos e a mulher brasileira ainda faz isso, por que não trazer isso para a loja?”, indaga ele. Além dessas marcas, a The Beauty Box celebra o bom desempenho de sua marca própria: Produtinhos da Beauty. “Também operamos toda a parte de beleza do e-commerce da C&A e também três quiosques da marca dentro da própria C&A”, completa Breno. Durante 2016 ainda, a marca realizou um processo para escolher três pessoas para serem bloggers da The Beauty Box. As “Beauty Blogger” serão porta-vozes da marca, conhecerão a fundo tudo sobre a marca, participarão de eventos, postarão nas redes sociais e muito mais. “Antigamente o sonho das meninas era ser miss, depois veio a era das top models e agora é ser blogueira, formadora de opinião. O Artur (Grynbaum) falou em dar voz aos sonhos das pessoas e estamos dando voz aos sonhos dessas três meninas que vão nos acompanhar durante todo o ano. É uma ação que poderemos manter todos os anos”, finaliza o dirigente.


negócios Estratégia

Evolução J francobrasileira três anos após a criação de L’Occitane au Brésil, a l´oCcitane faz um balanço positivo da estratégia de uma marca com alma brasileira e herança francesa >>> Rafael Mendonça

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á se passaram três anos de uma aposta ousada. A chegada da L’Occitane au Brésil ao mercado representou um marco dentro da estratégia de expansão do Grupo L’Occitane, afinal, foi a primeira vez que a empresa francesa desenvolveu um conceito de uma marca única em parceria com outro país, tendo os produtos fabricados localmente, fora de sua fábrica, localizada em Manosque, na Provence, Sul da França. E esta cartada vem sendo bastante positiva para o grupo. Atualmente, a L’Occitane au Brésil possui cerca de 150 SKU’s, atuando em dois modelos de distribuição dentro do sistema de franquias: lojas e quiosques, que juntos somam mais de 100 pontos de venda. Por conta da agilidade proporcionada pelos quiosques, este modelo é o mais utilizado na atualidade – são cerca de 80 –, já que loja, na visão da companhia, requer um investimento maior e algumas negociações também são mais difíceis. Nicolas Geiger, diretor Geral do Grupo L’Occitane no Brasil, acredita que a marca evoluiu e encontrou o


CARTUCHOS EMBALAGENS ESPECIAIS Publicidade espaço dela no mercado. Ele explica que o principal foco da marca é o lado natural, a natureza do Brasil, representada nos ingredientes. “Ela evoluiu para o lado dos ingredientes que buscaram adicionar particularidades brasileiras mais bacanas, o cuidado que o brasileiro tem, o lado cultural, e também, especificamente, as particularidades das brasileiras. O jeito dela, de ser linda, que para mim nenhuma outra nação tem. Então, realmente ela se enriqueceu”, comemora ele. Apesar do curto período de vida, a L’Occitane au Brésil já teve chance de internacionalizar sua marca. Nicolas revela que dar este passo não era um dos focos, porém, afirma que foi uma oportunidade que viram de divulgar a marca pelo mundo. O dirigente diz que este foi um processo interessannicolas geiger: a marca te e que a marca teve sucesso, mas local da L’Occitane encontrou o seu espaço no mercado. lembra que é preciso primeiro firmar sua identidade como uma marca do Brasil. “Sempre falei que a marca tem vocação internacional mas, para ser internacional, ela precisa ser uma marca brasileira primeiramente. Não adianta falar ‘olha, essa marca é brasileira’, mas ela praticamente nem existe no Brasil. Mas temos um nível de crescimento muito bom, acho que não podemos reclamar desse momento de um Brasil menos otimista”, contorna, celebrando o fato de a marca estar recebendo demandas internacionais interessantes. “Acabamos de receber uma demanda da Sephora França, que gostaria de vender alguns cremes de mão de L’Occitane au Brésil. Não aconteceu ainda, não sei se vai acontecer, está em negociação. Mas estamos recebendo demandas de fora.”

EMBALAGENS ESPECIAIS VIDROS CARTUCHOS

Posicionamento claro O grupo também atua no País com a marca L’Occitane en Provence, com quase 100 lojas, que possui características completamente distintas da L’Occitane au Brésil. Nicolas conta que há alguns franqueados que são os mesmos para as duas marcas. Mesmo assim, ele garante que tanto os franqueados, quantos os sócios e os consumidores, sabem bem o papel de cada marca. “Eles estão entendendo cada vez mais. No começo, reconheço que era difícil para eles entenderem e a gente sabia disso. Mas temos vários shoppings que tem En Provance e estão pedindo Au Bresil. Temos vários exemplos de que quando as duas marcas estão no mesmo shopping, as duas estão crescendo”, situa. Segundo ele, as duas maiores lojas (próprias) de en Provance e au Brésil estão no mesmo shopping e ambas estão crescendo bem. Atualmente, para a produção dos produtos da L’Occitane au Brésil, o grupo mantém laboratórios no País, onde uma equipe desenvolve fórmulas e realiza pesquisas. Com esta estrutura, o dirigente acredita que a marca é de fato brasileira, por ser feita de brasileiro para brasileiro. Sobre o momento econômico vivido pelo Brasil nos últimos anos, o dirigente acredita que a marca au Brésil tem se portado muito bem. “O Brasil cresceu muito nos últimos meses. Somos até um destaque no grupo pelo fato de que a gente está conseguindo continuar crescendo. Espero que isso tenha a ver com o fato de que temos uma proposta que agrada muito o consumidor brasileiro”, completa.

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CARTUCHOS

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negócios Varejo

Navegando pelo Brasil Com foco em se estabelecer em shoppings centers das principais cidades, a Bel Salvador mira em uma equipe bem treinada, mix de produtos bem definido e estrutura financeira consolidada, para que a rede siga trilhando o sucesso pelo País >>> Rafael Mendonça

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ma discussão vem ganhando corpo nos últimos dois anos: será que algum dia teremos uma rede de perfumarias digna de ser chamada de nacional? Com as devidas proporções guardadas, vira e mexe a comparação é feita com o canal farma, em que já existem companhias presentes em todos ou praticamente todos os estados do País. Ainda dentro desta comparação, a distância entre ambos os canais é grande, porém, estamos verificando gratos casos nos últimos anos de perfumarias ampliando sua participação pelo território brasileiro – algumas delas até colocando em prática seus planos de expansão. Uma dessas redes certamente é a Bel Salvador, que, depois de se estabelecer em locais estratégicos no Nordeste, chegou ao Sudeste e está prestes a inaugurar sua primeira unidade em São Paulo. A companhia começou atuando com distribuição, mas acabou prejudicada por uma mudança de tributação estadual na Bahia e acabou migrando para o varejo. Inaugurou sua primeira loja de rua e não demorou muito para perceber o potencial dos shopping centers. Hoje, são mais de 20 unidades, sendo a maioria nesses empreendimentos comerciais

e, atualmente, o foco da rede é crescer com operações de shopping. Para isso, a Bel tem procurado manter um padrão de loja, mas sempre visando evolução em termos de layout. Já o mix de produtos é ajustado de acordo com a região. E é justamente o fato de ter um mix bem definido que Ivo Vieira Barbosa, presidente da rede, acredita que a Bel Salvador foi coroada como o “Melhor Ponto de Venda Especializado” durante o Prêmio Atualidade Cosmética 2016. “Além do mix, há também uma equipe bem treinada e valorizada, estrutura financeira consolidada, a confiança inspirada pela marca Bel e a velocidade em que levamos os novos produtos à vitrine”, acrescenta ele, que cita que os principais passos dados no sentido de crescimento, evolução e sucesso pela rede durante sua trajetória foram em termos de estruturar a empresa, buscar seu nicho de mercado e marcar presença nos shoppings, cobrindo inicialmente os melhores da capital baiana.

Expansão estruturada “Se organizada, há espaço para uma rede nacional”. Esta é avaliação feita por Ivo sobre um possível surgimento de uma rede com características nacionais. “Você não pode parar, senão é en-

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golido pelo concorrente. Temos dominado o mercado de Salvador e fomos para outros estados, primeiro no Nordeste e depois Sudeste, e não queremos parar. Queremos uma rede nacional e consolidar nossa posição nos estados”, cravou ele, durante entrevista para a matéria “Especial – Varejo de Beleza – Nordeste: ‘Força arretada’”, publicada na edição 151 da Atualidade Cosmética. Ele sabe das dificuldades oferecidas por um mercado dinâmico como o de cosméticos, que sofre muita influência com as diferentes particularidades regionais. Por isso, mesmo não descartando a possibilidade de haver fusões e aquisições dentro do varejo de beleza, crê que a melhor maneira de se expandir é abrindo lojas de forma organizada, crescendo em uma velocidade média para fazer de maneira estruturada. Desta maneira, o mandatário acredita que a Bel Salvador está no caminho para se tornar uma rede nacional. “Viemos abrindo amplas e confortáveis lojas em várias capitais, sempre nos mais importantes shoppings. Entretanto, não pretendemos fincar bandeira em todas elas. Temos o foco em determinadas capitais”, revela o presidente da rede, sem dizer quais seriam essas capitais. Como o objetivo da Bel Salvador é


operação padronizada: com o objetivo de crescer abrindo lojas em shoppings, a Bel tem procurado manter um padrão de loja.

ivo barbosa: no proceso de expansão há a dificuldade em qualificar mão de obra nos padrões da rede.

crescer, marcando presença em shoppings, dá asas para imaginarmos que é possível a rede estar presente em todos os estados brasileiros, afinal, todas as capitais do País contam com ao menos um shopping. Porém, Ivo reforça que a pretensão da rede é crescer, mas não necessariamente em todas as capitais, e sim nas boas cidades do Brasil. Uma delas é São Paulo, que a rede pretende inaugurar uma unidade até o fim do ano no Shopping Aricanduva. “Estamos chegando em São Paulo com bastante otimismo, cientes do que podemos oferecer a esse mercado, porém, com cons-

ciência da grande concorrência, o que para nós, é saudável. O objetivo de toda boa empresa que se estabelece em São Paulo, é usar esse grande mercado como vitrine para a sua marca. É o que vamos fazer”, destaca.

Desafios a vencer Olhando para o futuro, Ivo cita que há apenas um desafio a ser vencido, superar o atual momento que o País atravessa. “O resto, nós tiramos de letra”, garante. Mas o presidente da rede baiana sabe que há outros embates pela frente, principalmente com relação ao processo

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de expansão da Bel Salvador. “O principal impeditivo para essa expansão é a dificuldade em qualificar a mão de obra com os padrões que estabelecemos”, admite. De acordo com o mandatário, a maior concorrente de suas lojas atualmente é a venda direta. “Leva uma fatia enorme do nosso faturamento”, diz. Sobre como gerir o mix de produtos – taxado por Ivo como o principal diferencial da Bel –, o dirigente afirma que é preciso ser efetivo nas redes socias e rápido nos pedidos e na reposição dos produtos. Conta que outras perfumarias têm o hábito de comprar com data marcada, mas que a Bel não faz uso desta política. Faz pedidos toda a semana, se for preciso. “Talvez esse seja o nosso segredo. É estar atualizado nas redes sociais, para saber o que tem de novidade”, aposta. Já na parte logística, Ivo explica que realiza compras loja a loja, já que considera operação e transporte logístico no Brasil muito caros. “Concentrar a compra para fazer a redistribuição, isso gera um custo muito alto para a gente, então a compra é loja a loja. Menos em Salvador, faturado loja a loja, raramente tem um concentrado na distribuidora. A logística é mais rápida e o custo de transporte é algo fora do normal”, finaliza.


negócios Empreendedorismo

Canal alternativo

Em tempos de vacas magras, empresas buscam canais alternativos para turbinarem suas vendas. E uma operação independente de venda direta nasce como alternativa para quem pretende acessar ao canal >>> Aûani cusma de paula e gabriel oda

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m um mercado que não avança, a busca por novas fontes de receita se acelera. E se o bolo não cresce, o único jeito de ganhar espaço é roubando a fatia dos outros. Por isso, muitas empresas têm olhado com atenção para as oportunidades oferecidas por canais de venda diferentes dos quais operam hoje. Na era do omni channel, que preconiza que as empresas devam disponibilizar seus produtos onde o consumidor quiser encontrá-los, a crise pode, no máximo, ter acelerado a busca por canais alternativos de venda. De fato, isso já era uma realidade que vinha sendo desenhada há algum tempo. Mas, até aqui, foram poucas as marcas que conseguiram realmente empreender uma operação multicanal. A mais bem sucedida delas foi O Boticário, que a partir da experiência de alguns de seus franqueados, estruturam um modelo no qual a empresa oferece o suporte para que os próprios franqueados montassem e operassem suas equipes de venda direta. Hoje, estimativas do mercado dão conta de que o canal já responda por cerca de 10% das vendas da marca. O sucesso da empresa fez com que outras companhias do segmento de franquias, como a Mahogany e a L´acqua di Fiori, replicassem o modelo. Sua maior rival, a empresa de venda direta Natura, tem feito o caminho contrário, com a oferta de alguns produtos da marca nas principais redes de drogarias do Brasil e dando início ao seu projeto de lojas físicas próprias, além do apoio para empresários da venda direta que mantinham

pontos de venda físicos. Mas, o grande “xis” da questão para as empresas sempre foi como fazer e a que custo. Para quem opera na venda direta, adentrar de verdade numa operação de varejo é algo de outro mundo. O mesmo vale para empresas do varejo que querem se aventurar na venda direta. Além dos investimentos e da expertise necessários para montar uma estrutura diferente, é preciso paciência e perseverança para suportar um negócio que precisa ser construído com consistência, para ter uma curva de aprendizado em um ambiente totalmente diferente, e cujos impactos sobre as vendas gerais serão, muito provavelmente, pequenos num primeiro momento. De olho nessa oportunidade é que foi criada a Miranda´s, uma empresa de venda direta que não vai ter produtos próprios, mas que pretende oferecer aos clientes um catálogo com diferentes marcas de empresas que queiram se valer da rede de consultoras que a companhia está montando para adentrar no canal. “No meu caso, a inovação virá de novas marcas, produtos e categorias que a cada dois meses vão fazer a consultora pegar esse catálogo e visitar o cliente dela”, explica a fundadora da empresa, Andreia Eboli. Executiva de sucesso, Andreia fez carreira na venda direta, mais especificamente na Natura, onde ocupou a diretoria responsável pelos negócios na Grande São Paulo e o Marketing para o Brasil. Sua última posição foi justamente a implementação das lojas físicas da Natura. A Miranda´s é um desejo da agora empresária já há um tempo e ela vinha,

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inclusive, conversando com a Natura sobre isso. “O que aconteceu foi que eu fiz meu doutorado, fora do Brasil, em Venda Direta e, dado mais conhecimento do canal, eu resolvi empreender num modelo diferente”, explica a empresária quando questionada sobre o que a levou a sair de uma posição confortável em uma empresa grande e empreender neste novo modelo de catálogo. Para viabilizar a nova empresa, Andreia investiu em tecnologia e parceiros experientes para apoiar a operação. “Meu operador logístico é o mesmo d’O Boticário, temos a estrutura da SAP suportando todo o processo de gestão, então não estou economizando porque sei que, lá na ponta, a consultora quer o compromisso de entrega da encomenda dela cumprido”, diz. Na prática, a Miranda´s se propõe a ser a operação de venda direta das empresas que querem estar na venda direta, mas não tem a intenção de montar uma estrutura própria para isso. “São 85 milhões de consumidores da venda direta atualmente, 30 milhões de lares, e essa vendedora está dentro dessa casa só vendendo cosméticos”, cita. “O que a gente quer, é aproveitar esse canal para que ela venda outras categorias, e para que as empresas que não estão no canal tenham a possibilidade de acessar a todo esse potencial”, pontua. No modelo proposto, Andreia e sua equipe vão responder pela rede de consultoras e todo o suporte a elas, pela logística do negócio e o planejamento do catálogo, para que não haja nenhuma incongruência de artigos que simplesmente faça com que a proposta pareça


andrea eboli, da miranda´s: catálogo com produtos em ciclos de venda limitados é um dos diferenciais da nova empresa.

um amontoado produtos aleatórios, desagregando valor ao negócio. Isso é um ponto muito importante para as consultoras, já que quanto mais produtos diferentes de marcas diferentes maior será o interesse da consumidora. Já as empresas parceiras irão organizar suas próprias campanhas e ações para o canal. A parceria com as empresas pode funcionar de duas formas: por consignação ou por compra com a possibilidade de devolução.

nal forte e quer ajudar eles nisso, então 20% do nosso portfólio é composto por microempreendedores”, afirma. A nova empresa pode funcionar como uma oportunidade para as companhias que não estão no canal (ou mesmo as que ainda não estão no Brasil), chegar ao consumidor da venda direta por meio de uma operação terceirizada, sem a necessidade de fazer maiores investimentos, e testando suas marcas de maneira gradativa.

Target elevado

Alta rotatividade

O público-alvo da Miranda´s são consumidores das classes A e B. E esse deve ser o pocisionamento da maioria das empresas que devem participar da operação. Apesar disso, a empresária diz que pretende trabalhar com empresas de diversos portes e filosofias. “Temos conversado com indústrias grandes que operaram a vida inteira em canais tradicionais do varejo e veem a venda direta como uma nova oportunidade. Mas também temos empresas médias e menores ou, até mesmo, empresas de fora que querem abrir um canal no Brasil. A gente quer também estimular pequenos empreendedores a entrarem em um ca-

O catálogo da Miranda´s será multimarcas e multicategorias. Não é necessariamente algo novo. A carioca Hermes opera um catálogo assim há décadas. Mas, para Andreia Eboli, são muitas as diferenças de posicionamento. Além do perfil dos clientes (a Hermes sempre conversou melhor com os consumidores da classe C) , a Miranda´s não vai oferecer um portfólio de produto, mas sim de marcas, que é o que guia a organização do catálogo. “Eu conto a história da marca como um todo, divulgo ela e depois mostro os seus produtos”, adiciona. Além de não ter produtos próprios,

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a Miranda´s não pretende manter os itens no catálogo por muito tempo. Ainda que eles sejam campeões de venda. “Queremos levar novidades constantemente para a consultora, que encham os olhos da consumidora. Não queremos que a consultora fique dependente de promoções ou ofertas especiais de preço, mas que ela tenha produtos interessantes, por um preço justo para o valor do produto e que estarão disponíveis no catálogo apenas naquele bimestre.” Com a proposta de revisão total do portfólio a cada dois meses, o modelo da Miranda´s permite várias possibilidades para as empresas parceiras. Elas podem usar o canal para oferecer produtos que talvez não tenham sido bem-sucedidas nos seus canais tradicionais, estabelecendo ações e campanhas desenvolvidas especificamente para o canal. Também há uma redução de riscos visto que a empresa não precisa, necessariamente, permanecer no catálogo após o fim do ciclo de campanhas dos seus produtos. “O nosso portfólio muda todo a cada dois meses, diferente de tudo que há na venda direta, onde é um portfólio fixo. Enquanto nos outros, é preciso promoções para gerar atratividade, a minha é o próprio portfólio”, afirma Andreia, ressaltando que os produtos mais vendidos, quando solicitado pelas consultoras, podem até ficar no catálogo por um tempo maior, mas que o menu dessa empresa que fica mais tempo na parceria vai ter de ser alterado. A Mirandas´s é, antes de tudo, um investimento pessoal de Andreia. O plano é manter tudo próximo de si para que haja um maior controle do direcionamento e a garantia de que a proposta inicial não será perdida. Isso também foi o que motivou a empresária a optar pelo modelo mononível. “Estou querendo tocar tudo sozinha, criar esse modelo justamente para não ter nenhuma fuga da proposta de valor da Miranda’s. Acho que daqui a algum tempo, eu talvez busque gente bacana para estar comigo nisso”, completa. Até o momento não há informações sobre quais marcas estarão no catálogo, mas as operações se iniciaram no primeiro trimestre de 2017, apenas na Grande São Paulo, como um teste de posicionamento.


MERCado Tributação

Incertezas num cenário já incerto As atualizações nas regras para cobrança do IPI de cosméticos geraram grande impacto negativo para a indústria, que tem ido à Justiça para reverter a decisão do governo federal. E a definição dessa contenda ainda está longe do fim >>> gabriel oda

F

osse letra morta, o regramento tributário brasileiro já poderia ser enquadrado no gênero de terror, de tão horripilante que é. Mas de morta a legislação tributária não tem nada. Pelo contrário, não existem leis mais vivas que as tributárias brasileiras. Por dia – isso mesmo, por dia! – são feitas dezenas de alterações nas regras. Não bastasse o desafio operacional de acompanhar tantas mudanças, essa situação gera um alto grau de insegurança fiscal e jurídica. Um bom exemplo disso foi a publicação do decreto 8.393, em janeiro de 2015, que atualizou as regras para a cobrança do IPI de diversas categorias de produtos cosméticos, que tem como

base uma Lei publicada em 1989 e cujas regras em vigor antes do decreto estavam em vigor desde 1994. A publicação do decreto alterou os percentuais de IPI cobrados nas operações de vendas internas, ou seja de uma indústria para a sua própria distribuidora. A prática era comum e largamente utilizada no setor. Nesse modelo, via de regra, as indústrias vendiam seus produtos para seus próprios distribuidores por um preço menor do que o praticado nas vendas para outros distribuidores e atacadistas “externos”. Uma vez que esse preço era menor, o repasse do IPI com base na venda do produto também era menor. Isso trazia consigo uma margem de diferença e, gerava distorção na competição, especialmente para o pequeno varejo, que

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se abastece justamente nos distribuidores e atacadistas multimarca. Correta ou não, a verdade é que a publicação do decreto gerou perdas gigantescas para a indústria de beleza, que teve que se adaptar às novas regras em poucos meses. O impacto negativo apareceu no balanço de uma série de empresas locais e multinacionais. No quarto trimestre de 2015, a Avon divulgou que não fossem essas alterações fiscais no Brasil, o seu crescimento teria sido de três pontos percentuais superior. Na Natura, o crescimento nas vendas líquidas também ficou cerca de três pontos percentuais abaixo das vendas brutas, por conta do aumento da tributação. Desde então, sentindo-se prejudicadas pelo decreto, empresas como P&G, Natura e L’Oréal entraram com


a tendência é que a decisão de mérito seja favorável às empresas e que o decreto seja derrubado. “Estamos vivendo um momento complicado em termos políticos e de necessidade de arrecadação, mas posso dizer que temos bons argumentos sim”, completa a advogada. Mas, para além da interpretação conjunta entre Constituição e Código Tributário, os atores envolvidos nas defesas parecem ter alguns desacordos. “O governo já deu a entender que não fará mais concessões às empresas nesse momento. Assim, em princípio, acreditamos que o decreto será mantido, a menos que haja uma pressão muito forte desse setor”, afirma Maucir Frenegosi Junior, sócio da área tributária do escritório de advocacia Siqueira Castro. Procurada pela reportagem, a ABIHPEC, entidade que representa os interesses da indústria de beleza perante os órgãos públicos, não quis se pronunciar.

TIRA, PÕE, DEIXA FICAR

incerteza nas gôndolas: Governo e indústria brigam na Justiça pela equiparação de alíquotas do IPI nas vendas para distribuidores do mesmo grupo econômico ao praticado nas vendas externas. petições na Justiça contra as alterações trazidas pelo decreto, afirmando que a medida adotada pelo governo é inconstitucional. As empresas que obtiveram liminares favoráveis, via de regra, estão seguindo dois caminhos: o depósito do tributo em juízo, para caso as liminares se convertam em causa ganha após o julgamento de mérito, possam reaver o excedente sem maiores complicações; outra opção seria continuar recolhendo sobre os percentuais anteriores à equiparação, provisionando a diferença para que, em um cenário de perda da causa, a empresa tenha os recursos em caixa necessários para arcar com as diferenças. As defesas das empresas têm um argumento em comum. Todas se baseiam numa interpretação da Constituição e

do Código Nacional Tributário. “Numa interpretação conjunta (dos dois textos), vê-se que somente uma lei complementar poderia estabelecer ou equiparar um contribuinte não-industrial ao industrial”, afirma Juliana Lemos, advogada do Trench, Rossi e Watanabe, uma das maiores bancas de Direito do País e que defende uma das empresas envolvidas. Segundo essa interpretação feita pela defesa, o Executivo não possui a autonomia para definir quem será contribuinte do IPI, o que seria uma prerrogativa do Poder Legislativo, que deveria fazer a equiparação das alíquotas entre distribuidores internos e externos por meio de uma lei complementar. Por essa leitura, as alterações impetradas pelo decreto 8.393 deveriam ser revogadas. Naturalmente, Juliana acredita que

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Atualidade COSMÉTICA

Para defender a manutenção do decreto, o Governo usa como argumento o Artigo 8° da Lei 7.798, publicada em 1989. Ele estipula que o Poder Executivo está autorizado a excluir, ou incluir, estabelecimentos à lista de equiparação de alíquotas. Ou seja, por essa leitura, a própria lei ampara as alterações trazidas pelo decreto e para a Procuradoria-Geral da Fazenda, o mérito dessas liminares se perde justamente com a análise desse artigo. A Procuradoria também afirma que o que foi decretado não é nada diferente do que já estava previsto na lei, uma vez que os equiparados de 2015 já eram equiparados na redação original de 1989. O decreto apenas reinclui uma grande lista de itens – praticamente o segmento todo – que haviam sido excluídos do escopo de equiparação da Lei 7.798, do ano de 1989 (para entender melhor sobre ela, confira o box). É esta Lei, e não o decreto, que realmente determina as alíquotas. Segundo o órgão, o que aconteceu nesse interim foi que, em 1994, o Executivo entrou com um primeiro decreto sobre essa lei que excluía justamente os mesmos itens que foram incluídos novamente agora. “As alegações dos


MERCado Tributação

juliana lemos, do trench,rossi e Maucir frenegosi, do siqueira castro: indústrias têm obtido liminar, mas queda em definitivo do decreto ainda é bastante incerta. equiparados (as indústrias de beleza) não procedem, pois o decreto atual não define novos contribuintes. Ele apenas anula o de 1994, voltando a vigorar os termos originais da lei”, afirma Diogo Brandau Signoretti, Procurador Regional da Fazenda Nacional. O que isso quer dizer? Que toda a equiparação já estava prevista em lei, não é o decreto que está alterando contribuintes. Além disso, o procurador ressalta que em 1994, quando o decreto publicado, excluiu itens da lista, não houve nenhum tipo de ação contra o Poder Executivo. “É curioso notar que os contribuintes, quando foram excluídos da tributação, nunca recorreram ao Poder Judiciário para alegar que a sua exclusão era ilegal ou que extrapolava a reserva de lei. Mas agora, com a sua equiparação, alegam ofensa ao princípio da legalidade. Não é possível querer ter o melhor dos dois mundos”, diz Diogo. O governo também disse que o decreto busca limitar a distorção que existia com a diferenciação de alíquotas entre as vendas para distribuidores internos e externos, o que é, segundo o procurador, uma forma de deixar a concorrência mais plana. Como as liminares estão sendo obtidas pelas em-

a origem do problema

diogo signoretti, da fazenda nacional: para o Governo decreto não promoveu alteração na Lei e, por isso, é perfeitamente legal.

presas de forma individual, e não pelo setor de forma geral, esse é mais um fator que, ainda que em caráter liminar, pode gerar efeitos negativos sobre a competição, uma vez que as empresas comtempladas contam com um be-

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A Lei n° 7.798 de 1989 traz uma lista de produtos equiparados, nos quais o IPI da venda interna da indústria para distribuidores do seu grupo econômico será o mesmo que o IPI das vendas para distribuidores e atacadistas externos. A lista de produtos no âmbito da lei, originalmente, é extensa e, na prática, pega o setor de cosméticos inteiro. Posteriormente, foram retirados diversos itens da lista de equiparação por meio de decreto do Poder Executivo, no ano de 1994, mantendo a mesma separação original da lei: por espécie, capacidade e natureza do recipiente dos produtos. Atualmente, com o decreto 8.393 do ano de 2015, os itens retirados foram reinseridos na lista de equiparação e empresas do segmento.

nefício que outras não têm. As discussões sobre quem está certo estão longe do fim. Ainda não existe previsões para o julgamento de mérito, mas é certo que quem perca a causa na primeira instância apele às instâncias superiores até que o tema seja sacramentado pelo Supremo Tribunal Federal. Até lá, o cenário continuará bem nebuloso.



clássicos

da perfumaria por Gabriel Oda

Tradição em barra Com excelência aliada ao emocional, o Odor de Rosas conquistou o brasileiro há anos e continua se mantendo muito forte no mercado com os mesmos valores de seu início

O

cenário era o Brasil do começo do século XX. O País continuava em sua fase de crescimento econômico, mas seguia sendo visto como apenas um país exportador de café, durante a República Velha. Dois primos portugueses, Miguel Santiago e Antônio Lourenço da Silva, radicados no norte do Brasil, viajaram para a Europa. Os produtos de higiene e beleza europeus eram muito conhecidos e renomados ao redor do mundo, sendo alguns dos principais itens de exportação para as colônias por todo o globo. Destaque para um item em especial que chamou a atenção dos primos portugueses, o sabonete Pears. De formato oval, transparente e feito de glicerina, o sabonete britânico já era bem estabelecido no mercado internacional desde o final do século XIX, e sua qualidade e a trajetória da marca serviram de principal inspiração aos primos para sua futura empreitada. Chegando de volta ao Brasil, decidiram criar seu próprio sabonete, algo com a qualidade europeia, mas que representasse a brasilidade, os cheiros característicos do País. Através de várias experimentações e diferentes mixes de cheiros, chegaram no pau-rosa, que viria a ser a principal nota do que se tornaria o clássico sabonete Phebo Odor de Rosas, primeiro produto que não um perfume a ser escolhido pela Atualidade Cosmética para fazer parte do Clássicos da Perfumaria. Com um cheiro forte e marcante, o Odor de Rosas começou a ser usado não só durante o banho, mas também para perfumar roupas, armários e ambientes da casa. O aroma do sabonete vai além do pau-rosa, tendo notas de tomilho e canela no seu topo, que contribuem para um toque amadeirado da fragrância, deixando-a mais encorpada, mas sem perder a sua suavidade, ressaltada pelas notas patchouli, que suaviza a fragrância com um aroma floral e contrabalanceia suas notas mais fortes e robustas. O seu formato também foi igual ao de seu inspirador, o

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Pears. Oval e também feito a partir de glicerina, sua cor diferenciava do britânico, sendo mais escura, puxada ao marrom e levemente transparente. Phebo, o nome do sabonete, e que viria a se tornar depois o nome da marca, foi escolhido por Miguel e Antônio por significar “brilhante” em grego, usado para referenciar o deus grego do sol, Apolo, como uma homenagem à terra ensolarada e quente que é o Brasil. Com o tempo, o produto foi caindo nas graças do brasileiro da época e começou a ser um produto muito comum nas casas de todo o País. A cultura brasileira de maior quantidade de banhos, devido ao clima quente, ajudou com a sua popularização, aliado à sua fragrância característica, tornando Odor de Rosas um prazer olfativo muito popular entre os brasileiros. Mais do que isso, ele transcendeu apenas o banho e se atrelou às memórias afetivas da população. Por ser usado para perfumar roupas e alguns ambientes da casa, o Phebo Odor de Rosas ficou impresso na memória de muitas pessoas como o “cheiro da infância”, que remetia aos momentos em família e isso só aumentou com o tempo. Hoje, muitas pessoas sentem a sua fragrância e se lembram imediatamente de momentos ternos com avôs e avós, primos e família em geral. Isso, aliado à qualidade do produto, fez com que ele se tornasse um clássico brasileiro, hoje conhecido mundialmente. A produção de sua fragrância foi totalmente elaborada pela própria Phebo. Com o tempo, sendo vendida para multinacionais como Proctor & Gamble e Sara Lee, a Phebo perdeu um pouco da fórmula de sua versão original devido ao processo gradual de barateamento de sua produção, mas quando a empresa e, em específico, o Odor de Rosas, foram adquiridos pela Granado, um dos perfumistas envolvidos na fórmula original de sua fragrância que já trabalhava para a própria Granado, Renato Salvi, trouxe a fragrância clássica, com toda a excelência que o produto carregava desde sua produção inicial. Hoje, o sabonete está presente também na versão líquida e desodorante, mas o carro-forte, tanto da Phebo quanto da própria Granado como um todo, é o Odor de Rosas em barra.

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